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Escrivão de Polícia da Carreira de Polícia Civil do Distrito Federal NOME: ________________________________________________________________________________ LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES 1. Ao receber a ordem do fiscal de sala, confira este caderno com muita atenção, pois nenhuma reclamação sobre o total de questões e/ou falhas na impressão serão aceitas depois de iniciada a prova. 2. Cartão de respostas: a) Tem, obrigatoriamente, de ser assinado e não poderá ser substituído, portanto, não o rasure nem o amasse; b) Marque, no cartão de respostas, para cada questão, uma única resposta. A ausência de marcação, a rasura ou a marcação de mais de um campo implicará anulação dessa questão; c) No cartão de respostas, a marcação das letras correspondentes às respostas deve ser feita cobrindo a letra e preenchendo todo o espaço do campo, de forma continua e densa. A leitora ótica é sensível a marcas escuras; portanto, preencha fortemente os campos de marcação completamente, veja o exemplo: d) Reserve os trinta (30) minutos finais para marcar seu cartão de respostas. 3. Será eliminado o candidato que: a) Utilizar-se, durante a realização das provas, de máquinas e/ou relógios de calcular, bem como de rádios gravadores, headphones, telefones celulares ou fontes de consulta de qualquer espécie; b) Ausentar-se da sala em que se realizam as provas levando consigo o caderno de questões e/ou o cartão de respostas; c) Recusar-se a entregar o caderno de questões e/ou o cartão de resposta quando terminar o tempo estabelecido. Observação: Recursos até terça-feira às 12 horas. Prova 1 16/02/2020 SIMULADO PC-DF CERTAS: ERRADAS: BRANCO: ________________________ TOTAL: Escrivão de Polícia da Carreira de Polícia Civil do Distrito Federal NOME: ________________________________________________________________________________ LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES 1. Ao receber a ordem do fiscal de sala, confira este caderno com muita atenção, pois nenhuma reclamação sobre o total de questões e/ou falhas na impressão serão aceitas depois de iniciada a prova. 2. Cartão de respostas: a) Tem, obrigatoriamente, de ser assinado e não poderá ser substituído, portanto, não o rasure nem o amasse; b) Marque, no cartão de respostas, para cada questão, uma única resposta. A ausência de marcação, a rasura ou a marcação de mais de um campo implicará anulação dessa questão; c) No cartão de respostas, a marcação das letras correspondentes às respostas deve ser feita cobrindo a letra e preenchendo todo o espaço do campo, de forma continua e densa. A leitora ótica é sensível a marcas escuras; portanto, preencha fortemente os campos de marcação completamente, veja o exemplo: d) Reserve os trinta (30) minutos finais para marcar seu cartão de respostas. 3. Será eliminado o candidato que: a) Utilizar-se, durante a realização das provas, de máquinas e/ou relógios de calcular, bem como de rádios gravadores, headphones, telefones celulares ou fontes de consulta de qualquer espécie; b) Ausentar-se da sala em que se realizam as provas levando consigo o caderno de questões e/ou o cartão de respostas; c) Recusar-se a entregar o caderno de questões e/ou o cartão de resposta quando terminar o tempo estabelecido. Observação: Recursos até terça-feira às 12 horas. Prova 1 16/02/2020 SIMULADO PC-DF CERTAS: ERRADAS: BRANCO: ________________________ TOTAL: 26/04/2020 DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL (DEPEN) AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL SIMULADO DEPEN ALFACON CONCURSOS PÚBLICOS SIMULADO: DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL (DEPEN) Aplicação: 26/04/2020 PROVA OBJETIVA PARA O CARGO DE AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL GABARITO PROVISÓRIO Obs.: (X) item anulado. Item Gabarito Item Gabarito Item Gabarito Item Gabarito Item Gabarito Item Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C C E E C E C C C C E E C E E E C C C C 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 E E C C C C C E E C C C E C C C E E C E 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 E C C C E E C E C E E C C E C C C C E C 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 E C E C C C E C C C C E C E E C E E E C 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 E C E E C E C E C E C C E E C E C E C C 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 C E E E E E E C E C C E C E E E E E E C " Suporta com paciência e sem murmúrio a tua parte, seja qual for" (Pitágoras) 1 • Cada um dos itens da prova objetiva vincula-se ao comando que o precede imediatamente. Em conformidade com o comando a que cada um deles esteja ligado, assinale, na Folha de Gabarito, para cada item: o campo indicado com a letra C, caso julgue o item CERTO; ou o campo indicado com a letra E, caso julgue o item ERRADO. A inexistência de marcação ou a marcação de ambos os campos não serão penalizadas, ou seja, não sofrerão pontuação negativa. Para as marcações adequadas, use a Folha de Gabarito, único registro válido para a correção da sua prova objetiva para inclusão no Ranking. • Nas questões formadas pela ordem de Situação hipotética: ... seguida de Assertiva(s): ..., as informações apresentadas como situação hipotética deverão ser analisadas como premissa(s) para o julgamento das assertivas propostas. • Nas questões que apreciarem conhecimentos de informática e(ou) tecnologia da informação, contanto que seja expressamente informado o oposto, entenda que todos os softwares citados estão em configuração-padrão e que inexiste restrições de proteção, de funcionamento e de uso no tocante aos softwares, arquivos, diretórios, recursos e equipamentos citados. • Potenciais espaços livres — apontados ou não pelo indicativo “Espaço livre” — que integrem esse caderno de provas poderão ser aproveitados na forma de rascunhos. CONHECIMENTOS BÁSICOS ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 Língua Portuguesa Texto CB1A1AAA Não há dúvida de que a televisão apresenta ao público uma visão distorcida de como a ciência forense é conduzida e sobre o que ela é capaz, ou não, de realizar. Os atores que interpretam a equipe de investigação, por exemplo, são uma mistura de policial, detetive e cientista forense — esse perfil profissional não existe na vida real. Toda profissão, individualmente, já é complexa o bastante e demanda educação, treinamento e métodos próprios. A especialização dentro dos laboratórios tornou-se uma norma desde o final da década de 80 do século passado. O cientista forense precisa conhecer os recursos das outras subdisciplinas, mas ninguém é especialista em todas as áreas da investigação criminal. Além disso, os laboratórios frequentemente não realizam todos os tipos de análise devido ao custo, à insuficiência de recursos ou à pouca procura. As séries da TV retratam incorretamente os cientistas forenses, mostrando-os como se tivessem tempo de sobra para todos os casos. Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a uma investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo. A maioria dos laboratórios acredita que o acúmulo de trabalho é o maior problema que enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no orçamento baseia-se na dificuldade de dar conta de tanto serviço. Os programas de investigação criminal de ficção não reproduzem corretamente o que ocorre na vida real quando o assunto são as técnicas científicas: um cientista forense da Universidade de Maryland estima que cerca de 40% do que é mostrado no CSI não existe. Os investigadores verdadeiros não conseguem ser tão precisos quanto suas contrapartes televisivas. Ao analisar uma amostra desconhecida em um aparelho com telas brilhantes e luzes piscantes, o investigador de um desses seriados pode conseguir uma resposta do tipo “batom da marca X, cor 42, lote A-439”. O mesmo personagem talvez interrogue um suspeito e declare “sabemos que a vítimaestava com você, pois identificamos o batom dela no seu colarinho”. No mundo real, os resultados quase nunca são tão exatos, e o investigador forense provavelmente não confrontaria diretamente um suspeito. Esse desencontro entre ficção e realidade pode acarretar consequências bizarras. Em Knoxville, Tennessee, um policial relatou: “Estou com um homem cujo carro foi roubado. Ele viu uma fibra vermelha no banco traseiro e quer que eu descubra de onde ela veio, em que loja foi comprada e qual cartão de crédito foi usado”. A realidade do CSI. In: Scientific American Brazil. Segmento. Internet: <http://www2.uol.com.br> (com adaptações). Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, bem como o disposto no Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens que seguem. 1 Seria mantida a correção gramatical do texto caso a forma verbal “acredita” (ℓ.21) fosse flexionada no plural: acreditam. Gabarito: Correto Comentário: O verbo no plural (acreditam) passaria a concordar com o termo “laboratórios”. Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva “a maioria”, “a minoria”, “grande parte de”, “a maior parte de”) acompanhada de um especificador no plural, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural. Em “a maioria dos laboratórios”, o verbo pode ficar no singular concordando com a expressão partitiva (maioria) ou pode ficar no plural concordando com o termo especificador (laboratórios). 2 No trecho “baseia-se na dificuldade” (ℓ. 23 e 24), a partícula “se” poderia ser anteposta à forma verbal “baseia” sem prejuízo da correção gramatical do texto. Gabarito: Correto Comentário: O pronome “se” poderia ser anteposto à forma verbal “baseia” já que não estaria iniciando oração. A próclise é proibida quando o pronome oblíquo átono estiver iniciando oração. No trecho “boa parte dos pedidos de aumento no orçamento baseia-se na dificuldade de dar conta de tanto serviço”, o pronome “se” poderia ser anteposto à forma verbal “baseia” porque não estaria iniciando oração, então a próclise e a ênclise são permitidas. 3 Infere-se do texto que, até o final da década de 80 do século passado, todos os profissionais que atuavam em laboratórios forenses eram generalistas. Gabarito: Errado Comentário: A especialização dentro dos laboratórios tornou-se uma norma, mas isso não quer dizer que não havia naquela época (antes da norma) pessoas especializadas. Há extrapolação quando saímos do contexto, quando acrescenta- mos ideias que não estão presentes no texto. Não está presente no texto a ideia de que até o final da década de 80 do século passado, todos os profissionais que atuavam em laboratórios forenses eram generalistas. O que se afirma é que a especialização dentro dos laboratórios tornou-se uma norma a partir desse período, mas não se pode concluir que antes a especialização não existia. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 2 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 4 Conclui-se do último período do primeiro parágrafo que os laboratórios de investigação criminal têm pouca demanda de trabalho e, por isso, não realizam todos os tipos de análises mostrados nas séries de TV que retratam os processos de investigação forense. Gabarito: Errado Comentário: O item contraria a ideia apresenta. O texto afirma que na vida real os cientistas recebem vários casos ao mesmo tempo, então não possuem pouca demanda. A pouca procura por algumas análises faz com que os laboratórios não realizem todos os tipos de análises, mas isso não quer dizer que os cientistas tenham pouco trabalho. Este item apresenta muitas palavras do texto, apresenta até expres- sões inteiras do texto, mas com um sentido contrário. Isso faz com que ocorra uma confusão por parte do leitor. O texto afirma o oposto: ”Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo. A maioria dos laboratórios acredita que o acúmulo de trabalho é o maior problema que enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no orçamento baseia-se na dificuldade de dar conta de tanto serviço.” O que tanta gente foi fazer do lado de fora do tribunal onde foi julgado um dos mais famosos casais acusados de assassinato no país? Torcer pela justiça, sim: as evidências permitiam uma forte convicção sobre os culpados, muito antes do encerramento das investigações. Contudo, para torcer pela justiça, não era necessário acampar na porta do tribunal, de onde ninguém podia pressionar os jurados. Bastava fazer abaixo-assinados via Internet pela condenação do pai e da madrasta da vítima. O que foram fazer lá, ao vivo? Penso que as pessoas não torceram apenas pela condenação dos principais suspeitos. Torceram também para que a versão que inculpou o pai e a madrasta fosse verdadeira. O relativo alívio que se sente ao saber que um assassinato se explica a partir do círculo de relações pessoais da vítima talvez tenha duas explicações. Primeiro, a fantasia de que em nossas famílias isso nunca há de acontecer. Em geral temos mais controle sobre nossas relações íntimas que sobre o acaso dos maus encontros que podem nos vitimar em uma cidade grande. Segundo, porque o crime familiar permite o lenitivo da construção de uma narrativa. Se toda morte violenta, ou súbita, nos deixa frente a frente com o real traumático, busca-se a possibilidade de inscrever o acontecido em uma narrativa, ainda que terrível, capaz de produzir sentido para o que não tem tamanho nem nunca terá, o que não tem conserto nem nunca terá, o que não faz sentido. Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet: <www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações). 5 Sem prejuízo do sentido original do texto, os dois-pontos empregados logo após “sim” (ℓ. 3) poderiam ser substituídos por vírgula, seguida de dado que ou uma vez que. Gabarito: Correto Comentário: Após o sinal de dois-pontos há uma explicação da ideia anterior. As locuções conjuntivas “dado que” e “uma vez que” introduzem uma ideia explicativa, então a substituição do sinal de dois-pontos pelas locuções manteria a correção e o sentido original do texto. O sinal de dois-pontos introduz em geral: explicação, esclareci- mento, enumeração, citação ou discurso direto. No texto, esse sinal de pontuação está introduzindo uma explicação da ideia anterior. As locuções conjuntivas “dado que” e “uma vez que” também intro- duzem uma explicação, então a substituição não acarreta prejuízo gramatical nem semântico. Outras conjunções explicativas: pois, porque, já que, porquanto, visto que, etc. Não há conclusões unânimes, mas a ciência e os especialistas caminham para o entendimento de que o preconceito seja um conceito aprendido. Por definição, o preconceito é uma opinião formada antes da aquisição dos conhecimentos adequados; um sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. Assim, foge da postura típica dos animais, que só passam a rejeitar aquilo que os prejudica a partir da experiência adquirida. O racismo prevê uma superioridade racial independente da experiência pessoal. Um estudo neurológico realizado pela pesquisadora Eva Telzer, da Universidade de Illinois, analisou a reação de uma estrutura cerebral chamada amígdala, ligada a sensações como medo e ansiedade, em crianças e adolescentes de 4 a 16 anos. O estudo mostrou que a amígdala não responde à questão racial em crianças: a sensação de medo começa a aparecer ao longo da adolescência, o que pode indicar que o racismo é aprendido ao longo da vida. Já as pesquisas na área de psicologia experimental, que muitas vezes estudam o comportamento dos animais, poderiam encontrar uma explicação para o racismo de bases evolutivas — apesar de não existirem, nos animais, traços de preconceito ou discriminação propriamente dita. “Nós não identificamos em animais um correlato exato ao preconceito, especialmente porque preconceito é uma construção verbal e social típica das culturas humanas”, diz PatríciaIzar, professora doutora do departamento de psicologia experimental da Universidade de São Paulo (USP). “O que existe tipicamente entre os primatas, os macacos, é um comportamento de proteger o grupo ao qual eles pertencem; em geral, um grupo com alto grau de parentesco contra outro grupo.”. O geneticista Sérgio Pena não concorda com estudos evolutivos: “Ao postular a existência de uma natureza humana evolutivamente moldada para ser etnocêntrica, paroquial, bairrista e chauvinista, esses discursos geralmente terminam por atribuir ao racismo uma inevitabilidade natural. Isso não é verdade. Pelo contrário, as ‘raças’ e o racismo não têm nenhuma justificativa biológica e não passam de uma invenção muito recente na história da humanidade.”. Internet: <www.uol.com.br> (com adaptações) 6 A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma “existirem” (ℓ. 22) fosse substituída por existir. Gabarito: Errado Comentário: O verbo deve concordar com o sujeito “traços”, por isso não pode ficar flexionado no singular. O verbo “existir” não é impessoal, ou seja, possui sempre sujeito e deve concordar com ele. No texto, o sujeito se encontra depois do verbo (apesar de não existirem, nos animais, traços de preconceito ou discriminação propriamente dita). Vale destacar que o verbo existir possui sujeito e não possui complemento, ou seja, é intransitivo. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 3 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 7 O verbo ‘postular’ (ℓ. 34) está empregado no texto com o mesmo sentido de pressupor. Gabarito: Correto Comentário: “Postular” equivale, no contexto, a pressupor, ou seja, conjecturar, supor. Pressupor: Supor antecipadamente; conjecturar, supor, imaginar Ex.: Pressupor que alguém vai criticar a sua peça. Fazer supor a existência de; dar a entender; presumir Ex.: esse preço alto pressupõe uma boa qualidade do produto Postular: admitir como premissa 8 O emprego do sinal indicativo de crase no trecho “não responde à questão racial” (ℓ. 15-16) é obrigatório, dados o caráter definido do termo “questão racial” e a acepção do verbo responder no período. Gabarito: Correto Comentário: O verbo “responder” é transitivo indireto no contexto em que se insere, então a preposição “a” é obrigatória. O artigo definido “a” antes de “questão racial” também é obrigatório tendo em vista que é um termo restrito, específico, determinado. Então, o acento indicativo é obrigatório. O verbo responder pode ser transitivo direto ou indireto. No texto, está empregado no sentido de dar uma resposta a alguma coisa. Por isso, a preposição “a” é obrigatória. Não responde à questão racial. Veja a diferença: Ela respondeu que era inocente (respondeu alguma coisa – transitivo direto). 9 A substituição da forma verbal “seja” (ℓ. 3) por é manteria a coerência e a correção gramatical do texto. Gabarito: Correto Comentário: A coerência seria mantida uma vez que o nexo, a ligação, a harmonia entre as ideias são preservados. A correção também é preservada porque a substituição do presente do subjun- tivo (seja) pelo presente do indicativo (é) mantém a correlação entre os tempos verbais. Vale destacar que manter a coerência não significa manter o sentido original. A coerência está ligada ao nexo, à harmonia entre as ideias. A substituição do presente do subjuntivo pelo presente do indicativo preserva essa harmonia, mas altera o sentido. Contudo, a questão não questiona a alteração de sentido. O modo subjuntivo expressa uma hipótese, uma possibilidade, um desejo. Já o presente do indicativo denota um fato, uma certeza. 10 O emprego de aspas no vocábulo ‘raças’ (ℓ. 38), na fala do geneticista Sérgio Pena, reproduz a intenção desse pesqui- sador de demonstrar a inadequação da palavra no contexto apresentado por ele. Gabarito: Correto Comentário: O geneticista Sérgio Pena não concorda com estudo evolutivos. Emprega as aspas para reforçar que não concorda com a acepção dessa palavra (raça) pelos outros estudiosos. As aspas são usadas: no início e no fim de citações ou transcrições textuais, enfatizar palavras ou expressões, assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia. No contexto, as aspas foram empregadas para destacar uma palavra que o autor considera inadequada ao contexto apresentado. Sérgio Pena discorda da denominação utilizada pelos outros estudiosos. É uma loja grande e escura no centro da cidade, uma quadra distante da estação de trem. Quando visito a família, entre um churrasco e outro, vou até lá para olhar as gôndolas atulhadas de baldes, bacias, chaves de fenda, garfos, colheres, facas, afiadores de vários modelos, pedras de amolar, parafusos, porcas, pregos, anzóis e varas de pescar. É uma loja grande e escura, eu dizia, no centro da cidade onde nasci, e dentro dela me sinto protegido, distante da neurose e dos problemas, sonhando com uma das vidas que não tive e me esquecendo da vida real em que me perco enquanto a atravesso e sou por ela atravessado. Tem meia dúzia de atendentes, conheço dois ou três pelo nome, e o dono do lugar é sempre simpático comigo. Sabe que gosto do seu negócio, que, se me mudasse de novo para lá, seria seu freguês. Mas também sei que me vê como um tipo que há vinte anos vive na capital, que a essa altura é mais metropolitano que interiorano, um cara talvez meio esquisito, ou apenas ridículo, que se interessa por coisas de que não precisa, coisas das quais não entende. Da última vez gastei uma eternidade olhando uma caneca de alumínio. Não a coloquei na cesta de compras. Para ser sincero, mal consegui tocá-la. De repente minha existência pareceu absurda, e eu teria que trocar de roupa e de pele antes de usar aquela caneca industrial. Ou pelo menos pintar de outra cor as paredes da sala. Era trabalho demais, desisti. Agora tenho uma caneca imaginária — que brilha na sombra quando bebo água. Fabrício Corsaletti. Escura. In: Perambule. São Paulo: Editora 34, 2018 (com adaptações) 11 A substituição da expressão “das quais” (ℓ. 19) por que preser- varia tanto o sentido quanto a correção gramatical do período. Gabarito: Errado Comentário: A correção gramatical seria mantida, pois o verbo entender pode ser transitivo direto ou indireto, mas o sentido seria alterado. Entender de: ter conhecimento e/ou prática; ser hábil ou perito Não entende de cozinha, não é hábil nisso, não tem prática nisso ou não tem conhecimento disso. Entender: compreender algo, perceber algo, captar algo Você entende o significado de alguma palavra: conhece, percebe, compreende. Eu entendo o critério utilizado. 12 A expressão “um cara talvez meio esquisito” (ℓ. 17-18) é empre- gada pelo narrador para caracterizar “o dono do lugar” (ℓ. 13). Gabarito: Errado Comentário: A expressão “um cara talvez meio esquisito” é empre- gada pelo narrador para caracterizar a si mesmo. O narrador acredita que “o dono do lugar” o enxerga dessa forma. Observe a passagem do texto: “Tem meia dúzia de atendentes, conheço dois ou três pelo nome, e o dono do lugar é sempre simpá- tico comigo. Sabe que gosto do seu negócio, que, se me mudasse de novo para lá, seria seu freguês. Mas também sei que me vê como um tipo que há vinte anos vive na capital, que a essa altura é mais metropolitano que interiorano, um cara talvez meio esquisito, ou apenas ridículo...” Quem vê é o dono do lugar. O pronome “me” se refere ao narrador. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 4 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 13 A supressão da vírgula empregada após o vocábulo “família” (ℓ. 3) implicaria alteração no sentido do período. Gabarito: Correto Comentário: O trecho “entre um churrasco e outro” está modifi- cando o verbo “ir” (vou). Vou até lá para olhar as gôndolas entre um churrasco e outro. A supressão da vírgula acarretaria alteração de sentido porque o trecho passaria a modificar “quando visito a família”. Quando visito a famíliaentre um churrasco e outro. Os adjuntos adverbais modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio. O trecho “entre um churrasco e outro” é um adjunto adverbial, que está modificando o verbo “vou”. As vírgulas que isolam esse trecho foram empregadas porque está deslocado. A supressão da primeira delas causaria alteração de sentido porque tal adjunto passaria a se relacionar com o verbo “visito”. A jurisdição constitucional na contemporaneidade apresenta-se como uma consequência praticamente natural do Estado de direito. É ela que garante que a Constituição ganhará efetividade e que seu projeto não será cotidianamente rasurado por medidas de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais do que isso, a jurisdição é a garantia do projeto constitucional, quando os outros poderes buscam redefinir os rumos durante a caminhada. Nesses termos, a jurisdição constitucional também se apresenta como medida democrática. Por meio dela, as bases que estruturaram democraticamente o Estado são conservadas, impedindo que o calor dos fatos mude a interpretação constitucional ou procure fugir de sua incidência sempre que os acontecimentos alegarem certa urgência. Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da mudança não farão despencar os edifícios que sustentam as bases constitucionais, independentemente das maiorias momentâneas e dos clamores populares. Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucional: entre a guarda da Constituição e o ativismo judicial. In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121, jun.-set./2018, p. 468-94 (com adaptações) 14 A supressão do vocábulo “do”, em “Mais do que isso” (ℓ. 5-6), comprometeria a coesão e a correção gramatical do texto. Gabarito: Errado Comentário: Para unir os dois termos de uma comparação, pode-se usar 'do que' ou simplesmente 'que'. Em construções comparativas, como é o caso do título em causa, a expressão que marca a entidade a que outra se compara é geral- mente introduzida pela locução conjuncional do que, mas também se aceita que possa ocorrer que, como ilustra a Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha e Lindley Cintra (Lisboa, Edições João Sá da Costa, p. 257): – depois de adjetivos no grau comparativo: 1. Pedro é mais idoso do que Carlos. 2. João é mais nervoso que desatento. – depois dos advérbios de quantidade mais e menos e antes de um pronome ou uma expressão nominal: 3. Ele viaja mais do que ela./Ele viaja mais que ela. A locução do que só se torna a opção recomendável quando o segundo termo contém um verbo, como no seguinte exemplo: 4. Ela trabalha mais do que passeia. 15 Seria incorreto o emprego da forma quotidianamente em lugar de “cotidianamente” (ℓ. 4), pois aquela forma foi abolida do vocabulário oficial da língua portuguesa. Gabarito: Errado Comentário: As duas palavras estão corretas e existem na língua portuguesa. Há algumas palavras em português que admitem duas – ou até três – grafias. A palavra cotidiano é uma delas, que poder escrita com qu: quotidiano. Cotidiano e quotidiano significam conjunto de ações que realizamos todos os dias. Cotidiano é a mais utilizado no Brasil, e quotidiano, em Portugal. Outros exemplos de palavras que aditem mais de uma grafia: catorze / quatorze, cota / quota. 16 A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “consti- tucional” (ℓ. 6) prejudicaria a correção gramatical do texto. Gabarito: Errado Comentário: A supressão da vírgula não acarretaria prejuízo à correção gramatical tendo em vista que a oração principal está anteposta à oração subordinada adverbial temporal. A vírgula é facultativa para separar a oração principal anteposta à oração subordinada adverbial. Quando a oração subordinada adverbial estiver anteposta à principal, a vírgula é obrigatória para separar essas duas orações. Vale destacar que a oração “quando os outro ... caminhada” é classificada como subordinada adverbial temporal porque é introduzida pela conjunção temporal “quando”. 17 Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse a forma verbal “garante” (ℓ. 3) por assegura. Gabarito: Correto Comentário: As palavras são sinônimas no contexto. A jurisdição constitucional assegura (garante) que a Constituição ganhará efeti- vidade (segundo parágrafo). Os sinônimos, primeiramente, são palavras que representam outras de significados iguais ou semelhantes. Portanto, ao ser empregado em uma frase, não há alterações na acepção do discurso. As palavras “garante” e “assegura” são sinônimas no texto. 18 A jurisdição constitucional está relacionada à conservação das bases estruturantes do Estado democrático. Gabarito: Correto Comentário: Esta é uma questão de compreensão textual, ou seja, basta voltar ao texto que encontrará a informação explícita nele. Na compreensão de texto, o leitor faz uma análise objetiva do texto, buscando verificar e entender o que realmente está escrito, assimilando as principais palavras e ideias presentes no conteúdo e coletando dados e informações concretas. A informação está presente no texto. Então, basta reler o segundo parágrafo que a informação estará escrita lá. 1 4 7 10 13 16 19 5 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 Informática Julgue o próximo item, relativo a segurança da informação. 19 Identificação e autenticação são requisitos de segurança da informação que consistem em identificar usuários do sistema e verificar as suas identidades, como pré-requisito para permitir o acesso desses usuários ao sistema. Gabarito: Correto Comentário: O mínimo que se espera de um sistema é que possa controlar o acesso a conta do usuário e suas permissões de execução de tarefas. Uma senha deve ter no mínimo 8 caracteres com pelo menos 3 tipos de caracteres diferentes para ser considerada minimamente segura. Acerca do navegador Google Chrome, julgue o item seguinte. 20 O atalho SHIFT + ESC permite acessar o Gerenciador de Tarefas para visualizar e finalizar processos do Google Chrome em execução. Gabarito: Correto Comentário: O Gerenciador de Tarefas do Google Chrome permite monitorar as abas abertas e identificar o consumo de recursos do computador, inclusive possibilita a finalização de abas que porventura estejam travadas. Cuidado para não confundir com o atalho CTRL + SHIFT + ESC do Windows que abre o Gerenciador de Tarefas do Windows. O mesmo vale para o atalho CTRL + SHIFT + DEL que lembra SHIFT + DEL do Windows, o primeiro usado nos navegadores para abrir a janela para limpar os dados de navegação, enquanto o segundo usado nos gerenciador de arquivos do sistema operacio- nal (tanto Windows quanto Linux) para apagar arquivos ou pastas definitivamente. Com relação ao MS Excel, julgue o próximo item. 21 A função PROCV permite localizar itens em qualquer posição de uma tabela ou em um intervalo por coluna, pesquisando-se a partir de determinado valor para se obter o valor de retorno. Gabarito: Errado Comentário: A função PROCV procura o valor indicado apenas na primeira coluna do intervalo informado, não procura em qualquer intervalo ou mesmo procura por coluna, ela busca o valor e ao encontrar retorna um valor da coluna indicada que esteja na mesma linha da planilha do valor encontrado. A respeito de componentes funcionais de computadores e do sistema operacional Linux, julgue o item a seguir. 22 No Linux, o diretório /home é o local onde é instalada a maior parte dos aplicativos e das bibliotecas do sistema operacional, enquanto no diretório /usr são armazenados os arquivos dos usuários. Gabarito: Errado Comentário: No Linux o diretório /home contém as pastas dos usuários, enquanto /bin e /sbin armazenam os binários (executá- veis) dos programas instalados e comandos do sistema, assim como /lib armazena as bibliotecas (equivalentes as DLLs do Windows). Vale observar que o texto utilizado “local onde é instalada a maior parte dos aplicativos e das bibliotecas do sistemaoperacional” pode ser atribuído ao /usr. Assim, caso a questão apenas tivesse invertido /home por /usr poderia ser considerada correta. Com relação a informática e processo digital, julgue o item que se segue. 23 Apesar de a Internet ser uma rede mundial de acesso amplo e gratuito, os usuários domésticos a utilizam por meio de algum provedor de acesso à Internet, isto é, uma empresa privada que cobra pelo acesso ao serviço. Gabarito: Correto Comentário: A rede mundial consiste no ambiente em que quem estiver conectado está exposto aos demais conectados à mesma rede. É direito de todos o acesso à Internet, porém apesar de algumas instituições públicas como prefeituras ofereçam acesso, ainda trata-se de uma conexão de baixa qualidade (alcance e velocida- de) deste modo a maioria dos usuários utiliza de provedores pagos (ISPs – Internet Service Providers) para conectá-los à Internet. Com relação a conceitos básicos de informática, julgue o item que se segue. 24 As intranets utilizam tecnologias da Internet para viabilizar a comunicação entre os empregados de uma empresa, permi- tindo-lhes compartilhar informações e trabalhar de forma colaborativa. Gabarito: Correto Comentário: Tudo que se tem na Internet pode se ter na Intranet. Uma vez que ambas são pautadas nos mesmos padrões e tecno- logias, como a arquitetura TCP/IP que é padrão para ambas. A finalidade básica de uma rede, seja ela pública ou privada, é a comunicação entre os dispositivos que a compõe. 25 Um certificado digital validado por uma autoridade certifi- cadora permite associar uma mensagem ao seu remetente, garantindo-se, assim, a autenticidade da comunicação. Gabarito: Correto Comentário: Ao adquirir um Certificado Digital na realidade estamos pagando pelo serviço de validação de uma chave por um período. Seria o mesmo que pensar da seguinte forma: imagine um cartório em que você deixe um cartão com suas assinaturas (manuais mesmo) e que você pague por 1 ano de serviço um valor X, durante este ano qualquer pessoa pode ir a este cartório com documentos assinados por você e pedir uma autenticação (um selo do cartório) para provar que a assinatura no documento é de fato sua, a diferença é que este usuário que consulta não terá custos, pois você pagou por um ano, é assim que funciona o certificado digital. observe que de modo similar você assinou um contrato é o remetente deste, a pessoa que vai conferir junto ao cartório (AC no mundo digital) é o destino. 6 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 Atualidades e Conhecimentos Gerais “As empresas listadas na bolsa de valores brasileira, a B3, perderam, juntas, R$ 206,2 bilhões em valor de mercado nesta semana, de acordo com dados da Economia. Nesta semana, o Ibovespa acumulou queda de 5,95%. Só na sexta- -feira (6 de março de 2020) o índice caiu 4,14%, a 97.966 pontos, para o menor patamar de fechamento desde 27 de agosto (97.276 pontos)”. (https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/06/ Perdas bilionárias G1) 26 A empresa brasileira que teve em valor de mercado as maiores quedas registradas foi a Petrobras. Gabarito: Correto Comentário: O Ibovespa acumulou queda de 5,95%. Em valor de mercado, as maiores quedas foram registradas pela Petrobras (queda de R$ 37,057 bilhões), Itaú Unibanco (17,139 bilhões) e IRB Brasil (R$ 15,719 bilhões). 27 O governo Donald Trump tem imprimido uma característi- ca fortemente protecionista na economia norte-americana, e uma ação que caracteriza este viés protecionista é a retirada da Parceria Transpacífico. Gabarito: Correto Comentário: O protecionismo norte-americano cria dificuldades para empresas internacionais e visa proteger o parque industrial norte-americano, e neste sentido anunciou que pretende retirar os EUA da Parceria Transpacífico, uma área de livre comércio formada por 12 países. “No discurso de Regina Duarte: "Acredito na busca da beleza, e já sabemos que beleza é inerente ao conceito de arte e assim para não fugir à regra na busca de uma beleza maior, vamos passar o chapéu, como de praxe, por que não? Se a vontade de fazer mais é grande, e os recursos são escassos, vamos passar o chapéu, sim”, concluiu a atriz” (https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/04) 28 A atriz Regina Duarte tomou posse, em cerimônia reali- zada no Palácio do Planalto, em Brasília como Ministra da Cultura. Gabarito: Errado Comentário: A atriz Regina Duarte tomou posse como secretária de Cultura do governo de Jair Bolsonaro em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. A atriz é a quarta ocupante do cargo em 14 meses. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. (Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1 — São Paulo e Rio de Janeiro 04/03/2020 ) Em 2017 e 2018 o crescimento foi de 1,3% em ambos os anos, após retrações de 3,5% em 2015 e de 3,3% em 2016. Veja gráfico abaixo: 29 Segundo as informações apresentadas, sobre evolução do PIB, o IBGE mostra que houve aceleração no 4º trimestre. Havendo 3º ano de resultados positivos, anulando as perdas da recessão e a economia está no patamar de 2012. Gabarito: Errado Comentário: O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,1% em 2019, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o desempenho mais fraco em 3 anos, com o resultado afetado principalmente pela perda de ritmo do consumo das famílias e dos investimentos privados. Em valores correntes, o PIB do ano passado totalizou R$ 7,3 trilhões em 2019. Foi a 3ª alta anual consecutiva após 2 anos de retração, mas a recuperação lenta ainda mantém a economia do país abaixo do patamar pré-recessão. Considere a matéria abaixo para responder as duas próximas questões. “Subiu para 13.717 o número de casos confirmados de coronaví- rus no Brasil. Foram 1.661 novas confirmações em 24 horas. O número de óbitos também aumentou, agora são 553, são 114 a mais em relação à última atualização. A maior parte está em São Paulo, que concentra 371 mortes e lidera a lista nacional com 5.682 casos confirmados da doença. Os números estão consolidados com as informações que foram repassadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde ao Ministério da Saúde até às 14h desta terça-feira (7)” Fonte: https://www.saude.gov.br/noticias 30 Desde o início da pandemia pelo Covid-19, o Estado de São Paulo é o que apresenta o maior número absoluto de pessoas infectadas. Gabarito: Correto Comentário: Desde o primeiro caso confirmado, o Estado de São Paulo é o que apresenta o maior úmero de casos absolutos de infecção pelo Covid-19 31 A decisão sobre fechamento do comércio e serviços não fundamentais, estabelecendo a quarentena horizontal não representa uma posição consensual entre especialistas e dentro do próprio governo federal. Gabarito: Correto Comentário: Um dos principais debates hoje entre especialistas e membros do governo federal é pelo isolamento vertical (apenas grupos de risco) ou horizontal (toda a sociedade) 7 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 Ética no Serviço Público 32 Moral, vocábulo herdado do latim, e ética, do grego, identi- ficam conceitos que exprimem um conjunto de regras de conduta que se espera que sejam adotadas. Gabarito: Correto Comentário: A palavra ÉTICA vem do grego “ETHOS” que significa modo de ser de uma pessoa, ou seja, o caráter de uma pessoa. Aristóteles, na Grécia antiga, identificava a ética como o agir bem, o bem pessoal. Neste contexto, a palavra bem é determinada por dois fatores: 1. A natureza humana; 2. As circunstâncias concretas com que se depara um indivíduo (ocasião). Com o surgimento do Império Romano, o termo “ethos” foi tradu- zido para o latim “mos”, que significa moral, costume, assim, a ética também começou a ser associada aos costumes, aos hábitos, a moral de uma sociedade. Enquanto a ideia inicial de ética, oriunda da Grécia, associava o agir humano apenas a naturezae as circunstâncias em que o indiví- duo se envolve, a evolução do termo, também começou a considerar a moral social como orientador do agir humano. Ambos os termos estão ligados a um conjunto de regras de conduta que se espera que sejam adotadas, sendo que a ética é um estudo das regras de conduta e a moral está ligada as próprias normas de conduta em si. 33 Enquanto a ética trata do conjunto de regras de uma socie- dade, a moral se volta ao seu estudo teórico, razão pela qual esta foi alçada a princípio constitucional da administração pública. Gabarito: Errado Comentário: Para melhor entender as diferenças entre o termo ética e moral, pode-se dizer que enquanto a ética é uma disciplina, filosófica, teórica e universal que tem por objeto o estudo da moral humana, a moral representa os valores sociais e locais que orientam a ação humana em um determinado grupo social. Assim sendo, a ética teoriza sobre as ações humanas, a moral normatiza e direciona as ações humanas. A moral é particular, expressando-se por meio da ação do indivíduo. A ética é universal e expressa-se por meio do estudo dos valores e princípios que formam a moral. A moral é relativa, podendo os valores morais serem modificados por fatores sociais e históricos, pois considera as diferenças cultu- rais de uma sociedade par a outra. Já a ética é absoluta, ou seja, os princípios e valores éticas valem para todo e qualquer local, em todo e qualquer tempo. Sendo assim, o estudo ético, por ser orientado por valores e princí- pios absolutos, pode incidir sobre as regras morais, alterando os valores e princípios morais estabelecidos num grupo social. Da ideia acima, constata-se que a ética é mais ampla que a moral, sendo a moral um objeto de estudo da ética. 34 A axiologia estuda o fenômeno da atribuição de valores, por parte do sujeito, a um ente qualquer. Gabarito: Correto Comentário: A axiologia é a ciência que estuda os valores morais de uma sociedade ou ente. Por meio da axiologia, a pessoa, antes de praticar uma determinada ação entre várias possíveis, irá avaliar a moralidade de cada uma das suas opções de ação, conforme os seus valores morais e assim, poderá escolher a melhor conduta a ser adotada. 35 Os princípios éticos são diretivas de ação que atendem e exteriorizam valores éticos que podem servir, inclusive, de norte interpretativo de leis e Constituições. Gabarito: Correto Comentário: Os princípios éticos são diretrizes que orientam, atendem e exteriorizam os valores éticos e morais. Esses princí- pios devem ser utilizados como parâmetro para a interpretação das normas, independentemente da hierarquia da norma. Logo, conclui-se que não se pode analisar as normas com base na letra seca da lei. 36 Ao deixar de pedir a nota fiscal em uma compra, um servidor público descumpre seu dever como cidadão, ferindo princí- pios éticos que buscam a universalização e efetividade dos direitos e garantias, uma vez que ele deixa de colaborar para o custeio comum das despesas com os serviços prestados à população. Gabarito: Correto Comentário: Ao deixar de pedir a nota fiscal em uma compra, um servidor público descumpre seu dever como cidadão, ferindo princípios éticos que buscam a universalização e efetividade dos direitos e garantias, uma vez que, a falta da nota fiscal pode acarre- tar numa sonegação do imposto devido pela venda por parte do vendedor, assim, o servidor, por permitir a sonegação, deixa de colaborar para o custeio comum das despesas com os serviços prestados à população. 37 A publicidade de qualquer ato administrativo constitui requi- sito de eficácia e moralidade, pois a omissão de informação resulta em comprometimento ético contra o bem comum. Gabarito: Errado Comentário: Apesar de a regra ser a publicidade dos atos adminis- trativos, sendo a publicidade um requisito de eficácia e moralidade do ato, deve-se observar que existem exceções. Os atos administra- tivos que contém informação classificada como sigilosa não podem ser publicados enquanto permanecer a condição do sigilo. Logo, não é qualquer ato administrativo que depende de publicidade para ser eficaz e moral. Inc. VII do Decreto 1.171/94 – Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e morali- dade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. 8 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 38 No estrito exercício de sua função, o servidor público deve nortear-se por primados maiores — como a consciência dos princípios morais, o zelo e a eficácia —; fora dessa função, porém, por estar diante de situação particular, não está obrigado a agir conforme tais primados. Gabarito: Errado Comentário: Os primados maiores que devem nortear o servidor público devem ser respeitados tanto no exercício da função, bem como na sua pvida privada, sob pena de responsabilização do servidor. Inc. I do Decreto 1.172/94 – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 39 Constitui grave dano moral aos usuários dos serviços públicos o atraso na prestação do serviço solicitado. Gabarito: Correto Comentário: Um dos princípios expressos da administração pública é o princípio da eficiência, que exige bom rendimento funcional dos servidores públicos. Logo, o atraso na prestação do serviço solicitado, configura tanto uma violação ao princípio da eficiência como ao princípio da moralidade. Inc. X do Decreto 1.171/94 – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. 40 O servidor deve respeitar a hierarquia e não contrariar ordens de seu superior, ainda que estas estejam em desconformidade com os princípios norteadores da administração pública. Gabarito: Errado Comentário: O servidor deve respeitar a hierarquia e não contra- riar ordens de seu superior, ainda que estas estejam em desconfor- midade com os princípios norteadores da administração pública. Alínea h do inc. XIV do Decreto 1.171094 – É dever fundamental do servidor público ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal. Logo, tanto o servidor quanto os seus superiores hierárquicos são regidos pelo princípio norteadores da administração pública. Sendo assim, apesar de o servidor, em regra, ter o dever de obedecer às ordens superiores, este dever é afastado diante de uma ordem que esteja em desconformidade com os princípios da administra- ção pública. 41 A Comissão de Ética poderá aplicar pena de demissão ao servidor público que atentar contra a ética, desde que haja a devida motivação para o ato. Gabarito: Errado Comentário: A única pena que pode ser aplicada pela Comissão de Ética ao servidor público por atentar contra a ética é a CENSURA, e não demissão. Inc. XXII do Decreto 1.171/94 – A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamen- tação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. Raciocínio Lógico Matemático Um grupo de 15 turistas que planeja passear pelo rio São Francis- co, noCanyon do Xingó, em Sergipe, utilizará, para o passeio, três barcos: um amarelo, um vermelho e um azul. Cada barco tem capacidade máxima para 8 ocupantes e nenhum deles deixará o porto com menos de 3 ocupantes. 42 Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguin- tes. A quantidade de maneiras distintas de distribuir os 15 turistas pelos 3 barcos, de forma que cada barco seja ocupado por exatamente 5 turistas, é superior a 2² × 3² × 7² × 11². Gabarito: Correto Comentário: C15, 5 x C10, 5 x C5, 5 = 756.756 2² × 3² × 7² × 11² = 213.444 756.756 > 213.444 Julgue o próximo item, considerando a proposição P a seguir. P: “O bom jornalista não faz reportagem em benefício próprio nem deixa de fazer aquela que prejudique seus interesses”. 43 A negação da proposição P está corretamente expressa por: “Se o bom jornalista não faz reportagem em benefício próprio, então ele deixa de fazer aquela reportagem que prejudica seus interesses”. Gabarito: Correto Comentário: ~P: O bom jornalista não faz reportagem em benefí- cio próprio ~Q: NEM (E NÃO) deixa de fazer aquela que prejudique seus interesses Temos então: ~P ^ ~Q Fazendo a negação, temos: ~ ( ~P ^~Q) = P v Q A equivalência P v Q = ~P → Q Dois candidatos, amigos e estudiosos, resolveram calcular as chances que tinham de passar em um determinado concurso. Um tinha 3/7 de chances de passar e o outro tinha 7/8 de chances de não passar. Em relação ao exposto, julgue o item a seguir. 44 As chances de apenas um deles passar são de 25/56. Gabarito: Correto 9 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 Comentário: Para resolvermos, precisamos analisar duas situações: SITUAÇÃO 1: Candidato 1 (Passar = 3/7) e Candidato 2 (Reprovar = 7/8) Temos, então: 3/7 X 7/8 = 21/56 OU SITUAÇÃO 2: Candidato 2 (Passar = 1/8) e Candidato 1 (Reprovar = 4/7) Temos, então: 1/8 X 4/7 = 4/56 Agora vamos somar as duas possibilidade, já que o conectivo "OU" está empregado. 21/56 + 4/56 = 25/56. 45 Considere que seja verdadeira a seguinte proposição: “Se todos os triângulos são isósceles, então existe um círculo de raio R”. Nesse caso, também é verdadeira a proposição “Se nenhum dos círculos é de raio R, então existe um triângulo que é isósceles”. Gabarito: Errado Comentário: A questão trouxe a equivalência: P → Q = ~Q → ~P Porém não negou a segunda Parte Negação de algum = nenhum Negação de todo = algum ... não O correto seria: “Se nenhum dos círculos é de raio R, então existe um triângulo que NÃO é isósceles”. 46 Se A for o conjunto dos presentes que votaram a favor e B for o conjunto dos presentes que votaram contra, então o conjunto diferença A\B terá exatamente um elemento. Gabarito: Errado Comentário: A expressão A\B corresponde ao conjunto A-B. Para obtê-lo, devemos pegar o conjunto A ( 6 pessoas que votaram a favor) e retirar aquelas pessoas que Também façam parte do conjunto B (5 pessoas que votaram contra). Não existe interseção entre os 2 conjuntos (ninguém votou a favor e contra ao mesmo tempo), Então não é preciso tirar ninguém do conjunto A, ou seja, A – B = A, tendo 6 elementos, e não somente um. Considere as seguintes proposições. • P1: Se a empresa privada causar prejuízos à sociedade e se o governo interferir na sua gestão, então o governo dará sinalização indesejada para o mercado. • P2: Se o governo der sinalização indesejada para o mercado, a popularidade do governo cairá. • Q1: Se a empresa privada causar prejuízos à sociedade e se o governo não interferir na sua gestão, o governo será visto como fraco. • Q2: Se o governo for visto como fraco, a popularidade do governo cairá Tendo como referência essas proposições, julgue o item seguinte, a respeito da lógica de argumentação. 47 O argumento em que as proposições Q1 e Q2 são as premis- sas e a conclusão é a proposição “Se a empresa privada causar prejuízos à sociedade e se o governo não interferir na sua gestão, a popularidade do governo cairá.” é um argumento válido. Gabarito: Correto Comentário: Nesse caso usaremos o método da conclusão Falsa e premissas verdadeiros. Como conseguimos provar que uma das proposições é falsa, logo o argumento é Válido. A (V) ^ B(F) → C(V) V C(V) → D (F) V (F)___________________________ A(V) ^B(V) → D(F) = F A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora menos”, que corresponde a um ditado popular, julgue os próximos dois itens. 48 A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem pode menos, chora mais”. Gabarito: Errado Comentário: A proposição é a condicional “Se pode mais –> chora menos”. A negação de p→q é dada por “p e não q”, ou seja: “Pode mais E NÃO chora menos” 49 Se a proposição P for verdadeira, então o conjunto formado por indivíduos que podem mais está contido no conjunto dos indivíduos que choram menos. Gabarito: Correto Comentário: Em uma condicional p → q, sabemos que p é suficien- te para q. Isto é, ser “p” é suficiente para ser “q”. Em outras palavras, pertencer ao conjunto “p” é suficiente para também pertencer ao conjunto “q”. Ou seja, pertencer ao conjunto “pode mais” é suficiente para perten- cer também ao conjunto “chora menos”. Logo, o conjunto “pode mais” ESTÁ CONTIDO” no conjunto “chora menos”. A centralidade das relações entre a argumentação e a questão da autoridade tornou-se, nos nossos dias, ainda mais evidente, com a especialização dos saberes e com a emergência da figura dos especialistas ou peritos. A complexidade da nossa sociedade levou a que se incrementasse a especialização, e esta – por menos que gostemos disso – aumenta a nossa confiança nas figuras de autoridade. Não estamos aptos a inspecionar, por nós próprios, provas em todos os domínios da atividade humana, logo, fazemos a melhor coisa que nos é possível fazer: confiamos em especialistas devidamente credenciados. 50 O texto centra-se na premissa de que, com a especialização dos saberes, a confiança nos especialistas tornou-se uma deficiência inevitável, que alija qualquer pensamento crítico. Gabarito: Errado Comentário: A ideia de que é inevitável confiar nos especialistas é a conclusão do argumento, e não uma premissa. 10 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 Direito Administrativo O chefe da Seção de Transporte comunica que o veículo caminhonete X, placa YYY, foi abastecido com combustível distinto de sua configuração de fábrica (diesel), quando utiliza- do em diligência por servidores técnicos do MPU. Relata que o abastecimento equivocado gerou danos ao veículo, cujo conserto, no valor total de cinco mil reais, foi pago com verbas do erário. Acrescenta também que, dada a indisponibilidade de diesel no momento do abastecimento, o servidor condutor do veículo autorizou o frentista do posto de combustível a pôr gasolina no tanque da referida caminhonete. Por fim, menciona que o servidor condutor do veículo não se dispôs a ressarcir voluntariamente aos cofres públicos os valores gastos a título de despesas extraordiná- rias com o reparo do veículo. Acerca dos fatos relatados no trecho do parecer hipotético apresen- tado, julgue o item a seguir, com base na Lei n.º 8.112/1990. 51 A referida lei prevê pena de suspensão para o servidor que conduzia o veículo, em razão da natureza e gravidade da sua falta bem como dos danos desta provenientes. Gabarito: Errado Comentário: Bastava saber as penalidades de suspensão para eliminar essa possibilidade. São transgressões que ensejam suspensão: 1 – Reincidência das faltas punidas com advertência. 2 – Recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente. 3 – Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência 4 – Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. Também é importante lembrar a definição de lesão ao erário, qual seja: “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapi- dação dos bens ou haveres” 52 A ação disciplinar contra servidor que cometa ato ilícito punível com suspensão prescreverá em dois anos contados da data em que o fato se tornou conhecido; todavia, se tal ato ilícito também configurar crime, então se aplicará o prazo prescricional da lei penal para a ação disciplinar. Gabarito: Correto Comentário: Não confundir tempo de prescrição com tempo de cancelamento dos registros. São tempos de prescrição: Advertência – 180 Dias Suspensão – 2 Anos Demissão – 5 Anos Observações: Prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. Os prazos previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplina- res capituladas também como crime. Abertura de sindicância ou a instauração de PAD interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. São tempos para Cancelamento dos Registros: Advertência – 3 Anos Suspensão – 5 Anos 53 No caso de processo disciplinar, a autoridade julgadora deverá proferir sua decisão a respeito da responsabilidade de servidor no prazo de vinte dias, contados do recebimento do processo. Gabarito: Correto Comentário: Cuidado para não confundir com o prazo do processo administrativo da lei 9784/99. Nesta lei o prazo é: Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o 30 para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. 54 O servidor responde apenas administrativamente pelo exercí- cio irregular de suas atribuições, o qual pode ensejar a aplica- ção de penalidade disciplinar — até mesmo de demissão — , que deve, sempre, mencionar o fundamento legal e a causa da sanção. Gabarito: Errado Comentário: São Responsabilidades: Civil – Decorre do ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte prejuízo ao erário ou a terceiros. Penal – Abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor. Administrativa – Resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. As sanções civis, penais e adm. poderão cumular-se, sendo indepen- dentes entre si. A esfera penal deverá vincular as demais instâncias quando: – For CONDENADO criminalmente pelo mesmo fato. – For ABSOLVIDO em decorrência da INEXISTÊNCIA do fato ou da AUSÊNCIA da autoria. 55 De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, é dever do servidor atender o público em geral com presteza, fornecendo as informações requeridas, salvo aquelas protegidas por sigilo. Gabarito: Correto Comentário: As informações protegidas por sigilo são reguladas na Lei de Acesso a Informação, que classifica as informações como: Ultra secreta Secreta Reservada Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final. 11 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 56 Servidor público estável poderá perder o seu cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. Gabarito: Correto Comentário: Segundo a constituição federal, além destes dois casos, existem mais duas situações: 1 – Avaliação periódica de desempenho; 2 – Excesso de despesa com o pessoal. 57 Situação hipotética: Em 2015, Joaquim, servidor público federal, aposentou-se voluntariamente. Em 2016, compro- vou-se que Joaquim, em 2015, ainda no exercício de suas funções, havia cometido ato de improbidade administrativa. Assertiva: Nessa situação, a aposentadoria de Joaquim deverá ser cassada. Gabarito: Correto Comentário: Não podemos esquecer que atos de improbida- de administrativa importam em DEMISSÃO pela lei 8112/90. Combinando com o artigo 134 temos que a aposentadoria será cassada. Outra situação é perceber que o tempo de prescrição não tinha passado. Sendo 5 anos da data em que o fato se torna conhecido, para fins de demissão. Considerando o entendimento do STJ acerca do procedimen- to administrativo, da responsabilidade funcional dos servidores públicos e da improbidade administrativa, julgue o seguinte item. 58 É possível a instauração de procedimento administrativo disciplinar com base em denúncia anônima. Gabarito: Correto Comentário: Cuidado, apesar do entendimento do STJ temos na lei 8.112 a seguinte redação: Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade. Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. Logo, segundo o dispositivo legal, não é possível o referido anonimato. 59 Nas ações de improbidade administrativa, a única função do Ministério Público é atuar obrigatoriamente como fiscal da ordem jurídica. Gabarito: Errado Comentário: Como complementação, cabe lembrar que o MP também pode requerer diligências para elucidação do caso, tais como: Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministé- rio Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. 60 As disposições da Lei n.º 8.429/1992 são aplicáveis àquele que induzir um agente a praticar ato ímprobo. Gabarito: Correto Comentário: Como complementação, devemos lembrar que para o STJ É inviável a propositura de ação civil de improbidade adminis- trativa exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. 61 A ocorrência de prejuízo ao erário é condição indispen- sável para a configuração de qualquer ato de improbidade administrativa. Gabarito: Errado Comentário: Segundo as palavras de Marcelo Alexandrino: “é muito relevante enfatizar que a aplicação das sanções previstas na Lei 8.429/92, seja qual for o ato de improbidade administrativa praticado, independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimô- nio público (em sentido econômico) e independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas (art.21). É evidente que, no caso de o ato não causar qualquer dano ao patrimônio público econômico, não se há de cogitar ressarcimento ao erário, mas as demais sanções, tais como a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos, são plenamente aplicáveis sem qualquer ressalva” Ou seja, não é necessário efetivo prejuízo à administração pública para que se caracterize ato de improbidade administrativa. 62 A Lealdade à instituição é um valor que a Lei de Improbida- de Administrativa busca resguardar. Gabarito: Correto Comentário: A lista do artigo 11 é exemplificativa, tais como: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. IX - deixar de cumprira exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. 12 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 63 Somente atos comissivos podem caracterizar uma situação como sendo de improbidade administrativa por violação dos princípios da administração pública. Gabarito: Errado Comentário: O único ato de improbidade administrativa que segundo a doutrina majoritária comporta apenas ato comissivo é o Enriquecimento Ilícito. Apesar disso, existem exemplificações deste ato na lei que ensejam omissão, quais sejam: I - Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; II - Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decor- rente das atribuições do agente público, durante a atividade; 64 A incidência da referida lei independe de percepção de remune- ração decorrente do exercício da função pública pelo agente. Gabarito: Correto Comentário: Letra da lei, em seu artigo segundo: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunera- ção, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Conforme a leitura do artigo, podemos extrair que a lei define como AGENTE PÚBLICO, TODO aquele que exerce, AINDA que TRANSITORIAMENTE, ou SEM REMUNERAÇÃO, mandato, cargo, emprego ou função, por: → Eleição, Nomeação → Designação, Contratação → QUALQUER forma de investidura ou vínculo → Empregados de entidades privadas que assim sejam considera- dos como agentes passivos. 65 Constitui ato de improbidade administrativa permitir a reali- zação de despesa não prevista em regulamento. Gabarito: Correto Comentário: Para improbidade administrativa por lesão ao erário podemos nos guiar por algumas “palavras chave”, tais como: Facilitar Permitir Concorrer A lesão ao erário não se caracteriza por vantagem própria e sim por mal uso dos bens e haveres públicos, seja por dolo ou culpa. Direito Constitucional Com relação aos direitos e às garantias fundamentais constitucio- nalmente assegurados, julgue o item que segue. 66 Em regra, indivíduo civilmente identificado não será subme- tido à identificação criminal. Gabarito: Correto Comentário: A lei que regulamenta o dispositivo constitucional é a Lei 12.037/2009 e, em seu artigo 3º, traz situações em que deverá ocorrer a identificação criminal. LVIII - o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. Identificação criminal, na nossa carta maior, significa as informa- ções necessárias para identificar a pessoa, “o acusado”. Dessa forma, a CF em seu ART. 5° LVIII, afirma, que a pessoa que tiver identificação civil, aquela atestada por meio de documentos públicos, não precisará se submeter à identificação criminal, que é o processo datiloscópico e o fotográfico. Contudo, o referido artigo é norma de eficácia contida, de modo que a lei, em situações excepcionais, poderá estabelecer hipóteses em que, mesmo o indivíduo tendo identificação civil, deverá ser identificado criminalmente. Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais. 67 Conforme texto constitucional vigente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra terão de ser comunicados em até vinte e quatro horas ao juiz competente e à família do preso ou a pessoa por ele indicada. Gabarito: Errado Comentário: A CF, assegura direitos aos presos. Em Direito Constitucional, COMO REGRA, esses incisos costumam ser cobrados na sua literalidade. O ART. 5°, LXII, estabelece que a prisão de qualquer pessoa não pode ser mantida em sigilo, devendo necessariamente e imediata- mente ser comunicada à sua família ou pessoa indicada e ao juiz competente. A comunicação da prisão feita ao juiz é relevante, na medida em que se o juiz entender que a prisão é ilegal, poderá relaxá-la. A prova quer: conforme o texto constitucional, então não vamos nos apegar a legislação extravagante. Nesse caso, tem previsão expressa na CF, que a comunicação deverá ser feita imediatamente ao juiz, ART. 5°, LXII.(literalidade do inciso). Com relação ao controle e à responsabilização da administração, julgue o item seguinte. 68 O direito fundamental de petição, estabelecido expressamen- te na Constituição Federal, é um instrumento de controle administrativo: ele assegura aos indivíduos o direito de expor e requerer junto aos órgãos públicos. Gabarito: Correto 13 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 Comentário: A Nossa carta magna, assegura independentemente do pagamento de taxas (GRATUITO para todos), que é um verda- deiro remédio administrativo, o direito de petição. O direito de petição é uma garantia individual (FUNDAMEN- TAL DE PRIMEIRA GERAÇÃO), dada as pessoas para que eles possam, em interesse coletivo, geral ou pessoal, levar ao conheci- mento dos Poderes Públicos uma situação de ilegalidade ou abuso de poder ou para defesa de direitos contra o próprio Estado. Trata-se de um direito individual e universal (FUNDAMEN- TAL), na medida em que todos podem utilizá-lo (brasileiro, estrangeiro, física ou jurídica), sem a necessidade de advogado (IUS POSTULANDI). É exemplo de direito de petição o direito de obter vista de processos. Caso o direito de petição seja violado, por ilegalidade ou abuso de poder o remédio constitucional cabível é o Mandado de Segurança. O direito de petição é uma garantia individual (FUNDAMEN- TAL DE PRIMEIRA GERAÇÃO), dada as pessoas para que eles possam, em interesse coletivo, geral ou pessoal, levar ao conheci- mento dos Poderes Públicos uma situação de ilegalidade ou abuso de poder ou para defesa de direitos contra o próprio Estado. A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue, tendo como referência a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 69 É vedado ao legislador editar lei em que se exija o pagamento de custas processuais para a impetração de habeas corpus. Gabarito: Correto Comentário: O Habeas Corpus, remédio constitucional, garantia, é utilizado para proteger a liberdade de locomoção (direito líquido e certo), ou seja, o direito de ir, vir ou permanecer do indivíduo, em decorrência de ato de ilegalidade ou abuso de poder (atos ilícitos). Não esqueça: ainda é possível a impetração de HC na hipótese de ameaça indireta, reflexa, potencial a liberdade de locomoção. Importante ressaltar, mesmo sendo um procedimento mais rápido, é possível a concessão de liminar nessa ação, ou seja, de se adiantar os efeitos da sentença, já no início do processo. Mas, isso só é possível se preenchidos os requisitos para o seu deferimento, a saber: periculum in mora, e fumus boni iuris. Ressalta-se que essa ação é integralmente GRATUITA, norma de eficácia plena, não podendo ser restringido por normas infracons- titucionais, conforme art. 5º, LXXVII, CF. A ação, HC, é integralmente GRATUITA, norma de eficácia plena, não podendo ser restringido por normas infraconstitucio- nais, conforme art. 5º, LXXVII, CF. Considerando a legislação, a doutrina e a jurisprudência dos tribu- nais superiores acerca dos direitos e das garantias fundamentais e da aplicabilidade das normas constitucionais,julgue o item a seguir. 70 A isenção de custas processuais na ação popular para a defesa de interesse coletivo ou difuso inclui o ônus da sucumbência, salvo se comprovada má-fé. Gabarito: Correto Comentário: Qualquer CIDADÃO é parte legitima (legitimação ativa, autor) para impetrar essa ação (ação popular), entende-se por cidadão aquela pessoa física, brasileiro em pleno gozo dos direitos políticos (Pessoas jurídicas, o Ministério Público e estrangeiros não podem interpor Ação Popular). A Ação Popular serve para ANULAR ato ou contrato administra- tivo que seja lesivo aos direitos difusos. Dessa forma, a Ação Popular não serve para defesa de direitos individuais, mas de direitos de natureza coletiva, difusos, tendo como fundamento o princípio republicano que impõe ao adminis- trador público o dever de prestar contas a respeito da gestão da coisa pública. Ressalta – se, que a CF prevê a onerosidade das ações judiciais, mas isenta o autor da Ação Popular de pagar custas judiciais ou ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé (a ação não é gratuita, a gratuidade é apenas para o Autor, de boa-fé, e não para o Réu) A CF prevê a onerosidade das ações judiciais, mas isenta o autor da Ação Popular de pagar custas judiciais ou ônus da sucumbên- cia, salvo comprovada má-fé (a ação não é gratuita, a gratuidade é apenas para o Autor, de boa-fé, e não para o Réu) Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção. 71 Entre os legitimados para a impetração do mandado de injunção, figura a pessoa natural. Gabarito: Correto Comentário: O mandado de injunção (remédio constitucional) é uma garantia que protege o exercício de direitos e liberdades constitucionais que ficam inviabilizados pela ausência de regula- mentação (norma de eficácia limitada). Certas normas constitucionais, para que produzam efeitos (aplica- bilidade mediata e indireta), dependem da edição de outras normas infraconstitucionais (normas de eficácia limitada), mas caso essas normas regulamentadoras não sejam criadas (violação negativa do texto constitucional), tornando inviável o exercício de direitos fundamentais (princípios institutivos obrigatórios), será cabível a impetração de Mandado de Injunção. Assim, o objetivo desse remédio é suprir a omissão legislativa que impede o exercício de direitos fundamentais. A nossa carta magna, prevê expressamente apenas a possibilidade de impetração de Mandado de Injunção de natureza individual, contudo, a Lei nº 13.300/2016 previu expressamente a possibilida- de de impetração de mandado de injunção coletivo. Têm legitimidade para impetrar o Mandado de injunção indivi- dual, pessoas físicas (natural) e jurídicas, titulares de direitos e liberdades fundamentais. Já a legitimidade para impetração, do mandado de injunção coletiva (substituição processual), antes conferida, por analogia, aos mesmos legitimados do mandado de segurança coletivo (CF, art. 5.º, LXX), foi ampliada pelo artigo 12 da Lei nº 13.300/2016, ou seja, Partidos Políticos com representação no Congresso Nacional, Organização sindical, Entidade de classe, Associação desde que legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, Defensoria Pública e o Ministério Público (rol taxativo). 14 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 Têm legitimidade para impetrar o Mandado de injunção indivi- dual, pessoas físicas (natural) e jurídicas, titulares de direitos e liberdades fundamentais. Já a legitimidade para impetração, do mandado de injunção coletiva (substituição processual), antes conferida, por analogia, aos mesmos legitimados do mandado de segurança coletivo (CF, art. 5.º, LXX), foi ampliada pelo artigo 12 da Lei nº 13.300/2016, ou seja, Partidos Políticos com representação no Congresso Nacional, Organização sindical, Entidade de classe, Associação desde que legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, Defensoria Pública e o Ministério Público (rol taxativo). A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item seguinte. 72 O mandado de segurança é o remédio constitucional adequado para garantir o acesso à informação constante de banco de dados de entidades governamentais, uma vez que o direito a informação é direito líquido e certo. Gabarito: Errado Comentário: O habeas data, garantia constitucional, cuja previsão está no inciso LXXII do artigo 5º, tem como objetivo proteger a liber- dade de informação do indivíduo, mas não é qualquer informação. Trata – se de um remédio que protege a informação relativa à pessoa do impetrante (autor), por isso estamos diante de uma ação personalíssima (Por mais que a informação relativa à pessoa seja um direito líquido e certo, não será protegida pelo Mandado de segurança). Fica claro que, no caso de informações de interesse pessoal, nós utilizaremos a ação residual, Mandado de segurança. O Habeas data é cabível em três hipóteses, Para conhecer a infor- mação relativa à pessoa, para retificar a informação, Para anotação (inserir informações) nos registros do interessado, de contestação ou explicação sobre uma informação que embora verdadeira possa ser justificada e que esteja sob pendência judicial ou administrativa. A questão não foi muito clara, não mencionou se o objetivo da informação era o nome (relativo à pessoa) ou se o objetivo era algo de interesse da pessoa. Assim, aplicaremos a literalidade do art.5, LXXII, a, CF. Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. Durante a investigação, apurou-se a participação de Carlos no crime, tendo sido decretada de ofício a sua prisão temporária. A partir dessa situação hipotética e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte. 73 Carlos poderá impetrar habeas corpus em seu próprio benefí- cio, ainda que não seja advogado. Gabarito: Correto Comentário: O Habeas Corpus, remédio constitucional, garantia, é utilizado para proteger a liberdade de locomoção (direito líquido e certo), ou seja, o direito de ir, vir ou permanecer do indivíduo, em decorrência de ato de ilegalidade ou abuso de poder (atos ilícitos). Não esqueça: ainda é possível a impetração de HC na hipótese de ameaça indireta, reflexa, potencial a liberdade de locomoção. Importante ressaltar, mesmo sendo um procedimento mais rápido, é possível a concessão de liminar nessa ação, ou seja, de se adiantar os efeitos da sentença, já no início do processo. Mas, isso só é possível se preenchidos os requisitos para o seu deferimento, a saber: periculum in mora, e fumus boni iuris. O impetrante (autor) é a pessoa que impetra a ação, é quem tem legitimidade ATIVA. A titularidade ação é Universal (para todos), pois qualquer pessoa (natural ou jurídica) pode impetrar o HC, não precisa sequer de advogado (IUS POSTULANDI). A legitimidade é tão ampla que não precisa possuir capacidade civil, política, pode ser inclusive ajuizado por analfabeto. É possível a impetração em proveito próprio ou de terceiros (habeas corpus de terceiro). Destaca-se que o Ministério Público também tem legitimidade ativa para impetrar habeas Corpus. A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item seguinte. 74 O analfabeto não pode realizar alistamento eleitoral e, por essa razão, também não pode concorrer a cargo eletivo Gabarito: Errado Comentário: A capacidade eleitoral ativa (ALISTAMENTO ELEITORAL) permite a participação do cidadão na democracia representativa. Essa capacidade de eleitor é demonstrada por meio do título de eleitor que dá ao nacional a condição de cidadão. De acordo com o art. 14 § 1º da CF o alistamento e o voto são obrigatórios para alguns, facultativos para outros e pode ainda ser proibido para determinadas pessoas. Vejamos: O alistamento e o voto são obrigatórios para maiores de 18 anos e são facultativos para os Analfabetos, maiores de setenta anos e jovens entre dezesseis e dezoito anos. Dessa forma, os analfabetos apesar de possuírem capacidade eleito- ral ativa, são absolutamente inelegíveis, de acordocom o art. 14, § 4º da CF. A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item seguinte. 75 O cancelamento da naturalização em razão de sentença transitada em julgado implica cassação dos direitos políticos. Gabarito: Errado Comentário: A CF veda expressamente a Cassação (retirada dos direitos políticos por ato unilateral do poder público, sem observân- cia dos princípios e da ampla defesa e contraditório) dos Direitos Políticos, tal procedimento é característico de governos ditatórias. Contudo, a CF, permite a sua restrição de duas formas: permanen- te (perda – depende de requerimento) ou temporária (suspensão – automática). Essa restrição priva o cidadão do direito de votar e de ser votado (gozo dos direitos políticos). No caso em análise, o naturalizado, poderá perder a nacionalidade por meio de decisão judicial, de competência da Justiça Federal (Art. 109, X da CF). Uma vez transitada em julgado à referida decisão, ocorrerá à perda dos direitos políticos. 15 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item seguinte. 76 Situação hipotética: João, cuja mãe é brasileira e cujo pai é espanhol e mora em Londres, nasceu em país estrangeiro e não foi registrado em repartição brasileira competente. Hoje, aos 21 anos de idade, ele reside no Brasil e pretende requerer a nacionalidade brasileira. Assertiva: Nesse caso, poderá ser conferida a João a condição de brasileiro nato. Gabarito: Correto Comentário: A nacionalidade é o Vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a certo e determinado Estado. Existem duas espécies de nacionalidade: nacionalidade primária ou originária e nacionalidade secundária, derivada ou adquirida. Na hipótese em análise, temos a fixação de nacionalidade originária pelo sangue (IUS SANGUINIS + OPÇÃO), trata-se da hipótese de nacionalidade potestativa, pois depende de manifestação da vontade do indivíduo, sendo, portanto, uma exceção a característica da involuntariedade da nacionalidade originária. A decisão judicial que concede a nacionalidade opera efeitos retroa- tivos (ex tunc), ou seja, o indivíduo é considerado como brasileiro nato desde o seu nascimento. Assim, podemos esquematizar 4 requisitos para aquisição da nacionalidade potestativa: ser filho de pai ou mãe brasileiros, fixar residência do Brasil, possuir a maioridade, ou seja, deve ter pelo menos 18 anos e fazer a opção da nacionalidade a qualquer tempo, depois de atingir a maioridade. Nesse caso, poderá ser conferida a João a condição de brasileiro nato. 77 Autor de ato de improbidade administrativa estará sujeito à cassação dos seus direitos políticos. Gabarito: Errado Comentário: A CF veda expressamente a Cassação (retirada dos direitos políticos por ato unilateral do poder público, sem observân- cia dos princípios e da ampla defesa e contraditório) dos Direitos Políticos, tal procedimento é característico de governos ditatórias. Contudo, a CF, permite a sua restrição de duas formas: permanen- te (perda – depende de requerimento) ou temporária (suspensão – automática). Essa restrição priva o cidadão do direito de votar e de ser votado (gozo dos direitos políticos). No caso em análise, Autor de ato de improbidade administrativa, ocorrerá na perda dos direitos políticos. A respeito dos direitos políticos e dos partidos políticos, julgue o item seguinte. 78 Direitos políticos ativos são os direitos políticos que permitem ao cidadão candidatar-se e receber votos para um cargo eletivo Gabarito: Errado Comentário: A capacidade eleitoral (alistamento eleitoral) ativa permite a participação do cidadão na democracia representativa, nos plebiscitos e nos referendos, por meio do exercício do voto. Essa capacidade é adquirida com o alistamento na Justiça Eleitoral, não sendo, portanto, um ato de ofício (Direitos políticos ativos são os direitos políticos que permitem o exercício do voto). Essa qualidade de eleitor é demonstrada por meio do título de eleitor que dá ao nacional a condição de cidadão. Já a capacidade eleitoral passiva (elegibilidade) é o direito de ser votado. Caracteriza-se pela possibilidade de participar das decisões políti- cas do Estado, concorrendo a mandato eletivo (Direitos políticos passivos são os direitos políticos que permitem ao cidadão candi- datar-se e receber votos para um cargo eletivo). À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do Estado e das instituições democráticas. 79 Em caso de iminente perigo público, autoridade pública competente poderá usar a propriedade particular, desde que assegure a consequente indenização, independentemen- te da comprovação da existência de dano, que, nesse caso, é presumido. Gabarito: Errado Comentário: A requisição administrativa é a ocupação ou uso temporário (perda temporária da posse), por autoridades públicas, de bens ou serviços, no caso de iminente perigo público. Permite que o uso da propriedade seja limitado, em caráter tempo- rário, pela necessidade de se solucionar situação de perigo público. O dono da propriedade requisitada não a perde, apenas a empresta para uso público sendo garantido posteriormente, em havendo dano, direito à indenização. Vale Ressaltar, que é assegurado ao particular uma indenização na hipótese de ocorrência de dano, não se indeniza o mero uso da propriedade, mas tão somente o dano caso ocorra (a indenização será sempre posterior (ulterior)). A requisição pode ser civil ou militar. 80 O direito de propriedade é constitucionalmente garantido, devendo as propriedades atender a sua função social. Gabarito: Correto Comentário: A nossa Carta magna assegura o direito à proprieda- de de bens materiais e imateriais, impedindo por parte do Estado e dos particulares a intervenção de forma arbitrária. O direito de propriedade é um direito de natureza civil, ou seja, um direito de primeira geração, direito negativo – obrigação de não fazer (liberdade – abstenção estatal). Esse direito, não é absoluto, assim como os demais direitos funda- mentais, possuindo diversas restrições estabelecidas na própria CF e nas legislações infraconstitucionais. A função social da propriedade relativiza o direito de propriedade, apesar da natureza individual da propriedade, o seu uso deve visar aos interesses da coletividade. Desse modo, a Constituição exige que a propriedade atenda a sua função social 16 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 Direito Penal Com relação aos delitos tipificados na parte especial do Código Penal, julgue o item subsecutivo. Situação hipotética: Pedro, réu primário, valendo-se da confiança que lhe depositava o seu empre- gador, subtraiu para si mercadoria de pequeno valor do estabeleci- mento comercial em que trabalhava. 81 Assertiva: Nessa situação, apesar de configurar a prática de furto qualificado pelo abuso de confiança, o juiz poderá reconhecer o privilégio. Gabarito: Errado Comentário: No caso concreto, Pedro praticou o crime de furto qualificado pelo abuso de confiança (CP, art. 155, §4º, II). Como sabido, o abuso de confiança é uma qualificadora subjetiva, portanto, incompatível com a figura privilegiada do furto (CP, art. 155, §2º). Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o furto privile- giado-qualificado requer uma qualificadora objetiva, já que o privi- légio tem caráter subjetivo (ou seja, relacionada com a figura do agente). Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei penal, à teoria de delito e ao trata- mento conferido ao erro. 82 Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o resultado. Gabarito: Correto Comentário: A questão é mera reprodução do art. 6º do Código Penal: Art. 6º do CP: “Considera-sepraticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” Dessa forma, percebe-se que o Código Penal optou por considerar o local do crime tanto o da atividade, quanto o do resultado, ou seja, teoria mista, também conhecida como teoria da ubiquidade. João, valendo-se da sua condição de servidor público de determinado estado, livre e conscientemente, apropriou-se de bens que tinham sido apreendidos pela entidade pública onde ele trabalha e que estavam sob sua posse em razão de seu cargo. João chegou a presentear diversos parentes com alguns dos referidos produtos. Após a apuração dos fatos, João devolveu os referidos bens, mas, ainda assim, foi denunciado pela prática de peculato- -apropriação, crime para o qual é prevista pena privativa de liber- dade, de dois anos a doze anos de reclusão, e multa. A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, considerando a disciplina acerca dos crimes contra a administração pública. 83 De acordo com o entendimento do STJ, se João for réu primário e o prejuízo ao erário causado por ele tiver sido de pequena monta, será possível a aplicação do princípio da insignificância. Gabarito: Errado Comentário: Apesar de decisões do STF admitindo a aplicação do princípio da insignificância para os crimes contra a Administração Pública, o entendimento a ser adotado na banca CESPE é o prescri- to na Súmula nº 599 do STJ, que veda, expressamente, a princípio da bagatela para os crimes contra a Administração Pública. Súmula nº 599 do STJ: “O princípio da insignificância é inaplicá- vel aos crimes contra a Administração Pública.” Registra-se que mesmo o STJ admite a aplicação do princípio da insignificância para o crime de descaminho (CP, art. 334), que se classifica como crime praticado por particular contra a Adminis- tração em Geral. Em uma rodovia federal, próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai, um caminhão foi parado e vistoriado por policiais rodoviários federais. Além do motorista e de um passageiro, o veículo transportava, ilegalmente, grande quantidade de merca- doria lícita de procedência estrangeira, mas sem o pagamento dos devidos impostos de importação. O motorista, penalmente imputável e proprietário do caminhão, admitiu a propriedade dos produtos. O passageiro, que se identificou como servidor público alfandegário lotado no posto de fiscalização fronteiriço pelo qual o veículo havia passado para adentrar no território nacional, alegou desconhecer a existência dos produtos no caminhão e que apenas pegou carona com o motorista. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir. 84 Caso fique comprovada a participação do servidor público na conduta delituosa, ele responderá pelo delito de descami- nho em sua forma qualificada: ela tinha o dever funcional de prevenir e de reprimir o crime. Gabarito: Errado Comentário: A questão está errada, pois se trata de uma exceção (pluralista) à teoria monista. A teoria monista afirma que, no concurso de pessoas, os envolvidos num mesmo contexto criminoso, devem responder pelo mesmo tipo penal. Contudo, excepcionalmente, é possível que a imputação aos agentes seja diversa. No caso concreto, há exceção à teoria monista, já que os particula- res respondem pelo descaminho (CP, art. 334) e os agentes públicos pelo crime de facilitação de descaminho (CP, art. 318). É importante ressaltar que o tema é recorrentemente questionado em concursos públicos federais, pois, muitas vezes, o candidato se esquece do tipo penal do art. 318 do CP. Com relação aos crimes em espécie, julgue o item que se segue, considerando o entendimento firmado pelos tribunais superiores e a doutrina majoritária. Situação hipotética: João, penalmente imputável, dominado por violenta emoção após injusta provocação de José, ateou fogo nas vestes do provocador, que veio a falecer em decorrência das graves queimaduras sofridas. 85 Assertiva: Nessa situação, João responderá por homicídio na forma privilegiada-qualificada, sendo possível a concorrência de circunstâncias que, ao mesmo tempo, atenuam e agravam a pena. Gabarito: Correto 17 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 Comentário: A doutrina e jurisprudência admitem a figura do homicídio privilegiado-qualificado, isso, quando concorrem uma causa de privilégio (CP, art. 121, §1º) e uma qualificadora de caráter objetivo (relacionada ao meio empregado para o crime). É importante ressaltar que, apesar da existência de uma qualifica- dora, o homicídio privilegiado-qualificado não é classificado como crime hediondo. O item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito da aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da culpabilidade. Um indivíduo, penalmente imputável, em continuidade delitiva, foi flagrado por autoridade policial no decorrer da prática criminosa de furtar sinal de TV a cabo. 86 Nessa situação, de acordo com o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, aplica-se a analogia ao caso concreto, no sentido de imputar ao agente a conduta típica do crime de furto de energia elétrica. Gabarito: Errado Comentário: O princípio da legalidade exige lei em sentido estrito para se criar crime e cominar penas. Dessa forma, não é possível a utilização da analogia (integração da lei) para criar tipos penais não previstos na lei. Não obstante o art. 155, §3º, do Código Penal prever o furto de energia elétrica, tal tipo penal não pode ser estendido, por analogia, para a hipótese de furtar sinal de TV a cabo. Em um clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou injustamente Carlos, também maior e capaz, na frente de amigos. Envergonhado e com muita raiva, Carlos foi à sua residência e, sem o consentimento de seu pai, pegou um revólver pertencente à corporação policial de que seu pai faz parte. Voltando ao clube depois de quarenta minutos, armado com o revólver, sob a influência de emoção extrema e na frente dos amigos, Carlos fez disparos da arma contra a cabeça de Paula, que faleceu no local antes mesmo de ser socorrida. Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item. 87 Na situação considerada, em que Paula foi vitimada por Carlos por motivação torpe, caso haja vínculo familiar entre eles, o reconhecimento das qualificadoras da motivação torpe e de feminicídio não caracterizará bis in idem. Gabarito: Correto Comentário: Segundo o STJ (Info 625), não há bis in idem no caso de reconhecimento das qualificadoras da motivação torpe e feminicídio, pois esta é de ordem objetiva, compatível, portanto, com a torpeza (qualificadora de caráter subjetivo). Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autori- zação e em desacordo com determinação legal. O comportamen- to suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. 88 Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que diminua a pena para o crime de recep- tação, ele não poderá se beneficiar desse fato, pois o direito penal brasileiro norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente à época do fato. Gabarito: Errado Comentário: A lei penal benéfica tem efeito retroativo, razão pela qual deve beneficiar José, nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Código Penal. Art. 2º, parágrafo único, do CP: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transita em julgado.” Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policialfederal que estava em missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes prenderam o trafi- cante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e levaram o colega ferido ao hospital da região. 89 Nessa situação hipotética, para definir o lugar do crime prati- cado pelo traficante, o Código Penal brasileiro adota o princí- pio da ubiquidade. Gabarito: Correto Comentário: De fato, o Código Penal brasileiro adota a teoria da ubiquidade para o local do crime, conforme preceitua o art. 6º do Código Penal. Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” João integra uma organização criminosa que, além de contrabandear e armazenar, vende, clandestinamente, cigarros de origem estrangeira nas ruas de determinada cidade brasileira. A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente. Consi- dere que João e sua organização criminosa utilizem transporte marítimo clandestino para fazer ingressarem no território brasi- leiro os cigarros contrabandeados. 90 Nessa situação, a pena pelo crime de contrabando será aumentada pela metade. Gabarito: Errado Comentário: A questão está errada, pois afirma que o aumento de pena é de metade, quando, na realidade, a pena é dobrada, nos termos do art. 334-A, §3º, do Código Penal. Art. 334-A, §3º, do CP: “A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.” João integra uma organização criminosa que, além de contrabandear e armazenar, vende, clandestinamente, cigarros de origem estrangeira nas ruas de determinada cidade brasileira. A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente. 91 O crime de contrabando, como o praticado por João e sua organização criminosa, foi tipificado no Código Penal brasileiro em decorrência do princípio da continuidade normativo-típica. Gabarito: Correto 18 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 Comentário: Antes de 2014, o contrabando e o descaminho eram tipificados no art. 334 do Código Penal. Contudo, por meio de alteração legislativa, foi criado o tipo penal do art. 344-A do Código Penal, prevendo, especificamente, o crime de contrabando e mantendo o descaminho, sozinho, no art. 344 do CP. Dito isso, o princípio da continuidade normativo-típica ocorre quando a alteração legislativa não afasta a tipicidade da conduta, hipótese em que a subsunção se dará por meio de outro tipo penal, como ocorreu com a revogação do crime de atentado violento ao pudor, hoje, tipificado no crime de estupro. Severino, maior e capaz, subtraiu, mediante o emprego de arma de fogo, elevada quantia de dinheiro de uma senhora, quando ela saía de uma agência bancária. Um policial que presenciou o ocorrido deu voz de prisão a Severino, que, embora tenha tentado fugir, foi preso pelo policial após breve perseguição. 92 Nessa situação, Severino responderá por tentativa de roubo, pois não teve a posse mansa e pacífica do valor roubado. Gabarito: Correto Comentário: Ao contrário do afirmado no enunciado, a consuma- ção do roubo ocorre com a chamada inversão da posse, conforme preceitua a teoria da amotio. O tema é inclusive objeto da Súmula nº 582 do STJ, com a seguinte redação: “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.” Vale ressaltar que a teoria da amotio também é aplicável ao crime de furto. Sílvio, maior e capaz, entrou em uma loja que vende apare- lhos celulares, com o propósito de furtar algum aparelho. A loja possui sistema de vigilância eletrônica que monitora as ações das pessoas, além de diversos agentes de segurança. Sílvio colocou um aparelho no bolso e, ao tentar sair do local, um dos seguranças o deteve e chamou a polícia. 93 Nessa situação, está configurado o crime impossível por ineficácia absoluta do meio, uma vez que não havia qualquer chance de Sílvio furtar o objeto sem que fosse notado. Gabarito: Errado Comentário: O entendimento sumulado do STJ é no sentido de que a existência de sistema de monitoramento eletrônico, por si só, não configura hipótese de crime impossível. Súmula nº 567 do STJ: “Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior do estabelecimento comercial, por si só, não torna impos- sível a configuração do crime de furto.”. No caso concreto, trata-se de hipótese de roubo consumado, tendo em vista que o Direito Penal brasileiro adota a teoria da amotio, ou seja, basta a inversão da posse para a consumação do crime. A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. 94 No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a teoria da ubiquidade quando se fala do tempo do crime, ou seja, o crime é considerado praticado no momento da ação ou da omissão. Gabarito: Errado Comentário: Ao contrário do afirmado no enunciado, o Código Penal adota a teoria da atividade em relação ao tempo do crime (CP, art. 4º). Por outro lado, a teoria da ubiquidade é adotada para o local do crime, conforme previsto no art. 6º do Código Penal. 95 Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço do governo brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território estrangeiro. Gabarito: Correto Comentário: O conceito de território para o Direito Penal abrange, além do território geográfico, as embarcações e aeronaves brasi- leiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem (CP, art. 5º, §1º). Dessa forma, como o navio estava a serviço do governo brasilei- ro, será aplicada a lei brasileira para o crime cometido dentro da embarcação, uma vez que, para fins penais, é território brasileiro. A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que agravou a pena do crime por ele cometido. 96 Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica em atenção ao princípio da irretroativida- de da lei penal mais gravosa. Gabarito: Errado Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica. Contudo, nos crimes continuados e nos crimes perma- nentes, deve ser aplicada a lei vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que a norma trate o tema de forma mais gravosa. Súmula nº 711 do STF: “A lei pena mais gravosa aplica-se ao crime continuado ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou continuidade.” Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e nas leis penais extravagantes. 97 A distinção entre o roubo e a extorsão está no grau de parti- cipação da vítima, tendo em vista que, no segundo tipo penal, é exigida a participação efetiva do agente lesado. Gabarito: Correto Comentário: O roubo (CP, art. 157) e a extorsão (CP, art. 158) se assemelham pela subtração patrimonial da vítima e pela existência de violência ou grave ameaça. Contudo, no roubo, o comportamento da vítima é irrelevante para a subtração patrimonial, ao passo que na extorsão, para que o agente, de fato, consiga obter a vantagem indevida, a vítima deve ceder a coação sofrida. Diante disso, a questão está correta, pois o grau de participação da vítima, no crime de extorsão, deve ser efetiva, o que não ocorre no caso de roubo. 19 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superio- res acerca dos crimes em espécie, julgue o seguinte item. Situação hipotética: Um médico de hospital particular conve- niado ao SistemaÚnico de Saúde praticou conduta delituosa em razão da sua função, configurando-se, a princípio, o tipo penal do peculato-furto. 98 Assertiva: Nessa situação, como não detém a qualidade de servidor público, o agente responderá pelo crime de furto em sua forma qualificada. Gabarito: Errado Comentário: O conceito de funcionário público para fins penais é amplo, nos termos do art. 327 do Código Penal. Além disso, no art. 327, §1º, do Código Penal, há a figura do equiparado à funcionário público, categoria em que se enquadra o médico de hospital particular conveniado ao SUS. Art. 327, §1º, do CP: “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.” Nesse sentido, deverá o agente infrator responder por crime próprio, no caso concreto, peculato-furto. Julgue o item que se segue, acerca de extinção da punibilidade no direito penal brasileiro. 99 É causa de extinção da punibilidade a reparação de dano decorrente de peculato culposo por funcionário público, antes do trânsito em julgado de sentença condenatória. Gabarito: Correto Comentário: O peculato-culposo (CP, art. 312, §2º) concede ao agente que reparar o dano a extinção de punibilidade, desde que o faça antes da sentença irrecorrível, ou seja, antes do trânsito em julgado. Art. 312, §3º, do CP: “No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilida- de; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.” Ressalta-se que a extinção de punibilidade por meio da reparação do dano só é cabível para o peculato-culposo, jamais para a modali- dade dolosa. Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputa- bilidade penal, aplicação da lei penal e institutos. 100 Na hipótese de tentativa de subtração patrimonial e morte consumada, o agente responderá pelo crime de latrocínio consumado. Gabarito: Correto Comentário: O latrocínio é uma modalidade qualificada de roubo (CP, art. 157, §3º, II), contudo, mesmo se tratando de crime contra o patrimônio, a consumação será determinada pela ocorrência (ou não) do evento morte. Nesse sentido, mesmo que não haja efetiva subtração patrimo- nial, mas morrendo a vítima, tratar-se-á de hipótese de latrocínio consumado. Por outro lado, subtraída a coisa mas não ocorrendo a morte, o latrocínio será na modalidade tentada. Direito Processual Penal 101 Aos processos em curso, a lei processual penal será aplicada imediatamente, mantendo-se, todavia, os atos praticados sob a égide da lei anterior. Gabarito: Correto Comentário: o art. 2º do CPP salienta a chamada imediatidade da lei processual penal. Aplica-se a lei processual penal em se tratando de uma nova lei, a partir do momento do seu sancionamento. Trata-se do sistema do isolamento dos atos processuais, sendo que tudo o que já feito sob a égide da lei anterior permanece lícito. Tales foi preso em flagrante em um parque de Fortaleza pela prática do crime de estupro, tendo sido reconhecido pela vítima, Marta, com a qual não possuía relação anterior. Há indícios de que Tales tenha praticado outros crimes sexuais, tendo sido também reconhecido por outras vítimas. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 102 A investigação policial não pode ser instaurada de ofício pelo delegado, sendo necessário que Marta represente formalmen- te contra Tales. Gabarito: Errado Comentário: recentemente os crimes contra a dignidade sexual receberam uma alteração marcante no que diz respeito ao tipo de ação penal. Hoje, os crimes contra a dignidade sexual são de ação penal pública incondicionada, permitindo ao delegado que instaure de ofício a investigação e que o MP inicie a ação penal. 103 Diante do caráter inquisitório do inquérito policial, os elementos informativos não poderão ser mencionados na sentença, nem mesmo para corroborar a decisão do juiz fundamentada em provas. Gabarito: Errado Comentário: em se tratando de elementos colhidos exclusivamente em sede de IP, não se pode fundamentar uma sentença condena- tória baseada somente nesses elementos. No entanto, se ratificados os atos em juízo durante a audiência de instrução e julgamento, havendo corroboração com novas provas, será possível a utilização desses elementos de prova. 104 Qualquer pessoa poderá intentar a ação privada. Gabarito: Errado Comentário: A ação penal privada é aquela titularizada pelo quere- lante, vale dizer, a vítima do crime. Em se tratando de menor, será nomeado um representante legal para tal. Logo, apenas a vítima ou seu representante legal, ou na ausência ou morte, o cônjuge, ascen- dente, descendente ou irmãos poderão intentar a ação penal privada. 105 Considera-se em flagrante delito quem é detido após a prática criminosa, ainda que não esteja na posse de objetos que o relacionem à prática delitiva, mas é foragido da Justiça. Gabarito: Errado Comentário: as hipóteses de flagrante condicionam o agente a estar praticando o crime, ser encontrado logo após a pratica crimi- nosa mediante perseguição, ou ainda ser encontrado com vestígios do crime. Perceba que em momento algum o CPP (nos arts 301 e 302) determina que será considerado flagrante a condição de quem é encontrado sem vestígios ou até mesmo foragido. 20 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 106 A decretação da prisão preventiva será obrigatória em desfavor de acusados de praticar crimes de natureza grave, tais como o roubo seguido de morte. Gabarito: Errado Comentário: Repare o que diz o art. 313 do CPP: Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transi- tada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. Note que em nenhum momento a lei cita a questão da prática de “crimes graves”. Por isso, inadmite-se a preventiva neste caso. 107 A prisão temporária pode ser decretada de ofício pelo Judiciá- rio, mas, no caso de representação pela Autoridade Policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. Gabarito: Errado Comentário: dentre as restrições cautelares, atualmente nenhuma delas, seja a preventiva ou a temporária, poderão ser decretadas (de início) de ofício pelo Juiz, conforme o pacote anticrime. 108 Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar neces- sário, e estiver preso o paciente, mandará que este lhe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar. Gabarito: Correto Comentário: a questão cobrou a literalidade do texto de lei do art. 656 do CPP. Em se tratando de questões de HC, é muito comum que a banca cobre a literalidade dos arts. 647 ao 667 do CPP. 109 No que tange aos crimes de responsabilidade dos funcioná- rios públicos, o processo e julgamento nesses crimes compe- tirá ao chefe imediato do funcionário público. Gabarito:Errado Comentário: o processo e o julgamento de servidores públicos nos crimes de responsabilidade compete, em regra, aos juízes. É dizer, salvo se houver previsão em lei ou na CF, o processo se dá na esfera judicial comum, com rito próprio. 110 O princípio da não autoincriminação garante o pleno direito ao silêncio do acusado, mas não impede que o mesmo seja investigado pelos fatos sobre os quais não se pronunciou. Gabarito: Correto Comentário: o princípio constitucional do “Nemo tenetur se detegere”, ou não autoincriminação, permite que a pessoa do inves- tigado ou acusado não participe de diligências que possam incri- miná-lo. Todos têm direito de fugir ou até mesmo de ficar em silêncio. Mas, em se tratando de relatos de terceiros, para que se apure a autoria e a materialidade do fato, a condição de silencia não é impeditiva da abertura do inquérito. Direitos Humanos 111 A Declaração Universal dos Direitos Humanos introdu- ziu internacionalmente a concepção contemporânea desses direitos. Gabarito: Correto Comentário: Sim, e por esse motivo é considerado um dos documentos mais importantes na proteção dos direitos humanos. 112 A Declaração Universal de Direitos Humanos apresenta força jurídica vinculante, por constituir uma interpretação autorizada das modernas Declarações de direito, conforme sustenta parte considerável da doutrina, consagrando ainda a ideia de que, para ser titular de direitos, basta ser nacional de um Estado membro da ONU. Gabarito: Errado Comentário: Para ser titular dos direitos humanos basta ser pessoa, não precisa ser nacional. 113 A Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 inova a concepção de direitos humanos porque universaliza os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, confe- rindo-lhes paridade hierárquica. Gabarito: Correto Comentário: Na DUDH encontramos os direitos de 1ª (até o artigo XXI) e 2ª (do artigo XXII em diante) gerações, vale ressaltar que eles são tratados com mesmo patamar hierárquico. 114 O direito de asilo político previsto na Declaração Universal de Direitos Humanos poderá ser invocado mesmo em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Gabarito: Errado Comentário: Artigo XIV 1. Toda pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países. 2. Este direito não pode, ser invocado no caso de processo realmen- te existente por crime de direito comum ou por atividades contrá- rias aos fins e aos princípios da Nações Unidas. (grifo nosso). 21 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 115 A globalização dos direitos humanos forçou os Estados a escolherem entre um sistema global e um regional de proteção a esses direitos, uma vez que ambos sistemas não podiam coexistir. Gabarito: Errado Comentário: O sistema global ou onusiano coexiste com os sistemas regionais (europeu, interamericano e africano). 116 Os indivíduos passaram a ser sujeitos de direito interna- cional, mas, por razões de soberania, ainda dependem dos Estados para acionar os mecanismos de proteção dos direitos humanos. Gabarito: Errado Comentário: Os indivíduos não dependem dos Estados para acionar mecanismos internacionais acerca de Direitos Humanos. 117 A vítima de uma lesão dos direitos humanos deverá acionar em sua proteção, nessa ordem, o sistema jurídico nacional, depois o regional e, por último, o global, em razão da hierar- quia da estrutura normativa de proteção. Gabarito: Errado Comentário: A vítima deve acionar o sistema pátrio e após, sem ordem e preferência, poderá acionar o sistema regional ou mundial. 118 O direito fundamental à vida é hierarquicamente superior a todos os demais direitos humanos, estejam eles previstos na CF ou na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Gabarito: Errado Comentário: Os direitos humanos/fundamentais tem paridade hierárquica. 119 Conforme alteração trazida pela Emenda Constitucional no 45, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, poderá suscitar, perante o Tribunal de Justiça Estadual, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para o Superior Tribunal de Justiça. Gabarito: Errado Comentário: CF, artigo 109, § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de desloca- mento de competência para a Justiça Federal. 120 Constituição Federal, relativamente à proteção dos direitos humanos estabelece que, nas suas relações internacionais, a República Federativa do Brasil rege-se, dentre outros princí- pios, pela prevalência dos direitos humanos. Gabarito: Correto Comentário: Exato, conforme o disposto no artigo 4º, II, da Constituição Federal. http://correiodaparaiba.com.br/cidades/estatisticas/ falta-de-defensores-gera-superlotacao-nos-presidios/ O Brasil é o quarto país do mundo em número de presos e o único desses quatro em que o número só aumenta. Em 1990, o país tinha 90 mil presos. Hoje são 607 mil. “Banalizamos o uso de prisões”, disse Valdirene Daufemback, diretora de Políticas Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça. Para ela, a finalidade do sistema prisional deveria ser a inclusão social dos presos. “Atualmente, o sistema se preocupa mais com o passado, ou seja, mais com o que o preso fez do que com o futuro”, disse. Ela manifestou preocupação principalmente em relação ao aumento do número de mulheres presas, que é de 567% desde o ano 2000. A maioria das detentas foi presa por tráfico de drogas. Segundo a diretora, a prisão das mulheres desestrutura famílias inteiras, o que facilita a reprodução das condições que resultam no aumento da criminalidade. […] fonte: https://www.camara.leg.br/camaranoticias/ noticias/SEGURANCA/497683-ESPECIALIS- TAS-APONTAM-PROBLEMAS-DO-SISTE- MA-PRISIONAL-BRASILEIRO.html Adaptado Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. SISTEMA PENITENCIÁRIO E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NA REINSERÇÃO SOCIAL Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: 1. Comente sobre a realidade atual do sistema penitenciário no Brasil. [valor: 9,00 pontos] 2. Discorra sobre os Direitos Humanos em relação às garantias e às violações frente ao sistema penitenciário. [valor: 9,00 pontos] 3. Fale sobre as condições de ressocialização no sistema penitenciário brasileiro. [valor: 9,00 pontos] PROVA DISCURSIVA • Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido. • Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado. • Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qualquer marca identificadora no espaço destinado à transcrição do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova discursiva. • Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 30,00 pontos, dos quais até 3,00 pontos serão atribuídos ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado). 22 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 23 ALFACON — DEPEN — Aplicação:26/04/2020 Padrão de Resposta: 1. Comente sobre a realidade atualdo sistema penitenciário no Brasil. [valor: 9,00 pontos] A realidade nos cárceres brasileiros não se distancia muito daquela vivenciada no período que antecedeu o iluminismo, onde presos aguardavam em celas completamente insalubres suas penas de suplícios com a consequente morte por esquartejamento ou decapi- tação, uma vez que nos tempos atuais, condenados são obrigados a conviver em meio a dejetos humanos, ratos, doenças e superlotação. Diante disso, o professor Rogério Greco afirma que o sistema prisional agoniza, enquanto a sociedade, de forma geral, não se importa com isso, pois crê que aqueles que ali se encontram recolhidos merecem esse sofrimento. Esquecem-se, contudo, que aquelas pessoas, que estão sendo tratadas como seres irracionais, sairão um dia da prisão e voltarão ao convívio em sociedade. Assim, cabe a nós decidir se voltarão melhores ou piores. É notório que a realidade do sistema prisional nacional é bastante preocupante, tendo em vista que o mesmo se encontra a beira do colapso, situação que acarreta diversos problemas para a sociedade de uma maneira geral. Mesmo estando presos o Estado não consegue evitar que condenados determinem o cometimento de crimes por comparsas que se encontram em liberdade sem contar que aqueles que estão em cárcere, sairão um dia da prisão e voltarão ao convívio em sociedade. Além disso, a diferença social brasileira é reconhecida internacionalmente e infelizmente é possível verificar essa realidade no sistema carcerário, que inegavelmente encarcera a classe social menos favorecida em percentuais muito mais elevados do que as demais classes. Ironicamente o próprio Estado reconhece sua discriminação através de atos como o que ocorreu na penitenciária do Distrito Federal, onde o governo local, ao se deparar com a realidade de que seria necessário abrigar novos e ilustres detentos em suas precárias instalações, oriundos da ação penal nº 470 do Supremo Tribunal Federal, reformou celas destinadas aos mesmos, conforme reportagem que trecho se transcreve: “Localizado a cerca de 20 quilômetros da Praça dos Três Poderes, o presídio da Papuda abriga 13 400 presos, o dobro da capacidade considerada adequada. A grande maioria toma banho gelado de caneca e dorme num chão de cimento úmido, muitas vezes ladeado por esgoto. Essa é a regra. Mas a regra sempre tem exceção - e ela brinda justamente os alvos da solidariedade de Toffoli e Cardozo. Em 2013, quando os mensaleiros mais célebres já haviam sido sentenciados à prisão, o então governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, começou a reformar em sigilo uma das alas da Papuda. O objetivo era garantir conforto aos colegas de partido. As antigas celas, com camas de cimento, foram demolidas e deram lugar a espaços amplos com camas de aço e colchões novos. As paredes ganharam textura branca, tomadas elétricas e iluminação fluorescente. Os banheiros coletivos receberam paredes e porta de madeira. A torneira que servia de ducha deu lugar ao chuveiro quente. A latrina rente ao solo, conhecida como boi, foi substituída pelo vaso sanitário de porcelana.” A reação natural diante dessa notícia é a revolta, mas a ação do Governo do Distrito Federal foi importante para abrir os olhos de que detém o poder e talvez a crescente demanda de vagas destinadas aos criminosos que fazem parte de importan- tes partidos políticos seja o marco inicial para mudanças mais amplas. Portanto, conforme demonstrado, a situação atual do sistema prisional brasileiro é de puro descaso da sociedade. As situações menciona- das demonstram claramente que poucas vezes na história da humanidade o ser humano foi tratado com tanto desrespeito, como se não fosse detentor dos direitos mais básicos. Assim, no país, condenados não perdem apenas o direito à liberdade, mas também uma infin- dável lista de direitos que são suprimidos quando adentram os portões dos cárceres nacionais, que em muitos aspectos, se assemelham às masmorras dos tempos de Robert- François Damiens, camponês francês acusado de atentar contra a vida do rei Luís XV em 1757, o que culminou numa notória e controversa execução pública. 2. Discorra sobre os Direitos Humanos em relação às garantias e às violações frente ao sistema penitenciário. [valor: 9,00 pontos] O reflexo da falência do sistema penal brasileiro é a situação degradante da vida nos cárceres. Prova disso são os problemas de superlotação, consumo de drogas, maus tratos, violência sexual, doenças, motins, rebeliões e tantas outras afrontas aos direitos humanos. Sendo assim, o que se observa são os fenômenos da invisibilidade pública e da humilhação social, que negam o reconhecimento da digni- dade humana e excluem um grupo da sociedade. Frente a isso, os poderes públicos são omissos e grande parte da população, muitas vezes influenciada pela mídia, reproduz o discurso de que presos não são sujeitos de direito. Essas manifestações legitimam a crueldade do sistema e ignoram direitos fundamentais de cidadãos que cumprem pena restritiva de liberdade. Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro tutela os direitos e as garantias dos presidiários de modo a resguardar a dignidade humana. No que tange à dignidade, é interessante anotar a reflexão de Rocha: “Em condições normais, ninguém deseja abrir mão da sua própria dignidade. No entanto, o indivíduo pode não saber o que está fazendo, por não ter discerni- mento ou conhecimento suficiente para compreender as consequências do ato, ou simplesmente estar fragilizado pelas circunstâncias ou por uma condição pessoal desfavorável. Esse seria o caso dos menores, dos deficientes, dos detentos e dos doentes terminais”. Nesse sentido, quando se restringe demasiadamente os direitos individuais, como no tratamento dado aos presidiários, o próprio Estado retira a capacidade desses indivíduos ao passo que ignora os direitos subjetivos da pessoa humana, violando os direitos da personalidade, que são direitos humanos e fundamentais. Diante disso, o art. 5º, inciso XLIX da Constituição Federal dispõe de maneira paradigmática que “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”. Dessa forma, a carta magna expressamente limita o ius puniendi do Estado garantindo um tratamento punitivo que respeite as condições da pessoa humana. Além disso, quanto à integridade física, Carlos Roberto Gonçalves declara que o direito à integridade física compreende a proteção jurídica à vida, ao próprio corpo vivo ou morto, quer na sua totalidade, quer em relação a tecidos, órgãos e partes suscetíveis de separação e individualização, quer ainda ao direito de alguém submeter-se ou não a exame e tratamento médico. Nessa perspectiva, o direito à integridade física é inalienável e indisponível porque resulta da dignidade humana, sendo assim, é inadmissível qualquer ato que reduza o indivíduo a miséria ou condições degradantes. Por outro lado, o direito à integridade moral representa um gênero que abarca inúmeras espécies como o direito ao nome, à intimidade, à privacidade, à honra, à imagem, e as demais liberdade morais. Além da previsão constitucional, outros diplomas nacionais e internacio- nais trazem uma série de direitos relativos à integridade moral. No que tange ao direito do preso, o Código Penal dispõe: “Art. 38 – O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.” Na mesma linha, a Lei de Execução Penal que tem por objetivo proporcionar condições para a harmônica integração social do apenado prevê: “Art. 40 – Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios”. Ademais, a Lei de Execuções Penais descreve inúmeros direitos dos presos tais como: alimentação suficiente e vestuário; proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; exercício das atividades profissionais, intelec- tuais, artísticas e desportivas; assistência material,à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos; chamamento nominal; contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação e etc. Isto posto, é notório que o ordenamento jurídico pátrio consagra inúmeros direitos fundamentais dos presos, todavia, não se observa efetividade ao passo que não há cumprimento das disposições normativas para garantir qualidade ao sistema prisional. Desse modo, ao negar o caráter de pessoa é subtraída a essência do ser humano e tudo que o caracteriza como indivíduo racional. A preservação da integridade física e psíquica do preso garante sua autodeterminação e possibilita a construção de sua própria moralidade. Sendo assim, é preciso compreender que o sistema punitivo não soluciona problemas sociais, pelo contrário, o pressuposto para essa condição de ignorância é a desigualdade social. Diante da total incapacidade do poder público de garantir um patamar mínimo de direitos aos apenados, o caminho é enxergar esses indivíduos como sujeitos de direito que merecem tratamento humanizado. É fundamental que se compreenda que o direito penal não deve ser um mero aplicador de sanções, mas um garantidor de liberdades. Enfim, é preciso repensar o sistema prisional ao passo que a ausência estatal legitima a despersonalização do preso e corrobora para o robustecimento da violência. 3. Fale sobre as condições de ressocialização no sistema penitenciário brasileiro. [valor: 9,00 pontos] Entende-se que a definição de ressocialização, é a reintegração do indivíduo na sociedade, a capacidade de lidar com o outro novamente. Diante da real situação estabelecida no sistema penitenciário brasileiro é necessário para que haja ressocialização, que sejam respeitados todos os direitos do preso, abrangendo ações que visam a readaptação do indivíduo na sociedade, favorecendo os seus aspectos psicosso- ciais, tendo por finalidade coibir qualquer reincidência, ou seja, que aquele indivíduo volte à prática do crime. Segundo Nery Júnior (2006), a ressocialização se dá através de um processo integrado, não sendo um dever apenas do Estado, apesar do Estado exercer um papel decisivo na ressocialização, mas também da família e do próprio apenado, tendo em vista que somente a pena de prisão não garante que o preso se ressocialize, é necessário que haja por parte do Estado um empenho em buscar medidas e estratégias de recuperação social e o estabelecimento do preso para que possa voltar à sociedade. Para Mirabete (2007, p.23): “o direito, o processo e a execução penal constituem apenas um meio para a reintegração social, indispen- sável, mas nem por isso o de maior alcance, porque a melhor defesa da sociedade se obtém pela política social do Estado e pela ajuda pessoal”. No entanto é inegável que o sistema penitenciário não exerce sua função ressocializadora, ao contrário, uma das justificativas mais apontadas ao se falar sobre a falência das prisões é que estas exercem um efeito criminógeno sobre o delinquente. De acordo com Bitencourt (2017) esse efeito trata-se do estímulo à criminalidade que a prisão aparenta ter, ou seja, ao invés de prevenir a criminalidade, ela a promove, através da possibilidade de vivência de todos os meios possíveis de vícios e degradações humanas. A esse efeito criminógeno estão relacionados diversos fatores, sendo eles materiais, psicológicos e sociais. Os fatores materiais são enquadrados como sendo a insuficiência de alojamentos, a falta de higiene, alimentação e ainda ambientes de má circulação do ar que facilitam o acometimento de doenças; os fatores psicológicos, segundo o autor seria um dos comportamentos que a reclusão reproduz naturalmente, que é a necessidade de constantemente dissimular, pois a prisão por si só é um ambiente em que se precisa mentir e dissimular até mesmo para sobreviver, aprendendo a artimanha que é empregada na maioria dos delitos, como estelionato, e furto. Como bem relata Bitencourt (2017) a prisão, com seu regimento necessário, mas nem sempre bem aplicado, gera no recluso delinquên- cias capazes de aperfeiçoar suas vertentes criminosas. No ângulo do fator social o isolamento que o detento sofre gera uma consequência tão significativa que fica difícil a reintegração do preso na sociedade, principalmente quando se trata de penas de longo período, pois além do isolamento a que é submetido, as relações feitas com outros detentos podem influenciar em sua vida fora da cadeia, e a uma maior possibilidade da volta ao mundo do crime. ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 ALFACON — DEPEN — Aplicação: 26/04/2020 Diante de todo o exposto sobre efeitos criminógenos da prisão é necessário entender também que esses efeitos influenciam de diferentes maneiras sobre cada detento, em geral delinquentes ocasionais não se deixam influenciar pela comunidade prisional. Há teses que o retorno ao crime não deve ser relacionado tanto assim à prisão, mas a personalidade do indivíduo e as suas condições sociais. Relata Bitencourt (2017) que é inquestionável que a prisão exerce uma influência no fracasso da ressocialização, mas outros fatores podem ser responsáveis pela causa da reincidência. Estas causas não são estudadas ou analisadas profundamente, não se sabe ao certo se as causas da não ressocialização do preso se devam à má influência vivida dentro da prisão ou se ao retornar ao convívio social não consiga se adequar, muitas vezes não sendo aceito na sociedade. Em razão disso não se pode afirmar que a pena privativa de liberdade seja um fracasso, pois como já foi dito a ressocialização é um processo integrado, ou seja, é necessário que se exerça a colaboração de todas as partes envolvidas, para que se cumpra de fato a finalidade da pena. Trazendo para a realidade brasileira os presídios estão longe de integrar os processos de ressocialização. Segundo Bayer (2013) as práticas nessas penitenciárias ainda são focadas nos castigos, maus tratos, passando longe daquilo que se almeja para reintegração do preso à sociedade. As condições precárias, as superlotações, muitas vezes levam estes presos na sua grande maioria negros e pobres a um estado de desumanização. Ainda segundo o autor as penitenciárias brasileiras não cumprem com a lei de ressocialização, as superlotações ocasionam conflitos entre os presos, e ainda pior, presos misturados em diferentes tipos de penas e crimes, levando os presídios a um completo estado de criminalidade. A divisão dos presos, que deveria ocorrer dentro dos estabelecimentos prisionais, também é outro problema trazido pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos; essa divisão, segundo a Lei, deveria ser de acordo com a gravidade do delito cometido, o que na realidade não ocorre dentro das penitenciárias brasileiras, segundo constatações da Comissão; fator que colabora para a questão da violência entre os detentos e a tentativa de reinserção na sociedade. Verificou-se também que muitos detentos já condenados defini- tivamente encontram-se em estabelecimentos temporários, assim como presos temporários, que aguardam julgamento, dividem o mesmo estabelecimento com presos definitivos, o que também difere do que está regulamentado em lei. Segundo Bayer (2013), outro problema relatado pela Comissão é a qualificação de pessoal para trabalhar dentro dos presídios, de acordo com esses relatos muitos agentes penitenciários tratam de maneira inadequada os detentos, através de torturas, e muitas vezes aplicando atos de corrupção. O autor ainda relata que esta Comissão Interamericana de Direitos Humanos também abordou o assunto da rebelião como meio utilizado pelos detentos para reivindicar melhorias e outras questões diversas. De acordo com as declarações da Comissão, no Brasil há em média duas rebeliões e três fugas por dia nos estabelecimentos penais brasileiros. Dessa forma, as garantias inerentes ao preso para que possa ser feita a tentativa de ressocializá-lo nadamais é do que o respeito a dignidade da pessoa do preso estando intimamente ligado ao princípio da dignidade da pessoa humana. No entanto, pode-se notar que o próprio Estado, que deveria ser o maior garantidor do cumprimento desse direito viola suas garantias, em especial no âmbito do sistema penitenciário, quando passa a utilizar a pena privativa de liberdade como principal meio de controle da criminalidade, ignorando que a finalidade da pena de prisão além de punir é também de educar, para que se cumpra de maneira efetiva a sua função ressocializadora.