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LUCAS VOLTAR Introdução Capítulo 1 Capítulo 7 Capítulo 13 Capítulo 19 Capítulo 2 Capítulo 8 Capítulo 14 Capítulo 20 Capítulo 3 Capítulo 9 Capítulo 15 Capítulo 21 Capítulo 4 Capítulo 10 Capítulo 16 Capítulo 22 Capítulo 5 Capítulo 11 Capítulo 17 Capítulo 23 Capítulo 6 Capítulo 12 Capítulo 18 Capítulo 24 Introdução De modo geral entende-se que este evangelista foi médico e companheiro do apóstolo Paulo. O estilo de seus escritos, e a sua familiaridade aos ritos e costumes dos judeus, demonstram de modo fidedigno que era judeu, enquanto o seu conhecimento do grego, bem como o seu nome, declaram a sua origem gentia. É mencionado pela primeira vez em Atos 16.10-11, junto com Paulo em Troas, de onde acompanhou-o até Jerusalém, e esteve com ele em sua viagem e durante o período em que esteve preso em Roma. Este Evangelho parece ter sido concebido para substituir as muitas narrações defeituosas e não autênticas que estavam em circulação, e para dar um relato genuíno e inspirado da vida, milagres e doutrinas de nosso Senhor, aprendidas daqueles que ouviram e presenciaram os seus sermões e milagres. Lucas 1 Versículos 1-4: Prefácio; 5-25: Zacarias e Isabel; 26-38: O anúncio do nascimento de Cristo; 39-56: O encontro de Maria e Isabel; 57-66: O nascimento de João Batista; 67-80: O cântico de Zacarias. Vv. 1-4. Lucas não escreve sobre coisas acerca das quais os cristãos podem diferir entre si, e estarem vacilantes, mas sim daquilo que é e deve ser crido com toda a certeza. A doutrina de Cristo é aquilo em que os homens mais sábios e melhores, têm arriscado as suas almas com Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 2 confiança e satisfação. os grandes sucessos de que dependem as nossas esperanças foram escritos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da Palavra, e foram aperfeiçoados em seu entendimento por meio da inspiração divina. Vv. 5-25. O pai e a mãe de João Batista eram pecadores como qualquer um de nós, e foram justificados e salvos da mesma forma que os demais; porém, foram iminentes por sua piedade e integridade. Não tinham filhos, e não poderiam esperar que Isabel os tivesse, por causa de sua idade avançada. Enquanto Zacarias queimava o incenso no templo, toda a multidão orava do lado de fora. Todas as orações que oferecemos a Deus são aceitas, e têm êxito somente por causa da intercessão de Cristo no templo de Deus, no alto. Não podemos ter a expectativa de possuir ali algum ganho se não orarmos com o nosso espírito e com fervor. Tampouco podemos esperar que o melhor de nossas orações seja aceito, e traga uma resposta de paz, se não for por meio da mediação de Cristo, que vive sempre fazendo intercessão por nós. As orações que Zacarias oferecia freqüentemente receberam uma resposta de paz. As orações de fé são arquivadas no céu, e jamais são esquecidas. As orações que fizemos quando éramos jovens e estávamos começando a andar neste mundo, podem ser respondidas quando formos idosos e estivermos deixando este mundo. As misericórdias são duplamente doces, quando são concedidas como respostas às orações. Zacarias terá um filho em sua idade avançada, o qual será o instrumento para a conversão de muitas almas a Deus, e para a sua preparação para receberem o Evangelho de Cristo. Se apresentará diante dEle com coragem, zelo, santidade e uma mente morta em relação aos interesses e prazeres mundanos. Os desobedientes e os rebeldes seriam convertidos à sabedoria de seus antepassados justos, ou melhor, levados a atender a sabedoria do Justo que viria a eles. Zacarias ouviu tudo o que o anjo disse, porém, falou com incredulidade. Deus o tratou de modo justo ao deixá-lo mudo, porque Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 3 Zacarias havia colocado objeções à Palavra de Deus. Podemos admirar a paciência de Deus para conosco. Deus tratou-o de modo amável, porque deste modo impediu-o de falar coisas más, coisas apartadas da fé e em incredulidade. Assim, também, Deus confirmou a sua fé. Se pelas repreensões a que estamos submetidos por causa de nossos pecados, formos dirigidos a dar mais crédito à Palavra de Deus, não teremos razões para nos queixar. Até mesmo os verdadeiros crentes algumas vezes desonram a Deus por incredulidade; e as suas bocas são fechadas com silêncio e confusão, quando, pelo contrário, deveriam estar louvando a Deus com gozo e gratidão. Nos tratos da graça de Deus para conosco, temos de observar a bondosa consideração que Ele nos tem. olhou para nós com compaixão e favor, e portanto, é assim que nos tem tratado. Vv. 26-38. Aqui temos um relato da mãe de nosso Senhor. Ainda que jamais devamos orar a ela, devemos louvar a Deus pela vida dela. Cristo deveria nascer milagrosamente. o discurso do anjo tem um significado tal, que é como se lhe dissesse: Salve, tu que és a escolhida e aquela que foi especialmente favorecida pelo Altíssimo, para ter a honra que todas as mães judias têm desejado por tanto tempo. Esta aparição e saudação prodigiosas perturbaram Maria. o anjo lhe garantiu, então, que ela havia encontrado o favor de Deus, e que seria a mãe de um filho que deveria ser chamado pelo nome de Jesus, o Filho do Altíssimo, que era um em natureza e perfeição com o Senhor Deus. JESUS! O Nome que refrigera os espíritos dos pecadores que desfalecem humilhados; Jesus, o Salvador, doce para pronunciar e doce para ouvir. Não conhecemos a sua riqueza e nem a nossa pobreza; esta é a razão de não irmos rapidamente a Ele. Não nos damos conta de que estamos perdidos e perecendo. Em conseqüência, Salvador para muitos é uma palavra pouco deleitosa. Se estivéssemos convencidos da imensa massa de culpa que há em nós, e a ira que pende pronta para cair sobre nós, o nosso pensamento contínuo seria: o Salvador é meu? Para que possamos encontrá-lo, devemos pisotear tudo aquilo que atrapalha o nosso Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 4 caminho em direção a Ele. A resposta de Maria para o anjo foi a linguagem da fé e da humilde admiração, e ela não pediu algum sinal para confirmar a sua fé. Sem controvérsia, grande foi o mistério da santidade, Deus manifesto em carne (1 Tm 3.16). A natureza humana de Cristo deveria ser produzida deste modo, para que fosse adequada àquEle que teria em si a sua própria natureza divina. Devemos, como Maria nesta passagem, dirigir os nossos desejos pela Palavra de Deus. Em todos os conflitos, temos que recordar que nada é impossível para Deus. E ao vermos e ouvirmos as suas promessas, devemos convertê-las em orações: "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra". Vv. 39-56. É muito bom que aqueles em cujas almas foi iniciada a obra da graça, comuniquem-se entre si. Quando Maria chegou, Isabel estava consciente de que estava se aproximando aquela que seria a mãe do grande Redentor. Ao mesmo tempo, foi cheia com o Espírito Santo, e sob a sua influência, declarou que Maria e ela esperavam filhos que seriam muito abençoados e felizes, e particularmente honrados e queridos para o Deus Altíssimo. Maria, animada pelo discurso de Isabel, e também sob a influência do Espírito Santo, irrompeu em gozo, admiração e gratidão. Sabia que era pecadora e precisava do Salvador, e que, de modo contrário, não poderia regozijar-se em Deus mais do que como interessada em sua salvação por meio do Messias prometido. Aqueles que percebem a grande necessidade que têm de Cristo, e que estão desejosos de ter justiça e vida nEle, a estes enche de boas coisas, das melhores; e são abundantemente satisfeitos com as bênçãos que Ele dá. Ele satisfará os desejos daqueles que são pobres de espírito, que anelam por bênçãos espirituais, enquanto os auto-suficientesserão lançados fora, para bem longe. Vv. 57-66. Nestes versos temos um relato do nascimento de João Batista e do grande gozo que todos os seus familiares sentiram. Se chamaria João, ou "aquele que é cheio de graça", porque introduziria o Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 5 Evangelho de Cristo, no qual a graça de Deus resplandece de modo especial. Zacarias recuperou a fala. A incredulidade fechou a sua boca, e ao crer, ela voltou a se abrir: crê, portanto fala. Quando Deus abre os nossos lábios, a nossa boca deve mostrar o seu louvor. É melhor estar mudo do que não utilizar a fala para louvar a Deus. Foi dito que a mão do Senhor estava trabalhando na vida de João. Deus tem o seu modo de trabalhar na vida das crianças, em sua infância, de maneiras que não podemos entender. Devemos observar as atitudes de Deus e esperar pelos acontecimentos. Vv. 67-80. Zacarias profetiza acerca do reino do Messias e da salvação que Ele traria. O Evangelho traz consigo a luz, e ele clareia o dia. Em João Batista começou a clarear, e a sua luz foi aumentando, até que se tornou dia perfeito. o Evangelho é conhecimento. Mostra as partes de nossa vida ou de nosso comportamento em que estamos completamente em trevas; ele dá luz àqueles que se sentem na escuridão, a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo. O Evangelho vivifica, traz luz àqueles que se sentam à sombra da morte, como prisioneiros condenados à masmorra. o Evangelho dirige; encaminha os nossos passos no caminho da paz, este caminho que nos trará no final a paz (Rm 3.17). João deu provas de ter uma fé firme, afetos fortes e piedosos, e de estar acima do medo e do amor ao mundo. Assim, ele amadureceu para o serviço do Mestre, porém levou uma vida retirada, até que manifestou-se de forma pública e aberta, como o precursor do Messias. Sigamos a paz com todos os homens, e procuremos a paz com Deus e com as nossas próprias consciências. Se a vontade de Deus é que vivamos no anonimato para o mundo, ainda assim busquemos diligentemente crescer firmes na graça de Jesus Cristo. Lucas 2 Versículos 1-7: O nascimento de Cristo; 8-20: O Senhor Jesus é revelado aos pastores; 21-24: A apresentação de Cristo no templo; 25- Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 6 35: Simeão profetiza a respeito de Jesus; 36-40: Ana profetiza a respeito dEle; 41-52: Cristo com os sábios no templo. Vv. 1-7. A plenitude dos tempos, estava agora para chegar; nesta, Deus enviaria o seu Filho, nascido de mulher e sujeito à lei. As circunstâncias de seu nascimento foram muito vis. Não havia lugar para Cristo na estalagem, e por esta razão Ele nasceu em uma estrebaria. veio ao mundo para estar somente por algum tempo, como hóspede, e nos ensina a fazer o mesmo. O pecado nos transforma em uma criança abandonada, indefesa e solitária; e Cristo foi quase assim. Ele sentiu quão pouca disposição há para que nos hospedem, para que nos vistam e nos alimentem de modo pobre. Como desejamos ter os nossos filhos ataviados e aceitos! Que grande tendência os pobres têm de invejar os ricos, e quanta tendência os ricos têm de desprezar os pobres. Porém, quando por fé vemos o Filho de Deus, que assume a forma de ser humano, e pobre, a nossa vaidade, ambição e inveja são freadas. Não podemos buscar coisas que estejam acima de nossa capacidade, para nós mesmos ou para os nossos filhos, tendo este Senhor tão justo diante de nós. Vv. 8-20. Os anjos foram os arautos do recém-nascido Salvador, mas foram enviados somente a alguns pastores pobres, humildes, piedosos, trabalhadores, que estavam ocupados em sua vocação, vigiando os seus rebanhos. Não estamos fora do caminho das visitas divinas, quando estamos empregados em uma vocação honesta e permanecemos com Deus enquanto desempenhamos esta atividade. Que Deus tenha a honra por esta obra; glória a Deus nas alturas. A boa vontade de Deus para com os homens, que foi manifestada no envio do Messias, transborda para a sua própria glória. outras obras de Deus são para a sua glória, porém, a redenção do mundo é para a sua glória no alto. A boa vontade de Deus ao enviar o Messias trouxe paz para este mundo inferior. A paz foi estabelecida aqui para todo o bem que flui para a nossa vida, desde que Cristo assumiu a nossa natureza. Esta é uma Palavra fiel, assegurada por uma companhia incontável de anjos e digna Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 7 de toda aceitação: Que a boa vontade de Deus para com os homens é glória a Deus nas alturas, e paz na terra. Os pastores não perderam tempo, e logo dirigiram-se ao lugar. Se satisfizeram e informaram as pessoas em todos os lugares sobre o nascimento deste menino, declarando que Ele é o Salvador, Cristo o Senhor. Maria observa tudo cuidadosamente, e pensa em todas estas coisas, que eram tão boas para vivificar os seus piedosos afetos. Seríamos mais livres dos erros de julgamento e atitudes, se ponderássemos mais plenamente estas coisas em nossos corações. Ainda é proclamado em nossos ouvidos, que nos é nascido um Salvador, Cristo, o Senhor. Esta deve ser a boa nova para todos. Vv. 21-24. O Senhor Jesus Cristo nasceu e viveu sem pecado, e não precisou da mortificação de uma natureza corrupta nem da renovação para a santidade, que era representada pela circuncisão. Esta ordenança foi, em seu caso, parte da sua perfeita e completa obediência à lei de Moisés, em meio a sofrimentos e tentações, mesmo até à morte por nós. Ao final dos quarenta dias, Maria foi ao templo oferecer os sacrifícios ordenados para a sua purificação. José apresenta também o santo menino Jesus, porque como primogênito, deveria ser apresentado ao Senhor, e redimido conforme a lei mosaica. Apresentemos os nossos filhos ao Senhor, que foi quem no-los deu, pedindo-lhe que os resgate do pecado e da morte, e torne-os santos para Ele. Vv. 25-35. O mesmo Espírito que sustentou a esperança de Simeão, deu-lhe o gozo que sentiu ao ver Jesus. Aqueles que desejam ver a Cristo devem ir ao seu templo. Aqui está uma confissão de sua fé, que o menino que tem em seus braços é o Salvador, a própria salvação, a salvação que foi planejada por Deus. Despede-se deste mundo. Quão pobre pode parecer ao mundo aquele homem que tinha Cristo em seus braços, e a salvação em sua visão! vejamos aqui quão consoladora é a morte de um homem bom; vai-se em paz com Deus, em paz com a sua consciência, em paz com a morte. Aqueles que deram as boas vindas a Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 8 Cristo, puderam dar as boas-vindas à morte por causa da segurança que alcançaram. José e Maria se maravilharam diante das coisas que se diziam a respeito do menino. Simeão mostra-lhes igualmente quanta razão tinham para regozijarem-se com temor. Ainda existem alguns que falam contra Jesus, sua doutrina e seu povo; ainda existem alguns que negam e blasfemam a sua verdade e a sua santidade; a sua Palavra pregada continua sendo a pedra de toque do caráter dos homens. os bons afetos secretos da mente de alguns, serão revelados ao abraçarem a Cristo; as corrupções secretas dos demais serão reveladas por sua inimizade contra Cristo. os homens serão julgados pelos pensamentos de seus corações em relação a Cristo. Ele será um Jesus que sofre; a sua mãe sofrerá com Ele devido ao relacionamento próximo e ao amor que ela tem por Ele. Vv. 36-40. Naquela época havia muitos males em meio àqueles que diziam ser povo de Deus; contudo, Deus não ficou sem as suas testemunhas. Ana estava sempre ali, ou ao menos freqüentava o templo. Estava sempre em espírito de oração; entregava-se à oração, e em todas as coisas servia a Deus. Aqueles a quem Cristo se revela têm muitos motivos para dar graças ao Senhor. Ela ensinava os demais a respeito dEle. Que o exemplo desses veneráveis santos, Simeão e Ana, dêem coragem àqueles cujas cabeças encanecidas, como as deles, são coroa de glória, encontram-se no caminho da justiça. os lábios que logo se silenciarão na sepulturadevem oferecer louvores ao Redentor. Em todas as coisas foi conveniente que Cristo fosse feito semelhante aos seus irmãos, portanto, passou a sua infância como as outras crianças, porém, sem cometer pecados, e com provas evidentes de sua natureza divina. Pelo Espírito de Deus, todas as suas faculdades desempenharam os seus devidos ofícios de uma maneira jamais vista em qualquer outra pessoa. outras crianças têm abundância de sentimentos néscios em seus corações, o que pode ser percebido naquilo que dizem ou fazem, mas Ele era cheio de sabedoria pelo poder do Espírito Santo; tudo aquilo que Ele disse ou fez foi dito ou feito sabiamente, acima de Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 9 sua idade. outras crianças demonstram a corrupção que existe nelas; quanto a Jesus, nada estava sobre Ele, senão a graça de Deus. Vv. 41-52. Por honra a Cristo, as crianças também devem participar do culto público de adoração. os pais de Cristo não retornaram até que se cumprissem os sete dias de festividades. Bom é ficarmos até o final em todos os cultos, para que possamos com sinceridade dizer: "Bom é estarmos aqui". Aqueles que perderam as suas consolações em Cristo, e as provas de que tinham parte nEle, devem refletir aonde, quando e como as perderam e devem imediatamente regressar. Aqueles que desejam recuperar a sua familiaridade com Cristo devem ir ao lugar em que Ele colocou o seu nome; ali podem esperar encontrá-lo. Eles o encontraram em algum lugar do templo, onde os doutores da lei tinham as suas escolas; ali estava sentado, ouvindo as suas instruções, fazendo perguntas e respondendo questionamentos com tal sabedoria, que aqueles que o ouviam deleitavam-se nEle. os jovens devem buscar o conhecimento da verdade divina, cooperar no ministério do Evangelho, e formular perguntas aos seus mestres e pastores para aumentar seu conhecimento. Aqueles que buscam a Cristo com pranto, o encontrarão com o maior gozo. "Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?". Devo estar na casa de meu Pai; na obra de meu Pai; devo ocupar- me nos negócios dEle. Aqui está um exemplo, porque de acordo com Cristo, convém que os filhos de Deus cuidem dos negócios de seu Pai celestial e façam com que todos os demais interesses lhe cedam lugar. Mesmo sendo o Filho de Deus, contudo, esteve sujeito aos seus pais terrenos; então, como é que responderão os filhos dos homens, fracos e néscios, que desobedecem aos seus pais? Não aconteça que pensemos que as Palavras ditas por Deus são como aquelas que são ditas pelos homens, as quais reprovamos por serem obscuras. o que é aparentemente obscuro pode, posteriormente, tornar-se claro e fácil. os maiores, mais sábios e mais eminentes podem aprender com esta admirável criança Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 10 divina, que conhecer o nosso lugar e o nosso trabalho é a grandeza mais verdadeira da alma; para que sejamos capazes de negar a nós mesmos as diversões e os prazeres que não condigam com o nosso estado e vocação. Lucas 3 Versículos 1-14: O ministério de João Batista; 15-20: João Batista testifica a respeito do Senhor Jesus Cristo; 21,22: O batismo de Cristo; 23-38: A genealogia de Cristo. Vv. 1-14. O escopo e o propósito do ministério de João eram levar ao povo de seus pecados ao seu Salvador. Veio pregar não uma seita nem um partido político, mas uma profissão de fé. O sinal ou a cerimônia era o batismo em águas. Pelas palavras aqui empregadas, João pregou sobre a necessidade do arrependimento para a remissão dos pecados, e que o batismo em águas era um sinal exterior da purificação interior, e da renovação do coração que o acompanha, efeitos do verdadeiro arrependimento e da profissão deste. Aqui, no ministério de João, encontra-se o cumprimento das Escrituras (Is 40.3). Quando se faz o caminho para o Evangelho no coração, abatendo os pensamentos altivos e levando-os à obediência de Cristo, aplanando a alma e eliminando tudo o que nos seja um empecilho no caminho de Cristo e de sua graça, então efetuam-se os preparativos para dar as boas-vindas à salvação de Deus. Aqui há advertências e exortações gerais dadas por João. A culpável e corrompida raça humana chegou a ser uma raça de víboras; odiavam a Deus e odiavam-se uns aos outros. Não há como fugir da ira vindoura, a não ser por meio do arrependimento; e a mudança de nossa conduta deve mostrar a mudança de nossa mentalidade. Se não formos realmente santos de coração e em nossa maneira de viver, a nossa profissão de religião e o nosso relacionamento com Deus e sua Igreja não nos servirá para absolutamente nada. A nossa destruição será mais penosa se não dermos frutos dignos de arrependimento. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 11 João Batista deu instruções a várias classes de pessoas. Aqueles que professam e prometem arrependimento devem mostrá-lo por meio de sua nova maneira de viver, conforme a sua ocupação e condição. o Evangelho requer misericórdia, e não sacrifícios; e o seu objetivo é comprometer a cada um de nós a fazermos todo o bem que pudermos, e a sermos justos para com todos os homens. o mesmo princípio que leva os homens a renunciar aos ganhos injustos, leva-os a restituir o que foi ganho de forma errada. João declara aos soldados os seus deveres. os homens devem ser advertidos contra as tentações que podem ter por causa de suas atividades profissionais. As respostas declaram o dever presente daqueles que perguntavam e, de imediato, constituíam-se em uma prova de sua sinceridade. Como ninguém pode ou quer aceitar a salvação que há em Cristo sem o verdadeiro arrependimento, assim destacam-se aqui a evidência e os efeitos do arrependimento. Vv. 15-20. João Batista reconhece que ele mesmo não é o Cristo; porém, confirma as expectativas do povo a respeito do tão amplamente prometido Messias. Somente poderia exortá-los a arrependerem-se e a assegurarem o perdão por meio do arrependimento, mas não seria capaz de gerá-lo neles nem dar-lhes a remissão. Assim nós também temos o dever de falar do Senhor Jesus Cristo de modo elevado e humildemente a nosso próprio respeito. João não podia fazer nada mais do que batizar em águas, como sinal de que deveriam purificar-se, mas Cristo pode e deseja batizar com o Espírito Santo; Ele pode conceder o Espírito para que limpe e purifique o coração, não somente como a água, que no máximo é capaz de lavar a imundícia exterior, mas como o fogo que limpa a escória interna e funde o metal para que seja colocado em um novo molde. João era um pregador dedicado e carinhoso; suplicava, ia diretamente ao coração dos seus ouvintes. Era um pregador prático: despertava-os para que cumprissem os seus deveres, e dirigia-os a estes. Era um pregador popular: dirigia-se ao povo conforme a capacidade que Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 12 tinham de compreendê-lo. Era um pregador evangélico: em todas as suas exortações dirigia o povo a Cristo. Quando pressionamos as pessoas a cumprirem o seu dever, devemos dirigi-las a Cristo, de modo justo e poderoso. Foi um pregador abundante: não deixava de declarar todo o conselho de Deus; quando estava na metade de sua vida, foi posto um repentino final à sua pregação. Sendo Herodes, por suas muitas maldades, reprovado por João, prendeu-o no cárcere. Aqueles que fazem o mal aos fiéis servos de Deus, acrescentam uma culpa ainda maior aos pecados que já possuem. Vv. 21,22. Cristo não confessou pecados como os demais porque Ele nunca pecou; mas orou como os demais, e manteve a comunhão com o seu Pai. Observemos que as três palavras do céu, pelas quais o Pai deu testemunho de seu Filho, foram pronunciadas enquanto Ele orava ou um pouco depois (Lc 9.55; Jo 12.28). O Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba, e veio uma voz do céu, de Deus o Pai. Assim, no batismo de Cristo, foi dada mais uma prova da Santa Trindade, das três Pessoas da divindade. Vv. 23-38. A lista que Mateus fornecedos antepassados de Jesus mostra que Cristo era filho de Abraão, em quem são benditas todas as famílias da terra, e herdeiro do trono de Davi; porém Lucas demonstra que Jesus é a semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente, e mostra que a sua linhagem remonta a Adão, começando com Eli, que era o pai de José. As evidentes diferenças entre ambos evangelistas nas listas de nomes foram solucionadas por homens doutos. Porém, a nossa salvação não depende de que sejamos capazes de resolver estas dificuldades, nem a autoridade divina do Evangelho é enfraquecida por elas. A lista de nomes termina da seguinte maneira: "... [filho] de Adão, e Adão, [filho] de Deus", isto é, a prole de Deus por criação. O Senhor Jesus Cristo foi descendente de Adão segundo a carne, e Filho de Deus, para que fosse o Mediador entre Deus e os filhos de Adão, e pudesse levar esses filhos a Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 13 serem filhos de Deus por seu intermédio. Toda carne, por descender do primeiro Adão, é como pasto, e murcha como a flor do campo. Porém, aquele que participa do Espírito Santo e da vida do segundo Adão, tem esta felicidade eterna, que nos é pregada por meio do Evangelho. Lucas 4 Versículos 1-13: A tentação de Cristo;14- 30: Cristo na sinagoga de Nazaré; 31-44: A expulsão de um espírito imundo e a cura de um enfermo. Vv. 1-13. Ao ser levado ao deserto, Cristo deu ao tentador uma oportunidade de tentá-lo; porque estava a sós, e ninguém estava com Ele para que, por meio das orações e da companhia de outros, tivesse recebido ajuda na hora da tentação. Ele, que conhece a força que possui, podia dar alguma oportunidade a Satanás; nós, porém, não podemos fazê-lo por conhecermos a nossa fraqueza. Sendo em todas as coisas feito semelhante aos seus irmãos, Jesus, tendo-se esvaziado da forma de Deus, colocando-se como os demais filhos de Deus, viveria dependendo da providência e da promessa divina. A Palavra de Deus é a nossa espada, e a fé na Palavra é o nosso escudo. Deus tem muitas maneiras de prover para o seu povo e, portanto, devemos depender dEle em todo o tempo. Todas as promessas de Satanás são enganosas; e se for permitido que ele tenha o poder de dispor dos reinos do mundo e da glória destes, os utilizará como isca para apanhar os homens em ardis para poder destruí-los. Devemos rejeitar imediatamente e com aborrecimento toda a oportunidade de ganho ou avanço pecaminoso, como preço oferecido por nossa alma. Devemos procurar as riquezas, honras e a felicidade somente na adoração e no serviço a Deus. Jesus não adorou Satanás, nem toleraria que ficassem aparências de adoração ao Diabo para a ocasião em que o Pai lhe entregasse o reino do mundo. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 14 Satanás também tentou Jesus para que fosse o seu próprio assassino, por meio de uma confiança incorreta na proteção de Deus Pai, da qual não teria garantia. Que nenhum mal descrito nas Escrituras possa ser utilizado por Satanás ou pelos homens para abater a nossa auto-estima, ou nos faça abandonar a sua utilidade. Continuemos estudando as Escrituras, procurando conhecê-las e buscando nela a nossa defesa contra todo o tipo de ataques. Que a Palavra habite em nós de modo abundante, porque ela é a nossa vida. O nosso vitorioso Redentor venceu não somente por si mesmo, mas também por nós. o Diabo encerrou a sua tentativa de tentação. Cristo permitiu que ele mostrasse todo o seu ardil e força, em seguida derrotou-o. Satanás viu que não havia sentido em atacar a Cristo, pois os seus dardos inflamados não teriam onde se fixar nEle. Se resistirmos ao Diabo, ele fugirá de nós. Ainda que tenha se retirado, fê-lo temporariamente, até a próxima ocasião em que procuraria lançar-se contra Jesus, não como tentador para levá-lo ao pecado, e teria a sua cabeça golpeada. Neste intento foi completamente derrotado, agindo como perseguidor para levar Cristo ao sofrimento e assim ferir o seu calcanhar; foi-lhe dito que o deveria fazer, e o quis fazer, ainda que teria a cabeça esmagada (Gn 3.15). Mesmo que Satanás se retire por certo tempo, nunca estaremos completamente fora do alcance de seus ardis e investidas contra nós, até o dia em que seja tirado deste mundo mau. Vv. 14-30. Cristo ensinou nas sinagogas, que eram os lugares de adoração pública, onde reuniam-se para ler, expor e aplicar a Palavra, e para orar e louvar a Deus. Todos os dons e a graça do Espírito estavam completamente sobre Jesus e nEle. Por meio de Cristo, os pecadores podem ser livres das amarras da culpa e, por seu Espírito e graça, das amarras da corrupção. Ele veio por meio da Palavra de seu Evangelho trazer luz àqueles que estavam em trevas, e pelo poder de sua graça, dar vista àqueles que estavam cegos. Pregou o ano aceitável do Senhor. Os Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 15 pecadores devem ouvir o convite do Senhor quando a liberdade é proclamada. O nome de Cristo é Maravilhoso; em nada o foi mais do que na Palavra de sua graça, e no poder que agora a acompanhava. Bem podemos nos maravilhar de que dissesse as palavras da graça a infelizes e desgraçados, como aqueles que fazem parte da humanidade. Algum preconceito costuma apresentar uma objeção contra a doutrina da cruz que humilha; e ainda que Palavra de Deus não incite a inimizade entre os homens, estes culparão a conduta e o modo de ser do orador. A doutrina da soberania de Deus, que fala do direito que Ele possui de realizar a sua vontade, provoca os homens orgulhosos. Estes não procuram o favor de Deus do modo que compraz a Deus; e sentem-se irados quando os demais recebem os favores que eles mesmos rejeitaram. Ainda hoje Jesus é rejeitado por alguns que ouvem as mesmas mensagens que Ele proferiu. Mesmo que o tornem a crucificar em seus pensamentos por Causa de seus corações pecaminosos, nós podemos honrá-lo como Filho de Deus e Salvador dos homens, e procurarmos mostrar, por meio de nossa obediência, que assim o fazemos. Vv. 31-44. A pregação de Cristo tinha um efeito muito grande sobre as pessoas; e um poder que realizava obras entre o povo a acompanhava até a consciência dos homens. os milagres demonstravam que Cristo é aquele que domina e vence Satanás, e que cura todo e qualquer tipo de enfermidades. Aonde Cristo dá uma nova vida, por meio da cura de uma enfermidade, esta deve passar a ser uma nova vida dedicada mais do que nunca a servi-lo e a glorificá-lo. A nossa ocupação deve ser difundir amplamente a fama de Cristo em todos os lugares, buscá-lo para que cure aqueles que estão enfermos em seus corpos e mentes, e utilizarmos a nossa influência para levá-lo aos pecadores, a fim de que as suas mãos possam ser impostas sobre eles para curá-los. Ele expulsa os demônios de muitos que estavam possessos. Não fomos enviados ao mundo para vivermos somente para nós mesmos, mas para glorificarmos a Deus e para fazermos o bem às pessoas de nossa Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 16 geração. o povo o buscava e ia até Ele. Um deserto não será literalmente um deserto se estivermos com Cristo. Ele permanecerá conosco, por sua Palavra e por seu Espírito, e estenderá as mesmas bênçãos a outras nações até que, por toda a terra, os servos e os adoradores de Satanás sejam levados a reconhecer Jesus como o Cristo, o Filho de Deus, e encontrem a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados. Lucas 5 Versículos 1-11: A pesca maravilhosa - A chamada de Pedro, Tiago e João; 12-16: Um leproso é limpo; 17-26: A cura de um paralítico; 27-39: A chamada de Levi - A resposta de Cristo aos fariseus. Vv. 1-11. Quando Cristo terminou de pregar, disse a Pedro que se dedicasse naquele momento à sua ocupação habitual. o tempo gasto nos exercícios públicos da religião durante os dias da semana, não devem ser empecilhos quanto ao tempo, mas podem ser de grande ajuda quanto à disposição mental no que diz respeito à nossa ocupação secular. Com grande alegria podemos nosocupar nos deveres de nosso trabalho material após termos estado com Deus e, deste modo, santificamos o trabalho pela Palavra e pela oração! Mesmo não tendo pescado nada, Cristo lhes disse que voltassem a lançar as suas redes. Não devemos deixar a nossa ocupação de forma abrupta por não termos nela o êxito que desejamos. Com toda a certeza tudo dará certo em nossa vida, quando seguimos a direção que nos é dada pela Palavra de Cristo. A rede repleta de peixes foi um milagre. Todos nós devemos, como Pedro, reconhecermo-nos como pecadores, e por esta razão, Cristo poderia, com toda a justiça, apartar-se de nós. Devemos rogar a Ele que não se afaste de nós; ai de nós se o Salvador fizer isto! Roguemos a Ele que venha e habite em nosso coração pela fé, para que possa transformá- lo e limpá-lo. os pescadores abandonaram tudo e seguiram a Jesus quando o seu trabalho prosperou. Algo digno de gratidão ocorre quando as nossas riquezas aumentam e somos tentados a colocar nelas o nosso coração, mas as deixamos por amor a Cristo. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 17 Vv. 12-16. É dito que este homem estava coberto de lepra; estava acometido por esta enfermidade em um alto grau, o que representa a nossa contaminação pelo pecado. Aqueles que estão cheios de pecado estão cheios de lepra; desde o alto da cabeça à planta dos pés, não há neles nada são. A forte confiança e a profunda humildade estão unidas nas palavras deste leproso. Se qualquer pecador disser, por um profundo sentimento vil; Eu sei que o Senhor é capaz de limpar, porém olhará para alguém como eu? Aplicará o seu precioso sangue em favor de minha limpeza e saúde? Sim, o Senhor desejará fazê-lo. Não fales como um duvidoso, mas leve a questão humildemente a Cristo. Estando a salvo da culpa e do poder dos nossos pecados, anunciemos e propaguemos a boa fama do Senhor Jesus por todas as partes, e levemos outros a ouvi-lo e a serem curados por Ele. Vv. 17-26. Quantos há em nossas assembléias, onde se prega o Evangelho, que não se submetem à Palavra, mas que esquivam-se dela! Para estes, a Palavra é como um conto que lhes é narrado, e não uma mensagem enviada especificamente. Observemos os deveres que nos são ensinados e recomendados por meio da história do paralítico. Ao apelarmos a Cristo devemos ser muito insistentes; esta é uma prova de fé, muito agradável a Cristo, e que permanece perante Ele. Dá-nos, Senhor, o mesmo tipo de fé a respeito de tua habilidade e vontade para curar as nossas almas. Dá-nos o desejo de sermos perdoados por nossos pecados, mais do que o desejo por bênçãos terrenas, ou do que pela própria vida. Capacite-nos para que creiamos em teu poder de perdoar pecados; então as nossas almas se levantarão alegremente e irão aonde quer que te agrade. Vv. 27-39. Foi um prodígio da graça de Cristo chamar um publicano para ser seu discípulo e seguidor. Foi um prodígio de sua graça que a chamada fosse feita de modo tão eficaz. Também foi um prodígio de sua graça que viesse a chamar pecadores ao arrependimento, e que lhes assegurasse o perdão. Foi um prodígio de sua graça suportar Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 18 com tanta paciência a contradição de pecadores contra si mesmo e contra os seus discípulos. Foi um prodígio de sua graça que designasse o serviço de seus discípulos segundo a sua força e posição. o Senhor prepara o seu povo de modo gradual para as provas que deverão enfrentar. Devemos imitar o seu exemplo ao tratar com aqueles que são fracos na fé ou com os crentes que estejam enfrentando a tentação. Lucas 6 Versículos 1-5: Os discípulos colhem espigas no dia de repouso; 6- 11: Poderiam realizar obras de misericórdia no dia de repouso; 12-19: A escolha dos apóstolos; 20-26. Bênçãos e ais; 27-36. Cristo exorta-os à misericórdia; 37-49: Cristo exorta-os à justiça e à sinceridade. Vv. 1-5. Cristo justifica os seus discípulos em uma obra que lhes era necessária no dia de repouso: colher espigas quando tiveram fome. Porém, deve-se ter o cuidado de não confundir esta liberdade de modo equivocado, com uma permissão para pecar. Cristo quer que saibamos e nos lembremos que este é um dia a Ele dedicado, e portanto, deve ser dedicado ao seu serviço e à sua honra. Vv. 6-11. Cristo não se envergonha e nem teme reconhecer os propósitos de sua graça. Cura ao pobre, mesmo sabendo que os seus inimigos utilizariam este milagre contra Ele. Que nenhuma oposição, seja do tipo que for, nos afaste de cumprirmos os nossos deveres ou de sermos úteis. Bem podemos nos sentir assombrados de que os filhos dos homens sejam tão maus. Vv. 12-19. Muitas vezes pensamos que meia hora é um tempo muito longo para passarmos pensando e orando de modo privado, mas o Senhor Jesus Cristo passava noites inteiras dedicado a estes deveres. Ao servirmos a Deus, a nossa maior preocupação deve ser não perdermos tempo, mas fazermos com que o final de um bom dever seja o princípio de outro. Aqui os doze apóstolos são nomeados; jamais houve homens tão privilegiados, mas um deles tinha um demônio, e tornou-se um traidor. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 19 Aqueles que não têm uma pregação fiel perto de si, é melhor que viajem uma longa distância, mas que não fiquem sem esta. Sem dúvida, é de grande valor percorrer uma longa distância para ouvir a Palavra de Cristo e, para isto, sair do caminho de outras ocupações. vieram para ser curados por Jesus, e Ele os curou. Em Cristo existe plena graça e virtude para nos curar. Ele está disposto a curar, e tem o bastante para todos e para cada pessoa em particular. Geralmente os homens consideram as enfermidades físicas como males maiores do que os da alma; porém, as Escrituras nos ensinam de modo diferente. Vv. 20-26. Aqui tem início um sermão de Cristo, cuja maior parte encontra-se também em Mateus 5 a 7. Contudo, alguns pensam que este foi pregado em outro tempo, e em outro lugar. Todos os crentes que tomam os preceitos do Evangelho para si mesmos e vivem por estes, podem tomar as promessas do Evangelho para si mesmos e viverem sobre a base delas. São pronunciados ais contra pecadores prósperos por serem pessoas miseráveis, mesmo que o mundo os inveje. Sem dúvida, aqueles que Cristo abençoa são verdadeiramente abençoados, mas os que caem sob a sua maldição e sob os seus "ais" devem ser terrivelmente miseráveis! Que grande vantagem terá o santo em relação ao pecador no mundo porvir! E que ampla diferença haverá em suas recompensas, por mais que aqui o pecador possa prosperar e o santo ser afligido! Vv. 27-36. Estas são lições duras para a carne e o sangue; porém, se estivermos bem fundamentados na fé e no amor de Cristo, isto fará com que os seus mandamentos se tornem fáceis para nós. Todo aquele que dirige-se a Cristo para que seja lavado em seu sangue, e conheça a grandeza da misericórdia e do amor que há nEle, pode dizer de forma verdadeira e sincera: Senhor, o que queres que eu faça? Então, que o nosso propósito seja o de ser misericordiosos, conforme a misericórdia de nosso Pai celestial para conosco. Vv. 37-49. O Senhor Jesus Cristo muitas vezes utilizava todos estes dizeres, e era fácil aplicá-los. Devemos ser muito cuidadosos quando Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 20 culpamos ao próximo, pois nós mesmos precisamos de fiança. Se somos de espírito que dá e perdoa, colheremos o benefício. Ainda que seja no outro mundo, paga-se com medida cheia e exata, mas não é assim neste mundo; não obstante, a providência de Deus faz aquilo que há de estimularmos para que façamos o bem. Aqueles que seguem a outros para fazerem o mal vão pelo caminho largo, que conduz à perdição. A árvore é conhecida por seus frutos; que a Palavra de Cristo seja enxertada de tal maneira em nossos corações que possamos ser frutíferos em toda boa palavra e obra. o que a boca fala está de acordo com aquilo que há de modo abundante no coração. Somente aqueles que pensam, falam e agem conforme a Palavrade Cristo, fazem um trabalho seguro para as suas almas e para a eternidade, e seguem o rumo que lhes será benéfico no tempo das provas. Aqueles que se esforçam na fé encontrarão a sua esperança em Cristo, a Rocha dos séculos, e ninguém pode colocar um outro fundamento. Na morte e no juízo eles estarão a salvo se forem sustentados pelo poder de Cristo, por meio da fé para a salvação, e jamais perecerão. Lucas 7 Versículos 1-10: A cura do servo do centurião; 11-18: A ressurreição do filho da viúva;19-35: A pergunta de João Batista a respeito de Jesus; 36-50: Cristo é ungido na casa do fariseu A parábola dos devedores. Vv. 1-10. Os servos devem procurar afeiçoar-se aos seus senhores. os senhores devem cuidar de modo particular dos seus servos quando estes ficam enfermos. Também podemos e devemos, por meio da oração fiel e fervorosa, recorrer a Cristo e devemos fazê-lo deste modo quando há enfermidades em nossa família. Edificar lugares para adoração religiosa é uma boa obra, e um exemplo de amor a Deus e ao seu povo. A fé do centurião agradou a Cristo; Ele jamais deixa de responder às expectativas da fé que honra o seu poder e amor. A perfeita cura foi prontamente realizada. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 21 Vv. 11-18. Quando o Senhor viu a viúva pobre seguindo o filho no esquife, sentiu compaixão dela. observemos aqui o poder de Cristo sobre a própria morte. o Evangelho chama todas as pessoas, e em particular, os jovens: Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará. Quando Cristo lhe deu vida, o milagre foi visto porque o jovem se sentou. Temos a graça de Cristo em nossa vida? Mostremo-la. O jovem que esteve morto começou então a falar. Todas as vezes que Cristo dá a vida espiritual a alguém, abre os lábios da pessoa em oração e louvor. Quando as almas mortas são levadas à vida espiritual pelo divino poder do Evangelho, devemos glorificar a Deus e considerar o fato como uma visita da graça ao seu povo. Procuremos ter um tal interesse em nosso compassivo Salvador, e esperemos com gozo a época em que a voz do Redentor chamará aqueles que estão nos túmulos. Que sejamos chamados à ressurreição da vida, e não à da condenação. Vv. 19-35. Aos seus milagres no reino da natureza, Cristo acrescenta este ao reino da graça. O Evangelho é pregado aos pobres. A natureza espiritual do reino de Cristo é declarada, como foi feito pelo arauto que Ele enviou a preparar-lhe o caminho, quando pregou a mudança de coração e vida, e o arrependimento. Aqui se reafirma de modo justo a responsabilidade daqueles que não foram atraídos pelo ministério de João Batista ou do próprio Senhor Jesus Cristo; desprezaram os métodos que Deus adotou para fazer-lhes o bem. Esta é a ruína de multidões: não são sérios ao tratar dos interesses de suas almas. Pensemos no modo de nos mostrarmos como filhos da sabedoria, atendendo às instruções da Palavra de Deus e venerando os mistérios e a Boa Nova que os infiéis e os fariseus ridicularizam e da qual blasfemavam. Vv. 36-50. Ninguém é capaz de perceber em profundidade o quão verdadeiramente precioso é Cristo e a glória do Evangelho, salvo aqueles que são quebrantados de coração. Ainda que o sintam, estes não podem expressar de modo suficiente o aborrecimento que sentem pelo pecado, nem a admiração por sua misericórdia, mas o auto-suficiente se Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 22 desgostará porque o Evangelho dá ânimo aos pecadores arrependidos. o fariseu limita os seus pensamentos ao mau caráter anterior daquela mulher, ao invés de regozijar-se pelos sinais de seu arrependimento. Sem o perdão gratuito, nenhum de nós pode escapar da ira vindoura; o nosso bondoso Salvador o comprou com o seu sangue, para dá-lo gratuitamente a todo aquele que nEle crer. Cristo, por uma parábola, obrigou Simão a reconhecer que aquela mulher, grande pecadora que foi, deveria mostrar um amor maior por Ele quando os seus pecados fossem perdoados. Aprendamos aqui que o pecado é uma dívida, e que todos nós somos pecadores e devedores ao Deus Todo-Poderoso. Alguns pecadores são devedores maiores do que outros; porém, seja a nossa dívida grande, seja a nossa dívida pequena, ela será sempre maior do que aquilo que poderíamos pagar. Deus está pronto a perdoar, e tendo o seu Filho adquirido o perdão para aqueles que crêem em seu Evangelho o promete, e o seu Espírito sela os pecadores arrependidos e lhes dá consolo. Mantenhamo-nos longe do espírito orgulhoso do fariseu, dependamos simples e unicamente de Cristo e regozijemo-nos nEle. Assim, estejamos preparados para obedecê-lo com mais zelo, e recomendá-lo com mais veemência àqueles que estão ao nosso redor. Quanto mais expressemos a nossa dor pelo pecado e o nosso amor a Cristo, mais clara será a prova que teremos do perdão dos nossos pecados. Que transformação maravilhosa a graça de Deus realiza no coração e na vida de um pecador e em seu estado diante de Deus, pela completa remissão de todos os seus pecados pela fé no Senhor Jesus! Lucas 8 Versículos 1-3: O ministério de Cristo; 4-21: A parábola do semeador. 22-40: Cristo acalma a tempestade e expulsa demônios; 41- 56: A ressurreição da filha de Jairo. Vv. 1-3. Aqui nos é dito que Cristo fez do ensino do Evangelho a atividade constante de sua vida. As notícias do reino de Deus são boas Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 23 notícias, e é o que Cristo veio trazer. Algumas mulheres prestavam-lhe assistência, e ministravam a Ele com seus próprios recursos. Isto mostra a baixa condição a que o Salvador voluntariamente se humilhou, a ponto de precisar da bondade delas, e a sua grande humildade para aceitá-lo. Sendo rico, fez-se pobre por nós. Vv. 4-21. Na parábola do semeador existem muitas regras e excelentes advertências, necessárias para aplicar a Palavra. Somos bem- aventurados, e estaremos para sempre endividados com o Senhor por causa de sua graça para conosco. Se o que para outros é somente um conto que os diverte, para nós é uma verdade clara pela qual somos ensinados e governados. Devemos ter o cuidado com aquilo que nos impeça de ter o proveito que está disponível pela Palavra que ouvimos; cuidemo-nos para que não aconteça que ouçamos com negligência e pressa. Não aconteça que abriguemos pré julgamentos contra a Palavra que ouvimos; e cuidemos de nosso espírito para que após termos ouvido a Palavra, não percamos o que foi alcançado. Os dons que temos continuarão ou não em nossa vida, conforme os utilizemos para a glória de Deus e para o bem de nossos irmãos. Também não basta sustentar a verdade por meio da injustiça; devemos desejar ter, acima de todas as coisas, a Palavra da vida, e que ela resplandeça iluminando tudo aquilo que está à nossa volta. É dado grande ânimo àqueles que são ouvintes fiéis da Palavra e realizadores da obra de Deus. o Senhor Jesus Cristo os reconhecerá como seus familiares. Vv. 22-40. Aqueles que lançam-se ao mar quando este está calmo, à Palavra de Cristo, devem, contudo, preparar-se para uma tormenta e para um grande perigo em meio a esta tormenta. Não há alívio para as almas submetidas ao sentimento de culpa, e ao temor da ira, se não se dirigirem rapidamente a Cristo, chamarem-no de Senhor e disserem: estarei acabado se não me socorreres. Quando os perigos que enfrentamos têm fim, devemos reconhecer a vergonha de nossos temores, e dar a Cristo a glória por este livramento. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 24 Podemos aprender muito neste relato a respeito do mundo dos espíritos malignos, porque ainda que não trabalhem hoje da mesma maneira que o fizeram naquela situação, todos devemos nos resguardar contra estes. Os espíritos malignos são muito numerosos. Têm inimizade contra os seres humanos e contra todas as suas consolações. Aqueles que se submetem ao governo de Cristo são de modo doce dirigidos com laços de amor. Ah! Que consolo é para o crente que todas as potestades das trevas estejam submetidasao domínio do Senhor Jesus! É um milagre de misericórdia, se aqueles que forem possuídos por Satanás não forem levados à destruição e ruína eternas. Cristo não permanecerá com aqueles que não lhe dedicarem a sua atenção. Pode ser que jamais retorne a estes, enquanto outros o aguardam, e o receberão de modo feliz. Vv. 41-56. Não nos queixemos das pessoas, nem de uma multidão, nem das nossas urgências se estivermos a caminho de nosso dever e fazendo o bem; todo homem sábio se manterá o mais afastado possível de todas estas coisas. Muitas almas que foram curadas, socorridas e salvas por Cristo encontram-se ocultas em meio às pessoas, e ninguém as nota. Esta mulher aproximou-se tremendo, mas a sua fé a salvou. Pode ser que haja temor aonde ainda exista a fé salvadora. Observemos as palavras consoladoras de Cristo para Jairo: "Não temas; crê somente, e será salva". Não temer a continuação desta dor era tão difícil quanto não chorar por causa da perda de uma filha única. Porém, na fé perfeita não existe medo; quanto mais temor existir, será sinal de que menor é a fé da pessoa. A mão da graça de Cristo acompanha o chamado de sua Palavra, para torná-la eficaz. Cristo mandou que alimentassem a menina. Assim como os bebês recém-nascidos, os que são recém ressuscitados do pecado desejam o alimento espiritual para que possam crescer. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 25 Lucas 9 Versículos 1-9: O envio dos apóstolos; 10-17: A multidão é milagrosamente alimentada; 1827: A confissão de Pedro - Exortação à abnegação; 28-36: A transfiguração; 37-42: A expulsão de um espírito imundo; 43-50: Cristo refreia a ambição dos seus discípulos; 51-56: Repreensão pelo zelo errado que possuíam; 57-62: Renunciar a tudo por amor a Cristo. Vv. 1-9. Cristo enviou os seus doze discípulos, que já eram capazes de ensinar ao próximo aquilo que receberam do Senhor. Não deveriam estar ansiosos por receber a estima do povo pela aparência exterior. Deveriam ir como estavam. O Senhor Jesus é a fonte de poder e autoridade a quem todas as criaturas devem se submeter de um ou de outro modo; e se Ele acompanha a Palavra de seus ministros através de seu poder, para livrar os pecadores da escravidão de Satanás, podem ter a segurança de que Ele se ocupará de suprir as suas necessidades. Quando a verdade e o amor caminham unidos, e ainda assim alguns rejeitam e desprezam a mensagem de Deus, os homens ficam sem desculpas e a situação se torna um testemunho contra eles. A consciência culpável de Herodes estava pronta para concluir que Jesus era alguém que havia sido levantado dentre os mortos. Desejava ver Jesus; e porque não foi vê-lo? Provavelmente por pensar que era inferior a Ele, ou para que não fosse novamente repreendido por causa dos pecados que praticava. Ao postergar esta situação, o seu coração se endureceu e quando viu Jesus, já tinha tantos preconceitos em relação a Ele como alguns outros o tinham (Lc 23.11). Vv. 10-17. O povo seguiu a Jesus, e mesmo sendo aquele momento inoportuno, deu-lhes o que necessitavam. Ele lhes falou a respeito do reino de Deus. Curou aqueles que precisavam de saúde. Com cinco pães e dois peixes, Cristo alimentou cinco mil homens. Ele tem o cuidado de que nada de bom falte àqueles que o temem, e que o servem fielmente. Quando recebemos o consolo por meio de outras criaturas, devemos Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 26 reconhecer que o recebemos da parte de Deus, e que somos indignos de recebê-lo. Todo consolo que tenhamos é devido à mediação de Cristo, por meio de quem toda a maldição foi retirada. A bênção de Cristo fará com que o pouco sirva para muito. Ele satisfaz a todas as almas famintas com a abundância de sua casa. Todas as sobras foram recolhidas: na casa de nosso Pai existe a provisão suficiente, e até mesmo para guardar. Em Cristo não estamos [imitados e nem em escassez. Vv. 18-27. É um consolo indescritível que o Senhor Jesus seja o Ungido de Deus; isto significa que Ele foi designado para ser o Messias, e que está qualificado para isto. Jesus fala de seus sofrimentos e de sua morte. os discípulos deveriam estar longe de pensar em evitar que o Senhor sofresse, e também deveriam se preparar para sofrer. Muitas vezes nos deparamos com cruzes no caminho de nosso dever. E não devamos lançá-las para longe de nós quando nos estão reservadas, e sim tomá-las e levá-las com Cristo. Algo é bom ou mau para a nossa vida conforme seja bom ou mau para a nossa alma. O corpo não poderá estar feliz se a alma estiver disposta de tal modo que será infeliz no porvir; porém, a alma é capaz de estar feliz, ainda que o corpo esteja completamente aflito e oprimido neste mundo. Jamais devemos nos envergonhar de Jesus Cristo ou do seu Evangelho. Vv. 28-36. A transfiguração de Cristo foi uma demonstração da glória com a qual virá a julgar o mundo; e foi uma chamada aos seus discípulos, para que sofressem com Ele. A oração transfigura e transforma o nosso rosto, e o faz brilhar. O Senhor Jesus, em sua transfiguração, estava disposto a falar de sua morte e dos seus sofrimentos. Mesmo em meio às maiores glórias na terra, recordemo-nos que não possuímos uma cidade definitiva neste mundo. Que grande necessidade temos de orar a Deus pedindo que a sua graça nos vivifique! Ainda que os discípulos pudessem ser as testemunhas deste sinal do céu, após um momento foram despertados para que dessem um relato completo daquilo que havia acontecido. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 27 Aqueles que falam de fazer tabernáculos na terra, para os santos glorificados que estão no céu, não sabem o que estão dizendo. Vv. 37-42. Quão deplorável é o caso deste menino! Estava sob o poder de um espírito maligno. As enfermidades desta natureza são mais aterradoras do que aquelas que surgem de causas apenas naturais. Quanta maldade o Diabo faz quando toma posse de uma pessoa! Porém, bem- aventurados são aqueles que têm acesso a Cristo! Ele pode fazer por nós aquilo que os discípulos não podem fazer. Uma palavra de Cristo foi suficiente para curar a criança. E quando os nossos filhos se recuperem de enfermidades, recebamo-los como curados pela mão de Cristo. Vv. 43-50. Esta predição dos sofrimentos de Cristo era bastante clara, mas os discípulos não a compreenderam porque não estava de acordo com as suas idéias. Um pequenino é o símbolo pelo qual Cristo nos ensina a simplicidade e a humildade. Que honra maior do que esta um homem pode obter neste mundo, do que ser recebido pelos homens como mensageiro de Deus e de Cristo, e que Deus e Cristo se reconheçam como recebidos e bem-vindos nEle? Se alguma sociedade de cristãos deste mundo teve motivos para fazer calar aqueles que não fazem parte de sua própria comunhão, esta sociedade foi aquela formada pelos doze discípulos neste tempo; porém, Cristo os advertiu para que não tornassem a fazê-lo. Mesmo não seguindo conosco, podem ser encontrados seguidores fiéis do Senhor Jesus Cristo e serem aceitos por Ele. Vv. 51-56. Os discípulos não consideravam ser a conduta dos samaritanos mais um efeito de preconceito e fanatismo nacional do que de inimizade contra a Palavra e a adoração a Deus. Ainda que tenham se negado a receber a Cristo e aos seus discípulos, não os maltrataram nem os injuriaram, sendo portanto, o caso completamente diferente do caso de Acazias e Elias. Tampouco deram-se conta de que a dispensação do Evangelho seria marcada por milagres de misericórdia. Porém, acima de tudo, ignoravam os motivos dominantes em seus próprios corações, que eram o orgulho e a ambição carnal. O nosso Senhor os advertiu a este Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 28 respeito. É fácil dizermos: venham e vejam o zelo que temos pelo nosso Senhor! E pensarmos que somos muito fiéis em sua causa, quando na realidade estamos seguindo os nossos próprios objetivos e até mesmo fazendo o mal, e não o bem ao nosso próximo. Vv. 57-62. Nesta passagem há um quese apresenta para seguir a Cristo, alas parece ter>-se apressado e precipitado, sem calcular corretamente o custo desta decisão. Se quisermos seguir a Cristo, devemos deixar de lado o pensamento de grandes coisas neste mundo, coisas superiores à capacidade que cada um de nós possui. Não procuremos fazer profissão de sermos cristãos quando andarmos em busca de vantagens mundanas. Nesta passagem há outro que parece estar decidido a seguir a Cristo, mas pede unta curta postergação. Cristo primeiro deu a este homem a chamada: "Segue-me". A religião nos ensina a sermos bons e misericordiosos, a mostrar piedade em casa e a respeitar os nossos pais; porém, não devemos converter tudo isto em desculpas para nos descuidarmos de nossos deveres para com Deus. Aqui há ainda outro disposto a seguir a Cristo, porém, pede tempo para falar com os seus amigos a este respeito, colocar em ordem os seus assuntos domésticos e dar ordens sobre as suas atividades. Parecia ter mais preocupações do mundo em seu coração do que de fato deveria ter, e estava disposto a ceder à tentação que o afastaria de seu propósito de seguir a Cristo. Ninguém é capaz de fazer algo do modo que é devido, se estiver dedicando a sua atenção a outras coisas. Aqueles que entram na obra de Deus devem estar dispostos a seguir, ou de nada servirão. olhar para trás conduz a pessoa a retratar-se, e retroceder significa perdição. Somente aquele que perseverar até o fim será salvo. Lucas 10 Versículos. 1-16. São enviados setenta discípulos; 17-24: A bênção dos discípulos de Cristo; 25-37: O bom samaritano; 38-42: Jesus na casa de Marta e Maria. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 29 Vv. 1-16. Cristo enviou os setenta discípulos de dois em dois, para que se fortalecessem e dessem estímulo uns aos outros. o ministério do Evangelho pede aos homens que recebam a Cristo como Príncipe e Salvador; e seguramente Ele irá no poder do Espírito a todos os lugares onde envia os seus servos fiéis. Porém, a condenação daqueles que em vão recebem a graça de Deus será terrível. Aqueles que desprezam os fiéis ministros de Cristo, aqueles que pensam o mal a respeito destes e zombam deles, serão reconhecidos como os que desprezaram a Deus e a Cristo. Vv. 17-24. Todas as nossas vitórias sobre Satanás são alcançadas por meio do poder que vem de Jesus Cristo, que deve ter todo o louvor. Acautelemo-nos do orgulho espiritual, que já causou a destruição de tantos, o nosso Senhor se regozijou na perspectiva da salvação de muitas almas. Era propício que se tomasse nota de modo detalhado sobre este momento de gozo; houve poucos momentos como este porque o Senhor veio como varão de dores. Nestes momentos em que viu cair Satanás e ouviu o bom resultado de seus ministros, regozijou-se. O Senhor tem sempre resistido ao orgulhoso e dado graça aos humildes. Quanto mais claramente dependermos do ensino, da ajuda e da bênção do Filho de Deus, mais conhecidos seremos do Pai e do Filho. Mais abençoados seremos ao vermos a glória, e ao ouvirmos as palavras do divino Salvador; e mais úteis seremos para o progresso de sua causa. Vv. 25-37. Se falarmos de modo descuidado da vida eterna e do caminho a esta, estaremos tomando o nome de Deus em vão. Ninguém ama a Deus e ao seu próximo com uma medida de puro amor espiritual, se não participar da graça da conversão. o orgulhoso coração humano resiste muito contra tais convicções. Cristo dá o exemplo de um pobre judeu em apuros, socorrido por um bom samaritano. Este pobre caiu nas mãos dos ladrões, que o deixaram ferido e quase morto. Aqueles que deveriam se mostrar seus amigos passaram de largo, e foi atendido por um estrangeiro, um samaritano, da nação que os judeus mais desprezavam, e com quem não Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 30 queriam nenhum tipo de relações. É lamentável observar o quanto o egoísmo domina em todas as classes sociais. Quantas escusas os homens dão para evitar problemas ou gastos para ajudar o próximo. O verdadeiro cristão tem escrita em seu coração a lei do amor. o Espírito de Cristo habita nele; a imagem de Cristo se renova em sua alma. A parábola é uma bela explicação da lei de amar ao próximo como a si mesmo, sem acepção de nação, partido e nem outra distinção. Também estabelece a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, a favor dos miseráveis pecadores. Nós éramos como este viajante pobre e em apuros. Satanás, o nosso inimigo, nos roubou e feriu. o mal que o pecado nos faz é muito grande. o bendito Senhor Jesus compadeceu-se de nós. O crente considera que Jesus o amou, e deu a sua vida por Ele quando éramos inimigos e rebeldes; e tendo-lhe mostrado misericórdia, exorta-lhe que vá e faça o mesmo. É o nosso dever em nosso trabalho e segundo a nossa capacidade, socorrer, ajudar e aliviar a todos aqueles que estejam em apuros e necessitados. Vv. 38-42. Um bom sermão não é pior por ser pregado em uma residência; e as visitas de nossos amigos devem ser de tal modo administradas como para fazer com que busquem o bem de suas almas. Sentar-se aos pés de Cristo significa ter uma pronta disposição para receber a sua Palavra, e dedicar submissão à sua direção. Marta estava preocupada em atender a Cristo e àqueles que o acompanhavam. Aqui havia respeito para com o Senhor Jesus, por meio da correta atenção aos afazeres domésticos, mas havia alguma culpa. Ela estava muito empenhada em servir, mostrando abundância, variedade e precisão. A atividade mundana pode-se tornar um ardil tara nós, quando nos impede de servir a Deus e obter aquilo que é bom para as nossas almas. Quanto tempo é desperdiçado desnecessariamente e, muitas vezes, acumulam-se gastos para atender aqueles que professam o Evangelho! Ainda que Marta fosse culpável nesta ocasião, era, contudo, uma verdadeira crente, e em sua conduta geral não se descuidava das coisas Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 31 necessárias. o favor de Deus é necessário para a nossa felicidade: a Salvação de Cristo é necessária para a nossa segurança. onde se observe isto, todas as demais coisas tomarão o seu lugar correto. Cristo declarou que Maria escolhera a melhor parte. Apenas uma coisa é necessária, e foi precisamente esta que ela escolheu: render-se à direção do Senhor Jesus Cristo. As coisas desta vida nos serão completamente retiradas quando formos tirados dela, porém, nada será capaz de separar-nos do amor de Cristo e de termos parte neste amor. Os homens e os demônios não podem tirar isto de nós, e Deus e Cristo não o querem retirar nem o retirarão. Preocupemo-nos cuidadosamente com a única coisa necessária. Lucas 11 Versículos 1-4: Jesus ensina os seus discípulos a orar. 5-13: Cristo os exorta a serem fervorosos em oração; 14-26. Cristo expulsa um demônio - A blasfêmia dos fariseus; 27, 28: A verdadeira felicidade; 29- 36: Cristo repreende os judeus; 37-54: Cristo repreende os fariseus e escribas. Vv. 1-4. Dizer: "Senhor, ensina-nos a orar", é uma boa oração, e muito necessária, porque Jesus é o único que pode nos ensinar a orar por meio de sua Palavra e de seu Espírito. Senhor, ensina-me a orar; Senhor, incentive-me e vivifique-me para o dever; Senhor, dirija-me nos assuntos sobre os quais devo orar; ensine-me o que devo dizer. Cristo ensinou-lhes uma oração, de uma forma muito parecida à que havia anteriormente dado em seu sermão no monte. Existem pequenas diferenças de linguagem no Pai nosso em Mateus e em Lucas, mas não são relevantes. Em nossos pedidos pelo próximo e por nós mesmos, vamos ao Pai celestial, confiando em seu poder e bondade. Vv. 5-13. Cristo alenta o fervor e a constância em oração. Devemos pedir aquilo que necessitamos, como na situação em que o homem acode a seu vizinho ou amigo, que é bom para com ele. Pedimos pão porque precisamos do sustento. Se Deus não responder as nossas orações rapidamente, o fará em seu devido tempo se continuarmos orando. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 32 Observemospelo que devemos orar: Devemos pedir o Espírito Santo, não somente para que oremos bem, mas porque todas as bênçãos espirituais estão incluídas nesta petição. Pelo poder do Espírito Santo, somos levados a conhecer a Deus e ao arrependimento, a crer em Cristo e amá-lo. Assim somos consolados neste mundo, e destinados à felicidade no mundo porvir. O nosso Pai celestial está pronto para outorgar todas estas bênçãos a cada um que as peça, mais do que um pai ou uma mãe terrenos estão dispostos a dar comida aos seus filhos que têm fome. Esta é a vantagem da oração de fé: ela aquieta e leva a atenção dos corações a Deus. Vv. 14-26. A expulsão de demônios feita por Cristo foi realmente a destruição do poder deles. O coração de todos os pecadores não convertidos é o palácio do Diabo, onde este habita e manda. Existe uma espécie de paz no coração daqueles que não são convertidos, e que o Diabo mantém sob custódia como um forte homem armado. O pecador sente-se seguro, não tem dúvidas da bondade de seu estado, nem qualquer temor em relação aos juízos vindouros. Porém, observemos a maravilhosa mudança que ocorre por ocasião da conversão. A conversão da alma a Deus é a vitória de Cristo sobre o Diabo e sobre o poder que este exercia sobre ela, restaurando à alma a liberdade que possuía, e recuperando o interesse nela e o seu poder sobre ela. Todos os dons do corpo e da mente são agora empregados para Cristo. A condição do hipócrita é a seguinte: a casa é varrida dos pecados comuns, por meio de uma confissão forçada, como a de faraó; por uma contrição fingida como a de Acabe; ou por uma reforma parcial como no caso de Herodes. A casa está varrida, porém não está lavada; o coração não está santificado. o ato de varrer retira somente o pó que está solto, enquanto o pecado que persegue o pecador está ileso. A casa está adornada com graça e dons comuns. Não está preparada com nenhuma graça verdadeira. Tudo é pintura e verniz, nada duradouro e nem real. Jamais foi entregue a Cristo nem habitada pelo Espírito Santo. Tomemos o cuidado de não descansarmos naquilo que possamos vir a ter como Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 33 homens, e assim não alcançarmos o céu. os espíritos malignos entram nestes sem qualquer dificuldade. São recebidos e vivem ali. Ali trabalham, e ali mandam. Que todos nós peçamos com fervor ser livres de tão horrível estado. Vv. 27,28. Enquanto os escribas e os fariseus desprezavam e blasfemavam sobre os discursos de Jesus, esta boa mulher admirava o Senhor, bem como a sabedoria e o poder com que falava. Cristo conduziu a mulher a uma consideração mais elevada. Ainda que seja um grande privilégio ouvir a Palavra de Deus, somente são verdadeiramente abençoados aqueles que são benditos do Senhor, que ouvem-na, mantêm-na em sua memória e obedecem-na como seu caminho e sua lei. Vv. 29-36. Cristo promete dar ainda outro sinal, o sinal do profeta Jonas. Em Mateus é explicado que este sinal significa a ressurreição de Cristo. E advertiu-os de que deveriam tirar o devido proveito deste sinal. Porém, ainda que o próprio Senhor Jesus fosse o pastor de uma congregação, qualquer que fosse esta congregação, e realizasse milagres diariamente entre eles, ainda assim, a menos que a sua humilde graça tornasse os corações humildes, eles não se beneficiariam por meio de sua Palavra. Não desejemos mais provas, nem um ensino mais completo do que aqueles que o Senhor tem prazer em nos conceder. Devemos orar sem cessar, para que os nossos corações e o nosso entendimento sejam abertos, e possamos aproveitar a luz da qual desfrutamos. Tomemos o especial cuidado para que a luz que há em nós não sejam trevas, porque se os nossos princípios e diretrizes forem maus, o nosso juízo e a nossa conduta também o serão. Vv. 37-54. Todos devemos atentar para os nossos corações, para que sejam purificados e criados de novo. Enquanto damos a devida atenção a todas as grandes coisas que se referem à lei e ao Evangelho, não devemos nos descuidar das pequenas coisas demonstradas por Deus. Senhor, dá-nos a tua providência e a tua paciência, e quando alguns nos espreitarem com a intenção de apanhar-nos em algo que dizemos, desbarate os maus propósitos que estes possuem. Dá-nos tal mansidão e Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 34 paciência para que possamos nos gloriar nas repreensões, por amor a Cristo, e que o teu Espírito Santo repouse sobre nós. Lucas 12 Versículos 1-12: Cristo repreende os intérpretes da lei; 13-21: Advertência contra a avareza A parábola do rico; 22-40: A condenação das preocupações mundanas; 41-53: O chamado a vigiar. 54-59: O chamado a reconciliarem-se com Deus. Vv. 1-12. Uma firme crença na doutrina da providência universal de Deus e na sua magnitude, deveria ser o suficiente para nós quando estamos em perigos, e estimular-nos a confiar em Deus no caminho do dever. A providência se fixa nas criaturas mais baixas, mesmo nos pássaros, e em conseqüência nas preocupações menores dos discípulos de Cristo. Aqueles que agora confessarem a Cristo serão por Ele reconhecidos no grande dia, diante dos anjos de Deus. Pará que não neguemos a Cristo, e desertemos de suas verdades e caminhos, nos é dito que aqueles que negam a Cristo, ainda que assim possam salvar a própria vida, e ainda que possam ganhar um reino, serão os grandes perdedores ao final. Cristo não os conhecerá nem reconhecerá, nem lhes mostrará favor. Que nenhum desviado penitente e temeroso duvide que alcançará o perdão. Isto é muito diferente da inimizade aberta, que é blasfêmia contra o Espírito Santo, que jamais será perdoada porque não haverá arrependimento por causa desta. Vv. 13-21. O reino de Cristo é espiritual, e não é deste mundo. O cristianismo não se envolve em política; obriga a todos a proceder com justiça; porém, o poder mundano não se fundamenta na graça de Deus. Não estimula as expectativas de vantagens mundanas por meio da religião. A recompensa dos discípulos de Cristo são de outra natureza. A avareza é um pecado do qual temos de estar constantemente precavidos, porque a felicidade e o consolo não dependem da riqueza deste mundo. As coisas deste mundo não satisfazem os desejos da alma. Aqui há uma parábola que mostra quão néscios são os mundanos e Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 35 carnais enquanto vivem, e a sua miséria quando morrem. o caráter descrito é exatamente o de um homem mundano prudente, porém, que não tem gratidão para com a providência de Deus, nem um pensamento reto sobre a incerteza dos assuntos humanos, o valor de sua alma ou a importância da eternidade. Quantos, mesmo entre aqueles que professam ser cristãos, constituem personagens semelhantes como modelos para que sejam imitados, e pessoas com as quais seria bom que se relacionassem! Erramos ao imaginar que os pensamentos podem ser ocultados e livres, como se não precisassem prestar contas. Quando este homem viu uma grande colheita em seu terreno, ao invés de dar graças a Deus por esta, ou de regozijar-se por ter maior capacidade para fazer o bem, se afligiu: O que farei? O que farei? O mendigo mais pobre do país não poderia ter dito algo com maior ansiedade. Quanto mais tenham os homens, mais confusão terão. Foi néscio por não pensar em utilizar a riqueza de outro modo, mas em dar a si mesmo prazeres carnais e a satisfação de apetites pecaminosos, sem pensar em fazer algum bem aos demais. os mundanos e carnais são néscios; e chegará o dia em que Deus lhes chamará por nomes que Ele mesmo lhes dará, e serão chamados assim a partir daí. A morte de tais pessoas é miserável em si mesma, e terrível para eles. Pedirão a tua alma. o homem que se comporta deste modo detesta separar-se de seus bens; porém, Deus requererá uma prestação de contas de uma alma culpável, para que seja castigada sem demora. A atitude néscia da maioria dos homens é preocupar-se e buscar ansiosamente aquilo que somente é capaz de beneficiar o corpo eque é temporal, e não para a alma e para a eternidade. Vv. 22-40. Cristo insiste muito em que esta cautela não dê lugar a preocupações confusas e inquietantes (Mt 6.25-54). os argumentos aqui utilizados têm a finalidade de lançarmos sobre Deus toda a nossa preocupação, que é a maneira correta de obtermos a tranqüilidade. É sábio aceitarmos a nossa condição e a nossa estatura, assim como são, de acordo com a nossa capacidade. Uma busca angustiante e ansiosa das Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 36 coisas deste mundo, mesmo daquelas que nos são necessárias, não está de acordo com o procedimento que os discípulos de Cristo devem ter. Os temores não devem dominar quando nos assustamos com pensamentos de um mal vindouro, e nos dispomos a preocupações desnecessárias sobre como evitá-lo. Se valorizarmos a beleza da santidade, não cobiçaremos os luxos desta vida. Então, examinemos se pertencemos a este pequeno rebanho. Cristo é o nosso Mestre, e nós somos os seus servos; não somente servos que trabalham, mas servos que esperam. Devemos ser como homens que esperam por seu Senhor, que sentam-se a esperar enquanto este continua fora, preparados para recebê-lo. Nisto faz alusão a Cristo, à sua ascensão ao céu, à sua vinda para reunir a Ele o seu povo por meio da morte, e a sua Segunda Vinda para julgar o mundo. Não temos a certeza da hora de sua vinda; portanto, devemos estar sempre preparados. Se os homens cuidam de suas casas de modo diligente, sejamos nós igualmente sábios com as nossas almas. Portanto, estai vós também preparados, vigiando como faria o bom pai de família, se soubesse a que hora deveria vir o ladrão. Vv. 41-53. Todos têm de levar a sério aquilo que o Senhor Jesus Cristo disse em sua Palavra, e indagar a este respeito. Ninguém é deixado em tanta ignorância, como para que não saiba que muitas coisas que faz ou que despreza, são boas; portanto, ninguém pode se escusar de seus pecados. Introduzir a dispensação do Evangelho pode produzir desolação. Não significa que esta seja a tendência da religião de Cristo, que é pura, pacífica e amável; porém, o seu efeito é contrário ao orgulho e à luxúria do homem. Haverá uma ampla difusão do Evangelho, mas antes, Cristo teria um batismo com o qual seria batizado muito diferente do batismo em águas ou no Espírito Santo. Deveria suportar os sofrimento e a morte. Não estava em seus planos que a pregação do Evangelho fosse ainda mais intensificada até que Ele tivesse passado por este batismo. Nós Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 37 deveríamos ser zelosos para darmos a conhecer a verdade, porque ainda que sejam suscitadas divisões, e os inimigos do homem passem a ser os seus próprios familiares, ainda assim os pecadores se converteriam e Deus seria glorificado. Vv. 54-59. Cristo deseja que as pessoas sejam tão sábias em relação aos interesses de sua alma quanto o são em relação aos assuntos exteriores. Que se apressem a ter paz com Deus antes que seja muito tarde, se um homem encontra que Deus está contra ele por causa dos pecarias que pratica deve invocar a Deus em Cristo, que é aquEle que reconcilia o mundo consigo mesmo, Enquanto estamos vivos, estejamos no caminho; e esta é a nossa oportunidade para o dia de hoje. Lucas 13 Versículos 1-5: Cristo exorta ao arrependimento à partir do caso dos galileus e de outros; 6-9: A parábola da figueira estéril; 10-17: A cura da mulher enferma; 18-22: A parábola do grão de mostarda e do fermento; 23-30: A exortação para entrarmos pela porta estreita; 31-35: Cristo repreende a Herodes e ao povo de Jerusalém. Vv. 1-5. Alguns comentam com Cristo sobre a morte de alguns galileus. Esta história trágica é rapidamente relatada aqui, e não é mencionada pelos historiadores. Ao responder, o Senhor Jesus menciona outro acontecimento que era semelhante a este, outro caso de pessoas afetadas por uma morte repentina. As torres que são construídas para a segurança costumam ser a destruição dos homens. Adverte-lhes que não culpem os grandes sofredores como se devessem ser considerados como grandes pecadores. Como nenhuma posição nem atividade profissional é capaz de nos assegurar contra o golpe da morte, devemos considerar as súbitas partidas dos demais como advertências para nós. Nestes relatos, Cristo fundamenta um chamado ao arrependimento. O mesmo Jesus que pede que nos arrependamos, pelo fato de o reino de Deus estar às portas, pede-o porque, se não o fizermos, pereceremos. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 38 Vv. 6-9. A parábola da figueira estéril tem o propósito de reforçar a advertência recém concedida. A figueira estéril será cortada, a menos que dê frutos. Esta parábola se refere, em primeiro lugar, ao povo e à nação judaica. Porém, sem dúvida, deve despertar a todos que desfrutam dos meios da graça, e dos privilégios da Igreja visível. Mesmo quando Deus já nos tiver tolerado por muito tempo, podemos esperar que nos tolere um pouco mais; porém, não podemos ter a mesma esperança de que sempre o fará. Vv. 10-17. O Senhor participava dos cultos públicos de adoração, que eram celebrados pelos judeus nos dias de repouso. Mesmo as enfermidades físicas, a menos que sejam muito graves, não devem nos impedir de freqüentarmos os cultos públicos, nos dias da semana em que são celebrados atualmente. Esta mulher veio para aprender com Cristo e para receber o bem à sua alma, e então, Ele aliviou a sua enfermidade física. Quando as almas que estão encurvadas se endireitam, demonstram-no glorificando a Deus. O Senhor Jesus sabia que este príncipe da sinagoga tinha uma verdadeira inimizade contra Ele e contra o seu Evangelho, e que somente o ocultava mediante um zelo fingido por causa do dia de repouso; na realidade ele não desejava que fossem curados em dia algum; porém, se Jesus dá a sua Palavra e concede o seu poder de curar, os pecadores são postos em liberdade. Esta libertação costuma ser realizada no dia escolhido pelo Senhor; e qualquer que seja a ocasião ou culto em que pessoas sejam colocadas no caminho da bênção, estará de acordo com o objetivo deste dia. Vv. 18-22. Aqui temos o progresso do Evangelho anunciado em parábolas, como em Mateus 13. O reino do Messias é o reino de Deus. Que a graça cresça em nossos corações; que a nossa fé e o nosso amor cresçam de forma abundante e dêem provas irrefutáveis de sua veracidade. Que o exemplo dos santos de Deus seja de bênção entre aqueles que vivem; e que a sua graça flua de coração a coração, até que o pequeno se multiplique por mil. Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 39 Vv. 23-30. O nosso Salvador veio para dirigir a consciência dos homens, e não para satisfazer a curiosidade deles. Jamais pergunte: Quantos serão salvos? Mas: Serei salvo? Não pergunte: o que será desta e daquela outra pessoa? Mas: o que devo fazer, e o que será de minha vida? Esforça-te para entrar pela porta estreita. Isto é ordenado a cada um de nós: Esforça-te. Todo aquele que será salvo, deverá entrar pela porta estreita; deve mudar completamente a sua maneira de ser. Aqueles que entrarem por ela deverão esforçar-se para entrar. Aqui há considerações vivificantes para reforçar esta exortação. Ó! Sejamos todos despertados por elas! Eles perguntam se são poucos aqueles que se salvam. Porém, que ninguém despreze a si mesmo ou aos demais, porque há derradeiros que serão os primeiros e primeiros que serão os derradeiros. Quando chegarmos ao céu, encontraremos muitos a quem jamais imaginaríamos encontrar, e sentiremos falta de muitos a quem esperaríamos encontrar. Sejamos fiéis! Vv. 31-35. Cristo, ao classificar Herodes como uma raposa, mostrou o verdadeiro caráter daquele governante. Os maiores homens eram os responsáveis por prestar contas a Deus. Portanto, deveriam chamar este governante de orgulhoso por seu próprio nome; este homem não foi um bom exemplo para nós. O Senhor sabia que morreria em breve; quando morresse, a sua obra seria aperfeiçoada,
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