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Reanimação cardiorespiratoria em cães e gatos

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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
 
 
 
Reanimação cardiorrespiratória em cães e gatos 
 
 
 
A parada cardiorrespiratória (PCR) é a súbita interrupção da respiração e da circulação sanguínea. É um evento de 
ocorrência comum, principalmente em pacientes críticos e durante os procedimentos anestésicos. 
É um processo dinâmico e dependente do tempo, que ocorre secundariamente a falha da contratilidade cardíaca, 
a qual resulta em assistolia ventricular, ausência de atividade elétrica do pulso, taquicardia ventricular sem pulso ou 
fibrilação ventricular. 
As causas mais comuns de alterações respiratórias são aquelas causadas por anestésicos, obstruções das vias 
respiratórias, doenças pulmonares e da cavidade pleural e causas iatrogênicas, como o espasmo da laringe provocado 
pela intubação em gatos. 
Uma vez confirmado o diagnóstico da parada cardiorrespiratória, todos os esforços devem ser instituídos com o 
objetivo de melhorar o fluxo sanguíneo e reestabelecer o batimento cardíaco, já que os objetivos imediatos da 
ressuscitação cardiorrespiratória são prevenir a lesão cerebral irreversível, restaurar o funcionamento efetivo do coração 
e pulmões e corrigir a hipóxia tecidual e a acidose que se desenvolvem até a volta da circulação espontânea. 
A reanimação cardiorrespiratória divide-se basicamente em duas fases: o suporte básico de vida e o suporte 
avançado da vida. 
O suporte Básico à Vida envolve o reconhecimento da PCR, massagem cardíaca, ventilação e compressões torácicas 
e abdominais. Deve-se focar nas compressões imediatamente após a PCR, devido à ineficácia da ventilação na ausência 
de fluxo sanguíneo. Além disso, há evidência da piora do prognóstico com o atraso do início das compressões torácicas. 
O suporte avançado da vida consiste na utilização de equipamentos adicionais aqueles utilizados no suporte básico. 
Essa etapa compreende monitoração, obtenção de acesso venoso, aplicação de fármaco, equipamentos e técnicas de 
ventilação e cuidados pós-reanimação. 
 
 
Suporte básico de vida 
 
 
Reconhecimento da Parada Cardiorrespiratória 
 
De forma geral, o diagnóstico de PCR deve ser feito rapidamente em qualquer paciente que não responda a 
estímulos. Em animais não anestesiados, a avaliação pode ser feita exclusivamente por exame físico a partir da 
confirmação de inconsciência e apneia. O reconhecimento da PCR não deve durar mais do que 10 a 15 segundos e a 
Reanimação cardiorrespiratória deve ser iniciada imediatamente em qualquer paciente não responsivo. Um padrão de 
diagnóstico deve ser baseado na avaliação das vias aéreas, respiração e circulação. 
 
 
 
2 
Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
 
Constatada a parada cardiorrespiratória, seguem-se os procedimentos diretamente relacionados a RCR, 
identificados pelas letras iniciais do alfabeto: a permeabilização das vias aéreas (A = Airway); a ventilação pulmonar (B = 
Breathing); a circulação (C = Circulation). 
 
 
 
 
Vias Aéreas (A = Airway) 
 
 
 
A origem do PCR determinará sua abordagem inicial, levando em 
consideração que a hipóxia e hipercapnia desfavorecem o ressuscitação 
cardiorrespiratória, e caso a PCR não seja de origem cardiogênica, 
associada a um evento respiratório, deve-se verificar a possibilidade de 
obstrução das vias aéreas; inclinando a cabeça do animal ligeiramente 
para trás e estendendo o pescoço possibilitando que se olhe dentro da 
boca com a finalidade de identificar obstruções, se necessário, a língua 
deve ser puxada com um pano para facilitar a visualização, caso o objeto 
esteja visível deve ser removido ou aspirado, a boca deve ser toda 
inspecionada, deve-se excluir a possibilidade de um pneumotórax, se o 
paciente responder à manipulação a inspeção deve ser interrompida e a 
causa primária identificada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinais de parada cardiorrespiratória em cães e gatos 
 
✓ Apneia 
✓ Cianose 
✓ Hipotensão (pressão sistólica < 60 mmHg) 
✓ Aumento do tempo de reperfusão capilar (TRC) 
✓ Diminuição ou ausência de sangramento no campo cirúrgico 
✓ Ausência de pulso palpável e batimentos cardíacos 
✓ Dilatação das pupilas 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Ventilação pulmonar (B = Breathing) 
 
 
A ventilação deve ser iniciada assim que uma via aérea estiver estabelecida. 
Após a verificação das vias aéreas realiza-se duas “ventilações de 
resgate” a uma taxa de duas ventilações por trinta compressões (2:30) em 
ciclos de 2 minutos ininterruptos, quando existir a necessidade de estabelecer 
uma ventilação fora do ambiente hospitalar ou quando a intubação não for 
possível sugere-se a ventilação com respirador artificial manual (AMBU) ou 
boca-focinho, a qual é contraindicada em ambiente intra-hospitalar por ser 
potencialmente perigosa, a intubação e ventilação deve ser realizada no 
decúbito em que as compressões serão entregues, o balonete (cuff) do tubo 
deve ser inflado e o respectivo tubo fixado à mandíbula ou maxila, sempre 
conferindo para evitar uma intubação esofágica ou que o tubo saia da sua 
posição, os seguintes sinais clínicos deverão ser visualizados como (tubo 
endotraqueal entre as cartilagens aritenóides, ausculta de movimento do ar em 
ambos hemotórax, observação do movimento do tórax, condensação do tubo 
endotraqueal e monitoramento de dióxido de carbono no final da expiração 
(EtCO2). 
É sugerido a frequência de ventilação de 20 movimentos respiratórios 
por minuto para cães de grande porte e de 24 para os de pequeno porte. 
 
Existe uma técnica de acupuntura para reverter a parada respiratória, 
chamada de estimulação do ponto Jen Chung (Vaso Governador 26). O método 
consiste na inserção de agulha de acupuntura ou hipodérmica no ponto localizado na linha mediana do filtro nasolabial, 
em profundidade de 10 a 20 mm, girando-a até que o animal apresente sinais de reversão da apneia. Essa técnica atua na 
depressão respiratória de origem central pela ação reflexa dos receptores opiáceos cerebrais produzindo, ainda, efeitos 
simpatomiméticos, com reflexos sobre os sistemas cardiovascular e respiratório. 
 
 
Compressão torácica (C = Circulation) 
 
 
O primeiro método utilizado para promover a circulação artificial em animais, após a parada cardiorrespiratória, é 
a compressão cardíaca externa. Este método parece ser ineficaz em proteger o cérebro de injúrias e deve ser somente 
parte inicial do protocolo de ressuscitação, já que o fluxo sanguíneo gerado durante a compressão cardíaca externa é de 
apenas 6 a 20 % do normal. Sua eficácia é dependente da transmissão de força no esqueleto torácico, através dos 
pulmões, coração e vasos intratorácicos. 
O mecanismo pelo qual o fluxo sanguíneo é gerado durante as compressões externas pode ser explicado pelas 
teorias da bomba torácica e da bomba cardíaca. 
As teorias da bomba cardíaca e torácica justificam a escolha do posicionamento das mãos do massagista e o 
decúbito do paciente submetido à RCR, a mecânica da bomba será dependente a conformação torácica. 
 A teoria da bomba cardíaca propõe que os ventrículos sejam comprimidos diretamente entre o esterno e a coluna 
ou entre as costelas, cada compressão empurra o sangue para fora do coração enquanto cada recuo permite que o sangue 
flua de volta para dentro do coração. 
A teoria da bomba torácica sugere um aumento da pressão torácica, criando uma pressão negativa, comprimindo 
de forma secundária a aorta, causando colapso na veia cava, impulsionando o fluxo de sangue para fora do tórax e puxado 
para o tórax novamente com o recuo subsequente. 
A conformação do tórax tem influência na eficácia das compressões para produzir fluxo sanguíneo, classificadas 
como tórax arredondado, tórax em quilha, em barril e tórax de pequenos cães e gatos. 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
 
 
 
Tórax largo arredondado: raças média, grande e gigante (>6,8Kg) por 
exemplo o cães do grupo Retriever, do grupo Setter, Dobermann, comtórax 
largo e arredondado tão grande quanto elevado, as compressões torácicas 
devem ser realizadas com as mãos sobrepostas no ponto mais alto do tórax, 
cotovelos travados, ombros posicionados diretamente sobre o paciente em 
decúbito lateral, em compressões de acordo com a mecânica da teoria da 
bomba torácica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tórax em quilha: sua extensão ventrodorsal é menor em 
extensão lateral (achatado, estreito e profundo), por exemplo 
os cães do grupo hound (Galgos), Caniche (Poodle), as 
compressões torácicas devem ser realizadas, levando em 
consideração a mecânica da teoria da bomba cardíaca, com as 
mãos sobrepostas diretamente sobre o coração, cotovelos 
travados, ombros posicionados diretamente sobre o paciente 
em decúbito lateral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tórax em barril (peito achatado): é mais largo do que elevado, por 
exemplo cães do tipo Dogue (Buldogue Inglês, francês), as compressões 
torácicas devem ser realizadas com as mãos sobrepostas na zona esternal, 
cotovelos travados, ombros posicionados sobre o paciente em decúbito 
dorsal, diretamente sobre o coração levando em consideração a mecânica da 
teoria da bomba torácica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Tórax pequeno: As compressões torácicas circunferenciais devem ser realizadas em pequenos cães e gatos 
(<6,8Kg), as técnicas consistem em o socorrista colocar as duas mãos ao redor do tórax do paciente e os dedos polegares 
na região do esterno, outra técnica e a mais utilizada é realizada com o recurso de uma única mão envolvendo o tórax do 
paciente em decúbito lateral e com os dedos no nível do coração realizar-se às compressões, caso o tórax apresente 
relativa rigidez pela idade avançada ou obesidade levando uma elasticidade reduzida, pode-se utilizar a técnica das duas 
mãos em compressões com cotovelos travados, ombros posicionados diretamente sobre o paciente em decúbito lateral, 
ambos pela mecânica da teoria da bomba cardíaca. 
 
 
 
 
 
Uma outra manobra possível de se realizar são as compressões abdominais interpostas entre as compressões 
torácicas externas. Isso aumenta o enchimento cardíaco durante a diástole, aumentando o fluxo sanguíneo total. Também 
melhora o fluxo arterial coronário, já que aumenta a pressão aórtica diastólica. 
Se a parada cardíaca ocorrer enquanto o tórax do paciente estiver aberto, a massagem cardíaca interna é a técnica 
de escolha, já que resulta em aumento da pressão sanguínea arterial, do débito cardíaco e da perfusão cerebral, 
miocárdica e dos tecidos periféricos; diminui a acidemia arterial e venosa, com menores concentrações de lactato e 
maiores taxas de sobrevida, possibilitando melhor recuperação neurológica se comparada com as manobras externas. Os 
ciclos de RCP devem ser sincrônicos, ininterruptos com duração de 2 minutos, podem ser realizado durante 15-20 minutos 
a critério do veterinario, é necessário 60 segundos para fornecer um alcance máximo de pressão de perfusão miocárdica 
e cada interrupção diminui a pressão sanguínea arterial, interrupções somente serão aceitas para empregar a técnica 
boca-focinho ou AMBU isso somente após dois ciclos completos de 2 minutos de compressões sem ventilação ou em 
casos não cardiogênicos com um único socorrista que tenha a necessidade de fornecer ventilação precoce, utilizando-se 
da proporção de 30 compressões para 2 ventilações (30:2). Quando mais de uma pessoa estiver empregando as técnicas 
de RCP as compressões devem ocorrer simultaneamente com as ventilações sem interrupções a uma taxa de 100- 120 
compressões por minuto, taxas de no máximo 150 compressões por minuto ainda pode ser eficazes, a profundidade 
recomendada é entre um terço (1/3) e metade (1/2) do diâmetro do tórax. 
 
 
 A avaliação do ritmo cardíaco deve ser realizada somente após a conclusão do ciclo de compressões, tendo em 
vista a individualidade do condicionamento físico do socorrista a fadiga muscular pode acontecer entre 1 a 10 min de 
compressões ininterruptas, no entanto é recomendado que se realize a substituição do socorrista responsável pelas 
compressões ao final de cada ciclo, a monitoração do paciente é importante para que se possa avaliar a qualidade das 
manobras de RCP em tempo real, além de poder registrar todos as respostas das técnicas aplicadas pelos socorristas, o 
feedback auditivo com a utilização de músicas populares podem ser útil para marcar o passo das compressões. 
Somente a realização de compressões torácicas na RCP, sem ventilações, podem manter uma boa hemodinâmica 
e valores de gases aceitáveis no sangue durante os primeiros 4 minutos, dois ciclos completos de 2 minutos, as 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
compressões torácicas devem ser abordadas de imediato, até que a intubação e ventilação esteja disponível, não deve-
se perder tempo sem compressões torácicas por trazer prejuízos às taxas de RCE (10), por essa questão a abordagem do 
ABC (Ar, Boa ventilação, Circulação) foi alterada para CAB (Circulação, Vias Aéreas (Airway) e Ventilação pulmonar 
(Breathing) ), justificadamente devido a doença cardíaca primária, pois o fluxo sanguíneo é dependente das compressões 
torácicas. 
 
 
 
 
Suporte Avançado à Vida 
 
 
 
O suporte avançado da vida inclui o uso de fármacos; do eletrocardiograma e, finalmente, do acompanhamento 
após a ressuscitação ou suporte prolongado da vida. 
 
Fármacos 
 
A terapia com fármacos é um componente importante do suporte avançado da vida, já que a sua administração 
promove aumento do fluxo sanguíneo no miocárdio, restabelece a pressão arterial e corrige as arritmias cardíacas e a 
acidose. Em quase todos os casos a adrenalina é o fármaco de eleição como terapia inicial, e a escolha de um segundo 
fármaco é instituída baseada no traçado eletrocardiográfico. 
 
Adrenalina (epinefrina) 
 
 É o fármaco mais utilizado na parada cardiorrespiratória. O aumento da pressão arterial ocorre devido a 
vasoconstrição nos leitos vasculares, onde predominam os receptores α-adrenérgicos, especialmente os receptores α-2, 
os quais ocasionam um aumento da resistência vascular sistêmica, da pressão de perfusão coronariana e do fluxo 
sanguíneo para o miocárdio. 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Recomenda-se a administração de adrenalina, primeiramente, pelas vias intravenosa, intra-óssea (0,2 mg/kg) ou 
intra-traqueal (0,4 a 0,8 mg/kg), seguida de 5 a 10 ml de solução salina. Devido à meia vida curta (3 a 4 minutos), a infusão 
contínua é recomendada, iniciando-se com 0,05 a 0,1 mg/kg/min, podendo-se aumentar esta dose progressivamente, a 
cada 10 minutos, até se atingir a resposta desejada, não se aconselhando doses superiores a 1,5 a 2,0 mg/kg/min. 
 
Vasopressina 
 
A vasopressina melhora a perfusão cerebral por produzir dilatação dos vasos cerebrais e promover menor 
vasoconstrição coronária e renal do que nos tecidos periféricos, resultando no desvio do sangue para o sistema nervoso 
central e coração. A vasopressina também é denominada de hormônio antidiurético. Na Medicina Veterinária, há relato 
de melhor fluxo sanguíneo e fornecimento de oxigênio aos órgãos vitais, além de maior taxa de retorno espontâneo da 
circulação com a vasopressina em relação à epinefrina. Entretanto, assim como na medicina humana, vários estudos 
concluíram que a vasopressina não resulta em benefícios ou danos adicionais quando comparados com a adrenalina. O 
uso da vasopressina na dose de 0,8 U/kg (IV) como um substituto, ou em combinação com a epinefrina a cada 3-5 minutos, 
ou a cada ciclo de SBV, deve ser considerado. 
 
Dopamina 
 
É indicada nos quadros de bradicardia e hipotensão, após a restauração do fluxo sanguíneo espontâneo. Seus 
diferentes efeitos são dose-dependentes, produzindo ação em receptores dopaminérgicos, α e β-adrenérgicos (Oliva, 
2002b). É sempre administrada na forma de infusão contínua, e doses menores que 2 mg/kg/min atuam 
predominantemente nos receptores dopaminérgicose doses entre 2 e 5 mg/kg/min atuam em receptores β1, 
aumentando a frequência cardíaca, o débito cardíaco e a contratilidade do miocárdio. 
 
Dobutamina 
 
 Possui afinidade seletiva para receptores β1, aumentando a força de contração. Não é, portanto, recomendada 
como protocolo inicial de tratamento na paragem cardíaca. 
 
 
Atropina 
 
Apresenta rápida progressão da bradicardia inicial em assistolia. É indicada nos casos de bradicardia sinusal grave 
e no bloqueio atrioventricular, causados por aumento do tônus vagal. As doses variam de 0,02 a 0,04 mg/kg pelas vias 
intravenosa, intramuscular ou subcutânea. 
 
Lidocaína 
 
 É o fármaco de escolha nos casos de arritmias ventriculares, bloqueando os canais de sódio. Exerce maior efeito 
nos tecidos despolarizados (ex. isquêmicos) e/ou nos tecidos de impulso rápido. A lidocaína não é útil nas arritmias atriais, 
provávelmente porque os potenciais de ação nestas são tão curtos que os canais de sódio estão inativos apenas por um 
breve momento, e os períodos diastólicos são relativamente longos. 
Utiliza-se a dose de 2 mg/kg em cães, podendo ser repetida duas a três vezes, se necessário. Em gatos, doses 
menores devem ser utilizadas para evitar toxicidade (0,25 a 0,5 mg/kg) 
 
Bicarbonato de sódio 
 
 A utilização do bicarbonato de sódio na RCR, em cães, deve ser limitada apenas aos casos em que ocorre acidose 
metabólica severa após tempo prolongado de ressuscitação, superiores há 10 minutos, sempre baseado no exame de 
hemogasometria. 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Amiodarona 
 
É um potente inibidor da automaticidade anormal e, na maioria dos tecidos, prolonga a ação do potencial de ação 
e o período refratário nos átrios e ventrículos. É um anti-arrítmico da classe III utilizado na ressuscitação 
cardiorrespiratória nos casos de taquicardia ventricular refratária. 
 
 
Eletrocardiograma 
 
Tão logo seja possível, deve-se conectar um monitor de eletrocardiograma ao paciente. O diagnóstico correto da 
arritmia cardíaca facilita o sucesso da RCR. A fibrilação ventricular, a assistolia ventricular e a atividade elétrica sem pulso 
produzem o mesmo som à auscultação, mas o tratamento difere para cada uma dessas arritmias. 
A fibrilação ventricular deve ser revertida com desfibrilador elétrico o mais rápido possível, sendo que, 
anteriormente, deve-se administrar adrenalina na dose de 0,2 mg/kg, para converter a fibrilação fina em espessa. A 
assistolia ventricular deve ser tratada com sulfato de atropina na dose de 0,04 a 0,06 mg/kg, além do uso da adrenalina. 
O tratamento para a atividade elétrica sem pulso consiste na aplicação de dexametasona na dose de 2mg/kg, que atua 
liberando estoques de ATP das mitocôndrias das células isquêmicas do miocárdio, restaurando a função normal da 
membrana. 
 
Fluidoterapia 
 
Logo após a PCR ocorre uma vasodilatação e, como consequência, uma anóxia tecidual, sendo assim importante 
que se institua a fluidoterapia rapidamente com o intuito de se manter o volume sanguíneo circulante. A taxa de infusão 
de ringer com lactato preconizada é de 40 ml/kg para cães, e de 20 ml/kg para gatos, exceto nos casos de anemia e 
hipoproteinemia, onde a fluidoterapia não é indicada. 
 
Esquema representativo das condutas a serem tomadas no caso de uma parada cardiorrespiratória 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
 
Suporte prolongado da vida 
 
O atendimento à PCR exige, além dos procedimentos citados, a observação contínua do paciente, mesmo nos casos 
em que o ritmo normal tenha sido prontamente reestabelecido. Se a respiração espontânea está ausente, a ventilação 
artificial deve ser instituída e fármacos vasoativos, como a dopamina e a dobutamina, podem ser necessários, mantendo-
se a ventilação e a perfusão adequadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
 
Fonte: 
 
Castro RC, Martins NC. SUPORTE BÁSICO DE VIDA NA MEDICINA VETERINÁRIA. Anais do 17 Simpósio de TCC e 14 
Seminário de IC do Centro Universitário ICESP. 2019(17); 1625- 1634 
 
Rossi CN et al. Ressuscitação cardiorespiratória em cães e gatos – revisão. Revista portuguesa de ciências 
veterinárias. 2007. 197-205 
 
FILHO R.C.A. RESSUSCITAÇÃO CÉREBRO-CARDIOPULMONAR EM CÃES E GATOS. Monografia. UNIVERSIDADE DE 
BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA. Brasília DF 2014.

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