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Transcrições Aulas de Micro Modulo I (1)

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1 
 
MÓDULO I 
MICROBIOLGIA 
 
AULA 1 – Introdução  Jefferson Côrrea 
 
Nós vamos começar o nosso primeiro trabalho aqui apresentando pra vocês uma introdução à microbiologia, 
considerando que ninguém sabe coisa nenhuma, então vamos partir do bem básico e assim vamos 
construindo nosso conhecimento. Bem, qual é o ponto que nós vamos dar? Se chama introdução a 
microbiologia. Esse material será divulgado por e-mail. 
 
Aí está a nossa casa, a única bolinha do sistema solar que parece unir condições para vivermos, pelo menos 
a vida que nós conhecemos. E é aí nessa casa que tudo se passa, segundo alguns espiritualistas, inclusive 
algumas de nossas vidas. Esse lugar maravilhoso tem 8 cenários encantadores como os bosques, as florestas, 
os campos, as plantações, jardins, os rios, nós temos os lagos, montanhas, geleiras, as praias, os manguezais, 
os desertos, tudo isso são os cenários que nós temos na nossa linda casa. Só que em todos esses lugares e em 
muitos outros que talvez vocês fossem fotografar, existe um mundo de seres que nós não enxergamos que 
são os microrganismos, eles são invisíveis pra nós. Então esse mundo não existe a menos que você pare pra 
pensar sobre ele. Esse mundo é um mundo invisível e como ele não é visível, as pessoas só vem lidar com 
cachorro, cavalo, pessoas. Demorou muito tempo pra que eles fossem descobertos, identificados. Eles são 
numericamente muito mais do que nós. Eles dominam o mundo, então só pra se ter uma ideia, uma mão de 
terra: Nós temos muitas espécies de fungos (500 espécies, isso é só uma estimativa, depende do tipo de solo, 
tem solos que são mais secos, mais úmidos, mais férteis, menos férteis, mais calcários, menos calcários) 
50km de micélio porque não dá pra contar os fungos individualmente, já que eles são seres que tem hifas, 
que tem um micélio, que é o conjunto dessas hifas; Bactérias são muitas, 10.000 espécies, nós podemos 
avaliar cerca de 10.000.000.000 de bactérias nessa mão de terra, por tanto aí já passou a população humana; 
Algas, muitas, 700; muitos protozoários, muitos nematódeos. Enfim, uma mão de terra fértil é um mundo 
por si mesmo. E claro existem muitas técnicas pra gente poder estudar isso. 
No mar, nas águas a quantidade também é assustadora. Quanto mais a gente desce na agua do mar mais 
escassa fica a densidade, mas enfim, (?), por exemplo avalia-se 10 elevado a 29 a quantidade de bactérias 
que nós temos nos oceanos todos, só bactéria, fora o resto. O mar é um local altamente denso no ponto de 
vista populacional. 
 
E pra estudar essa bichara toda existe uma ciência que é a microbiologia. O que é a microbiologia? É a 
ciência que estuda os microrganismos. Agora embora seja uma definição singela, ciência = quer dizer que 
usa método cientifico, então não se pode afirmar qualquer barbaridade; estuda = tudo; e o objeto de estudo, a 
microbiologia não está interessada em estudar os problemas do transito, os problemas da botânica, ela quer 
estudar os microrganismos e o nosso trabalho, quem trabalha com microbiologia, que não é o caso dos 
médicos, que trabalham de forma muito indireta, geralmente quem trabalha com microbiologia precisa 
trabalhar no laboratório. Nós trabalhamos com segurança, aqui você veem uma cabine de segurança com 
EPI (luva, gorro etc), e aqui vocês veem essa criatura com uma alça de platina (veremos numa aula prática), 
na sua mão uma coisinha redonda chamada placa de Tetri, e aquele negocio vermelho dentro dela se chama 
meio de cultura, que é uma comida que a gente dá pra bactéria poder crescer e poder estudar ela no meu 
laboratório. Até os micróbios só crescem, se proliferam se lhe dermos alimentos. Por exemplo, eu posso 
pegar um pus de um paciente que vocês me mandam e passar na placa de agar sangue. (Vocês vao aprender 
a fazer isso, chama-se semeadura) eu pego esse objeto, que é a alça de platina, mergulho no pus, na 
secreção, só a pontinha dela, e pego essa alça e esfrego na placa, isso vai pra uma estufa a 37 °c e no dia 
seguinte eu vejo essa imagem que está aqui. Pego um pouquinho desse material, ponho numa lamina, e coro 
pelo método de Gram. (tudo isso vocês vão aprender nesse curso). Portanto aí nesse slide, embora seja um 
slide aparentemente simples, está a essência do nosso trabalho, que é isolar os microrganismos, que é 
cultiva-los, isola-los, identifica-los, (...) fazer testes de sensibilidade à antibióticos. O que o médico quer é 
saber como ele trata essa zorra. Então essa parte aqui, geralmente o médico não faz, a menos que o médico 
se envolva com pesquisa, que ele goste disso e queira ir pra dentro de um laboratório fazer isso. Isso aí 
2 
 
geralmente é feito pelas pessoas que fazem farmácia, tem um ramo da farmácia, Hoje os biomédicos 
também tem esse direito de se envolver nessa área analítica e laboratorial, e nós médicos que alias 
começaram através da patologia clinica, que os farmacêuticos chamam de analises clinicas, começou com os 
médicos atendendo o paciente que inventaram os primeiros métodos de analisar quimicamente o corpo dele. 
Dentro do grupo de vocês que é um grupo voltado para medicina, os micróbios mais importantes são esses : 
que estão no quadro, basicamente o nosso foco são os vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos. Sendo 
que protozoários tem outra disciplina que dá aqui que é a parasito e por tanto nos tira mais essa 
responsabilidade. 
 
Os micróbios todos são invisíveis. 
São geralmente unicelulares, embora em muitos casos eles possam se agregar, formar um agregado, muita 
gente chama de colônia. Então eles são coloniais eventualmente. 
São carentes de tecidos, então micróbios não tem tecidos nervoso, epitelial, conjuntivo, muscular. Como não 
têm tecido nervoso eles não sentem dor e como não sentem dor nós podemos fazer tudo que é tipo de 
barbaridade com eles para estuda-los, o comportamento das células, nas mais diversas situações. 
Quais são as áreas que a microbiologia tem interesse? 
1. Evolução: existem hoje cientistas no mundo todo que só se interessam pela evolução dos 
microrganismos. 
A teoria da evolução de Charles Darwin os levou a construir um modelo de pensamento na qual 
todos os seres vivos desse planeta tem um ancestral comum, e esse ancestral comum teria existido há 
bilhões de anos atrás. E existe, claro, varias evidencias que parecem apoiar a ideia que todos temos 
um ancestral comum. 
2. Taxonomia e nomenclatura: Nós não conhecemos todos os seres vivos que moram no planeta terra. A 
terra é um planeta vivo, tudo é vivo nela, mas toda hora estamos descobrindo novas espécies (ano 
passado descobriram um novo vertebrado, se nós estamos descobrindo vertebrados ainda, em 2014, 
imagine o resto, protistas, bactérias, arqueobacterias, então tem muita coisa desconhecida por aí). Por 
exemplo, quando nos pegamos um urso, temos vários tipos de urso, tem o preto, tem o branco, tem o 
pardo, mas quando nós partimos de um único tipo de urso isso é a espécie. Todo mundo sabe que 
Carlos Lineu inventou um sistema de dois nomes pra isso: Ursos americanos, mas se ele for branco 
já não se chama mais Ursos americanos. Vai ter outro nome. Família, ordem: Carnivora, classe: 
mamaria, filo : cordata, reino: animaleia, Dominio : eucariótico. Então a gente tenta fazer isso com 
os micróbios, tentamos e fazemos, é classifica-los. Classificar significa pegar o bicho e colocar 
nesses departamentos que vocês estão vendo. É colocar numa espécie, num gênero, numa família... 
Não adianta classificar sem botar um nome, então o bicho tem que ter um nome para que todo o 
planeta o trate da mesma forma. 
3. Identificação: Isso é importante: Depois que eu tenho um sistema de classificação, que eu tenho um 
sistema de nomes, aí sim eu posso então tentar identificar um bicho desse quando alguém me manda. 
Eu só posso identificar. Identificar: significa dizer o nome de... “a policia federal identificou o 
malfeitor que fez uma determinada barbaridadecom a petrobras, é o senhor fulano de tal” está 
identificado. Nós tentamos fazer isso com as bactérias, por exemplo Escherichia coli: Filo: 
Proteobacteria; Classe: Gammaproteobacteria; Ordem: Enterobacteriales; Família: 
Enterobacteriaceae; Genero: escherichia. E assim nós vamos subindo em taxos, que é cada degrau da 
classificação. Esse slide parece um bobagem mas ele é muito importante, tem muito conceito que 
está embutido aí. 
 
4. Estrutura celular: O médico estuda a anatomia do braço, o microbiologista estuda a anatomia da 
bactéria. Nós queremos saber o que que eu vejo quando corto ela ao meio? Então nós vamos estudar 
as diferentes estruturas, e essas estruturas são moléculas ou macromoléculas e aí a gente cai na 
química orgânica. 
 
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5. Metabolismo: A microbiologia se interessa pelo metabolismo. O que acontece se entrar uma 
molécula de glicose numa bactéria? Acontece a mesma coisa que ocorre num pinheiro, numa baleia, 
num ser humano, a glicose vai ser degradada até acido pirúvico nessas dez reações que vocês já 
conhecem, chamada glicólise, e existem na mesma maneira em todos esses bichos que a gente citou, 
tanto faz ser uma arvore, um golfinho, um jacaré, uma pulga, todos fazem a mesma coisa. E sempre 
são as mesmas dez reações. Se você pegar a hexocinase do homem e comparar com a hexocinase da 
bactéria, elas são muito parecidas, são duas enzimas quase iguais, Isso é um fato que parece, é uma 
evidencia que favorece a evolução a partir de um ancestral comum, e que pela primeira vez 
descobriu o sucesso que representa esse grupo de dez reações. Tô falando do metabolismo da glicose 
mas nós poderíamos falar de qualquer metabolismo, de purina, pirimidina, ácidos graxos etc. 
 
6. Genética bacteriana: Vou dar uma aula posteriormente, no nosso terceiro encontro, que vamos 
mostrar pra vocês como é que aparece a resistência aos antibióticos, é uma questão totalmente 
centrada na genética. Bactéria não se acostuma com antibiótico, e não queremos que nenhum médico 
diga uma besteira dessas. 
 
7. Relação ecológica: isso é uma coisa importantíssima. Porque os micróbios na sua imensa quantidade, 
são produtores de alimentos, são decompositores de alimentos, qualquer porcaria que você jogue no 
meio ambiente eles vão digerir, exceto polímeros como os que são fabricados nos últimos 50 anos. 
Se você der PVC pra o micróbio comer provavelmente ele não vai conseguir. Relações ecológicas 
entre micróbios entre si, como é que ele reage quando encontra com outro micróbio? Relação do 
micróbio com outros seres vivos. Já que os micróbios dominam o mundo, eles se relacionam com 
todo mundo. Se relacionam também com o homem, e a razão dos senhores estarem nessa aula hoje é 
que uma das relações micróbio x homem pode lenhar com o time do homem. Então a SIMBIOSE 
MICROBIO X HOMEM, no seu sentido amplo, não estou falando de mutualismo, simbiose como 
vida conjunta pode ter varias consequências pro ser humano. O micróbio mora na minha pele e não 
causa problema, micróbio mora na minha boca mas não causa problema nenhum, mas se o micróbio 
entrar na corrente sanguínea e for parar no coração ocorre uma endocardite bacteriana subaguda, 
letal se não tratada. As relações micróbio x homem são muito dinâmicas, algumas delas são 
desastrosas, e agora na crista da onda o EBOLA causando problemas. 
 
 
Por que é importante estudar microbiologia? 
 Em primeiro lugar pra passar na matéria. 
 Podem rever conceitos importantes da biologia (gene, transcrição, tradução, transcriptase 
reversa). 
 Entender o papel dos micróbios no meio ambiente. 
 Vamos entender sua importância médica, vocês vão ver o estrago que um estafilococos faz, 
que um estreptococos faz. 
 Possibilidade de raciocínio. Geralmente quem entra na área medica não tem raciocinado o 
tempo todo, tem informações que a gente tem que mais ou menos guardar, não tem como 
você deduzir. 
 Como a gente explora os micróbios. 
 Frequentes lacunas no conhecimento. 
 Interesse pela pesquisa cientifica. 
 
Os micróbios estão na vida de vocês todos os dias. Eu não posso beber cerveja sem microrganismos, não 
posso beber vinho sem microrganismos, se toma cachaça tem microrganismo, não existe vodka sem 
microrganismo. Não toma iogurte sem microrganismo, nem queijo gorgonzola. Pão, mas você pode comer 
um com fermento, pó químico, pode! Mas pão geralmente é feito por micróbio. 
 
A indústria de alimentos sofre uma mudança radical depois que no sec 19 foi mostrado que os micróbios 
estavam em tudo que é canto e se você não tomar cuidado eles esculhambam o alimento. Então foi 
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necessário aparecer um método de , por exemplo, bota a sardinha aqui dentro, cozida, tem que ter muito 
cuidado com enlatados, quando a lata está estufada nem chegue perto porque se está estufada tem gases e se 
tem gases pode ser que haja um micróbio ANAEROBIO, e as vezes o botulismo pode estar presente, não 
quer dizer que não esteja se a lata estiver normal, enfim. O leite de caixinha, existe hoje um processo 
chamado de UHT (temperatura bem alta) em contra posição a pasteurização que vocês vão ouvir falar na 
aula de hoje, para preservar o leite. A indústria de compotas toda vez que você faz um alimento e 
condiciona em um vidro ou lata, o alimento deve estar previamente estéril . Esteril quer dizer isento de 
microrganismos. 
 
Na nossa vida diária, os antibióticos vem dos microrganismos, são os micróbios que fabricam os 
antibióticos. As vacinas são feitas com produtos derivados de microrganismos. A insulina humana, a 
penicilina. Voce não toma isso sem o microrganismo. 
A indústria nos trazendo vários tipos de produtos: vinagre, glutamato, aminoácidos, todos com auxilio dos 
micróbios. 
 
Só falamos de coisas boas, mas tudo tem dois lados. Se você vacilar o micróbio come sua comida antes de 
você. Estraga seu mamão, mofa seu pão. E além de deteriorar os alimentos, os microrganismos causam 
doenças e aí que entra o médico e que entra o interesse desse grupo. 
 
Os micróbios causam doenças em animais, em vegetais e nos seres humanos. (impedigo-bebe, Linfadenite 
caseosa-animais, vassoura de bruxa-doença no cacau) 
 
Na medicina, o que que o conhecimento sobre os micróbios trouxe ? (ler em casa, os slides) 
 
1. Quando os micróbios foram estudados e foram compreendidos, apareceu um 
conhecimento novo, a causa da doença. Então qual é a causa da Malária? Se vocês 
forem estudar o que está aqui nesse site, as ideias eram mirabolantes. Por que que a 
gente adoecia? A malária veio desse fato das pessoas ficarem doentes por causa de 
maus ares. Então houve uma época na medicina que a gente acreditava em 
MIASMAS. Miasma era um fluido invisível, pestilento, que entrava no corpo do 
homem e o fazia adoecer, daí vem a palavra malária, maus ares, o sujeito passou em 
algum lugar e respirou algum miasma mirabolante, quer dizer, como é que você vai 
combater uma coisa se esse raciocínio está errado? Quando o raciocínio está errado 
não tem como você combater. Então eu sei que os reservatórios da malária são os 
seres humanos, onde é que tem malária? Em alguém que está malárico. Como é que 
transmite de um pro outro? É por miasma? Não! É por uma picada de mosquito. Ao 
descobrir que o mosquito pica a pele e inocula o protozoário, olha como muda tudo, 
não é mais miasma, é um agente infeccioso. Então se eu não deixar o mosquito picar 
ele não pega malária. E uma das formas de combater a malária é exterminar o 
mosquito. 
2. Aprendemos a avaliar a evolução a infecção 
3. Aprendemos a diagnosticar, tratar e prevenir 
 
Bom tudo isso que pra vocês parece uma coisa trivial foi uma conquista duríssima da humanidade e que só 
se concretizou mais ou menos em mil novecentos e setenta e tanto com os trabalhosde Louis Pasteur e 
Robert Koch. 
 
Apareceu métodos da gente lutar contra os micróbios, então métodos de DESINFECÇÃO que nós usamos 
em banheiros, pias, assoalhos, latrinas, ou na nossa casa. E quando eu quero matar tudo eu vou usar uma 
técnica de ESTERELIZAÇÃO, vocês estão vendo uma maquina chamada autoclave, que é letal se for bem 
utilizada. Então a gente limpa banheiro, desinfeta banheiro, a gente faz limpeza, tira o lixo, remove a matéria 
orgânica, é uma nova visão do mundo. 
 
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Apareceram os ANTICÉPTICOS, repare bem, os desinfetantes você não pode usar no seu corpo humano. 
Você não pode fazer um gargarejo com creolina, limpar um ferimento com agua sanitária, porque seria 
muito agressivo, mas há algumas substâncias que são toleráveis por nós como o álcool iodado, o álcool gel, 
o sepacol, mertiolate, isso aqui são substancias chamadas de anticépticos e eles matam os micróbios mas não 
todos e são tolerados pelo ser humano. 
 
Qual a diferença entre desinfecção e esterilização? 
Desinfecção: eu vou usar uma substancia pra eliminar um micróbio patogênico, meu interesse é eliminar o 
patógeno. Não interessa se ele vai ou não atingir os demais, geralmente atinge muitos outros inocentes . 
Esterilização: é uma manobra radical, você faz pra não sobrar ninguém, então por exemplo, um bisturi não 
pode estar mais ou menos estéril, ele tem que estar estéril. Enquanto que uma desinfecção não significa 
necessariamente uma esterilização, mas significa que eu pretendo me livrar do patógeno. 
 
E porque funciona? É assunto pra outro momento. 
 
Outra consequência para os seres humanos de saber sobre os micróbios foi o desenvolvimento, a introdução 
da chamada educação sanitária. Nós temos que educar o povo, educar o menino na escola, isso é vital. Agora 
isso tem que ser feito de uma forma certa, correta. Se eu ensino as pessoas que não deve beber agua suja é 
uma forma permanente, esse conhecimento passa pra sua descendência. Dar agua limpa ao povo. 
 
Introduzimos na medicina as vacinas, a vacina contra tétano, o soro antitetânico, anticorpos monoclonais, 
tudo isso veio surgindo como consequência dos conhecimentos muitas vezes ligados a microbiologia. 
Antibióticos ( uma lista de exemplos) , tudo isso vocês vão escrever e prescrever para os pacientes ate 
encher o saco! Isso vem da onde? Então, muito antibióticos e fitoterápicos provem dos microrganismos, ok 
? alias, permita que eu faça uma correção: os antibióticos veem dos microrganismos, os fitoterápicos, por 
definição, nada tem haver com microrganismos, eles são sintetizados pela mão humana, aliás, essa é a 
grande diferença. Hormônio do crescimento e insulina humana, como disse, produtos utilizados por muitos 
humanos. 
 
Aí o homem brincando de Deus, isso aconteceu já há muitos anos, a gente conseguiu curar um defeito 
genético de um paciente fazendo uma coisa chamada TERAPIA GÊNICA. Nunca antes na historia da 
humanidade tinha acontecido isso, você pegar um gene novo, correto, botar dentro de um vírus, o vírus 
infecta uma célula, vai lá nessa célula e inocula esse gene, esse gene é incorporado ao patrimônio genético 
dessa célula, e se ela for uma célula pluripotente, ela forma células filhas com gene correto, e com isso nós 
podemos curar um defeito genético como aconteceu nessa doença : Deficiência de adenosina desaminase, de 
uma condição clinica imuno patológica chamada imunodeficiência combinada grave. E mais de 8 tipos de 
doenças foram curadas também, quer dizer, existe perspectiva de utilização pela humanidade. Como isso é 
um salto extraordinário na historia humana. 
 
Os microrganismos têm importância em todas as áreas da saúde. É difícil imaginar alguém que diz que não 
tem nada haver com isso.Na medicina é importante para todas as especialidades, não existe uma 
especialidade médica que o médico diz assim: micro pra mim não interessa; porque se vocês não 
aprenderem pra se próprios, terão que confiar cegamente no que os outros médicos vão dizer para vocês na 
hora de tratar uma infecção sua ou de um paciente seu. Então pelo menos pra si você tem que saber isso. 
 
Muitos micróbios são perigosos, são patogênicos, são micróbios que causam doenças terríveis nos seres 
humanos, já tivemos época que os micróbios separam mais vidas do que todas as guerras juntas, e como eu 
lhe mostrei no terceiro slide, a nossa casa, a nossa terra, o nosso lar, nós vivemos aqui, não sabemos a 
quanto tempo o homem tem essa fisionomia está presente no mundo, e tá aí todas as doenças que 
infernizavam os seres o humanos continuam na praça, não mudou nada. talvez seja uma forma indireta do 
criador dizer que: enquanto vocês não mudarem a forma de pensar , eu vou deixar isso correr solto. A única 
doença considerada erradicada é a varíola. E mesmo assim ainda existem vírus nesses laboratórios secretos 
pelo mundo, que pode ser usado como armamento. Então as doenças estão todas aí, e agora surgiu mais 
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uma, o EBOLA. Temos muito trabalho a fazer, precisaremos de muito estudo de muito empenho, de muita 
gente trabalhando, se aperfeiçoando, trabalhando com seriedade. 
 
TÉRMINO DA INTRODUÇÃO. 
 
DETALHES SORDIDOS: 
 
Quem são esses micróbios? 
São os eucariotas: protozoários, fungos, mixomicetos e algas, sendo que os dois últimos não tem interesse 
para a classe médica, e o protozoário é estudado na cadeira de parasito. Então só vão ficar os fungos, que 
tem algum interesse na área médica. 
 
Nos procariotas: Eubactérias, ou seja, as bactérias verdadeiras, e as arqueobactérias, bactérias que foram 
descobertas nos últimos 40 ou 50 anos e que são bastante distintas das que nós conhecemos em medicina . 
 
Para estudar cada bichinho desse existe uma ciência particular. Os fungos são estudados na micologia, os 
mixomicetos tomam uma carona e as bactérias, bacteriologia. Os vírus não são procariotas nem eucariotas, 
existe uma ciência para estuda-los, chamada virologia que vocês terão no final desse curso. 
 
Viroides: Não nos incomodam, são patógenos vegetais. 
 
Prions: são proteínas aparentemente, não tem acido nucleico, mas frequentemente figuram nos capítulos de 
livros de microbiologia. 
 
Os micróbios que nos interessam aqui na ICS039 são: os vírus, bactérias e fungos. 
 
Como os fungos tem sua vida (??) chamado hifa, tem vários formatos, esse tem especial importância pra nós 
porque esse fungo chamado penicillium (em latim quer dizer pincelzinho) é importante porque estudando a 
sua ação sobre estafilococos, um médico chamando Alexander Fleming, descobriu as penicilinas nome que 
ele deu em homenagem ao fungo. 
 
Algas não nos incomodam, exceto quando tem uma maré vermelha da vida, quando existe um fenômeno 
sazonal típico, as algas as vezes fazem toxinas que se o homem beber a água vai incomoda-lo, isso não tem 
interesse na área médica. 
 
Tingida no computador, a bactéria mais famosa do mundo, é o bicho sobre o qual mais sabemos 
geneticamente, Escherichia coli. Isso aqui é uma bactéria quadrada, aqui uma arqueobacteria. Essas coisas 
brancas são artefatos. Desenho de um vírus, e aqui não é desenho coisa nenhuma, é uma foto real de um 
vírus verdadeiro, um adenovírus (adeno = glândula) . 
 
COMO TUDO ISSO COMEÇOU: DESCOBERTA DOS MICROBIOS. 
 
Vou mostrar uma foto de quem é que vocês devem colocar a culpa de estarem aqui nesse belo dia, tomando 
esse porre. 
Quem descobriu os micróbios foi um holandês Anton van Leeuwenhoek. Esse cara construía microscópios 
só com uma lente, então por isso se chamam microscópios simples. Os nossos, de hoje, são compostos, 
aumentam embaixo e aumento em cima. Ele viveu na Holanda 91 anos, a mãe natureza foi generosa com 
ele, durar 91 anos no século 17 é a gloria! Ele fabricou muitos microscópios, avalia-se que uns, ele mesmo 
polia a lente, e fabricou lentes, que a julgarpelos microscópios e você vê a lente deles analisada pelos 
físicos, aumentar às vezes até 300 diâmetros. 1milimetro numa lente dessas parece ter 300 milimetros. Esse 
homem muito inteligente, viveu na Holanda em 1670, esse cidadão fazia suas descobertas e escrevia para a 
ROYAL SOCIETY, que era uma instituição criada pelo rei inglês, no inicio do século 17, ele fundou a 
instituição para receber informações do mundo todo sobre descobertas e invenções. Estadista, um Rei. E o 
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senhor Leeuwenoek com seus microscópios ele foi estudando tudo que ele pode estudar e é creditado a este 
holandês a descoberta desses micróbios ou microrganismos, foi ele que descobriu os bichinhos sobre os 
quais vocês vão estudar nesse curso. Descobriu também as hemácias, os espermatozoides, e muitos tipos de 
protistas. Então esse homem é muito importante pra nós na micro. 
 
É um microscópios tosco, duas placas prensadas no meio com uma lente, só que tem um sistema que é pra 
focar. Então aqui ta a lente e consegue focar. É possível focar! Colocando-se uma amostra nessa pontinha 
aqui, você consegue focar. Né fácil não, teve muita gente, incluindo cientistas que pegaram esse pra 
trabalhar e no começo apanharam muito para conseguir finalmente focar. Com esse microscópios 
simplesinho que ele descobriu então os microrganismos, é isso que importa pra nós aqui. Alguns ele 
desenhou, isso aqui é um desenho feito pela mão dele em mil seiscentos e lá vai cacetada, e qualquer 
criatura que tenha boa observação verifica aqui que ele já viu, naquela época, as formas principais das 
bactérias: cocos, bacilos e espirilos. Faz mais de 300 anos que nós conhecemos isso, quer dizer, sabia que 
existia mas ninguém sabia pra que que servia. 
 
Aqui fotos feitas com microscópios normais no dia de hoje, sem duvida um bacilo, um coco, um espirilo. Os 
microscópios de hoje são compostos, tem uma ocular e objetiva. 
 
 
 
Poder de resolução : é a mínima distancia entre dois pontos que o microscópio consegue mostrar como 
pontos separados. “ponto A e ponto B “ vocês estão vendo que são dois, eu vou aproximando, estamos 
vendo que são dois, mas vai chegar um momento em que a gente aproxima tanto que não dá mais pra ver 
que são dois pontos separados, então a menor distancia que eu ainda vejo que são dois se chama poder de 
resolução. 
 
Cada sistema de lentes tem um poder de resolução. Nós não vamos entrar muito em detalhes, apenas dizer 
que o nosso olho, sem óculos, sem coisa nenhuma, eu enxergo no máximo 0,1milimetro de distancia entre os 
dois pontinhos. Com o microscópio ótico, 0,2 micrometros. Ou seja, eu posso aproximar os pontos muito 
mais e ele ainda vê que são dois. E se eu botar no microscópio eletrônico, 1 nanometro ou menos, tem 
aparelho hoje que tem uma melhora hoje nessa área. 
 
Entenderam o que é poder de resolução? É a capacidade de ver dois pontos que estão próximos como dois, e 
cada aparelho tem um poder de chegar a um limite X. Bem, esse poder de resolução tem uma formula pra 
calcular, no caso do microscópio optico comum é mais ou menos = 0,5 vezes o comprimento de onda da 
radiação que você usa pra iluminar/ dividido por índice de refração do meio vezes o seno de teta (sendo que 
esse seno de teta é aquele ângulo que está ali, que leva a luz pra dentro da objetiva). Não vamos entrar aqui 
nesse detalhe. 
 
Bem, quando foi que o Senhor Leeuwenhoek viu esse micróbios? Mais ou menos em mil seiscentos e pouco, 
porque ele passou 50 anos vendo isso, raciocine, né? Então se vc disser 1678, acertou! 
 
Quanto tempo se passou de lá até hoje? Bom, vamos pegar 1680, quase 300 anos. E aí, o que foi que 
aconteceu com a microbiologia? Não aconteceu nada! por que? Porque você descobre uma coisa, mas você 
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descobrir pra que que ela serve é outra. Então foram vistos os micróbios mais ninguém sabia o que eles 
eram, o que que eles faziam. O Senhor leeuwenhoek observou que muitos deles “nadavam “ e achou que 
eles eram animais extremamente pequenos e cunhou o termo “animaculos”. Por tanto, ninguém sabia pra 
que eles serviam. Segundo, ninguém sabia fazer microscópios com o Senhor leeuwenhoek. Terceiro, os 
microscópios que existiam na época eram muito ruins, o microscópios só foram melhorar depois de 1850. E 
por fim, nem todo mundo tem interesse por isso. O resultado de todos esse fatores juntos é que os micróbios 
foram descobertos há quase 300 anos e durante quase 200 anos nada se sabia ao seu respeito. 
 
Eu vou fazer uma comparação absurda e grosseira pra vocês :” imagine que uma nave espacial desça aqui na 
terra e deixe no seu quintal um objeto de forma qualquer, aí você pega o objeto e olha e não sabe o que é 
aquilo, você acha curioso, bonitinho, interessante, pode ter uma luzinha que pisque enfim... e vamos supor 
que mais tarde, 30 ou 40 anos depois você descobre que aquilo ali é uma maquina que podia fazer uma coisa 
miraculosa. Estava lá no seu quintal, uma coisa que podia ter te dado uma fantástica vantagem sobre os 
outros seres humanos e você ficou penando porque não sabia pra que ela servia” é mais ou menos isso. 
 
Surgiu uma briga pra saber qual era a origem desses bichinhos. Então tinha uma TEORIA DE GERAÇÃO 
ESPONTANEA, que acabou morrendo, todo mundo percebeu que gato e cachorro pra aparecer não depende 
de geração espontânea, um macho tem que copular com a femea, vegetais vem de sementes ou de mudas. 
Mas no caso dos micróbios foi muito difícil provar que eles não surgem espontaneamente. Então essa briga 
teve várias facetas e a a origem desses “animaculos” permaneceu uma disputa muito grande durante muitos 
anos. 
 
O que aconteceu? Uma primeira ajuda surgiu com alguns experimentos, vocês sabem disso do segundo grau 
(spallazani, Redi, e muitos outros cientistas) , tentaram esclarecer algumas duvidas, mostraram que as larvas 
que aparecem na carne em decomposição não surgem por geração espontânea, são as moscas que entram na 
carne que está se decompondo, bota seus ovos, vão embora e depois de X dias as larvas emergem, como se 
fosse por geração espontânea. 
 
Redi fez um experimento provando que se não deixar a mosca sentar na carne não tem larva nenhuma na 
carne. Embora ela apodreça. E por que apodrece? Isso ele não conseguiu explicar. 
 
Todo mundo sabia que se eu pegar um liquido, por exemplo urina, um chá, uma infusão, e eu deixar muito 
tempo parada ela fica turva, quando você vai olhar no microscópio está cheia de “animaculos” e tudo se 
passa como se tivesse ocorrido geração espontânea dentro desse liquido. Então era muito simples porque 
ninguém via uma copula, nem semente, nem muda. Como é que aparecia coisa viva aí dentro? Então os 
cientistas acharam que era por geração espontânea. 
 
Até que entra nessa confusão o Louis Pasteur, que foi um químico Francês, que viveu totalmente no século 
19. Na frança tem um lugar chamado (??) que produz vinho e o vinho começou a estragar, o vinho começou 
a apresentar um sabor improprio pro consumo. Pasteur foi procurar saber porque o vinho do cara estava 
estragando. Então ele começou a se meter com isso e ele descobriu que o vinho estava estragando (usando a 
linguagem de hoje : micróbios indesejáveis estavam entrando nos toneis com vinho, e se micróbios 
indesejáveis entram eles fazem uma fermentação indesejável ). Naquela época não se tinha nenhuma noção 
disso, então Pasteur foi estudar o fenômeno e observou que naqueles toneis que o vinho era bom tinha um pó 
no fundo e nesse pó tinha um determinado tipo de “animaliculo”; e no vinho que estragava tinha um 
determinado pó no fundo com outro tipo de “animaliculo”. Como ele era um homem muito inteligente e 
sagaz, observador, ele se perguntou: será que o tipo de micróbio tem algo haver com a qualidade do vinho? 
E acabou chegando a conclusão que a fermentação, queos químicos defendiam na época como sendo um 
fenômeno somente de natureza química, era na realidade um fenômeno biológico. Quimico sim mas 
biológico também. Ou seja, Pasteur está dizendo para seus cientistas da França que os microrganismos são 
agentes transformadores da matéria, ele esta dizendo que os microrganismos pega o suco de uva, fermenta e 
faz vinho. Mas se for o micróbio correto, se for um micróbio incorreto ele fermenta e faz vinagre, fermenta 
e faz acido lático. O vinho ficava azedo porque ele tinha uma fermentação lática acontecendo no vinho e não 
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uma fermentação alcoolica. Pasteur foi o primeiro ser humano, que se tem noticia, que discerniu isso. Ele 
mostrou que cada tipo de fermentação é causada por um tipo diferente de microrganismo, observou que a 
fermentação ocorre sem a presença de oxigênio, e inventou a palavra anaeróbio, pra dizer que o oxigênio 
não participava. Ele também constatou que quando fermenta produz muito menos energia do que quando 
respira. Mas Pasteur não conhecia ATP e nem a via Glicolítica. 
 
Enfim, esse homem foi o capitão das fermentações, só que quando ele foi dizer ao pessoal da França que a 
fermentação era causada por micróbios, ou “animaliculos”, disseram: Pasteur o senhor pe muito ignorante! 
Esses “animaliculos” surgem por geração espontânea!. 
 
Quer dizer, o micróbio está ali, como consequencia de alguma coisa que aconteceu antes, ou seja, se tem 
suco de uva, esse suco tem FORÇA VITAL e a força vital permite que o micróbio cresça aí dentro. No 
entanto Pasteur queria mostrar que o micróbio era a causa do problema e não consequência de uma outra 
coisa. 
 
Pasteur faz um experimento que foi O TRABALHO COM AS INFUSÕES FERVIDAS EM FRASCO COM 
PESCOÇO DE CISNE: A gente coloca um liquido não estéril aqui dentro, uma infusão. Dobramos o gargalo 
assim, esquentando o bico. Toco fogo e borbulho. O que ele está fazendo nesse momento aí? Ele está 
esterilizando essa zorra porque ele já tinha visto antes que os micróbios estão em tudo que é canto (??) e vira 
geração espontânea. Ele queria mostrar que se eu pegar um liquido, esterilizar não vai ocorrer geração 
espontânea. As primeiras vezes ele tentou e fechou isso, ele lacrou, só que quando lacra não entra ar, e os 
opositores passaram a dizer que se não deixar o ar entrar a força vital está aí, mas o bicho não aparece por 
geração espontânea porque o ar é necessário para o bicho respirar. Então o que que ele fez? Vou fazer um 
esquema que não deixe o bicho entrar na infusão e vou deixar aberto, então é por isso que o gargalo tem que 
ser dobrado. Então o que que ocorre? Quando esse negocio esfria a umidade fica aqui, a poeira pode ate 
entrar mas acontece que o ar não consegue levar ate aqui nenhum microrganismo inicial, que seria o 
primeiro animal a entrar aí; e assim esse liquido vai ficar estéril, sem gerar espontaneamente coisa nenhuma 
durante décadas, muito tempo. 
 
Outro questionamento foi que quando Pasteur esquenta você peca, com o calor você mata a força vital. Ele 
quebra o recipiente e depois de um tempo o microrganismo vai se proliferar, mostrando que a força vital 
continuava lá. Ou seja, todos os seus raciocínios a favor da geração espontânea eu destruí. 
 
O senhor Pasteur fez um trabalho extraordinário, contribuiu muito para ampliar os conhecimentos humanos, 
mostrou que os micróbios estão em tudo que é canto. Aqui está o tributo de vocês a Pasteur, estão aqui hoje 
por causa dele, porque ele verificou que os micróbios estragam vinho, cerveja. Resolveu o problema do 
vinho, para o seu vinho que está pronto não estragar, não deixa entrar micróbios estranho aí, e pra aquele 
que você quer fazer, comece sempre com a cultura de micróbios adequados. E quando entrasse um 
contaminante no durante, ele descobriu que se esquentasse o vinho ate um valor não muito alto de 
temperatura, e depois baixasse a temperatura subitamente, esse negocio funcionava e os micróbio 
indesejáveis não podiam mais crescer. Esse processo de aquecer o liquido até 63°c por 30 minutos e depois 
baixar subitamente a temperatura para 4°c se chama pasteurização. Que funciona maravilhosamente porque 
destrói os micróbios que são sensíveis tanto aos 63°c quanto ao choque térmico que é dado. Funcionou 
muito bem com o vinho, com a cerveja. 
 
Pasteur estudou a doença do bicho da seda, mostrou que a seda não era produzida, as mariposas ficavam 
infectadas pelos protozoários; estudou o antraz, aquela doença que acomete o gado bovino, o carbúnculo; 
estudou a raiva. Enfim, foi um cientista que fez um monte de coisa importante, contribuindo pra implantação 
da chamada TEORIA MICROBIANA DA DOENÇA INFECCIOSA que é a razão dos senhores estarem 
aqui hoje. Pasteur criou vacinas importantes como a do carbúnculo, criou uma vacina contra a cólera viária, 
criou uma vacina contra a raiva. 
 
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Outro grande mestre da microbiologia é o Alemão Robert Koch, médico, descobriu o Bacilo da tuberculose, 
atraiu muita gente pra estudar lá com ele. Estudou o carbúnculo que nem Pasteur, chegaram os dois as 
mesmas conclusões, dois cientistas separados geograficamente. Descobriu o vibriao cholerea, causador da 
Cólera. 
 
Foi Koch que introduziu os esfregaços na microbiologia, introduziu o Agar como agente solidificante, que 
solidifica os meios de cultura. Ele também disse a mesma coisa que Pasteur, as doenças infecciosas são 
causadas por microrganismos específicos, isso se chama TEORIA MICROBIANA DA DOENÇA 
INFECCIOSA, que é uma colação desses cientistas para a humanidade. Aqui estão os postulados que eu 
vou pular MAS VOCES VÃO LER, não há necessidade de falar disso agora, nesse momento do curso. 
 
Esses homens atraíram muitas cabeças para a europa. Aqui está uma relação de bactérias importantes na 
historia da medicina e todas elas foram descobertas pouco depois que o Pasteur e Koch liberaram para o 
mundo a ideia de que os agentes microbianos são causadores de doenças infecciosas especificas. NÃO 
PRECISA VOCES DECORAREM ISSO! 
 
Aula 2 : Citomorfologia Bacteriana (04/09/14) 
 
CITOMORFOLOGIA BACTERIANA 
 
O curso não consegue abranger fungos e quase nada de vírus. O curso todo, 80%, estará voltado para parte 
de bacteriologia. 
 
Iremos abranger, nessa aula, a estrutura da célula da bactéria. Primeiro, existem diferenças entre as células 
eucarióticas e procarióticas. A célula que vamos trabalhar são as procarióticas. Procariótica porque ela não 
tem membrana nuclear, além disso ela não tem uma série de outras organelas, que a célula vegetal tem, 
como mitocôndrias, nucléolo, reticulo endoplasmático. 
 
Na eucariótica, animal, temos o cromossomo, o núcleo e a membrana nuclear, na procariótica –bactéria- não 
tem mitocôndrias, não tem aparelho de golgi. Como é a célula procariótica bacteriana? Observamos que 
não existe mitocôndrias, o núcleo está no citoplasma, não há a membrana eucariótica, uma membrana (cario 
vem de núcleo) que restringe o cromossomo. Uma outra estrutura que é diferente é a parede celular, que as 
células eucarióticas não tem, a membrana tem. Nos vamos estudar cada organela dessa, flagelo, como é o 
citoplasma, o que é o plasmídio, que é completamente diferente da célula eucariótica. Na verdade todas as 
evidencias mostram que todos nos descendemos das bactérias, elas são muito mais antigas do que nós. 
 
Quando falamos em tamanho as bactérias são de um tamanho abaixo da capacidade resolutiva do olho 
humano e por isso, precisamos de uma visão armada, que é o uso do microscópio para que nos possamos 
enxergar. Quando enxergamos, fazemos uma coloração, nós podemos ver que elas podem ter unitariamente 
uma forma esférica, que recebe o nome de cocos, uma forma de bastonetes,que recebe o nome de bacilo, e 
pode ter uma forma helicoidal, em forma de espiral que são chamados de espirilos. Algumas bactérias 
podem apresentar uma mistura de cocos, bacilos e isso pode ser porque as culturas estão sem nutrientes e os 
bastonetes tendem a se engolir, encolher, ou porque eles estão sendo pressionados por antibióticos. Porém 
existem algumas raras espécies, gêneros de bactérias que naturalmente, sem a pressão de ser cultura velha ou 
do antibiótico elas já apresentam a mistura de cocos bacilo na sua cutura. Isso é raro. 
 
Pleomorfismo significa cultura com as bactérias que tem variações, formas diferenciadas no mesmo grupo. 
É a mesma bactéria, só que quando faz a coloração e olha, observamos grupos com formas de cocos, de 
bacilos, de bastões, de cocobacilo (quase coco, mas ainda não é cocos). 
 
Temos então um diagrama com as formas: cocos; diplococos, tétrades, sarcina, estafilococos, estreptococos, 
bacilos, vibrião, espirilos, espiroquetas. Veremos que muitas vezes o conhecimento dessa disposição, na 
coloração específica já dá uma vantagem de identificação de bactéria, identificação presuntiva. Por exemplo: 
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Recebemos uma bactéria, onde o paciente tinha uma suspeita de meningite, foi peita uma punção do LCR e 
isso é encaminhado para o laboratório. Faz uma coloração de GRAM, conforme o resultado, podemos 
suspeitar do agente etiológico. Com essa forte suspeita nos podemos fazer alguns procedimentos específicos. 
Se aparecem diplococos GRAM negativo, tem que avisar rapidamente a ANVISA, porque ai se trata de um 
meningococo, que é uma doença altamente contagiosa, altamente infectante e eu preciso dar remédio, 
quimioprofilaxia pós-contacta, eu não vou esperar a cultura sair pra daí eu confirmar que é um 
meningococo, porque eu já vi com a morfologia e com a coloração especial que aquilo tem 99% de chance 
de ser um meningococo e aí vai ser acionada a vigilância epidemiológica e eu vou tratar, evidentemente, 
esse paciente. 
 
Por outro lado, se no GRAM, a coloração desse líquido tirado do espaço aracnoide vier um diplococo 
GRAM positivo e não GRAM negativo, então deverá ser um pneumococo, eu vou tratar, evidentemente, 
mas eu não preciso ligar pra secretaria, não vou fazer nenhuma quimioprofilaxia. Por outro lado, se aparece 
nesse líquor um estafilococo, o que não é comum, vai demandar um tratamento especifico. Então, as vezes, 
o GRAM nos ajuda, e como nos ajuda? Já conhecendo a morfologia da bactéria. Isso é só um exemplo, eu 
poderia dar vários exemplos. Uma das doenças que um vibrião pode causar é a Cólera. E a espiroqueta, a 
Sífilis. Além da Sífilis nós temos Leptospirose, com muita frequência. Estreptococos tem a febre reumática. 
Mas esses cocos, eles se arranjam aos pares. E o que é representa isso? Divisão em um único plano, eles vão 
se dividindo e eles vão se soltando, vão se dividindo e se soltando. O estreptococo eles também fazem um 
acoplado, mas vão se soltando, vão fazendo grandes cadeias. Estafilococos é uma divisão em vários planos 
irregulares, aliás o nome estafilococos vem do grego que quer dizer estafile, que quer dizer cacho de uva, em 
forma de cacho. As tétrades têm pouca importância clínica, na maioria são bactérias comensais. E a sarcina 
também. Mais raramente os bacilos também podem formar cadeias e formarem estreptobacilos ou formar as 
chamadas paliçadas. O que são paliçadas? Lembra aquela cerca que vocês vão andando no interior, um 
bocado de madeiras tortas, uma junto da outra? É essa formação. E rosetas, mais raro ainda, é como o nome 
diz, verdadeiros caules com as bactérias, infelizmente eu não tenho o desenho aqui, também são bactérias, 
nesse caso, quase sem importância clínica nenhuma, diferente dos outros que eu falei. 
 
Então tá aqui: célula eucarionte e procarionte. Membrana nuclear, núcleo com cromatina, reticulo 
endoplasmático bem formado, mitocôndrias, aparelho de golgi e aqui está a nossa bactéria. E nós vamos 
estudar então essas estruturas, nós falamos da bactéria como um todo, como ela se apresenta, como vocês 
vão ver. E aqui são os estudos detalhados do corte da bactéria. Quando nós olhamos dentro do citoplasma 
bacteriano, nós vamos ter essas estruturas: região chamada de nucleóide, nós vamos ter plasmídios, nós 
vamos ter ribossomos, mesossomos, nós vamos ter algumas inclusões e fora/circundando essas estruturas 
nós vamos ter a membrana citoplasmática, mais externamente, a parede celular, os flagelos, pelos, fímbrias, 
capsulas, sendo que, daqui para baixo não é obrigatório a sua presença, depende da bactéria, se a bactéria é 
móvel ela tem flagelo, se ela é imóvel ela não tem flagelo. Algumas bactérias têm pelos e fímbrias, outras 
não tem, mas veremos isso. Como é esse nucleóide, já que ele não é um núcleo verdadeiro ele recebe o 
nome de nucleóide, então ele tem o cromossoma nessa região, é um cromossomo haploide, vou mostrar pra 
vocês porque haploide, o nosso é diploide, circular e único. A bactéria é composta, o seu cromossoma, de 
DNA, quando vocês tiverem aula de vírus vocês verão que existem vírus RNA e vírus DNA, a bactéria é 
sempre DNA no cromossoma dela. E tem uma duplicação semiconservativa, então ela recebe um sinal: o 
meio está bem, há estímulos, há nutrientes suficientes, a bactéria então faz a autoreplicação, só que a 
replicação bactéria é diferente do coelho, de nós, ela duplica todos os seus materiais, cria uma célula-filha e 
fica com metade do cromossomo e se divide em duas. Parte daquela célula-mãe vai para aquelas duas célula-
filha. 
 
Dentro da região do cromossomo têm informações genéticas e informações essenciais para a sobrevivência 
da bactéria. Existe coloração especifica para tentarmos vermos esse núcleo. Esse núcleo contém esse 
cromossoma cerca de 3 mil genes. Com esse peso molecular de 10 a nona. A região do nucleóide tem um 
pouco de RNA e de RNA polimerase para fazer transcrição. Na bactéria, o RNAm vai desse região do 
nucleóide para copiar informação genética que vai levar para o ribossomo para produzir as proteínas. Além 
do cromossomo, temos os plasmídeos que são como pequenos cromossomos auto-replicantes, 
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independentes, circulares e raramente lineares e saltam de uma bactéria para outra, trazem a informações 
genética e em uma mesma bactéria pode ter de 1 a 40 plasmídeos. 
 
Esses plasmídeos normalmente trazem informações metabólicas, por exemplo, de resistência bacteriana. 
Então, grande número de mecanismos de quebra, de neutralização dos antibióticos são informações 
genéticas passada de uma bactéria pra outra pelos plasmídeos. Então, essa passagem é rápida, por isso que 
muitas vezes você tem, rapidamente, o desenvolvimento de resistência em um determinado lugar onde se 
está usando muito antibiótico, de resistência bacteriana a aquele antibiótico, se seleciona uma bactéria 
resistente, ela rapidamente passa, através desses plasmídeos e vocês vão aprender que existem algumas 
coisas chamas conjugação, transdução que é a forma com que esse material genético passa de uma bactéria 
para outra. Então aqui, aqui está a bactéria, aqui está o cromossoma, aqui está o plasmídeo e aí nesse 
plasmídeo nós vamos ter um gene de resistência à amplicilina. Hoje, se usa inclusive plasmídeos para fazer 
com que a bactéria produza coisas que nos interessam, chamado processo de clonagem. Então eu pego o 
plasmídio inócuo, coloco uma sequencia de DNA de alguma proteína que eu quero que a bactéria produza, 
coloco nesse plasmídeo, depois eu boto esse plasmídeo em contato com a bactéria, ela vai por transformação 
pegar esse plasmídeo, esse plasmídeo vai se integrar ao cromossoma e mandar a bactéria produzir alguma 
proteína que eu desejo que ela produza,isso é o processo que nós chamamos de clonagem, nós chamamos 
isso de engenharia genética. E isso se usa muito pra produção de vacinas, por exemplo, porque antes se 
fazia vacina com microorganismo inativado e as vezes acontecia acidentes graves no caso de não esta bem 
inativado e podendo causar doenças aos pacientes ou pior quando foi a época do HIV quando não se 
conhecia HIV ou a vacina, por exemplo, da hepatite B e de outros vírus que não se conhecia como eles 
causavam a infecção. Com esse tipo de maneira de se fazer utilizando a engenharia genética, mandamos 
apenas a produção de um determinado peptídeo, que a bactéria vai produzir, eu vou pegar, vou purificar e 
vou usar como uma coisa imunogênica e a pessoa vai tomar aquela parte, não está de maneira nenhuma a 
bactéria ou o vírus em questão, por exemplo, a vacina da hepatite B é feita dessa forma. Então, nós não 
somos vacinados com o vírus da hepatite B e sim apenas um segmento imunogênico desse vírus. 
 
Não temos um reticulo endoplasmático, os ribossomos ficam diluídos no citoplasma dando uma aparência 
granular ao citoplasma. Ele, diferentemente do ribossomo humano, tem as subunidade 30s e 50s e a partícula 
inteira 70s. No humano é 40s e 60s sendo total 80s. O que quer dizer esse “s”? É uma medida de 
sedimentação chamada de Svedberg. Então, a velocidade que ele sedimenta, ele é dado as partículas. Qual a 
importância clínica de tudo isso? Vocês vão aprender que existem antibióticos que agem inibindo a síntese 
proteica bacteriana. Se o ribossomo da bactéria fosse rigorosamente igual ao da célula humana, quando eu 
desse um antibiótico eu estaria matando o meu paciente. Isso não acontece porque o antibiótico ele tem 
predileção, ele tem epítopos aonde ele vai se ligar especificamente com esse tipo de ribossomo. É por isso 
que eu posso dar uma medicação que inibe a síntese de proteína, sem inibir a síntese proteica da célula do 
hospedeiro naquela infecção. Isso é o princípio da toxidade seletiva que eu falarei em antibiótico, 
capacidade do antibiótico matar seletivamente uma célula sem matar o hospedeiro, o paciente. Como já 
falamos, as duas subunidades do ribossomo. 
 
Aqui nós voltamos a história da replicação do cromossomo, a duplicação da célula, a replicação da bactéria 
que segue uma ordem logarítmica, porque de uma célula mãe se formam duas, e de duas, quatro e depois 
oito e por aí vai... Por isso que, com poucas bactérias, em 24 horas, vc pode ter milhares ou até milhões de 
bactérias, porque elas vão se duplicando e a depender de uma coisa chamada tempo de geração, você pode 
ter em 24h um inóculo pequeno se tornando um quadro grave e de sepse. Pra vocês terem uma ideia, uma 
bactéria comum como a Scherichia coli, ela precisa apenas de 12 minutos para se duplicar. Se vocês 
pegarem mil bactérias, vocês podem fazer a conta em 24 horas quantos milhões de bactérias vocês vão ter, 
seguindo essa ordem logarítmica de base 2. Então, tá aqui o cromossoma, existe condições boas para que a 
bactéria se duplique. O cromossoma então, que é uma dupla fita, todo enovelado. Por que que ele é todo 
enovelado? Para conter dentro de uma bactéria microscópica em média 3000 genes, ele tem que estar todo 
enroladinho, é como um barbante que vocês compram e quando você estica dá quilômetros, mas ele tá todo 
enroladinho. O cromossoma bacteriano vem em dupla fita, mas essa dupla fita se enrola mais ainda. Quando 
há a ordem para duplicação, essa fita se abre e a DNA polimerase faz com que as fitas filhas novas sejam 
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feitas. O plasmídio tá condensado? Não, porque ele é muito pequeno. Ele não tá condensado não, mas ele é 
uma dupla fita, mas não tá enovelado, ele é redondinho. Então, abre-se a forquilha, uma DNA polimerase 
faz as novas fitas complementares que vão se abrindo até nós termos 2 fitas novas, 2 cromossomas novas. 
Por que nós chamamos de semiconservativa? Porque uma parte da fita é a fita materna, que já existia, e a 
outra parte é a parte nova e aí todos os outros materiais vão se duplicar, os ribossomas, os outros elementos, 
até a célula, depois que estiver com tudo duplicado, vão se separar ou então, ficar de 2 em 2, ou ficarem em 
forma de estreptococos ou em ficarem todas juntas em forma de estafilococos. O processo de transcrição é 
semelhante, virá também uma RNA polimerase, o RNAm entra aqui, naquele local para produzir, para 
transcrever aquela sequência de DNA que codifica um gene para determinada proteína e haverá a RNA 
polimerase que virá transcrever o material. RNA polimerase e aqui os nucleotídeos. Aqui, nós vamos ver 
diferença. Nesse caso, a timina será transcrita como uracila, por que o RNA não tem adenina. Essa 
transcrição uma vez pronta vai servir no ribossoma para a produção das proteínas. Copiou lá do 
cromossoma, veio para aqui, se ligou ao ribossoma, os RNAt vão trazendo os nucleotídeos para serem 
colocados em ordem. A soma dos nucleotídeos gera polipeptídeos até formar as proteínas. 
 
A maioria das bactérias têm reentrâncias na membrana celular, que parecem estar envolvidas com o ponto 
onde as bactérias, depois de duplicadas, se separam. Muitas vezes há concentração de grande quantidade de 
enzima de resistências como as PENICILINASES. 
Podemos ver nessa foto as chamadas invaginações, ligadas a membrana plasmática, os mesossomos. A 
partir daqui parece que vai crescendo, se espessando e produzindo as duas células filhas. 
 
As bactérias armazenam energia na forma de inclusões. Dentro do citoplasma é possível ver inclusões que 
são reservatórios de glicogênio, de amido, com grânulos de enxofre. Dependendo das bactérias, as que são 
fotossintéticas podem apresentar tilacoide, podemos ver os acúmulos com gases, carboxossomos e 
magnetossoma, que na verdade termina orientando a bactéria a se deslocar para determinados locais. Mas, a 
inclusão tem a finalidade principal de armazenamento de substâncias que poderão ser utilizadas 
quando houver depleção desta substância no meio externo. 
 
Então, falamos das estruturas que estão no citoplasma. Quem está contendo todas estas substâncias é a 
membrana plasmática ou membrana citoplasmática, que tem uma distribuição bastante “uniófila”. A 
MP é chamada de mosaico fluído porque a face interna está mergulhada no fluído citoplasmático e a parte 
externa no fluído do meio ambiente. Ela tem de 7,5 a 9 nm de espessura e é composta de 20 a 30% de 
fosfolipídeos e 50 a 70% de proteínas. Não apresentam esteroides (exceto MICOPLASMA). Esta é uma das 
diferenças da MP do procarionte para o eucarionte. Como a procarionte tem a parede celular, e a eucarionte 
não tem, parece que esses esteroides têm uma função específicas nessas membranas eucarióticas. 
 
OBS: Existe um único gênero de bactéria chamado MICOPLASMA, importante em patologia humana, que 
não tem a parede celular. Portanto, é único gênero bacteriano que tem esteroide em sua estrutura. 
 
A estrutura é bicamada, com cabeças polares externamente (hidrófilas) e de cabeças internas apolares 
(hidrófobas). Essas são proteínas que têm funções específicas de passagem e o resto da camada é composto 
por fosfolípides. 
 
Qual é a função dessa membrana citoplasmática? Como eu falei pra vocês, as células das bactérias não tem 
mitocôndrias. Como elas vão fazer energia? Visto que a função da respiração é nos dar energia que é 
traduzida por ATP. E é a membrana citoplasmática, é na membrana citoplasmática que vai está as enzimas 
que vão produzir as moedas energéticas bacterianas. A membrana citoplasmática tem a função de respiração. 
Contém enzimas, também, envolvidas na síntese da parede celular que é a estrutura que nós falaremos 
depois, que os eucariontes não têm, só os procariontes. Essas enzimas, também, são enzimas hidrofílicas que 
são excretadas pela parede celular. Para que excretaressas enzimas? Elas vão ao meio exterior quebrar as 
moléculas que estão no meio exterior, elas são proteases, amilases, peptidases, que vão degradar as 
macromoléculas, proteínas e polissacarídeos, para serem transportadas desta membrana para o espaço o 
interior. Muitas dessas enzimas têm papel na virulência. Por quê? Elas (as bactérias) não sabem, quando elas 
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nos infectam ela não querem nos causar mal, elas querem apenas lançar essas enzimas para, daí, extrair o 
seu alimento. Só que essas enzimas, destroem, muitas vezes os nossos tecidos e aí vão nos matar. Ela faz 
isso para pegar material para o seu metabolismo, para a sua sobrevivência. Por exemplo, Temos aqui a IgA1 
protease, ela consegue quebrar o anticorpo que nós temos naturalmente na nossa lágrima, no suco gástrico. 
Então tem algumas bactérias que tem a protease, tem a capacidade de inutilizar uma das nossas defesas 
naturais que é chamada de anticorpos de mucosa que é a IgA1. Temos também uma segunda ou terceira 
função da Membrana citoplasmática é a SELETIVIDADE. Se tudo entrasse na bactéria, ela explodiria. O 
meio interno de uma bactéria é muito mais hipertônico que o meio externo. E a seletividade faz com 
que apenas aquilo que seja permitido pela SELETIVIDADE entre ou saia da bactéria. Essas permeases são 
aquelas proteínas estruturais com a função de transportar moléculas contra, na maioria das vezes, um 
gradiente de pressão. As vezes a passagem pode ser por simples difusão, difusão facilitada ou transporte 
ativo, que é a maioria. Eu preciso de energia, de ATP, pra puxar aquela molécula que está no exterior num 
meio hipotônico pra trazer para dentro da célula que é um meio hipertônico e para isso eu preciso de energia 
para arrastar esta molécula para o interior para ser digerida. 
 
Na difusão simples, águas e nutrientes envolvidos com lipídeos, há um equilíbrio entre a concentração 
interna e a concentração externa da bactéria. Não há uso de energia metabólica. Na difusão facilitada o 
nutriente se liga a uma proteína carreadora. De qualquer forma existe equilíbrio entre a concentração interna 
e externa e não requer energia metabólica. Aqui tem algumas moléculas está o processo está o processo 
passagem das moléculas. Difusão simples passa sem qualquer modificação; difusão facilitada há uma 
modificação dessas proteínas carreadoras. De qualquer forma aqui não há gasto de energia. Já no transporte 
ativo - porque a maioria dos casos a concentração no interior dessas substancias é bem maior que o exterior- 
eu uso a proteína carreadora. Em alguns casos uma enzima adiciona um grupamento fosfato ao nutriente 
para que esse nutriente ao entrar não possa mais voltar porque vai estar modificada. Então não retorna ao 
meio externo. Então uma molécula, eu gasto energia para que essa molécula passe. Tudo é transporte ativo. 
O importante é que eles vão passar por esses canais e a depender do tamanho dos íons, conformação dessas 
proteínas ou dessas substâncias que só vão entrar e sair se tiver energia para arrastar para dentro e pra fora. 
Se não tiver gasto de energia, vai a favor do gradiente de concentração. Quando aquele gradiente ficar igual 
ao do meio externo, pára o processo de passagem da molécula. 
 
Vamos a segunda parte da citomorfologia bacteriana. Então nós estamos no citoplasma e indo para fora da 
bactéria, dentro da primeira membrana que envolve a bactéria. E agora vamos falar da parede celular que 
vem colada a membrana citoplasmática mais externamente. Virtualmente todas as bactérias têm, exceto 
micoplasma. Então a parede celular varia de acordo com o tipo de bactéria, Christian Gram. A coloração de 
Gram nos permite diferenciar dois grandes grupos, que são as chamadas bactérias Gram-positiva das 
Gram-negativas. Independente da morfologia da bactéria elas poderão ser Gram-positiva ou Gram-
negativa. Um bastonete pode ser gram-positivo ou Gram-negativo. Um coco pode ser Gram-positivo ou 
Gram-negativo. Um espirilo pode ser Gram-positivo ou Gram-negativo. Então a coloração de Gram, como o 
nome já diz, tem a ver com a coloração que no final dá, a coloração que adquire. Mas vocês vão entender 
porque um fica positivo e outro fica negativo, que estrutura é essa na parede que diferencia. 
 
Quando nós colocamos uma lâmina, nós colocamos a bactéria e não colocamos nenhum corante, eles 
tendem a ser translúcidos difícil de estudar no microscópio. Então o Gram jogou cristal de violeta. Depois 
ele jogou uma solução chamada de solução fixadora uma solução solvente de iodo. Depois ele jogou o 
álcool ou acetona (iodo, não – erro do slide). Um grupo, as chamadas positivas, não se descoraram com 
esse álcool e já as negativas, voltaram a sua condição inicial de incolor. No final, ele pegou (aqui diz 
contratingir) e jogou uma solução de uma cor evidentemente diferente, porque se fosse violeta voltava a seu 
estado inicial, jogou uma solução de safranina (no nosso laboratório usamos a fuxina, que dá uma coloração 
diferente). Então, as bactérias que não se deixaram descorar (e no final ficaram com a cor diferente da cor 
inicial), ele chamou de GRAM + e as que se deixaram descorar, chamaram de GRAM -. 
 
Lembra quando eu falei pra vocês do caso da miningite, do diplococo. Se ele é um diplococo GRAM -, é 
um menigococo (uma atitude); se ele é um diplococo GRAM + ele é um pneumococo (uma outra atitude). 
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Nota
Os transportes com gasto de energia podem ser "transportes ativos" no qual as moléculas não sofrem alteração durante a transição de meio e se acumulam por um certo período dentro da célula antes de serem utilizadas, ou podem sofrer a "translocação de grupo" onde sofrem alteração na passagem (normalmente uma fosforilação) tendendo a sofrer menos acúmulo, prontas para o inicio do metabolismo. 
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Então, além da forma que pode ser igual, mas o GRAM diferente, vão ser grupos diferentes. Quando vocês 
fizerem a coloração de GRAM, as bactérias – isso aqui é uma foto tirada do microscópio, vcs podem 
observar vários tipos: diplococo, tétrade, cachos(estafilococos) – Então, aqui é uma hemocultura, vc vai 
olhar o q predomina na hemocultura. Aqui deve ser uns cocobacilos quase bastões, mais compridinhos, mas 
todos são GRAM +. Bastões GRAM+ e cocos GRAM+. 
 
Hemocultura, aqui são hemáceas, aqui parecem leucócitos. Vcs sabem q hemáceas não tem núcleo. Já as 
bactérias GRAM -, olha a cor que elas aparecem. Aqui eu sei que são diplococos GRAM -. Provavelmente 
vários, vc pode até confundir com bastão, mas se vc olhar é um colado no outro. A cor é vermelha enquanto 
a outra GRAM+ é roxa. 
 
Aluno chama atenção sobre uma provável bactéria GRAM+ na cultura. Professora explica que deve ser uma 
mancha do corante e diz que devemos observar o que predomina. Explica que pode acontecer cultura mista, 
infecção polimicrobiana, vc pode ter mesmo campo uma mistura de GRAM+ e GRAM-. Se a infecção for 
mista, acontece. 
 
Pergunta aluno: se após corar com a fuxina, lavar com alcool ou acetona, o q acontece? Resp. Perde de 
novo, porque a grande característica é essa. Não consegue segurar o corante. Vamos entender qual é a 
tradução deste corante. Aqui está a parede da GRAM+, que tem essa teia muito mais representativa do que a 
GRAM-. Essa mesma estrutura na GRAM- é apenas essa camadazinha. Na GRAM+ é toda essa camada 
aqui. E que estrutura é essa? É chamada de peptideoglicano. A bacteria GRAM- apesar de ter mais uma 
camada, chamada de membrana externa, essa membrana externa deixa facilmente o corante sair. 
Então aqui está a membrana citoplasmática, aqui, o peptideoglicano bem fininho e a membrana externa e 
nós vamos estudá-la. Quando o corante é jogado, ele termina não saindo daqui na GRAM+,mas na GRAM-, 
ele sai. 
 
Quem é essa parede da GRAM+ e da GRAM-? Como eu falei para vcs, essa estrutura chamada de 
peptideoglicano, importantíssimo porque um dos principais antibióticos que nós temos age exatamente aí, 
inibindo esse peptideoglicano, que são os betalactâmicos, que são as penicilinas. Eles estão presentes tanto 
nas bactérias GRAM+, como nas GRAM-. 
 
Os peptideoglicanos antes eram chamados de mureínas (o nome é bem sugestivo de muro, de parede). Então 
bactérias GRAM + e GRAM – tem. Como é que é a estrutura desse peptideoglicano? 2 amino de açucares 
que são chamados de n-acetilglicosamina e o o n-acetil urâmico. Esse n- acetilurâmico só existem nas 
bactérias. Ligadas a esse n-acetilurâmicos nós temos tetrapepitídeos e aí cada unidades dessas se liga a 
outras unidades de peptideoglicanos através das LIGAÇÕES CRUZADAS. Para o crescimento da parede 
bacteriana é o crescimento bastante suigene a bactéria tem uma enzima que corta na carne, que rompe as 
ligações dos peptídeosglicanos para acrescentar novas moléculas de peptideoglicanos, e depois são refeitas 
as ligações cruzadas. É importantíssimo aprender isso aqui que depois é alvo de grandes grupos de 
antimicrobianos. Aqui está a unidade de peptídeoglicanos, mais uma vez, a bactéria GRAM+ tem e a 
GRAM- também tem. Então ele é fundamental na constituição da parede. N acetliglicosamina e n 
acetiluramico, tetrapeptídeo, o que é ligação cruzada? Um terceiro peptideo se liga a uma próxima molécua. 
 
Nós temos na lágrima e no suco gástrico uma enzima chamada lisozima, que a depender da bactéria, ela 
consegue quebrar essa ligação tetra 1-4 para romper a parede da bactéria, infelizmente não é tão poderosa 
por que em algumas infecções apesar da lisozima a bactéria continua se multiplicando e crescendo, mas é 
um dos mecanismos que nós usamos. NÃO CONFUDAM A LISOZIMA COM A AUTOLISINA. A 
autolisina é uma enzima da bactéria e vai rompendo essas ligações para introdução de novas moléculas, é 
como a construção de uma parede que para crescimento dessa parede eu preciso quebrar essa molécula para 
introduzir novas moléculas e ser de novo reestruturada. Vc vão ver na aula de antibiótico que isso é 
fundamental. 
 
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Pergunta de aluno: alí está dizendo que no 3° aminoácido que faz a ligação cruzada certo? Mas alí esta 
dizendo: ligação rompida para utilização para ligação cruzada, não entendi. 
Resposta: é porque na verdade quando esse.. ele sai do citoplasma lá pra fora da parede ele vem como 
pentapeptídeo, daí ele rompe aqui, e aí há uma ligação cruzada, no quarto pentapeptídeo com o terceiro da 
próxima. Então esse daqui está se ligando com o quarto de uma, esse daqui tá se ligando com o terceiro de 
outra e vai fazendo como se fosse uma colméia 
 
Lembrem-se sempre o tetrapeptídeo se liga unicamente ao acido acetil-urâmico. A lisina ligando à D-alanina 
e assim vai e isso é uma verdadeira teia. E isso é muito importante de bactéria para bactéria. Existem que 
tem bactérias que têm esse peptídeoglicano tão espesso que poucos antibióticos conseguem quebrar essa 
parede. Eu já falei da LISOZIMA aí é uma ENZIMA NOSSA! E mais uma vez dizendo que 
MICOPLASMA não tem essa estrutura que estamos conversando. Mais uma vez, a parede celular da 
GRAM+ é rica em peptídeoglicano, essa membrana citoplasmática ela é comum (a gram + e -, todo mundo 
tem). Todo mundo tem peptídeoglicano também, porém na GRAM + ele é muito extenso, na GRAM + não 
existe a figura da membrana externa e agora nós vamos ver que a GRAM+ também tem outras estruturas, 
das quais nós vamos conversar como os ÁCIDOS LIPOTEICOICOS e os ÁCIDOS TEICOICOS, em alguns 
livros trazem tudo com a mesma coisa, mas em alguns eles diferenciam: chamam os ácidos teicoicos aqueles 
que se originam na parede da bactéria e lipoteicoicos aqueles que se originam na membrana citoplasmática 
vão até a parede. 
 
Uma das funções do ácido teicoico e do ácido lipoteicoico é manter as membranas citoplasmáticas presas as 
suas paredes. Vamos falar um pouco destas estruturas que só existem nas paredes das bactérias Gram +: 
Então, esses ácidos teicoicos eles funcionam como antígenos de superfície, ou seja, eu consigo produzir 
anticorpos específicos contra esses antígenos e usá-los, por exemplo, para identificar bactérias. Os ácidos 
lipoteicoicos do pneumococo eram chamados de antígenos de Forsseman. 
 
* Não tem nenhum grupo de antibiótico que age especificamente no acido teicoico ele age na estrutura, na 
formação, eles inibem a síntese do peptideoglicano, mas no acidoteicoico não. Não existe nenhum grupo de 
antibiótico que age no acido teicoico. 
 
Eles são importantes por que são sítios receptores de bacteriófagos. Vocês lembram o que são bacteriófagos? 
São vírus que parasitam uma bactéria. Eles penetram e se fixam inicialmente a esses receptores dos ácidos 
lipoteicoico. Tem papel importante na virulência por que eles ficam na parte exterior da parede e eles vão 
achar receptores nas células hospedeiras, nas células parasitadas para grudarem e fixarem a bactéria nesta 
mucosa. Isso é um passo importante de 99% das infecções é preciso a bactéria inicialmente se fixar, se fixar 
e depois penetrar ou a partir daquele lugar que ela se fixar produzir toxinas que vão causar doenças. Por isso, 
que é considerando a aderência como um mecanismo de virulência importante. 
 
Os ácidos lipoteicoicos fazem a ligação entre a membrana celular e o peptídeoglicano. Faz a ligação e a 
regulação da entrada e saída de cátions na célula, veja que essa regulação já é externa a própria membrana 
citoplasmática. Regula a atividade de autolisinas durante o processo de divisão celular . 
 
Isso eu já falei, quando são antígenos, epítopos (antígenos) importantes eu posso identificar bactérias com 
antissoros, ou seja, anticorpos contra esses ácidos teicoicos ou lipoteicoicos. Parede de Gram +, qual a 
diferença? 
- Não existe uma segunda membrana 
- A sua parede é feita de um rico peptídeoglicano (No entanto, peptídeoglicano existe tanto em 
 
Bactéria Gram + quanto em bactéria Gram – . Só que na Gram + ele representa muito mais) 
- Eu só encontro ácido teicoico e lipoteicoico em bactérias Gram +. 
- funções diversas (?) 
 
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*No nosso meio as GRAM- representam mais problema que o GRAM +. Na Europa e nos EUA onde nós 
temos estafilococos multirresistentes em grande quantidade, nós temos problemas tanto em Gram + quanto 
em Gram -. Por exemplo, o pneumococo é um grande causador de infecções, sinusites, meningites, 
pneumonias e é um Gram +. Já as bactérias Gram – predominam em nossas UTI’s com grande padrão de 
resistência. Então, quando você vai colocar na balança, está dando a mesma coisa. Existe algumas vantagens 
de formas de resistências antimicrobianos nas bactérias Gram -, que eu vou falar para vocês. 
 
Falaremos agora sobre a estrutura da Gram -. Como é a parede da Gram- : 
 
Peptídeoglicano mais fino. Presença de uma membrana externa presa a esse peptídeoglicano por 
lipoproteínas, que funcionam também como uma seletora de substâncias.Vejam aqui a estrutura de uma 
bactéria Gram -: olhem o peptídeoglicano que já não é tão abundante quanto na Gram +. Aqui nós já não 
vemos mais os ácidos teicoicos e lipoteícoicos, aqui nos vemos uma lipoproteína segurando, fixando, o 
peptideoglicano a membrana externa. Aqui aparece a figura da membrana externa que tem canais proteicos 
que lembram os canais da membrana citoplasmática. Na membrana citoplasmática nos temos permeases, na 
membrana externa nos temos porinas. As duas tem funções semelhantese é pra dar passagem a solutos. 
Observar que a membrana externa também é uma bicamada com fosfolípides também, região hidrófila e 
hidrófoba. Mas, na face externa da membrana externa nos temos uma estrutura de extremo poder 
patogênico, de grande virulência que é chamado de lipídio A que é uma endotoxina. Exotoxina é quando o 
microrganismo, a bactéria, secreta essa substancia e lança e a endotoxina é a substancia que constitui o 
próprio microrganismo e causa lesões iguais a uma exotoxina. Por ex: se pega essa bactéria, separa de toda a 
estrutura bacteriana do lipídio A, e injeta esse lipídeo A na corrente sanguínea de uma cobaia ele vai ter 
reações semelhantes a algumas exotoxinas. Esse lipídeo A causa vasodilatação, perda de liquido, vasoplegia 
e normalmente o individuo entra em choque. Esse é um dos grandes problemas de infecções por GRAM 
negativo, elas na sua multiplicação soltam no meio grandes quantidade de lipídio A e isso dá um efeito 
grave endotoxico no paciente, o paciente entra em choque séptico, há uma vasoplegia e o individuo fica 
asfixiado porque não há troca de O2 na microcirculação, porque esses vasos não estão recebendo, NEM... 
esse sangue pra ser oxigenado. 
*As GRAM + podem levar a choque séptico, tem bactérias que tem peptideoglicano que tem efeito 
semelhante a esse lipídio A, se eu extrair peptideoglicano o estafilococos por exemplo, pega só o 
peptideoglicano e injetar no sangue da cobaia vão ter efeitos semelhantes ao lipidio A. 
Essa membrana externa, já foi mostrada, é uma bicamada cuja face polar é externa (hidrófila) e a apolar é 
interna (hidrófoba). Os lipopolissacarideos encontram-se na face externa, que contém o lipideo A, que tem 
muitos ácidos graxos de cadeia longa, saturados e é uma endotoxina, ele fica voltado pra fora. Pra fora nos 
temos os antígenos somáticos. O lipopolissacarideo tem uma parte que é feita de açúcares e consigo fazer 
anticorpos específicos pra isso. Serve só pra identificação. Mas, não tem o poder patogênico que tem a parte 
lipídica que é do lipidio A. (SLIDE: lipopolissacarideos –LPS- encontram dentro da face externa da 
meembrana externa: composição e importancai do lps; lipideo a -ac. graxos saturados- é uma endotoxina, 
voltados para face externa da membrana; polissacarideos ou antigenos somaticos o –carboidrato- voltados 
para fora da membrana). 
 
Imagem: O lipídio A tem uma parte que é polissacaridica que é chamada de antígeno “O”, onde cada 
bactéria GRAM negativa tem uma repetição especifica e podemos utilizar anticorpo pra identificar. Quando 
coloca a bactéria e o anticorpo ela vai aglutinar. E a parte do lipídio A, que tem um dissacarideo di-fosfato 
(?) mas o mais importante são essas cadeias grandes de ácidos graxos. Se pega essa porção e introduz ou 
produzo em grande quantidade e cai na corrente sanguínea, nos vamos ter um efeito séptico nos pacientes. é 
a endotoxina. Aqui tem os ácidos, a unidade de repetição. 
 
Pergunta: Se um paciente que está bastante infectado com bactéria Gram negativa, o antibiótico que causa a 
morte dessas bactérias pode por em risco o paciente? pode, inclusive piorar o paciente as vezes. Não existe 
um soro anti-lipideo A. Sua ideia seria vamos usar alguma coisa que neutralize esse lipídeo A. Na verdade 
não existe, existe um antibiótico que é a polimixina que mostrou que ela inativa essa ação do lipídeo A. Mas 
ela por si só já é uma molécula tóxica. Então ela por si só já basta. 
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Então aqui esta o lipídio A, grandes cadeias de ácido graxos. Mas além disso nos temos a parte proteica, que 
são as porinas que vão funcionar como as permeases da membrana citoplasmática, vão deixar passar 
compostos de baixo peso molecular- açúcar, aminoácidos, íons. Vão servir também de pontos de 
parasitagem, serve de ponto de ficção de alguns bacteriófagos. Assim como na Gram+ eram os ácidos 
lipoteicoicos, serviam de pontos de fixação de bacteriófagos, na Gram negativa são essas porinas. Existem 
vários tipos de porinas e cada porina pode dá, ser um receptor específico para o bacteriófago. Vários nomes 
de bacteriófagos. 
 
Algumas porinas permitem a passagem de maltose, maltodestrina, algumas passagens de nucleotídeos, de 
alguns aminoácidos. Tem que passar por essa membrana pra ser utilizado, passar pela membrana 
citoplasmática e daqui ser utilizada no metabolismo. 
 
Esta aqui as várias porinas, recebem vários nomes, isso aqui esta em inglês, vocês vão achar vários nomes. 
Isso aqui é automembrana, porina da membrana externa, auto membrana. Tem várias. Algumas servem para 
o transporte de vit B, Ferro. 
 
Dúvida: sideróferos: são moléculas que carregam ferro, as vezes retiram numa infecção, retiram o Fe da 
célula parasitária para ser usado no metabolismo bacteriano. 
 
Em alguns livros vocês vão encontrar a Junção de Bayer, seriam zonas de adesão entre a membrana 
citoplasmática e a membrana externa, onde essas proteínas, proteínas produzidas pelos ribossomos, seriam 
então levadas para fora dessa membrana externa, como se quisesse, elimina-se, houvesse um ponto de 
junção entre elas e ali tivesse um canal único do citoplasma para fora. Isso é discutível, tem livro que 
aceitam a existência dessa junção, tem outros livros que contestam a presença disso aqui. 
 
Encerrando a membrana externa, lembre que entre a membrana externa e a membrana citoplasmática ficou 
um espaço, esse espaço é chamado de espaço periplasmico. Ai é a grande vantagem que a bactéria Gran 
negativa tem para armazenar enzimas de combate a antibióticos. Então é muito característico que o 
mecanismo de resistência da bactéria Gran negativa seja produção de enzimas que quebram antibióticos, 
enzimas de resistência. Porque? Porque elas são produzidas no citoplasma, sai pela membrana 
citoplasmática e se cocentram naquela região (ver imagem). Essa seria o espaço periplásmico é o espaço 
entre a membrana citoplasmática e a membrana externa, aqui além de moléculas para quebrar as eventuais 
matérias que passam por essas porinas: proteases, amilase (SLIDE: protease, nuclease e lipases)- aquilo que 
já falamos outra vez sobre a produção da membrana citoplasmática -, aqui também se concentra altas 
concentrações de enzimas quebradoras de moléculas de antibióticos. Talvez por isso seja o principal 
mecanismo de resistência das bactérias Gram negativas a presença de diferentes tipos de enzimas que 
neutralizam o antibiótico. Então o antibiótico conseguindo passar aqui, é como se fosse um castelo e tivesse 
um fosso, consegue passar, mas ai tem um fosso aqui cheio de armamento para tentar impedir que o 
antibiótico alcance seu sítio de ação. Se não me engano não existe nenhum antibiótico específico para agir 
em membrana externa. Os sítios são: peptideoglicano, os sítios de ação são, membrana citoplasmática, 
ribossomas, DNA. Então um antibiótico só para dissolver membrana externa nos não temos. 
 
Espaço Periplásmico 
Também no Gram positivo existiria um espaço periplásmico, mas o que caracteriza-se como espaço 
periplasmico é exatamente o espaço entre duas membranas e a gram positiva não tem uma outra membrana, 
então é uma incoerência,na verdade. Aquelas enzimas que a membrana citoplasmática produz e vão para o 
meio externo, ficariam ali aguardando a passagem ela membrana externa. 
 
Resposta a uma pergunta: Há alguns autores que acham que existe um espaço periplasmico nas bactérias 
gram positivas, mas não tem como ter porque este é o espaço entre a membrana externa e a membrana 
interna, se não existe uma membrana externa como é que tem espaço periplasmico? Aquelas moléculas que 
estariam diluídas no meio, elas estão neste espaço esperando a passagem através a membrana externa. 
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Duvida: Como é que ela

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