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Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES Campus Trindade Curso de Medicina NOTA: 8,5 3ª etapa Tutoria Docente Dra. Sarah Moreira Borja Marques ANA JÚLIA CARVALHO BENEDITO VICENTE DA SILVA FILHO CHARLES GUIMARÃES DAMASCENO CLARA BORGES OLIVEIRA GUIMARÃES DAVI ALVES VIEIRA DANIELA ALVES MESSAC GIOVANA FIGUEIREDO MACIEL IZADORA OLIVEIRA FRANCO JAMES VELOSO ALMEIRA JÚNIOR JULLY FARIA MONTEIRO RAFAELA TEIXEIRA DA SILVA SHARA RIBEIRO NASCIMENTO VITÓRIA PACHECO MENDES SP3 – UNIDADE I “MAS ELA É TÃO PEQUENINA PARA FAZER UMA CIRURGIA CARDÍACA” Trindade – GO 2020/01 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................3 2. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM..................................................................................4 3. RESPOSTAS E DISCUSSÕES............................................................................................5 4. CONCLUSÃO......................................................................................................................11 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................12 1. INTRODUÇÃO A situação problema discutida durante as aulas de tutoria aborda o caso de Rosemeire, uma estudante de 15 anos gestante. Após descobrir sobre a gravidez, a jovem procurou a UBS para dar início ao pré-natal, mas ao decorrer da gestação ela contraiu rubéola de uma colega da escola, o que fez com que os médicos ficassem preocupados. Ainda durante o pré-natal, os médicos descobriram que o bebê de Rosemeire tinha uma alteração no coração, uma das consequências da rubéola na gravidez. O bebê nasceu com 36 semanas e obteve o Apgar8,8,9 mas passou por alguns médicos antes de confirmar o diagnostico de que sua filha realmente tinha alguma cardiopatia. Esse relatório abordara assuntos relacionados ao caso acima, buscando esclarecer a importância do pré-natal, seus exames e principalmente doenças, remédios e outras substâncias que podem causar doenças congênitas na gravidez. 2. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Identificar a importância do pré-natal e caracterizar os exames realizados no SUS para prevenção e diagnóstico de malformações congênitas. Explicar as formas de atuação dos agentes que causam malformações: drogas (Talidomida, Isotretinoída e o álcool), doenças congênitas (rubéola, toxoplasmose e sífilis) e irradiação. Discutir prematuridade destacando as causas, medidas de prevenção e conseqüências para o crescimento e desenvolvimento infantis. Reconhecer as principais causas de CIUR, sua classificação e conseqüência. Reconhecer os aspectos ambientais e o saneamento básico na gênese das doenças do período perinatal. 3. RESPOSTAS E DISCUSSÕES O pré-natal se caracteriza pelo acompanhamento médico detalhado da gestante durante toda gravidez. Indica-se que a primeira consulta seja feita em até 120 dias de gestação, repetindo-se mensalmente até o sétimo mês, do sétimo ao oitavo duas vezes ao mês e semanalmente durante o nono mês. Suas consultas são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas Unidades Básicas de Saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Assim, o pré-natal é composto por anamnese detalhada, exames físico e laboratorial, visando a identificação precoce de doenças que possam afetar tanto a saúde da mãe quanto a da criança. Além disso, é uma maneira holística de apoiar e orientar a família sobre as dúvidas e anseios, principalmente maternos, do processo de gestação, prevenindo também possíveis distúrbios psicossociais que podem surgir, como depressão pós-parto e a não criação de um laço afetivo mãe-filho (MINISTÉRIO DA SAÚDE). Dessa forma, para complementar a investigação clínica, o SUS disponibiliza exames complementares: Exames laboratoriais Hemograma completo; Dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht); Grupo sangüíneo e fator Rh; Sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo à 30ª semana; Glicemia em jejum: repetir próximo à 30ª semana; Exame sumário de urina (Tipo I): repetir próxima à 30ª semana; Sorologia anti-HIV; Sorologia para hepatite B (HBsAg, de preferência próximo à 30ª semana de gestação); Sorologia para toxoplasmose (IgM para todas as gestantes e IgG, quando houver disponibilidade para realização). Exames de imagem Ultrassonografia de primeiro trimestre, avaliando idade gestacional, se há gemelaridade ou malformações. Ultrassonografia de segundo trimestre, medindo a translucêncianucal e verificando presença de osso nasal. Ultrassonografia morfológica de primeiro trimestre: feita entre a 11ª e 14ª semanas, avaliando a formação dos membros, coração, do sistema nervoso e o desenvolvimento embrionário como um todo. Ultrassonografia morfológica de segundo trimestre: realizada entre 28ª e 32ª semanas de gestação, analisa a posição fetal e suas estruturas (cabeça, pescoço, coluna vertebral). Esta também pode ser auxiliada por Doppler para avaliar a situação do cordão umbilical, da placenta e da circulação materno-fetal. Caso surjam hipóteses de doenças e/ou malformações fetais, os exames invasivos são indicados para ter o diagnostico e, assim, uma conduta terapêutica rápida e eficaz, visando possibilitar uma melhor qualidade de vida à família e à criança. Os exames disponíveis no Sistema Único são: Amniocentese: utiliza-se de uma agulha guiada por um transdutor ultrassonográfico para colher uma amostra de líquido amniótico, podendo ser feito a partir da 15ª semana. Ele possibilita diagnosticar cromossomopatias, anemia falsiforme, talassemia, distrofia muscular, fibrose cística, entre outras. Biópsia de vilocorial (BVC): é uma avaliação das células da placenta que pode ser feita entre a 10ª e 13ª semanas, preferencialmente. Há investigaçao de Síndrome de Turner, fibrose cística, anemia falsiforme. Cordocentese: é feita uma punção no cordão umbilical do bebê para avaliar o sangue fetal, geralmente faz-se a partir da 18ª semana. A presença de doenças infecciosas é verificada, como rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, podendo ver a presença de anemias fetais. A avaliação das células dos anexos embrionários é muito eficaz para investigar cromossomopatias, uma vez que o DNA fetal está presente nessas estruturas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Ademais, também existem outras medidas estaduais que ajudam a tornar o acompanhamento pré-natal mais efetivo, por exemplo, o Teste Da Mamãe que é realizado pela APAE em Goiânia. Este investiga doenças que podem ser passadas da mãe para o filho: citomegalovírus (por investigação de imunoglobulinas), hepatites B e C, rubéola, sífilis, HIV, HTLV, Tripanossomacruzy, Toxoplasmose (por investigação de imunoglobulinas). O seu diferencial é a periodicidade com que é feito, além de sua nomenclatura, o que dissemina uma cultura entre a população a respeito dos exames pré-natais. (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GOIÂNIA) Entre as infecções transplacentárias ou hematológicas, que podem ocorrer em qualquer estagio da gestação ou durante o parto, pode-se citar a Síndrome Torchs, que em outras palavras, é a sigla de Toxoplasmose, rubéola, Citomegalovirose, Herpes e Sífilis. Essas são doenças oportunistas que podem causar febre, encefalite, coriorretinite, hepatoesplenomegalia, pneumonia, miocardite, anemia hemolítica e lesões cutâneas vesiculares ou hemorrágicas. A toxoplasmose é causada pelo Toxoplasma Gondi, um protozoário obrigatoriamente intracelular. Sua transmissão congênita causa dilatação dos ventrículos laterais, calcificação intracraniana,calcificação do plexo coróide, ascite, hepatomegalia e danos no sistema nervoso central (necrose, infiltrados de macrófagos e proliferação de cistos). (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). A rubéola tem como agente etiológico o rubivírus, que pode causar danos severos no período embriológico. Tem como característica a tríade de sintomas: malformações auditivas, oculares e cardiovasculares. O vírus reduz a velocidade de multiplicação celular, uma vez que compromete o endotélio capilar. O lactente com rubéola congênita deve ser considerado fonte da doença ate o primeiro ano de vida. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). Sífilis congênita é uma infecção de bactérias gram positivas que podem causar danos em qualquer estágio da gravidez. Ela pode gerar aborto tardio ou natimorto,lesões cutâneas, pônfigopalmoplantar e fissura perobucal, lesões ósseas, acometimentos do Sistema Nervoso central, nefropatias, prematuridade, exantema, dentes de Hutchinson. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). Importante ressaltar a sífilis precoce e sífilis tardia com suas particularidades. A ingestão de álcool durante a gravidez pode causar microcefalia, retardo no crescimento, anormalidades faciais, redução das funções mentais à medida que a criança cresce. Suas conseqüências são maiores se consumido no período embrionário. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). O uso de Talidomida é nocivo tanto para a gametogênese quanto para o desenvolvimento embrionário e fetal. Esse medicamento causa grandes alterações anatômicas e fisiológicas, como focomelia ou amelia de maneiras variadas, prejudica a hipoplasia. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). (SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE AGENTES TERATOGÊNICOS, 2020) A Isotretinoínatambém é prejudicial à embriologia, organogênese e desenvolvimento fetal. Comumente, ela causa microtia ou baixa implantação dos pavilhões auriculares, hidrocefalia, microcefalia, retardo mental, transposição dos grandes vasos, tetralogia de Fallot e defeitos septais cardiogênicos. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). A radiação ionizante no período gestacional prejudica a organogênese e malformações congênitas, uma vez que causa destruição celular, e também hipotrofia das células, gerando restrição do crescimento fetal. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). Por outro lado, parto prematuro é definido pela Organização Mundial da Saúde como o parto que ocorre antes de 37 semanas completas de gestação. Quando o recém nascido é pré- termo, ele tem mais dificuldades para se adaptar à vida extrauterina, uma vez que suas estruturas não estavam tão aptas para a situação. Por exemplo, é comum haverem complicações pulmonares, pelo não amadurecimento completo dos pulmões ou pela produção insuficiente de surfactante. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). Os fatores que levam à prematuridade são divididos em grupos: Fatores epidemiológicos: inclui condicoes socioeconômicas (falta de saneamento básico, falta de conhecimento para ter hábitos saudáveis para mãe e para o bebê), hábitos de vida, estresse. Fatores obstétricos: infecções maternas, rotura prematura de membranas, alterações hormonais, incompetência cervical, sangramentos vaginais, placenta prévia e descolamento prematuro de placenta. A maioria desses fatores estão associados a infecções que levam à contrações uterinas. Gemelaridade, malformações fetais e placentárias e partos prematuros anteriores. Fatores ginecológicos: amputação do colo uterino, malformações uterinas, miomas. Fatores clínico-cirúrgicos: doenças maternas, procedimentos cirúrgicos durante a gravidez. Fatores iatrogênicos: relacionados a um pré-natal de baixa qualidade. Para prevenir maturidade, é de extrema importância que haja um pré-natal bem feito, seguindo as orientações médicas. Deve-se utilizar de indicadores clínicos e laboratoriais para investigar o quanto antes e prevenir partos pré-termo. Terapias com antibióticos, corticóides, tocólise e repouso materno. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). Outrossim, a Restrição de Crescimento Intrauterino (CIUR) está relacionada a cinco vezes mais mortes nos RN com CIUR do que nos RN adequados para idade gestacional. Como conseqüência primária dessa restrição tem-se prematuridade, hipoglicemia (pelo estoque de glicogênio hepático não ser suficiente e pelo pouco tecido adiposo), dificuldade do RN em manter sua temperatura corporal, policitemia. Em segundo plano, o desenvolvimento neuropsicomotor é afetado, variando em níveis de acordo com a idade gestacional. Classificações da CIUR: Tipo 1, simétrico: ha fatores de restringem o crescimento intrauterino desde o primeiro trimestre, de forma a comprometer a embriogênese. Seu prognóstico possui principalmente malformações, redução no peso, altura e perímetro cefálico. É cnsequencia de causas genéticas, infecções, drogas e radiação. Tipo 2, assimétrico: tem ação etiológica no terceiro trimestre, ou seja, afeta a hipertrofia celular, reduzindo as medidas desproporcionalmente, uma vez que o abdome é o mais atingido. Seu prognóstico não é ruim. Tipo intermediário: tem prevalência etiológica no segundo trimestre gestacional, há comprometimento tanto da hipertrofia quanto da hiperplasia. É comum a apresentação de acometimento cefálico e dos ossos longos. Suas causas são desnutrição materna, utilização indevida de fármacos, uso de tabaco e de álcool. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). Etiologias associadas à CIUR: Causas fetais: cromossomopatias; formação defeituosa do tubo neural; acondroplasia; condodistrofias e osteogênese imperfeita. São mais graves, geralmente geram CIUR tipo 1. Causas maternas: infecções (rubéola, tuberculose, citomegalovbírus, HIV, HTLV, varicela-zoster, herpes, toxoplasmose aguda, malária); uso de drogas e substancias tóxicas que tenham qualquer efeito teratogênico; radiações ionizantes; desnutrição materna; anemias; síndromes hipertensivas; diabetes melito; doenças autoimune. Causas placentárias: doenças relacionadas a esse anexo embrionário; transferência placentária deficiente. (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier). Por fim, ressalta-se a grande influência ambiental durante a gestação, uma vez que podem havercosnequencias por toda vida do RN que teve contato com atividades pouco saudáveis, como a ingestão de álcool que é considerado um teratógeno ambiental. Além desse, a condição da moradia também influencia, de modo que gestantes que não tenham acesso ao saneamento básico estão mais propicias a contraírem infecções. Nesse sentido, “O nível socioeconômico e as condições de habitação e saneamento também facilitam a disseminação de infecções como citomegalovírus, sífilis, toxoplasmose e infecções bacterianas”, Marisa Márcia Mussi-Pinhata et al, 2005. Exemplos de agentes ambientais: mercúrio, benzeno, gasolina, solventes orgânicos etc, 4. CONCLUSÕES Após as discussões acima, nota-se os fatores analisados no pré-natal e a importância deste para prevenir alguns tipos de doença. Além das orientações sobre os hábitos e insumos prejudiciais durante o período gestacional, como medicamentos, etilismo, tabagismo, radiação e contração de doenças que podem causar malformações. Foi abordada a prematuridade, a qual se refere aos bebês que nascem antes de 37 semanas, visando compreender as causas, as medidas de prevenção e suasconsequências. Com isso, o CIUR (crescimento intra-uterino restrito) também foi objeto de estudo, o qual pode ser um dos motivos da prematuridade. Por fim, analisou-se o ambiente em que as gestantes estão inseridas, incluindo hábitos de vida, higiene e condições de moradia, uma vez que influenciam na saúde e desenvolvimento da criança. 5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLOG DA SAÚDE - MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pré-natal é essencial para o diagnóstico precoce de doenças raras. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53041-pre-natal-e-essencial- para-o-diagnostico-precoce-de-doencas-raras. Acesso em: 12 mar. 2020. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS. ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE DA MULHER. Série A. Normas e Manuais Técnicos Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos - Caderno nº 5: Ministério da Saúde, Brasília-DF, 2005. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pre-natal_puerperio_atencao_humanizada.pdf. Acesso em: 16 mar. 2020. MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Pediatria Geral e Neonatal. Sarvier, 2016. MUSSI-PINHATA, Marisa Márcia; YAMAMOTO, Aparecida Yulie. Infecçôes congênitas e perinatais: artigo de revisão. jornal de pediatria: subtítulo da revista, rio de janeiro, v. 1, Número, p. 15-30, dez./2005. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DE GOIÂNIA. Atendimento à grávida é prioridade nas unidades da Secretaria Municipal de Saúde. Disponível em: http://www.saude.goiania.go.gov.br/html/noticia/13/05/Atendimento-gravida.shtml. Acesso em: 16 mar. 2020. SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE AGENTES TERATOGÊNICOS. TALIDOMIDA. Disponível em: https://siat.ufba.br/talidomida. Acesso em: 10 mar. 2020.
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