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RESUMO Farmacologia Unidade II

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Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
FARMACOLOGIA – UNIDADE II 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
O sistema nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico 
(SNP). A porção motora (eferente) do sistema nervoso pode ser subdividida em duas partes: 
autônoma e somática. O SNA está ligado às funções a funções viscerais, como débito cardíaco 
(DC), fluxo sanguíneo, digestão, etc. Possui influxos aferentes (sensoriais) – via composta por 
dois neurônios dispostos em série: neurônio pré e pós-ganglionar – que fornecem informações 
relativas aos ambientes interno e externo e modificam o efluxo motor por meio de arcos 
reflexos. Ocorre transmissão química entre as células nervosas, entre elas e suas células 
efetoras. A transmissão química tem lugar por meio da liberação de neurotransmissores dos 
terminais nervosos para dentro da fenda sináptica. O transmissor atravessa a fenda por difusão 
e ativa ou inibe a célula pós-sináptica por ligação a um receptor. Pelo uso de fármacos que 
mimetizam ou bloqueiam as ações dos transmissores químicos, podemos modificar 
seletivamente muitas funções autonômicas. 
Anatomia do SNA 
O SNA é composto por 3 divisões anatômicas: simpática (toracolombar), parassimpática 
(craniossacral) e entérico. Os neurônios das divisões simpática e parassimpática se originam 
em núcleos dentro do SNC e dão origem a fibras eferentes pré-ganglionares, que saem do tronco 
cerebral ou da medula e terminam em gânglios motores. O neurotransmissor de todas as fibras 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
autônomas pré-ganglionares, da maioria das 
fibras parassimpáticas pós-ganglionares e de 
umas poucas fibras simpáticas pós-
ganglionares é a acetilcolina (ACh). As 
fibras adrenérgicas (liberam norepinefrina 
– NE) compreendem a maioria das fibras 
simpáticas pós-ganglionares. 
SIMPÁTICO: luta ou fuga. As fibras pré-
ganglionares deixam o SNC por meio dos 
nervos espinais torácicos e lombares (T1 a 
L3 – toracolombar). A maioria das fibras 
pré-ganglionares simpáticas é curta e 
termina em gânglios localizados nas cadeias paravertebrais (localizadas em cada lado da 
coluna vertebral), as restantes são um pouco mais longas e terminam em gânglios pré-
vertebrais (localizadas na frente das vértebras – superfície ventral da aorta). A partir dos 
gânglios, fibras simpáticas pós-ganglionares correm para os tecidos inervados. 
PARASSIMPÁTICO: repouso e digestão. as sinapses ocorrem nos órgãos-alvo. As fibras 
pré-ganglionares deixam o SNC pelos nervos cranianos (III, VII, IX e X) e pelas raízes nervosas 
espinais sacrais (3ª e 4ª). Algumas fibras parassimpáticas pré-ganglionares terminam em 
gânglios parassimpáticos localizados fora dos órgãos inervados, contudo, a maioria das fibras 
pré-ganglionares parassimpáticas termina em células ganglionares distribuídas difusamente, ou 
em redes nas paredes dos órgãos inervados. 
 
 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
Funções gerais do SNA 
A função integradora do SNA é de vital importância para o bem-estar do organismo, pois esse 
sistema regula a atividade de estruturas que não estão sob controle voluntário e que funcionam 
abaixo do nível de consciência, como respiração, circulação, batimentos cardíacos, 
metabolismo energético, digestão, temperatura corporal, sudorese e secreção glandular. 
Em situações de estresse, a ausência do SNA, torna-se evidente: a temperatura corporal não se 
regula quando a temperatura do ambiente varia; a concentração de glicose no sangue não sobe 
em resposta a uma necessidade urgente; inexistem as respostas compensatórias vasculares à 
hemorragia, privação de oxigênio, excitação e exercício; perde-se resistência à fadiga; etc. 
Luta ou fuga: a FC aumenta; a PA se eleva; mais eritrócitos são despejados na circulação pelo 
baço; o fluxo sanguíneo é desviado para a pele e da região esplâncnica para os músculos 
esqueléticos; a glicemia se eleva; os bronquíolos e as pupilas se dilatam – divisão simpático-
adrenal. 
Repouso e digestão: a FC diminui; a PA diminui; estimula os movimentos e secreções GI; 
ajuda na absorção de nutrientes; protege a retina da luz excessiva; esvazia a bexiga e o reto – 
divisão parassimpática: conservação de energia e manutenção da função dos órgãos durante 
períodos de mínima atividade. 
NEUROTRANSMISSORES 
Biossíntese, liberação e degradação da Acetilcolina 
Síntese: A ACh é sintetizada no 
citoplasma a partir da Acetil – 
CoA (sintetizada nas 
mitocôndrias existentes no 
axônio) e colina (proveniente 
da dieta) por meio da ação 
catalítica da enzima colina 
acetiltransferase – ChAT 
(sintetizada no interior do 
pericárdio e transportada por 
todo o neurônio até a 
terminação axônica). A colina é 
transportada do líquido 
extracelular para o terminal do 
neurônio por um 
cotransportador de Na+-colina 
(simportador que pode ser 
BLOQUEADO pelos fármacos 
hemicolínios). A ACh 
sintetizada é transportada para o 
interior das vesículas por um 
transportador dirigido por 
efluxo de prótons (antiportador 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
H+-ACh que pode ser BLOQUEADO pelo vesamicol). Pode ser armazenada junto com co-
transmissores potenciais como o ATP, VIP e NO, mas a maior parte é ligada ao proteoglicano 
vesicular (VPG) com carga negativa. A síntese de ACh é rápida e a etapa limitadora da síntese 
não é mediada pela enzima ChAT, mas pela disponibilidade da colina no líquido intracelular 
que depende da sua captação. 
Liberação: depende dos níveis de Ca2+ extracelular e ocorre quando um potencial de ação 
atinge o terminal axônico e desencadeia um influxo suficiente de íons cálcio através de canais 
de cálcio voltagem dependentes (CaV). A [Ca2+] intracelular elevada ativa as VAMPS 
(proteínas de membrana associadas à vesículas sinaptotagmina) na membrana da vesícula e as 
SNAPS (Proteínas sinaptossômicas associadas a nervos) na membrana do axônio, 
desencadeando a fusão da vesícula à membrana axônica e a abertura de um poro para dentro da 
sinapse (exocitose) – esse processo pode ser BLOQUEADO pela toxina botulínica que causa 
uma remoção enzimática de aminoácidos de uma ou mais proteínas responsáveis pela fusão das 
vesículas. Uma vez liberada, a ACh pode interagir com mAChR ou nAChR localizados nas 
membranas pós-sinápticas (ativação do órgão efetor) ou nas membranas pré-sinápticas 
(modulação da liberação de ACh) – o nAChR pré-sináptico induz a liberação de mais ACh; já 
os mAChR pré-sinápticos (M2 e M4) inibem a liberação de mais ACh. 
Degradação: toda a ACh liberada se difunde dentro do alcance de uma molécula de 
acetilcolinesterase – AChE (membrana pós-sináptica). A AChE cliva a ACh em acetato e 
colina, cessando a ação do transmissor. A colina produzida pela AChE é recaptada pelo 
simportador Na+-colina na membrana pré-sináptica e será usada novamente na síntese de ACh. 
Biossíntese, armazenamento, liberação e degradação das catecolaminas 
Síntese: ocorre nas terminações nervosas simpáticas e resulta em 
norepinefrina (NE); os neurônios adrenérgicos transportam a 
tirosina (aminoácido aromático percursor presente nos fluidos 
corporais) para dentro da varicosidade, por meio de um 
transportador de aminoácidos aromáticos que utiliza o gradiente 
de Na+, onde é convertida em DOPA (di-hidroxifenilalanina) 
pela tirosina hidroxilase (TH), que é uma enzima citosólica 
ativada após estimulação dos nervos simpáticos ou da medula 
suprarrenal – essa primeira etapa de hidroxilação(ocorre no 
citoplasma) é a principal via para limitação da velocidade de 
biossíntese das catecolaminas, a inibição da TH pode esgotar a 
NE; a conversão da DOPA em dopamina (DA) é catalisada pela 
dopa descarboxilase – etapa de descarboxilação (citoplasma); 
a dopa descarboxilase pode ser INIBIDA pela carbidopa; a 
dopamina é ativamente transportada para o interior das 
vesículas de armazenamento onde é hidroxilada pela dopamina 
β-hidroxilase (DBH) em NE; nos tecidos que produzem 
epinefrina, a NE é metilada em seu grupo amino pela 
feniletanolamina-N-metiltransferase (enzima localizada 
principalmente na medula suprarrenal). As enzimas são 
sintetizadas nos corpos celulares dos neurônios e, então 
transportadas ao longo dos axônios para as suas terminações. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
Armazenamento: a DA é captada 
para o interior das vesículas por um 
transportador vesicular de 
monoaminas (VMAT) – atividade 
pode ser BLOQUEADA pela 
reserpina, resultando em depleção 
dos estoques vesiculares de NE nas 
terminações. O VMAT é um 
antiportador que utiliza o gradiente 
de prótons gerado por uma H+-
ATPase para concentrar a DA no 
interior da vesícula. A NE 
citoplasmática também pode ser 
captada pelo NET – transportador 
de NE dependente dos gradientes de 
Na+. 
Liberação: ocorre mediante 
despolarização da varicosidade, que 
permite a entrada de Ca2+ através 
dos CaV; os níveis elevados de 
cálcio intracelular promovem a 
fusão da membrana vesicular com a 
membrana da varicosidade (proteínas de fusão: VAMPS e SNAPS) e subsequente exocitose 
das catecolaminas. Regulação da liberação de NE: a NE pode modular sua liberação atuando 
em receptores pré-sinápticos β2 (Gs  ativa adenilil ciclase “AC”  AC converte o ATP em 
AMPc  AMPc ativa PKA PKA estimula liberação de Ca2+ pelo retículo endoplasmático  
aumento de Ca2+ promove a fusão da vesícula com a varicosidade) ela induz a liberação de 
mais NE; atuando sobre receptores pré-sinápticos α2 (Gi inibe a AC  impede a abertura dos 
canais de Ca2+  sem fusão da vesícula) ela inibe a liberação de mais NE – exemplo de agonista 
α2 seletivo é a guanitidina; os receptores pré-sinápticos regulam a liberação de 
neurotransmissores influindo a entrada de Ca2+ na terminação nervosa e outros mecanismos – 
a liberação é inibida quando a abertura dos canais de cálcio é inibida ou quando a abertura dos 
canais de potássio é aumentada. Também ocorre regulação pré-sináptica através de receptores 
em canais iônicos (ex.: nAChR, GABAA). 
Recaptação: a NE é eliminada da sinapse (cessação da sua atividade), principalmente através 
de sua captação para o interior do citosol das terminações nervosas noradrenérgicas – onde ela 
pode ser rearmazenada na vesícula ou metabolizada pela monoaminaoxidase (MAO) presente 
nas mitocôndrias. A captura da NE é feita pelo transportador de NE (NET) presente na 
membrana plasmática, que atua como co-transportador de Na+, Cl- e NE, utilizando o gradiente 
eletroquímico para o Na+. Os efeitos de vários fármacos importantes que agem em neurônios 
noradrenérgicos dependem da sua capacidade ou de inibir o NET ou de entrar na terminação 
nervosa com seu auxílio. O NET pode ser BLOQUEADO pela cocaína - potencializa o efeito 
da NE, pois essa fica mais tempo disponível na fenda sináptica. O reservatório de 
catecolaminas provém da síntese de novas moléculas e da recaptação neuronal. A NE pode 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
ser captada para o interior de células extraneuronais, pelo transportador extraneuronal de 
monoaminas (EMT) onde será degrada pela COMT. 
Degradação: ocorre principalmente por duas enzimas intracelulares: a monoaminaoxidase 
(MAOA e MAOB) – ligada à membrana externa das mitocôndrias, abundante nas terminações 
nervosas noradrenérgicas – e a catecol-o-metil transferase (COMT) – enzima citosólica 
expressa principalmente no fígado. A MAOA degrada preferencialmente NE, serotonina e DA 
a MAOB degrada mais rapidamente a DA do que a NE ou a serotonina. A COMT atua 
degradando as aminas nas células extraneuronais. A degradação é coadjuvante na cessação das 
ações das catecolaminas. 
Neurotransmissão Excitatória e Inibitória 
Um potencial de ação (PA) que 
se propaga ao longo do axônio 
do neurônio pré-sináptico entra 
no terminal sináptico e ativa 
canais de cálcio sensíveis à 
voltagem na membrana do 
terminal. À medida que o Ca2+ 
flui para o terminal, o aumento 
da sua concentração promove a 
fusão das vesículas sinápticas 
com a membrana sináptica e, 
consequente liberação de 
neurotransmissores que se 
ligam aos seus receptores na membrana pós-sináptica e abre canais causando uma breve 
mudança na condutância da membrana (permeabilidade a íons) da célula pós-sináptica. 
Potencial excitatório pós-sináptico (PEPS): quando uma via excitatória é estimulada, 
registra-se uma pequena despolarização ou PEPS. Esse potencial é causado pelo 
neurotransmissor excitatório (ACh, NE, glutamato) sobre um receptor ionotrópico, causando 
aumento da permeabilidade a cátions (Na+ e Ca2+). À medida que sinapses excitatórias 
adicionais são ativadas, há uma soma graduada dos PEPS para o aumento da despolarização. 
Quando o número suficiente de fibras excitatórias é ativado, o PEPS despolariza a célula pós-
sináptica até o limiar – geração de um PA do tipo tudo ou nada. 
Potencial inibitório pós-sináptico (PIPS): quando uma via inibitória é estimulada, a 
membrana pós-sináptica é hiperpolarizada devido à abertura seletiva de canais de Cl- 
(neurotransmissores inibitórios como o GABAA); a abertura de canais de Cl
- provoca um 
“vazamento” no neurônio, quando entra Cl- sai K+ - hiperpolarizando a célula, tornando mais 
difícil a mudança do potencial de membrana  produção de PIPS. 
*Um PEPS que evocou um PA em condições de repouso (-70mv) não é capaz de evocar um 
PA durante o PIPS! 
RECEPTORES COLINÉRGICOS E ADRENÉRGICOS 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
Os subtipos primários de receptor de ACh (colinérgicos) são os receptores muscarínicos e 
nicotínicos. Os subtipos de receptores de NE (adrenérgicos) são os receptores α (α1 e α2), β 
(β1, β2 e β3) e receptor de DA. 
Receptores colinérgicos – divisão parassimpática (craniossacral) 
Receptores muscarínicos: mAChR. Receptores metabotrópicos – acoplados à proteína G 
(GPCR). São conhecidos 5 subtipos moleculares (M1, M2, M3, M4 e M5), os subtipos M1, M3 e 
M5 acoplam-se à proteína Gq (estimula a fosfolipase C “PLC” a clivar o fosfatidil inositol 
bifosfato “PIP2” em diacilglicerol [DAG – ativa a proteína cinase C “PKC”  aumenta [Ca
2+]] 
e inositol trifosfato “IP3”  IP3 se liga ao seu receptor “IP3R” no retículo endoplasmático “RE” 
 estimula a liberação de Ca2+ do RE para o citoplasma  o Ca2+ ativa os receptores de 
rianodina operados por Ca2+ “RyR” resultando em mais liberação de cálcio  aumento 
significativo da [Ca2+] intracelular  facilita a excitação da célula – contração da musculatura 
lisa e produção de secreções); os subtipos M2 e M4 acoplam-se à proteína Gi (inibe a AC e esta 
não converte o ATP em AMPc  diminui os níveis de AMPc  não ocorre a ativação da 
proteína cinase A “PKA”  sem PKA não há indução dos RyR [inibição de canais de Ca2+] 
 inibição de CaV; também pode ativar canais K+ [aumento da condutância] 
hiperpolarização da célula  suprime a excitação da célula). 
• M1 (Gq): estão nos neurônios do SNC, neurônios periféricos e células parietais do 
estômago. Atuam como mediadores excitatórios. Estão envolvidos no aumento da 
secreção ácida do estômagoque ocorre após estimulação vagal. 
• M2 (Gi): estão presentes no coração e terminações pré-sinápticas de neurônios centrais 
e periféricos. Exercem efeitos inibitórios. É responsável pela inibição colinérgica do 
coração (efeitos cronotrópicos – frequência – e inotrópicos – força – negativos da ACh), 
inibição pré-sináptica no SNC e SNP. Também estão presentes na musculatura lisa das 
vísceras onde tem efeito estimulante (Gi não ativa a PKA que inibe as cadeias leves de 
miosina cinase “MLCK” responsáveis pela fosforilação da miosina – aumentando a 
condutância de K+  hiperpolarização da célula  MLCK não é ativada – etapa 
essencial para a contração muscular lisa). 
• M3 (Gq): presentes na MUSCULATURA LISA (TGI, BRÔNQUIOS, ENDOTÉLIO 
VASCULAR) e nas GLÂNDULAS de todo o corpo; produzem principalmente efeitos 
excitatórios – estimulação de secreções glandulares (salivares, brônquicas, sudoríparas) 
e contração da musculatura lisa das vísceras (aumento do peristaltismo; 
broncoconstrição); na pupila resulta em miose por contração do m. esfíncter da pupila. 
Atuam como mediadores do relaxamento da musculatura lisa (principalmente vascular) 
resultante da liberação de óxido nítrico (NO) das células endoteliais vizinhas – o NO 
ativa a Guanilil Ciclase (GC)  GC converte o GTP em GMPc  o GMPc ativa a 
proteína cinase G (PKG)  a PKG ativa a cadeia leve de miosina fosfatase (MCLP)  
a MLCP desfosforila a MLCK terminando a contração muscular  vasodilatação. 
• M4 (Gi) e M5 (Gq): estão em grande parte restritos ao SNC, pouco conhecidos. 
Receptores nicotínicos: nAChR. Receptores ionotrópicos – canais iônicos regulados por 
ligantes – permeáveis aos íons Na+ e Ca2+ (baixa permeabilidade). Os nAChR existem na 
junção neuromuscular esquelética, nos gânglios autônomos, na medula suprarrenal e no 
SNC. A maior parte dos nAChR do SNC está localizada pré-sinapticamente e serve para facilitar 
ou inibir a liberação de outros mediadores, como o glutamato e a dopamina. A pequena 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
quantidade de Ca2+ que entra é o suficiente para aumentar a [Ca2+] intracelular. Quando abertos, 
esses canais produzem a entrada de Na2+ que despolariza a célula. 
Receptores adrenérgicos (metabotrópicos) – divisão simpática (toracolombar) 
Receptores α: subdividido em receptores α1 e α2. 
• α1 (Gq): encontrados em células efetoras pós-sinápticas, especialmente m. liso; são 
particularmente importantes no sistema cardiovascular (endotélio dos vasos) e no trato 
urinário baixo – musculo liso. Ativa a PLC  PLC cliva PIP2 em DAG e IP3  aumento 
da [Ca2+] intracelular  ativação da calmodulina, fosforilação da cadeia leve de miosina 
 contração muscular – vasoconstrição (medeia o aumento da resistência vascular 
periférica – aumento da pressão arterial “PA”); esvaziamento da bexiga. 
• α2 (Gi): são predominantemente neuronais e atuam inibindo a liberação de 
neurotransmissores (modula a liberação de NE – inibe). Também é encontrado nas 
pupilas. Inibe a conversão de ATP em AMPc  diminui os níveis de AMPc  inibe 
canais de Ca2+  aumenta condutância do K+  hiperpolarização  relaxamento do 
m. liso – midríase. 
Receptores β: subdivido em receptores β1, β2 e β3. Todos ativam a proteína Gs! 
MUSCULATURA CARDÍACA: ativa a AC  AC converte ATP em AMPc  AMPc ativa a 
proteína cinase A (PKA)  PKA estimula o RyR  liberação de Ca2+ do RE  despolarização 
 abertura de CaV  formação do complexo Ca2+ – troponina  contração muscular. 
MUSCULATURA LISA: ativa a AC a AC converte o ATP em AMPc  AMPc ativa a PKA 
 a PKA fosforila canais de K+ (aumento da condutância - hiperpolarização) e a MLCK 
(impede a fosforilação das cadeias leves de miosina)  inibição de CaV  relaxamento 
muscular. 
• β1 (Gs): são encontrados principalmente no coração, nas células justaglomerulares 
renais e na musculatura lisa do trato gastrointestinal (TGI). Sua ativação nas células 
justaglomerulares renais provoca liberação de renina; no coração provoca efeito 
ionotrópico e cronotrópico positivo (aumento da força de contração e da frequência 
cardíaca) e aumenta a velocidade de condução no nó atrioventricular – aumento da 
entrada de Ca2+; no TGI causa diminuição do peristaltismo e relaxamento da 
musculatura – aumento dos níveis de PKA. 
• β2 (Gs): expressos no músculo liso (brônquios) e no fígado. Nos brônquios ocorre a 
broncodilatação – o efluxo aumentado de K+; nos hepatócitos ativa as vias de síntese e 
liberação de energia  aumento da [glicose] plasmática – catabolismo de glicogênio. 
• β3 (Gs): expressos no tecido adiposo. Resulta em aumento da lipólise. 
α – NE > E > Isoprotenerol. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
β – Isoprotenerol > E > NE. 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
NEUROMODULAÇÃO 
Regulação pré-sináptica 
HETEROTRÓPICA: um tipo de neurotransmissor afeta a liberação de outro (por exemplo, a 
NE inibe a ACh – evocada por estimulação elétrica – nas terminações parassimpáticas pós-
ganglionares do intestino; no 
coração, essa inibição ocorre de 
forma recíproca – a NE inibe a 
liberação de ACh e a ACh 
também inibe a liberação de 
NE); 
HOMOTRÓPICA: o 
neurotransmissor inibe (por 
exemplo, a NE inibe liberação 
adicional de NE se ligando a 
receptores α2-Gi ou a proteína G 
– ambas atuam inibindo a 
corrente de Ca2+ para dentro da molécula impedindo a fusão vesicular e liberação do 
neurotransmissor) ou induz (por exemplo, a NE induz liberação adicional de NE se ligando a 
receptores β2-Gs – atua aumentando a [Ca
2+] intracelular sua própria liberação; o NO 
proveniente das células endoteliais) sua própria liberação ligando-se a autorreceptores. 
Regulação pós-sináptica 
Os mediadores químicos agem sobre estruturas pós-sinápticas, que incluem, neurônios, células 
da musculatura lisa, cardíaca, esquelética, etc., de tal modo que há alteração na excitabilidade 
dessas estruturas, que pode ser causado por alterações na condutância dos canais de cálcio e/ou 
potássio, mediados por um segundo mensageiro. 
Transmissão não adrenérgica, não colinérgica (NANC) 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
COTRANSMISSÃO 
É uma regra os neurônios liberarem mais de um transmissor ou modulador, cada qual 
interagindo com receptores específicos e produzindo efeitos, tanto pré como pós-sinápticos. 
Na cotransmissão um dos constituintes 
pode ser removido ou inativado mais 
lentamente que o outro, podendo atingir 
locais mais distantes e ocasionar efeitos 
mais duradouros (ACh + hormônio 
liberador de gonadotrofina). 
Já se estabeleceu que os nervos simpáticos armazenam 
ATP e NE nas mesmas vesículas sinápticas e ocorre 
liberação conjunta de dois cotransmissores. Ocorre uma 
resposta mecânica bifásica que consiste em um repelão 
inicial rápido seguido por uma prolongada contração. A 
primeira fase é mediada pelo ATP, ao passo que a 
segunda é mediada pela NE. Há evidências que o ATP 
e seus metabólitos (ADP, AMP e adenosina) exercem 
efeitos modulatórios pré-sinápticos sobre a liberação do 
transmissor. O ATP também pode ser cotransmissor 
com a ACh em certos nervos parassimpáticos pós-
ganglionares, tais como na bexiga. 
O NPY se libera juntamente com a NE e o ATP na maior parte dos nervos simpáticos, 
especialmente os que inervam os vasos sanguíneos. Também exerce efeitos modulatórios pré-
juncionais sobre a liberação e síntese do transmissor. 
LOCAIS DE AÇÃO DE FÁRMACOS NO SNA 
• Transportetransmembrana; 
• Síntese do precursor (hemicolínios/Carbidopa); 
• Resgate vesicular (vesamicol/reserpina); 
• Degradação do neurotransmissor (anti-ChE – neostigmina/inibidor da MAO – 
Selegilina/inibidor da COMT - entacapona); 
• Geração do PA para despolarização da membrana; 
• Canais de Ca2+; 
• Liberação do neurotransmissor (toxina botulínica); 
• Ligação ao receptor pós-sináptico; 
• Inativação do transmissor; 
• Recaptação do neurotransmissor (cocaína); 
• Inibição pré-sináptica. 
 
 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
FÁRMACOS COLINÉRGICOS – ação parassimpaticomimética/parassimpatolítica 
Atuam sobre os nAChR (ionotrópicos – Ca2+ e Na+) e mAChR (metabotrópicos – M1, M3 e M5 
ligados à Gq e M2 e M4 ligados à Gi). Podem ser subdivididos em: 
• Fármacos de ação direta: ligam-se a receptores muscarínicos ou nicotínicos e os ativam. 
• Fármacos de ação indireta: produzem efeitos primários através da inibição da 
acetilcolinesterase (AChE) – essa inibição pode ser reversível ou irreversível –, 
resultando num aumento da concentração da ACh no local de ação. São amplificadores 
da ACh endógena. 
COLINÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA 
AGONISTAS MUSCARÍNICOS – ação parassimpaticomimética 
São subdivididos de acordo com a sua estrutura química em: 
ÉSTERES DE COLINA: ACh, metacolina, carbacol, betanecol. Aminas quaternárias com 
carga permanente que os torna relativamente insolúveis em lipídeos (hidrofílicos), por isso tem 
baixa absorção oral, não atravessa a barreira hematoencefálica (BHC) e tem rápida eliminação 
renal (ação breve). Todos são hidrolisados no TGI. A ACh é rapidamente hidrolisada; a 
metacolina é mais resistente a hidrólise; e o carbacol e o betanecol são ainda mais resistentes. 
ALCALOIDES: muscarina, pilocarpina, arecolina. São aminas terciárias (hidrofílicas), por 
isso são bem absorvidos na maioria dos sítios de administração, atravessam facilmente a BHC, 
eliminação renal pode ser acelerada com a acidificação da urina, pois são bases fracas. 
Efeitos farmacológicos da Acetilcolina 
Sistema Cardiovascular: a ACh afeta a função cardíaca por mecanismos diretos e indiretamente 
pela inibição da estimulação adrenérgica no coração (a diminuição do AMPc mediado por Gi 
neutraliza o aumento de AMPc mediado pela via β – Gs – ↑ AMPc). Os efeitos cardíacos são 
mediados por receptores do tipo M2 pela via Gi × AC – ↓ AMPc – relaxamento muscular. 
• Vasodilatação generalizada – ocupação de receptor do tipo M3 que ativa a via Gq – PLC 
– IP3 levando a produção de NO no endotélio dos vasos (NO ativa GC  GC converte 
GTP em GMPc  GMPc ativa PKG  PKG ativa MCLP  MLCP desfosforila a 
MLCK) → ↓ PA → taquicardia reflexa. 
• Efeito cronotrópico negativo (diminuição da FC) – diminui a velocidade de 
despolarização diastólica espontânea através de M2 – Gi × AC – ↓ AMPc – ↓ da [Ca
2+] 
intracelular – retardo do alcance do potencial limiar. 
• efeito dromotrópico negativo (diminuição da velocidade de condução do nodo AV) – o 
nodo AV tem PA dependente de canais de Ca2+, então a ACh diminui a condução e 
aumenta o período refratário inibindo CaV. 
• efeito inotrópico negativo (diminuição da força de contração cardíaca) – como a ACh 
diminui o AMPc e a liberação de NE isso resulta na diminuição da contratilidade atrial. 
• Pode ocorrer atenuação desses efeitos pelo reflexo barorreceptor. 
Sistema Gastrointestinal: os receptores do tipo M3 são os responsáveis primários por mediar o 
controle colinérgico da motilidade do TGI. Ocorre estímulo de contração através da 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
despolarização da membrana celular dos músculos lisos resultante do aumento da [Ca2+] 
intracelular mediado pela via Gq – PLC – IP3. 
• Aumento da atividade secretora: as glândulas salivares e gástricas são estimuladas; 
• Aumento da atividade peristáltica; 
• Relaxamento dos esfíncteres. 
Sistema Respiratório: resposta mediada por M3 – Gq. Ocorre contração dos músculos lisos da 
árvore brônquica (broncoconstrição) e secreção das glândulas da mucosa traqueobrônquica. 
Glândulas exócrinas: mediadas por M3 – Gq. Secreção das glândulas termorreguladores 
sudoríparas, lacrimais, salivares, nasofaríngeas. 
Sistema geniturinário: estimulam o músculo detrusor (aumento da pressão miccional) e relaxam 
o trígono e os músculos esfincterianos da bexiga promovendo a micção. Mediado pela via M3 
– Gq. 
Olhos: os estimulantes muscarínicos e inibidores da colinesterase reduzem a pressão 
intraocular, causando contração do corpo ciliar, de modo a facilitar a drenagem do humor 
aquoso. 
METACOLINA 
É um éster sintético da colina que difere da ACh principalmente por sua ação mais longa (possui 
um grupo metila que aumenta sua resistência as colinesterases) e seletiva (predominância de 
ações muscarínicas, manifestadas mais claramente no sistema cardiovascular, com mínima 
ação nicotínica – devido ao grupo β-metila). 
Sua administração é feita por via inalatória. É usada no diagnóstico de hiper-reatividade 
brônquica em pacientes que não possuem asma clínica aparente. Em pacientes asmáticos ocorre 
broncoconstrição intensa e redução da capacidade vital, por isso, equipamentos de ressuscitação 
de emergência, oxigênio e medicação para tratar broncoespasmo grave devem estar disponíveis 
durante o teste. 
É altamente contraindicada em pessoas com insuficiência respiratória, hipertensão arterial 
sistêmica (HAS) e infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular encefálico (AVE) 
recentes. 
BETANECOL 
Éster carbamoílico não substituído quase totalmente resistente à hidrólise pelas colinesterases, 
portanto sua meia-vida é longa o suficiente para sua distribuição às regiões com fluxo sanguíneo 
escasso. Produz ações predominantemente muscarínicas com efeitos proeminentes na 
motilidade do TGI e da bexiga urinária. 
No trato urinário, é útil no tratamento da retenção urinária e no esvaziamento da bexiga pois 
estimula o músculo detrusor aumentando a pressão miccional, e relaxa o m. trígono e os 
músculos esfincterianos da bexiga promovendo a micção (via M3 – Gq). 
No TGI estimula o peristaltismo, aumenta a motilidade. Também estimula a salivação 
induzindo a secreção das glândulas salivares via M3 – Gq. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
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Se utilizado por via IV ou IM há um grande aumento dos efeitos colaterais, por isso recomenda-
se sua administração pelas vias oral ou tópica. É contraindicado em pessoas com Insuficiência 
cardíaca congestiva (ICC) ou asma, pois ativa M2 e M3 causando bradicardia e 
broncoconstrição. 
Pode resultar em estimulação colinérgica generalizada – aumento da sudorese, salivação, rubor 
e diminuição da PA. 
Pode ter as respostas exacerbadas ou prolongadas pelo uso concomitante com fármacos β-
adrenérgicos. 
CARBACOL 
Possui atividade predominantemente nicotínica. Sua ação nicotínica pode causar liberação 
de Epinefrina pela glândula suprarrenal. 
É uma amina quaternária por isso tem baixa absorção sistêmica. 
Éster carbamoílico não substituído quase totalmente resistente à hidrólise pelas colinesterases, 
portanto sua meia-vida é longa o suficiente para sua distribuição às regiões com fluxo sanguíneo 
escasso. É usado por via tópica ocular no tratamento de glaucoma (ocorre a contração do 
músculo ciliar mediada por M3 – Gq – IP3 o que ↑ a drenagem do humor aquoso e ↓ a pressão 
intraocular) e na indução da miose (contração do musculo esfíncter da pupila via M3 – Gq – 
IP3) durante cirurgias. 
Estimula a secreção ácida gástrica atuando sobre receptores M1 excitatórios nas células 
ganglionares vagais que inervam o estômago.PILOCARPINA 
Tem ação predominantemente muscarínica, mas é um agonista parcial (possui baixa 
eficácia). As glândulas sudoríparas são particularmente sensíveis a ela. É usada por via tópica 
na oftalmologia no tratamento do glaucoma (mesmo mecanismo de ação do carbacol) e como 
miótico, mas também pode ser usada por via oral ou parenteral. 
É também um agente sialogogo (induz a produção de saliva), por isso é usado no tratamento da 
xerostomia (ressecamento da boca devido à baixa produção salivar). O tratamento pode 
aumentar a secreção salivar, facilitar a deglutição. Seus efeitos adversos são típicos da 
estimulação colinérgica, sendo a sudorese (estimula as glândulas sudoríparas) a queixa mais 
comum. 
CEVIMELINA 
Possui alta afinidade por receptores do tipo M3 nos epitélios das glândulas salivares e lacrimais, 
por isso apresenta bem menos efeitos adversos que a pilocarpina. É um derivado quinuclidina 
da ACh. 
Tem longa ação sialogoga e aumenta a secreção lacrimal. É administrado por via oral. 
 
 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
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ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS – ação parassimpatolítica 
Atuam por ligação direta ao sítio do agonista, bloqueando competitivamente a estimulação do 
receptor pela ACh endógena ou pelo agonista exógeno, possibilitando o predomínio de 
respostas simpáticas (adrenérgicas). 
Sua estrutura química geralmente tem grupos éster e grupos básicos na mesma proporção que 
a ACh, mas apresentam um grupo aromático volumoso em vez do grupo acetil. 
Causam pouco bloqueio dos nAChR, porém em doses muito altas, eles perdem a seletividade e 
podem antagonizar receptores nicotínicos, aumentando o risco de efeitos adversos. 
Podem ser classificados em alcaloides naturais (hioscina, escopolamina e atropina), alcaloides 
semissintéticos (brometo de homotropina e N-butilescopolamina) e alcaloides sintéticos 
(ipratrópio, pirenzepina, tiotrópio, oxitrópio). 
Os agentes antimuscarínicos são broncodilatadores efetivos e são bastante valiosos em 
pacientes com intolerância aos agentes inalatórios adrenérgicos (β-agonistas). Há 4 subtipos de 
receptores muscarínicos nos pulmões (M1, M2, M3 e M4), porém o M3 é mais importante por 
mediar a contração do músculo liso e da secreção de muco nas vias respiratórias. 
Efeitos farmacológicos dos Antagonistas 
É usado para inibir os efeitos parassimpáticos nos tratos respiratórios, urinário, GI, nos olhos e 
coração. A limitação principal ao seu uso é devido a maioria desses fármacos serem não 
seletivos, o que impossibilita a obtenção de respostas terapêuticas sem efeitos adversos 
associados. A seletividade tem sido assegurada pela administração local. 
SISTEMA CARDIOVASCULAR: o nodo sinoatrial (SA) é muito sensível ao bloqueio do 
receptor muscarínico. Doses terapêuticas moderadas ou altas de atropina causam taquicardia 
(bloqueio de M1 nas células marca-passo SA antagonizando o tônus parassimpático vagal ao 
coração). Não há alterações na PA ou no DC devido ao bloqueio de M1 pré-sinápticos nos 
terminais nervosos pós-ganglionares parassimpáticos no nodo SA, o que normalmente inibe a 
liberação de ACh. A maioria dos vasos sanguíneos, exceto os das vísceras torácicas e 
abdominais, não recebe inervação direta do sistema parassimpático, porém, a atropina 
neutraliza completamente a vasodilatação periférica e a acentuada queda da PA causada pelos 
ésteres de colina. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO: tanto os mm. Liso quanto as glândulas secretoras das vias 
respiratórias recebem inervação vagal e contêm mAChR. O bloqueio desses receptores pode 
resultar, em indivíduos saudáveis, alguma broncodilatação e reduzir secreções brônquicas. A 
depuração mucociliar que ocorre no interior dos brônquios é inibida – acumulo de secreções 
residuais. O efeito é mais significativo em pacientes com doenças respiratórias. A eficácia dos 
fármacos antimuscarínicos não seletivos no tratamento de DPOC é limitada, porém, 
antimuscarínicos seletivos para M3 são valiosos para pacientes com asma e muitos com DPOC, 
pois bloqueia os efeitos broncoconstritores. 
OLHOS: o m. constritor pupilar depende da ativação de mAChR. Quando essa ativação é 
bloqueada há atividade dilatadora simpática sem oposição e midríase (bloqueio de M3). O 
segundo efeito ocular importante é o enfraquecimento da contração do m. ciliar ou ciclopegia, 
resultando na perda da capacidade de acomodação, não há como focalizar a visão para perto, 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
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isso pode resultar em aumento da pressão intraocular – acumulo de humor aquoso. Ocorre 
também a redução da secreção lacrimal. 
TGI: tem efeitos consideráveis sobre a motilidade (antiespasmódicos) de parte das funções 
secretoras do intestino. Contudo, mesmo o bloqueio muscarínico total não pode abolir a 
atividade nesse sistema, pois hormônios locais e neurônios não colinérgicos no sistema nervoso 
entérico também modulam a função do TGI. Os fármacos têm efeito acentuado sobre a secreção 
salivar, podendo abolir a estimulação parassimpática. A secreção gástrica é bloqueada menos 
efetivamente (pirenzepina bloqueia seletivamente M1). A motilidade da musculatura lisa 
gastrintestinal é afetada do estômago ao cólon, havendo diminuição do tônus e peristaltismo, 
portanto o tempo de esvaziamento gástrico é prolongado (uso em caso de diarreia). 
TRATO GENITURINÁRIO: há relaxamento dos mm. Lisos dos ureteres e parede da bexiga, 
tornando a micção mais lenta. Eliminam o aumento do tônus uretral causado por fármacos, 
contudo, essa inibição não pode ser obtida na ausência de inibição da salivação, do 
lacrimejamento e da visão turva (bloqueio de M3). 
GLÂNDURA SUDORÍPARA E TEMPERATURA: suprime a sudorese termorreguladora – 
“febre de atropina”. A pele torna-se quente e seca. A sudorese pode ser deprimida a ponto de 
elevar a temperatura corporal, após doses muito altas em adultos, mas em crianças e lactentes, 
doses habituais podem causar esse efeito. 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL: em doses terapêuticas a atropina tem efeitos mínimos no 
SNC, embora possa ocorrer leve estimulação de centros parassimpáticos bulbares. Doses 
tóxicas promovem excitação mais evidente, causando intranquilidade, irritabilidade, 
desorientação, alucinações ou delírio. Com doses ainda maiores a estimulação dá lugar a 
depressão. 
Efeitos adversos dos antimuscarínicos 
A maioria das contraindicações, precauções se efeitos adversos são consequências previsíveis 
do bloqueio dos receptores mAChR: 
• Inibição das secreções: xerostomia, tosse seca, ressecamento da pele, diminuição da 
depuração mucociliar dos brônquios; 
• Inibição da motilidade GI: constipação, dispepsia; 
• Midríase e ciclopegia: visão turva; 
• SNC: excitação, prejuízos cognitivos (amnésia e depressão). 
ATROPINA 
Éster alcaloide de aminas terciárias do ácido trópico. É encontrada na plana Atropa beladonna. 
É bem distribuído no corpo devido à sua natureza lipofílica, podendo ter efeitos no SNC em 30 
minutos a 1 hora. Causa bloqueio reversível das ações colinomiméticas em receptores 
muscarínicos. 
Quando a Atropina se liga ao mAChR ela impede ações como a liberação de IP3 (Gq) e inibição 
da AC (Gi e Gq) que são causadas pelos agonistas muscarínicos. É um bloqueador muscarínico 
com atividade agonista inversa, pois desviam o equilíbrio para a fase inativa do receptor. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
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Os tecidos mais sensíveis à atropina são as glândulas salivares, brônquicas e sudoríparas 
(redução de secreção). Na pupila causa midríase. No sistema cardiovascular, resulta em 
aumento da FC, vasodilatação periférica. No TGI, diminui tônuse motilidade intestinal e 
diminui secreção gástrica no estômago. 
A atropina não distingue entre os subgrupos M1, M2 e M3 de mAChR. 
ESCOPOLAMINA (hioscina) 
Via IV, IM, oral e transdérmica. 
É absorvida até mesmo pela via transdérmica, quando aplicada em um veículo adequado. É 
distribuída de forma rápida e completa para o SNC, onde tem efeitos mais amplos do que a 
maioria dos outros fármacos antimuscarínicos; produz sonolência quando administrada em 
doses recomendadas e amnésia em indivíduos sensíveis, fadiga e sono sem sonhos. Em doses 
tóxicas, pode causar excitação, agitação, alucinações e coma. 
Foi usada para redução de vertigem (cinetose), náuseas pós-operatórias, distúrbios antieméticos 
e da motilidade. Apresenta incidência muito alta de efeitos anticolinérgicos quando 
administrada por via oral ou parenteral. É bem mais tolerada na forma de adesivo transdérmico. 
Contraindicada em casos de glaucoma de ângulo estreito. 
IPRATRÓPIO – duração de ação curta (3-6h) 
Composto de amina quaternária sintético derivado da atropina, porém com baixa absorção 
sistêmica (hidrofílico) que antagoniza os efeitos da ACh endógena em M3, com consequente 
broncodilatação e diminuição da secreção de muco. 
É um bloqueador muscarínico com atividade agonista inversa, pois desviam o equilíbrio para a 
fase inativa do receptor. É um antagonista não seletivo usado para reduzir ou prevenir o 
broncoespasmo. 
Usada como fármaco inalatório no tratamento de DPOC e na asma, pois atua como 
broncodilatador. A via de administração em aerossol tem a vantagem de concentração máxima 
no tecido alvo brônquico com efeitos sistêmicos reduzidos. 
Ao contrário dos outros antimuscarínicos, pode aumentar a depuração mucociliar das secreções 
brônquicas. 
Menos afinidade, por isso possui mais efeitos adversos (boca seca, retenção urinária, cefaleia). 
TIOTRÓPIO – duração de ação longa (M1 – 14,6h/M3 – 34h/M4 – 4h) 
Composto amina quaternário, por isso, também sofre pouca absorção sistêmica resultando em 
menos efeitos adversos. Antagoniza os efeitos da ACh endógena em M3, com consequente 
broncodilatação e diminuição da secreção de muco. 
Demonstrou-se que a inalação diária do tiotrópio não apenas melhora a capacidade funcional 
de pacientes com DPOC, mas também reduz a frequência de exarcebações da doença. Possui 
eficácia semelhante e, possivelmente, superior à do ipratrópio como broncodilatador na DPOC. 
PIRENZEPINA 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
É um bloqueador muscarínico com atividade agonista inversa, pois desviam o equilíbrio para a 
fase inativa do receptor. 
Reduz a secreção ácida gástrica com menos efeitos colaterais, pois atua bloqueando 
seletivamente receptores M1 excitatórios nas células ganglionares vagais que inervam o 
estômago (bloqueio ganglionar). Se opõe ao efeito do CARBACOL. 
Usada no tratamento de úlcera péptica. 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES – BNM (antagonistas nicotínicos) 
O nAChR medeia a neurotransmissão pós-sináptica na junção neuromuscular (JNM) e nos 
gânglios autônomos periféricos. Os fármacos capazes de bloquear essa transmissão agem na 
região pós-sináptica, bloqueando os receptores de ACh (agentes não despolarizantes – 
competitivos) ou ativando os receptores de ACh (agentes despolarizantes). 
O bloqueio neuromuscular é um complemento importante à anestesia quando a ventilação 
artificial está disponível. É usado em grandes cirurgias abdominais, intubação endotraqueal, 
como coadjuvante em anestesias, no controle de convulsões e afecções espásticas. 
O bloqueio neuromuscular é revertido ou antagonizado pelos fármacos anti-ChE. 
Receptor nicotínico de Acetilcolina (nAChR) 
A ligação da ACh ao nAChR inicia o potencial de placa terminal (PPT) nos músculos ou o 
potencial pós-sináptico excitatório (PEPS) nos gânglios periféricos. 
O nAChR possui 4 domínios transmembrana (TM) e 5 subunidades (2 peptídeos α, 1 peptídeo 
β, um peptídeo ɤ e um peptídeo δ) dispostas ao redor de um canal catiônico. Os locais de ligação 
dos agonistas estão presentes nas interfaces extracelulares das subunidades; nos músculos 
apenas duas das subunidades (αɤ e αδ) recebem ligantes; as alterações da permeabilidade iônica 
mediadas pelos agonistas (entrada de Na+ e Ca2+) ocorrem através do canal catiônico. A ligação 
simultânea de duas moléculas do agonista resulta em uma alteração rápida da conformação do 
receptor, que abre o canal iônico. 
Função neuromuscular normal 
A chegada de um PA no terminal nervoso motor causa um influxo de cálcio e a liberação de 
ACh. A ACh difunde-se através da fenda sináptica para ativar os nAChR localizados na placa 
motora, a ativação dos receptores provoca abertura no canal e o Na+ e o Ca2+ atravessam 
causando uma despolarização graduada da membrana da placa motora – PPT. 
O bloqueio da função da placa motora pode ser obtido por dois mecanismos básicos. Primeiro, 
o bloqueio farmacológico do agonista fisiológico ACh é característico dos agentes 
bloqueadores neuromusculares antagonistas (agentes não despolarizantes). Esses fármacos 
impedem o acesso do transmissor a seu receptor e, portanto, a despolarização. O segundo tipo 
de bloqueio pode ser produzido por um excesso de um agonista despolarizante. 
BNM NÃO DESPOLARIZANTES – competitivos 
Atuam como antagonistas competitivos dos nAChR na placa terminal, impedindo a ligação da 
ACh endógena e a despolarização subsequente das células musculares. Isso resulta em paralisia 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
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flácida. Na escolha de um agente específico, o principal fator considerado é a sua duração de 
ação: 
• Duração de ação muito longa – tubocurarina e pancurônio; 
• Duração de ação intermediária – vecurônio e rocurônio; 
• Duração de ação curta – mivacúrio e gantacúrio. 
São administrados por via IV. A maioria dos BNM não despolarizantes é metabolizada pelo 
fígado ou eliminada de forma inalterada pela urina. A duração de ação varia de 15 minutos a 1 
a 2 horas, e após esse período o paciente recupera força suficiente para tossir e respirar de modo 
adequado (o diafragma é o ultimo a parar e o primeiro a 
voltar a funcionar). 
Possuem 2 aminas quaternárias (hidrofílicos) e 
bloqueiam a abertura do poro através de uma ligação 
iônica. 
Mecanismo de ação: atuam competindo com a ACh 
pelo sítio receptor. Os BNM menos potentes têm início 
mais rápido e ação mais curta. Em doses mais altas, 
podem entrar no poro do canal iônico produzindo um 
bloqueio motor mais intenso. Essa ação enfraquece ainda 
mais a transmissão neuromuscular e diminui a capacidade dos inibidores da AChE de 
antagonizar os efeitos desses fármacos. 
Sequência da paralisia Bloqueio Desbloqueio 
• MM. Oculares extrínsecos 
• MM. Da face e faringe 
• MMSS e MMII 
• Pescoço 
• Tronco 
• MM. Respiratórios: intercostais e diafragma. 
TUBOCURARINA – duração de ação longa 
Muito pouco utilizado na medicina clínica. 
Antagonista competitivo nos nAChR, nas JNM. Altamente ionizado, por isso atravessam 
lentamente a placenta e podem ser usados em cesarianas 
Ligação na JNM impedindo sua ativação. Seu uso clínico não é disseminado. 40% do fármaco 
é eliminado inalterado via renal. Durante a anestesia, sua administração via IV, provoca, de 
início, fraqueza motora e, em seguida, os músculos esqueléticos tornam-se flácidos e não 
excitáveis à estimulação elétrica. 
Reduz a amplitude do PEPS rápido até que ele não seja mais capaz de dar início a um PA. 
Em doses utilizadas clinicamente no passado, produzia hipotensão em consequência da 
liberação sistêmica de histamina (atenuada pela pré-medicação com anti-histamínico) e 
bloqueio ganglionar resultando em queda da PA e taquicardia. 
 
Bibliografia utilizada:Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
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PANCURÔNIO – duração de ação longa 
É um derivado esteroide. Composto amina quaternária. Via IV. Bem excretada pelos rins 
(80%do fármaco) e não atravessa a placenta. Pode causa taquicardia modesta (através do 
bloqueio de mAChR no coração) e hipertensão. 
Amplamente utilizado como relaxante muscular em anestesia. 
Seus efeitos podem ser revertidos pelo Sugamadex® que diminui a sua concentração plasmática 
na forma livre. 
VECURÔNIO – duração de ação intermediária 
Composto de 2 aminas quaternárias, à base de esteroide. Via IV. Bem excretada pelos rins e 
não atravessa a placenta. Possui poucos efeitos colaterais. É mais utilizado na clínica do que os 
fármacos à base de esteroides de ação longa (pancurônio). 
É eliminado inalterado na bile de 75 a 90% e pelos rins. 
Seus efeitos também podem ser revestidos pelo Sugamadex® - complexo inativo no plasma 
eliminado inalterado na urina. 
GANTACÚRIO – duração de ação curta 
Representa uma nova classe de BNM denominados cloroformatos ônio misto assimétricos. 
Atualmente, encontra-se em ensaios clínicos de fase 3 e ainda não está amplamente disponível 
para uso clínico. 
Tem rápido início de efeitos e duração de ação previsível que pode ser revertida com 
neostigmina (anti-ChE). 
BNM DESPOLARIZANTES 
Fármacos BNM com 2 grupos amônio bi quaternário simétricos. Eles produzem contrações 
espasmódicas transitórias (fasciculações – ocorre porque a despolarização da placa terminal 
causa uma descarga de PAs na fibra muscular) da musculatura esquelética antes de provocar o 
bloqueio. Atua como agonista, causando uma despolarização mantida na placa terminal da fibra 
muscular, que leva à perda da excitabilidade elétrica. 
Bloqueio de Fase I (despolarizante): ocorre a despolarização das membranas através da 
abertura de canais da mesma maneira que acontece com a ACh, mas sem atingir a eficácia total, 
ou seja, atua como agonista parcial – ocorre PA de ação constante, mas diminuído, portanto a 
despolarização não é suficientemente forte para causar contração muscular. Porém, esses 
fármacos permanecem mais tempo na JNM porque são mais resistentes à AChE, desse modo a 
despolarização é mais prolongada, resultando em um período breve de excitação repetitiva que 
pode provocar excitação muscular transitória e repetitiva (fasciculações). O nAChR é ativado, 
ocorre a entrada de Na+ e Ca2+ e segue rapidamente para a o estado inativo até a retirada do 
fármaco. Essa despolarização inicial é seguida do bloqueio da transmissão neuromuscular 
da paralisia flácida. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
Bloqueio de Fase II (dessensibilizante): o bloqueio aparece, após uma abertura inicial rápida, 
porque os canais de sódio perijuncionais se fecham e não reabrem enquanto a placa terminal 
não se repolariza (ficam inativos por um tempo). A liberação neuronal de ACh resulta em 
ligação da ACh aos receptores da placa terminal que já está despolarizada. Atua como 
antagonista, portanto tem efeito semelhante ao efeito dos BNM não despolarizantes. Os canais 
perijuncionais fechados mantêm o sinal de despolarização afetando os canais de repolarização 
e isolam o restante do músculo da atividade na placa motora. A despolarização inicial resultante 
do bloqueio de fase I ocasiona a inativação dos CaV impedindo a repolarização da membrana. 
As membranas despolarizadas permanecem despolarizadas e não responsivas a impulsos 
subsequentes. A despolarização diminui e a membrana torna-se repolarizada. A despeito dessa 
repolarização, a membrana não pode ser novamente despolarizada com facilidade, visto que 
está dessensibilizada. Resulta em relaxamento muscular. 
SUXAMETÔNIO – duração de ação curta (10min) 
Consiste em duas moléculas de ACh ligadas por suas 
extremidades. 
É hidrolisado pela butirilcolinesterase plasmática 
(BuChE) rapidamente, por isso pessoas com deficiência 
a essa colinesterase são altamente sensíveis ao 
suxametônio. 
Causa bloqueio por despolarização e é empregado na 
clínica como relaxante muscular (único fármaco desse tipo ainda em uso) durante a intubação 
traqueal. 
Possui muitos efeitos adversos, mas ainda continua em uso devido à rápida recuperação que se 
segue à sua retirada. Pode causar bradicardia (atuando sobre os receptores muscarínicos – pode 
ser revertida pela atropina), arritmias cardíacas (através do aumento da concentração de 
potássio no plasma – hipercalemia), aumento da pressão intraocular (efeito sobre os receptores 
nicotínicos dos mm. extraoculares). 
Pode causar também paralisia prolongada em pessoas cuja a [BuChE] é anômala: que estão 
usando anti-ChE (pode inibir a BuChE); que possuem hepatopatias ou alguma doença genética. 
Seu efeito pode ser antagonizado pela administração de uma pequena dose de BNM não 
despolarizante (tubocurarina, pancurônio), podendo assim, evitar as fasciculações musculares. 
Porém, isso pode exigir uma dose maior de suxametônio (50 a 90%) para atingir o relaxamento 
muscular. 
COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA 
São agentes Anticolinesterásicos (anti-ChE), por consequência, provocam o acumulo de ACh 
nas proximidades das terminações nervosas colinérgicas, sendo assim, capazes de exercer 
efeitos equivalentes à estimulação excessiva dos receptores colinérgicos em todo o SNC e 
periférico. Eles ligam-se a AChE e inibem-na, por isso, são designados agonistas dos receptores 
de ACh de ação indireta. Aumentam a atividade parassimpática. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
A AChE pertence à classe das serina hidrolases. O ponto ativo da AChE compreende duas 
regiões distintas: um sítio aniônico (resíduo de glutamato), que se liga à porção básica (colina) 
da ACh; e um sítio catalítico (histidina + serina). 
Mecanismo de ação dos inibidores da AChE 
A ACh é degradada pela AChE em colina e acetato o que diminui seu tempo de ação. Os anti-
AChE impedem essa degradação, aumentando seu tempo de ação, pois fica mais tempo na fenda 
sináptica. Esses fármacos se ligam ao sítio catalítico ou aniônico da AChE ocupando de forma 
reversível (competitivo) ou “irreversível” (não competitivo). 
EXARCEBA OS EFEITOS DO SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO! 
Usos terapêuticos 
Glaucoma, Alzheimer, taquicardia e diminuição de secreções. 
MIASTENIA GRAVE: paralisia muscular. Doença autoimune caracterizada pelo surgimento 
de anticorpos competitivos para os nAChR no músculo esquelético impedindo que a ACh se 
ligue e sensibilidade aumentada a agentes BNM. O uso de anti-ChE aumenta a concentração de 
ACh promovendo a contração. 
Anti-ChE de curta duração 
O único fármaco importante desse tipo é o EDROFÔNIO, um álcool simples que contém um 
grupo amônio quaternário que se liga apenas ao sítio ativo da 
enzima (sítio aniônico – sítio da colina). A ligação iônica formada 
é facilmente reversível, a ação do fármaco é muito breve e sua 
eliminação renal é rápida devido à sua natureza hidrofílica. É 
utilizado com finalidades diagnósticas, visto que a melhora da 
força muscular com o uso de um anti-ChE é característica da 
miastenia gravis, mas não ocorre quando a fraqueza muscular é 
resultante de outras causas. 
Anti-ChE de média duração 
São ésteres de ácido carbâmico de álcoois que contém 
grupo amônio quaternário (neostigmina e 
piridostigmina) ou amônio terciário (fisostigmina). 
Contém grupos básicos que se ligam ao sítio aniônico. A 
transferência do grupo carbamil para o grupo hidroxila 
da serina do sítio catalítico ocorre da mesma forma que 
com a ACh, mas muito mais lentamente. Estes fármacos 
são, portanto, hidrolisados, mas a uma velocidade 
insignificantequando comparados com a ACh; e a 
recuperação lenta da enzima carbamoilada indica que a 
ação desses fármacos é bastante prolongada. 
FISOSTIGMINA 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
É uma amina terciária com maior solubilidade lipídica, por isso tem muito boa absorção em 
todos os sítios. Devido à sua boa solubilidade, penetra facilmente no SNC, por isso é agente no 
tratamento de envenamento anticolinérgico. 
É usada no tratamento de glaucoma de ângulo aberto, pois provoca a contração do músculo 
ciliar que resulta em abertura da trama trabecular e aumento da drenagem do humor aquoso. 
Via tópica (colírio). 
NEOSTIGMINA 
É um carbamato quaternário que não apenas bloqueia a AChE como também se liga aos nAChR 
na JNM, ativando-os. 
É usada no tratamento de miastenia gravis (via oral), íleo paralítico (estimula o TGI) e, durante 
ou após cirurgia, para reverter paralisia induzida por antagonistas dos nAChR. Também pode 
ser usada para antagonizar o BNM não despolarizante (via intravenosa), visto que aumenta a 
quantidade de ACh na placa motora, pela inibição da AChE. 
PIRIDOSTIGMINA 
Primeira escolha para o tratamento de longo prazo de miastenia gravis (via oral). Tem melhor 
absorção que a neostigmina e tem duração de ação mais prolongada. Também antagoniza o 
BNM não despolarizante (competitivo). 
DEMECÁRIO 
Usado no tratamento do glaucoma de ângulo aberto (exclusivamente por via tópica – colírio), 
mesmo mecnismo de ação da fisostigmina. Sua administração sistêmica é extremamente tóxica. 
Anti-ChE de longa duração – organofosforados “irreversíveis” 
São compostos de fósforo pentavalente que contém um grupo lábil, como o fluoreto (diflos) ou 
um grupo orgânico (paration e ecotiofato). Esse grupo é liberado, deixando fosforilado o grupo 
hidroxila da serina da enzima (sítio catalítico). Eles interagem apenas com o sítio catalítico e 
não apresentam um grupo catiônico (o ecotiofato é uma excessão – dispõe de um grupo com 
nitrogênio quaternário que se liga ao sítio catiônico). 
Os inibidores da colinesterase organofosforados (exceto o ecotiofato) são bem absorvidos pela 
pele, pelo pulmão, pelo intestino e pela conjuntiva – o que os torna perigosos para seres 
humanos e muito eficazes como inseticidas. Todos os organofosforados, exceto o ecotiofato, 
são distribuídos para todas as partes do corpo, inclusive sistema nervoso central. Por isso, 
toxicidade para o sistema nervoso central é um componente importante do envenenamento com 
esses agentes. 
ECOTIOFATO 
Foi usado no tratamento de glaucoma. É bastante polar e mais estável do que a maioria dos 
outros organofosforados. Quando preparado em solução aquosa para uso oftálmico, retém sua 
atividade por semanas. 
DIFLOS 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
A enzima fosforilada inativa é muito estável. Quando este fármaco é utilizado, não ocorre um 
hidrólise apreciável e a recuperação da atividade enzimática depende da síntese de novas 
moléculas de enzima, o que pode levar semanas. Possui alta solubilidade, por isso, pode causar 
efeitos sistêmicos. 
TOXICOLOGIA PELOS ORGANOFOSFORADOS 
Os efeitos da intoxicação aguda por agentes anti-ChE manifestam-se por sinais e sintomas 
muscarínicos e nicotínicos relacionados ao SNC. Os efeitos sistêmicos aparecem alguns 
minutos após a inalação de vapores ou aerossóis. O início dos sintomas é tardio após absorção 
gastrintestinal e percutânea. 
• Miose acentuada (quando há absorção sistêmica aguda, esse sinal pode não estar 
presente devido à descarga simpática que ocorre em resposta à hipotensão); dor ocular; 
congestão conjutival; diminuição da acuidade visual; espasmo ciliar; dor no supercílio. 
• Sensação de aperto no tórax; respiração sibilante (broncoconstrição e aumento da 
secreção brônquica). 
• Diarreia, nauseas, vômitos, cólicas abdominais e anorexia. 
• Sudorese localizada e fasciculações musculares no local da absorção percutânea. 
• Intoxicação grave: salivação extrema, defecação e micção involuntárias, sudorese, 
lacrimejamento, ereção peniana, bradicardia e hipotensão. 
Os organofosforados causam fosforilação do grupo hidroxila (OH) da serina no sítio ativo da 
AChE, formando uma ligação fósforo-oxigênio estável. 
Altas doses de atropina (o suficiente para atravessar a BHE) antagonizam efetivamente as ações 
nos locais receptores muscarínicos e podem atenuar os efeitos colinérgicos causados pelos 
organofosforados, porém, não pode restaurar a atividade da AChE. 
Reativadores da colinesterase 
Embora o sítio catalítico fosforilado da AChE sofra regeneração hidrolítica lenta, as oximas 
reativam a enzima de forma mais rápida que a hidrólise espontânea. 
A PRALIDOXIMA possui um grupo oxima (=NOH) com 
afinidade muito alta pelo átomo de fósforo da ligação fósforo-
oxigênio da enzima fosforilada. O grupo =NOH pode hidrolisar a 
enzima fosforilada e regenrar a enzima ativa a partir do complexo 
organofosforado-ChE. Formação do complexo pralidoxima-
organofosforado. 
A principal limitação no emprego dessa 
substância consiste no fato de que, em alguns 
minutos/horas, a enzima fosforilada sofre um 
processo de “envelhecimento”, tornando-se 
completamente resistentes aos reativadores. 
Então a pralidoxima deve ser utilizada 30-40 
minutos após o contato, de forma a assegurar 
que ela alcance a AChE fosforilada enquanto 
esta ainda pode ser reativada. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FÁRMACOS ADRENÉRGICOS – ação simpaticomimética/simpaticolítica 
Atuam sobre receptores α (α1 e α2) e β (β1, β2 e β3) ativando segundo mensageiros intracelulares. 
α1 – Gq ativa a via da PLC; α2 – Gi inibe a via da AC e; β1, β2 e β3 - Gs ativam a via da AC. 
São fármacos que mimetizam ou antagonizam as ações da NE. 
Os efeitos de muitos fármacos clinicamente importantes, particularmente aqueles usados no 
tratamento de doenças cardiovasculares, respiratórias e psiquiátricas, decorrem da interferência 
na função de neurônios adrenérgicos ou atuação em receptores adrenérgicos, transportadores 
ou enzimas metabolizadoras de catecolaminas. 
AGONISTAS ADRENÉRGICOS – simpaticomiméticos 
A maioria das ações das catecolaminas e dos agentes simpaticomiméticos podem ser 
classificadas em SETE categorias: 
• Ação excitatória periférica sobre determinados músculos lisos (vasoconstrição 
periférica) e sobre células glandulares (secreção salivar, sudorípara); 
• Ação inibitória periférica sobre outros tipos de músculos lisos como TGI (diminuição 
de motilidade e peristaltismo) e brônquios (broncodilatação); 
• Ação excitatória cardíaca – aumento de força de contração e FC; 
• Ações metabólicas – aumento da taxa de glicogenólise no fígado e no músculo e lipólise; 
• Ações endócrinas – modulação da secreção de insulina, renina e hormônios hipofisários; 
• Ações sobre o SNC – estimulação respiratória, aumento do estado de vigília e atividade 
psicomotora e redução do apetite; 
• Ações pré-juncionais – inibição ou indução de neurotransmissores, sendo a inibitória 
fisiologicamente mais importante. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
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EFEITOS SISTÊMICOS DOS FÁRMACOS SIMPATOMIMÉTICOS 
Sistema cardiovascular 
Os efeitos nesse sistema são proeminentes por causa da distribuição disseminada de 
adrenorreceptores α e β no coração, vasos sanguíneos e sistemas neurais e hormonais 
envolvidos na regulação da PA. As catecolaminas endógenas, NE e E, tem efeitos 
cardiovasculares complexos porque ativamtanto receptores α como β. 
EFEITOS DA ATIVAÇÃO DE α1 (Gq): estes receptores estão bastante expressos em leitos 
vasculares e sua ativação leva à vasoconstrição venosa e arterial. Seu efeito direto sobre a 
função cardíaca é de menor importância. A vasoconstrição resulta em aumento da resistência 
vascular periférica (RVP) e subsequente elevação da PA. Na presença de reflexos 
cardiovasculares normais, o aumento da PA provoca aumento do tônus mediado por 
barorreceptores, com lentificação da FC (↓FC). Qualquer efeito que os agentes adrenérgicos 
tenham sobre a PA é contrabalanceado por mecanismos barorreflexos autonômicos 
compensadores – ↓FC reflexa ao ↑PA (reestabelecer a homeostase). 
EFEITOS DA ATIVAÇÃO DE α2 (Gi): estão presentes na vasculatura e sua ativação leva a 
vasoconstrição com elevação da PA, porém esses efeitos apenas são observados quando da 
administração intravenosa ou em doses orais muito altas. Quando administrados por via 
sistêmica, esses efeitos vasculares são obscurecidos pelos efeitos centrais de receptores α2, que 
levam à inibição do tônus simpático e a PA reduzida - receptores α2 pré-sinápticos inibem a 
liberação de NE (usados como simpatolíticos no tratamento de HAS). 
EFEITOS DA ATIVAÇÃO DE β (Gs): a resposta da PA a um agonista β depende de seus 
efeitos contrastantes sobre o coração e a vasculatura. Sua estimulação no coração aumenta o 
débito cardíaco (DC) pelo crescimento da contratilidade e por ativação direta do nodo sinusal 
para aumento da FC. ↓ RVP por ativação de β2, levando à vasodilatação em certos leitos 
vasculares. Os efeitos diretos sobre o coração são determinados por β1, embora receptores β2 e, 
em menor extensão, α também estejam envolvidos. Efeitos cronotrópico (FC) e inotrópico 
(força de contração) positivos. 
EFEITOS DA ATIVAÇÃO DO RECEPTOR DE DA: a administração IV de DA promove 
dilatação de vasos renais, esplâncnicos, coronarianos e cerebrais por meio de D1 (Gs), podendo 
induzir também à natriurese. A ativação de D2 (Gi) pré-sinápticos inibe a liberação de NE. 
Também ativa receptores β1 (Gs) no coração. 
Metabolismo 
A ativação de adrenorreceptores β3 (Gs) em adipócitos leva à lipólise aumentada, com 
ampliação da liberação de ácidos graxos livres (AGL) e glicerol no sangue. Os adipócitos 
também têm receptores α2 (Gi) que inibem a lipólise por diminuição do AMPc. Há aumento da 
glicogenólise no fígado mediada por β1 (Gs), o que leva a liberação aumentada de glicose na 
circulação. Os receptores β2 (Gs) expressos nas ilhotas pancreáticas tendem a estimular a 
secreção de insulina e os receptores α2 (Gi) tendem a inibir essa secreção. 
Podem ser classificados em fármacos de ação direta, mista ou indireta. 
FÁRMACOS DE AÇÃO DIRETA 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
Atuam diretamente sobre um ou mais dos receptores adrenérgicos. Esses fármacos podem 
exibir considerável seletividade para um subtipo específico de receptor, ou podem ter pouca ou 
nenhuma seletividade, atuando sobre vários tipos de receptores. Seletividade significa que um 
fármaco pode ser ligar preferencialmente a um subgrupo de receptores em concentrações muito 
baixas para interagir com outro subgrupo. A seletividade não é absoluta e, em concentrações 
muito altas, um fármaco pode interagir com classes correlatas de receptores. Os efeitos dos 
fármacos também podem depender do tipo de receptor expressos em determinados tecidos. 
AGONISTAS α1 (Gq) SELETIVOS 
São acoplados à proteína Gq (PLC cliva PIP2 em IP3 e DAG – ↑[Ca
2+] → despolarização → 
contração). Encontrados principalmente no endotélio dos vasos (músculo liso vascular), por 
isso são usados como vasoconstritores. 
Fenilefrina (Neosinefrina) 
É um agonista pleno. Não é um derivado do catecol, por isso, não é inativada pela COMT e sim 
pela MAO, por isso tem uma duração de ação mais longa do que as catecolaminas. É um 
midriático (induz midríase de duração curta – via oftálmica) e descongestionante nasal efetivo 
(vasoconstrição local – via intranasal) e, pode ser usada para aumentar a PA (receptores α1 no 
endotélio dos vasos - ↑vasoconstrição – ↑RVPT = ↑PA) em casos de hipotensão ou choque (Via 
IM ou IV). 
Administrado por via inalatória, oral, tópica e parenteral. 
Metoxamina (Vasoxil) 
Usada também para descongestão nasal e no tratamento de choque (administração sistêmica) – 
uso clínico muito limitado. Uso descontinuado. 
Midodrina 
Profármaco hidrolisado por via enzimática a desglimidodrina, que é um α1 seletivo. Usado no 
tratamento de hipotensão ortostática, embora tenha eficácia em diminuir a queda da PA quando 
o paciente está de pé, o fármaco pode causar hipertensão quando o sujeito está em decúbito 
dorsal. 
Via oral. 
AGONISTAS α2 (Gi) SELETIVOS 
São acoplados à proteína Gi (inibe AC – ↓ níveis de AMPc – ↓[Ca2+] – ativação de canais de 
K+ → hiperpolarização). São utilizados primariamente no tratamento da hipertensão sistêmica. 
Também reduzem a pressão intraocular ao diminuir a produção de humor aquoso. 
Clonidina (Catapress) - efeito simpatolítico central 
Agonista parcial utilizado no tratamento de HAS (↓ PA por inibição pré-sináptica da liberação 
de NE – reduz o tônus simpático e aumenta o tônus parassimpático) e enxaqueca. Pode causar 
sonolência, hipotensão ortostática, edema e aumento do peso, hipertensão resistente. 
É bem absorvida por via oral e sua biodisponibilidade atinge quase 100%. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
A redução da PA pela clonidina decorre de uma diminuição do DC, devido à FC diminuída e 
ao relaxamento dos vasos, bem como uma redução da RVP. 
Pode provocar sensação de boca seca (atuando em α2 nas glândulas salivares ou no SNC – 
diminuição da atividade simpática). Se administrada via IV produz elevação aguda da PA (pois 
nessa via de administração ativa receptores α2 – Gi no endotélio dos vasos), seguida de 
hipotensão prolongada resultante da diminuição do efluxo simpático do SNC. 
A administração aguda de clonidina tem sido utilizada no diagnóstico diferencial de pacientes 
com hipertensão e suspeita de feocromocitoma (tumor secretor de hormônio das glândulas 
adrenais – ↑[NE/E]), pois em pacientes com HAS as concentrações plasmáticas de NE sofrem 
acentuada redução após dose única de clonidina e quando o paciente tem feocromocitoma essa 
resposta não é observada. 
Apraclonidina (Iopidine) 
Uso tópico no glaucoma para reduzir a pressão intraocular – tanto elevada quanto normal, pois 
diminui a produção de humor aquoso, com pouco ou nenhum efeito sobre a pressão arterial 
sistêmica. 
Metildopa – efeito simpatolítico central 
Utilizada para tratamento de HAS no final da gravidez. Afeta a síntese de NE quando é captada 
por neurônios adrenérgicos e atua como um precursor falso do neurotransmissor dando origem 
ao falso mediador metilnorepinefrina, essa substância não é desaminada pela MAO de modo 
que se acumula e desloca a NE das vesículas. A metilnorepinefrina é liberada da mesma forma 
que a NE, porém é mais ativa em receptores pré-sinápticos α2, de tal modo que o mecanismo 
de retroalimentação autoinibitório passa a operar mais efetivamente, reduzindo a liberação de 
NE abaixo dos níveis normais – ação hipotensora. 
Pode causar hipotensão, sonolência, diarreia. 
AGONISTA β NÃO-SELETIVO 
Isoproterenol (Isoprenalina) – β1 e β2 
Muito potente e tem efeitos pequenos sobre receptores α. Possui ações cronotrópicas e 
inotrópicas positivas. É um potente vasodilatador (↓ RVP) o que provoca ↑ FC associada a uma 
↓ PA. É um fármaco obsoleto, antes usado para o tratamento de asma (broncodilatador), porém 
devido a sua atividade em ambos os receptores β, provoca efeitos adversos cardiovasculares 
como taquicardia e arritmia.No pâncreas provoca ↑ secreção de insulina resultando em 
hiperglicemia. 
Via de administração oral ou parenteral. 
AGONISTAS β1 (Gs) SELETIVOS 
Os receptores β1 são acoplados à proteína Gs (ativa AC – ↑AMPc – ↑[Ca
2+] → despolarização 
no m. cardíaco; o AMPc ativa a PKA que provoca hiperpolarização no m. liso). 
Dobutamina 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
Aumenta o débito cardíaco com menos taquicardia reflexa que os β agonistas não seletivos. 
Possui estrutura química semelhante à dopamina. 
AGONISTAS β2 (Gs) SELETIVOS 
Os receptores β2 são acoplados à proteína Gs (ativa AC – ↑AMPc – ↑[Ca
2+] → despolarização 
no m. cardíaco; o AMPc ativa a PKA que provoca hiperpolarização no m. liso). 
São atualmente os simpatomiméticos mais utilizados no tratamento da broncoconstrição 
asmática. 
Salbutamol (Albuterol) – ação curta 
É utilizado para alívio sintomático do broncoespasmo. 
Via inalatória e oral (comprimidos). Pela via oral pode 
causar tremor da musculatura esquelética, nervosismo 
e fraqueza ocasional, por isso, essa via não tem 
qualquer vantagem sobre a via inalatória e é raramente prescrita, porém tem o potencial de 
retardar o parto prematuro ao relaxar a musculatura uterina. 
Os efeitos cardiovasculares são consideravelmente mais fracos do que os do isoproterenol 
quando doses que produzem broncodilatação comparável são administradas por inalação. 
Metaproterenol (Alupent) – ação curta 
Broncodilatador resistente à COMT. Menos seletivo que o Salbutamol ou a terbutalina, visto 
que tem maior tendência à estimulação cardíaca, pois 40% dos receptores β no coração são do 
tipo β2. 
É utilizado no tratamento de longa duração das doenças obstrutivas das vias respiratórias, na 
asma e no broncoespasmo agudo. 
Excretado na forma de conjugados do ácido glicurônico. 
Terbutalina (Brethine) – ação curta 
Não é substrato para a metilação pela COMT. Eficaz quando usada pela via oral, subcutânea 
ou por inalação. 
Usado no tratamento de longa duração da doença obstrutiva da vias respiratórias, no tratamento 
do broncoespasmo agudo (broncodilatador), na prevenção de partos prematuros (dilatação 
uterina) e no tratamento de emergência do estado asmático (via parenteral). Pode causar 
taquicardia e vasodilatação periférica (ativação de β2 ↓ RVP → ↑FC), arritmias. Administração 
via aerossol. 
FÁRMACOS DE AÇÃO INDIRETA 
Atuam aumentando a disponibilidade de NE para estimular os receptores adrenérgicos. Essa 
ação pode ser exercida de diversas maneiras: 
• Liberando ou deslocando NE das varicosidade nervosas simpáticas; 
• Bloqueando o transporte de NE nos neurônios simpáticos; 
• Bloqueando as enzimas envolvidas no metabolismo, a MAO ou a COMT. 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
Tiramina – agente de liberação 
É um produto colateral do metabolismo da tirosina no corpo e pode ser produzida em altas 
concentrações em alimentos ricos em proteína por descarboxilação da tirosina durante a 
fermentação. Atua liberando a NE armazenada. 
A combinação de fármacos inibidores da MAO e alimentos ricos em tiramina como queijos e 
cervejas fermentados, pois, em geral, a tiramina é destruída pela MAO na parede intestinal 
(MAOA 80% e MAOB 20%) e no fígado (MAOA 50% e MAOB 50%) antes de alcançar a 
circulação. Esse mecanismo não ocorre quando a MAO está inibida, então a tiramina é 
transportada pelo sangue e captada pelos neurônios simpáticos, onde é transportada para dentro 
das vesículas sinápticas pelo VMAT, grandes quantidades de NE é liberada das vesículas para 
a fenda sináptica e pela reversão do NET, provocando aumento súbito e perigoso da [NE] → 
crise hipertensiva. 
Anfetamina – agente de liberação da NE 
Exerce poderosas ações estimulantes sobre o SNC, além de ações α e β periféricas comuns aos 
agentes simpaticomiméticos de ação indireta. 
Atua como inibidor da MAO e da COMT. 
Causa aumento da PA e diminuição reflexa da FC – arritmias cardíacas. Reduz o grau de 
depressão central – estimulação cortical, fadiga e sono, causa analgesia, aumenta a frequência 
respiratória (FR), é anorexígeno (depressão do apetite). 
Imipramina – inibidor do NET (NE e 5-HT) 
Utilizado no tratamento da depressão (antidepressivo tricíclico), inibe o transportador de 
norepinefrina impedindo sua recaptação para dentro do neurônio pré-sináptico, aumentando seu 
tempo de ação. 
Sibutramina – inibidor do NET (NE e 5-HT) 
Inibe a recaptação de serotonina e norepinefrina nos pontos hipotalâmicos que regulam a 
ingestão alimentar – inibidores de apetite. Aumenta a saciedade e aumenta a termogênese. 
Retirada do mercado devido à efeitos adversos cardiovasculares – toxicidade cardiovascular. 
Selegilina – inibidor da MAO 
É um inibidor seletivo irreversível da MAOB nas mitocôndrias do neurônio pré-sináptico e no 
fígado retardando a degradação da dopamina, aumentando o efeito do levodopa - ↑as reservas 
de DA. Esse fármaco é utilizado em conjunto com levodopa no tratamento da doença de 
Parkinson. 
Entacapona – inibidor da COMT 
Usado para prolongar os efeitos do levodopa, diminuindo seu metabolismo periférico. Inibidor 
da COMT na periferia. 
FÁRMACOS DE AÇÃO MISTA 
Efedrina 
 
Bibliografia utilizada: Rang & Dale (2016); KATZUNG (2017); GOODMAN (2012); e GOLAN (2014). 
Angela Silva – Farmacologia para Enfermagem – Enfermagem/UFPI 
É um agonista dos receptores α e β. Além disso, intensifica a liberação de NE dos neurônios 
simpáticos (ativa β2 pré-sináptico). Tem duração de ação mais longa que a epinefrina, atividade 
por via oral (não possui grupo catecol, por isso, não é degradada pela COMT hepática), efeitos 
centrais mais acentuados e potência muito menor. ↑FC ↑DC ↑RVP = ↑PA. 
Causa contração da musculatura lisa da bexiga ativando receptores α; broncodilatação ativando 
receptores β2; além disso, é um potente estimulante do SNC; pode ativar os receptores β3 
resultando em termogênese no músculo esquelético (suplemento de academia). 
Em razão do desenvolvimento de β2 agonistas mais seletivos e eficazes, atualmente a efedrina 
raramente é usada no tratamento da asma. 
ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS – simpatolíticos 
São fármacos que inibem a interação da NE/E e de outros agentes simpatomiméticos com os 
receptores α e β. Quase todos esses fármacos são antagonistas competitivos, com exceção da 
fenoxibenzamina (antagonista irreversível de α). São usados no tratamento de distúrbios 
cardiovasculares. São divididos em antagonistas dos receptores α (não – seletivo, α1 seletivo e 
α2 seletivo) e antagonistas dos receptores β (não seletivos de 1ª geração; β2 seletivos de 2ª 
geração; não seletivos de 3ª geração e; β2 seletivos de 3ª geração). 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES α – ADRENÉRGICOS 
Possuem um amplo espectro de especificidades farmacológicas. São heterogêneos do ponto de 
vista químico. Alguns possuem afinidade diferentes pelos subtipos α1 e α2. 
NÃO – SELETIVOS 
Fentolamina 
Raramente usada. Causa o bloqueio reversível não-seletivo de α1 e α2. Foi usado no tratamento 
de hipertensão. Bloqueia a vasoconstrição mediada por α, diminuindo a PA e aumentando a FC 
(barorreflexo). 
Pode causar hipotensão postural, arritmias, taquicardia. 
Fenoxibenzamina 
Causam redução progressiva da RVP com diminuição da PA, devido ao antagonismo dos 
receptores α nos vasos e um aumento do DC que é devido, em parte, a estimulação simpática 
reflexa. A estimulação cardíaca aumenta pela maior liberação de NE dos nervos simpáticos 
cardíacos devido ao antagonismo dos receptores α2 pré-sinápticos, responsáveis pela inibição 
da liberação de NE. Pode causar hipotensão postural acompanhada de taquicardia reflexa que 
pode precipitar arritmias cardíacas. Pode causar congestão nasal e inibição da

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