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JOÃO VOLTAR Introdução Capítulo 1 Capítulo 7 Capítulo 13 Capítulo 19 Capítulo 2 Capítulo 8 Capítulo 14 Capítulo 20 Capítulo 3 Capítulo 9 Capítulo 15 Capítulo 21 Capítulo 4 Capítulo 10 Capítulo 16 Capítulo 5 Capítulo 11 Capítulo 17 Capítulo 6 Capítulo 12 Capítulo 18 Introdução O apóstolo e evangelista João parece ter sido o mais jovem dos doze. Foi favorecido de modo especial com a confiança e consideração do Senhor a ponto de ser chamado de "O discípulo a quem Jesus amava". Estava ligado ao Mestre de uma maneira muito sincera. Exerceu o seu ministério em Jerusalém com muito êxito, e sobreviveu à destruição desta cidade, segundo a pregação de Cristo (21.22). A história narra que após a morte da mãe do Senhor Jesus Cristo, João viveu principalmente na cidade de Éfeso. No final do reinado de Domiciano, foi deportado para a ilha de Patmos, onde escreveu o Apocalipse. Quando Nerva se instalou, foi posto em liberdade e regressou a Éfeso, onde crê-se que tenha escrito o Evangelho e as suas epístolas, por volta do ano de 97 d.C., e morreu pouco depois. O objetivo deste Evangelho parece ser a transmissão ao mundo cristão de noções justas sobre a natureza, ofício e caráter verdadeiros do Mestre divino, que veio instruir e redimir a humanidade. Com este propósito, João foi dirigido a escolher, para a sua narração, as passagens da vida de nosso Salvador que mostram mais claramente a sua autoridade e o seu divino podei e aqueles discursos em que falou mais claramente a respeito de sua natureza, e sobre o poder de sua morte como expiação pelos pecados do mundo. Omitindo ou mencionando de forma breve os sucessos registrados pelos outros evangelistas, João dá João (Comentário Bíblico de Matthew) 2 testemunho de que os seus relatos são verdadeiros, e deixa lugar para as declarações doutrinárias já mencionadas, e para detalhes omitidos em outros Evangelhos, muitos dos quais de enorme importância. João 1 Versículos 1-5: A divindade de Cristo; 6-14: As suas naturezas divina e humana; 15-18: O testemunho de Cristo que foi dado por João Batista; 19-28: O testemunho público de João a respeito de Cristo; 29- 36. Outros testemunhos de João a respeito de Cristo; 37-42: André e outro discípulo seguem a Jesus; 43-51: A chamada de Filipe e Natanael. Vv. 1-5. A razão mais simples pela qual se chama o Filho de Deus de "o verbo de Deus", parece ser que como nossas palavras explicam as nossas idéias aos demais, assim o Filho de Deus foi enviado para revelar o pensamento de seu Pai ao mundo. Aquilo que o evangelista disse acerca de Cristo prova que Ele é Deus. Afirma a sua existência no princípio; a sua coexistência juntamente com o Pai. O verbo estava com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e não como instrumento mas como Autor. Sem Ele, nada do que foi feito se fez; desde o anjo mais elevado até o verme mais baixo. Isto mostra quão bem qualificado estava para a obra de nossa redenção e salvação. A luz da razão e a vida dos sentidos derivam dEle, e dependem dEle. Este Verbo eterno, esta Luz verdadeira, resplandece; porém as trevas não a compreenderam. oremos sem cessar para que os nossos olhos sejam abertos e contemplemos esta luz, para que andemos nela – e assim sejamos feitos sábios para a salvação pela fé em Jesus Cristo. Vv. 6-14. João Batista veio dar testemunho de Jesus. Nada revelou com maior plenitude as trevas que estavam nas mentes dos homens do que quando apareceu a Luz, e houve a necessidade de um testemunho para chamar a atenção dela. Cristo era a luz verdadeira; esta grande luz merece ser chamada assim. Por seu Espírito e graça ilumina a todos João (Comentário Bíblico de Matthew) 3 aqueles que estão iluminados para a salvação. E aqueles que não estão iluminados por Ele, perecem nas trevas. Cristo esteve no mundo quando assumiu a nossa natureza e habitou entre nós, neste mundo inferior. Esteve no mundo, mas não era do mundo. veio salvar um mundo que se havia perdido, porque era um mundo que Ele mesmo havia criado perfeito. Contudo, o mundo não o conheceu. Quando vier o Juiz, o mundo o conhecerá. Muitos dizem que são de Cristo, mesmo não o recebendo porque não deixam os seus pecados, nem permitem que Ele reine sobre eles. Todos os filhos de Deus são nascidos de novo. Este novo nascimento acontece por meio da Palavra de Deus (1 Pe 1.25), e pelo Espírito de Deus, como seu autor. Cristo sempre esteve no mundo por sua presença divina; porém, agora que o cumprimento do tempo estava prestes a chegar, Ele foi, de outra maneira, Deus manifestando-se em carne. Observemos, contudo, os raios de sua glória divina que penetraram este véu de carne. Ainda que esteve em forma de servo quanto às circunstâncias exteriores, quanto à graça, a sua forma foi a de Filho de Deus, cuja glória divina se revela por meio da santidade de sua doutrina e em seus milagres. Foi cheio de graça, completamente aceitável a seu Pai, e portanto apto a interceder por nós; e cheio de verdade, plenamente consciente das coisas que iria revelar. Vv. 15-18. De forma cronológica em relação à obra que realizou na terra, o Senhor Jesus Cristo veio após João, porém em todas as demais coisas foi antes deste. A expressão mostra claramente que Jesus já existia antes de viver na terra como homem. Nele habita toda a plenitude. E os pecadores caídos recebem dEle, e somente dEle, e têm por fé tudo o que os torna sábios, fortes, santos, úteis e felizes. Tudo o que recebemos de Cristo se resume na seguinte palavra: Graça. Recebemos "Graça sobre graça", um dom tão grande, tão rico, cujo valor é inestimável; a boa vontade de Deus para conosco, e a boa obra de Deus em nós. João (Comentário Bíblico de Matthew) 4 A lei de Deus é santa, justa e boa; e devemos utilizá-la de modo apropriado. Porém não podemos derivar desta o perdão, a justiça ou a força. Nos ensina a adornar a doutrina de Deus, nosso Salvador, porém, nada pode tomar o lugar desta doutrina. Como nenhuma das misericórdias de Deus para os pecadores vem de outra maneira senão por meio de Jesus Cristo, nenhum homem pode ir ao Pai exceto por meio dEle; ninguém pode conhecer a Deus, exceto aquele a quem Ele mesmo permitir que o conheça através de seu Filho unigênito e amado. Vv. 19-28. João nega ser o Cristo esperado. Veio no espírito e poder de Elias, mas não era Elias. João não era aquele profeta do qual Moisés falou, que o Senhor o levantaria para si dentre seus irmãos. Não era o profeta que eles esperavam que os resgataria dos romanos. João apresentou-se de tal maneira que poderia tê-los despertado para que o escutassem. Batizou o povo com água, como profissão de arrependimento e como sinal exterior das bênçãos espirituais que lhes seriam concedidas pelo Messias que estava no meio deles, mesmo que eles não o conhecessem, aquEle a quem o próprio João se considerava indigno de prestar o serviço mais vil. Vv. 29-36. João viu Jesus que vinha ao seu encontro, e referiu-se a Ele como sendo o Cordeiro de Deus. Quanto ao cordeiro pascal, o derramamento e espargir de seu sangue, o assar e comer a sua carne bem como todas as demais circunstâncias da ordenança, representavam a salvação dos pecadores por meio da fé em Cristo. Os cordeiros sacrificados a cada manhã e a cada tarde, somente podem se referir a Cristo, que foi morto para redimir-nos para Deus por seu sangue. João veio como um pregador do arrependimento, ainda que tenha dito a seus seguidores que deveriam buscar o perdão de seus pecados somente em Jesus e através de sua morte. Perdoar a todos aqueles que aceitam o sacrifício expiatório de Cristo está de acordo com a glória de Deus. Ele tira o pecado do mundo; adquiriu o perdão para todos aqueles que se arrependem e crêemno Evangelho. Este fato dá alento à nossa fé; se Cristo tira o pecado do mundo, então, porque não tiraria os meus João (Comentário Bíblico de Matthew) 5 pecados? Ele levou sobre si os nossos pecados e, assim, os tira de nós. Deus poderia ter tirado o pecado aniquilando o pecador, assim como tirou o pecado do mundo na antiguidade; porém, aqui está a maneira de tirar o pecado salvando o pecador, tornando o seu próprio Filho pecado por nós, isto é, fazendo dEle, que jamais pecou, uma oferta pelos nossos pecados. vejamos Jesus tirando o pecado, e que isto nos faça odiar o pecado, e decidirmos contra todo e qualquer tipo de pecados. Não nos apeguemos àquilo que o Cordeiro de Deus veio retirar. Para confirmar o seu testemunho a respeito de Cristo, João declara o comparecimento dEle ao seu batismo, fato que foi testemunhado pelo próprio Deus. Viu e destacou que Jesus é o Filho de Deus. Esta é a finalidade e o objetivo do testemunho de João: declarar que Jesus é o Messias prometido. João aproveitou todas as oportunidades que lhe foram oferecidas para dirigir o povo a Cristo. Vv. 37-42. O argumento mais forte e dominante de uma alma vivificada para seguir a Cristo, é que Ele é o único capaz de retirar o pecado. Qualquer que seja a comunhão que exista entre a nossa alma e Cristo, é Ele quem dá início ao seu relacionamento conosco. Jesus lhes perguntou: "Que buscais?". A pergunta que Jesus lhes faz é a mesma que deveríamos nos fazer quando começamos a seguí-lo: o que queremos e o que almejamos? Ao seguir a Cristo, buscamos o favor de Deus e a vida eterna? Convida-os a estarem com Ele sem demora. Estamos no tempo aceitável (2 Co 6.2). Bom é que estejamos aonde Cristo estiver, seja onde for. Devemos trabalhar pelo bem-estar espiritual de nossos parentes, e procurar levá-los a Ele. Aqueles que vão a Cristo devem fazê-lo com a completa decisão de serem firmes e constantes nEle, como pedras, sólidas e firmes; e é por sua graça que são assim. Vv. 43-51. Observemos a natureza do verdadeiro cristianismo: seguirmos a Jesus, dedicarmo-nos a Ele e seguirmos os seus passos. Prestemos atenção à objeção feita por Natanael. Todos aqueles que desejam ter proveito na Palavra de Deus devem acautelar-se dos João (Comentário Bíblico de Matthew) 6 preconceitos contra denominações ou lugares humanos. Cada um de nós deve examinar a si mesmo e, às vezes, encontrarão o bem onde não o buscaram. Muitas pessoas se mantêm fora dos caminhos da religião por causa dos preconceitos irracionais que concebem. A melhor maneira de eliminar as falsas noções em relação à religião é analisá-la. Não havia engano em Natanael. A sua profissão de fé não era hipócrita. Não era simulador nem desonesto; tinha um caráter são, um homem realmente reto e piedoso. Cristo conhece, sem dúvida, o que são os homens. Nos conhece? Desejemos conhecê-lo. Procuremos e oremos para que sejamos como verdadeiros israelitas, em quem não há engano, cristãos verdadeiramente aprovados pelo próprio Cristo. Algumas coisas frágeis, imperfeitas e pecaminosas encontram-se em todos, mas a hipocrisia não faz parte e não está de acordo com o caráter do crente. Jesus deu um testemunho sobre o que aconteceu na ocasião em que Natanael estava debaixo da figueira. Provavelmente, naquela ocasião Natanael estivesse orando fervorosamente, buscando direção acerca da esperança e da consolação de Israel, onde nenhum olhar humano poderia vê-lo. Este fato demonstrou a Natanael que o nosso Senhor conhecia os segredos de seu coração. Por meio de Cristo temos comunhão com os anjos que glorificam a Deus, e nos beneficiamos dos serviços que nos prestam em cumprimento às ordens do Senhor. Por meio de Cristo, todas as coisas do céu são reconciliadas e unidas às da terra. João 2 Versículos 1-11: O milagre em Caná; 12-22: Cristo expulsa do templo os compradores e os vendedores; 23-25: Muitos crêem em Cristo. Vv. 1-11. É muito bom que, quando houver um casamento, o Senhor Jesus Cristo o reconheça e o abençoe. Aqueles que desejam ter Cristo consigo em seu casamento, devem convidá-lo por meio da oração, e Ele virá. Enquanto estamos neste mundo, às vezes nos encontramos em apertos mesmo quando acreditamos estar em abundância. Havia uma João (Comentário Bíblico de Matthew) 7 necessidade naquela festa de casamento. Aqueles que costumam preocupar-se por causa das coisas do mundo, devem esperar por problemas e desilusões. Quando encontramos a Cristo, devemos expor o nosso caso com humildade diante dEle, e em seguida devemos dar-lhe a liberdade para que faça aquilo que lhe agradar. Não houve falta de respeito na resposta de Cristo à sua mãe. Utilizou a mesma palavra quando falou-lhe de modo amoroso, estando crucificado. Porém, sua resposta é um testemunho presente contra a idolatria das épocas posteriores, que rende honras indevidas à sua mãe. Os problemas chegam e muitas vezes não sabemos o que devemos fazer. O retardo da misericórdia não é uma resposta negativa às orações. Aqueles que esperam os favores de Cristo devem obedecer as suas ordens com prontidão. o caminho do dever é o caminho à misericórdia, e não se deve fazer objeções aos métodos de Cristo. O primeiro milagre de Moisés foi transformar água em sangue (Êx 7.20); o primeiro milagre do Senhor Jesus foi transformar a água em vinho, o que pode nos recordar a diferença que existe entre a lei de Moisés e o Evangelho de Cristo. Ele demonstra que beneficia todos os crentes verdadeiros com consolos da criação, e converte-os em verdadeiro consolo. Todas as obras de Cristo tendem ao bem. O Senhor já transformou a sua água em vinho e lhe deu o conhecimento de sua graça? Se o fez, você deve aproveitá-lo; portanto, tire agora e utilize-o. A água foi transformada por Jesus no melhor vinho. As obras de Cristo recomendam-se por si mesmas, mesmo diante daqueles que não conhecem o seu Autor. Aquilo que é produzido por um milagre é sempre o melhor de sua categoria. Mesmo que através deste milagre o Senhor Jesus permita a utilização correta do vinho, não anula nem sequer de modo mínimo a sua advertência de que os nossos corações, em momento algum, devem estar carregados com glutonaria e embriaguez (Lc 21.54). Ainda que não devamos ser melindrosos para festejarmos com nossos amigos em ocasiões apropriadas, contudo, todas as reuniões sociais deveriam ser realizadas de tal modo que pudéssemos convidar o João (Comentário Bíblico de Matthew) 8 Redentor a reunir-se conosco, se Ele estivesse na terra. Toda leviandade, injúria e excesso o ofendem. Vv. 12-22. A primeira obra pública em que encontramos o Senhor Jesus Cristo, foi a de expulsar do templo os cambistas. Estes eram apoiados pelos cobiçosos sacerdotes e dirigentes, para que transformassem os átrios do templo em mercado. Aqueles que no presente fazem da casa de Deus um mercado, são aqueles que têm a mente repleta de interesses pelos negócios do mundo quando participam dos cultos e trabalhos religiosos, ou aqueles que desempenham ofícios divinos visando ganhos materiais. Tendo purificado o templo, o Senhor Jesus deu um sinal àqueles que pediram que comprovasse a sua autoridade para que agisse daquele modo. Anuncia a sua morte pela maldade dos judeus. Destruí este templo. Eu permitirei que o destruam. Anuncia a sua ressurreição por seu próprio poder. Em três dias o levantarei. Cristo voltou à vida por seu próprio poder. Os homens se equivocam quando entendem literalmente, aquilo que nas Escrituras deve ser entendido como linguagem figurada. Quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos se lembraram de que havia dito isto. Observarmos o cumprimento das Escrituras, nos auxilia muito no entendimento da Palavra divina. Vv. 23-25. O nosso Senhor conhece a todos os homens, a natureza de cada um, a sua disposição, os seus afetos e as suas intenções, de um modo que nós não conhecemos a ninguém, nem sequer a nós mesmos. Conhece os seus astutos inimigos, e todosos projetos secretos destes. Conhece os seus falsos amigos e seu verdadeiro caráter. Ele sabe quais são verdadeiramente seus, conhece tanto a retidão quanto a fraqueza deles. Nós conhecemos as atitudes dos homens; Cristo conhece aquilo que há no interior de cada um, pois Ele prova o coração. Cuidemo-nos para que jamais tenhamos uma fé morta ou uma profissão de fé formal: não se deve confiar nos professos carnais e João (Comentário Bíblico de Matthew) 9 vazios, e mesmo que os homens enganem a outros, ou a si mesmos, jamais poderão enganar ao Deus que esquadrinha o coração. João 3 Versículos 1-21: O diálogo de Cristo e Nicodemos; 22-36: O batismo de João e o batismo de Cristo – O testemunho de João. Vv. 1-8. Provavelmente Nicodemos temia, ou envergonhava-se de ser visto com Cristo, portanto, foi encontrar-se com Jesus de noite. Quando a religião está fora de moda, existem muitos Nicodemos. Porém, mesmo tendo vindo de noite, Jesus o recebeu, e deste modo nos ensina a incentivar os bons princípios, ainda que sejam fracos. Mesmo tendo vindo desta vez de noite, posteriormente reconheceu o Senhor Jesus Cristo publicamente. Não conversou com Cristo assuntos referentes ao estado, mesmo sendo um governante; mas conversou a respeito dos interesses de sua própria alma e de sua salvação, falando sobre isto. O nosso Salvador fala da necessidade e da natureza da regeneração, ou do novo nascimento, e de imediato levou Nicodemos à fonte da santidade do coração. O nascimento é o princípio da vida; nascer de novo é começar a viver de novo, como aqueles que viveram muito equivocados ou uma vida de pouco sentido. Devemos ter uma nova natureza, novos princípios, novos afetos, novos objetivos. Pelo pecado corrompemos o nosso primeiro nascimento; portanto devemos ser transformados em novas criaturas. Não poderia ter sido escolhida uma expressão mais forte do que esta, para transmitir o significado uma mudança de estado e de caráter tão grande e tão notável. Devemos ser completamente diferentes daquilo que fomos no passado, como aquele cujo ser tem início a qualquer momento; que em determinado instante não é, e também não poderá ser o mesmo que já foi anteriormente. Este novo nascimento vem do céu (Jo 1.13), e tende ao céu. É uma grande transformação realizada no coração do pecador pelo poder do Espírito Santo. Significa que algo é feito em nós e a nosso favor, que não podemos fazer por nós mesmos. Algo que trabalha a favor de uma vida João (Comentário Bíblico de Matthew) 10 que durará para sempre. De outra maneira não podemos esperar por algum benefício de Cristo; é necessário para a nossa felicidade aqui e no porvir. Nicodemos entendeu mal o que Cristo lhe disse, como se não houvesse outra maneira de se regenerar e moldar novamente uma alma imortal, sem dar-lhe um novo corpo. Contudo, reconheceu a sua ignorância, o que demonstra o desejo que tinha de ser melhor informado. Então, o Senhor Jesus explicou-lhe ainda mais. Mostra-lhe quem é o Autor desta bendita transformação. Não é uma obra de nossa sabedoria ou de nosso próprio poder, mas do poder do bendito Espírito Santo. Somos formados em iniqüidade, o que faz com que seja necessário que a nossa natureza seja transformada. Não temos que nos maravilhar disto, porque quando consideramos a santidade de Deus, a nossa depravação e a felicidade que nos é oferecida, não devemos pensar que seja algo estranho que se dê tanta ênfase a este ponto. A obra regeneradora do Espírito Santo é comparada com a água. Também é provável que Cristo tenha-se referido à ordenança do batismo. Não está se dizendo que todos aqueles que forem batizados serão salvos, e somente eles; porém, sem o novo nascimento que é realizado pelo Espírito Santo, cujo significado é mostrado pelo batismo, ninguém será súdito do reino do céu. A mesma Palavra significa vento e Espírito. O vento sopra sobre nós de onde quer; Deus o dirige. o Espírito Santo envia a sua influência onde, quando, a quem, na medida e da maneira que lhe agrade. Mesmo que as causas estejam ocultas, os efeitos são evidentes quando a alma é levada a lamentar-se por causa do pecado, e a respirar segundo Cristo. Vv. 9-13. A exposição feita pelo Senhor Jesus Cristo da doutrina e da necessidade da regeneração, parece não ter ficado clara para Nicodemos. Assim, as coisas do Espírito de Deus são consideradas como João (Comentário Bíblico de Matthew) 11 néscias para o homem natural. Muitos pensam que aquilo em que não podem crer não pode ser comprovado. O discurso de Cristo sobre as verdades do Evangelho (vv. 11-13), mostram como são néscios aqueles que fazem com que estas coisas sejam estranhas para si mesmos; e nos recomenda que as investiguemos. Cristo é capaz de revelar-nos a vontade de Deus de todos os modos, porque Ele veio do céu e permanece no céu. Aqui temos uma observação quanto às duas naturezas distintas de Cristo em uma só pessoa, de modo que é o Filho do homem, mesmo estando no céu. Deus é "o que é", e o céu é a morada de sua santidade. Este conhecimento deve vir do alto, e somente poderá ser recebido por meio da fé. Vv. 14-18. Jesus veio nos salvar curando-nos, como fez com os filhos de Israel quando foram picados por serpentes ardentes. Foram curados e viveram quando olharam para a serpente de bronze (Nm 21.6- 9). Devemos observar nisto a natureza mortal e destruidora do pecado. Perguntemos às consciências vivificadas, aos pecadores outrora condenados, e estes dirão que por mais encantadoras que possam ser as seduções do pecado, ao final picarão como as serpentes. observemos o poderoso remédio contra esta enfermidade fatal. Cristo nos é claramente proposto no Evangelho. Aquele a quem ofendemos é a nossa Paz, e o modo de solicitar a cura é crer. Se alguém até agora toma de modo leviano a enfermidade do pecado, ou o método de cura que é ministrado pelo Senhor, e não recebe a Cristo sob as condições que Ele mesmo estabelece, a sua ruína pende sobre a sua própria cabeça. Ele disse que deveríamos olhar para Ele e ser salvos; devemos olhar para Ele e viver. Devemos alçar os olhos de nossa fé a Cristo crucificado. Enquanto não tivermos a graça para fazê-lo, não seremos curados, e continuaremos feridos pelos aguilhões de Satanás, e em estado moribundo. Cristo veio nos salvar perdoando-nos, para que não morrêssemos pela sentença da lei. Aqui está o Evangelho, a verdadeira boa nova. Aqui está o amor de Deus ao dar o seu Filho pelo mundo: Ele amou este João (Comentário Bíblico de Matthew) 12 mundo de maneira tão verdadeira e rica. olhai e maravilhai-vos de que o grande Deus ame um mundo tão indigno! Aqui também está o grande dever contido no Evangelho: crer em Jesus Cristo. Tendo Deus o concedido para que fosse o nosso Rei, Sacerdote e Profeta, nós devemos entregar a Ele a nossa vida para que sejamos governados, ensinados e salvos por Ele. Aqui está o grande benefício do Evangelho, que qualquer pessoa que creia em Cristo não perecerá, mas terá a vida eterna. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, e deste modo, o estava salvando. O mundo não poderia ser salvo se não fosse por intermédio dEle; em nenhum outro há salvação. Tudo isto nos mostra a felicidade dos verdadeiros crentes. Aquele que crê em Cristo não é condenado. Mesmo que tenha sido um grande pecador, não é tratado conforme o que os seus pecados fariam com que merecesse. Vv. 18-21. Quão grande é o pecado dos incrédulos. Deus enviou, para que nos salvasse, aquEle a quem mais amava. E o Salvador não seria para nós aquele a quem mais amamos? Quão grande é a miséria dos incrédulos! Já foram condenados, o que nos fala de uma condenação certa; uma condenação presente. A ira de Deus é agora despejada sobre eles; e os seus próprios corações os condenam. Também existe uma condenação baseada em sua culpa anterior; eles estão expostos à lei por causa de todos os pecados que praticaram. Porque não estão interessados pela fé noperdão que é oferecido pelo Evangelho. A incredulidade é um pecado contrário ao remédio de Deus. Brota da inimizade do coração do homem para com Ele, sendo uma forma de amor ao pecado. Leia-se também a condenação daqueles que não querem conhecer a Cristo, As obras pecadoras são as obras das trevas. o mundo ímpio mantém-se tão afastado desta luz quanto possa, para que as suas obras não sejam reprovadas. odeiam a Cristo porque amam o pecado, se não odiassem o conhecimento da salvação, não estariam contentes com a ignorância que condena. João (Comentário Bíblico de Matthew) 13 Por outro lado, os corações renovados dão as boas vindas à luz. Um homem bom age de modo verdadeiro e sincero em tudo o que faz. Deseja conhecer a vontade de Deus e cumpri-la, mesmo que esta seja contrária aos seus interesses mundanos. Há lugar para uma mudança em todo o seu caráter e conduta. O amor a Deus é derramado em seu coração pelo Espírito Santo, e chega a ser o princípio que governa as suas atitudes. À medida que prossiga sob uma carga de culpa não perdoada, poderá ter somente um temor a Deus de modo servil; porém, quando as suas dúvidas se dissipam, vê a base justa sobre a qual edifica-se o seu perdão, o assume como se fosse próprio, e une-se a Deus por meio de um amor não fingido. As nossas obras são boas quando a vontade de Deus é a regra delas, e quando a sua finalidade é glorificá-lo. quando são feitas em seu poder e por amor a Ele; a Ele e não aos homens. A regeneração, ou o novo nascimento é um assunto ao qual o mundo tem aversão; contudo é um grande ganho, comparado ao qual, todas as demais coisas tornam-se ninharias. O que significa termos comida em abundância para comermos, e uma variedade de roupas com que nos vestirmos, se não nascemos de novo? Se após muitas manhãs e tardes passadas em meio à alegria irracional, prazeres carnais e desordens, morrermos em nossos pecados e jazermos em nossas dores? De que vale que sejamos capazes de desempenhar a nossa parte na vida, em todos os demais aspectos, se ao final ouvirmos por parte do Juiz Supremo a frase: "Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade"? Vv. 22-36. João sentiu-se completamente satisfeito com a obra e o lugar que lhe foram designados, porém, Jesus viu uma obra ainda mais importante. Ele também sabia que Jesus cresceria em honra e influência, porque do seu reino e da paz não haverá fim, enquanto João seria cada vez menos seguido. João sabia que Jesus veio do céu como o Filho de Deus, enquanto que ele era um homem mortal e pecador, que era capaz de falar somente das coisas mais simples da religião. As palavras de Jesus eram a Palavra de Deus; Ele tinha o Espírito, não sob determinada João (Comentário Bíblico de Matthew) 14 medida como os profetas, mas em toda a sua plenitude. Somente se pode ter a vida eterna por meio da fé nEle, e assim pode ser obtida. Porém, aqueles que não crêem no Filho de Deus, não podem participar da salvação, e a ira de Deus permanecerá sobre eles para sempre. João 4 Versículos 1-3: A partida de Cristo para a Galiléia; 4-26. A sua conversa com a mulher samaritana; 27-42: Os resultados da conversa de Cristo com a mulher samaritana; 43-54: Cristo cura o filho de um nobre. Vv. 1-3. Jesus dedicou-se mais a pregar do que a batizar, por ser esta uma atividade mais excelente (1 Co 1.17), Ele honraria os seus discípulos empregando-os na tarefa de batizar. Ensina-nos que o benefício dos sacramentos não depende da mão que os administra. Vv. 4-26. Havia muito ódio entre os samaritanos e os judeus. o caminho que Cristo percorreria da Judéia, em direção à Galiléia, passava por Samaria. Não devemos ir a lugares que podem nos trazer tentações, a não ser quando somos por alguma razão obrigados a isto, e, então, não devemos permanecer nestes lugares, mas apressar-nos a passar por eles. Aqui temos nosso Senhor Jesus Cristo sujeito à fatiga que é comum aos viajantes. Assim vemos que possuía verdadeiramente a natureza humana. o trabalho que esgota as forças veio por causa do pecado; portanto, Cristo, tendo-se feito maldição por nossa causa, esteve sujeito a isto. Além do mais, como pobre, fez todas as suas viagens a pé. Cansado, pois, sentou-se junto ao poço. Não tinha uma almofada para nela descansar. Assim sentou-se, como alguém que se senta cansado por causa de uma viagem. Com toda a segurança, devemos nos submeter rapidamente a sermos como o Filho de Deus em todas as situações como estas. Cristo pediu água à mulher. Ela se sentiu surpresa porque Ele não demonstrou a ira de sua nação contra os samaritanos. os homens moderados de todas as partes são os homens que causam espanto. Cristo aproveitou a ocasião para ensinar-lhe verdades divinas: converteu esta João (Comentário Bíblico de Matthew) 15 mulher demonstrando-lhe a ignorância e a pecaminosidade em que vivia, bem como a necessidade que tinha do Salvador. É feita alusão ao Espírito Santo, quando o Senhor fala da água viva. Com esta comparação, a bênção do Messias havia sido prometida no Antigo Testamento. A graça do Espírito e as suas consolações satisfazem a alma sedenta, conhecedora de sua própria natureza e necessidade. Aquilo que foi dito por Jesus de modo figurado, foi compreendido pela mulher de modo literal. Cristo destaca que a água do poço de Jacó satisfazia brevemente. Tornaremos a ter sede, não importa quais sejam as águas de consolação que bebamos. Porém, àqueles que participam do Espírito de graça e da consolação do Evangelho jamais faltará abundante satisfação à alma. os corações carnais não contemplam algo mais elevado do que as metas carnais. Dá-me, disse ela, não para que tenha a vida eterna proposta por Cristo, mas para que não tenha mais que vir aqui para buscar água. A mente carnal é muito engenhosa para mudar as convicções e impedir que outras sejam estimuladas; porém, nosso Senhor Jesus dirige de modo muito claro a convicção de pecado e a consciência desta! Repreendeu-a severamente por causa do estado de sua vida naquela ocasião. A mulher reconheceu que o Senhor Jesus Cristo era profeta. o poder de sua Palavra para esquadrinhar o coração e convencer a consciência de coisas secretas, é prova da autoridade divina. Pensar que as coisas pelas quais lutamos desaparecem, deveria aplacar as nossas contendas. o motivo da adoração continuava sendo o mesmo; deveriam adorar a Deus como Pai; porém, será colocado um fim a todas as diferenças quanto ao lugar de adoração. A razão nos ensina a considerar a decência e a conveniência nos lugares aonde adoramos ao Senhor, porém a religião não dá preferência a um lugar em detrimento de outro, quanto à santidade e a aprovação de Deus. Os judeus tinham por certo a razão. Aqueles que obtiveram certo conhecimento de Deus por meio das Escrituras, sabem a quem adoram. João (Comentário Bíblico de Matthew) 16 A Palavra da salvação pertencia aos judeus, e chegou a outras nações através deles. Cristo preferiu, com justiça, a adoração judaica em detrimento da adoração samaritana, mas aqui fala do anterior como algo que logo terminará. Deus estava por ser revelado como o Pai de todos os crentes que viviam em todas as nações. O espírito ou a alma do homem, influenciado pelo Espírito Santo, deve adorar a Deus e ter comunhão com Ele. Os afetos espirituais, como se demonstram nas fervorosas orações, súplicas e ação de graças, constituem a adoração de um coração reto, no qual Deus se deleita e é glorificado. A mulher estava disposta a deixar a questão sem uma decisão até a vinda do Messias, mas Cristo disse-lhe: "Eu o sou, eu que falo contigo". Aquela mulher era uma samaritana, uma estrangeira hostil; o simples ato de falar com ela já seria considerado um desprestígio para o Senhor Jesus. contudo, Ele revelou-se a esta mulher com mais plenitude do que havia feito a qualquer um de seus discípulos. Nenhum pecado cometido no passado é capaz de impedir que sejamos aceitos por Ele,se nos humilharmos em sua presença, crendo nEle como sendo o Cristo, o Salvador do mundo. Vv. 27-42. Os discípulos sentiram-se admirados pelo fato de o Senhor estar conversando com uma samaritana, mesmo que soubessem que era por uma boa razão e para um bom propósito. Assim, pois, quando surgem dificuldades em detalhes relacionados à Palavra e à providência de Deus, é bom que nos satisfaçamos e tenhamos como bom a tudo o que o Senhor Jesus Cristo diga e faça. A mulher sentiu-se tocada por duas coisas: Pela magnitude do conhecimento do Senhor, pois Ele conhece todos os pensamentos, palavras e atitudes de todos os filhos dos homens; e pelo poder de sua Palavra, pois falou-lhe poderosamente sobre os pecados que ela mantinha em segredo. Apegou-se a esta pane do discurso de Cristo. Muitos pensariam que ela poderia mostrar-se resistente a aceitar a João (Comentário Bíblico de Matthew) 17 verdade, porém, o conhecimento de Cristo, ao qual somos dirigidos por meio da convicção do pecado, cura e salva. O povo daquele lugar foi a Ele. Aqueles que desejam conhecer a Cristo devem encontrá-lo onde Ele registra o seu nome. O nosso Mestre deixou-nos um exemplo para que aprendamos a fazer a vontade de Deus, assim como Ele a fez; com diligência, como aqueles que fazem dela a sua tarefa; com deleite e prazer nela. Cristo compara a sua obra à sega. A sega está determinada e cuida-se desta antes mesmo que chegue; assim foi com o Evangelho. O tempo de colher é um tempo de muito trabalho; então, todos devem estar ocupados no trabalho. O tempo da sega é curto e a obra da colheita deve então ser feita, ou definitivamente não se fará; assim pois o tempo do Evangelho será uma temporada impossível de ser recuperada quando passar. Às vezes Deus utiliza instrumentos muito frágeis e improváveis para começar e dar prosseguimento à boa obra. O nosso Salvador difundiu o conhecimento para todo um povo nesta ocasião, ensinando a uma pobre mulher. Benditos são aqueles que não se ofendem nem se escandalizam com Cristo, Aqueles que são ensinados por Deus desejam realmente aprender mais, vencer preconceitos acrescenta muito ao louvor de nosso amor por Cristo e por sua Palavra. A fé dos habitantes daquele lugar cresceu. Quanto a isto, eles creram que Ele é o Salvador não somente dos judeus, mas do mundo todo. com esta certeza, souberam que Cristo era verdadeiramente aquEle que havia de vir, e sobre esta base se fundamentaram, porque eles mesmos o ouviram. Vv. 43-54. Este pai era um oficial do rei, mas seu filho estava enfermo. As honras e os títulos não são garantias contra as enfermidades e a morte: Os homens mais importantes devem ir a Deus, devem tornar- se os mais humildes possíveis, quase como mendigos. O nobre não se deteve em sua petição até que foi atendido, mas primeiramente descobriu a fraqueza de sua fé no poder de Cristo. É difícil convencer-nos de que a distância de tempo e lugar não se tornaram obstáculo ao conhecimento, à misericórdia e ao poder de nosso Senhor Jesus Cristo. João (Comentário Bíblico de Matthew) 18 Cristo deu-lhes uma resposta de paz. Se Cristo disse que a alma vive, ela viverá. O pai do menino seguiu o seu caminho, o que demonstrou a sinceridade de sua fé. Satisfeito, não se apressou a retornar à sua casa naquela noite; regressou como quem está em paz com a sua consciência. Seus servos saíram ao seu encontro com a notícia da recuperação de seu filho. A boa nova sairá ao encontro daqueles que esperam na Palavra de Deus. Compararmos diligentemente as obras de Jesus com a sua Palavra é algo que confirma a nossa fé. E a cura trouxe a salvação àquela família. Assim, pois, experimentar o poder de uma Palavra de Cristo pode estabelecer a autoridade de Cristo na alma. Toda a família creu igualmente. O milagre fez com que quisessem Jesus para si mesmos. O conhecimento de Cristo ainda se difunde em meio às famílias, e os homens encontram saúde e salvação para as suas almas. João 5 Versículos 1-9: A cura no tanque de Betesda; 10-16. O descontentamento dos judeus; 17-23: Cristo reprova os judeus; 24-27: O sermão de Cristo. Vv. 1-9. Por natureza, todos nós somos, em assuntos espirituais, impotentes, cegos, coxos e frágeis. Porém, a provisão completa para a nossa cura já está consumada, se atentarmos para ela. Um anjo descia do céu de tempos em tempos e revolvia a água, que curava qualquer enfermidade, mas somente o primeiro que entrasse na água era beneficiado. Esta situação nos ensina a sermos cuidadosos, para que não deixemos passar uma oportunidade que poderá não regressar novamente. Aquele homem perdera os seus movimentos há trinta e oito anos. Nos queixaremos de uma noite cansativa, nós que, talvez por anos, apenas sabemos o que é estar enfermos por um dia, enquanto muitos outros, melhores do que nós, sabem o que é estar bem por um dia? João (Comentário Bíblico de Matthew) 19 Cristo separou a este dos demais. Aqueles que são afligidos por muito tempo, podem ter como consolo que Deus leva em conta e conhece exatamente quantos dias já se passaram. Observemos que este homem fala da falta de amabilidade daqueles que o rodeavam, sem expressar qualquer aborrecimento por isto. Assim como devemos ser agradecidos, devemos também ser pacientes. O Senhor Jesus curou este homem, mesmo não o tendo pedido e nem imaginado. Levanta-te e anda. A ordem de Deus: volte-se e viva; prepare para ti um novo coração, não pressupõe em nós o poder sem a graça de Deus, pois é a sua graça que distingue a ordem que deu ao homem incapacitado. O milagre foi realizado pelo poder de Cristo e Ele deve ter toda a glória. Que surpresa feliz para o pobre inválido, encontrar-se repentinamente tão bem, tão forte, tão capaz de conduzir-se a si mesmo! A prova de nossa saúde espiritual é que nos levantamos e andamos. Se Cristo curou as nossas enfermidades espirituais, vamos aonde Ele nos mandar ir, levemos aquilo que Ele nos impuser e andemos na presença dEle. Vv. 10-16. Aqueles que são aliviados dos castigos que vêm por causa do pecado, correm o perigo de voltarem a pecar quando terminam o terror e a restrição, a menos que a graça divina seque a fonte de seu pecado. A miséria a partir da qual os crentes são libertos e tornados íntegros, nos adverte a que não pequemos mais, por termos sentido o aguilhão do pecado. Esta é a voz de cada providência: vai-te e não peques mais. O Senhor Jesus Cristo viu que era necessário dar esta advertência, porque é freqüente que as pessoas prometam muito quando estão enfermas; e quando estão recém curadas cumprem somente pane daquilo que disseram; porém, após certo tempo, esquecem-se de tudo. Cristo fala da ira vindoura, a qual supera a comparação com as muitas horas, sim, com as semanas e anos de dor que alguns homens ímpios têm que sofrer, em conseqüência de suas indulgências ilícitas, e se tais aflições forem severas, quão temível será o castigo eterno do ímpio! João (Comentário Bíblico de Matthew) 20 Vv. 17-23. O poder divino do milagre demonstra que Jesus é o Filho de Deus, e Ele declara que trabalhava com o seu Pai, e o fazia como melhor lhe parecera. Os antigos inimigos de Cristo o compreenderam, e tornaram-se ainda mais violentos, acusando-o não somente de infringir o dia de repouso, mas de blasfemar chamado a Deus de seu próprio Pai, igualando-se deste modo a Deus. contudo, todas as coisas estavam confiadas ao Filho, agora e no juízo final, de modo intencional, para que todos honrem o Filho do mesmo modo com que honram o Pai. E todo aquele que não honre deste modo o Filho, seja o que for que pense ou planeje, não estará de maneira nenhuma honrando o Pai, que o enviou. Vv. 24-29. O nosso Senhor declara a sua autoridade e caráter como Messias. Chegaria o tempo em que os mortos ouviriam a sua voz como Filho de Deus e viveriam. O Senhor refere-se ao fato de, pelo poder do Espírito Santo, primeiro levantar aos que estavam mortos no pecado, dando-lhes uma nova vidae, em seguida, levantar os mortos dos sepulcros. O ofício de Juiz de todos os homens, somente pode ser exercido por aquEle que tem todo o conhecimento e poder onipotente. creiamos em seu testemunho: assim, a nossa fé e esperança estarão em Deus, e não entraremos em condenação. Que a sua voz chegue aos corações daqueles que estão mortos em pecados, para que possam fazer as obras do arrependimento, e prepararem-se para o dia solene. Vv. 30-38. O nosso Senhor retorna à sua declaração de completo acordo que existe entre o Pai e o Filho, e declara-se Filho de Deus. Tinha um testemunho superior ao de João; suas obras dão testemunho de tudo aquilo que Ele diz. Porém, a Palavra divina não tinha lugar permanente em seus corações, porque negavam-se a crer nEle, a quem o Pai havia enviado, conforme as suas antigas promessas. A voz de Deus, acompanhada pelo poder do Espírito Santo, feita eficaz para a conversão dos pecadores, ainda proclama que este é o Filho amado em quem Deus, o Pai se compraz. Não há lugar para que a Palavra de Deus permaneça João (Comentário Bíblico de Matthew) 21 nos homens, quando seus corações estão cheios de orgulho, ambição e amor ao mundo. Vv. 39-44. Os judeus consideravam que a vida eterna lhes era revelada em suas Escrituras, e que a possuíam porque tinham a Palavra de Deus em suas mãos. Jesus insiste com eles para que examinem as Escrituras com mais diligência e atenção. "Examinais as Escrituras", e fazeis bem nisto. Sem dúvida eles examinavam as Escrituras, mas com um enfoque em sua própria glória. É possível que os homens sejam muito estudiosos das letras das Escrituras, porém, estejam alheios ao poder nelas contido. Disse-lhes: "Examinais as Escrituras", e assim falou-lhes da natureza da aplicação destas. vós, que professais ter recebido e crido nas Escrituras, deixai que vos julguem; isto foi dito e aplica-se a todos nós, que somos cristãos, para que esquadrinhemos as Escrituras. Não devemos somente lê-las ou ouvi-las, e sim esquadrinhá- las, o que denota diligência para estudá-las. Devemos esquadrinhar as Escrituras em busca do céu como o nosso maior objetivo: nelas temos a vida eterna. Devemos esquadrinhar as Escrituras em busca de Cristo, como o novo e vivo caminho que conduz a este objetivo. O Senhor Jesus Cristo acrescenta a este testemunho as repreensões por causa da incredulidade e iniqüidade deles; a rejeição de sua pessoa, e de sua doutrina. Além do mais, reprova-os por causa da falta de amor deles para com Deus. Porém, em Jesus Cristo há vida para as pobres almas. Muitos que fazem uma grande profissão de serem religiosos, mostram, contudo, que falta-lhes o amor de Deus, pelo fato de rejeitarem a Cristo, e pelo desprezo que demonstram em relação aos seus mandamentos. o amor de Deus em nós, que é o princípio vivo e que age no coração, é o que Deus aceitará. Eles desprezaram e atribuíram pouco valor a Cristo, porque admiravam e valorizavam excessivamente a si mesmos. Como podem crer, aqueles que fazem do aplauso e do elogio dos homens o seu ídolo?! Sendo Cristo e os seus seguidores homens João (Comentário Bíblico de Matthew) 22 admiráveis, como poderão crer aqueles cuja suprema ambição é dar um bom espetáculo carnal?! Vv. 45-47. Muitos daqueles que confiam em alguma forma de doutrina ou partido não penetram nestes mais do que os judeus na lei de Moisés, quanto ao significado das doutrinas, ou dos pontos de vista das pessoas cujos nomes levam. Esquadrinhemos as Escrituras e oremos em relação a elas, com o intento de encontrar a vida eterna; observemos como Cristo é o grande tema delas, e vamos a Ele diariamente de modo cuidadoso, em busca da vida que somente Ele é capaz de nos conceder. João 6 Versículos 1-14: Cerca de cinco mil pessoas alimentadas milagrosamente; 15-21: Jesus caminha sobre o mar. 22-27: Jesus indica a comida espiritual; 28-65: O seu sermão à multidão; 66-71: Muitos dos discípulos deixam Jesus. Vv. 1-14. João narra o milagre de alimentar a multidão, para referir- se ao sermão que vem a seguir. Observe o efeito deste milagre sobre o povo. Até os judeus comuns esperavam que o Messias viesse ao mundo e fosse um grande profeta. Os fariseus os desprezavam por não conhecerem a lei; porém, eles conheciam mais aquEle que é o final da lei. Isso mostra que os homens podem admitir que Cristo é este Profeta, e ainda fazerem-se de surdos. Vv. 15-21. Aqui estavam os discípulos de Cristo no caminho de seu dever, e Cristo ora a favor deles; contudo, estão aflitos. Podem haver perigos e aflições neste tempo presente, mesmo aonde exista o interesse em Cristo. As nuvens e as trevas costumam rodear os filhos da luz e do dia. Vêem Jesus caminhando sobre o mar. Mesmo quando a libertação e o consolo se aproximam, costumam entendê-los tão mal, que convertem- se em ocasião para temer. Nada é mais forte para convencer os pecadores do que a Palavra: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues"; e nada é mais forte para consolar os santos do que isto: "Eu sou Jesus, a quem tu amas". Se recebemos a João (Comentário Bíblico de Matthew) 23 Cristo Jesus, o Senhor, ainda que a noite seja escura e o vento seja forte, mesmo assim, poderemos ter o consolo de que em breve estaremos na outra margem. Vv. 22-27. Ao invés de responder a pergunta que tinham em seus corações sobre como chegou até ali, Jesus os repreende. A maior seriedade deveria ser empregada para buscar a salvação através dos meios determinados, porém, deve ser buscada somente como um dom do Filho do homem. Fica provado que aquEle a quem o Pai tem designado é Deus. Ele declara com poder que o Filho do homem é o Filho de Deus. Vv. 28-35. O exercício constante da fé em Cristo é a parte mais importante e mais difícil da obediência que nos é exigida, como pecadores que buscam a salvação. Quando somos capacitados por sua graça para levarmos uma vida de fé no Filho de Deus, seguem os temperamentos santos e podem ser oferecidos cultos e adorações aceitáveis. Deus, o seu próprio Pai, que deu este alimento do céu aos antepassados dos judeus para sustentar a vida natural deles, agora deu- lhes o verdadeiro Pão para a salvação da alma de cada um deles. Ir a Jesus e crer nEle significa o mesmo. Cristo mostra que Ele é o verdadeiro Pão; Ele é para a alma aquilo que o pão é para o corpo, pois nutre e sustenta a vida espiritual. É o Pão de Deus, dado pelo Pai, que alimenta a nossa alma. O pão comum é capaz de alimentar somente através do trabalho do organismo vivo; porém, o próprio Cristo, que é o Pão vivo, alimenta-nos por seu próprio poder. A doutrina de Cristo crucificado é agora tão fortalecedora e consoladora para os crentes como sempre tem sido. Ele é o Pão que veio do céu. Indica a divindade da pessoa de Cristo e a sua autoridade; além do mais, a origem divina de todo o bem que nos vem por meio dEle. Digamos com inteligência e fervor: "Senhor, dá-nos sempre deste Pão". Vv. 36-46. O descobrimento da culpa, perigo e remédio para estes, por meio do ensino do Espírito Santo, faz com que os homens se João (Comentário Bíblico de Matthew) 24 disponham e alegrem-se por ir, e abandonem tudo o que os impede de ir a Ele em busca da salvação. A vontade do Pai é que nenhum daqueles que foram dados ao Filho sejam rejeitados ou perdidos por Ele. Ninguém virá a Ele até que a graça divina o subjugue e, ao menos em pane, transforme o seu coração; portanto, ninguém que venha será lançado fora. o Evangelho não encontra ninguém disposto a ser salvo na forma santa e humilde que aqui se dá a conhecer, e é Deus quem atrai a cada um por sua Palavra e por seu Espírito Santo. O dever do homem e da mulher é ouvir e aprender; ou seja, receber a graça oferecida e estar de acordo com a promessa. Ninguém jamais viu o Pai, exceto o seu amado Filho; e os judeus devem esperar que sejam ensinados por seu poder interior, exercido sobre as suas mentes por sua Palavra e pelos ministros que lhes envie. Vv. 47-51. A vantagemdo maná não era grande, pois servia somente para esta vida. o Pão da vida é tão excelente que aquele que se alimentar dele jamais morrerá. Este Pão representa a natureza humana de Cristo, que Ele tomou para apresentar ao Pai como sacrifício pelos pecados do mundo; para adquirir todas as coisas que estão relacionadas à vida e à piedade, para que os pecadores de todas as nações e épocas se arrependam e creiam nEle. Vv. 52-59. A carne e o sangue do Filho do homem denotam o Redentor em sua natureza humana; Cristo, crucificado, e a redenção realizada por Ele, com todos os benefícios preciosos da redenção: o perdão dos pecados, a aceitação por parte de Deus, o caminho ao trono da graça, as promessas do pacto, e a vida eterna. chama-se de carne e sangue de Cristo, porque foram comprados mediante o sacrifício de seu corpo e o derramamento de seu sangue. Além disto, porque são comida e bebida para a nossa alma. Comer esta carne e beber este sangue significa crer em Cristo. Participamos de Cristo e de seus benefícios por meio da fé. A alma que conhece corretamente o seu estado e a sua necessidade, encontra no Redentor, no Deus que foi manifestado em carne, todas as coisas que são capazes de acalmar a consciência e fomentar a verdadeira João (Comentário Bíblico de Matthew) 25 santidade. Meditar na cruz de Cristo dá vida ao nosso arrependimento, amor e gratidão. Vivemos por Ele, assim como os nossos corpos vivem por meio dos alimentos. Vivemos por Ele, assim como os membros de nosso corpo dependem da cabeça, e os galhos das árvores dependem da raiz; porque Ele vive, nós também viveremos. Vv. 60-65. A natureza humana de Cristo jamais havia estado no céu, porém, sendo simultaneamente Deus e homem, é dito com verdade que esta maravilhosa Pessoa desceu do céu. O reino do Messias não era deste mundo; eles deveriam compreender, por meio da fé, aquilo que Ele disse em relação a uma vida espiritual nEle e em sua plenitude. Como a carne do homem sem a alma não tem nenhum valor, assim, sem a vida que o Espírito de Deus traz, todas as formas de religião são monas e nulas. AquEle que fez esta provisão para a nossa alma é o único capaz de ensinar-nos estas coisas e atrair-nos a Cristo para que vivamos por meio da fé nEle. Apressemo- nos em ir a Cristo, agradecidos por Ele ter declarado que todo aquele que queira ir a Ele será recebido. Vv. 66-71. Quando admitimos em nossa mente duros pensamentos acerca das Palavras e das obras de Jesus, entramos em tentação de modo que, se o Senhor não o evitasse em sua misericórdia terminaríamos retrocedendo. O coração do homem, corrupto e mau, faz com que aquilo que é algo para o maior consolo seja uma ocasião de ofensa. o Senhor havia prometido vida eterna aos seus seguidores no sermão anterior; os discípulos aderiram a esta palavra simples e decidiram apegar-se fortemente a Ele, enquanto os demais aderiram às palavras duras e o abandonaram. A doutrina de Cristo é a Palavra de vida eterna. Portanto, devemos viver e morrer por ela. Se abandonarmos a Cristo, estaremos abandonando as nossas próprias misericórdias. Eles creram que Jesus era o próprio Messias que foi prometido aos seus patriarcas e pais, o Filho do Deus vivo. Quando somos tentados a nos desviar, é bom que nos lembremos dos princípios antigos e João (Comentário Bíblico de Matthew) 26 mantenhamo-nos neles. Lembremo-nos sempre da pergunta de nosso Senhor: "Quereis vós também retirar-vos?". Abandonaremos e nos afastaremos de nosso Redentor? Para quem iremos nós? Somente Ele é capaz de dar a salvação por meio do perdão dos pecados. Somente este fato é capaz de dar-nos a confiança, consolo e gozo, e faz com que o temor e o abatimento fujam. É somente assim que se pode alcançar a única felicidade que é firme neste mundo, e abre o caminho à felicidade eterna no porvir. João 7 Versículos 1-13: Cristo comparece à festa dos tabernáculos; 14-39: O seu sermão durante a festa; 40-53: O povo discute a respeito de Cristo. Vv. 1-13. Os irmãos ou parentes de Jesus desgostaram-se, quando deram-se conta de que não tinham possibilidades de alcançar vantagens mundanas por meio dEle. Os homens ímpios, às vezes, se dispõem a aconselhar aqueles que estão ocupados na obra de Deus, mas somente dão conselhos na direção daquilo que provavelmente promova as vantagens neste mundo. Houve discórdia entre o povo sobre a sua doutrina e os seus milagres, enquanto aqueles que eram a seu favor não se atreviam a reconhecer os seus sentimentos de forma aberta. Aqueles que consideram que os pregadores do Evangelho são enganadores, dizem aquilo que pensam, enquanto muitos que estão a favor dos pregadores temem ser censurados por reconhecer que os consideram como bons. Vv. 14-24. Todo ministro fiel pode adotar humildemente as Palavras de Cristo. A doutrina que pregam não é uma invenção própria, mas é a Palavra de Deus, por meio do ensino de seu Espírito. E em meio às disputas que perturbam o mundo, se um homem de qualquer nação procurar fazer a vontade de Deus, saberá se a doutrina é de Deus ou se os homens falam de si mesmos. Somente aqueles que odeiam a verdade serão entregues a erros que lhes serão fatais. João (Comentário Bíblico de Matthew) 27 Certamente restaurar a saúde de um aflito está de acordo com o propósito do dia do repouso, da mesma forma que administrar um culto exterior. Jesus disse-lhes que deveriam decidir sobre a sua conduta, conforme a importância espiritual da lei divina. Não devemos julgar a alguém por seu aspecto exterior, mas pelo valor que esta pessoa tem, bem como pelos dons e pela graça do Espírito de Deus em sua vida. Vv. 25-30. Cristo proclamou em alta voz, que estavam equivocados em seus pensamentos em relação à sua origem. Ele foi enviado por Deus, porque demonstrou as promessas de Deus de modo fiel. Esta declaração de que eles não conheciam a Deus, com a pretensão que possuíam de ter um conhecimento peculiar, provocou os ouvintes; eles procuraram detê- lo, mas Deus pode atar as mãos dos homens, mesmo que não converta os seus corações. Vv. 31-36. Os sermões de Jesus convenceram a muitos de que Ele era o Messias, mas não tinham a coragem necessária para reconhecê-lo. É um consolo para aqueles que estão neste mundo, mas que não são daqui, e por esta razão são odiados e estão cansados deste, que não estarão aqui para sempre. Bom é que os nossos dias não sejam muitos por serem maus. Os dias de vida e graça não duram muito; e quando os pecadores estiverem em desgraça, se alegrariam se tivessem a ajuda que agora desprezam. Os homens discutem sobre suas palavras, e quando chegar o dia determinado, tudo se explicará. Vv. 37-39. No último dia da festa dos tabernáculos, os judeus tiravam água e derramavam-na perante o Senhor. Supõe-se que Cristo faça alusão a esta prática. Quem desejar ser realmente feliz, e para sempre, venha a Cristo e submeta-se a Ele. A sede significa o forte desejo de bênçãos espirituais, que nenhuma outra coisa é capaz de satisfazer; assim, pois, as influências santificadoras e consoladoras do Espírito Santo, estão representadas pelas águas, às quais Jesus convida que vão e bebam. A consolação flui de Jesus de modo abundante e constante como em um rio; forte como uma torrente, para derrubar a oposição das dúvidas e dos temores. Há em Cristo uma plenitude de João (Comentário Bíblico de Matthew) 28 graça sobre graça. O Espírito que mora e trabalha na vida dos crentes é como uma fonte de águas vivas, uma corrente da qual fluem rios abundantes, que refrescam e limpam como a água. Busquemos os dons miraculosos do Espírito Santo, e peçamos as influências mais comuns e mais valiosas. Estes rios de águas vivas fluem de nosso Redentor glorificado até hoje, alcançando os lugares mais remotos da terra. Tenhamos o desejo de dá-los a conhecer ao nosso próximo. Vv. 40-53. A maldade dos inimigos de Cristo é sempre irracional e, às vezes, não se pode esperar que seja refreada, jamaisalgum homem falou com a sabedoria, poder, graça, e com a doçura com que Cristo fala. Ah! Muitos daqueles que estiveram por certo tempo refreados e que falaram bem da Palavra de Jesus, perderam rapidamente as suas convicções e continuaram em seus pecados! Alguns são motivados de modo néscio em assuntos que possuem peso eterno, por motivos exteriores, tornando-se até mesmo dispostos a serem condenados por amor à moda, como a sabedoria de Deus escolhe aquilo que os homens desprezam, assim, por suas atitudes néscias os homens desprezam freqüentemente aqueles a quem Deus tem escolhido. O Senhor muitas vezes poupa os seus discípulos tímidos e frágeis tirando-os da linha de frente, e às vezes utiliza-os para derrotar os desígnios de seus inimigos. João 8 Versículos 1-11: Os fariseus e a mulher adúltera; 12-59: O diálogo entre Cristo e os fariseus. Vv. 1-11. Cristo não encontrou defeitos na lei, nem escusou a culpa da mulher prisioneira; tampouco levou em conta o pretenso zelo dos fariseus. Condenam-se a si mesmos aqueles que julgam aos demais e, contudo, fazem o mesmo que estes. Todos aqueles que de alguma maneira são chamados a atribuir culpas ao próximo por causa das faltas que cometem, deverão estar especialmente preocupados por cuidarem de si mesmos e manterem-se puros. Neste assunto, Cristo deu ênfase à grande obra pela qual veio ao mundo, que consiste em levar pecadores João (Comentário Bíblico de Matthew) 29 ao arrependimento, não para destruí-los, mas para salvá-los. O Senhor desejava levar ao arrependimento não somente ao acusado, mostrando- lhe a sua misericórdia, mas também aos acusadores, mostrando-lhes os pecados que eles praticavam. Pensaram que estavam colocando uma armadilha diante do Senhor Jesus, porém, Ele procurou convencê-los e convertê-los. O Senhor se recusou a mudar naquele momento o seu ofício de Salvador para juiz. Muitos delitos merecem um castigo mais severo do que o recebido, e jamais devemos deixar a nossa própria obra para assumirmos alguma outra à qual não fomos chamados. Quando o Senhor mandou que a mulher fosse embora, despediu-a sob a seguinte recomendação: "Vai-te e não peques mais". Aqueles que ajudam a salvar a vida de um transgressor, devem empregar o mesmo cuidado para ajudar a salvar a alma deste. Aqueles a quem Cristo não condena são verdadeiramente felizes. O favor de Cristo para conosco ao perdoar os pecados que cometemos no passado, deve prevalecer em nossa vida: Vai-te e não peques mais. Vv. 12-16. Cristo é a Luz do mundo. Deus é luz, e Cristo é a imagem do Deus invisível. Um sol ilumina todo o mundo; da mesma maneira, um só Cristo o faz, e não é necessário mais de um. Que masmorra escura o mundo seria se não tivesse o sol! Assim seria sem Jesus, por quem a luz veio ao mundo. Aqueles que seguem a Cristo não andarão em trevas. Não serão deixados sem o conhecimento das verdades necessárias para impedir o erro destruidor, mas terão as instruções necessárias no caminho do dever, para guardá-los do pecado que condena a todos. Vv. 17-20. Se conhecêssemos melhor a Cristo, conheceríamos melhor ao Pai. Aqueles que não aprendem de Cristo tornam-se vãos em suas imaginações a respeito de Deus. Aqueles que não conhecem a sua glória e nem a sua graça, não conhecem o Pai que o enviou, o tempo de nossa partida deste mundo depende de Deus, os nossos inimigos não são capazes de apressá-la, e nem os nossos amigos são capazes de retardar o João (Comentário Bíblico de Matthew) 30 tempo designado pelo Pai. Todo crente verdadeiro pode olhar para cima e dizer com prazer: os meus dias estão em tuas mãos, e é melhor que estejam nelas do que nas minhas. Para todos os propósitos de Deus há um tempo determinado. Vv. 21-29. Aqueles que vivem uma vida de incredulidade estarão perdidos para sempre se morrerem na incredulidade. os judeus pertenciam a este mundo mau atual, mas a natureza de Jesus é divina e celestial, de modo que a sua doutrina, o seu reino e as suas bênçãos jamais se adaptariam ao gosto deles. A maldição da lei é retirada, para todos aqueles que se submetem à graça do Evangelho. Nada, exceto a doutrina da graça de Cristo, será um argumento suficientemente poderoso para fazer com que nos voltemos do pecado a Deus; este Espírito e esta doutrina são dados para que trabalhe somente naqueles que crêem em Cristo. Alguns dizem: Quem é este Jesus? Eles o reconhecem como um profeta, um Mestre excelente, e até mesmo como alguém maior do que uma criatura, mas são incapazes de reconhecê-lo, acima de tudo, como o Deus bendito pelos séculos dos séculos. Isto não será o bastante? Jesus aqui responde à pergunta: Isto tem a finalidade de honrá-lo como Pai? Reconhece que Jesus é a Luz do mundo e a Vida dos homens, e que Ele é um com Deus Pai? Todos saberão, por sua conversão ou em sua condenação, que Ele sempre falou e realizou aquilo que era do agrado do Pai, mesmo quando reivindicava para si mesmo as honras mais excelsas. Vv. 30-36. Um poder tão grande acompanhava as palavras que eram proferidas por nosso Senhor, que muitos se convenceram e professaram que criam nEle. Ele os estimulou para que escutassem os seus ensinos, para que confiassem em suas promessas, e obedecessem os seus mandamentos, apesar de todas as tentações que sofriam para que praticassem o mal. Agindo desta maneira seriam verdadeiramente seus discípulos, e aprenderiam por meio dos ensinos de sua Palavra e de seu Espírito Santo, aonde estão a esperança e a força deles. João (Comentário Bíblico de Matthew) 31 Cristo falou de liberdade espiritual; porém, os corações carnais não sentem outros pesares além daqueles que prejudicam o corpo, e que perturbam os seus assuntos mundanos. Se lhes for falado sobre a sua liberdade e daquilo que lhes é próprio, do desperdício ocorrido em suas terras, ou do dano infligido às suas casas, entenderão muito bem. Porém, se lhes for falado sobre a escravidão do pecado, do cativeiro de Satanás, e da liberdade que é concedida por Cristo, do mal que é feito às suas próprias almas, e o risco que existe contra o seu bem-estar eterno, então comportam-se como se alguém estivesse levando coisas estranhas aos seus ouvidos. Jesus recordou-lhes claramente que o homem que pratica qualquer pecado é efetivamente um escravo do pecado, como era o caso da maioria deles. o Senhor Jesus Cristo nos oferece liberdade no Evangelho. Somente Ele tem poder para conceder esta liberdade, e aqueles a quem Cristo liberta, verdadeiramente são livres. Contudo, muitas vezes vemos pessoas que debatem a respeito de muitos tipos de liberdade, enquanto elas mesmas são escravas de alguma luxúria pecaminosa. Vv. 37-40. O Senhor resiste ao orgulho e à vã confiança destes judeus, mostrando-lhes que o fato de serem descendentes de Abraão não é de nenhum proveito àqueles que têm o espírito contrário ao que o próprio Abraão teve. Não se pode esperar por nada de bom, aonde a Palavra de Deus não tem lugar; aí se dá lugar a todo o tipo de iniqüidade. Um enfermo que regressa de sua consulta médica, e não toma nenhum remédio e nem se alimenta, perdeu a esperança de recuperar-se. A verdade cura e alimenta os corações daqueles que a recebem. A verdade ensinada pelos filósofos não tem este poder e nem este efeito, que somente a verdade de Deus possui. Aqueles que reclamam os privilégios de Abraão, devem praticar as obras que Abraão praticou. Devem ser estrangeiros e peregrinos neste mundo; devem manter a adoração a Deus em sua família e devem andar sempre na presença de Deus. João (Comentário Bíblico de Matthew) 32 Vv. 41-47. Satanás dispõe os homens a cometerem excessos, pelos quais assassinam a si mesmos e ao próximo, enquanto aquilo que ele coloca nas mentes tende a destruir as almas dos homens. Ele é o grande causador de todo o tipo de falsidade. É mentiroso, e realiza todas as suas tentações chamando de bom aquilo que na verdade é mau, e chamando de mau aquilo que é bom, prometendoliberdade para aqueles que pecarem. Ele é o autor de todas as mentiras; os mentirosos se parecem com ele, e terão a sua parte juntamente com ele para todo o sempre. As luxúrias especiais do Diabo são a maldade espiritual, o desejo da mente e os argumentos corruptos, a soberba e a inveja, a ira e a malícia, a inimizade contra tudo o que é bom, e o estímulo ao próximo para que pratique o mal. Aqui, a verdade é a vontade revelada de Deus para a salvação dos homens por meio de Jesus Cristo, a verdade que Cristo estava agora pregando, à qual os judeus se opuseram. Vv. 48-53. Observe o desprezo de Cristo em relação aos aplausos dos homens. Aqueles que estão mortos para os elogios dos homens podem suportar o desprezo destes. Deus procura a honra de todos aqueles que não buscam aquilo que é exclusivamente seu. Nestes versos temos a doutrina da felicidade eterna dos crentes. Temos o caráter do crente; este é o que guarda as palavras do Senhor Jesus, o privilégio do crente é que não verá a morte para sempre. Mesmo que agora não possa evitar ver a morte, e também não possa deixar de prová-la, contudo, dentro de pouco tempo, estará naquele lugar bendito aonde não haverá mais morte (Êx 14.13). Vv. 54-59. Cristo e todos os seus dependem de Deus quanto à honra, os homens podem ser capazes de debater a respeito de Deus, mesmo sem conhecê-lo. Aqueles que não conhecem a Deus, são colocados juntamente com aqueles que não obedecem o Evangelho de Cristo (2 Ts 1.8). Todos aqueles que conhecem algo a respeito de Cristo de modo reto, desejam fervorosamente conhecer mais sobre Ele. Aqueles que discernem o alvorecer da luz do Sol da justiça, desejam ver o seu levante. João (Comentário Bíblico de Matthew) 33 "Antes que Abraão existisse, eu sou". Esta declaração refere-se a Abraão como uma criatura e a nosso Senhor Jesus Cristo como seu Criador. Portanto, Ele pode de modo justo engrandecer-se mais do que Abraão. "Eu Sou" é o nome de Deus (Êx 3.14). Esta frase fala de sua existência, de si mesmo e por meio de si mesmo; Ele é o Primeiro e o Último, é sempre o mesmo (Ap 1.8). Assim, pois, não somente era antes de Abraão, mas antes de todos os mundos (Jo 1.1). Como Mediador, foi o Messias ungido muito antes de Abraão, o Cordeiro imolado desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Cristo foi feito Sabedoria, Justiça, Santificação e Redenção de Deus para Adão e Abel, e para todos aqueles que antes de Abraão viveram e morreram pela fé nEle. Os judeus estavam prestes a apedrejar Jesus acusando-o de blasfemar, mas Ele se retirou; por seu poder miraculoso passou ileso pelo meio deles. Professemos constantemente o que sabemos e aquilo em que cremos em relação a Deus. E se somos herdeiros da fé de Abraão, nos regozijaremos esperando o dia em que o Salvador aparecerá em glória para a confusão dos seus inimigos, e para completar a salvação de todos aqueles que nEle crêem. João 9 Versículos 1-7: Cristo dá a visão a um cego de nascença; 8-12: O relato do cego; 13-17: Os fariseus interrogam o homem que havia sido cego; 18-23: Perguntam-lhe a respeito dEle; 24-34: Expulsam-no; 35- 38: As palavras de Cristo ao homem que havia sido cego; 39-41: Jesus repreende os fariseus. Vv. 1-7. Cristo curou a muitos que eram cegos por causa de enfermidades ou acidentes. Nesta passagem o Senhor cura um homem que nasceu cego. Assim, mostrou o poder que possui para socorrer as pessoas nos casos de maior desespero, bem como a obra de sua graça nas almas dos pecadores, que dá vista àqueles que são cegos por natureza. Este pobre homem não podia ver a Cristo, porém, Cristo o viu. E se sabemos ou percebemos algo relacionado a Cristo, isto se deve a termos João (Comentário Bíblico de Matthew) 34 sido primeiramente conhecidos por Ele, o Senhor fala de calamidades extraordinárias, que nem sempre devem ser consideradas como castigos especiais por causa de pecados. Às vezes, são para a glória de Deus e para manifestar as suas obras. A nossa vida é o nosso dia, em que temos como obrigação realizar o nosso trabalho diário. Devemos estar ocupados e não desperdiçar o tempo do dia; o tempo de repouso deve ser quando o nosso dia tiver terminado, porque é apenas um dia. A aproximação da morte deveria nos estimular para que aproveitássemos todas as oportunidades de fazer e receber o bem. Devemos fazer rapidamente o bem que tenhamos oportunidade de fazer. E aquele que nunca faz uma boa obra, de modo que não haja nenhuma objeção em relação a ela, deixará mais tarde uma boa obra ainda por fazer (Ec 11.4). O Senhor Jesus Cristo magnificou o seu poder, ao fazer com que um cego enxergasse, fazendo aquilo que alguém poderia pensar que teria como resultado mais provável tornar cego a alguém que enxergasse. A razão humana não pode julgar os métodos do Senhor, que utiliza meios e instrumentos que os homens desprezam. Aqueles que serão curados por Cristo devem ser governados por Ele. Regressou do tanque maravilhando-se e maravilhado; saiu dali enxergando. Este fato representa os benefícios de prestar atenção às ordenanças determinadas por Cristo. As almas chegam a Ele fracas e se vão fortalecidas; chegam duvidando e se vão satisfeitas; chegam com dores e se vão com júbilo; chegam cegas e se vão enxergando. Vv. 8-12. Sabemos que aqueles cujos olhos são abertos e cujos corações são limpos pela graça, são as mesmas pessoas. Porém, estas passam a ter um caráter completamente diferente, e vivem como monumentos da glória do Redentor, e recomendam a sua graça a todos aqueles que desejam a mesma preciosa salvação. Bom é que prestemos bastante atenção no caminho e no método das obras de Deus, e veremos então mais maravilhas. Apliquemos este fato espiritualmente. Vemos a transformação que é realizada na alma por meio da obra da graça, mas João (Comentário Bíblico de Matthew) 35 não vemos a mão que a realiza. o caminho do Espírito Santo é como o caminho do vento, do qual alguém ouve o som, mas não é capaz de dizer de onde vem nem para onde vai. Vv. 13-17. O Senhor Jesus Cristo não somente realizou milagres no dia do repouso, mas o seu modo fez com que os judeus se sentissem ofendidos, porque pareceu não ceder diante dos escribas e fariseus. o zelo que estes tinham somente pelos rituais, consumiu os assuntos importantes da religião. Portanto, Cristo não permitiu que eles se estendessem. Além do mais, as obras necessárias e as obras de misericórdia são permitidas, e o repouso sabático deveria ser guardado para a obra do dia de repouso. Quantos olhos cegos têm sido abertos por meio da pregação no dia do Senhor! Quantas almas impotentes são curadas neste dia! Muitos juízos ímpios e desapiedados vêm dos homens que acrescentam as suas próprias fantasias aos desígnios de Deus. Quão perfeito em sabedoria e santidade é o nosso Redentor, a ponto dos seus inimigos não poderem encontrar nada contra Ele, senão a acusação de violação do dia de repouso, por tantas vezes refutada! Fazendo o bem, sejamos capazes de silenciar a ignorância dos homens néscios. Vv. 18-23. Os fariseus tinham a vã esperança de refutar este notável milagre. Esperavam por um Messias, e sequer suportavam pensar que Ele fosse este Jesus, porque os seus preceitos eram completamente contrários às tradições deles, e porque tinham a expectativa de um Messias com pompa e esplendor exterior. O temor do homem armará laços (Pv 29.25) e, muitas vezes, faz com que as pessoas neguem e desconheçam a Cristo, as suas verdades e os seus caminhos, e atuem contra as suas consciências. Os indoutos e pobres que têm corações simples, extraem rapidamente inferências apropriadas das provas da luz do Evangelho, mas aqueles cujos desejos são de outro caminho, ainda que estejam sempre aprendendo, jamais chegam ao conhecimento da verdade. Vv. 24-34. Como as misericórdias de Cristo são de valor supremo para aqueles que percebem as suas necessidades, eram cegos mas agora João (Comentário Bíblico de Matthew) 36 vêem. Assim,os afetos mais poderosos e duradouros por Cristo, surgem de conhecê-lo verdadeiramente. Ainda que não possamos dizer quando, como e por meio de quais passos se realiza a transformação da obra da graça na alma, ainda assim podemos ter o consolo, se por meio da graça pudermos dizer: Eu era cego, mas agora vejo. Eu levava uma vida mundana, uma vida sexual pecaminosa, porém agora, graças a Deus, tudo mudou (Ef 5.8). A incredulidade daqueles que desfrutam dos meios de conhecimento e convicção é sem dúvida prodigiosa. Todos aqueles que já sentiram o poder e a graça do Senhor Jesus, maravilham-se perante a disposição voluntária de outros que a rejeitam. Este discute com eles de modo vigoroso, que Jesus não era pecador e que era de Deus. Que cada um de nós possa saber por isto se somos ou não de Deus: O que fazemos? O que fazemos para Deus? O que fazemos por nossa alma? O que fazemos mais do que outros? Vv. 35-38. Cristo reconhece aqueles que o reconhecem, que reconhecem a sua verdade e os seus caminhos. Nota-se em particular aqueles que sofrem na causa de Cristo, e pelo testemunho de uma boa consciência, o Senhor Jesus revela-se ao homem por sua graça. Agora este tornou-se sensato; que misericórdia impossível de se expressar foi ser curado de sua cegueira, para que pudesse ver o Filho de Deus. Ninguém senão Deus deve ser adorado; assim, ao adorar Jesus, reconheceu-o como Deus. Todos aqueles que nEle crêem o adorarão. Vv. 39-41. O Senhor Jesus Cristo veio ao mundo para dar vista àqueles que são espiritualmente cegos. Além do mais, para que todos aqueles que vêem tornem-se cegos; para que aqueles que têm um elevado conceito de sua própria sabedoria sejam selados em sua ignorância. A pregação da cruz era considerada loucura por aqueles que não conheceram a Deus, que tinham somente sabedoria carnal. Nada é capaz de fortalecer os corações corruptos dos homens contra as convicções da Palavra, mais do que a elevada opinião que os outros têm João (Comentário Bíblico de Matthew) 37 em relação a eles, como se tudo o que os homens aplaudem devesse ser aceito por Deus. Cristo os silenciou, porém persiste o pecado daquele que é vaidoso e daquele que confia em si mesmo. Eles rejeitam o Evangelho da graça, e portanto, a culpa por seu pecado continua sem ser perdoada, e o poder de seu pecado continua intacto. João 10 Versículos 1-5: A parábola do bom pastor. 6-9: Cristo, a porta; 10- 18: Cristo, o Bom Pastor. 19-21: A opinião dos judeus sobre Jesus; 22- 30: O Seu sermão na festa da dedicação; 31-38: Os judeus procuram apedrejar Jesus; 39-42: A saída de Jerusalém. Vv. 1-5. Aqui está uma parábola ou uma símile tomada dos costumes do oriente, para cuidar de ovelhas. Os homens, como criaturas que dependem de seu criador, são chamados de ovelhas do seu pasto. A Igreja de Deus no mundo é como um redil de ovelhas, exposto aos enganadores e aos perseguidores. O grandioso Pastor das ovelhas conhece todas as suas, cuida delas por meio de sua providência, dirige-as por seu Espírito e por sua Palavra, e vai adiante delas como os pastores orientais iam adiante de suas ovelhas para colocá-las no caminho após os seus passos. Os ministros devem servir as ovelhas em suas preocupações espirituais. O Espírito de Cristo lhes colocará diante de uma poria aberta. As ovelhas de Cristo obedecerão ao seu Pastor, e serão cautelosas e tímidas com os estranhos que as queiram tirar do caminho da fé nEle, e levá-las às fantasias a respeito dEle. Vv. 6-9. Muitos que ouvem a Palavra de Cristo não a compreendem porque não querem; porém, nós encontraremos que uma passagem explica a outra, e o bendito Espírito Santo dá a conhecer o bendito Senhor Jesus. Cristo é a porta; e que maior segurança a Igreja de Deus poderia ter do que saber que o Senhor Jesus está entre ela e todos os seus inimigos? Ele é uma poria aberta para passar e para comunicar. Aqui estão João (Comentário Bíblico de Matthew) 38 instruções claras sobre como entrar no redil. Devemos entrar por Jesus Cristo pois Ele é a poria. Pela fé nEle, como o grande Mediador entre Deus e o homem. Além do mais, temos promessas preciosas para aqueles que obedecem esta instrução, Cristo dá todo o cuidado à sua Igreja, e a cada crente, assim como um bom pastor o faz para o seu rebanho. E Ele espera que a Igreja e cada crente o atendam e mantenham-se em seu redil. Vv. 10-18. Cristo é o Bom Pastor; muitos não eram ladrões, mas foram negligentes com o seu dever, e o rebanho sofreu muitos danos por causa do descuido destes. os maus princípios são a raiz dos maus costumes. O Senhor Jesus conhece aqueles a quem escolheu, e os tem em segurança; eles também sabem em quem confiaram e estão seguros nEle. Observemos aqui a graça de Cristo. Uma vez que ninguém poderia tirar-lhe a vida, Ele mesmo a entrega, para que nós sejamos redimidos. Ele se ofereceu para ser o Salvador: Eis aqui venho (Sl 40.7). A necessidade de nosso caso pedia que fosse deste modo, e Ele se ofereceu para o sacrifício. Ele foi o ofertante e a oferta, de modo que a entrega de sua vida foi uma oferta que Ele mesmo realizou. A partir disto fica claro que Ele morreu no lugar e como substituto dos homens, para conseguir que eles fossem livres do castigo do pecado, para alcançar para eles o perdão e para que por sua morte adquirisse este perdão. O nosso Senhor não entregou a sua vida por sua doutrina, mas por suas ovelhas. Vv. 19-21. Satanás consegue destruir a muitos, tirando deles o interesse pela Palavra e pelos mandamentos. os homens não toleram que alguém zombe deles por precisarem de alimento, mas permitem que zombem deles por causa daquilo que é muito mais necessário. Se o nosso zelo e fervor na causa de Cristo, especialmente na bendita obra de levar as suas ovelhas ao seu redil, nos causa uma má fama, não a ouçamos, e lembremo-nos que assim rejeitaram o nosso Mestre antes de nós. João (Comentário Bíblico de Matthew) 39 Vv. 22-30. Todos aqueles que têm algo a dizer a Cristo podem encontrá-lo no templo. Cristo nos fará crer; nós causamos dúvidas a nós mesmos. os judeus entenderam o significado, mas não puderam dar forma às suas palavras como uma acusação completa contra Ele. O Senhor descreveu a disposição da graça e o estado de felicidade de suas ovelhas; elas ouviram e creram em sua Palavra, seguiram-no como seus fiéis discípulos, e nenhum deles perecerá, porque o Filho e Deus Pai são um. Assim, pode defender as suas ovelhas contra os seus inimigos, o que prova que o plano da salvação inclui Cristo demonstrar que temo mesmo poder e perfeição divinos, iguais ao Pai. Vv. 31-38. As obras de poder e misericórdia de Cristo o proclamam como sendo o Deus bendito, acima de tudo e de todos, e pelos séculos dos séculos. Todos devem saber e crer que Ele está no Pai, e que o Pai está nEle. O Pai santifica aqueles a quem envia. o Santo Deus recompensará e, portanto, somente empregará aqueles a quem Ele santificar. O Pai está no Filho, de modo que pelo poder divino, o Filho realizou os seus milagres; o Filho estava no Pai, de modo que conhecia a sua mente de modo completo. Não podemos compreender profundamente estes fatos, nem mesmo buscando-o, mas podemos conhecer e crer nestas declarações de Cristo. Vv. 39-42. Nenhuma arma forjada contra o Senhor prosperará. Não escapou porque temesse o sofrimento, mas porque a sua hora ainda não havia chegado. AquEle que sabia livrar a si mesmo, sabe como livrar os santos das tentações que enfrentam, e preparar-lhes um caminho para que escapem, os perseguidores podem expulsar a Cristo ou ao seu Evangelho de suas cidades ou países, porém, não podem expulsá-los do mundo. Quando conhecemos a Cristo por meio da fé que há em nossos corações, encontramos que tudo o que as Escrituras dizem a respeito dEle é verdade. João (Comentário Bíblico de Matthew) 40 João 11 Versículos 1-6. A enfermidade de Lázaro; 7-10: Cristo retorna à Judéia; 11-16. A morte de Lázaro;
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