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Profa. Terezinha Nair de Oliveira 2017 A P O S T I L A 1 (1) Introdução a Contabilidade de Custos A Contabilidade de Custos, a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial Através da história poderemos entender o significado, o sinônimo e o enfoque das expressões contabilidade de Custos, Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial. Da Contabilidade Financeira à de Custos Até a Revolução Industrial (século XVIII), quase só existia a Contabilidade Financeira ou Geral, que desenvolvida na era mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas comerciais. Para apuração do resultado de cada exercício, bastava o contador obter o estoque físico de mercadorias no final do período e através de dedução, apurava o custo das mercadorias vendidas: Estoque inicial (+) Compras (-) Estoque Final (=) Custo das Mercadorias Vendidas Com esse resultado, deduzido das Receitas Líquidas, encontrava-se o lucro bruto, do qual bastava deduzir as despesas necessárias a manutenção das atividades. Dessa forma foi criada a clássica Demonstração de Resultados da empresa comercial: Vendas Líquidas (-) Custo das Mercadorias Vendidas Estoque Inicial (+) Compras (-) Estoque Final (=) Lucro Bruto (-) Despesas Comerciais (Vendas) Administrativas Financeiras Resultado Antes do Imposto de Renda Os bens eram quase todos produzidos por pessoas ou grupos de pessoas que nem sempre constituíam entidades jurídicas. Além das instituições financeiras, as empresas propriamente ditas viviam basicamente do comércio, e não da fabricação. A partir do início do século XVIII, as atividades industriais tiveram grande desenvolvimento com base na criação de novas máquinas e equipamentos. E com isso houve uma crescente mecanização da produção, que até então era artesanal e familiar, criando significativo impacto nas relações de troca e de trabalho, culminando com o movimento da Revolução Industrial, na segunda metade daquele século na Inglaterra e espalhando rapidamente pelos países mais ricos e adiantados da Europa e pelos Estados Unidos. Com o advento das indústrias o Contador precisou adaptar a contabilidade para uma nova situação, onde além das compras existiam novos valores para atribuir aos estoques, como a 2 mão-de-obra utilizada na fabricação dos produtos, o valor despendido com o transporte do material, entre outros gastos necessários para a produção do produto, os quais eram até então, contabilizados como despesas. Com isso, começou-se a pensar em uma formação de critérios de avaliação de estoques nas empresas industriais. Princípios Básicos da Contabilidade de Custos Industrial O valor do Estoque dos produtos existentes na empresa, fabricados por ela, deveria então corresponder ao valor de compras, acrescido dos fatores de produção utilizados para a sua obtenção. Da Contabilidade de Custos à Contabilidade Gerencial Os Contadores inicialmente criaram a Contabilidade de Custos para dar mensuração monetária aos estoques e assim apurar o Resultado. Com o crescimento das empresas a Contabilidade de Custos passou a ser encarada como uma eficiente forma de auxilio no desempenho de uma nova missão: a gerencial. E nesse campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao controle e a ajuda às tomadas de decisões. Na de controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão, e posteriormente comparar o que antes foi previsto com o que ocorreu de fato. E na função de tomadas de decisões, seu papel é de suma importância, pois através das análises do que foi dito anteriormente, é possível alimentar-se de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às conseqüências de curto e longo prazo e dessa forma poderão ser tomadas medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de vendas, opção de compra ou produção etc. O conhecimento e análise dos custos são de suma importância para as empresas, seja elas comerciais, industriais ou de serviços, uma vez que, com o aumento cada vez maior de competitividade, as empresas não podem mais definir seus preços apenas de acordo com os custos incorridos, e sim, também, com base nos preços praticados no mercado em que atuam. O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, se não rentável, se é possível reduzi-los (os custos). Dessa forma, a Contabilidade mais moderna vem criando sistemas de informações que permitam melhor gerenciamento de custos. Com a visão ampliada de Contabilidade de Custos, ocorreu o seu aproveitamento em outros segmentos que não o industrial, sendo também usada pelas instituições financeiras, empresas comerciais e de prestação de serviços etc. 3 EXERCÍCIOS (1) Introdução a Contabilidade de Custos Estruture o Balanço Patrimonial da Cia. Simétrica em 31.12.X1. Dados em R$. Caixa: 1.800, Fornecedores: 4.000; Capital Social: 10.000; Máquinas: 3.000; Estoques: 6.500; Financiamentos a pagar: 7.320; Veículos: 200; Lucros Acumulados: 3.400; Duplicatas a receber: 3.400; Salários a pagar: 6.500; Participações em outras empresas: 7.320; Contas a pagar: 200; Prédios: 4.000; Impostos a pagar: 1.800; Títulos a pagar: 3.000; Títulos a Receber: 10.000. BALANÇO PATRIMONIAL Em R$ ATIVO PASSIVO Bens Valor Obrigações Exigíveis Valor Direitos PATRIMÔNIO LÍQUIDO TOTAL TOTAL 4 02) A empresa Sempre Viva S.A., apresentou em 31/12/X1 as seguintes contas de resultado e saldos respectivos: CONTAS VALOR R$ CONTAS VALOR R$ ICMS s/ Vendas de Mercadorias 45.000,00 Água 75,00 Propaganda e Publicidade 8.750,00 Custos das Mercadorias Vendidas 87.500,00 ISS s/ Vendas de Serviços 12.500,00 Receitas de Vendas de Mercadorias e Serviços 250.000,00 Energia Elétrica 250,00 Aluguel do Escritório 1.500,00 Provisão p/ Imposto de Renda 14.353,13 Juros de Aplicação Financeira 612,50 Ganho de Capital 15.000,00 Custos dos Serviços Vendidos 25.000,00 Tarifas Bancárias 1.125,00 Provisão p/ Contribuição Social 7.327,13 Comissões s/ Vendas 2.500,00 Estruture a Demonstração de Resultado da empresa dessa empresa utilizando o modelo abaixo: Demonstração do Resultado do Exercício Empresa: ____________________________________ ____/____/____ Em Reais Receitas Brutas Deduções das Receitas Brutas Receitas Líquidas Custos das Mercadorias e dos Serviços Vendidos Lucro Bruto Despesas Operacionais Vendas Administrativas Resultado Financeiro Outras Receitas e Outras Despesas Resultado do exercício antes do IR e da CS Impostos de Renda e Contribuição Social Resultado Líquido 5 (2) TERMINOLOGIA CONTÁBIL BÁSICA Atividades FIM e Atividades MEIO As atividades exploradas pelas empresas são as fontes geradoras de recursos: são as receitas resultantes das vendas de bens e/ou serviços. Essas atividades são conhecidas como atividades fim. As demais atividades das empresas são denominadas atividades meio. Atividades FIM: * Na indústria, a atividade fim é produzir produtos para vender. O custo industrial dos produtos é a soma dos componentes de matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação. * No comércio, a atividade fim é a compra e vendade mercadorias. * Nos serviços, a atividade fim é a prestação de serviços. Os gastos com as atividades fim denominam-se custos. Por outro lado, os gastos com as atividades meio são conhecidos como despesas. Terminologia em Custos Industriais a) Gastos – Eliseu Martins define gastos como sendo a compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Já para Luís Martins de Oliveira e José Hernandez Perez Jr., a definição de gastos abrange o consumo genérico de bens e serviços ou, em outras palavras, os fatores de produção. Os gastos ocorrem a todo o momento e em qualquer setor de uma empresa, seja ela comercial, seja industrial, seja prestadora de serviços. Exemplos de gastos: Matéria-prima consumida no processo produtivo; Material de expediente consumido no processo administrativo; Serviços de frete consumidos no processo de venda; Energia elétrica consumida na área industrial. Podemos dizer que o gasto implica desembolso, mas são conceitos distintos. 6 b) Desembolso – Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. É importante não confundir gastos com desembolsos. Freqüentemente ouvimos as pessoas dizerem “gastei muito dinheiro”. Na realidade, o dinheiro não é gasto, ele é desembolsado. O que é gasto são os bens e serviços obtidos por meio do desembolso passado, presente ou futuro. “Luís Martins de Oliveira e José Hernandez Perez Jr.” c) Investimento – Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Exemplos: 1. Na entrada da matéria-prima tem-se um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante. 2. A máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; Dependendo da aplicação, o gasto poderá ser classificado em custos, despesas, perdas. d) Custo – Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. É reconhecido no momento da sua utilização em fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. São caracterizados, tecnicamente, como custos, porque são gastos com a atividade fim. Exemplos: 1. A matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado.Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda. 2. A energia elétrica é um gasto, no ato da aquisição, que passa imediatamente para custo (por sua utilização) sem transitar pela fase de investimento. 3. A máquina provocou um gasto em sua entrada, tornando investimento (ativo) e parceladamente transformando em custo, via Depreciação, à medida que é utilizada no processo de produção de utilidades. e) Despesa – Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Portanto, as despesas estão vinculadas às atividades meio. Exemplos: 1. A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma despesa. 2. O microcomputador da secretária do diretor financeiro, que fora gasto transformado em investimento, tem uma parcela reconhecida como despesa (depreciação). Despesas e custos são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. 7 f) Perda – Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária. Não se confunde com despesa e nem com custo, exatamente por sua característica de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Exemplos: perdas com incêndios, obsoletismo de estoques etc. São itens que são classificados diretamente à conta de Resultado, assim como as despesas e normalmente são classificados em uma conta denominada “Perdas”. A Terminologia em Entidades não Industriais A expressão e os princípios da Contabilidade de Custos são utilizados pelas demais empresas, sejam elas prestadoras de serviços ou comerciais etc. Assim no resultado vamos encontrar as contas: * Custo da Mercadoria Vendida (CMV), para as empresas comerciais; * Custo do Produto Vendido (CPV), para as Indústrias; e * Custo de Serviços Prestados (CSP), para as empresa de serviços. 8 (2) TERMINOLOGIA CONTÁBIL BÁSICA Exercícios 01) Como os gastos de uma empresa podem ser classificados? 02) Conceitue desembolsos. Dê exemplo de um desembolso depois da ocorrência de um gasto. 03) Conceitue despesas. Dê exemplos de uma despesa diretamente relacionada com a obtenção de receitas advindas das vendas de produtos acabados. 04) O que você entende por custo? Dê exemplos de custo de uma empresa industrial, de uma empresa comercial e de uma empresa prestadora de serviços. 05) Conceitue investimentos. Dê exemplo de um investimento em Ativo Imobilizado. A partir de que momento um investimento do Imobilizado passa a ser classificado pela Contabilidade como custo de produção ou despesa da empresa? 06) O que você entende por depreciação? Por que é considerada como custo ou despesa? 07) Conceitue perdas. Dê exemplos. 08) Classifique os eventos descritos a seguir em Investimentos (I), Custos (C), Despesas (D) ou Perda (P): 1) ( ) Compra de matéria-prima 2) ( ) Consumo de energia elétrica (Fábrica) 3) ( ) Consumo de energia elétrica (Escritório) 4) ( ) Utilização de mão-de-obra (da fábrica) 5) ( ) Consumo de combustível (Fábrica) 6) ( ) Consumo de combustível (Escritório) 7) ( ) Gasto com pessoal do faturamento (salário) 8) ( ) Aquisição de máquinas 9) ( ) Depreciação das máquinas (Fábrica) 10) ( ) Depreciação das máquinas (Escritório) 11) ( ) Remuneração do pessoal de contabilidade geral (Salário) 12) ( ) Pagamento de honorários da administração 13) ( ) Depreciação do prédio da fábrica 14) ( ) Depreciação do prédio do escritório 9 15) ( ) Utilização da matéria-prima (transformação) 16) ( ) Aquisição de embalagens 17) ( ) Deterioração do estoque de matéria-prima por enchente 18) ( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material 19) ( ) Comissão proporcionais às vendas 09) A Indústria de Bicicletas Bike Ltda, adquiriu matéria-prima em 1º de setembro no valor de $ 190.000,00 a prazo. Nesse mesmo mês teve os seguintes gastos de produção: Total dos gastos $ Matéria-prima 190.000,00 Mão-de-obra especializada 90.000,00 Outros custos de produção 20.000,00 Total dos custos de produção do mês 300.000,00 No mês de setembro, produziu 2.000 bicicletas, das quais 1.900 foram vendidas durante o mês, ao preço de venda de $ 320,00 cada. Os impostos sobre as vendas representam 18%, e no mês as despesas totalizaram $ 200.000,00. Com base nas informações disponíveis, pede-se: a) Demonstre no Balanço Patrimonial abaixo a compra da matéria-prima em 1º setembro: Balanço Patrimonial 1º Setembro Ativo Passivo Ativo Circulante Fornecedores Estoque Matéria-prima a.1) Neste momento a Matéria-prima representa um (a): ( ) Investimento ( ) Custo ( ) Despesa b) De acordo com os gastos de produção, demonstre no Balanço Patrimonial abaixo o saldo da conta Estoque no momento em que o produto está sendo fabricado. :Balanço Patrimonial Setembro Ativo Passivo Ativo Circulante Fornecedores Estoque Matéria-prima Produto em Andamento b.1) Neste momento a Matéria-prima representa um (a): 10 ( ) Investimento ( ) Custo ( ) Despesa c) Demonstre no Balanço Patrimonial abaixo o saldo da conta Estoque após a fabricação do produto: Balanço Patrimonial Setembro Ativo Passivo Ativo Circulante Fornecedores Estoque Matéria-prima Produto em Andamento Produto Acabado c.1) Neste momento o produto fabricado representa um (a): ( ) Investimento ( ) Custo ( ) Despesa d) Supondo que não havia estoques em 31 de agosto, apure o lucro do mês de setembro, antes dos impostos, utilizando o modelo de demonstrativo de resultado a seguir. Demonstração do Resultado do Exercício $ Receita brutas de vendas (-) Impostos sobre as vendas = Receitas Líquidas (-) Custo dos Produtos Vendidos = Lucro Bruto (-) Despesas operacionais = Lucro do Exercício e) Demonstre no Balanço Patrimonial abaixo o saldo da conta Estoque após as vendas efetuadas no mês: Balanço Patrimonial Setembro Ativo Passivo Ativo Circulante Fornecedores 11 Estoque Matéria-prima Produto em Andamento Produto Acabado (3) ESQUEMA BÁSICO DE CONTABILIDADE CUSTOS Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos Suponhamos que os seguintes custos de produção de determinado período precisem ser alocados aos quatro diferentes produtos elaborados por uma determinada empresa: Matéria-prima $ 2.500.000 Embalagens $ 600.000 Material de Consumo $ 100.000 Mão-de-obra $ 1.000.000 Salários da Supervisão $ 400.000 Depreciação das Máquinas $ 300.000 Energia Elétrica $ 500.000 Aluguel do Prédio $ 200.000 Total $ 5.600.000 O responsável por custos faz os levantamentos e as análises necessárias e verifica o seguinte: * Matéria-prima e Embalagens: podem ser apropriadas perfeita e diretamente aos quatro produtos, já que foi possível identificar quanto cada um consumiu. * Material de Consumo: alguns são lubrificantes de máquinas , e não há como associá-los a cada produto diretamente, e outros são de tão pequeno valor que ninguém se preocupou em associá-los a cada produto. * Mão-de-obra: é possível associar parte dela diretamente com cada produto, pois o processo não é muito automatizado e houve uma medição de quanto cada operário trabalhou em cada um e quanto custa cada operário para a empresa. Mas parte dela refere-se aos chefes de equipes de produção, e não há possibilidade de se verificar quanto atribuir diretamente aos produtos ($200.000 dos $ 1.000.000). * Salários da Supervisão: muito mais difícil ainda de se alocar por meio de uma verificação direta e objetiva do que a mão-de-obra dos chefes de equipes de produção, já que essa supervisão é geral da produção. Representa esse custo o gasto da supervisão dos chefes de equipes e, por isso mesmo, muito mais difícil é a alocação aos produtos. * Depreciação das Máquinas: a empresa deprecia linearmente em valores iguais por período, e não por produto. Haveria possibilidade de apropriar diretamente a cada produto se a depreciação fosse contabilizada de outra forma. * Energia Elétrica: parte dela é possível alocar a três dos quatro produtos, já que a máquina que mais consome força possui um medidor próprio, e a empresa faz verificações de quanto 12 consome para cada item elaborado. Porém, o resto da energia só é medido globalmente, e não há forma direta de alocação ($ 350.000 são alocáveis e $ 150.000 não). * Aluguel do Prédio: impossível de se medir diretamente quanto pertence a cada produto. Após essas análises, podemos verificar que alguns custos podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão-de-obra utilizadas e até quantidade de força consumida. São os Custos Diretos com relação aos produtos. Outros realmente não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, supervisão, as chefias etc.). São os Custos Indiretos com relação aos produtos. Cada vez que é necessário utilizar qualquer fator de rateio para a apropriação ou cada vez que há o uso de estimativas e não de medição direta, fica o custo incluído como indireto. Classificação dos Custos em Fixos e Variáveis Custos Fixos Custos Fixos são é aqueles cujos montantes não variam de acordo com a produção, são variáveis por unidade produzida, por mercadoria vendida ou por serviço prestado. Exemplos: Salários e encargos sociais das chefias dos departamentos e setores produtivos: normalmente, existe determinado número de chefes e encarregados da produção que se mantém inalterado independentemente do volume de unidades produzidas no período; Aluguel do prédio e/ou das máquinas produtivas: o montante dos gastos com aluguel geralmente é fixo por mês. Portanto, havendo ou não produção no período, o mesmo montante será pago para aluguel do ativo utilizado na atividade produtiva; Depreciação do prédio e/ou das máquinas: os ativos de propriedade da empresa perdem valor ao longo do tempo. Essa perda de valor é chamada depreciação, que é o registro contábil do desgaste das máquinas e dos demais bens do ativo utilizados na produção. Custos Variáveis: São aqueles custos que mantêm uma relação direta com o volume de produção ou serviço e, conseqüentemente, podem ser identificados com os produtos. Dessa maneira, o total dos custos variáveis cresce à medida que o volume de atividades da empresa aumenta. Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo no volume produzido. Por exemplo: Matéria-prima: em muitas empresas, a matéria-prima é o único componente de custo que varia proporcionalmente ao volume da produção. Por exemplo, se uma indústria consome um metro quadrado de couro para produzir um par de sapatos, teremos o seguinte custo de material direto: Produção do período Consumo de couro por unidade Consumo total de couro 13 1.000 pares 1 metro 1.000 metros 1.200 pares 1 metro 1.200 metros 1.500 pares 1 metro 1.500 metros Os custos variáveis têm as seguintes características: Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção; O valor é constante por unidade, independente da quantidade produzida; A alocação aos produtos ou centros de custos é normalmente feita de forma direta, sem necessidade de utilização de critérios de rateios. ESQUEMA BÁSICO DE CONTABILIDADE CUSTOS 1º Passo: A separação entre Custos e Despesas Suponhamos que estes sejam os gastos de determinado período da Empresa X: Descrição dos Gastos Valor R$ Comissões de vendedores 80.000 Salários da fábrica 120.000 Matéria-prima consumida 350.000 Salários da Administração 90.000 Depreciação na fábrica 60.000 Seguros da fábrica 10.000 Despesas financeiras 50.000 Honorários da Diretoria 40.000 Materiais diversos – fábrica 15.000 Energia elétrica – fábrica85.000 Manutenção – fábrica 70.000 Despesas de entrega 45.000 Correios e telefone 5.000 Material de consumo – escritório 5.000 Total gastos / abril 1.025.000 A primeira tarefa é a separação dos Custos de Produção. Teremos então a seguinte distribuição dos gastos: Custos de Produção Valor R$ Salários da fábrica 120.000 Matéria-prima consumida 350.000 Depreciação na fábrica 60.000 Seguros da fábrica 10.000 Materiais diversos – fábrica 15.000 Energia elétrica – fábrica 85.000 Manutenção – fábrica 70.000 Total 710.000 Despesas Administrativas Valor R$ Salários da Administração 90.000 14 Honorários da Diretoria 40.000 Correios e telefone 5.000 Material de consumo – escritório 5.000 Total 140.000 Despesas de Venda Valor R$ Comissões de vendedores 80.000 Despesas de entrega 45.000 Total 125.000 Despesas Financeiras Valor R$ Despesas financeiras 50.000 Total 50.000 2º Passo: Apropriação dos Custos Diretos Digamos que essa empresa elabore três produtos diferentes, chamados A, B e C. Para o consumo de Matéria-prima, a empresa mantém um sistema de requisições de tal forma, a saber, sempre para qual produto foi utilizado o material retirado do Almoxarifado. E, a partir desse dado, conhece-se a seguinte distribuição: Matéria-prima: Valor R$ Produto A 75.000 Produto B 135.000 Produto C 140.000 Total 350.000 Para a mão-de-obra (R$ 120.000), a empresa mantém um controle para saber quais foram os operários que trabalharam em cada produto no mês e por quanto tempo. Mão-de-obra: Valor R$ Indireta 30.000 Direta Produto A 22.000 Produto B 47.000 Produto C 21.000 90.000 Total 120.000 Sendo assim, os $ 90.000 serão atribuídos diretamente aos produtos, enquanto os $ 30.000 serão adicionados aos custos indiretos. A verificação da Energia Elétrica demonstra que $ 45.000 são diretamente atribuíveis e $ 40.000 são alocáveis apenas por meio de rateio, já que existem medidores apenas em algumas máquinas. Energia Elétrica: Valor R$ 15 Quadro 3 Indireta 40.000 Direta Produto A 18.000 Produto B 20.000 Produto C 7.000 45.000 Total 85.000 Resumindo: Quadro 1: Diretos Indiretos Total Produto A Produto B Produto C Matéria-prima $ 75.000 $ 135.000 $ 140.000 - $ 350.000 Mão-de-obra $ 22.000 $ 47.000 $ 21.000 $ 30.000 $ 120.000 Energia Elétrica $ 18.000 $ 20.000 $ 7.000 $ 40.000 $ 85.000 Depreciação - - - $ 60.000 $ 60.000 Seguros - - - $ 10.000 $ 10.000 Materiais Diversos - - - $ 15.000 $ 15.000 Manutenção - - - $ 70.000 $ 70.000 Total $ 115.000 $ 202.000 $ 168.000 $ 225.000 $ 710.000 Do total de Custos de Produção, $ 485.000 são diretos e já estão alocados e $ 225.000 precisam ainda ser apropriados. 3º Passo: Apropriação dos Custos Indiretos Os custos indiretos totalizam em $ 225.000 e podem ser alocados de várias formas. Exemplo 1: Alocação aos produtos A, B e C proporcionalmente ao que cada um já recebeu de custos diretos: Exemplo 2: Alocação aos produtos A, B e C proporcionalmente a mão-de-obra Direta, calculada de acordo com o tempo gasto para a produção de cada um. Custos Diretos Custos Indiretos $ Total $ % $ % Produto A 115.000 23,71 53.351 23,71 168.351 Produto B 202.000 41,65 93.711 41,65 295.711 Produto C 168.000 34,64 77.938 34,64 245.938 Total 485.000 100,00 225.000 100,00 710.000 Mão de Obra Direta Custos Indiretos $ % $ % Quadro 2 16 Quadro 4 O custo total de cada produto seria: (3) ESQUEMA BÁSICO DE CONTABILIDADE CUSTOS EXERCÍCIOS 01) A empresa Infórium fabricante dos produtos A, B e C, obteve os seguintes gastos em julho/2006: Descrição dos Gastos Valor R$ Matéria-prima consumida 70.000,00 Salários da Administração 18.000,00 Depreciação na fábrica 12.000,00 Seguros da fábrica 2.000,00 Despesas financeiras 10.000,00 Salários da fábrica 24.000,00 Correios e telefone 1.000,00 Honorários da Diretoria 8.000,00 Materiais diversos – fábrica 3.000,00 Energia elétrica – fábrica 17.000,00 Manutenção – fábrica 14.000,00 Despesas de entrega 9.000,00 Material de consumo – escritório 1.000,00 Comissões de vendedores 16.000,00 Total gastos 205.000,00 São custos diretos: Matéria-prima: Produto A 15.001,00 Produto B 26.999,00 Produto C 28.000,00 70.000,00 Produto A 22.000 24,44 55.000 24,44 Produto B 47.000 52,22 117.500 52,22 Produto C 21.000 23,33 52.500 23,33 Total 90.000 100,00 225.000 100,00 Custos Diretos Custos Indiretos $ Total $ $ Produto A 115.000 55.000 170.000 Produto B 202.000 117.500 319.500 Produto C 168.000 52.500 220.500 Total 485.000 225.000 710.000 17 Mão-de-obra: Indireta Direta 6.000,00 Produto A 4.320,00 Produto B 9.480,00 Produto C 4.200,00 18.000,00 24.000,00 Energia Elétrica: Indireta Direta 7.990,00 Produto A 3.570,00 Produto B 4.080,00 Produto C 1.360,00 9.010,00 17.000,00 Com base nos dados acima, qual é o custo unitário de cada produto, sabendo-se que a alocação dos custos indiretos é feita com base nos valores em reais da Mão-de-obra Direta? Resposta: 02) A indústria Aniel produz sabão em pó e sabão líquido. Em determinado período, ela produziu 20.000 caixas de sabão em pó e 16.000 frascos do líquido, incorrendo nos seguintes custos: Custos Indiretos de Produção (CIP) em $: Supervisão da produção 3.600 Depreciação de equipamentos de produção 12.000 Aluguel do galpão industrial 4.500 Seguro dos equipamentos da produção 1.500 Energia elétrica consumida na produção 2.400 Os custos de matéria-prima, mão-de-obra direta e os custos indiretos de produção são comuns aos dois produtos. A Aniel não mede o consumo de energia elétrica por tipo de produto. Os CIP são apropriados aos produtos de acordo com o tempo de MOD empregado na produção de um e outro. A indústria utiliza em sua produção uma máquina que, devido à corrosão, tem sua vida útil física e econômica limitada pela quantidade de matéria-prima processada (a vida útil é estimada pelo fabricante do equipamento em 400.000 Kg de processamento de matéria-prima). Foi adquirida por $ 320.000 e seu custo ainda não está incluído na relação acima. Pede-se: a) Elabore um quadro de apropriação de custos aos produtos; e Matéria-prima $ 2/Kg Pó Líquido 12.000Kg 8.000Kg Mão-de-obra Direta $ 5/hora 6.000 h 3.000 h Custo unitário do produto A: R$ ____________________ Custo unitário do produto B: R$ ____________________ Custo unitário do produto C: R$ ____________________ 18 b) Calcule o custo unitário de cada produto. (4) CUSTO DA MÃO-DE-OBRA – SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS1 Os componentes do custo da mão-de-obra são importantes fatores de produção. Em boa parte das empresas prestadoras de serviços, o custo de mão-de-obra é o principal componente dos custos da produção dos serviços. MÃO-DE-OBRA DIRETA E INDIRETA Mão-de-obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que sejam possíveis a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por meio de estimativasou divisões proporcionais, passa a desaparecer a característica de direita. Exemplo de mão-de-obra direta: A Indústria de Móveis Dular Ltda. produz mesas, cadeiras, camas e armários para cozinha. Sua linha de produção é dividida por produto, e os diversos operários são programados especificamente para cada linha de produtos, por determinado período. Em outras palavras, os operários da linha de produção mesas não trabalham nas outras linhas produtivas, assim como os operários da linha cadeiras trabalham somente na produção de cadeiras. Exemplo de mão-de-obra indireta: 1 OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JR., José Hernandez. Contabilidade de Custos para não Contadores. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2005. 19 Para dirigir e gerenciar toda a linha de produção, a Indústria de Móveis Dular conta com um diretor, dois gerentes, dois engenheiros de produção, duas secretárias e um mensageiro. O custo dessa equipe – salários e encargos sociais – não pode ser calculado diretamente para cada produto fabricado no mês, visto que se dedicam, simultaneamente, a todos os produtos. Nesse caso, os gastos totais da equipe precisam ser rateados indiretamente para a apropriação aos diversos produtos. (OLIVEIRA; PEREZ JR., 2005.) ENCARGOS SOCIAIS Além do salário propriamente dito, as empresas têm gastos adicionais com os encargos sociais, que são diversos e incidem sobre os salários, as horas-extras e outros benefícios. As alíquotas com as contribuições sociais são as seguintes: Contribuições sociais Alíquota % Previdência social - INSS 20,0 Seguro acidente de trabalho ¹ 1,0 a 3,0 Salário Educação 2,5 Senai/Senac 1,0 Sesi/Sesc 1,5 Adicional para o Incra 0,2 Sebrae 0,6 Total 26,8 a 28,8 Fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS) 8,0 Total dos encargos sociais 34,8 a 36,8 2 Exemplo cálculo - encargos sociais: 2 Depende do grau de risco da atividade da empresa, como segue: - Risco considerado leve: 1% / - Risco considerado médio:2% / - Risco considerado grave:3% 2 20 Base de cálculo INSS e FGTS: Salário sócio (pró-labore): $510,00 Salário funcionários: $1.200,00 INSS: Previdência social - INSS 20% $342,00 SAT 2% $24,00 Outros 5,8% $69,60 INSS a recolher (parte empresa) $435,60 FGTS 8% : $96,00 Total dos encargos sociais $531,60 ($510+$1.200) x 20% $1.200 x 2% $1.200 x 5,8% $1.200 x 8% Outros itens que oneram a folha de pagamento: Décimo terceiro salário; Férias remuneradas; Adicional de 1/3 das férias; Aviso prévio indenizado; Repouso semanal remunerado; Indenização compensatória de 50% sobre o saldo do FGTS; Vale transporte; Vale refeições; Acréscimo do salário nas horas- extras etc. ASPECTOS DAS PROVISÕES PARA FÉRIAS E 13º SALÁRIO A Legislação Trabalhista concede aos funcionários das empresas diversos benefícios adicionais aos salários. Citam-se como exemplos, entre outros, os relacionados com as férias e 13º salário. Os valores provisionados para férias e 13º salário, bem como os correspondentes encargos sociais, devem ser registrados contabilmente como: Custo da produção, referente à mão-de-obra direta e indireta utilizada na fábrica, incluindo os gerentes, supervisores, engenheiros etc; ou Despesa operacional, referente ao pessoal dos departamentos administrativos, comerciais e financeiros. Nas empresas que possuem a contabilidade por departamento – ou centro de custos – os custos e as despesas são registrados para cada um dos setores da organização. Caso prático – Constituição da provisão para férias e 13º salário 21 Os 200 operários de uma indústria, cuja folha de pagamento mensal totaliza $ 651.840 entre salários e encargos sociais, trabalham de janeiro a novembro e saem de férias em dezembro, quando recebem, além do salário normal, o 13º salário a que têm direito. Se o contador não constituir, mês a mês, provisões para férias e 13º salário, teremos as seguintes distorções na apuração dos custos de produção e, consequentemente, na valorização dos estoques de produtos acabados, na apuração dos custos de produtos vendidos e nos resultados mensais: Supondo, por exemplo, que a produção média mensal foi de 5.000 unidades, conclui-se que cada unidade teve um custo de $ 130,37 de mão-de-obra, ou seja, o total mensal da folha, $ 651.840 divididos por 5.000 unidades; Custo mão-de-obra apropriado a cada unidade produzida sem as provisões de férias e 13º. salário Total mensal da folha + Encargos Sociais (INSS + FGTS) Produção média mensal Custo mão-de-obra apropriado a cada unidade produzida $ 651.840 5.000 unidades $ 130,37 Esse cálculo ($ 130,37) , no entanto, não está correto, visto que cada mês transcorrido deu direito aos funcionários aos benefícios de mais 1/12 + 1/3 relativo a férias e 1/12 do 13º salário, ou seja, o custo mensal com mão-de-obra não é somente $ 651.840, mas os $ 651.840 mais férias (1/12 + 1/3) e 13º salário (1/12). Além disso, também faz parte do custo mensal os encargos sociais sobre as provisões de férias e 13º. salário, que somaria $ 778.586,67. Salário Funcionários INSS 27,80% FGTS 8,00% Provisões Total Férias 13o. Salário salários + Férias INSS (27,8%) FGTS (8%) 13o. Salário INSS (27,8%) FGTS (8%) encargos sociais $480.000,00 $133.440,00 $38.400,00 $40.000,00 $11.120,00 $3.200,00 $40.000,00 $11.120,00 $3.200,00 + provisões $13.333,33 $3.706,67 $1.066,67 $480.000,00 $133.440,00 $38.400,00 $53.333,33 $14.826,67 $4.266,67 $40.000,00 $11.120,00 $3.200,00 $778.586,67 OLIVEIRA; PEREZ JR., 2005. (ADAPTADO) Total das provisões: $ 126.746,67 Refazendo o cálculo do custo da mão-de-obra para cada unidade produzida, na hipótese da constituição mensal das referidas provisões, obtém-se o custo unitário médio de $ 155,72, ou seja, $ 778.586,67 divididos por 5.000 unidades. Custo mão-de-obra apropriado a cada unidade produzida com as provisões de férias e 13º. salário Total mensal da folha + Encargos Sociais (INSS + FGTS) + Provisões férias e 13º salário Produção média mensal Custo mão-de-obra apropriado a cada unidade produzida $ 778.586,67 5.000 unidades $ 155,72 22 COMPARAÇÃO DO CUSTO UNITÁRIO DE MÃO-DE-OBRA SEM E COM PROVISÕES DE FÉRIAS E DE 13º SALÁRIO Sem as provisões de férias e 13º. salário Com as provisões de férias e 13º. salário Diferença Custo mão-de-obra apropriado a cada unidade produzida $ 130,37 $ 155,72 $ 25,05 19,44% O contador deve, como demonstrado, constituir mensalmente a provisão de $126.746,67³, no período de janeiro a dezembro, para fazer face, contabilmente falando, aos custos com férias e 13º. salário. 3 Continuação do exemplo: cálculo das provisões de férias e de 13º salário: Base de cálculo provisões de férias e de 13º salário: Salário funcionários: $ 1.200,00 Salário Provisões Total Férias 13o. Salário Férias INSS (27,8%) FGTS (8%) 13o. Salário INSS (27,8%) FGTS (8%) provisões $1.200,00 $100,00 $27,80 $8,00 $100,00 $27,80 $8,00 $33,33 $9,27 $2,67 $1.200,00 $133,33 $37,07 $10,67 $100,00 $27,80 $8,00 $316,87 Continuação do exemplo: demonstrativo dos salários, dos encargos e das provisões de férias e de 13º salário: Salário sócio Salário INSS FGTS Provisões Total (pró-labore) Funcionários 27,80% 8,00% Férias 13o. Salário salários + Férias INSS (27,8%) FGTS (8%) 13o. Salário INSS (27,8%) FGTS (8%) encargos sociais$510,00 $1.200,00 $435,60 $96,00 $100,00 $27,80 $8,00 $100,00 $27,80 $8,00 + provisões $33,33 $9,27 $2,67 $510,00 $1.200,00 $435,60 $96,00 $133,33 $37,07 $10,67 $100,00 $27,80 $8,00 $2.558,47 3 Somatória das provisões: $53.333,33+$14.826,67+$4.266,67+$40.000,00+$11.120,00+$3.200,00 23 EXERCÍCIOS (4) CUSTO DA MÃO-DE-OBRA – SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS 01) O gestor de uma empresa prestadora de serviços solicitou ao contador os relatórios contábeis referentes à folha de pagamento do centro de custos - serviços prestados, para levantamento do custo da mão-de-obra no mês de fevereiro/2008. Os relatórios enviados foram os seguintes: 24 ════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ 29/02/2008 RESUMO DOS TOTAIS DA FOLHA DE PAGAMENTO DE : FEVEREIRO/2008 18:13:02 060 - ON-LINE EQUIP.DE INFORMATICA E SUPR.LTDA Pág.: 001 ════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ ──────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── TOTAL GERAL : ──────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── FOLHA NORMAL 001 - Salario Contratual : 520,00 (1 funcs.) 094 - Vale Transporte : 31,20 (1 funcs.) 400 - Retirada Pro-Labore : 380,00 (1 funcs.) 520 - Desconto INSS : 41,60 (1 funcs.) 500 - Salario Familia : 16,26 (1 funcs.) 526 - INSS Contr. Individual : 41,80 (1 funcs.) INSS => BASE: 520,00 IMPOSTO: 41,60 PREVIDÊNCIA => BASE: 0,00 IMPOSTO: 0,00 RCI => BASE: 380,00 IMPOSTO: 41,80 IRRF NORMAL => BASE: 816,60 IMPOSTO: 0,00 IRRF FERIAS => BASE: 0,00 IMPOSTO: 0,00 IRRF 13o => BASE: 0,00 IMPOSTO: 0,00 TOTAL DE VENCIMENTOS : 916,26C FGTS => BASE: 520,00 IMPOSTO: 41,60 TOTAL DE DESCONTOS : 114,60D CONTR.SOCIAL=> BASE: 0,00 IMPOSTO: 0,00 TOTAL LIQUIDO : 801,66C PIS (*) => BASE: 0,00 IMPOSTO: 0,00 ──────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── Terezinha Nair de Oliveira / Mastermaq Softwares ════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ 29/02/2008 PROVISÄO ACUMULADA DE FERIAS - ATE O DIA : 29/02/2008 18:14:26 060 - ON-LINE EQUIP.DE INFORMATICA E SUPR.LTDA Pág.: 001 ════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ | FUNCIONÁRIO | FÉRIAS - AVOS | DIAS | SAL. MENSAL | SAL.FÉRIAS | ENCARGOS | FGTS | ════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ |000002-BERNARDO GUIMARAES | 01/02/08 - 01 |002.50| 520,00 | 57,78 | 16,06 | 4,62 | ──────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── | TOTAIS GERAL | 520,00 | 57,78 | 16,06 | 4,62 | ──────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── Terezinha Nair de Oliveira / Mastermaq Softwares ════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ 29/02/2008 PROVISÄO ACUMULADA DE 13º SALARIO - MES : FEVEREIRO/2008 18:14:42 060 - ON-LINE EQUIP.DE INFORMATICA E SUPR.LTDA Pág.: 001 ════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ | CODIGO | NOME | ADMIS. - AVOS | SAL. MENSAL | 13o. SAL. | ENCARGOS | FGTS | ════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ | 000002 | BERNARDO GUIMARAES | 01/02/08 - 01 | 520,00 | 43,33 | 12,03 | 3,47 | ──────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── | TOTAIS GERAL | 520,00 | 43,33 | 12,03 | 3,47 | ──────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── Terezinha Nair de Oliveira / Mastermaq Softwares ON-LINE Serviços de Informática Ltda. ON-LINE Serviços de Informática Ltda. ON-LINE Serviços de Informática Ltda. 25 ═══════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ 28/02/2008 RESUMO P/ CONTABILIZAÇÄO DE INSS DE : Fevereiro/2008 18:00:06 060 - ON-LINE EQUIP.DE INFORMATICA E SUPR.LTDA Pág.: 001 ═══════════════════════════════════════════════════════════════════════════════ MATRIZ - MOVIMENTO : 02/2008 ─────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── FUNCIONARIOS : No. Funcionários : 1 No. Contratados : 0 No. Contribuintes Individuais : 1 No. Fretes e Carretos : 0 Contribuiçäo Funcionários : 520,00 41,60 Contribuiçäo Contratados : 0,00 Contribuinte Individual : 380,00 41,80 Fretes e Carretos (BC Reduzida): 0,00 0,00 CONTRIBUIÇÄO RECOLHIDA....................................: 83,40 EMPRESA : Contrib. Empresa (20,00%) : 520,00 104,00 Pró-Labore : 380,00 76,00 Autônomos/Carreteiros (15,00%) : 0,00 0,00 Autônomos/Carreteiros (20,00%) : 0,00 0,00 Vl. NF Cooperados (15,00%) : 0,00 0,00 CONTRIBUIÇÄO EMPRESA......................................: 180,00 TERCEIROS: Terceiros (5,80%) : 520,00 30,16 Terceiros Contratados (5,80%) : 0,00 0,00 Salário Contrib. Motorista : 0,00 Salário Contrib. Carreteiro : 0,00 SEST/SENAT (2,5%) : 0,00 CONTRIBUIÇÄO TERCEIROS....................................: 30,16 SAT : SAT (2,00%) : 520,00 10,40 SAT Contratados (2,00%) : 0,00 0,00 Aposentadoria Espec.(14,00%) : 0,00 0,00 Aposentadoria Espec.(11,00%) : 0,00 0,00 Aposentadoria Espec.(8,00%) : 0,00 0,00 Apos.Espec.Cooperado(0,00%) : 0,00 0,00 CONTRIBUIÇÄO SAT..........................................: 10,40 CORREÇÄO MONETARIA........................................: 0,00 JUROS/MULTAS..............................................: 0,00 SUB-TOTAL.................................................: 303,96 Deduçöes : Salário Família : 16,26 Salário Maternidade : 0,00 Auxílio Natalidade : 0,00 Valor de Compensaçäo : 0,00 Guias Ant. Sal.Fam./Sal.Mat./OS: 0,00 16,26 LíQUIDO.................................................... 287,70 Outras Deduçöes (Valores deduzidos nas parcelas da Guia) : Deduçäo OS/INSS/DAF 195 : 0,00 Deduçäo Filantropia (0,00%) : 0,00 0,00 ─────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── Terezinha Nair de Oliveira / Mastermaq Softwares ON-LINE Serviços de Informática Ltda. 26 Com base nas informações fornecidas e supondo ser você o gestor da empresa, calcule o custo da mão-de-obra no período. 02) Uma empresa fabricante de móveis para escritório, produziu em um determinado mês 20 mesas do modelo WS001. Os custos de fabricação incluem matérias-primas e diversos itens fabris no valor total de R$ 15.000, mais salários contratuais de R$ 3.500 sem encargos e provisões de férias e 13º salários, que deverão ser calculados para o levantamento dos custos totais de produção. Sobre o valor da mão-de-obra incidem INSS (28,8%), FGTS (8%), férias, 13º. salário e encargos sociais respectivos. Considerando as informações supra citadas, encontre o custo unitário total de cada mesa fabricada no período. 27 (5) ESQUEMA BÁSICO DE CONTABILIDADE CUSTOS - DEPARTAMENTALIZAÇÃO Departamentalização de uma empresa é a sua divisão em áreas distintas, de acordo com as atividades desenvolvidas em cada uma dessas áreas. Dependendo da nomenclatura utilizada nas empresas, essas áreas podem ser chamadas de departamentos, setores ou centros de custos. Exemplos de departamentos: Departamentalização e Rateio dos Custos Fase Um Departamento de prensa Fase Dois Departamento de montagem Fase Três Departamento de pintura e acabamento Matérias-primas Mão-de-obra direta Mão-de-obra indireta Materiais indiretos Demais custos de produção ExpediçãoTransportesMarketingVendasComerciais PessoalJurídicoTesourariaContabilidadeAdministrativos ManutençãoMontagemUsinagemPrensaIndustriais ExpediçãoTransportesMarketingVendasComerciais PessoalJurídicoTesourariaContabilidadeAdministrativos ManutençãoMontagemUsinagemPrensaIndustriais 28 Quadro 1 Suponhamos que uma empresa, produzindo três produtos, D, E e F, tenha já alocado a eles os seguintes custos diretos: Produto D $ 50.000 Produto E $ 30.000 Produto F $ 45.000 Total $ 125.000 Estão agora para ser alocados os Custos Indiretos seguintes: Depreciação de Equipamentos $ 20.000 Manutenção de Equipamentos $ 35.000 Energia Elétrica $ 30.000 Supervisão de Produção $ 10.000 Outros Custos Indiretos $ 20.000 Total $ 115.000 Devido à grande preponderância de Custos Indiretos ligados a equipamentos (depreciação, manutenção, energia), decide-se então fazer a distribuição aos diversos produtos com base no tempo de horas-máquina que cada um leva para ser feito. Produto D 400 horas-máquina – 40% Produto E 200 horas-máquina – 20% Produto F 400 horas-máquina – 40%__ Total 1.000 horas-máquina – 100% Portanto, a atribuição dos Custos Indiretos e o cálculo do Custo Total ficariam: (Custo Indireto médio por hora-máquina = $ 115.000 / 1.000 hm = $ 115/hm) Entretanto, observa-se o seguinte: O produto D gasta um total de 400hm, distribuídos nos setores de Corte, Montagem e Acabamento; O produto E só passa pelo setor de Corte, não necessitando nem de Montagem nem de Acabamento; Custos Indiretos Custos Diretos Total $ % $ $ Produto D 46.000 40 50.000 96.000 Produto E 23.000 20 30.000 53.000 Produto F 46.000 40 45.000 91.000 Total 115.000 100,00 125.000 240.000 29 Quadro 2 Quadro 3 Quadro 4 E o produto F passa apenas pelos setores de Montagem e de Acabamento, não necessitando passar pelo corte; A distribuição total é assim levantada: Verifica-se, também, que o gasto com os Custos Indiretos de Produção não é uniforme entre os setores, distribuindo-se: Podemos agora efetuar uma apropriação dos Custos Indiretos de forma mais adequada, levando em conta o tempo de cada produto em cada Departamento (Quadro 2) e o Custo por hora- máquina de cada Departamento (Quadro 3). Corte Hm Montagem hm Acabamento hm Total hm Produto D 100 50 250 400 Produto E 200 - - 200 Produto F - 250 150 400 Total 300 300 400 1.000 Corte $ Montagem $ Acabamento $ Total $ Depreciação 10.000 3.000 7.000 20.000 Manutenção 20.000 3.000 12.000 35.000 Energia 6.000 4.000 20.000 30.000 Supervisão 5.000 2.000 3.000 10.000 Outros C.I. 4.000 3.000 13.000 20.000 Total 45.000 15.000 55.000 115.000 Custo Médio por Hora-Máquina $ 45.000/300hm = $ 150/hm $ 15.000/300hm = $ 50/hm $ 55.000/400hm = $ 137,50/hm $ 115.000/1.000hm = $ 115/hm Corte Montagem Acabamento Total Produto D 100 hm x $ 150/hm = $ 15.000 50 hm x $ 50/hm = $ 2.500 250 hm x $ 137,50/hm = $ 34.375 $ 51.875 Produto E 200 hm x $ 150/hm = $ 30.000 - - $ 30.000 Produto F - 250 hm x $ 50/hm = $ 12.500 150 hm x $ 137,50/hm = $ 20.625 $ 33.125 30 Quadro 5 Podemos fazer uma comparação entre os valores dos Custos Indiretosalocados a cada produto sem a Departamentalização e com a Departamentalização, usando os quadros 1 e 4: Na alocação dos Custos Indiretos com base na Departamentalização são cometidas menos injustiças e diminuídas as chances de erros maiores. Vantagens da departamentalização: * Atribuições de responsabilidade por departamento; * Tomadas de decisões – Exemplo: eliminar um determinado departamento e passar a fazer fora parte do processo de produção – se mais econômica. Total $ 45.000 $ 15.000 $ 55.000 $ 115.000 Custos Indiretos Diferença Sem Departamentalização (Quadro 1) Com Departamentalização (Quadro 4) Em $ Em % Produto D $ 46.000 $ 51.875 $ 5.875 12,8% Produto E $ 23.000 $ 30.000 $ 7.000 30,4% Produto F $ 46.000 $ 33.125 ($ 12.875) (28,0%) Total $ 115.000 $ 115.000 - - 31 (5) ESQUEMA BÁSICO DE CONTABILIDADE CUSTOS – DEPARTAMENTALIZAÇÃO EXERCÍCIOS 01) A empresa Unipac fabricante dos produtos D, E e F, alocou os seguintes custos diretos a cada um deles: Custos Diretos Valor R$ Produto D 25.000,00 Produto E 15.000,00 Produto F 22.500,00 Total 62.500,00 Os custos indiretos descritos a seguir precisam de ser alocados: Custos Indiretos Valor R$ Depreciação de Equipamentos 10.000,00 Manutenção de Equipamentos 17.500,00 Energia Elétrica 15.000,00 Supervisão da Produção 5.000,00 Outros Custos Indiretos 10.000,00 Total 57.500,00 O tempo de horas-máquina que cada produto leva para ser feito é o seguinte: Produto D 200 horas-máquina - 40% Produto E 100 horas-máquina - 20% Produto F 200 horas-máquina - 40% Total 500 horas-máquina- 100% 32 Observação 1: O produto D gasta um total de 200 hm, distribuídos nos setores de Corte, Montagem e Acabamento. O produto E gasta um total de 100 hm, e só passa pelo setor de corte, não necessitando dos demais setores. O produto F gasta um total de 200 hm, e passa apenas pelos setores de Montagem e de Acabamento. A distribuição total é assim levantada: Corte Montagem Acabamento Total hm hm hm hm Produto D 50 25 125 200 Produto E 100 100 Produto F 125 75 200 Total 150 150 200 500 Observação 2: Os gastos com os Custos Indiretos de Produção não são uniformes entre os setores, distribuindo- se: Custos Indiretos Corte $ Montagem $ Acabamento $ Total $ Depreciação de Equipamentos 5.000,00 1.500,00 3.500,00 10.000,00 Manutenção de Equipamentos 10.000,00 1.500,00 6.000,00 17.500,00 Energia Elétrica 3.000,00 2.000,00 10.000,00 15.000,00 Supervisão da Produção 2.500,00 1.000,00 1.500,00 5.000,00 Outros Custos Indiretos 2.000,00 1.500,00 6.500,00 10.000,00 Total 22.500,00 7.500,00 27.500,00 57.500,00 1) Pede-se : a) Fazer a apropriação dos custos indiretos com base no tempo de horas-máquina que cada produto leva para ser feito. b) Calcular o custo total de cada produto. 2) Pede-se: a) Com base na departamentalização, aproprie os Custos Indiretos a cada produto. b) Calcular o custo total de cada produto, com base na departamentalização. c) Fazer um quadro comparativo dos Custos Indiretos com e sem departamentalização, demonstrando a diferença em $ e %. 33 02) A Cia. Postes Reis produz postes de cimento em três tamanhos: nº 0, nº 1 e nº 2, apresentando os seguintes custos diretos: Os custos indiretos descritos a seguir precisam ser alocados: Custos Indiretos Valor R$ Depreciação de Equipamentos 375,00 Salários da Fábrica 3.300,00 Energia Elétrica 1.275,00 Seguros da fábrica 930,00 Manutenção de Equipamentos 585,00 Total 6.465,00 O tempo em horas que cada produto leva para ser feito é o seguinte: Poste nº 0 21 horas 43,75% Poste nº 1 9 horas 18,75% Poste nº 2 18 horas 37,50% Total 48 horas 100,00% Observação 1: Custos Diretos Valor R$ Poste nº 0 3.000,00 Poste nº 1 1.500,00 Poste nº 2 2.550,00 Total 7.050,00 34 O Poste nº 0 gasta um total de 21 horas, distribuídos nos setores de Prensa, Montagem e Acabamento. O Poste nº 1 gasta um total de 9 horas, e só passa pelo setor de acabamento, não necessitando dos demais setores. O Poste nº 2 gasta um total de 18 horas, e passa apenas pelos setores de Montagem e de Acabamento. A distribuição total é assim levantada: Prensa Montagem Acabamento Total hora hora hora hora Poste nº 0 5 4 12 21 Poste nº 1 9 9 Poste nº 2 12 6 18 Total 5 16 27 48 Observação 2: Os gastos com os Custos Indiretos de Produção não são uniformes entre os setores, distribuindo- se: Custos Indiretos Prensa $ Montagem $ Acabamento $ Total $ Depreciação de Equipamentos 187,50 56,25 131,25 375,00 Salários da Fábrica 1.485,00 495,00 1.320,00 3.300,00 Energia Elétrica 255,00 701,25 318,75 1.275,00 Seguros da fábrica 325,50 325,50 279,00 930,00 Manutenção de Equipamentos 117,00 234,00 234,00 585,00 Total 2.370,00 1.812,00 2.283,00 6.465,00 1) Pede-se : a) Fazer a apropriação dos custos indiretos com base na quantidade de horas que cada produto leva para ser feito. b) Calcular o custo total de cada produto. 2) Pede-se: a) Com base na departamentalização, aproprie os Custos Indiretos a cada produto. b) Calcular o custo total de cada produto, com base na departamentalização. c) Fazer um quadro comparativo dos Custos Indiretos com e sem departamentalização, demonstrando a diferença em $ e %. 35 (06) SISTEMAS DE CUSTEIO 4 A correta identificação dos custos e das despesas a cada unidade produzida ou serviço oferecido, bem como das mercadorias adquiridas é necessária para que a entidade possa conhecer os seus gastos em relação às vendas, tomar decisões e controlar o que foi determinado. Os sistemas de custeios, que são formas ou métodos de apropriação de custos e de despesas tratam do processamento dos dados e das informações mais adequadas às necessidades da empresa para esse fim. Segundo Martins (2003, p.36) “custeio significa apropriação de Custos.” Assim, existem custeio por absorção, custeio direto ou variável, custeio pleno ou integral, custeio baseado em atividades, entre outros. É importante ressaltar e lembrar, que muitas vezes a bibliografia de custos utiliza conceitos e termos específicos das empresas industriais, mas que de fato são aplicados a todos os segmentos de mercado. Portanto, os métodos de custeio são aplicáveis a todos os tipos de empresas, industrial, comercial ou prestação de serviços. 4 OLIVEIRA, Terezinha Nair de. Custos: Sistemas de Custeio. In: OLIVEIRA, Terezinha Nair de. ANÁLISE DE CUSTOS DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS COMO FERRAMENTA DE AUTO-SUSTENTABILIDADE: o caso da Incubadora de Empresas de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais. Pedro Leopoldo, 2009. 110 p. (Dissertação de Mestrado em Administração). 36 6.1 Custeio por absorção O custeio por absorção, conforme relata Ferreira (2007), pode ser encontrado na literatura com outras denominações, como custeio pleno ou custeio convencional, custeio tradicional, custeio global, custeio total ou custeio integral. Porém,a terminologia custeio por absorção é considerada a mais adequada, pelo fato de que os custos industriais são absorvidos na sua totalidade pelos bens produzidos. Martins (2003, p. 37) relata que o custeio por absorção “consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.” (FIG. 4 e 5). FIGURA 4 – Custeio por absorção – empresas de Manufatura Fonte: MARTINS, 2003, p. 37. Custeio por Absorção Empresas de Manufatura Custos Estoque de produtos Despesas Demonstração de Resultados Receita CPV Lucro Bruto Despesas Lucro Operacional Venda Custeio por Absorção Empresas de Manufatura Custos Estoque de produtos Despesas Demonstração de Resultados Receita CPV Lucro Bruto Despesas Lucro Operacional Venda Custeio por Absorção Empresas Prestadoras de Serviços CustosDespesas Demonstração de Resultados Receita CPV Lucro Bruto Despesas Lucro Operacional Prestação de Serviços Custeio por Absorção Empresas Prestadoras de Serviços CustosDespesas Demonstração de Resultados Receita CPV Lucro Bruto Despesas Lucro Operacional Prestação de Serviços 37 FIGURA 5 – Custeio por absorção– empresas prestadoras de serviços Fonte: MARTINS, 2003, p. 37. O conceito de Martins (2003) sobre o custeio por absorção especifica de forma genérica os custos, enquanto Santos et al. (2006, v. 22), definem analiticamente este gasto ao descreverem que nesse tipo de custeio todos os custos são apropriados aos produtos ou aos serviços, tanto os fixos como os variáveis, ou então tanto os diretos como os indiretos. Oliveira e Perez Jr. (2005, p.123) também definem igualmente esse critério de apropriação de custos, ao afirmarem que no “custeio por absorção, todos os custos de produção são alocados aos bens ou serviços produzidos, o que compreende todos os custos variáveis, fixos, diretos e indiretos.” Ferreira (2007, p. 158) corrobora com estes autores ao definir que “esse critério considera como componentes do custo industrial todos os elementos direta ou indiretamente ligados à produção.” Acrescenta ainda que esse método apropria todos os custos à produção de um determinado período, sendo que, os gastos não ligados à produção serão excluídos, como acontece com as despesas. Segundo, Oliveira e Perez Jr. (2005), ao separar as despesas dos custos deve-se apropriá-las diretamente ao resultado do exercício. A principal característica do custeio por absorção é a separação dos gastos entre custos e despesas. As despesas operacionais e as despesas relativas ao custo das vendas, tecnicamente denominadas de custos de vendas, são apropriadas ao resultado do período, enquanto os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos são ativados nos estoques destes produtos. 38 A FIG. 6 retrata a segregação entre custos e despesas, para apurar resultados com base no custeio por absorção e demonstrar os estoques de produtos em elaboração e de produtos acabados ativados. FIGURA 6 – Fluxo global de custos e despesas no custeio por absorção Fonte: OLIVEIRA; PEREZ JR., 2005, p. 123, adaptado. Esse sistema oferece dados para a formação do preço de vendas, o chamado preço de dentro para fora, porém, com o visível aumento da competitividade, à medida que avança a globalização da economia, quem dita preços, não é mais a composição dos custos, e sim o mercado. (SANTOS et al., 2006, v. 22). Entretanto, o custeio por absorção tem outras abrangências além do preço de venda, ele é um dos sistemas aceitos pela legislação tributária brasileira do imposto de renda. (SANTOS et al., 2006, v. 22). Custeio direto (ou custeio variável) O custeio direto ou variável é definido por Martins (2003, p.198) como aquele em que “só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado, para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis”. Gastos Custos Diretos Indiretos Produtos em Elaboração Rateio Produtos Acabados Estoque Final Venda (-) CPV (-) Despesas + Receitas Resultado Despesas CPV Custo do Produto Vendido Ativo Gastos Custos Diretos Indiretos Produtos em Elaboração Rateio Produtos Acabados Estoque Final Venda (-) CPV (-) Despesas + Receitas Resultado (-) CPV (-) Despesas + Receitas Resultado Despesas CPV Custo do Produto Vendido Ativo 39 Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2008) como nesse sistema os custos fixos não são considerados na avaliação dos estoques em processo e acabados, não é um critério plenamente consagrado. Porém, é um método que tem inúmeros méritos, particularmente para fins gerenciais, por permitir melhor análise do desempenho empresarial. Portanto, este sistema só considera como custo do produto os custos variáveis utilizados no processo produtivo, sendo assim, os custos fixos são considerados como se fossem despesas do período, pois estes custos independem do volume de produção. 6.3 Custeio pleno (ou custeio integral) Santos (1999, p.66) descreve que o sistema de custeio pleno ou integral “caracteriza-se pela apropriação de todos os custos e despesas aos produtos fabricados. Esses custos e despesas são custos diretos e indiretos, fixos e variáveis, de comercialização, de distribuição, de administração em geral etc”. Esse método é também conhecido no Brasil pela sigla RKW que é a abreviação da expressão alemã Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit e que segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2008, p. 379) é o método que “consiste em ratear, aos produtos, todos os gastos da empresa; não só custos, mas também despesas comerciais, administrativas e até mesmo as despesas financeiras e os juros sobre o capital próprio são incluídos.” Segundo Santos et al. (2006, v.23) nesse sistema, aos produtos, às mercadorias e aos serviços, além dos custos, também são imputadas as despesas. A FIG. 7 representa a formação do custo integral: ESQUEMA BÁSICO DO CUSTEIO PLENO (INTEGRAL) Custo variável + custo fixo (ou custo direto + custo indireto) = custo total -------------------------------------------------------------------------------- Despesas variáveis + despesas fixas (ou despesas diretas + despesas indiretas) = despesas totais -------------------------------------------------------------------------------- = soma (custos + despesas) = custo total 40 -------------------------------------------------------------------------------- Receita -------------------------------------------------------------------------------- = resultado: lucro ou prejuízo [receita (–) custos (–) despesas] FIGURA 7 – Esquema básico do custeio pleno ou integral Fonte: SANTOS et al. (2006, p. 61, v23), adaptado. Santos et al. (2006, p. 62, v.23) exemplificam o custeio por pleno ou integral, através da simulação dos seguintes dados: Empresa: Ômega; - Receita de vendas $ 100.000; - Consumo de matéria-prima $ 15.000; - Mão-de-obra direta $ 25.000; - Custos indiretosde fabricação variáveis $ 10.000; - Custos indiretos de fabricação fixos $ 2.000; - Despesas indiretas de administração $ 7.000; - Despesas de distribuição $ 3.000; - Despesas de vendas $ 11.000. Assim, no custeio pleno ou integral, o custo total dos produtos e o resultado são calculados de acordo com o apresentado na FIG. 8. FIGURA 8 – Exemplificação do custeio pleno ou integral Fonte: SANTOS et. al (2006, p. 61, v23), adaptado. O custeio pleno ou integral conforme Beuren, Sousa e Raupp (2006) é basicamente utilizado para fins de controle dos custos e análise gerencial. Sua importância está em auxiliar o gestor no Matéria - prima 15.000 Mão-de-obra direta 25.000 Custos indiretos de fabricação 12.000 (10.000+2.000) Custo de produção 52.000 Despesas administrativas 7.000 Despesas de distribuição 3.000 Despesas de vendas 11.000 Despesas totais 21.000 Custo total do produto 73.000 (52.000 + 21.000) Receita de venda 100.000 Custo total do produto (73.000) Resultado (Lucro) 27.000 41 controle e planejamento do total dos custos e despesas, bem como facilita a minimização dos gastos totais de uma empresa num determinado período. 6.4 Custeio baseado em atividades (ABC) O Custeio Baseado em Atividades, conhecido como ABC (Activity Based Costing), é um método de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. É um instrumento de análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma empresa. Nos últimos tempos, vem ocorrendo uma grande diversidade de produtos e modelos fabricados na mesma planta, principalmente em alguns setores industriais, fato esse que vem exigir melhor alocação dos custos indiretos. Daí a importância de um tratamento adequado na alocação dos CIP aos produtos e serviços, pois os mesmos graus de arbitrariedade e de subjetividade eventualmente tolerados no passado podem provocar hoje enormes distorções. Aspectos Conceituais a. Custeio ABC Conceitualmente, é uma técnica de controle e alocação de custos que permite: * Identificar as atividades e os processos existentes nos setores produtivos de uma organização industrial ou prestadora de serviços; * Identificar, analisar e controlar os custos envolvidos nessas atividades e processos; * Atribuir os custos aos produtos, tendo como parâmetros a utilização dos direcionadores (ou geradores) de custos e de atividades. b. Atividade 42 É qualquer evento que consome recursos da empresa. Uma atividade é uma combinação de recursos humanos, materiais tecnológicos e financeiros para produzir bens e serviços. É composta por um conjunto de tarefas necessárias a seu desempenho. As atividades são necessárias para a concretização de um processo, que é uma cadeia de atividades correlatas e inter-relacionadas. Exemplos de atividades: Atividades do Departamento de Suprimentos: * Selecionar e treinar compradores; * Selecionar e contatar os fornecedores; * Efetuar as coletas e cotações de preços; * Digitar e enviar os pedidos de compras; * Acompanhar o atendimento dos pedidos; * Verificar a execução das compras e baixar os pedidos atendidos; * Efetuar as estatísticas e relatórios de compras. Atividades do Departamento de Tornearia e Solda: * Cortar e dobrar as chapas; * Tornear peças; * Soldar; * Dar o acabamento. c. Processo Conjunto de atividades logicamente relacionadas e coordenadas visando à obtenção de resultados, para as quais são consumidos recursos. Exemplos: * Processo de seleção e recrutamento de mão-de-obra; * Processo produtivo da Usinagem; * Processo de vendas; * Processo de pagamentos e cobranças; * Processo de escrituração fiscal; * Processo de emissão e cobrança dos boletos das mensalidades de uma universidade; * Processo de montagem de bicicletas; * Processo de montagem de automóveis; 43 d. Direcionadores (ou geradores) de custos Parâmetros de atividades, por meio dos quais são identificados e avaliados os recursos gastos na execução de uma atividade. Exemplos: * Quantidade de horas-máquinas necessárias para o beneficiamento de uma peça; * Quantidade de mudanças nos moldes e chapas da estamparia; * Quantidade de requisições de matérias-primas ou componentes; * Quantidade de alunos de uma universidade. e. Direcionadores de atividades Parâmetros de atividades, mediante os quais são identificadas e avaliadas as atividades consumidas no desenvolvimento de um processo. Exemplos: * Quantidade de peças beneficiadas para determinado produto; * Quantidade de peças estampadas; * Quantidade de matérias-primas ou componentes consumidos no processo; * Quantidade de alunos matriculados. CASO PRÁTICO DE APLICAÇÃO DO CUSTEIO ABC EM UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS A. Apresentação do Caso Prático Determinada empresa de Contabilidade possui cerca de 240 clientes, de médio porte, prestando assessoria em três áreas principais: Contabilidade, Escrituração Fiscal e Departamento de Pessoal. Em junho, o sócio principal, nomeou um Gerente para cada área, com o salário mensal de $ 5.000. Além desse salário fixo, cada gerente irá receber uma parte variável equivalente a 5% do lucro de sua área, antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social. O Demonstrativo do Resultado de junho, que será utilizado como base para o cálculo da parte variável dos salários dos Gerentes no segundo semestre, foi elaborado como segue: 44 DRE Contabilidade Escrituração Fiscal Depto. de Pessoal Faturamento 430.000 300.000 250.000 Custos Diretos Salários e encargos sociais, excluindo a participação dos gerentes nos resultados 230.000 180.000 160.000 Custos Indiretos 138.000 108.000 96.000 Total dos Custos de Junho 368.000 288.000 256.000 Resultado de cada área 62.000 12.000 (6.000) Observações: 1. No momento da apresentação de cada proposta, o Gerente de cada área faz seu orçamento, para efeito de cobrança de honorários. Dessa maneira, torna-se fácil a obtenção da informação referente ao valor do faturamento (receitas) de cada área; 2. No mês de junho, o total dos custos indiretos foi de $ 342.000; 3. O sócio principal apropriou os custos indiretos com base nos custos diretos de cada área, por considerar um critério justo. Em sua visão, a área com o maior custo de mão-de-obra direta deve responder por uma parcela maior dos custos indiretos. 4. O Gerente da área do Departamento de Pessoal, não concorda com o resultado apurado para sua área, alegando que seu pessoal é eficiente, não consumindo tantos custos indiretos como as demais áreas. Para provar sua opinião, efetuou um levantamento das atividades relevantes de todo o escritório, bem como da quantidade dos direcionadores de custos para o mês de junho, obtendo
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