Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Módulo Concreto Protendido II Aspectos gerais de dimensionamento ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO Estados Limites de Serviço Limites de tensão na armadura ativa Exigências de durabilidade Combinações de serviço Dimensionamento em ELS Estados Limites de Serviço • Estados Limites de Serviço (ELS) ▪ Estados relacionados à durabilidade, à aparência, ao conforto do usuário e à boa utilização funcional da estrutura (item 10.3, NBR 6118:2014); ▪ ELS-F (formação de fissuras): estado em que se inicia a formação de fissuras. O estado é atingido quando a tensão máxima de tração for igual a fctk,f; Introdução • Estados Limites de Serviço (ELS) ▪ ELS-W (abertura de fissuras): estado em que as fissuras possuem abertura menor que máximos especificados (0,2 mm para protensão parcial); ▪ ELS-D (descompressão): estado no qual em um ou mais pontos da seção a tensão normal é nula, não havendo tração no restante da seção; Estados Limites de Serviço • Estados Limites de Serviço (ELS) ▪ ELS-DP (descompressão parcial): estado no qual se garante a compressão na região onde há armaduras ativas; ▪ ELS-CE (compressão excessiva): estado no qual as tensões de compressão atingem o limite convencional estabelecido; Estados Limites de Serviço • Estados Limites de Serviço (ELS) ▪ ELS-DEF (deformação excessiva): estado no qual as deformações atingem os limites estabelecidos para utilização normal; ▪ ELS-VE (vibração excessiva): estado no qual as vibrações atingem os limites estabelecidos para utilização normal; Requisitos de durabilidade • Classe de agressividade ambiental: ▪ Diz respeito à probabilidade de a estrutura ter sua durabilidade reduzida em função das condições climáticas e ambientais do local da construção. Quanto maior a agressividade, maior a chance de redução da durabilidade da estrutura; ▪ Classes I (fraca), II (moderada), III (forte) e IV (muito forte); Requisitos de durabilidade Classe Agressividade Ambiente Risco I Fraca Rural Insignificante Submersa II Moderada Urbana1,2 Pequeno III Forte Marinha1 Grande Industrial1,2 IV Muito forte Industrial1,3 Elevado Respingos de maré Tabela 1 – Classe de agressividade ambiental Observações • 1: Pode-se admitir CAA mais branda (um nível acima) para ambientes internos secos; • 2: Pode-se admitir CAA mais branda (um nível acima) para clima seco, com UR ≤ 65%, partes da estrutura protegida de chuva em ambiente seco ou regiões onde chove raramente; • 3: Ambientes quimicamente agressivos; Requisitos de durabilidade Concreto Elemento Classe de agressividade ambiental I II III IV3 Cobrimento nominal (mm) Armado Laje2 20 25 35 45 Viga/Pilar 25 30 40 50 Protendido1 Todos 30 35 45 55 Tabela 2 – Cobrimento de concreto (ABNT NBR 6118:2014) 1: Pode-se admitir CAA mais branda (um nível acima) para ambientes internos secos; 2: Pode-se admitir CAA mais branda (um nível acima) para clima seco, com UR ≤ 65%, partes da estrutura protegida de chuva em ambiente seco ou regiões onde chove raramente; 3: Ambientes quimicamente agressivos; Requisitos de durabilidade Tabela 3 – Níveis de protensão Nível CAA ELS Combinação Parcial Pré-tração (CAA I) Pós-tração (CAA I e II) ELS-W 𝑤𝑘 ≤ 0,2 𝑚𝑚 Frequente Limitada Pré-tração (CAA II) Pós-tração (CAA III e IV) ELS-F Frequente ELS-D Quase-permanente Completa Pós-tração (CAA III e IV) ELS-F Rara ELS-D Frequente Ações • Ações permanentes (g ou G) ▪ Atuam com valores praticamente constantes ao longo de toda a vida da estrutura; ▪ Diretas: peso próprio da estrutura, de elementos construtivos fixos e de instalações permanentes, empuxos de terra admitidos como não removíveis. ▪ Indiretas: retração e fluência do concreto, recalques de apoio, imperfeições geométricas e protensão. Ações • Ações variáveis (q ou Q) ▪ Atuam com valores variáveis ao longo do tempo; ▪ Diretas: cargas acidentais previstas para o uso da construção (verticais, móveis, longitudinais, frenagem, vento, água e ações variáveis durante a construção); ▪ Indiretas: variações uniformes ou não uniformes de temperatura e ações dinâmicas causadas por choques e vibrações; Ações • Ações excepcionais (E) ▪ Situações excepcionais de carregamento com valores definidos em cada caso particular e baixa probabilidade de ocorrência, como explosões e colisões; ASPECTOS GERAIS DE DIMENSIONAMENTO Propriedades dos materiais Geometria Requisitos de durabilidade Equações gerais Propriedades dos materiais • Para o concreto: ▪ Módulo de elasticidade, resistência à compressão, resistência à tração; • Para o aço: ▪ Módulo de elasticidade, tensão de escoamento, coeficiente de fluência, coeficiente de relaxação, etc.; Propriedades dos materiais • Limites de tensão por ocasião da protensão: ▪ Armadura pré-tracionada: ▪ Armadura pós-tracionada: )( 85,0 77,0 )( 90,0 77,0 RB f f RN f f pyk ptk pi pyk ptk pi )( 82,0 74,0 )( 87,0 74,0 RB f f RN f f pyk ptk pi pyk ptk pi Geometria • Vão; • Para qualquer seção transversal: ▪ Área; ▪ Momento de inércia; ▪ Posição do centro de gravidade; ▪ Módulos de resistência da seção (Winf e Wsup); ▪ Posição do cabo representante (excentricidade); Equações gerais • Tensão normal associada à flexão: • Flexo-compressão excêntrica: supsup sup infinf inf W M W eP A P W M W eP A P p c p c − + − += + += sup 2 sup inf 1 inf W M I yM W M I yM xx = == = Equações gerais • Combinação frequente de ações: • Combinação quase-permanente de ações: • Combinação rara de ações: ++= kqjjkqkgid FFFF ,2,11, += kqjjkgid FFF ,2, ++= kqjjkqkgid FFFF ,1,1, Equações gerais • Força de protensão estimada: • Área de aço da armadura protendida: ( )i esti P P P − = 1 , pi esti p P A , = DIMENSIONAMENTO EM ELU Hipóteses básicas Domínios de dimensionamento no ELU Modelos constitutivos – concreto, aço CP, aço CA Modelos mecânicos - equacionamentos Exemplos de aplicação Estados Limites • O que são estados limites? ▪ Situações que determinam o comprometimento da estrutura em parte ou no todo; • Estado Limite Último (ELU) ▪ Estado Limite relacionado ao colapso ou a qualquer outra forma de ruína que determine a paralisação do uso da estrutura (item 10.3, NBR 6118:2014); Dimensionamento em ELU • Hipóteses básicas: ▪ Seções planas (proporcionalidade das deformações); ▪ Tensões de tração no concreto podem ser desprezadas no ELU; ▪ Validade do diagrama retangular equivalente de tensões; ▪ Deformações das armaduras passivas aderentes e acréscimos de deformação das armaduras ativas aderentes iguais às deformações do concreto que as envolve (compatibilidade de deformações); Dimensionamento em ELU • Hipóteses básicas: ▪ Tensões nas armaduras determinadas a partir do diagrama tensão versus deformação (tensões que atuam efetivamente), com valores de cálculo; ▪ O Estado Limite Último na flexão simples possui três domínios de dimensionamento: Domínio 2, Domínio 3 e Domínio 4. Dimensionamento em ELU • Grau de protensão (λp): ▪ Ao se utilizarem armaduras ativas e passivas, sabe-se que ambas contribuem na limitação da abertura das fissuras e na resistência aos esforços atuantes. ▪ O grau de protensão relaciona as quantidades de momento fletor absorvidas pela armadura ativa e pela armadura total da seção, ou seja: ydspydp pydp p fAfA fA + = Domínios de dimensionamento Modelos constitutivos - concreto −−= 2 2 1185,0 c cd cdcd f ‰50,3 ,00‰2 = = cu cd fck ≤ 50 MPa • Para concreto com fck > 50 MPa (até C90) Modelos constitutivos - concreto 4 100 90 4,234,1 − += ck f n −−= n c cd cdcd f 2 1185,0 ( ) 53,02 500,085‰‰0,2 −+= ckc f 4 2 100 90 35‰‰6,2 − += ckc f Modelos constitutivos – aço (CP) Modelos constitutivos- aço • Para aço CP 175 • Para aço CP 190 • Para aço CP 210 ( ) MPa)( ‰),(865,64666,41373 pdpdpdpd −+= ( ) MPa)( ‰),(430,70967,51486 pdpdpdpd −+= ( ) MPa)( ‰),(215,87412,51643 pdpdpdpd −+= Cholfe e Bonilha (2013) Modelos constitutivos – aço (CA) MPa E sdsd sdssdsd 435‰00,10‰07,2 ‰07,2 =→ =→ Modelos mecânicos • Seção retangular: Modelos mecânicos • Equacionamento – seção retangular: ▪ Posição da linha neutra: ▪ Variação da posição relativa do binário Rcd – Rpd: ▪ Resultante de compressão no concreto: ppwcd d d x dbf M = −−= = 68,0 6,1 1125,1 2 )2( 3 8,0 1)3(4,01 D d z D d z pp −==−== wcdcd bxfR = 8,085,0 Modelos mecânicos • Equacionamento – seção retangular: ▪ Resultante de tração na armadura ativa: ▪ Acréscimo de deformação na armadura ativa: ▪ Área de aço: pdppd AR = pdcd cd + = pdp d p d M A = Modelos mecânicos • Caso a seção apresente armadura passiva: ▪ Deformação na armadura passiva: ▪ Equação das áreas de aço: ▪ Área de aço: pd p s sd xd xd − − = pdydspdp RAA =+ pdp d p d M A = com "dhd s −= Modelos mecânicos • Seção T: Modelos mecânicos • Equacionamento – seção T: ▪ Posição da linha neutra: ▪ Se y ≤ hf, a linha neutra estará na mesa e a seção deverá ser dimensionada como retangular de dimensões bf x hf; ▪ Se y > hf, a linha neutra estará na nervura. dy d x dbf M ppwcd d = = −−= = 8,0 68,0 6,1 1125,1 2 Modelos mecânicos • Equacionamento – seção T: ▪ Momento de cálculo absorvido pela mesa: ▪ Momento de cálculo absorvido pela nervura: ▪ Acréscimo de deformação na armadura ativa: ( ) ( )fpwffcdmd hdbbhfM 5,085,0 −−= mddnd MMM −= pdcd cd + = Modelos mecânicos • Equacionamento – seção T: ▪ Deformação total na armadura ativa: ▪ Área de aço da armadura ativa: pdpipd += ( ) pdp nd pdfp md p d M hd M A + − = 5,0 Havendo armadura passiva, calcular a deformação na armadura passiva e as novas áreas de aço pelas equações já apresentadas para seção retangular! Limites entre os domínios fck (MPa) εcu (‰) Domínio 2 Domínio 4 𝝁 < 𝝃 < 𝝁 > 𝝃 > ≤ 50 3,50 0,158 0,259 0,251 0,450 55 3,13 0,146 0,238 0,205 0,350 60 2,88 0,139 0,224 0,205 0,350 70 2,66 0,131 0,210 0,205 0,350 80 2,60 0,129 0,207 0,205 0,350 90 2,60 0,129 0,206 0,205 0,350 Exemplo 1 Determinar a área de aço da seção ao lado considerando apenas armadura ativa. Utilize procedimento analítico. • Msd = 8800 kN.m • Concreto C40; • Aço CP 190 RB; • Δεpi = 5,12‰; • Cordoalhas de 15,2 mm; Unidade: cm Exemplo 1 Solução: • μ = 0,209 (Domínio 3) • ξ = 0,359, ϕ = 0,856 • Δεpd = 6,25‰, εpd = 11,37‰ • σpd = 1506 MPa • Ap = 47,07 cm 2; Unidade: cm Exemplo 2 Determinar a área de aço da seção ao lado considerando apenas armaduras ativa e passiva. Considere As = 3Ap. • Msd = 1250 kN.m; • Concreto C30; • Aço CP 190 RB; • Δεpi = 5,5 ‰; • Cordoalhas de 15,2 mm; Unidade: cm Exemplo 2 Solução: • μ = 0,229, ξ = 0,401, ϕ = 0,840 • Δεpd = 5,23‰, εpd = 10,73‰ • εsd = 5,61‰ • σpd = 1503 MPa • Ap = 10,76 cm 2, Rpd = 1617 kN • Ap = 5,76 cm 2 + As = 17,28 cm2 • Gp = 0,535 Unidade: cm Exemplo 3 Determinar a área de aço da seção T de uma viga isolada considerando apenas armadura ativa. • Msd = 10000 kN.m; • Concreto C45; • Aço CP 210; • Δεpi = 5,6‰; Unidade: cm Exemplo 3 Solução: • LN na nervura • Mmd = 6640,2 kN.m • Mnd = 3359,8 kN.m • μ = 0,183, ξ = 0,307, ϕ = 0,877 • Δεpd = 7,90‰, εpd = 13,50‰ • σpd = 1673 MPa • Ap = 48,60 cm 2, 34Ø15,2 mm Unidade: cm DIMENSIONAMENTO COM SOFTWARE Dimensionamento com software • Situação atual: ▪ Programas de análise estrutural: TQS, Adapt, Strap, Cypecad, etc.; ▪ Programas de elementos finitos: Diana, Ansys, Abaqus, etc.; ▪ Programas acadêmicos; Dimensionamento com software • Programa desenvolvido pelo Eng° Civil Renato Ferreira da Silva, como trabalho de conclusão de curso na PUC-Goiás: • Capacidades do programa: ▪ Dimensiona vigas biapoiadas pelo ELS para seções T, T invertido, I, retangular e genérica; ▪ Pré-tração e pós-tração (aderente e não aderente); ▪ Protensão completa ou limitada; Dimensionamento com software ▪ Calcula perdas de protensão pela NBR 6118:2003; ▪ Verifica seções para todas as combinações (frequente, quase permanente e rara) ▪ Verifica o estado em vazio; ▪ Permite acompanhamento de todos os cálculos (proposta didática – público alvo: alunos de graduação); Dimensionamento com software • Limitações do programa: ▪ Não verifica segurança contra o colapso (ELU); ▪ Não dimensiona armadura transversal (cisalhamento); ▪ Não verifica ELS-W (abertura de fissuras); ▪ Não apresenta detalhamento; ▪ Não dimensiona vigas hiperestáticas; Exemplo • Dados: ▪ Vão: 12,96 m; ▪ Largura da mesa: 90 cm; ▪ Largura da nervura: 40 cm; ▪ Altura: 150 cm; ▪ Mísula: 15 cm (horizontal), 10 cm (vertical); ▪ Cordoalhas engraxadas com 15,2 mm, CP 190 RB Exemplo ▪ Idade da protensão: 3 dias; ▪ Cimento CP V ARI; ▪ fck: 40 MPa; ▪ Edificação comercial, CAA III; ▪ g = 49,75 kN/m; q = 40,70 kN/m; ▪ Cabos parabólicos, dp = 9 cm; ▪ Perdas: 2% (imediatas) + 15% (progressivas); Exemplo • Resultados: ▪ Não passa na verificação do estado em vazio; ▪ Sugestão: alterar a idade da protensão para 7 dias; ▪ Alterada a idade, passa no Estado em vazio e passa nos ELS! ▪ Aumentar a altura da seção para 1,65 m.
Compartilhar