Buscar

ARTIGO GESTAO EM SAUDE ADM HOSP Naira

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PAGE 
45
SERVIÇO SOCIAL NA ASSISTÊNCIA A SAÚDE: 
Revisão integrativa sobre a atuação de assistentes sociais em serviços de saúde
SOCIAL WORK IN HEALTH CARE:
Integrative review on the role of social workers health services
Naira Terezinha de CARVALHO
Jacó Fernando SCHNEIDER
RESUMO
Este artigo aborda a atuação dos assistentes sociais nos serviços de saúde identificada em estudos publicados nos últimos trinta anos. A pesquisa, de abordagem quali-quantitativa e caráter descritivo e exploratório, foi realizada por meio do método de revisão integrativa, nas bases de dados SciELO e LILACS, a partir dos seguintes descritores: Serviço Social, Serviços de Saúde e Equipe de Assistência ao Paciente. Como resultado, obteve-se 29 artigos na base SciELO e 27 na base LILACS, sendo a grande maioria publicada em português e nos últimos dez anos. O contexto de pesquisa mais recorrente nos artigos era no âmbito hospitalar e a questão mais abordada foi a violência.
Palavras-chave: Serviço Social. Serviços de Saúde. Equipe de Assistência ao Paciente. 
ABSTRACT
This article discusses the role of social workers in health services identified in published studies over the past thirty years. The research, qualitative and quantitative approach and a descriptive and exploratory, was performed by the method of integrative review, in the databases LILACS and SciELO, from the following descriptors: Social Services, Health Services and Patient Care Team . As a result, we obtained 29 articles in the SciELO and LILACS base 27, with most being published in Portuguese and in the last ten years. The most recurrent research context in the articles was in the hospital and the issue was addressed more violence. 
Key-words: Social Work. Health Services. Patient Care Team.
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da história do Serviço Social (SS) no Brasil, o assistente social passou a ser reconhecido como profissional capaz de trabalhar as demandas sociais e ainda hoje, esta profissão está intrinsecamente ligada à sociedade e mazelas decorrentes de sua organização política, econômica e social (IAMAMOTO; CARVALHO, 2001). 
Para Bravo (1996), a partir do reconhecimento da questão social como objeto de intervenção do assistente social, conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares da (ABEPSS) demanda uma atuação profissional em uma perspectiva totalizante, baseada na identificação e intervenção nos determinantes e condicionantes econômicos, culturais e disparidades geradas pelas desigualdades sociais. 
Ao longo dos anos, a profissão vem ampliando seu olhar em relação à totalidade histórica da evolução dos direitos do homem frente às contradições das formas de viver em sociedade, formulando novas propostas de trabalho mais adequadas a partir da realidade social vigente. Isto fez com que este profissional passasse a ser requisitado por diversas áreas de trabalho, dentre elas, ganhando destaque na área de saúde, na qual os avanços constitucionais foram mais significativos (BEZERRA, 2004). 
No Brasil, a inserção do assistente social na área de saúde vem sofrendo significativas transformações relacionadas a tensões e disputa entre forças políticas ambíguas (BRAVO, 1996). Hoje, o SS, orientado pelo seu Código de Ética, acrescido de modificações no ano 1993 deve trabalhar em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de melhor atender necessidades ligadas às questões de saúde, primando pelo direito do cidadão (CFESS, 2009). 
Com a intenção de conhecer, sintetizar e dar visibilidade as ações desenvolvidas pelos assistentes sociais nos serviços de saúde, se fez necessário realizar levantamento destas práticas. Para cumprir com demais atividades do programa de residência
 o qual se estava inserida na época da elaboração do projeto de pesquisa, optou-se analisar a produção científica sobre esta temática, através da revisão de artigos. 
A pesquisa através de análise da produção científica sobre a atuação do assistente social em serviços de saúde de forma específica possibilitou: identificar as atividades desenvolvidas pelos assistentes sociais no âmbito dos serviços de saúde; destacar o papel do SS dentro dos serviços hospitalares e de emergência; verificar se os autores que escrevem sobre o SS são assistentes sociais ou possuem outras formações; agrupar dados pontuais dos artigos que serão analisados, tais como: ano de publicação; idioma dos artigos; locais onde foram realizados os estudos; áreas temáticas dos artigos; sujeitos das pesquisas e demais informações que sejam pertinentes ao objetivo da pesquisa. 
Dessa forma, é nesse contexto que se insere o presente trabalho discutindo a atuação dos assistentes sociais nos serviços de saúde, objetivando contribuir para a construção e aprimoramento do espaço de práticas dessa categoria profissional na direção da consolidação dos princípios e diretrizes do SUS.
2 METODOLOGIA
A pesquisa aqui apresentada sobre a atuação dos assistentes sociais em serviços de saúde teve abordagem quali-quantitativa e caráter descritivo (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007) e exploratório (GIL, 2002). 
O método utilizado foi o de revisão integrativa que propicia busca e a avaliação crítica com síntese das evidências disponíveis sobre o tema investigado, sendo o seu produto final o estado atual do conhecimento reunido e analisado para implementação de intervenções efetivas na assistência a saúde do usuário, bem como a identificação de lacunas que direcionam para o desenvolvimento de futuras pesquisas. 
Segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008), esse método possibilita a análise de pesquisas relevantes e aprofundamento de um determinado assunto. Além disso, a revisão integrativa também permite realizar um apanhado de múltiplos estudos publicados e contribui para a discussão sobre métodos e resultados de pesquisas, estando dividida em seis etapas: 1) estabelecimento da questão de pesquisa; 2) amostragem ou busca na literatura; 3 ) categorização dos estudos; 4) avaliação dos estudos incluídos na revisão; 5) interpretação dos resultados; e 6) síntese do conhecimento ou apresentação da revisão.
Para a realização da pesquisa, foram escolhidas duas bases de dados presentes na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). As palavras chaves
 utilizadas para a busca foram: Serviço Social, Serviços de Saúde e Equipe de Assistência ao Paciente
. 
A pesquisa foi delimitada a somente artigos originais, textos em português, inglês e espanhol, publicados nos últimos 30 anos ou até encontrar a última pesquisa realizada neste teor. Ficando excluídos, portanto, resultados referentes a outros tipos de materiais, outros idiomas e que tivessem sido publicados até 1980. Também foram excluídos artigos que não estivessem disponíveis em texto integral nas bases de dados e sem resumo.
Sobre os aspectos éticos ressalta-se que os preceitos de autoria e referenciamento das obras consultadas foram respeitados. Como o estudo configura-se como uma revisão integrativa da produção publicada e disponível sobre a temática, não foi necessária a submissão a um Comitê de Ética em Pesquisa. 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As buscas realizadas nas bases de dados a partir dos descritores escolhidos resultaram em 67 artigos, sendo 29 (43,2%) na base SciELO e 38 (56,8%) na base LILACS. Entretanto, 11 artigos eram duplicados, ou seja, constavam tanto na SciELO quanto na LILACS. Optou-se por contabilizar apenas uma vez cada artigo, e como a base SciELO só indexa artigos disponíveis na íntegra, enquanto a LILACS indexa também artigos onde só o resumo é disponibilizado, os 11 artigos duplicados foram contados pela SciELO e excluídos dos resultados da LILACS. Assim, a pesquisa ficou com 56 artigos a serem analisados (29 artigos, ou 51,7% na SciELO, e 27 artigos, ou 48,3% na LILACS).
Iniciando as análises pelos aspectos metodológicos, observou-se que dos 56 artigos analisados, cinco (9%) descreveram que utilizaram a metodologia qualitativae dois (3,5%) a quali-quantitativa. 
Em relação ao método de estudo, um número maior de artigos deixou claro qual o método utilizado, o que pode significar uma maior preocupação com o método, na realização das pesquisas, enquanto que a identificação da metodologia não se fez tão importante.
Foram identificados 12 métodos de estudos, sendo que o descritivo foi o mais reportado, somando quatro artigos (7,4%), seguido pelo método transversal, com três artigos (5,6%). Revisão bibliográfica, revisão sistemática, estudo exploratório, estudo descritivo-exploratório e uso das representações sociais foram citados por dois artigos cada (3,5%); enquanto a análise de conteúdo, análise do discurso, análise estrutural de narração, análise de textos e o método dialético foram mencionados em um artigo cada (1,7%).
Os instrumentos para a coleta de dados também não foi um item muito lembrado pelos autores a ser informado. Entretanto, observa-se a predominância da entrevista sobre os outros instrumentos para coleta de dados informados nos artigos, sendo mencionado em nove deles (16%). Os outros três instrumentos citados – formulário/questionário, observação e prontuário – somaram números bem próximos – seis (10,5%), cinco (9%) e quatro (7,4%) artigos, respectivamente.
Quanto aos periódicos em que estes estudos foram publicados, predominaram os da área da saúde, sobretudo, do campo de Enfermagem. A propósito, apenas um periódico da área específica do SS que teve artigos incluídos no estudo. Os resultados foram marcados pela variedade dos títulos e, também, das áreas específicas, as quais estão ligadas aos assuntos principais (estes serão vistos a seguir) que cada artigo abordou, em combinação com o SS.
 Na SciELO, os artigos que compuseram a pesquisa foram publicados em nove periódicos: Cadernos de Saúde Pública; Ciência & Saúde Coletiva; Escola Anna Nery; Jornal Brasileiro de Psiquiatria; Revista de Saúde Pública; Revista Brasileira de Enfermagem; Revista da Escola de Enfermagem da USP; Saúde e Sociedade e Serviço Social & Sociedade.
Já na LILACS teve-se vinte e dois periódicos: Acta Fisiátrica; Acta Ortopédica Brasileira; Cadernos de Saúde Pública; Ciência & Saúde Coletiva; Escola Anna Nery; Revista HCPA e Faculdade de Medicina da UFRGS; História, Ciências e Saúde – Manguinhos; Interface – Comunicação, Saúde, Educação; Jornal Brasileiro de Psiquiatria; Momento e Perspectivas em Saúde; Revista Brasileira de Enfermagem; Revista Gaúcha de Enfermagem; Revista Latino-Americana de Enfermagem; Revista de Saúde Pública; Revista Brasileira de Cancerologia; Revista Brasileira de Neurologia; Revista Colombiana de Neumologia; Revista da Escola de Enfermagem da USP; Texto & Contexto - Enfermagem; West Indian Medical Journal e Serviço Social & Sociedade.
A maioria dos artigos analisados estava em português (54 artigos, ou 96,6%). Apenas um artigo (1,7%) foi publicado em espanhol e um (1,7%) em inglês, ambos encontrados na base LILACS (Gráfico 2). 
5411PortuguêsInglêsEspanhol
 Gráfico 2: Número de publicações conforme idioma do texto.
A maioria dos artigos encontrados havia sido publicada nos últimos dez anos. No primeiro período de anos analisado, de 1981 a 1990, apenas sete artigos (12,5%) foram publicados sobre o tema em questão.
 No segundo período, de 1991 a 2000, o número de artigos publicados subiu para dez (17,8%). Por fim, o último período analisado, de 2001 a 2010, totalizou 39 artigos (69,7%), somando os resultados de ambas as bases, conforme mostra o Gráfico 1.
112769120510152025301981-19901991-20002001-2010SciELOLILACS
 Gráfico 1: Número de publicações em cada base de dados conforme período de anos.
Em relação à caracterização das autorias dos artigos analisados, os 56 artigos que compuseram a pesquisa somaram 146 autores. Desses, 30 (20,8%) são da área do SS. As áreas da Medicina, Enfermagem e Saúde Pública também tiveram grande presença de autores nos estudos analisados (Tabela 1).
Tabela 1: Área de formação/atuação dos autores dos artigos.
	Área
	Total
	%
	Administração
	2
	1,3
	Ciência da Informação
	2
	1,3
	Educação
	1
	0,6
	Enfermagem
	20
	13,7
	História
	1
	0,6
	Medicina
	21
	14,3
	Nutrição
	1
	0,6
	Psicologia
	3
	2
	Psiquiatria
	4
	2,7
	Saúde Pública
	20
	13,7
	Serviço Social
	30
	20,8
	Sociologia
	1
	0,6
	Não informou
	40
	27,8
	Total
	146
	100
Em relação ao local dos estudos dos artigos, a maioria deles foi realizada dentro do contexto de um local de trabalho de assistentes sociais. 42 (74,5%) artigos foram realizados dentro de um contexto específico, divididos em sete locais identificados na pesquisa. 14 (25,5%) artigos não informaram o local ou não foram realizados dentro de um contexto específico.
Como mostra a Tabela 2, o hospital foi o local com maior número de estudos realizados, dentro disto, quatro artigos versam sobre serviços de emergência (serão descritos ao longo do artigo). A atuação dos assistentes sociais dentro de hospitais se destacaram nos setores de oncologia, internação e pediatria. Cabe mencionar, ainda, que os tipos de hospitais – quando havia a designação – mais abordados foram os hospitais gerais, com caráter de atendimento predominantemente público, com maior parte de suas instalações destinadas a pacientes do SUS, seguidos pelos hospitais universitários, com caráter de ensino para os profissionais da saúde.
Tabela 2: Locais da realização dos artigos.
	Local
	Total
	%
	Ambulatório
	2
	3,5
	Comunidade
	1
	1,7
	Domicílio (internação/assistência)
	2
	3,5
	Escola/universidade/centro de pesquisa
	8
	14,2
	Hospital
	18
	32,1
	ONG
	1
	1,7
	Outros serviços de saúde
	10
	17,8
	Não informou
	14
	25,5
	Total
	56
	100
Outros serviços de saúde somaram dez artigos, dentre os quais, podem-se destacar os estudos realizados no âmbito da saúde: comunitária; família; mulher; mental; ocupacional; adolescentes; crianças e idosos. Já as instituições de ensino e/ou pesquisa totalizaram oito artigos. Ambulatório e domicílio foram abordados em dois artigos, cada. Apenas um artigo foi realizado no contexto de Organizações Não-Governamentais (ONGs) remetendo ao campo da saúde. (MACHADO, 2010).
 Maletta e Ramos (1996) trouxeram uma nova abordagem do SS, dentro da equipe multiprofissional, em relação ao alcoolismo. Os autores chamam a atenção para o aspecto de saúde do trabalhador considerando a participação da família e do trabalho, levando em consideração os aspectos acadêmicos e de saúde pública para a nova abordagem no SS.
 Em outro estudo, o assistente social e a equipe de assistência a saúde do paciente da qual está inserido, são os sujeitos de pesquisa, realizada com o objetivo de apreender como uma equipe multidisciplinar de um serviço de emergência em um hospital universitário público concebe e transita ante o problema fuga de pacientes. O estudo aponta para a condição caótica com que se deparam os serviços de emergência e, nesse contexto, os profissionais da equipe de saúde, mediante a fuga de pacientes, vêem-se na iminência de um triplo julgamento: o social, o jurídico e o institucional (VIEIRA; DALL’AGNOL, 2009).
 Já o artigo que versa sobre a exclusão social menciona experiência realizada por um Centro de Saúde Escola no município de São Paulo, apontando que a melhor forma de entrada de grupos populacionais de inserção social desigual foi por meio do uso do pronto-atendimento, que foi estratégico para a vinculação da população com a oportunidade de fazer o maior número de abordagens possíveis no mesmo dia, com acesso a profissionais da saúde mental, enfermagem, SS, entre outras (CARNEIRO JUNIOR et al, 2006). 
Ressalta-se que nesta revisão apenas um artigo versou sobre a atuação do assistente social enquanto partícipe de Programa de Residência Multiprofissional em Saúde. Nesta perspectiva foi destacando que este profissional enriquece a abordagem interdisciplinar (POLO, 2006).
A violência foi tema de nove artigos. Dentre eles, a violência contra crianças e/ou adolescentes foi a mais abordada, no qual é aponta que o acompanhamento dafamília pelo SS pode ampliar o espectro da intervenção da equipe multiprofissional e o benefício gerado para a criança/adolescente, e seus cuidadores (GONÇALVES; FERREIRA; MARQUES, 1999); que o SS, tem, entre outras atribuições, esclarecer a importância e necessidade da consolidação de registro dos casos, observando a sua especificação a exemplo de: agressão física; abuso sexual; agressão psicológica; negligência entre outras (MOURA; REICHENHEIM, 2005); sendo, por meio dos atendimentos realizados pelos assistentes sociais, que intervém visando proporcionar acesso a satisfação das necessidades sociais básicas das crianças e dos adolescentes neste contexto (VENDRUSCOLO; FERRIANI; SILVA, 2007).
A violência contra a mulher também foi bastante discutida nos artigos, de modo que o trabalho do assistente social, em relação a estas situações, voltasse ao atendimento individual ou em grupo e familiar, realizando estudo social para respaldo nos processos jurídicos e psicológicos, visitas domiciliares, orientação, encaminhamento aos recursos sociais da comunidade e acompanhamento (GALVÃO; ANDRADE, 2004); e realizar abordagem social com mulheres agredidas e, quando detectada a violência, disponibilizar apoio psicossocial e sinalizar recursos disponíveis na comunidade (SILVA, 2003).
Um dos únicos artigos de revisão sistemática abordou o tema Violência contra o idoso, evidenciando como resultado a falta de produção de conhecimento sobre este segmento populacional em relação a outras formas de violência a exemplo de acidentes de trânsito, suicídio, homicídio, afogamentos e sufocações (MINAYO; SOUZA; PAULA, 2010). Violência urbana (AMARO; ANDRADE; GARANHANI, 2008), violência sexual (MATTAR et al, 2007) e violência no trânsito, a qual o estudo evidenciou que serviços de emergência/urgência é o lugar onde se dá o inesperado, e o assistente social deve estar preparado para uma diversidade de demandas. Neste estudo realiza pesquisa sobre o perfil dos pacientes acometidos por acidentes de trânsito, os resultados apontaram que na maioria das vezes os acidentados eram jovens, do sexo masculino e isso traz necessidades sociais amplas a serem trabalhadas. Conclui que o trabalho do SS é fundamental no Pronto-Socorro, pois as orientações previdenciárias passadas aos pacientes são a base para que estes recorram aos seus direitos, não ficando desamparados economicamente no período de sua reabilitação (ANJOS et al, 2007).
Também foi possível verificar a presença de sujeitos específicos sendo estudados. Nesta categoria, apenas nove artigos não informavam quais os sujeitos eram abordados no estudo, conforme observado na Tabela 3.
Tabela 3: Sujeitos estudados nos artigos.
	Sujeitos
	Total
	%
	Assistente social
	11
	19,7
	Comunidade
	3
	5,6
	Criança/adolescente
	10
	19,7
	Usuário c/ sofrimento psíquico
	2
	3,5
	Residência multiprofissional
	1
	1,7
	Idoso
	3
	5,6
	Mulher
	3
	5,6
	Paciente em terminalidade
	1
	1,7
	Trabalhador
	4
	7,4
	Trabalhador da saúde
	7
	12,3
	Paciente com tuberculose
	1
	1,7
	Não informou
	9
	15,5
	Total
	56
	100
Alguns artigos, além de pesquisarem um contexto específico (local), também tiveram o foco do trabalho em uma problemática, seja ela relacionada a uma doença ou dificuldade social. A esse propósito, evidencia-se, na Tabela 4, que dos 27 artigos que tiveram algum enfoque, 16 deles se tratavam de expressões da questão social. 
 Tabela 4: Temas principais abordados nos artigos.
	Temas
	Total
	%
	Alcoolismo
	3
	5,6
	Artrite reumatóide juvenil
	1
	1,7
	Câncer
	2
	3,5
	Depressão
	1
	1,7
	Exclusão social
	1
	1,7
	Fuga de pacientes
	1
	1,7
	Problema renal
	1
	1,7
	Transplante
	2
	3,5
	Transtornos psiquiátricos
	2
	3,5
	Tuberculose
	2
	3,5
	Violência
	9
	16,4
	Outros
	31
	55,5
	Total
	56
	100
Contextualizando os artigos que mais destacam o SS, sobre a atuação dos assistentes sociais (junto com a equipe multiprofissional ou não) em relação trabalho e à saúde do trabalhador foi trazida por quatro artigos. As relações entre trabalho, saúde do trabalhador e movimentos sociais em instâncias de controle social e o Serviço Social nessas relações, foi estudado em um artigo (FREIRE, 2010). Os trabalhadores da saúde também foram alvo de estudos, avaliando as práticas utilizadas pelos profissionais – entre eles, os assistentes sociais – em Estratégia Saúde da Família (TAVARES; MENDONÇA; ROCHA, 2009), e analisando a reorganização dos serviços de saúde na prática de profissionais do SS (GOULART; FREITAS, 2008).
 Um dos artigos abordou o impacto do trabalho na saúde mental dos trabalhadores, colocando que, em relação aos assistentes sociais, a literatura evidencia riscos ocupacionais relacionados aos elevados índices de estresse derivados dos efeitos do ambiente de trabalho e características da profissão, em que há uma tensão ao perceber as situações de vulnerabilidade do usuário e, por outro lado, a escassa oferta de recursos governamentais disponibilizados para dar conta dessas demandas (MARCO et al, 2008). 
O artigo mais antigo encontrado analisou a atuação do assistente social e nutricionista em abordagem conjunta na assistência ambulatorial às crianças submetidas a dietas restritas e por tempo prolongado, incentivando a participação da criança e seu responsável para a discussão e reflexão de suas dificuldades em realizar a dieta e dos prejuízos a saúde ocasionada pelo não seguimento da mesma. A abordagem conjunta demonstrou boas respostas, com o aumento de crianças seguindo a dieta e apresentando menos dificuldades psicossociais (ALMEIDA et al, 1985).
Realizado alguns anos depois, o estudo de Silva e Bordin (1988) analisou os encaminhamentos remetidos ao SS da internação de um hospital geral. Os resultados de sua pesquisa mostraram que o encaminhamento ao SS era feito, geralmente, pelo médico assistente do paciente, sendo as questões mais freqüentes a alta hospitalar e os procedimentos técnico-burocráticos, onde os procedimentos mais comuns refletiam a necessidade de intervenções pontuais.
Após, Torres et al (1992) abordaram o impacto da intervenção do assistente social em um programa de tuberculose, onde foi aplicado um estímulo grupal baseado em técnicas e conhecimentos do SS em um grupo de pacientes tuberculosos. É relatado que, através do trabalho realizado pelo assistente social, houve uma redução das atitudes resistentes frente à enfermidade e suas repercussões sociais, bem como o incremento de atitudes com maior ênfase no comprometimento com o tratamento.
Ainda na década de 1990, Rocha (1998) fala da atuação do SS em um pronto-socorro, na perspectiva de acolher as demandas dos usuários versus os escassos recursos institucionais, realizando um levantamento de dados referente aos atendimentos efetuados pelos assistentes sociais. É colocado, no artigo, que o conhecimento e a análise destes dados são importantes na medida em que foi possível identificar as unidades clínicas de maior demanda, a procedência dos usuários e localizar o percentual do recurso do suprimento de fundos da Seção de Assistência Social, destinado à aplicação no pronto-socorro.
Assim como o primeiro artigo relatado, Anders et al (2000) estudaram a atuação do SS em conjunto com outras profissões, aqui, ao lado da Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia, no transplante de medula óssea. A análise conjunta se deve, conforme os autores, pelo fato de que o sucesso desse tipo de transplante depende da ação entrosada de uma variedade de profissionais, dentre eles, os assistentes sociais, atuando de forma a proporcionar apoio no âmbito social destes pacientes.
Com a virada do milênio, Chalhub e Skaba (2003) deixam um pouco de lado a prática e abordam a teoria, analisando construção do conhecimento em SS na área de oncologia. De acordo com os autores, a atuação dos assistentes sociais em oncologia é bastante ampla, realizando abordagens que abrange a prevenção em saúde até os cuidados paliativos, sendo que para esta área, há a necessidade de priorização das atividades de produçãode conhecimento, capacitação e aperfeiçoamento profissional. Apontam, por fim, que a necessidade de uma abordagem multidisciplinar em SS é reconhecida em diversos temas e modalidades bem como beneficiam pacientes, familiares e outros profissionais.
Somando a teoria com a prática, Sodré (2010) analisa a política de saúde e o trabalho do assistente social a partir de dois momentos distintos das formas de gestão do trabalho, o modelo fordista e o modelo de acumulação flexível, justificado o tema devido ao assistente social estar sendo cada vez mais convocado para atuar na gestão da força de trabalho no campo da saúde, sendo algo que desafia a pensar sobre as relações de trabalho de forma mais aprofundada.
 O referido autor destaca que o processo de trabalho do assistente social, em sua dimensão educativa, dentro da política aparentemente provedora de um ‘bem comum’, sendo importante, ao assistente social que atua no campo da saúde, traga à tona que a saúde é uma das políticas sociais que manifestam maior diversidade e necessidades da vida humana. O autor conclui que o trabalho dos assistentes sociais na saúde é essencial, na qual a contribuição do SS ao atual momento histórico é distante de padrões fordistas de produção na gestão do seu trabalho, mas ainda pautada pela sua primazia: produção de informação qualificada na era da produção do acesso, proporcionando o ‘ter direito aos direitos’ e, assim, concretizado a democracia.
Remetendo-se novamente à prática, dessa vez, com a preocupação de definir as metodologias que dão suporte ao trabalho do SS em atendimento à família, tem-se o estudo de Jesus, Rosa e Prazeres (2004). Os autores fazem referência a algumas ações do SS como assistência (prestação de serviços), educação (orientação aos usuários para seu desenvolvimento como cidadãos e sujeitos de direitos) e pesquisa (levantamento junto às famílias com o objetivo de identificar seu perfil e suas necessidades). Referem que identificaram práticas profissionais seguindo a linha crítica ou a funcionalista, e que alguns profissionais não têm clareza do referencial teórico que guia a sua prática. O que indica um desafio para o Serviço Social na medida em que o conhecimento, elemento constitutivo do trabalho profissional, é necessário para que o assistente social decifre a realidade e indique as possibilidades nela contidas. 
Os referidos autores concluem que os serviços (instituições) tendem a desenvolver suas ações atendendo a situações limites e às solicitações mais emergentes como fruto do contexto político-econômico vigente, no qual as políticas públicas sociais são pontuais não priorizando o trabalho na lógica da prevenção. Apontam para a importância da atuação dos assistentes sociais no sentido de compreender as famílias em sua totalidade, tanto no contexto interno como no meio social no qual estão inseridas além da relevância de aprofundar os estudos sobre as etapas que envolvem o atendimento às famílias, assim como o referencial teórico-metodológico que guia o profissional nesse processo.
Costa e Henrique (2007) abordaram o fazer do assistente social na área da saúde, a partir de um estudo que analisou atitudes agressivas em relação a esse profissional. Segundo os autores, as solicitações e reclamações dos indivíduos pesquisados estavam fora do alcance de resolutividade do assistente social, fazendo com que os efeitos insatisfatórios das políticas públicas brasileiras transparecessem no estudo, por meio das necessidades apresentadas pelo usuário, onde a insatisfação era manifestada por meio de reações agressivas e de intimidação, como forma de sobrevivência as contradições sociais. 
Bezerra e Araújo (2007) trouxeram, em seu estudo, as demandas direcionadas aos profissionais da área de SS, fazendo uma revisão da sua atuação desde os anos 1980, citando as mudanças ocorridas no mundo do trabalho e no âmbito social a partir de 1990. Os autores colocam, sobretudo, que o delineamento realizado sobre as demandas postas para o SS aponta que é fundamental a construção coletiva de contrapontos que sinalizem para a construção, ampliação e consolidação de direitos, com a participação e controle da sociedade na definição e implementação de políticas públicas de caráter universalizante. 
Já Aperibense e Barreira (2008) analisaram as práticas do assistente social e abordaram a evolução histórica da profissão, de forma conjunta com a profissão de Nutrição e de Enfermagem, a partir da concepção inicial de serem áreas predominantemente femininas.
Neste estudo, são apontados como objetivos de um programa social entre os anos 30 e meados do século 20: melhorar as condições de habitação do cidadão em vulnerabilidade econômica; facilitar o acesso a educação escolar a novas gerações; orientar os adultos, por intermédio de atividades educativas, mostrando-lhes a possibilidade de inserção no mercado de trabalho; apoiar pessoas consideradas na época como mais vulneráveis, como viúvas e abandonados, prestando-lhes auxílio; prestar socorro a grupos populacionais vitimados por catástrofes e desastres; assistir à população sem especificação de raça, nacionalidade, religião ou classe social; e ajudar a combater os vícios, que para os padrões da época eram vistos como fator de empobrecimento do ser humano. Neste artigo, os autores afirmam que as transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas na sociedade brasileira exigiram a reformulação da prestação dos serviços de saúde, incluindo a profissão dos assistentes sociais.
Em artigo que abordou o trabalho do SS nos serviços substitutivos de saúde mental, Robaina (2010) destacou que o papel dos assistentes sociais na área da Psiquiatria que, segundo o autor, não deve se ater à subjetividade, nem se restringir à prática de assistencialismo. O autor defende que o SS tem acúmulo teórico operativo para realizar o mapeamento e a articulação com as tradições culturais locais, lideranças comunitárias, equipamentos comunitários, relações de vizinhança, intervenções no imaginário social sobre a loucura, entre outros. Alerta, ainda, sobre a exigência para a qualificação do trabalho do SS na saúde mental, utilizado a pesquisa como instrumento para a construção de uma metodologia de intervenção.
Centenaro (2010) destaca a intervenção do assistente social junto ao paciente renal crônico e sua família, descrevendo que a atuação desses profissionais junto ao paciente em tratamento de hemodiálise se constitui no acompanhamento do paciente, no sentido orientar recursos sociais que possam auxiliar no enfrentamento da doença e orientar o paciente e a família sobre o processo de tratamento e suas implicações na perspectiva da garantia de direitos. Aponta que o assistente social busca dar visibilidade as necessidades sociais dos usuários para cumprimento do plano terapêutico, visando mobilizar os gestores de saúde para que oportunizem formas de cuidado integral que atendam o paciente respeitando as particularidades de seu quadro de saúde que requer constante controle.
O referido autor conclui que o assistente social, assim como toda equipe multiprofissional, deve estar atento às necessidades da família, pois o adoecer possui, para cada membro, um significado que deve ser levado em consideração e o impacto da doença crônica é sentido por todos.
Outra atuação bem específica para o assistente social foi estudada por Simão et al (2010), que abordaram o trabalho do SS junto a pacientes terminais, onde as ações dos assistentes sociais devem estar voltadas para a promoção da qualidade de vida, tanto em situações em que a saúde prevalece, como naquelas em que os processos de doença se instalam.
Os referidos autores afirmam que, no caso dos pacientes terminais, o profissional do SS tem a possibilidade de atuar na direção dos cuidados paliativos, ou seja, os assistentes sociais devem ser capazes, juntamente com outros profissionais, favorecer a qualidade de vida do paciente, oferecendo ao mesmo e a sua família, suporte emocional e social. Concluem o artigo colocando que, entre os vários desafiosque permeiam a profissão na atualidade, está a necessidade de contribuir para a construção e a objetivação de políticas sociais mais justas, compreendendo que as necessidades que vêm surgindo na área de saúde fazem parte da possibilidade de intervenção e atuação do assistente social.
Em um dos artigos mais recentes que compuseram a pesquisa aqui realizada, Olivar (2010) traz um debate político sobre a saúde do trabalhador em articulação com o profissional do SS, tendo em mente a premissa de que o resultado da intervenção profissional é atravessado por determinantes sócio-históricos e institucionais ao mesmo tempo. Para o autor, o trabalho realizado pelos assistentes sociais não se desenvolve independentemente das circunstâncias históricas e sociais que o determinam de fato.
Conforme o referido autor, a inserção do SS nos diversos processos de trabalho encontra-se profunda e particularmente enraizada na forma como a sociedade brasileira e as instituições contratantes dos assistentes sociais recortam e fragmentam as próprias necessidades do ser social e, a partir desse processo, como organizam seus objetivos internos que se voltam para a intervenção sobre essas necessidades. Faz referencia a saúde do trabalhador no SUS, que enfrenta contradições na qual existem políticas de governo e de Estado que podem gerar agravos à saúde do trabalhador e em contrapartida acabam por ter que atender a esses agravos. Neste sentido, salienta que o SS tem muito a contribuir para o debate no âmbito dos direitos da saúde do trabalhador, campo este, que vem requisitando atuação do assistente social.
Tal como outros autores fizeram em anos anteriores, Fraenkel (2010) traz um apanhado histórico sobre o SS, sua evolução e a organização do seu trabalho. Realiza retrospectiva sobre o momento em que a Escola Anna Nery era incorporada à Universidade do Brasil, em que passa a ser responsável também pela oferta do curso de Serviço Social, além do curso de Enfermagem já existente. Refere que Edith, personagem prestigiosa da Enfermagem brasileira, bastante envolvida com a questão do serviço social que durante a década de 1930, aborda três aspectos em sua publicação, a saber: organização do Serviço Social; métodos do Serviço Social; e profissão de visitadora social. Faz referência aos métodos utilizados pelos assistentes sociais naquela época, destacando dois pontos principais: o estudo histórico do caso, e a astúcia psicológica que deve ter o profissional ao fazer as perguntas; e o seu diagnóstico, relatando o poder de observação e conhecimentos teóricos. 
Permeando os temas principais assuntos discutidos pelos artigos analisados nesta pesquisa, resume-se que foram abordados diversos aspectos do trabalho do SS na área da saúde. Seja atuando em situações e contextos específicos, junto às pacientes individuais ou com abordagens grupais, prestando atendimento por vezes através de requisição do médico, equipe multiprofissional. Ou, atendendo às demandas espontâneas de pacientes, cuidadores e familiares com solicitações diversas e que por vezes vão além da abrangência da intervenção profissional tais como: conceder benefícios assistenciais ou disponibilizar recursos humanos (cuidadores) e materiais para auxiliar no cumprimento do plano terapêutico enquanto ou após a alta hospitalar; satisfazer as solicitações dos usuários em nível de resolução de conflitos profissionais/relacionais por parte da equipe de saúde que afetam a prestação do cuidado, qualidade dos serviços ofertados, alteração dos fluxos estabelecidos para a acessibilidade através dos níveis de atenção do SUS entre outras fragilidades decorrentes do sistema que engloba o funcionamento, gestão, intersetorialidade e transversalidade a outras políticas públicas.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na área da saúde, devido às características e particularidades que compõem seus serviços e devido ao estado fragilizado em que o paciente e seus cuidadores se encontram, a atuação do SS se destaca. Esta afirmação é baseada na análise feita a partir dos resultados da pesquisa, que dão visibilidade as atividades realizadas pelo assistente social, quando inserido na área da saúde, apontando para uma atuação voltada para o acesso a informações, direitos de cidadania e demais ações necessárias para o fomento da prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde.
A revisão apresentada evidencia que a importância do trabalho e das intervenções realizadas pelos assistentes sociais no âmbito da saúde se deve à concepção de que o processo saúde-doença sofre múltiplas determinações entre elas expressões da questão social que tem como pano de fundo o acesso e a efetivação desigual de direitos do cidadão. Dessa forma, os assistentes sociais atuam nas mais diversificadas áreas da saúde, e níveis de atenção do SUS, sendo elas em serviços hospitalares e de emergência, ambulatórios, unidades, centros de saúde, etc.
Os assistentes sociais participam de programas específicos de acordo com a área de saúde em que estão inseridos e também possuem formação para atuar na formulação de políticas públicas. Além disso, estes profissionais atuam com uma heterogeneidade de profissionais, realizando diferentes atendimentos conforme a demanda identificada, em um exercício ético-político contínuo de perceber e respeitar a singularidade das necessidades em saúde dos pacientes. Isto exige destes profissionais atualizações constantes, pois a todo o momento há a aproximação com demandas que exigem que o assistente social aproprie-se de informações referentes a questões que envolvem política, legislação, burocracia, possibilidades e entraves sociais, o que torna estes profissionais, muitas vezes, acumuladores de conhecimento privilegiado.
O estudo realizado identificou a figura do assistente social como um profissional de grande importância – tanto para o paciente, quanto para sua família, equipe de trabalho e para os serviços e política de saúde; detentor de métodos e de um apanhado teórico que lhe permite orientar os usuários ao acesso a direitos constitucionalmente garantidos; membro necessário da equipe multiprofissional. Atualmente, também participa como residente multiprofissional contribuindo para enriquecer a abordagem interdisciplinar. 
O assistente social é percebido como um profissional multifacetado, que vai muito além da concepção de membro da equipe de saúde destinado a oferecer respostas aos conflitos institucionais, mas sim um profissional capaz de promover a saúde para os pacientes e propor transformações para seu contexto social, colaborando como facilitador para a busca de excelência no atendimento das necessidades dos usuários do SUS.
Constata-se que a produção científica sobre o tema aqui abordado vem crescendo ao longo dos anos, o que demonstra o interesse sobre a atuação dos assistentes sociais e de como estes vem contribuindo para as transformações das formas de prestar cuidado nos serviços de saúde, ressaltando que outras profissões que atuam na área têm produzido artigos citando o SS como profissão importante para o trabalho interdisciplinar no âmbito da equipe multiprofissional. 
Neste estudo percebem-se, ainda, lacunas sobre pesquisas realizadas, nas quais os profissionais não informam ou não deixam claros os métodos utilizados em seus estudos, sendo que suas pesquisas ainda são direcionadas, em sua maioria, ao trabalho prático dos assistentes sociais.
Foi possível observar, todavia, uma transformação nos textos e pesquisas realizadas ao longo dos 30 anos que compuseram esta revisão. Nos textos mais antigos, havia uma preocupação em descrever a atuação dos assistentes sociais, assinalarem os tipos de atendimentos feitos por eles na área da saúde, analisar o seu trabalho junto a outros profissionais, relatar procedimentos, rotinas, etc.
É notório que os assistentes sociais vêm percebendo a importância de refletir para além de sua prática profissional considerando que nos artigos dos últimos anos, nota-se uma tendência a rever os conceitos, as metodologias e as práticas, ou seja, o SS busca acompanharo fluxo de mudanças que ocorre no campo da saúde e na sociedade como um todo, logo percebe-se que este é um processo em permanente construção.
Percebe-se que apesar da produção de conhecimento ainda estar ligada as condições de existência das instituições de pesquisa, com destaque à Universidade, que é responsável, dentro da divisão social do trabalho, pela sistematização do saber, os resultados desta revisão integrativa apontam que, em locais de trabalho mais distanciados da pós-graduação, a produção científica tem avançado. 
Entre as limitações do artigo, destacamos que a pesquisa restringiu a busca de artigos a duas principais bases de dados que privilegiassem achados de produções científicas do Latino-Americanas, que em um pré-teste mostrou maiores resultados, além de que obrigatoriamente pudessem ser localizadas através do uso da BVS. Acontece que há um número significativo de periódicos específicos de Serviço Social disponível on-line que não estão anexados a nenhuma bases de dados
 reconhecida pelo campo da pesquisa, logo, estes não foram captados por esta revisão integrativa. 
Finalizando, este artigo reúne informações pertinentes sobre o SS na área da saúde, descrevendo as observações de vários autores que citam a atuação do SS, com isto, pretende-se instigar a reflexão facilitando para os demais profissionais interessados analisarem e acrescentarem estes conhecimentos para a sua prática profissional no cotidiano dos serviços de saúde.
Pretende-se, também, com estes apontamentos, colaborar para ampliar o olhar para produção de conhecimento do SS nos serviços de saúde e da necessidade de maiores investimentos em capacitação para apreender as diversas abordagens metodológicas que possam colaborar na produção de pesquisas que primem pela participação direta dos usuários e que se estendam transversalmente as demais políticas públicas.
Neste sentido, acreditamos que a participação dos assistentes sociais na residência multiprofissional em saúde seja mais um dispositivo de fomento à produção de conhecimento, considerando a sua importância e relevância social, uma vez que inseridos nestes programas este profissional é exigido e qualificado para o mesmo.
Espera-se que este estudo seja apreciado como uma breve contribuição que, de alguma forma, possa instigar a realização de mais pesquisas na área e destacar a importância da atuação do assistente social nela.
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, O.F. et al. Assistente Social e Nutricionista em Abordagem Conjunta na Assistência Ambulatorial às Crianças Submetidas a Dietas Restritas e por Tempo Prolongado. Pediatria, v. 7, n. 4, p. 207-209, 1985.
AMARO, M.C.P.; ANDRADE, S.M.; GARANHANI, M.L. A Atuação do Serviço de Saúde na Violência sob o Olhar de Lideranças Comunitárias de Londrina (PR). Saúde e Sociedade, v. 17, n. 3, jul./set. 2008.
APERIBENSE, P.G.G.S.; BARREIRA, I.A. Nexos entre Enfermagem, Nutrição e Serviço Social: profissões femininas pioneiras na área da saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 42, n. 3, p. 474-482, set. 2008.
ANDERS, J.C. et al. Aspectos de Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia e Serviço Social no Transplante de Medula Óssea. Medicina, v. 33, n. 4, p. 463-485, out./dez. 2000.
ANJOS, K.C. et al. Paciente Vítima de Violência no Trânsito: análise do perfil socioeconômico, características do acidente e intervenção do Serviço Social na Emergência. Acta Ortopédica Brasileira, v. 15, n. 5, p. 262-266, 2007.
BRAVO, M. I. Serviço Social e Reforma Sanitária: lutas sociais e práticas profissionais. São Paulo: Cortez; 1996. p.197-1996.
BEZERRA, O. S. A Questão Social, suas Expressões na Área da Saúde e o Serviço Social. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS, 11., 2004, Fortaleza, CE. Anais. Fortaleza: [s.n.], 2004. p. 5-8.
BEZERRA, S.O.; ARAÚJO, M.A.D. As (Re)configurações das Demandas ao Serviço Social no Âmbito dos Serviços Públicos de Saúde. Revista de Administração Pública, v. 41, n. 2, mar./abr. 2007.
CARNEIRO JUNIOR, N. et al. Organização de Práticas de Saúde Equânimes em Atenção Primária em Região Metropolitana no Contexto dos Processos de Inclusão e Exclusão Social. Saúde e Sociedade, v. 15, n. 3, set./dez. 2006.
CENTENARO, G.A. A Intervenção do Serviço Social ao Paciente Renal Crônico e sua Família. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, supl. 1, jun. 2010.
CHALHUB, T.; SKABA, M.F. A Construção do Conhecimento em Serviço Social em Oncologia: a contribuição do curso de especialização do INCA. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 49, n. 1, jan./mar. 2003.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Saúde. Brasília, DF: CFESS, 2009. p. 21-22.
COSTA, A.M.S.; HENRIQUE, C.R. O Fazer do Assistente Social na Área da Saúde. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, v. 27, n. 2, supl. A, p. 25-30, abr./jun. 2007.
FRAENKEL, E.M. O Serviço Social. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 14, n. 2, p. 218-220, abr./jun. 2010.
FREIRE, L.M.B. Movimentos Sociais e Controle Social em Saúde do Trabalhador: inflexões, dissensos e assessoria do Serviço Social. Serviço Social & Sociedade, n. 102, abr./jun. 2010.
GALVÃO, E.F.; ANDRADE, S.M. Violência contra a Mulher: análise de casos atendidos em serviço de atenção à mulher em município do sul do Brasil. Saúde e Sociedade, v. 13, n. 2, maio/ago. 2004.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GONÇALVES, H.S.; FERREIRA, A.L.; MARQUES, M.J.V. Avaliação de Serviço de Atenção a Crianças Vítimas de Violência Doméstica. Revista de Saúde Pública, v. 33, n. 6, dez. 1999.
GOULART, B.F.; FREITAS, M.I. A Implicação de Trabalhadores de Ambulatórios Municipais, em Uberaba, Minas Gerais, Brasil, na Reorganização de Serviços preconizada pelo Sistema Único de Saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, n. 9, set. 2008. 
IAMAMOTO, M. V.; Carvalho, R. de. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 121.123.
JESUS, C. S.; ROSA, K. T.; PRAZERES, G. G. S. Metodologias de Atendimento à Família: o fazer do assistente social. Acta Scientific, Health and Science, v. 26, n. 1, p. 61-70, jan./jun. 2004.
MACHADO, G.S. O Serviço Social nas ONGs no Campo da Saúde: projetos societários em disputa. Serviço Social & Sociedade, n. 102, abr./jun. 2010.
MALETTA, R.L.V.; RAMOS, T. O Serviço Social Frente às Relações de Trabalho com o Alcoolismo no Sistema Organizacional: parte 2. Revista Brasileira de Neurologia, v. 32, n. 5, p. 183-185, set./out. 1996.
MARCO, P.F. et al. O Impacto do Trabalho em Saúde Mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 57, n. 3, 2008. 
MATTAR, R. et al. Assistência Multiprofissional à Vítima de Violência Sexual: a experiência da Universidade Federal de São Paulo. Cadernos de Saúde Pública, v. 23, n. 2, p. 459-464, fev. 2007. 
MENDES, K.D.S.; SILVEIRA, R.C.C.P.; GALVÃO, C.M. Revisão Integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto e Contexto - Enfermagem, Florianópolis, v. 17, n. 4, p. 758-764, out./dez. 2008.
MINAYO, M.C.S.; SOUZA, E.R.; PAULA, D.R. Revisão Sistemática da Produção Acadêmica Brasileira sobre as Causas Externas de Violências contra a Pessoa Idosa. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 6, set. 2010.
MOURA, A.T.M. Soares de; REICHENHEIM, M.E. Estamos Realmente Detectando Violência Familiar contra a Crianças em Serviços de Saúde?: a experiência de um serviço público do Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 21, n. 4, jul./ago. 2005.
OLIVAR, M.S.P. O Campo Político da Saúde do Trabalhador e o Serviço Social. Serviço Social & Sociedade, n. 102, abr./jun. 2010.
POLO, V. C. P.; PASTOR, M. O Serviço Social na Residência Multidisciplinar em Saúde. Serviço Social em Revista, Londrina, v. 9, n. 1, jul./dez. 2006
ROBAINA, C.M.V. O Trabalho do Serviço Social nos Serviços Substitutivos de Saúde Mental. Serviço Social & Sociedade, n. 102, abr./jun. 2010.
ROCHA, M.T.N. Atuaçãodo Serviço Social no Pronto-Socorro do HrAN na Perspectiva do Confronto Demanda dos Usuários X Recursos Institucionais. Revista de Saúde do Distrito Federal, v. 9, n. 3, p. 20-26, jul./set. 1998.
SILVA, I.V. Violência contra Mulheres: a experiência de usuárias de um serviço de urgência e emergência de Salvador, Bahia, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, supl. 2, 2003.
SILVA, J.O.; BORDIN, R. Serviço Social Hospitalar: um estudo de demanda. Momento & Perspectivas em Saúde, v. 2, n. 1, p. 69-73, jan./jun. 1988.
SIMÃO, A.B. et al. A Atuação do Serviço Social junto a Pacientes Terminais: breves considerações. Serviço Social & Sociedade, n. 102, abr./jun. 2010.
SODRÉ, F. Serviço Social e o Campo da Saúde: para além de plantões e encaminhamentos. Serviço Social & Sociedade, n. 103, jul./set. 2010.
TAVARES, M.F.L.; MENDONÇA, M.H.M.; ROCHA, R.M. Práticas em Saúde no Contexto de Reorientação da Atenção Primária no Estado do Rio de Janeiro, Brasil na visão das usuárias e dos profissionais de saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n. 5, maio 2009.
THOMAS, J.R.; NELSON, J.K.; SILVERMAN, S.J. Métodos de Pesquisa. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
TORRES, C. et al. Impacto de la Intervención de Trabajo Social en un Programa de Tuberculosis. Revista Colombiana de Neumologia, v. 4, n. 1, p. 16-20, mar. 1992.
VENDRUSCOLO, T.S.; FERRIANI, M.G.C.; SILVA, M.A.I. Public Care Policies for Child and Adolescent Vitims of Domestic Violence. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 15, n. esp., p. 812-819, 2007.
VIEIRA, S.A.; DALL’AGNOL, C.M. Concepções de uma Equipe Multidisciplinar sobre Fuga de Pacientes. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 62, n. 1, jan./fev. 2009.
� Assistente Social Especialista na área de concentração Adulto Crítico do Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde do HCPA, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
� Doutor em Enfermagem, Professor do PPGENF/UFRGS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
� Residência Multiprofissional em Saúde, sendo a produção de conhecimento uma dentre diversas outras atividades da proposta, norteada pela Política Pública de Educação Permanente em Saúde que visa qualificar a formação de trabalhadores para o SUS (POLO, 2006).
� Descritores em Ciências da Saúde (DECS) sendo vocabulário controlado que a BVS reconhece, padroniza e utiliza para a realização de pesquisas nas bases de dados as quais fazem parte de seu acervo.
� DECS que a BVS utiliza para Equipe interdisciplinar e descreve como sinônimo de Equipe Multidisciplinar.
� Alguns artigos não informaram a área de formação/atuação dos seus autores. Em outros, não foi possível identificar, pois os textos não estavam disponíveis na íntegra na internet (casos em que foram analisados os resumos).
� Artigos resultantes de revisão de literatura ou bibliográfica que não abordavam um sujeito específico.
� Para que um periódico seja aceito (indexado) em uma base de dados é exigido um número significativo de artigos mês e mais uma série de pré-requisitos de acordo com critérios de cada instituição.

Outros materiais