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Ação Popular

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA 
COMARCA ALFA/XX 
 
 
JOÃO, brasileiro, xxx, xxxx, RG n. xxxx, CPF n. xxxxxx, residente e 
domiciliando à rua XXXX, nº XX, cidade de Alfa/XX, CEP XX, 
endereço eletrônico, por meio de seu advogado inscrito na OAB 
sob o n. xxxx , que esta subscreve, com endereço profissional na 
Rua xxx, n. xxx, Bairro xxx, Cidade/UF, local indicado para receber 
intimações, endereço eletrônico xxxxxxx, vem, respeitosamente, 
perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXXIII da 
CF/88, propor a presente 
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO LIMINAR 
em face de SOCIEDADE EMPRESÁRIA K, pessoa jurídica de 
direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. xxxx, com sede na rua 
XXXX, n. xx, bairro xxxxxx, Cidade/UF, e em face de PEDRO 
SANTOS, prefeito, xxxxxx, xxxxxxxxx, inscrito no RG n. xxxxx, CPF 
sob o n. xxxxx, com domicilio profissional no Prédio da Prefeitura do 
Município Alfa/xx, com suporte nas razões fáticas e de direito adiante 
expostas. 
1 DOS FATOS 
A Sociedade Empresária K, concessionária do serviço de manutenção de uma 
estrada municipal, com o intuito de ampliar suas instalações, realizou amplos estudos e 
identificou que o melhor local para suas novas instalações é em local de preservação ambiental 
 
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permanente, tendo esta, inclusive, providenciado o cerco do local e fixado placa com início da 
obra em 30 (trinta) dias. 
Surpreso com tal conduta, o impetrante formulou requerimento junto a empresa ré 
solicitando a não realização da obra, para sua surpresa, recebeu o indeferimento de seu 
requerimento, sob o argumento de que o local fora aprovado pelo Município, tendo o Sr. 
Prefeito assinado a licença para realização da obra. 
Assim, na intenção de impedir o início da referida obra, o impetrante não viu 
alternativa a não ser entrar com a referida ação. 
2 DOS FUNDAMENTOS 
2.1 DO CABIMENTO E DA LEGITIMIDADE PARA IMPETRAR A 
AÇÃO POPULAR 
Em virtude dos fatos narrados, o impetrante encontra guarida no art. 5º LXXIII da 
CF/88 bem como no art. 1º, §3º da lei 4.717/65, visto que a presente medida objetiva anular ato 
lesivo ao meio ambiente, sendo que ao final, junta o autor cópia de seu título eleitoral, para 
comprovação da legitimidade ativa para presente ação. 
2.2 DO ATO LESIVO AO MEIO AMBIENTE 
Excelência, conforme prevê o art. 225 da CF/88 todos temos o direito ao meio 
ecologicamente equilibrado, devendo preserva-lo para todas as gerações, o mesmo diploma 
legal, art. 225, § 1º, nos traz que cabe ao Poder Público garantir esse direito através de alguns 
mecanismos, senão vejamos: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
 
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§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público: 
IV – Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade. 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de 
espécies ou submetam os animais a crueldade. 
No caso em tela, não foi realizado o estudo de que trata o inciso IV, não obstante, 
caso tal obra seja realizado no local escolhido, local este que obriga diversas espécies raras da 
flora e da fauna, estas espécies estarão em perigo eminente o que poderá causar inclusive sua 
extinção. 
Outrossim, sendo a obra realizada, estará a empresa ré infringindo o disposto nos 
arts. 38, 49, 50 e 50/A da Lei 9.605/1998, ambos tipificados como crime ambiental. Analise-se 
o texto dos referidos artigos: 
Art. 38: Destruir ou danificar floresta considerada de preservação 
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência 
das normas de proteção: 
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
Art. 49: Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou 
meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em 
propriedade alheia: 
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
 
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Parágrafo único: No crime culposo, a pena é de um a seis medes, ou 
multa. 
Art. 50 – Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou 
vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial 
preservação: 
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Art. 50-A – Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, 
plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem 
autorização do órgão competente: (incluído pela Lei n. 11.284, de 2006) 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. 
Como visto, caso a empresa realize a obra no endereço escolhido, causará além de 
inúmeros crimes ambientais, grande prejuízo ao nosso meio ambiente. Assim, deve a referida 
obra ser embargada, não podendo a empresa impetrada realiza-la sem o devido estudo prévio 
de impacto ambiental. 
2.3 DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR 
No presente caso resta demonstrado o fumus boni iuris, visto que a obra está prestes 
a ser realizada, estando inclusive o local cercado de tapume, com placa indicando o início da 
obra em 30 dias. 
Da mesma forma, temos presente a existência do periculum in mora, posto que, 
caso não seja impedida a realização da obra antes da sentença, o ato acarretará a prática de 
diversos crimes ambientais, que possivelmente não poderão ser reparados. 
Assim, estão presentes os requisitos que autorizam a concessão da liminar, com 
fulcro no artigo 5º, §4º, da Lei n. 4717/65, devendo a referida obra ser embargada, não podendo 
a empresa impetrada realiza-la sem o devido estudo prévio de impacto ambiental. 
 
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3 DOS PEDIDOS 
Ante todo o exposto, requer-se: 
a) conceda liminarmente a suspensão da realização da obra, obrigando o impetrado 
cessar qualquer edificação que por ventura tenha realizado; 
b) citação dos impetrados para contestar, sob pena de revelia (art. 7º, I, “a”, da Lei 
4717/65); 
c) Intimação do representante do Ministério Público (art.7º, I, “a”, da Lei 4717/65); 
d) realização do estudo prévio de impacto ambiental; 
e) procedência da ação; 
f) condene os impetrados no pagamento das custas processuais e honorários 
advocatícios (art. 12 da lei 4717/65); 
g) requer todos os meios em prova admitidos, assim como a oitiva de testemunhas 
e demais provas que se fizerem necessárias, desde já requeridas; 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). 
 
Nestes termos pede, 
E aguarda deferimento. 
 
Alfa/XX, 4 de agosto de 2020. 
 
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OAB/XX

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