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PRÁTICA PENAL - APELAÇÃO_final

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TRABALHO DE PRÁTICA PENAL 
PROFESSOR THIAGO GOMES BITTENCOURT 
 
Nome: Amanda Lima Gonçalves, Beatriz Almeida de Oliveira, Beatriz Laysa de 
Souza Duarte, Luan de Oliveira Maurício Pereira e Miriã Monteiro Ferreira 
Turma: B Período: 9º 
 
HONRADO JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 1 
BELO HORIZONTE/MG 2 
 3 
Autos nº: ... 4 
Leonardo, sobrenome, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, vem, por meio 5 
de seu advogado infra-assinado (procuração à fl. __), à presença de Vossa Excelência, não se 6 
conformando com a respeitável sentença de fls. __ que condenou o apelante a uma pena de 04 7 
(quatro) anos de reclusão em regime fechado, com fundamento no artigo 593, inciso I, do 8 
Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO ao Egrégio Tribunal de 9 
Justiça de Minas Gerais. 10 
Termos em que, com as inclusas razões, requer seja o recurso conhecido por este Juízo e, 11 
consequentemente remetido ao tribunal competente, para que dele conheça, dando-lhe total 12 
provimento. 13 
Requer ainda, a concessão do benefício da justiça gratuita, tendo em vista ser o Apelante 14 
hipossuficiente na forma da Lei, não podendo arcar com as custas processuais sem prejuízo de 15 
seu sustento e de sua família. 16 
Termos em que, pede e aguarda deferimento. 17 
Local, 11 de maio de 2020. 18 
Advogado 19 
OAB nº 20 
 21 
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS 22 
RAZÕES DE APELAÇÃO 23 
AUTOS Nº: 24 
APELANTE: LEONARDO 25 
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL 26 
ORIGEM: 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG 27 
Egrégio tribunal, colenda comarca, ínclitos julgadores. 28 
No caso em tela, é necessária a anulação e reforma da respeitável sentença condenatória 29 
proferida contra o apelante, senão vejamos: 30 
 31 
DOS FATOS 32 
Com o intuito de adquirir um veículo novo, o apelante decidiu praticar um crime de roubo em 33 
um estabelecimento comercial. Ao chegar ao local, nele ingressou e, no momento em que 34 
restava apenas um cliente no local, o apelante simulou portar arma de fogo e ameaçou o cliente, 35 
fazendo com que este saísse do local. 36 
Prosseguindo, o apelante consegue acesso ao caixa onde ficava guardado o dinheiro, porém, 37 
antes de subtrair qualquer quantia, percebeu que o único funcionário que estava trabalhando 38 
naquele momento era um senhor que utilizava cadeira de rodas, fato este que foi crucial para 39 
comover o apelante e este desistiu voluntariamente de prosseguir com a execução do delito que 40 
pretendia cometer. Ao deixar o local sem nada subtrair, o apelante foi surpreendido pela polícia 41 
e, ao ser abordado, não foi localizada nenhuma arma de fogo com o mesmo. 42 
O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e denunciou 43 
Leonardo como incurso nas sanções penais do art. 157, § 2.º, I, c/c o art. 14, II, ambos do Código 44 
Penal. 45 
A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva e a denúncia foi recebida, tendo o 46 
processo prosseguido regularmente. Em interrogatório, o apelante confirmou os fatos, 47 
confessando como ocorreram e descrevendo os detalhes de suas ações. O cliente que fora 48 
ameaçado nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data dos fatos, demonstrou 49 
não ter interesse em ver o apelante responsabilizado. 50 
Antes de apresentada as alegações finais, o patrono do réu desistiu de exercer seu mandato e o 51 
Magistrado, equivocadamente, abriu vista imediatamente a Defensoria Pública e esta 52 
apresentou as alegações em favor do réu, sem que este fosse consultado se queria ou não 53 
constituir novo advogado aos autos. 54 
Na sentença, o magistrado julgou procedente a pretensão punitiva estatal e, no momento de 55 
fixar a pena-base, reconheceu a existência de maus antecedentes em razão de uma representação 56 
julgada procedente em face do apelante quando este era menor de idade, aumentando a pena 57 
em 6 meses de reclusão, não reconheceu agravantes ou atenuantes e, por fim, aumentou em 1/3 58 
a pena pela simulação do porte de arma, justificando não ser necessária a apreensão da arma de 59 
fogo, bem como reduziu a pena em 1/3 pela modalidade tentada, ficando o réu condenado a 4 60 
(quatro) anos de reclusão em regime fechado. 61 
 62 
DO DIREITO 63 
DA PRELIMINAR DE NULIDADE PROCESSUAL 64 
Primeiramente, é forçoso reconhecer a nulidade da respeitável sentença proferida pelo Juízo a 65 
quo, haja vista a presença de violação ao princípio da ampla defesa. 66 
Isso porquê, antes de apresentadas as alegações finais, o advogado de defesa constituído pelo 67 
apelante renunciou ao mandato. Naquela ocasião, o magistrado, precipitadamente, ao tomar 68 
conhecimento da renúncia do mandato do advogado de defesa, abriu vista dos autos 69 
imediatamente a Defensoria Pública, sem sequer mandar intimar o réu, que estava preso, para 70 
tomar conhecimento de que poderia optar por constituir novo defensor ou ter seus interesses 71 
patrocinados pela Defensoria Pública. 72 
Naquela oportunidade, o apelante deveria ter sido intimado para optar pelas modalidades de 73 
defesa que melhor atendesse aos seus interesses, o que não fora respeitado, tendo a Defensoria 74 
Pública apresentado alegações finais sem ao menos ter qualquer contato com o réu, tendo como 75 
resultado a condenação do apelante, tratando-se de inescusável violação ao princípio da ampla 76 
defesa. 77 
Assim, evidente o prejuízo causado ao réu conforme art. 563 do Código de Processo Penal, é 78 
forçoso reconhecer a nulidade da sentença condenatória proferida, bem como de todo o 79 
processo desde o momento da apresentação das alegações finais. 80 
DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 81 
No mérito, deve o apelante ser absolvido, por ser a medida da mais prefeita justiça uma vez 82 
que, na execução do inter criminis o réu desistiu voluntariamente de executar o delito que tinha 83 
a intenção de praticar, sendo que, em nosso ordenamento jurídico, é oportunizado ao agente 84 
desistir do ato que iria praticar com a benesse de responder apenas pelos atos já praticados e 85 
não pela tentativa do crime que pretendia cometer originalmente, é a chamada “ponte de ouro” 86 
de volta para legalidade. 87 
Quando o apelante se dirigiu até o local onde pretendia praticar o delito de roubo, antes mesmo 88 
de consumá-lo, desistiu voluntariamente de prosseguir com o ato ao perceber que o funcionário 89 
do estabelecimento era pessoa portadora de necessidades especiais, devendo o mesmo 90 
responder apenas pelos atos já praticados uma vez que o mesmo teve acesso ao caixa do 91 
estabelecimento contendo dinheiro e nem mesmo tinha sido visto pelo funcionário, possuindo 92 
condições perfeitas de prosseguir com o roubo. 93 
Portanto, restariam, para fins de condenação, apenas os atos já praticados até o momento da 94 
desistência voluntária, no caso, uma ameaça ao cliente que estava no local, entretanto, o crime 95 
de ameaça é de ação pública condicionada à representação e, como a representação nunca fora 96 
feita, não poderia o apelante ser condenado por este delito no momento uma vez que o processo 97 
carece de condição de procedibilidade da ação penal. Assim, como não houve representação da 98 
vítima, o que resulta em violação ao procedimento legal, há de se declarar a nulidade processual 99 
ab initio, nos termos do art. 564, inciso III, alínea “a”, do CPP. 100 
Assim, deve ser o apelante absolvido da tentativa de roubo que lhe fora imputada. 101 
 102 
DA DOSIMETRIA DA PENA 103 
Com base no princípio da eventualidade, em sendo mantida a condenação do apelante, 104 
necessário se faz a reforma da sentença para rever o quantum da pena aplicada, pois vejamos: 105 
No momento de fixar a pena-base, o magistrado reconheceu a existência de maus antecedentes 106 
em razão da representação julgada procedente em face do apelante enquanto este ainda era 107 
inimputável, aumentandoa pena em 06 meses de reclusão. Ocorre que a decisão definitiva de 108 
procedência da ação socioeducativa não deve ser considerada como maus antecedentes, assim 109 
a pena deve ser fixada em seu mínimo legal. 110 
No que diz respeito à segunda fase da dosimetria deve ser reconhecida a atenuante da 111 
menoridade relativa prevista no art. 65, I do Código Penal, em razão de o apelante possuir 112 
apenas 19 anos de idade na data do fato. Além de se reconhecer a atenuante da confissão 113 
espontânea, prevista no art. 65, inciso I e III, alínea d, do Código Penal uma vez que o réu, em 114 
interrogatório judicial, confessou os fatos e colaborou com a busca da verdade real. 115 
No que diz respeito a terceira fase da dosimetria da pena, deve ser afastada a incidência da causa 116 
de aumento de pena pelo uso de arma de fogo, pois não há nenhuma prova de sua utilização 117 
uma vez que a vítima não foi encontrada e o funcionário da empresa não chegou a ver o apelante 118 
o dia do fato, nem mesmo existe laudo pericial nos autos, requisito fundamental na apuração 119 
do fato, nos termos do art. 158, do Código de Processo Penal. 120 
Além disso, a opinião do julgador sobre a gravidade abstrata do crime não é motivação idônea 121 
para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada, nos termos 122 
da súmula 718 do Supremo Tribuna Federal, sendo que à luz da súmula 719 do Supremo 123 
Tribunal Federal a imposição de regime mais severo do que a pena aplicada exige motivação 124 
idônea. Deve, portanto, ser aplicado o regime aberto ou semi-aberto, a depender da pena 125 
aplicada. 126 
Por fim, não sendo reconhecida a desistência voluntária e não sendo o réu absolvido, deve ser 127 
reconhecida a redução máxima de 2/3 da tentativa, devido ao iter criminis percorrido, o que 128 
enseja a aplicação da suspensão condicional da pena. 129 
 130 
DO PEDIDO 131 
Diante de todo o exposto, requer aos Nobres Julgadores, o CONHECIMENTO e 132 
PROVIMENTO do presente recurso, a fim de declarar a nulidade da sentença proferida pelo 133 
juízo a quo e de todo o processo desde apresentação das alegações finais; 134 
Caso não seja entendimento de Vossa Excelência pela decretação da nulidade da sentença, 135 
requer, subsidiariamente: 136 
O reconhecimento da desistência voluntária, nos moldes do art. 15 do Código Penal e a 137 
consequente absolvição do apelado; 138 
A fixação da pena em seu mínimo legal; 139 
O reconhecimento das atenuantes da menoridade relativa (art. 65, I, do Código Penal) e da 140 
confissão espontânea (art. 65, III, d, do Código Penal); 141 
A aplicação do regime aberto ou semiaberto, a depender da pena aplicada, pelo reconhecimento 142 
das súmulas 718 e 719, ambas do Supremo Tribunal Federal; 143 
O provimento do recurso com a consequente expedição do alvará de soltura. 144 
 145 
Termos em que, pede e aguarda deferimento. 146 
Local, 11 de maio de 2020. 147 
Advogado 148 
OAB nº 149

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