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Lucas (MHenry)

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LUCAS 
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 Introdução 
 Capítulo 1 Capítulo 7 Capítulo 13 Capítulo 19 
 Capítulo 2 Capítulo 8 Capítulo 14 Capítulo 20 
 Capítulo 3 Capítulo 9 Capítulo 15 Capítulo 21 
 Capítulo 4 Capítulo 10 Capítulo 16 Capítulo 22 
 Capítulo 5 Capítulo 11 Capítulo 17 Capítulo 23 
 Capítulo 6 Capítulo 12 Capítulo 18 Capítulo 24 
 
Introdução 
De modo geral entende-se que este evangelista foi médico e 
companheiro do apóstolo Paulo. O estilo de seus escritos, e a sua 
familiaridade aos ritos e costumes dos judeus, demonstram de modo 
fidedigno que era judeu, enquanto o seu conhecimento do grego, bem 
como o seu nome, declaram a sua origem gentia. É mencionado pela 
primeira vez em Atos 16.10-11, junto com Paulo em Troas, de onde 
acompanhou-o até Jerusalém, e esteve com ele em sua viagem e durante 
o período em que esteve preso em Roma. Este Evangelho parece ter sido 
concebido para substituir as muitas narrações defeituosas e não 
autênticas que estavam em circulação, e para dar um relato genuíno e 
inspirado da vida, milagres e doutrinas de nosso Senhor, aprendidas 
daqueles que ouviram e presenciaram os seus sermões e milagres. 
 
Lucas 1 
Versículos 1-4: Prefácio; 5-25: Zacarias e Isabel; 26-38: O 
anúncio do nascimento de Cristo; 39-56: O encontro de Maria e Isabel; 
57-66: O nascimento de João Batista; 67-80: O cântico de Zacarias. 
Vv. 1-4. Lucas não escreve sobre coisas acerca das quais os cristãos 
podem diferir entre si, e estarem vacilantes, mas sim daquilo que é e 
deve ser crido com toda a certeza. A doutrina de Cristo é aquilo em que 
os homens mais sábios e melhores, têm arriscado as suas almas com 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 2 
confiança e satisfação. os grandes sucessos de que dependem as nossas 
esperanças foram escritos por aqueles que, desde o princípio, foram 
testemunhas oculares e ministros da Palavra, e foram aperfeiçoados em 
seu entendimento por meio da inspiração divina. 
Vv. 5-25. O pai e a mãe de João Batista eram pecadores como 
qualquer um de nós, e foram justificados e salvos da mesma forma que 
os demais; porém, foram iminentes por sua piedade e integridade. Não 
tinham filhos, e não poderiam esperar que Isabel os tivesse, por causa de 
sua idade avançada. 
Enquanto Zacarias queimava o incenso no templo, toda a multidão 
orava do lado de fora. Todas as orações que oferecemos a Deus são 
aceitas, e têm êxito somente por causa da intercessão de Cristo no templo 
de Deus, no alto. Não podemos ter a expectativa de possuir ali algum 
ganho se não orarmos com o nosso espírito e com fervor. Tampouco 
podemos esperar que o melhor de nossas orações seja aceito, e traga uma 
resposta de paz, se não for por meio da mediação de Cristo, que vive 
sempre fazendo intercessão por nós. 
As orações que Zacarias oferecia freqüentemente receberam uma 
resposta de paz. As orações de fé são arquivadas no céu, e jamais são 
esquecidas. As orações que fizemos quando éramos jovens e estávamos 
começando a andar neste mundo, podem ser respondidas quando formos 
idosos e estivermos deixando este mundo. As misericórdias são 
duplamente doces, quando são concedidas como respostas às orações. 
Zacarias terá um filho em sua idade avançada, o qual será o 
instrumento para a conversão de muitas almas a Deus, e para a sua 
preparação para receberem o Evangelho de Cristo. Se apresentará diante 
dEle com coragem, zelo, santidade e uma mente morta em relação aos 
interesses e prazeres mundanos. Os desobedientes e os rebeldes seriam 
convertidos à sabedoria de seus antepassados justos, ou melhor, levados 
a atender a sabedoria do Justo que viria a eles. 
Zacarias ouviu tudo o que o anjo disse, porém, falou com 
incredulidade. Deus o tratou de modo justo ao deixá-lo mudo, porque 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 3 
Zacarias havia colocado objeções à Palavra de Deus. Podemos admirar a 
paciência de Deus para conosco. Deus tratou-o de modo amável, porque 
deste modo impediu-o de falar coisas más, coisas apartadas da fé e em 
incredulidade. Assim, também, Deus confirmou a sua fé. Se pelas 
repreensões a que estamos submetidos por causa de nossos pecados, 
formos dirigidos a dar mais crédito à Palavra de Deus, não teremos 
razões para nos queixar. Até mesmo os verdadeiros crentes algumas 
vezes desonram a Deus por incredulidade; e as suas bocas são fechadas 
com silêncio e confusão, quando, pelo contrário, deveriam estar 
louvando a Deus com gozo e gratidão. Nos tratos da graça de Deus para 
conosco, temos de observar a bondosa consideração que Ele nos tem. 
olhou para nós com compaixão e favor, e portanto, é assim que nos tem 
tratado. 
Vv. 26-38. Aqui temos um relato da mãe de nosso Senhor. Ainda 
que jamais devamos orar a ela, devemos louvar a Deus pela vida dela. 
Cristo deveria nascer milagrosamente. o discurso do anjo tem um 
significado tal, que é como se lhe dissesse: Salve, tu que és a escolhida e 
aquela que foi especialmente favorecida pelo Altíssimo, para ter a honra 
que todas as mães judias têm desejado por tanto tempo. 
Esta aparição e saudação prodigiosas perturbaram Maria. o anjo lhe 
garantiu, então, que ela havia encontrado o favor de Deus, e que seria a 
mãe de um filho que deveria ser chamado pelo nome de Jesus, o Filho do 
Altíssimo, que era um em natureza e perfeição com o Senhor Deus. 
JESUS! O Nome que refrigera os espíritos dos pecadores que desfalecem 
humilhados; Jesus, o Salvador, doce para pronunciar e doce para ouvir. 
Não conhecemos a sua riqueza e nem a nossa pobreza; esta é a razão de 
não irmos rapidamente a Ele. Não nos damos conta de que estamos 
perdidos e perecendo. Em conseqüência, Salvador para muitos é uma 
palavra pouco deleitosa. Se estivéssemos convencidos da imensa massa 
de culpa que há em nós, e a ira que pende pronta para cair sobre nós, o 
nosso pensamento contínuo seria: o Salvador é meu? Para que possamos 
encontrá-lo, devemos pisotear tudo aquilo que atrapalha o nosso 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 4 
caminho em direção a Ele. A resposta de Maria para o anjo foi a 
linguagem da fé e da humilde admiração, e ela não pediu algum sinal 
para confirmar a sua fé. Sem controvérsia, grande foi o mistério da 
santidade, Deus manifesto em carne (1 Tm 3.16). 
A natureza humana de Cristo deveria ser produzida deste modo, 
para que fosse adequada àquEle que teria em si a sua própria natureza 
divina. Devemos, como Maria nesta passagem, dirigir os nossos desejos 
pela Palavra de Deus. Em todos os conflitos, temos que recordar que 
nada é impossível para Deus. E ao vermos e ouvirmos as suas 
promessas, devemos convertê-las em orações: "Eis aqui a serva do 
Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra". 
Vv. 39-56. É muito bom que aqueles em cujas almas foi iniciada a 
obra da graça, comuniquem-se entre si. Quando Maria chegou, Isabel 
estava consciente de que estava se aproximando aquela que seria a mãe 
do grande Redentor. Ao mesmo tempo, foi cheia com o Espírito Santo, e 
sob a sua influência, declarou que Maria e ela esperavam filhos que 
seriam muito abençoados e felizes, e particularmente honrados e 
queridos para o Deus Altíssimo. 
Maria, animada pelo discurso de Isabel, e também sob a influência 
do Espírito Santo, irrompeu em gozo, admiração e gratidão. Sabia que 
era pecadora e precisava do Salvador, e que, de modo contrário, não 
poderia regozijar-se em Deus mais do que como interessada em sua 
salvação por meio do Messias prometido. Aqueles que percebem a 
grande necessidade que têm de Cristo, e que estão desejosos de ter 
justiça e vida nEle, a estes enche de boas coisas, das melhores; e são 
abundantemente satisfeitos com as bênçãos que Ele dá. Ele satisfará os 
desejos daqueles que são pobres de espírito, que anelam por bênçãos 
espirituais, enquanto os auto-suficientesserão lançados fora, para bem 
longe. 
Vv. 57-66. Nestes versos temos um relato do nascimento de João 
Batista e do grande gozo que todos os seus familiares sentiram. Se 
chamaria João, ou "aquele que é cheio de graça", porque introduziria o 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 5 
Evangelho de Cristo, no qual a graça de Deus resplandece de modo 
especial. 
Zacarias recuperou a fala. A incredulidade fechou a sua boca, e ao 
crer, ela voltou a se abrir: crê, portanto fala. Quando Deus abre os nossos 
lábios, a nossa boca deve mostrar o seu louvor. É melhor estar mudo do 
que não utilizar a fala para louvar a Deus. Foi dito que a mão do Senhor 
estava trabalhando na vida de João. Deus tem o seu modo de trabalhar na 
vida das crianças, em sua infância, de maneiras que não podemos 
entender. Devemos observar as atitudes de Deus e esperar pelos 
acontecimentos. 
Vv. 67-80. Zacarias profetiza acerca do reino do Messias e da 
salvação que Ele traria. O Evangelho traz consigo a luz, e ele clareia o 
dia. Em João Batista começou a clarear, e a sua luz foi aumentando, até 
que se tornou dia perfeito. o Evangelho é conhecimento. Mostra as partes 
de nossa vida ou de nosso comportamento em que estamos 
completamente em trevas; ele dá luz àqueles que se sentem na escuridão, 
a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo. 
O Evangelho vivifica, traz luz àqueles que se sentam à sombra da 
morte, como prisioneiros condenados à masmorra. o Evangelho dirige; 
encaminha os nossos passos no caminho da paz, este caminho que nos 
trará no final a paz (Rm 3.17). João deu provas de ter uma fé firme, 
afetos fortes e piedosos, e de estar acima do medo e do amor ao mundo. 
Assim, ele amadureceu para o serviço do Mestre, porém levou uma 
vida retirada, até que manifestou-se de forma pública e aberta, como o 
precursor do Messias. Sigamos a paz com todos os homens, e 
procuremos a paz com Deus e com as nossas próprias consciências. Se a 
vontade de Deus é que vivamos no anonimato para o mundo, ainda assim 
busquemos diligentemente crescer firmes na graça de Jesus Cristo. 
 
Lucas 2 
Versículos 1-7: O nascimento de Cristo; 8-20: O Senhor Jesus é 
revelado aos pastores; 21-24: A apresentação de Cristo no templo; 25-
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 6 
35: Simeão profetiza a respeito de Jesus; 36-40: Ana profetiza a respeito 
dEle; 41-52: Cristo com os sábios no templo. 
Vv. 1-7. A plenitude dos tempos, estava agora para chegar; nesta, 
Deus enviaria o seu Filho, nascido de mulher e sujeito à lei. As 
circunstâncias de seu nascimento foram muito vis. Não havia lugar para 
Cristo na estalagem, e por esta razão Ele nasceu em uma estrebaria. veio 
ao mundo para estar somente por algum tempo, como hóspede, e nos 
ensina a fazer o mesmo. 
O pecado nos transforma em uma criança abandonada, indefesa e 
solitária; e Cristo foi quase assim. Ele sentiu quão pouca disposição há 
para que nos hospedem, para que nos vistam e nos alimentem de modo 
pobre. Como desejamos ter os nossos filhos ataviados e aceitos! Que 
grande tendência os pobres têm de invejar os ricos, e quanta tendência os 
ricos têm de desprezar os pobres. Porém, quando por fé vemos o Filho de 
Deus, que assume a forma de ser humano, e pobre, a nossa vaidade, 
ambição e inveja são freadas. Não podemos buscar coisas que estejam 
acima de nossa capacidade, para nós mesmos ou para os nossos filhos, 
tendo este Senhor tão justo diante de nós. 
Vv. 8-20. Os anjos foram os arautos do recém-nascido Salvador, 
mas foram enviados somente a alguns pastores pobres, humildes, 
piedosos, trabalhadores, que estavam ocupados em sua vocação, 
vigiando os seus rebanhos. Não estamos fora do caminho das visitas 
divinas, quando estamos empregados em uma vocação honesta e 
permanecemos com Deus enquanto desempenhamos esta atividade. Que 
Deus tenha a honra por esta obra; glória a Deus nas alturas. A boa 
vontade de Deus para com os homens, que foi manifestada no envio do 
Messias, transborda para a sua própria glória. outras obras de Deus são 
para a sua glória, porém, a redenção do mundo é para a sua glória no 
alto. A boa vontade de Deus ao enviar o Messias trouxe paz para este 
mundo inferior. A paz foi estabelecida aqui para todo o bem que flui 
para a nossa vida, desde que Cristo assumiu a nossa natureza. Esta é uma 
Palavra fiel, assegurada por uma companhia incontável de anjos e digna 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 7 
de toda aceitação: Que a boa vontade de Deus para com os homens é 
glória a Deus nas alturas, e paz na terra. 
Os pastores não perderam tempo, e logo dirigiram-se ao lugar. Se 
satisfizeram e informaram as pessoas em todos os lugares sobre o 
nascimento deste menino, declarando que Ele é o Salvador, Cristo o 
Senhor. 
Maria observa tudo cuidadosamente, e pensa em todas estas coisas, 
que eram tão boas para vivificar os seus piedosos afetos. Seríamos mais 
livres dos erros de julgamento e atitudes, se ponderássemos mais 
plenamente estas coisas em nossos corações. Ainda é proclamado em 
nossos ouvidos, que nos é nascido um Salvador, Cristo, o Senhor. Esta 
deve ser a boa nova para todos. 
Vv. 21-24. O Senhor Jesus Cristo nasceu e viveu sem pecado, e não 
precisou da mortificação de uma natureza corrupta nem da renovação 
para a santidade, que era representada pela circuncisão. Esta ordenança 
foi, em seu caso, parte da sua perfeita e completa obediência à lei de 
Moisés, em meio a sofrimentos e tentações, mesmo até à morte por nós. 
Ao final dos quarenta dias, Maria foi ao templo oferecer os 
sacrifícios ordenados para a sua purificação. José apresenta também o 
santo menino Jesus, porque como primogênito, deveria ser apresentado 
ao Senhor, e redimido conforme a lei mosaica. Apresentemos os nossos 
filhos ao Senhor, que foi quem no-los deu, pedindo-lhe que os resgate do 
pecado e da morte, e torne-os santos para Ele. 
Vv. 25-35. O mesmo Espírito que sustentou a esperança de Simeão, 
deu-lhe o gozo que sentiu ao ver Jesus. Aqueles que desejam ver a Cristo 
devem ir ao seu templo. Aqui está uma confissão de sua fé, que o 
menino que tem em seus braços é o Salvador, a própria salvação, a 
salvação que foi planejada por Deus. Despede-se deste mundo. Quão 
pobre pode parecer ao mundo aquele homem que tinha Cristo em seus 
braços, e a salvação em sua visão! vejamos aqui quão consoladora é a 
morte de um homem bom; vai-se em paz com Deus, em paz com a sua 
consciência, em paz com a morte. Aqueles que deram as boas vindas a 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 8 
Cristo, puderam dar as boas-vindas à morte por causa da segurança que 
alcançaram. 
José e Maria se maravilharam diante das coisas que se diziam a 
respeito do menino. Simeão mostra-lhes igualmente quanta razão tinham 
para regozijarem-se com temor. Ainda existem alguns que falam contra 
Jesus, sua doutrina e seu povo; ainda existem alguns que negam e 
blasfemam a sua verdade e a sua santidade; a sua Palavra pregada 
continua sendo a pedra de toque do caráter dos homens. os bons afetos 
secretos da mente de alguns, serão revelados ao abraçarem a Cristo; as 
corrupções secretas dos demais serão reveladas por sua inimizade contra 
Cristo. os homens serão julgados pelos pensamentos de seus corações em 
relação a Cristo. Ele será um Jesus que sofre; a sua mãe sofrerá com Ele 
devido ao relacionamento próximo e ao amor que ela tem por Ele. 
Vv. 36-40. Naquela época havia muitos males em meio àqueles que 
diziam ser povo de Deus; contudo, Deus não ficou sem as suas 
testemunhas. Ana estava sempre ali, ou ao menos freqüentava o templo. 
Estava sempre em espírito de oração; entregava-se à oração, e em todas 
as coisas servia a Deus. Aqueles a quem Cristo se revela têm muitos 
motivos para dar graças ao Senhor. Ela ensinava os demais a respeito 
dEle. Que o exemplo desses veneráveis santos, Simeão e Ana, dêem 
coragem àqueles cujas cabeças encanecidas, como as deles, são coroa de 
glória, encontram-se no caminho da justiça. os lábios que logo se 
silenciarão na sepulturadevem oferecer louvores ao Redentor. 
Em todas as coisas foi conveniente que Cristo fosse feito 
semelhante aos seus irmãos, portanto, passou a sua infância como as 
outras crianças, porém, sem cometer pecados, e com provas evidentes de 
sua natureza divina. Pelo Espírito de Deus, todas as suas faculdades 
desempenharam os seus devidos ofícios de uma maneira jamais vista em 
qualquer outra pessoa. outras crianças têm abundância de sentimentos 
néscios em seus corações, o que pode ser percebido naquilo que dizem 
ou fazem, mas Ele era cheio de sabedoria pelo poder do Espírito Santo; 
tudo aquilo que Ele disse ou fez foi dito ou feito sabiamente, acima de 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 9 
sua idade. outras crianças demonstram a corrupção que existe nelas; 
quanto a Jesus, nada estava sobre Ele, senão a graça de Deus. 
Vv. 41-52. Por honra a Cristo, as crianças também devem participar 
do culto público de adoração. os pais de Cristo não retornaram até que se 
cumprissem os sete dias de festividades. Bom é ficarmos até o final em 
todos os cultos, para que possamos com sinceridade dizer: "Bom é 
estarmos aqui". Aqueles que perderam as suas consolações em Cristo, e 
as provas de que tinham parte nEle, devem refletir aonde, quando e 
como as perderam e devem imediatamente regressar. Aqueles que 
desejam recuperar a sua familiaridade com Cristo devem ir ao lugar em 
que Ele colocou o seu nome; ali podem esperar encontrá-lo. 
Eles o encontraram em algum lugar do templo, onde os doutores da 
lei tinham as suas escolas; ali estava sentado, ouvindo as suas instruções, 
fazendo perguntas e respondendo questionamentos com tal sabedoria, 
que aqueles que o ouviam deleitavam-se nEle. os jovens devem buscar o 
conhecimento da verdade divina, cooperar no ministério do Evangelho, e 
formular perguntas aos seus mestres e pastores para aumentar seu 
conhecimento. 
Aqueles que buscam a Cristo com pranto, o encontrarão com o 
maior gozo. "Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu 
Pai?". Devo estar na casa de meu Pai; na obra de meu Pai; devo ocupar-
me nos negócios dEle. 
Aqui está um exemplo, porque de acordo com Cristo, convém que 
os filhos de Deus cuidem dos negócios de seu Pai celestial e façam com 
que todos os demais interesses lhe cedam lugar. 
Mesmo sendo o Filho de Deus, contudo, esteve sujeito aos seus pais 
terrenos; então, como é que responderão os filhos dos homens, fracos e 
néscios, que desobedecem aos seus pais? Não aconteça que pensemos 
que as Palavras ditas por Deus são como aquelas que são ditas pelos 
homens, as quais reprovamos por serem obscuras. o que é aparentemente 
obscuro pode, posteriormente, tornar-se claro e fácil. os maiores, mais 
sábios e mais eminentes podem aprender com esta admirável criança 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 10 
divina, que conhecer o nosso lugar e o nosso trabalho é a grandeza mais 
verdadeira da alma; para que sejamos capazes de negar a nós mesmos as 
diversões e os prazeres que não condigam com o nosso estado e vocação. 
 
Lucas 3 
Versículos 1-14: O ministério de João Batista; 15-20: João Batista 
testifica a respeito do Senhor Jesus Cristo; 21,22: O batismo de Cristo; 
23-38: A genealogia de Cristo. 
Vv. 1-14. O escopo e o propósito do ministério de João eram levar 
ao povo de seus pecados ao seu Salvador. Veio pregar não uma seita 
nem um partido político, mas uma profissão de fé. O sinal ou a 
cerimônia era o batismo em águas. Pelas palavras aqui empregadas, João 
pregou sobre a necessidade do arrependimento para a remissão dos 
pecados, e que o batismo em águas era um sinal exterior da purificação 
interior, e da renovação do coração que o acompanha, efeitos do 
verdadeiro arrependimento e da profissão deste. Aqui, no ministério de 
João, encontra-se o cumprimento das Escrituras (Is 40.3). Quando se faz 
o caminho para o Evangelho no coração, abatendo os pensamentos 
altivos e levando-os à obediência de Cristo, aplanando a alma e 
eliminando tudo o que nos seja um empecilho no caminho de Cristo e de 
sua graça, então efetuam-se os preparativos para dar as boas-vindas à 
salvação de Deus. 
Aqui há advertências e exortações gerais dadas por João. A 
culpável e corrompida raça humana chegou a ser uma raça de víboras; 
odiavam a Deus e odiavam-se uns aos outros. Não há como fugir da ira 
vindoura, a não ser por meio do arrependimento; e a mudança de nossa 
conduta deve mostrar a mudança de nossa mentalidade. Se não formos 
realmente santos de coração e em nossa maneira de viver, a nossa 
profissão de religião e o nosso relacionamento com Deus e sua Igreja 
não nos servirá para absolutamente nada. A nossa destruição será mais 
penosa se não dermos frutos dignos de arrependimento. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 11 
João Batista deu instruções a várias classes de pessoas. Aqueles que 
professam e prometem arrependimento devem mostrá-lo por meio de sua 
nova maneira de viver, conforme a sua ocupação e condição. o 
Evangelho requer misericórdia, e não sacrifícios; e o seu objetivo é 
comprometer a cada um de nós a fazermos todo o bem que pudermos, e a 
sermos justos para com todos os homens. o mesmo princípio que leva os 
homens a renunciar aos ganhos injustos, leva-os a restituir o que foi 
ganho de forma errada. 
João declara aos soldados os seus deveres. os homens devem ser 
advertidos contra as tentações que podem ter por causa de suas 
atividades profissionais. As respostas declaram o dever presente 
daqueles que perguntavam e, de imediato, constituíam-se em uma prova 
de sua sinceridade. Como ninguém pode ou quer aceitar a salvação que 
há em Cristo sem o verdadeiro arrependimento, assim destacam-se aqui a 
evidência e os efeitos do arrependimento. 
Vv. 15-20. João Batista reconhece que ele mesmo não é o Cristo; 
porém, confirma as expectativas do povo a respeito do tão amplamente 
prometido Messias. Somente poderia exortá-los a arrependerem-se e a 
assegurarem o perdão por meio do arrependimento, mas não seria capaz 
de gerá-lo neles nem dar-lhes a remissão. Assim nós também temos o 
dever de falar do Senhor Jesus Cristo de modo elevado e humildemente a 
nosso próprio respeito. João não podia fazer nada mais do que batizar em 
águas, como sinal de que deveriam purificar-se, mas Cristo pode e deseja 
batizar com o Espírito Santo; Ele pode conceder o Espírito para que 
limpe e purifique o coração, não somente como a água, que no máximo é 
capaz de lavar a imundícia exterior, mas como o fogo que limpa a 
escória interna e funde o metal para que seja colocado em um novo 
molde. 
João era um pregador dedicado e carinhoso; suplicava, ia 
diretamente ao coração dos seus ouvintes. Era um pregador prático: 
despertava-os para que cumprissem os seus deveres, e dirigia-os a estes. 
Era um pregador popular: dirigia-se ao povo conforme a capacidade que 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 12 
tinham de compreendê-lo. Era um pregador evangélico: em todas as suas 
exortações dirigia o povo a Cristo. Quando pressionamos as pessoas a 
cumprirem o seu dever, devemos dirigi-las a Cristo, de modo justo e 
poderoso. Foi um pregador abundante: não deixava de declarar todo o 
conselho de Deus; quando estava na metade de sua vida, foi posto um 
repentino final à sua pregação. Sendo Herodes, por suas muitas 
maldades, reprovado por João, prendeu-o no cárcere. Aqueles que fazem 
o mal aos fiéis servos de Deus, acrescentam uma culpa ainda maior aos 
pecados que já possuem. 
Vv. 21,22. Cristo não confessou pecados como os demais porque 
Ele nunca pecou; mas orou como os demais, e manteve a comunhão com 
o seu Pai. 
Observemos que as três palavras do céu, pelas quais o Pai deu 
testemunho de seu Filho, foram pronunciadas enquanto Ele orava ou um 
pouco depois (Lc 9.55; Jo 12.28). O Espírito Santo desceu sobre Ele em 
forma corpórea, como uma pomba, e veio uma voz do céu, de Deus o 
Pai. Assim, no batismo de Cristo, foi dada mais uma prova da Santa 
Trindade, das três Pessoas da divindade. 
Vv. 23-38. A lista que Mateus fornecedos antepassados de Jesus 
mostra que Cristo era filho de Abraão, em quem são benditas todas as 
famílias da terra, e herdeiro do trono de Davi; porém Lucas demonstra 
que Jesus é a semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente, e 
mostra que a sua linhagem remonta a Adão, começando com Eli, que era 
o pai de José. 
As evidentes diferenças entre ambos evangelistas nas listas de 
nomes foram solucionadas por homens doutos. Porém, a nossa salvação 
não depende de que sejamos capazes de resolver estas dificuldades, nem 
a autoridade divina do Evangelho é enfraquecida por elas. A lista de 
nomes termina da seguinte maneira: "... [filho] de Adão, e Adão, [filho] 
de Deus", isto é, a prole de Deus por criação. O Senhor Jesus Cristo foi 
descendente de Adão segundo a carne, e Filho de Deus, para que fosse o 
Mediador entre Deus e os filhos de Adão, e pudesse levar esses filhos a 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 13 
serem filhos de Deus por seu intermédio. Toda carne, por descender do 
primeiro Adão, é como pasto, e murcha como a flor do campo. Porém, 
aquele que participa do Espírito Santo e da vida do segundo Adão, tem 
esta felicidade eterna, que nos é pregada por meio do Evangelho. 
 
Lucas 4 
Versículos 1-13: A tentação de Cristo;14- 30: Cristo na sinagoga 
de Nazaré; 31-44: A expulsão de um espírito imundo e a cura de um 
enfermo. 
Vv. 1-13. Ao ser levado ao deserto, Cristo deu ao tentador uma 
oportunidade de tentá-lo; porque estava a sós, e ninguém estava com Ele 
para que, por meio das orações e da companhia de outros, tivesse 
recebido ajuda na hora da tentação. Ele, que conhece a força que possui, 
podia dar alguma oportunidade a Satanás; nós, porém, não podemos 
fazê-lo por conhecermos a nossa fraqueza. Sendo em todas as coisas 
feito semelhante aos seus irmãos, Jesus, tendo-se esvaziado da forma de 
Deus, colocando-se como os demais filhos de Deus, viveria dependendo 
da providência e da promessa divina. A Palavra de Deus é a nossa 
espada, e a fé na Palavra é o nosso escudo. Deus tem muitas maneiras de 
prover para o seu povo e, portanto, devemos depender dEle em todo o 
tempo. 
Todas as promessas de Satanás são enganosas; e se for permitido 
que ele tenha o poder de dispor dos reinos do mundo e da glória destes, 
os utilizará como isca para apanhar os homens em ardis para poder 
destruí-los. Devemos rejeitar imediatamente e com aborrecimento toda a 
oportunidade de ganho ou avanço pecaminoso, como preço oferecido por 
nossa alma. Devemos procurar as riquezas, honras e a felicidade somente 
na adoração e no serviço a Deus. Jesus não adorou Satanás, nem toleraria 
que ficassem aparências de adoração ao Diabo para a ocasião em que o 
Pai lhe entregasse o reino do mundo. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 14 
Satanás também tentou Jesus para que fosse o seu próprio 
assassino, por meio de uma confiança incorreta na proteção de Deus Pai, 
da qual não teria garantia. 
Que nenhum mal descrito nas Escrituras possa ser utilizado por 
Satanás ou pelos homens para abater a nossa auto-estima, ou nos faça 
abandonar a sua utilidade. Continuemos estudando as Escrituras, 
procurando conhecê-las e buscando nela a nossa defesa contra todo o 
tipo de ataques. Que a Palavra habite em nós de modo abundante, porque 
ela é a nossa vida. O nosso vitorioso Redentor venceu não somente por si 
mesmo, mas também por nós. o Diabo encerrou a sua tentativa de 
tentação. Cristo permitiu que ele mostrasse todo o seu ardil e força, em 
seguida derrotou-o. Satanás viu que não havia sentido em atacar a Cristo, 
pois os seus dardos inflamados não teriam onde se fixar nEle. Se 
resistirmos ao Diabo, ele fugirá de nós. 
Ainda que tenha se retirado, fê-lo temporariamente, até a próxima 
ocasião em que procuraria lançar-se contra Jesus, não como tentador 
para levá-lo ao pecado, e teria a sua cabeça golpeada. Neste intento foi 
completamente derrotado, agindo como perseguidor para levar Cristo ao 
sofrimento e assim ferir o seu calcanhar; foi-lhe dito que o deveria fazer, 
e o quis fazer, ainda que teria a cabeça esmagada (Gn 3.15). Mesmo que 
Satanás se retire por certo tempo, nunca estaremos completamente fora 
do alcance de seus ardis e investidas contra nós, até o dia em que seja 
tirado deste mundo mau. 
Vv. 14-30. Cristo ensinou nas sinagogas, que eram os lugares de 
adoração pública, onde reuniam-se para ler, expor e aplicar a Palavra, e 
para orar e louvar a Deus. Todos os dons e a graça do Espírito estavam 
completamente sobre Jesus e nEle. Por meio de Cristo, os pecadores 
podem ser livres das amarras da culpa e, por seu Espírito e graça, das 
amarras da corrupção. Ele veio por meio da Palavra de seu Evangelho 
trazer luz àqueles que estavam em trevas, e pelo poder de sua graça, dar 
vista àqueles que estavam cegos. Pregou o ano aceitável do Senhor. Os 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 15 
pecadores devem ouvir o convite do Senhor quando a liberdade é 
proclamada. 
O nome de Cristo é Maravilhoso; em nada o foi mais do que na 
Palavra de sua graça, e no poder que agora a acompanhava. Bem 
podemos nos maravilhar de que dissesse as palavras da graça a infelizes 
e desgraçados, como aqueles que fazem parte da humanidade. Algum 
preconceito costuma apresentar uma objeção contra a doutrina da cruz 
que humilha; e ainda que Palavra de Deus não incite a inimizade entre os 
homens, estes culparão a conduta e o modo de ser do orador. A doutrina 
da soberania de Deus, que fala do direito que Ele possui de realizar a sua 
vontade, provoca os homens orgulhosos. Estes não procuram o favor de 
Deus do modo que compraz a Deus; e sentem-se irados quando os 
demais recebem os favores que eles mesmos rejeitaram. Ainda hoje 
Jesus é rejeitado por alguns que ouvem as mesmas mensagens que Ele 
proferiu. Mesmo que o tornem a crucificar em seus pensamentos por 
Causa de seus corações pecaminosos, nós podemos honrá-lo como Filho 
de Deus e Salvador dos homens, e procurarmos mostrar, por meio de 
nossa obediência, que assim o fazemos. 
Vv. 31-44. A pregação de Cristo tinha um efeito muito grande sobre 
as pessoas; e um poder que realizava obras entre o povo a acompanhava 
até a consciência dos homens. os milagres demonstravam que Cristo é 
aquele que domina e vence Satanás, e que cura todo e qualquer tipo de 
enfermidades. Aonde Cristo dá uma nova vida, por meio da cura de uma 
enfermidade, esta deve passar a ser uma nova vida dedicada mais do que 
nunca a servi-lo e a glorificá-lo. A nossa ocupação deve ser difundir 
amplamente a fama de Cristo em todos os lugares, buscá-lo para que 
cure aqueles que estão enfermos em seus corpos e mentes, e utilizarmos 
a nossa influência para levá-lo aos pecadores, a fim de que as suas mãos 
possam ser impostas sobre eles para curá-los. 
Ele expulsa os demônios de muitos que estavam possessos. Não 
fomos enviados ao mundo para vivermos somente para nós mesmos, mas 
para glorificarmos a Deus e para fazermos o bem às pessoas de nossa 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 16 
geração. o povo o buscava e ia até Ele. Um deserto não será literalmente 
um deserto se estivermos com Cristo. Ele permanecerá conosco, por sua 
Palavra e por seu Espírito, e estenderá as mesmas bênçãos a outras 
nações até que, por toda a terra, os servos e os adoradores de Satanás 
sejam levados a reconhecer Jesus como o Cristo, o Filho de Deus, e 
encontrem a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados. 
 
Lucas 5 
Versículos 1-11: A pesca maravilhosa - A chamada de Pedro, Tiago e 
João; 12-16: Um leproso é limpo; 17-26: A cura de um paralítico; 27-39: 
A chamada de Levi - A resposta de Cristo aos fariseus. 
Vv. 1-11. Quando Cristo terminou de pregar, disse a Pedro que se 
dedicasse naquele momento à sua ocupação habitual. o tempo gasto nos 
exercícios públicos da religião durante os dias da semana, não devem ser 
empecilhos quanto ao tempo, mas podem ser de grande ajuda quanto à 
disposição mental no que diz respeito à nossa ocupação secular. Com 
grande alegria podemos nosocupar nos deveres de nosso trabalho 
material após termos estado com Deus e, deste modo, santificamos o 
trabalho pela Palavra e pela oração! Mesmo não tendo pescado nada, 
Cristo lhes disse que voltassem a lançar as suas redes. Não devemos 
deixar a nossa ocupação de forma abrupta por não termos nela o êxito 
que desejamos. Com toda a certeza tudo dará certo em nossa vida, 
quando seguimos a direção que nos é dada pela Palavra de Cristo. 
A rede repleta de peixes foi um milagre. Todos nós devemos, como 
Pedro, reconhecermo-nos como pecadores, e por esta razão, Cristo 
poderia, com toda a justiça, apartar-se de nós. Devemos rogar a Ele que 
não se afaste de nós; ai de nós se o Salvador fizer isto! Roguemos a Ele 
que venha e habite em nosso coração pela fé, para que possa transformá-
lo e limpá-lo. os pescadores abandonaram tudo e seguiram a Jesus 
quando o seu trabalho prosperou. Algo digno de gratidão ocorre quando 
as nossas riquezas aumentam e somos tentados a colocar nelas o nosso 
coração, mas as deixamos por amor a Cristo. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 17 
Vv. 12-16. É dito que este homem estava coberto de lepra; estava 
acometido por esta enfermidade em um alto grau, o que representa a 
nossa contaminação pelo pecado. Aqueles que estão cheios de pecado 
estão cheios de lepra; desde o alto da cabeça à planta dos pés, não há 
neles nada são. A forte confiança e a profunda humildade estão unidas 
nas palavras deste leproso. Se qualquer pecador disser, por um profundo 
sentimento vil; Eu sei que o Senhor é capaz de limpar, porém olhará para 
alguém como eu? Aplicará o seu precioso sangue em favor de minha 
limpeza e saúde? Sim, o Senhor desejará fazê-lo. Não fales como um 
duvidoso, mas leve a questão humildemente a Cristo. Estando a salvo da 
culpa e do poder dos nossos pecados, anunciemos e propaguemos a boa 
fama do Senhor Jesus por todas as partes, e levemos outros a ouvi-lo e a 
serem curados por Ele. 
Vv. 17-26. Quantos há em nossas assembléias, onde se prega o 
Evangelho, que não se submetem à Palavra, mas que esquivam-se dela! 
Para estes, a Palavra é como um conto que lhes é narrado, e não uma 
mensagem enviada especificamente. 
Observemos os deveres que nos são ensinados e recomendados por 
meio da história do paralítico. Ao apelarmos a Cristo devemos ser muito 
insistentes; esta é uma prova de fé, muito agradável a Cristo, e que 
permanece perante Ele. 
Dá-nos, Senhor, o mesmo tipo de fé a respeito de tua habilidade e 
vontade para curar as nossas almas. Dá-nos o desejo de sermos 
perdoados por nossos pecados, mais do que o desejo por bênçãos 
terrenas, ou do que pela própria vida. Capacite-nos para que creiamos em 
teu poder de perdoar pecados; então as nossas almas se levantarão 
alegremente e irão aonde quer que te agrade. 
Vv. 27-39. Foi um prodígio da graça de Cristo chamar um 
publicano para ser seu discípulo e seguidor. Foi um prodígio de sua 
graça que a chamada fosse feita de modo tão eficaz. Também foi um 
prodígio de sua graça que viesse a chamar pecadores ao arrependimento, 
e que lhes assegurasse o perdão. Foi um prodígio de sua graça suportar 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 18 
com tanta paciência a contradição de pecadores contra si mesmo e contra 
os seus discípulos. Foi um prodígio de sua graça que designasse o 
serviço de seus discípulos segundo a sua força e posição. o Senhor 
prepara o seu povo de modo gradual para as provas que deverão 
enfrentar. Devemos imitar o seu exemplo ao tratar com aqueles que são 
fracos na fé ou com os crentes que estejam enfrentando a tentação. 
 
Lucas 6 
Versículos 1-5: Os discípulos colhem espigas no dia de repouso; 6-
11: Poderiam realizar obras de misericórdia no dia de repouso; 12-19: 
A escolha dos apóstolos; 20-26. Bênçãos e ais; 27-36. Cristo exorta-os à 
misericórdia; 37-49: Cristo exorta-os à justiça e à sinceridade. 
Vv. 1-5. Cristo justifica os seus discípulos em uma obra que lhes 
era necessária no dia de repouso: colher espigas quando tiveram fome. 
Porém, deve-se ter o cuidado de não confundir esta liberdade de modo 
equivocado, com uma permissão para pecar. Cristo quer que saibamos e 
nos lembremos que este é um dia a Ele dedicado, e portanto, deve ser 
dedicado ao seu serviço e à sua honra. 
Vv. 6-11. Cristo não se envergonha e nem teme reconhecer os 
propósitos de sua graça. Cura ao pobre, mesmo sabendo que os seus 
inimigos utilizariam este milagre contra Ele. Que nenhuma oposição, 
seja do tipo que for, nos afaste de cumprirmos os nossos deveres ou de 
sermos úteis. Bem podemos nos sentir assombrados de que os filhos dos 
homens sejam tão maus. 
Vv. 12-19. Muitas vezes pensamos que meia hora é um tempo 
muito longo para passarmos pensando e orando de modo privado, mas o 
Senhor Jesus Cristo passava noites inteiras dedicado a estes deveres. Ao 
servirmos a Deus, a nossa maior preocupação deve ser não perdermos 
tempo, mas fazermos com que o final de um bom dever seja o princípio 
de outro. 
Aqui os doze apóstolos são nomeados; jamais houve homens tão 
privilegiados, mas um deles tinha um demônio, e tornou-se um traidor. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 19 
Aqueles que não têm uma pregação fiel perto de si, é melhor que 
viajem uma longa distância, mas que não fiquem sem esta. Sem dúvida, 
é de grande valor percorrer uma longa distância para ouvir a Palavra de 
Cristo e, para isto, sair do caminho de outras ocupações. vieram para ser 
curados por Jesus, e Ele os curou. Em Cristo existe plena graça e virtude 
para nos curar. Ele está disposto a curar, e tem o bastante para todos e 
para cada pessoa em particular. Geralmente os homens consideram as 
enfermidades físicas como males maiores do que os da alma; porém, as 
Escrituras nos ensinam de modo diferente. 
Vv. 20-26. Aqui tem início um sermão de Cristo, cuja maior parte 
encontra-se também em Mateus 5 a 7. Contudo, alguns pensam que este 
foi pregado em outro tempo, e em outro lugar. Todos os crentes que 
tomam os preceitos do Evangelho para si mesmos e vivem por estes, 
podem tomar as promessas do Evangelho para si mesmos e viverem 
sobre a base delas. São pronunciados ais contra pecadores prósperos por 
serem pessoas miseráveis, mesmo que o mundo os inveje. Sem dúvida, 
aqueles que Cristo abençoa são verdadeiramente abençoados, mas os que 
caem sob a sua maldição e sob os seus "ais" devem ser terrivelmente 
miseráveis! 
Que grande vantagem terá o santo em relação ao pecador no mundo 
porvir! E que ampla diferença haverá em suas recompensas, por mais 
que aqui o pecador possa prosperar e o santo ser afligido! 
Vv. 27-36. Estas são lições duras para a carne e o sangue; porém, se 
estivermos bem fundamentados na fé e no amor de Cristo, isto fará com 
que os seus mandamentos se tornem fáceis para nós. Todo aquele que 
dirige-se a Cristo para que seja lavado em seu sangue, e conheça a 
grandeza da misericórdia e do amor que há nEle, pode dizer de forma 
verdadeira e sincera: Senhor, o que queres que eu faça? Então, que o 
nosso propósito seja o de ser misericordiosos, conforme a misericórdia 
de nosso Pai celestial para conosco. 
Vv. 37-49. O Senhor Jesus Cristo muitas vezes utilizava todos estes 
dizeres, e era fácil aplicá-los. Devemos ser muito cuidadosos quando 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 20 
culpamos ao próximo, pois nós mesmos precisamos de fiança. Se somos 
de espírito que dá e perdoa, colheremos o benefício. Ainda que seja no 
outro mundo, paga-se com medida cheia e exata, mas não é assim neste 
mundo; não obstante, a providência de Deus faz aquilo que há de 
estimularmos para que façamos o bem. Aqueles que seguem a outros 
para fazerem o mal vão pelo caminho largo, que conduz à perdição. A 
árvore é conhecida por seus frutos; que a Palavra de Cristo seja 
enxertada de tal maneira em nossos corações que possamos ser frutíferos 
em toda boa palavra e obra. o que a boca fala está de acordo com aquilo 
que há de modo abundante no coração. 
Somente aqueles que pensam, falam e agem conforme a Palavrade 
Cristo, fazem um trabalho seguro para as suas almas e para a eternidade, 
e seguem o rumo que lhes será benéfico no tempo das provas. Aqueles 
que se esforçam na fé encontrarão a sua esperança em Cristo, a Rocha 
dos séculos, e ninguém pode colocar um outro fundamento. Na morte e 
no juízo eles estarão a salvo se forem sustentados pelo poder de Cristo, 
por meio da fé para a salvação, e jamais perecerão. 
 
Lucas 7 
Versículos 1-10: A cura do servo do centurião; 11-18: A 
ressurreição do filho da viúva;19-35: A pergunta de João Batista a 
respeito de Jesus; 36-50: Cristo é ungido na casa do fariseu A parábola 
dos devedores. 
Vv. 1-10. Os servos devem procurar afeiçoar-se aos seus senhores. 
os senhores devem cuidar de modo particular dos seus servos quando 
estes ficam enfermos. Também podemos e devemos, por meio da oração 
fiel e fervorosa, recorrer a Cristo e devemos fazê-lo deste modo quando 
há enfermidades em nossa família. Edificar lugares para adoração 
religiosa é uma boa obra, e um exemplo de amor a Deus e ao seu povo. 
A fé do centurião agradou a Cristo; Ele jamais deixa de responder às 
expectativas da fé que honra o seu poder e amor. A perfeita cura foi 
prontamente realizada. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 21 
Vv. 11-18. Quando o Senhor viu a viúva pobre seguindo o filho no 
esquife, sentiu compaixão dela. observemos aqui o poder de Cristo sobre 
a própria morte. o Evangelho chama todas as pessoas, e em particular, os 
jovens: Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará. Quando Cristo 
lhe deu vida, o milagre foi visto porque o jovem se sentou. Temos a 
graça de Cristo em nossa vida? Mostremo-la. 
O jovem que esteve morto começou então a falar. Todas as vezes 
que Cristo dá a vida espiritual a alguém, abre os lábios da pessoa em 
oração e louvor. Quando as almas mortas são levadas à vida espiritual 
pelo divino poder do Evangelho, devemos glorificar a Deus e considerar 
o fato como uma visita da graça ao seu povo. Procuremos ter um tal 
interesse em nosso compassivo Salvador, e esperemos com gozo a época 
em que a voz do Redentor chamará aqueles que estão nos túmulos. Que 
sejamos chamados à ressurreição da vida, e não à da condenação. 
Vv. 19-35. Aos seus milagres no reino da natureza, Cristo 
acrescenta este ao reino da graça. O Evangelho é pregado aos pobres. A 
natureza espiritual do reino de Cristo é declarada, como foi feito pelo 
arauto que Ele enviou a preparar-lhe o caminho, quando pregou a 
mudança de coração e vida, e o arrependimento. 
Aqui se reafirma de modo justo a responsabilidade daqueles que 
não foram atraídos pelo ministério de João Batista ou do próprio Senhor 
Jesus Cristo; desprezaram os métodos que Deus adotou para fazer-lhes o 
bem. Esta é a ruína de multidões: não são sérios ao tratar dos interesses 
de suas almas. Pensemos no modo de nos mostrarmos como filhos da 
sabedoria, atendendo às instruções da Palavra de Deus e venerando os 
mistérios e a Boa Nova que os infiéis e os fariseus ridicularizam e da 
qual blasfemavam. 
Vv. 36-50. Ninguém é capaz de perceber em profundidade o quão 
verdadeiramente precioso é Cristo e a glória do Evangelho, salvo aqueles 
que são quebrantados de coração. Ainda que o sintam, estes não podem 
expressar de modo suficiente o aborrecimento que sentem pelo pecado, 
nem a admiração por sua misericórdia, mas o auto-suficiente se 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 22 
desgostará porque o Evangelho dá ânimo aos pecadores arrependidos. o 
fariseu limita os seus pensamentos ao mau caráter anterior daquela 
mulher, ao invés de regozijar-se pelos sinais de seu arrependimento. Sem 
o perdão gratuito, nenhum de nós pode escapar da ira vindoura; o nosso 
bondoso Salvador o comprou com o seu sangue, para dá-lo gratuitamente 
a todo aquele que nEle crer. 
Cristo, por uma parábola, obrigou Simão a reconhecer que aquela 
mulher, grande pecadora que foi, deveria mostrar um amor maior por Ele 
quando os seus pecados fossem perdoados. 
Aprendamos aqui que o pecado é uma dívida, e que todos nós 
somos pecadores e devedores ao Deus Todo-Poderoso. Alguns pecadores 
são devedores maiores do que outros; porém, seja a nossa dívida grande, 
seja a nossa dívida pequena, ela será sempre maior do que aquilo que 
poderíamos pagar. Deus está pronto a perdoar, e tendo o seu Filho 
adquirido o perdão para aqueles que crêem em seu Evangelho o promete, 
e o seu Espírito sela os pecadores arrependidos e lhes dá consolo. 
Mantenhamo-nos longe do espírito orgulhoso do fariseu, dependamos 
simples e unicamente de Cristo e regozijemo-nos nEle. 
Assim, estejamos preparados para obedecê-lo com mais zelo, e 
recomendá-lo com mais veemência àqueles que estão ao nosso redor. 
Quanto mais expressemos a nossa dor pelo pecado e o nosso amor a 
Cristo, mais clara será a prova que teremos do perdão dos nossos 
pecados. Que transformação maravilhosa a graça de Deus realiza no 
coração e na vida de um pecador e em seu estado diante de Deus, pela 
completa remissão de todos os seus pecados pela fé no Senhor Jesus! 
 
Lucas 8 
Versículos 1-3: O ministério de Cristo; 4-21: A parábola do 
semeador. 22-40: Cristo acalma a tempestade e expulsa demônios; 41-
56: A ressurreição da filha de Jairo. 
Vv. 1-3. Aqui nos é dito que Cristo fez do ensino do Evangelho a 
atividade constante de sua vida. As notícias do reino de Deus são boas 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 23 
notícias, e é o que Cristo veio trazer. Algumas mulheres prestavam-lhe 
assistência, e ministravam a Ele com seus próprios recursos. Isto mostra 
a baixa condição a que o Salvador voluntariamente se humilhou, a ponto 
de precisar da bondade delas, e a sua grande humildade para aceitá-lo. 
Sendo rico, fez-se pobre por nós. 
Vv. 4-21. Na parábola do semeador existem muitas regras e 
excelentes advertências, necessárias para aplicar a Palavra. Somos bem-
aventurados, e estaremos para sempre endividados com o Senhor por 
causa de sua graça para conosco. Se o que para outros é somente um 
conto que os diverte, para nós é uma verdade clara pela qual somos 
ensinados e governados. Devemos ter o cuidado com aquilo que nos 
impeça de ter o proveito que está disponível pela Palavra que ouvimos; 
cuidemo-nos para que não aconteça que ouçamos com negligência e 
pressa. Não aconteça que abriguemos pré julgamentos contra a Palavra 
que ouvimos; e cuidemos de nosso espírito para que após termos ouvido 
a Palavra, não percamos o que foi alcançado. 
Os dons que temos continuarão ou não em nossa vida, conforme os 
utilizemos para a glória de Deus e para o bem de nossos irmãos. 
Também não basta sustentar a verdade por meio da injustiça; devemos 
desejar ter, acima de todas as coisas, a Palavra da vida, e que ela 
resplandeça iluminando tudo aquilo que está à nossa volta. É dado 
grande ânimo àqueles que são ouvintes fiéis da Palavra e realizadores da 
obra de Deus. o Senhor Jesus Cristo os reconhecerá como seus 
familiares. 
Vv. 22-40. Aqueles que lançam-se ao mar quando este está calmo, à 
Palavra de Cristo, devem, contudo, preparar-se para uma tormenta e para 
um grande perigo em meio a esta tormenta. Não há alívio para as almas 
submetidas ao sentimento de culpa, e ao temor da ira, se não se dirigirem 
rapidamente a Cristo, chamarem-no de Senhor e disserem: estarei 
acabado se não me socorreres. Quando os perigos que enfrentamos têm 
fim, devemos reconhecer a vergonha de nossos temores, e dar a Cristo a 
glória por este livramento. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 24 
Podemos aprender muito neste relato a respeito do mundo dos 
espíritos malignos, porque ainda que não trabalhem hoje da mesma 
maneira que o fizeram naquela situação, todos devemos nos resguardar 
contra estes. Os espíritos malignos são muito numerosos. Têm inimizade 
contra os seres humanos e contra todas as suas consolações. 
Aqueles que se submetem ao governo de Cristo são de modo doce 
dirigidos com laços de amor. Ah! Que consolo é para o crente que todas 
as potestades das trevas estejam submetidasao domínio do Senhor Jesus! 
É um milagre de misericórdia, se aqueles que forem possuídos por 
Satanás não forem levados à destruição e ruína eternas. 
Cristo não permanecerá com aqueles que não lhe dedicarem a sua 
atenção. Pode ser que jamais retorne a estes, enquanto outros o 
aguardam, e o receberão de modo feliz. 
Vv. 41-56. Não nos queixemos das pessoas, nem de uma multidão, 
nem das nossas urgências se estivermos a caminho de nosso dever e 
fazendo o bem; todo homem sábio se manterá o mais afastado possível 
de todas estas coisas. Muitas almas que foram curadas, socorridas e 
salvas por Cristo encontram-se ocultas em meio às pessoas, e ninguém as 
nota. Esta mulher aproximou-se tremendo, mas a sua fé a salvou. Pode 
ser que haja temor aonde ainda exista a fé salvadora. 
Observemos as palavras consoladoras de Cristo para Jairo: "Não 
temas; crê somente, e será salva". Não temer a continuação desta dor era 
tão difícil quanto não chorar por causa da perda de uma filha única. 
Porém, na fé perfeita não existe medo; quanto mais temor existir, será 
sinal de que menor é a fé da pessoa. A mão da graça de Cristo 
acompanha o chamado de sua Palavra, para torná-la eficaz. 
Cristo mandou que alimentassem a menina. Assim como os bebês 
recém-nascidos, os que são recém ressuscitados do pecado desejam o 
alimento espiritual para que possam crescer. 
 
 
 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 25 
Lucas 9 
Versículos 1-9: O envio dos apóstolos; 10-17: A multidão é 
milagrosamente alimentada; 1827: A confissão de Pedro - Exortação à 
abnegação; 28-36: A transfiguração; 37-42: A expulsão de um espírito 
imundo; 43-50: Cristo refreia a ambição dos seus discípulos; 51-56: 
Repreensão pelo zelo errado que possuíam; 57-62: Renunciar a tudo por 
amor a Cristo. 
Vv. 1-9. Cristo enviou os seus doze discípulos, que já eram capazes 
de ensinar ao próximo aquilo que receberam do Senhor. Não deveriam 
estar ansiosos por receber a estima do povo pela aparência exterior. 
Deveriam ir como estavam. 
O Senhor Jesus é a fonte de poder e autoridade a quem todas as 
criaturas devem se submeter de um ou de outro modo; e se Ele 
acompanha a Palavra de seus ministros através de seu poder, para livrar 
os pecadores da escravidão de Satanás, podem ter a segurança de que Ele 
se ocupará de suprir as suas necessidades. Quando a verdade e o amor 
caminham unidos, e ainda assim alguns rejeitam e desprezam a 
mensagem de Deus, os homens ficam sem desculpas e a situação se torna 
um testemunho contra eles. 
A consciência culpável de Herodes estava pronta para concluir que 
Jesus era alguém que havia sido levantado dentre os mortos. Desejava 
ver Jesus; e porque não foi vê-lo? Provavelmente por pensar que era 
inferior a Ele, ou para que não fosse novamente repreendido por causa 
dos pecados que praticava. Ao postergar esta situação, o seu coração se 
endureceu e quando viu Jesus, já tinha tantos preconceitos em relação a 
Ele como alguns outros o tinham (Lc 23.11). 
Vv. 10-17. O povo seguiu a Jesus, e mesmo sendo aquele momento 
inoportuno, deu-lhes o que necessitavam. Ele lhes falou a respeito do 
reino de Deus. Curou aqueles que precisavam de saúde. Com cinco pães 
e dois peixes, Cristo alimentou cinco mil homens. Ele tem o cuidado de 
que nada de bom falte àqueles que o temem, e que o servem fielmente. 
Quando recebemos o consolo por meio de outras criaturas, devemos 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 26 
reconhecer que o recebemos da parte de Deus, e que somos indignos de 
recebê-lo. Todo consolo que tenhamos é devido à mediação de Cristo, 
por meio de quem toda a maldição foi retirada. A bênção de Cristo fará 
com que o pouco sirva para muito. Ele satisfaz a todas as almas famintas 
com a abundância de sua casa. Todas as sobras foram recolhidas: na casa 
de nosso Pai existe a provisão suficiente, e até mesmo para guardar. Em 
Cristo não estamos [imitados e nem em escassez. 
Vv. 18-27. É um consolo indescritível que o Senhor Jesus seja o 
Ungido de Deus; isto significa que Ele foi designado para ser o Messias, 
e que está qualificado para isto. Jesus fala de seus sofrimentos e de sua 
morte. os discípulos deveriam estar longe de pensar em evitar que o 
Senhor sofresse, e também deveriam se preparar para sofrer. Muitas 
vezes nos deparamos com cruzes no caminho de nosso dever. E não 
devamos lançá-las para longe de nós quando nos estão reservadas, e sim 
tomá-las e levá-las com Cristo. Algo é bom ou mau para a nossa vida 
conforme seja bom ou mau para a nossa alma. O corpo não poderá estar 
feliz se a alma estiver disposta de tal modo que será infeliz no porvir; 
porém, a alma é capaz de estar feliz, ainda que o corpo esteja 
completamente aflito e oprimido neste mundo. Jamais devemos nos 
envergonhar de Jesus Cristo ou do seu Evangelho. 
Vv. 28-36. A transfiguração de Cristo foi uma demonstração da 
glória com a qual virá a julgar o mundo; e foi uma chamada aos seus 
discípulos, para que sofressem com Ele. A oração transfigura e 
transforma o nosso rosto, e o faz brilhar. O Senhor Jesus, em sua 
transfiguração, estava disposto a falar de sua morte e dos seus 
sofrimentos. Mesmo em meio às maiores glórias na terra, recordemo-nos 
que não possuímos uma cidade definitiva neste mundo. 
Que grande necessidade temos de orar a Deus pedindo que a sua 
graça nos vivifique! Ainda que os discípulos pudessem ser as 
testemunhas deste sinal do céu, após um momento foram despertados 
para que dessem um relato completo daquilo que havia acontecido. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 27 
Aqueles que falam de fazer tabernáculos na terra, para os santos 
glorificados que estão no céu, não sabem o que estão dizendo. 
Vv. 37-42. Quão deplorável é o caso deste menino! Estava sob o 
poder de um espírito maligno. As enfermidades desta natureza são mais 
aterradoras do que aquelas que surgem de causas apenas naturais. Quanta 
maldade o Diabo faz quando toma posse de uma pessoa! Porém, bem-
aventurados são aqueles que têm acesso a Cristo! Ele pode fazer por nós 
aquilo que os discípulos não podem fazer. Uma palavra de Cristo foi 
suficiente para curar a criança. E quando os nossos filhos se recuperem 
de enfermidades, recebamo-los como curados pela mão de Cristo. 
Vv. 43-50. Esta predição dos sofrimentos de Cristo era bastante 
clara, mas os discípulos não a compreenderam porque não estava de 
acordo com as suas idéias. Um pequenino é o símbolo pelo qual Cristo 
nos ensina a simplicidade e a humildade. Que honra maior do que esta 
um homem pode obter neste mundo, do que ser recebido pelos homens 
como mensageiro de Deus e de Cristo, e que Deus e Cristo se 
reconheçam como recebidos e bem-vindos nEle? 
Se alguma sociedade de cristãos deste mundo teve motivos para 
fazer calar aqueles que não fazem parte de sua própria comunhão, esta 
sociedade foi aquela formada pelos doze discípulos neste tempo; porém, 
Cristo os advertiu para que não tornassem a fazê-lo. Mesmo não 
seguindo conosco, podem ser encontrados seguidores fiéis do Senhor 
Jesus Cristo e serem aceitos por Ele. 
Vv. 51-56. Os discípulos não consideravam ser a conduta dos 
samaritanos mais um efeito de preconceito e fanatismo nacional do que 
de inimizade contra a Palavra e a adoração a Deus. Ainda que tenham se 
negado a receber a Cristo e aos seus discípulos, não os maltrataram nem 
os injuriaram, sendo portanto, o caso completamente diferente do caso 
de Acazias e Elias. Tampouco deram-se conta de que a dispensação do 
Evangelho seria marcada por milagres de misericórdia. Porém, acima de 
tudo, ignoravam os motivos dominantes em seus próprios corações, que 
eram o orgulho e a ambição carnal. O nosso Senhor os advertiu a este 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 28 
respeito. É fácil dizermos: venham e vejam o zelo que temos pelo nosso 
Senhor! E pensarmos que somos muito fiéis em sua causa, quando na 
realidade estamos seguindo os nossos próprios objetivos e até mesmo 
fazendo o mal, e não o bem ao nosso próximo. 
Vv. 57-62. Nesta passagem há um quese apresenta para seguir a 
Cristo, alas parece ter>-se apressado e precipitado, sem calcular 
corretamente o custo desta decisão. Se quisermos seguir a Cristo, 
devemos deixar de lado o pensamento de grandes coisas neste mundo, 
coisas superiores à capacidade que cada um de nós possui. Não 
procuremos fazer profissão de sermos cristãos quando andarmos em 
busca de vantagens mundanas. 
Nesta passagem há outro que parece estar decidido a seguir a 
Cristo, mas pede unta curta postergação. Cristo primeiro deu a este 
homem a chamada: "Segue-me". A religião nos ensina a sermos bons e 
misericordiosos, a mostrar piedade em casa e a respeitar os nossos pais; 
porém, não devemos converter tudo isto em desculpas para nos 
descuidarmos de nossos deveres para com Deus. 
Aqui há ainda outro disposto a seguir a Cristo, porém, pede tempo 
para falar com os seus amigos a este respeito, colocar em ordem os seus 
assuntos domésticos e dar ordens sobre as suas atividades. Parecia ter 
mais preocupações do mundo em seu coração do que de fato deveria ter, 
e estava disposto a ceder à tentação que o afastaria de seu propósito de 
seguir a Cristo. Ninguém é capaz de fazer algo do modo que é devido, se 
estiver dedicando a sua atenção a outras coisas. Aqueles que entram na 
obra de Deus devem estar dispostos a seguir, ou de nada servirão. olhar 
para trás conduz a pessoa a retratar-se, e retroceder significa perdição. 
Somente aquele que perseverar até o fim será salvo. 
 
Lucas 10 
Versículos. 1-16. São enviados setenta discípulos; 17-24: A bênção 
dos discípulos de Cristo; 25-37: O bom samaritano; 38-42: Jesus na 
casa de Marta e Maria. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 29 
Vv. 1-16. Cristo enviou os setenta discípulos de dois em dois, para 
que se fortalecessem e dessem estímulo uns aos outros. o ministério do 
Evangelho pede aos homens que recebam a Cristo como Príncipe e 
Salvador; e seguramente Ele irá no poder do Espírito a todos os lugares 
onde envia os seus servos fiéis. Porém, a condenação daqueles que em 
vão recebem a graça de Deus será terrível. Aqueles que desprezam os 
fiéis ministros de Cristo, aqueles que pensam o mal a respeito destes e 
zombam deles, serão reconhecidos como os que desprezaram a Deus e a 
Cristo. 
Vv. 17-24. Todas as nossas vitórias sobre Satanás são alcançadas 
por meio do poder que vem de Jesus Cristo, que deve ter todo o louvor. 
Acautelemo-nos do orgulho espiritual, que já causou a destruição de 
tantos, o nosso Senhor se regozijou na perspectiva da salvação de muitas 
almas. Era propício que se tomasse nota de modo detalhado sobre este 
momento de gozo; houve poucos momentos como este porque o Senhor 
veio como varão de dores. Nestes momentos em que viu cair Satanás e 
ouviu o bom resultado de seus ministros, regozijou-se. O Senhor tem 
sempre resistido ao orgulhoso e dado graça aos humildes. Quanto mais 
claramente dependermos do ensino, da ajuda e da bênção do Filho de 
Deus, mais conhecidos seremos do Pai e do Filho. Mais abençoados 
seremos ao vermos a glória, e ao ouvirmos as palavras do divino 
Salvador; e mais úteis seremos para o progresso de sua causa. 
Vv. 25-37. Se falarmos de modo descuidado da vida eterna e do 
caminho a esta, estaremos tomando o nome de Deus em vão. Ninguém 
ama a Deus e ao seu próximo com uma medida de puro amor espiritual, 
se não participar da graça da conversão. o orgulhoso coração humano 
resiste muito contra tais convicções. 
Cristo dá o exemplo de um pobre judeu em apuros, socorrido por 
um bom samaritano. Este pobre caiu nas mãos dos ladrões, que o 
deixaram ferido e quase morto. Aqueles que deveriam se mostrar seus 
amigos passaram de largo, e foi atendido por um estrangeiro, um 
samaritano, da nação que os judeus mais desprezavam, e com quem não 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 30 
queriam nenhum tipo de relações. É lamentável observar o quanto o 
egoísmo domina em todas as classes sociais. Quantas escusas os homens 
dão para evitar problemas ou gastos para ajudar o próximo. 
O verdadeiro cristão tem escrita em seu coração a lei do amor. o 
Espírito de Cristo habita nele; a imagem de Cristo se renova em sua 
alma. A parábola é uma bela explicação da lei de amar ao próximo como 
a si mesmo, sem acepção de nação, partido e nem outra distinção. 
Também estabelece a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, a 
favor dos miseráveis pecadores. 
Nós éramos como este viajante pobre e em apuros. Satanás, o nosso 
inimigo, nos roubou e feriu. o mal que o pecado nos faz é muito grande. 
o bendito Senhor Jesus compadeceu-se de nós. O crente considera que 
Jesus o amou, e deu a sua vida por Ele quando éramos inimigos e 
rebeldes; e tendo-lhe mostrado misericórdia, exorta-lhe que vá e faça o 
mesmo. É o nosso dever em nosso trabalho e segundo a nossa 
capacidade, socorrer, ajudar e aliviar a todos aqueles que estejam em 
apuros e necessitados. 
Vv. 38-42. Um bom sermão não é pior por ser pregado em uma 
residência; e as visitas de nossos amigos devem ser de tal modo 
administradas como para fazer com que busquem o bem de suas almas. 
Sentar-se aos pés de Cristo significa ter uma pronta disposição para 
receber a sua Palavra, e dedicar submissão à sua direção. Marta estava 
preocupada em atender a Cristo e àqueles que o acompanhavam. Aqui 
havia respeito para com o Senhor Jesus, por meio da correta atenção aos 
afazeres domésticos, mas havia alguma culpa. Ela estava muito 
empenhada em servir, mostrando abundância, variedade e precisão. A 
atividade mundana pode-se tornar um ardil tara nós, quando nos impede 
de servir a Deus e obter aquilo que é bom para as nossas almas. Quanto 
tempo é desperdiçado desnecessariamente e, muitas vezes, acumulam-se 
gastos para atender aqueles que professam o Evangelho! 
Ainda que Marta fosse culpável nesta ocasião, era, contudo, uma 
verdadeira crente, e em sua conduta geral não se descuidava das coisas 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 31 
necessárias. o favor de Deus é necessário para a nossa felicidade: a 
Salvação de Cristo é necessária para a nossa segurança. onde se observe 
isto, todas as demais coisas tomarão o seu lugar correto. Cristo declarou 
que Maria escolhera a melhor parte. Apenas uma coisa é necessária, e foi 
precisamente esta que ela escolheu: render-se à direção do Senhor Jesus 
Cristo. As coisas desta vida nos serão completamente retiradas quando 
formos tirados dela, porém, nada será capaz de separar-nos do amor de 
Cristo e de termos parte neste amor. Os homens e os demônios não 
podem tirar isto de nós, e Deus e Cristo não o querem retirar nem o 
retirarão. Preocupemo-nos cuidadosamente com a única coisa necessária. 
 
Lucas 11 
Versículos 1-4: Jesus ensina os seus discípulos a orar. 5-13: Cristo 
os exorta a serem fervorosos em oração; 14-26. Cristo expulsa um 
demônio - A blasfêmia dos fariseus; 27, 28: A verdadeira felicidade; 29-
36: Cristo repreende os judeus; 37-54: Cristo repreende os fariseus e 
escribas. 
Vv. 1-4. Dizer: "Senhor, ensina-nos a orar", é uma boa oração, e 
muito necessária, porque Jesus é o único que pode nos ensinar a orar por 
meio de sua Palavra e de seu Espírito. Senhor, ensina-me a orar; Senhor, 
incentive-me e vivifique-me para o dever; Senhor, dirija-me nos assuntos 
sobre os quais devo orar; ensine-me o que devo dizer. 
Cristo ensinou-lhes uma oração, de uma forma muito parecida à que 
havia anteriormente dado em seu sermão no monte. Existem pequenas 
diferenças de linguagem no Pai nosso em Mateus e em Lucas, mas não 
são relevantes. Em nossos pedidos pelo próximo e por nós mesmos, 
vamos ao Pai celestial, confiando em seu poder e bondade. 
Vv. 5-13. Cristo alenta o fervor e a constância em oração. Devemos 
pedir aquilo que necessitamos, como na situação em que o homem acode 
a seu vizinho ou amigo, que é bom para com ele. Pedimos pão porque 
precisamos do sustento. Se Deus não responder as nossas orações 
rapidamente, o fará em seu devido tempo se continuarmos orando. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 32 
Observemospelo que devemos orar: Devemos pedir o Espírito 
Santo, não somente para que oremos bem, mas porque todas as bênçãos 
espirituais estão incluídas nesta petição. Pelo poder do Espírito Santo, 
somos levados a conhecer a Deus e ao arrependimento, a crer em Cristo 
e amá-lo. Assim somos consolados neste mundo, e destinados à 
felicidade no mundo porvir. O nosso Pai celestial está pronto para 
outorgar todas estas bênçãos a cada um que as peça, mais do que um pai 
ou uma mãe terrenos estão dispostos a dar comida aos seus filhos que 
têm fome. Esta é a vantagem da oração de fé: ela aquieta e leva a atenção 
dos corações a Deus. 
Vv. 14-26. A expulsão de demônios feita por Cristo foi realmente a 
destruição do poder deles. O coração de todos os pecadores não 
convertidos é o palácio do Diabo, onde este habita e manda. Existe uma 
espécie de paz no coração daqueles que não são convertidos, e que o 
Diabo mantém sob custódia como um forte homem armado. O pecador 
sente-se seguro, não tem dúvidas da bondade de seu estado, nem 
qualquer temor em relação aos juízos vindouros. Porém, observemos a 
maravilhosa mudança que ocorre por ocasião da conversão. A conversão 
da alma a Deus é a vitória de Cristo sobre o Diabo e sobre o poder que 
este exercia sobre ela, restaurando à alma a liberdade que possuía, e 
recuperando o interesse nela e o seu poder sobre ela. Todos os dons do 
corpo e da mente são agora empregados para Cristo. 
A condição do hipócrita é a seguinte: a casa é varrida dos pecados 
comuns, por meio de uma confissão forçada, como a de faraó; por uma 
contrição fingida como a de Acabe; ou por uma reforma parcial como no 
caso de Herodes. A casa está varrida, porém não está lavada; o coração 
não está santificado. o ato de varrer retira somente o pó que está solto, 
enquanto o pecado que persegue o pecador está ileso. A casa está 
adornada com graça e dons comuns. Não está preparada com nenhuma 
graça verdadeira. Tudo é pintura e verniz, nada duradouro e nem real. 
Jamais foi entregue a Cristo nem habitada pelo Espírito Santo. Tomemos 
o cuidado de não descansarmos naquilo que possamos vir a ter como 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 33 
homens, e assim não alcançarmos o céu. os espíritos malignos entram 
nestes sem qualquer dificuldade. São recebidos e vivem ali. Ali 
trabalham, e ali mandam. Que todos nós peçamos com fervor ser livres 
de tão horrível estado. 
Vv. 27,28. Enquanto os escribas e os fariseus desprezavam e 
blasfemavam sobre os discursos de Jesus, esta boa mulher admirava o 
Senhor, bem como a sabedoria e o poder com que falava. Cristo 
conduziu a mulher a uma consideração mais elevada. Ainda que seja um 
grande privilégio ouvir a Palavra de Deus, somente são verdadeiramente 
abençoados aqueles que são benditos do Senhor, que ouvem-na, 
mantêm-na em sua memória e obedecem-na como seu caminho e sua lei. 
Vv. 29-36. Cristo promete dar ainda outro sinal, o sinal do profeta 
Jonas. Em Mateus é explicado que este sinal significa a ressurreição de 
Cristo. E advertiu-os de que deveriam tirar o devido proveito deste sinal. 
Porém, ainda que o próprio Senhor Jesus fosse o pastor de uma 
congregação, qualquer que fosse esta congregação, e realizasse milagres 
diariamente entre eles, ainda assim, a menos que a sua humilde graça 
tornasse os corações humildes, eles não se beneficiariam por meio de sua 
Palavra. Não desejemos mais provas, nem um ensino mais completo do 
que aqueles que o Senhor tem prazer em nos conceder. Devemos orar 
sem cessar, para que os nossos corações e o nosso entendimento sejam 
abertos, e possamos aproveitar a luz da qual desfrutamos. Tomemos o 
especial cuidado para que a luz que há em nós não sejam trevas, porque 
se os nossos princípios e diretrizes forem maus, o nosso juízo e a nossa 
conduta também o serão. 
Vv. 37-54. Todos devemos atentar para os nossos corações, para 
que sejam purificados e criados de novo. Enquanto damos a devida 
atenção a todas as grandes coisas que se referem à lei e ao Evangelho, 
não devemos nos descuidar das pequenas coisas demonstradas por Deus. 
Senhor, dá-nos a tua providência e a tua paciência, e quando alguns 
nos espreitarem com a intenção de apanhar-nos em algo que dizemos, 
desbarate os maus propósitos que estes possuem. Dá-nos tal mansidão e 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 34 
paciência para que possamos nos gloriar nas repreensões, por amor a 
Cristo, e que o teu Espírito Santo repouse sobre nós. 
 
Lucas 12 
Versículos 1-12: Cristo repreende os intérpretes da lei; 13-21: 
Advertência contra a avareza A parábola do rico; 22-40: A condenação 
das preocupações mundanas; 41-53: O chamado a vigiar. 54-59: O 
chamado a reconciliarem-se com Deus. 
Vv. 1-12. Uma firme crença na doutrina da providência universal de 
Deus e na sua magnitude, deveria ser o suficiente para nós quando 
estamos em perigos, e estimular-nos a confiar em Deus no caminho do 
dever. A providência se fixa nas criaturas mais baixas, mesmo nos 
pássaros, e em conseqüência nas preocupações menores dos discípulos 
de Cristo. Aqueles que agora confessarem a Cristo serão por Ele 
reconhecidos no grande dia, diante dos anjos de Deus. Pará que não 
neguemos a Cristo, e desertemos de suas verdades e caminhos, nos é dito 
que aqueles que negam a Cristo, ainda que assim possam salvar a própria 
vida, e ainda que possam ganhar um reino, serão os grandes perdedores 
ao final. Cristo não os conhecerá nem reconhecerá, nem lhes mostrará 
favor. Que nenhum desviado penitente e temeroso duvide que alcançará 
o perdão. Isto é muito diferente da inimizade aberta, que é blasfêmia 
contra o Espírito Santo, que jamais será perdoada porque não haverá 
arrependimento por causa desta. 
Vv. 13-21. O reino de Cristo é espiritual, e não é deste mundo. O 
cristianismo não se envolve em política; obriga a todos a proceder com 
justiça; porém, o poder mundano não se fundamenta na graça de Deus. 
Não estimula as expectativas de vantagens mundanas por meio da 
religião. A recompensa dos discípulos de Cristo são de outra natureza. 
A avareza é um pecado do qual temos de estar constantemente 
precavidos, porque a felicidade e o consolo não dependem da riqueza 
deste mundo. As coisas deste mundo não satisfazem os desejos da alma. 
Aqui há uma parábola que mostra quão néscios são os mundanos e 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 35 
carnais enquanto vivem, e a sua miséria quando morrem. o caráter 
descrito é exatamente o de um homem mundano prudente, porém, que 
não tem gratidão para com a providência de Deus, nem um pensamento 
reto sobre a incerteza dos assuntos humanos, o valor de sua alma ou a 
importância da eternidade. Quantos, mesmo entre aqueles que professam 
ser cristãos, constituem personagens semelhantes como modelos para 
que sejam imitados, e pessoas com as quais seria bom que se 
relacionassem! Erramos ao imaginar que os pensamentos podem ser 
ocultados e livres, como se não precisassem prestar contas. Quando este 
homem viu uma grande colheita em seu terreno, ao invés de dar graças a 
Deus por esta, ou de regozijar-se por ter maior capacidade para fazer o 
bem, se afligiu: O que farei? O que farei? 
O mendigo mais pobre do país não poderia ter dito algo com maior 
ansiedade. Quanto mais tenham os homens, mais confusão terão. Foi 
néscio por não pensar em utilizar a riqueza de outro modo, mas em dar a 
si mesmo prazeres carnais e a satisfação de apetites pecaminosos, sem 
pensar em fazer algum bem aos demais. os mundanos e carnais são 
néscios; e chegará o dia em que Deus lhes chamará por nomes que Ele 
mesmo lhes dará, e serão chamados assim a partir daí. A morte de tais 
pessoas é miserável em si mesma, e terrível para eles. Pedirão a tua 
alma. o homem que se comporta deste modo detesta separar-se de seus 
bens; porém, Deus requererá uma prestação de contas de uma alma 
culpável, para que seja castigada sem demora. A atitude néscia da 
maioria dos homens é preocupar-se e buscar ansiosamente aquilo que 
somente é capaz de beneficiar o corpo eque é temporal, e não para a 
alma e para a eternidade. 
Vv. 22-40. Cristo insiste muito em que esta cautela não dê lugar a 
preocupações confusas e inquietantes (Mt 6.25-54). os argumentos aqui 
utilizados têm a finalidade de lançarmos sobre Deus toda a nossa 
preocupação, que é a maneira correta de obtermos a tranqüilidade. É 
sábio aceitarmos a nossa condição e a nossa estatura, assim como são, de 
acordo com a nossa capacidade. Uma busca angustiante e ansiosa das 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 36 
coisas deste mundo, mesmo daquelas que nos são necessárias, não está 
de acordo com o procedimento que os discípulos de Cristo devem ter. Os 
temores não devem dominar quando nos assustamos com pensamentos 
de um mal vindouro, e nos dispomos a preocupações desnecessárias 
sobre como evitá-lo. Se valorizarmos a beleza da santidade, não 
cobiçaremos os luxos desta vida. 
Então, examinemos se pertencemos a este pequeno rebanho. Cristo 
é o nosso Mestre, e nós somos os seus servos; não somente servos que 
trabalham, mas servos que esperam. Devemos ser como homens que 
esperam por seu Senhor, que sentam-se a esperar enquanto este continua 
fora, preparados para recebê-lo. Nisto faz alusão a Cristo, à sua ascensão 
ao céu, à sua vinda para reunir a Ele o seu povo por meio da morte, e a 
sua Segunda Vinda para julgar o mundo. 
Não temos a certeza da hora de sua vinda; portanto, devemos estar 
sempre preparados. Se os homens cuidam de suas casas de modo 
diligente, sejamos nós igualmente sábios com as nossas almas. Portanto, 
estai vós também preparados, vigiando como faria o bom pai de família, 
se soubesse a que hora deveria vir o ladrão. 
Vv. 41-53. Todos têm de levar a sério aquilo que o Senhor Jesus 
Cristo disse em sua Palavra, e indagar a este respeito. Ninguém é 
deixado em tanta ignorância, como para que não saiba que muitas coisas 
que faz ou que despreza, são boas; portanto, ninguém pode se escusar de 
seus pecados. 
Introduzir a dispensação do Evangelho pode produzir desolação. 
Não significa que esta seja a tendência da religião de Cristo, que é pura, 
pacífica e amável; porém, o seu efeito é contrário ao orgulho e à luxúria 
do homem. 
Haverá uma ampla difusão do Evangelho, mas antes, Cristo teria 
um batismo com o qual seria batizado muito diferente do batismo em 
águas ou no Espírito Santo. Deveria suportar os sofrimento e a morte. 
Não estava em seus planos que a pregação do Evangelho fosse ainda 
mais intensificada até que Ele tivesse passado por este batismo. Nós 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 37 
deveríamos ser zelosos para darmos a conhecer a verdade, porque ainda 
que sejam suscitadas divisões, e os inimigos do homem passem a ser os 
seus próprios familiares, ainda assim os pecadores se converteriam e 
Deus seria glorificado. 
Vv. 54-59. Cristo deseja que as pessoas sejam tão sábias em relação 
aos interesses de sua alma quanto o são em relação aos assuntos 
exteriores. Que se apressem a ter paz com Deus antes que seja muito 
tarde, se um homem encontra que Deus está contra ele por causa dos 
pecarias que pratica deve invocar a Deus em Cristo, que é aquEle que 
reconcilia o mundo consigo mesmo, Enquanto estamos vivos, estejamos 
no caminho; e esta é a nossa oportunidade para o dia de hoje. 
 
Lucas 13 
Versículos 1-5: Cristo exorta ao arrependimento à partir do caso 
dos galileus e de outros; 6-9: A parábola da figueira estéril; 10-17: A 
cura da mulher enferma; 18-22: A parábola do grão de mostarda e do 
fermento; 23-30: A exortação para entrarmos pela porta estreita; 31-35: 
Cristo repreende a Herodes e ao povo de Jerusalém. 
Vv. 1-5. Alguns comentam com Cristo sobre a morte de alguns 
galileus. Esta história trágica é rapidamente relatada aqui, e não é 
mencionada pelos historiadores. Ao responder, o Senhor Jesus menciona 
outro acontecimento que era semelhante a este, outro caso de pessoas 
afetadas por uma morte repentina. As torres que são construídas para a 
segurança costumam ser a destruição dos homens. Adverte-lhes que não 
culpem os grandes sofredores como se devessem ser considerados como 
grandes pecadores. Como nenhuma posição nem atividade profissional é 
capaz de nos assegurar contra o golpe da morte, devemos considerar as 
súbitas partidas dos demais como advertências para nós. Nestes relatos, 
Cristo fundamenta um chamado ao arrependimento. O mesmo Jesus que 
pede que nos arrependamos, pelo fato de o reino de Deus estar às portas, 
pede-o porque, se não o fizermos, pereceremos. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 38 
Vv. 6-9. A parábola da figueira estéril tem o propósito de reforçar a 
advertência recém concedida. A figueira estéril será cortada, a menos 
que dê frutos. Esta parábola se refere, em primeiro lugar, ao povo e à 
nação judaica. Porém, sem dúvida, deve despertar a todos que desfrutam 
dos meios da graça, e dos privilégios da Igreja visível. Mesmo quando 
Deus já nos tiver tolerado por muito tempo, podemos esperar que nos 
tolere um pouco mais; porém, não podemos ter a mesma esperança de 
que sempre o fará. 
Vv. 10-17. O Senhor participava dos cultos públicos de adoração, 
que eram celebrados pelos judeus nos dias de repouso. Mesmo as 
enfermidades físicas, a menos que sejam muito graves, não devem nos 
impedir de freqüentarmos os cultos públicos, nos dias da semana em que 
são celebrados atualmente. Esta mulher veio para aprender com Cristo e 
para receber o bem à sua alma, e então, Ele aliviou a sua enfermidade 
física. Quando as almas que estão encurvadas se endireitam, 
demonstram-no glorificando a Deus. 
O Senhor Jesus sabia que este príncipe da sinagoga tinha uma 
verdadeira inimizade contra Ele e contra o seu Evangelho, e que somente 
o ocultava mediante um zelo fingido por causa do dia de repouso; na 
realidade ele não desejava que fossem curados em dia algum; porém, se 
Jesus dá a sua Palavra e concede o seu poder de curar, os pecadores são 
postos em liberdade. Esta libertação costuma ser realizada no dia 
escolhido pelo Senhor; e qualquer que seja a ocasião ou culto em que 
pessoas sejam colocadas no caminho da bênção, estará de acordo com o 
objetivo deste dia. 
Vv. 18-22. Aqui temos o progresso do Evangelho anunciado em 
parábolas, como em Mateus 13. O reino do Messias é o reino de Deus. 
Que a graça cresça em nossos corações; que a nossa fé e o nosso amor 
cresçam de forma abundante e dêem provas irrefutáveis de sua 
veracidade. Que o exemplo dos santos de Deus seja de bênção entre 
aqueles que vivem; e que a sua graça flua de coração a coração, até que o 
pequeno se multiplique por mil. 
Lucas (Comentário Bíblico de Matthew) 39 
Vv. 23-30. O nosso Salvador veio para dirigir a consciência dos 
homens, e não para satisfazer a curiosidade deles. Jamais pergunte: 
Quantos serão salvos? Mas: Serei salvo? Não pergunte: o que será desta 
e daquela outra pessoa? Mas: o que devo fazer, e o que será de minha 
vida? Esforça-te para entrar pela porta estreita. Isto é ordenado a cada 
um de nós: Esforça-te. 
Todo aquele que será salvo, deverá entrar pela porta estreita; deve 
mudar completamente a sua maneira de ser. Aqueles que entrarem por 
ela deverão esforçar-se para entrar. Aqui há considerações vivificantes 
para reforçar esta exortação. Ó! Sejamos todos despertados por elas! Eles 
perguntam se são poucos aqueles que se salvam. Porém, que ninguém 
despreze a si mesmo ou aos demais, porque há derradeiros que serão os 
primeiros e primeiros que serão os derradeiros. Quando chegarmos ao 
céu, encontraremos muitos a quem jamais imaginaríamos encontrar, e 
sentiremos falta de muitos a quem esperaríamos encontrar. Sejamos 
fiéis! 
Vv. 31-35. Cristo, ao classificar Herodes como uma raposa, 
mostrou o verdadeiro caráter daquele governante. Os maiores homens 
eram os responsáveis por prestar contas a Deus. Portanto, deveriam 
chamar este governante de orgulhoso por seu próprio nome; este homem 
não foi um bom exemplo para nós. O Senhor sabia que morreria em 
breve; quando morresse, a sua obra seria aperfeiçoada,

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