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INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO NACIONAL
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Olá!
A construção das políticas públicas educacionais e seus instrumentos de intervenção e planejamento têm dois
elementos fundamentais para compreender a evolução das demandas de educação ao longo dos anos: a
intencionalidade pública e a resposta a um problema público . Para Secchi (2013), isso é a essência conceitual da
política pública, pois o que a define é justamente a intenção de responder a um problema público, não
importando se o tomador de decisão tem personalidade jurídica estatal ou não estatal. “São os contornos da
definição de um problema público que dão à política o adjetivo pública” (SECCHI, 2013, p. 5).
Instrumentos de intervenção e planejamento do Estado
Desde o século XIX tem-se realizado esforços para modernizar o Estado e fazê-lo operar de forma mais eficiente,
para que cumpra com seu papel de indutor estratégico do desenvolvimento. Para isso, aplicam-se modelos de
gestão que buscam resultados voltados à qualidade de vida da sociedade e priorizam a transparência, a
maximização dos recursos públicos e a responsabilização frente à população (BRASIL, 2012).
Figura 1 - Esforços para modernizar o Estado
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Figura 1 - Esforços para modernizar o Estado
Fonte: © cosma / / Shutterstock.
Tendo essa perspectiva como direção, o plano governamental se constitui como instrumento necessário para
estabelecer uma ligação entre as ações e a visão de futuro e definir estratégias para alcançar os objetivos
institucionais previstos. 
Sendo assim, para que consiga alcançar seus objetivos, o Estado necessita de dois elementos como instrumentos
de intervenção: as e o . Os primeiros, para Teixeira (2002), são os princípiospolíticas públicas planejamento
orientadores de ação do poder público e das suas diretrizes e procedimentos de intervenção entre atores da
sociedade e do Estado. A essência da construção das políticas públicas surge da necessidade de resolver um
problema evidente e constatado em determinada área. Já o planejamento é um instrumento por meio do qual o
Estado estabelece um conjunto de objetivos que deve atingir em curto, médio e longo prazo, por meio da
elaboração de um plano com diferentes ações.
Tanto as políticas públicas como o planejamento precisam ser guiados pela legislação vigente, que norteia o
caminho a ser traçado para o desenvolvimento do país e para o atendimento às questões e problemas públicos.
Neste sentido, a importância e necessidade do planejamento para a elaboração e a construção das políticas
públicas, especialmente na área da educação, serão estudados com profundidade a seguir.
O planejamento para as políticas de educação
A Constituição Federal de 1988, que instituiu o Estado Democrático de Direito no país e assegurou direitos
individuais como valores soberanos (liberdade, segurança, desenvolvimento, bem-estar, igualdade e justiça, por
exemplo), previu a educação como direito social dos brasileiros. De acordo com Monteiro e Goergen (2014), esse
direito à educação está ligado ao reconhecimento da dignidade do ser humano e à construção de uma sociedade
livre, justa, solidária e erradicada da pobreza, da marginalidade e das desigualdades sociais.
Essa nova condição exigiu o planejamento de políticas públicas e resultou na estruturação de diferentes
instrumentos legais para a educação. Um deles é a , queLei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
foi estabelecida pela Lei nº 9.394, em 1996, e “redesenhou a educação nacional no pós-ditadura” (BRASIL, 2015)
ao contrapor os ideais impostos pelo período e buscar o desenvolvimento pleno do educando, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Além da LDB, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
 e o Magistério (FUNDEF) Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
 também buscaram promover a igualdade no ensino a partir dados Profissionais da Educação (FUNDEB)
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Constituição Federal. O primeiro, FUNDEF, fez vigorar, entre 1998 e 2006, uma nova sistemática de
redistribuição financeira destinada ao Ensino Fundamental. Entretanto, com a ampliação da obrigatoriedade do
ensino, foi necessário substituí-lo para garantir a distribuição dos recursos para a Educação Básica como um
todo. Surgiu, então, o FUNDEB, que, com vigência até 2020, deve organizar e redistribuir os fundos arrecadados
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios para a Educação Básica.
Os recursos do FUNDEB são distribuídos automaticamente e de forma periódica, mediante crédito na conta
específica dos governos estaduais e municipais. Os valores destinados a cada um têm base no número de alunos
da Educação Básica pública, de acordo com dados do censo escolar mais recente. Neste sentido, portanto, os
recursos enviados aos municípios têm relação com o número de alunos matriculados na Educação Infantil e no
Ensino Fundamental e a verba dedicada aos Estados está baseada na quantidade de estudantes dos ensinos
Fundamental e Médio.
Em 2009, mais de duas décadas depois de promulgada a Constituição Federal, os parlamentares também
aprovaram a , que obrigou todas as crianças e adolescentes de 4(BRASIL, 2009)Emenda Constitucional n.º 59 
a 17 anos a estarem matriculadas na escola. Isso garantiu a democratização do acesso à educação e fez com que
todas as esferas de governo passassem a colaborar para a universalização do ensino, já que as crianças dessa
faixa etária deveriam ser atendidas. Naquele mesmo ano, o conteúdo da emenda foi incorporado ao texto da
Constituição Federal, dando nova redação ao artigo 208:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
[...]
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (BRASIL,
2009).
Isso garantiu a democratização do acesso à educação e fez com que todas as esferas de governo passassem a
colaborar para a universalização do ensino, já que as crianças dessa faixa etária deveriam ser atendidas.
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Figura 2 - Universalização do ensino
Fonte: © PureSolution / / Shutterstock
O mesmo dispositivo (emenda constitucional n.º 59) apresentou também a necessidade de criar o Plano
 e estabelecer a inclusão do conceito noNacional de Educação (PNE) Sistema Nacional de Educação (SNE)
texto da Constituição. Processos de sistematização distintos, o primeiro determina, hoje, as diretrizes, metas e
estratégias para a política educacional brasileira como forma de garantir o direito à Educação Básica com
qualidade, ao acesso, à universalização do ensino obrigatório e à ampliação das oportunidades educacionais;
enquanto o segundo busca unificar as normas e estruturar os sistemas de ensino existentes no Brasil como
forma de direcionar as ações em conjunto para uma educação de qualidade entre todos os entes federados.
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• concluir que o e o deram Plano Nacional de Educação (PNE) Sistema Nacional de Educação (SNE)
base à estruturação e ao planejamento das políticas públicas educacionais no Brasil.
•
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Referências
BRASIL. Constituição (1934). , 1934. Disponível em: <Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1930-1939/constituicao-1934-16-julho-1934-365196-
>. Acesso em: 14 jun. 2016.publicacaooriginal-1-pl.html
SECCHI, L. : conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: Cengage Learning,Políticas públicas
2013.
TEIXEIRA, E. C. .O papel das políticas públicas no desenvolvimento local e na transformação da realidade
Salvador: Publicação AATR, 2002.
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1930-1939/constituicao-1934-16-julho-1934-365196-publicacaooriginal-1-pl.htmlhttp://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1930-1939/constituicao-1934-16-julho-1934-365196-publicacaooriginal-1-pl.html
	Olá!
	Instrumentos de intervenção e planejamento do Estado
	O planejamento para as políticas de educação
	é isso Aí!
	Referências

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