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Ádila Cristie Matos Martins UCXI Aula 5, IMAGINOLOGIA ULTRASSONOGRAFIA NO PRÉ-NATAL (2º e 3º trimestre) E GESTAÇÃO MÚLTIPLA AvALIACAO DA IDADE GESTACIONAL - 1º TRIMESTRE — CCN (principal e melhor para avaliar a idade gestacional), volume e diâmetro do saco gestacional - 2 e 3º TRIMESTRE — DBP, circunferência cefálica, circunferência abdominal e comprimento do fêmur — é um somatório de vários parâmetros - Tem grande importância para avaliar a anatomia fetal, crescimento, diagnóstico de malformações, rastreamento de pré-eclâmpsia. TRANSLuCENCIA NuCAL - No período de 11 a 14 semanas deve ser realizada a avaliação da medida da translucência nucal (TN) — se passar desse período reabsorve, muda, e já não tem um parâmetro para considerar; - Melhor marcador fetal para rastreamento de anomalias; - A TN é um espaço sonolucente (anecogênico) encontrado em todos os fetos entre a pele e o tecido subcutâneo da região cervicodorsal; - Medidas elevadas de TN não apenas se correlacionam com cardiopatias e cromossomopatias, mas também são encontradas em certas síndromes gênicas e em alguns casos de transfusão feto-fetal, podendo apresentar-se como único achado destas doenças do primeiro trimestre; - Considera-se risco aumentado quando o resultado é ≥ 2,5 a 3 mm. GESTACAO MuLTIPLA - O melhor período para a avaliação de gestação múltipla é da 11 a 14ª semana; - Em gêmeos não idênticos cada feto tem sua própria placenta e saco amniótico (dicoriônico e diamniótico, respectivamente); - Os gêmeos idênticos podem dividir a mesma placenta (monicoriônico), saco amniótico (monoamniótico), ou até mesmo órgãos fetais (siameses). Um terço dos gêmeos idênticos são dicoriônicos e dois terços são monocoriônicos. CORIONICIDADE - Examinar a junção entre as membranas que separam os dois fetos e a placenta; - Em gêmeos dicoriônicos é possível ver uma área triangular de tecido da placenta (sinal do lamda) projetada para dentro da base da mambrana. Duas placentas — SINAL DO LAMBDA λ Placenta única — SINAL DO T - É importante saber por conta do compartilhamento sanguíneo e questão nutricional; - Monocoriônica — uma placenta — deve acompanhar com USG a cada 15 d - Dicoriônica — duas placentas — deve acompanhar com USG a cada 1 mês AMNIONICIDADE - Monoaminiótica — um saco amniótico - Diamniótica — dois sacos amnióticos * TODA GESTAÇÃO DICORIÔNICA É DIAMNIÓTICA; A GESTAÇÃO MONOCORIÔNICA PODE SER MONO OU DIAMNIÓTICA. * * Pa re de de ca da im em br an a am ni ót ic a Ádila Cristie Matos Martins UCXI Aula 5, IMAGINOLOGIA DOPPLER NA GESTACAO - É um dos recursos disponíveis para a avaliação da vitalidade fetal em gestações com risco de insuficiência placentária; - É possível detectar e quantificar a resistência ao fluxo sanguíneo em diferentes vasos fetais; - Alterações da circulação útero-placentária e algumas das suas repercussões na hemodinâmica fetal podem ser diagnosticadas pela diminuição ou pelo aumento da resistência ao fluxo sanguíneo em determinados vasos, sendo os mais frequentemente estudados: a artéria umbilical, a artéria cerebral média e o ducto venoso. * Se algo (ex.: placa de ateroma) reduz o lúmen da vaso (= menor calibre), o fluxo sanguíneo terá que passar mais rápido para que a mesma quantidade de sangue flua. Ex.: mangueira — se diminuirmos a saída de água, mais rápido a água irá sair, porém sairá a mesma quantidade se a saída não estivesse ocluida. - Quando ocorre hipofluxo é priorizado principalmente o cérebro, os rins e coração — abaixa a resistência; já a artéria umbilical terá sua resistência aumentada. DOPPLERVELOCIMETRIA — usa as velocidades para calcular índices e avaliar a resistência dentro dos vasos; (quem determina a resistência é a diástole); - MENOR RESISTÊNCIA: maior fluxo - MAIOR RESISTÊNCIA: menor fluxo * A resistência do vaso está associada para onde ele está levando o sangue — importância do local - Doppler colorido: maior velocidade e resistência vai ficar mais para o vermelho ou amarelo (padrão). Doppler espectral: irão mostrar como é a sístole e a diástole. FÓRMULA DOS INDICES INDICE DE RESISTÊNCIA (IR) = pico sistólico - velocidade diastólica final pico sistólico * Quanto menor a velocidade diastólica esse vaso tem uma resistência maior. INDICE DE PULSATILIDADE (IP) = pico sistólico - velocidade diastólica final média de todas velocidades SOFRIMENTO FETAL = artéria umbilical artéria cerebral média > 1 Ádila Cristie Matos Martins UCXI Aula 5, IMAGINOLOGIA ARTÉRIA UMBILICAL - A resistência ao fluxo sanguíneo nas artérias umbilicais depende diretamente das condições da circulação útero-placentária; - Artéria umbilical é um vaso de baixa resistência; - Alterações no desenvolvimento ou do funcionamento dos espaços intervilosos podem em algumas situações provocar alterações no fluxo das artériais umbilicais, onde a resistência ao fluxo sanguíneo torna-se aumentada; - Depois de identificado o vaso a ser estudado, util iza-se o Doppler espectral para traçar um gráfico que relaciona a velocidade das hemácias em função do tempo, através do qual são calculados diferentes índices; - Os valores de referência do IP var iam conforme a idade gestacional — usa-se um gráfico para avaliar - Com a evolução da insuficiência útero-placentária o aumento da resistência ao fluxo sanguíneo na artéria umbilical impede o fluxo sanguíneo durante a diástole (DIÁSTOLE ZERO); - O último estágio do aumento da resistência na artéria umbilical identificado pelo Doppler é a inversão do fluxo sanguíneo durante a diástole: DIÁSTOLE REVERSA; Na figura são identificadas as duas artérias (em vermelho) e a veia (azul) umbilical Doppler pulsado alterado na artéria umbilical. Representadas em amarelo a diástole reduzida. IP = 1.6 (aumentado para a idade gestacional de 28 semanas) As setas em amarelo se referem aos pontos do espectro em que não é detectado fluxo diastólico na artéria umbilical - sinal de insuficiência útero-placentária. Ádila Cristie Matos Martins UCXI Aula 5, IMAGINOLOGIA * Na avaliação Dopplervelocimétrica da artéria umbilical, o índice de pulsatilidade (IP) tem estrita relação com o pleno funcionamento da placenta, refletindo a proporção de vilosidades coriais que desempenham corretamente as suas funções de trocas gasosas entre mãe e feto: - Nas situações em que o IP se encontra abaixo do percentil 95% para a idade gestacional (IG), tem-se que entre 75-100% das vilosidades funcionam adequadamente; - Acima do percentil 95%, essa proporção cai para 50-75% das vilosidades; - Nos casos de diástole zero, apenas 25-50% das vilosidades realizam as trocas corretamente, implicando em falência placentária grave; - Já quando se tem a diástole reversa, essa proporção é de menos de 25%, o que está relacionado com elevada incidência de acidemia fetal e morbidade neonatal. ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA - A resposta fetal diante da hipóxia crônica provocada pela insuficiência placentária é avaliada pelo estudo do Doppler da artéria cerebral média; - Devido à redistribuição do fluxo sanguíneo fetal no estado de hipóxia, há uma priorização de fluxo a determinados órgãose sistemas, como as adrenais, o miocárdio e o cérebro, o que caracteriza a centralização fetal; - Mensura-se esse estado de centralização através do estudo da artéria cerebral média, que demonstrará um aumento do fluxo diastólico e uma diminuição da resistência em sua circulação. Assim, valores de IP abaixo do percentil 5 para a idade gestacional são considerados anormais. - Tem resistência maior que a umbilical. - Os valores de referência do IP variam conforme a idade gestacional — usa-se um gráfico para avaliar. DUCTO VENOSO - É um curto trajeto vascular, com apenas alguns milímetros; - Durante a vida fetal, ele desvia o sangue da veia porta esquerda para a veia cava inferior — feita para que o sangue oxigenado originário da placenta, que chega ao feto pela veia umbilical, não passe pelo sistema porta antes de chegar ao coração; - Após o nascimento o ducto venoso é obliterado e dá origem ao ligamento venoso; - Persistindo o insulto placentário com consequente hipóxia fetal, após as alterações de fluxo da artéria umbilical e da ACM, a manutenção da vasoconstrição periférica termina implicando em um aumento da pressão das câmaras cardíacas, e, por conseguinte, em alterações no território venoso fetal; - O aumento da pressão cardíaca no ventrículo direito acarreta em um fluxo retrógrado na veia cava inferior durante a contração atrial, o que provoca uma redução no fluxo sanguíneo no ducto venoso; - Dessa maneira, o estudo Doppler deste vaso exibe um aumento dos valores de IP nessa situação; - Com a evolução do quadro, a onda “A” (que se refere à sístole atrial) se mostra ausente ou reversa; - Assim, o ducto venoso é considerado um importante parâmetro hemodinâmico preditor de morbidade e mortalidade neonatal, uma vez que, quanto maior seu IP, menor é o pH ao nascimento, correlacionando-se fortemente com eventos neonatais adversos. Doppler normal na ACM. Notar a presença de fluxo diastólico mínimo (em verdes). Ádila Cristie Matos Martins UCXI Aula 5, IMAGINOLOGIA - A redução, a ausência e a inversão do fluxo nesse ponto (onda A) são relacionados à hipóxia fetal; - Na presença de aumento da resistência da artéria umbilical isoladamente, a vitalidade fetal deve ser reavaliada em uma semana; - Se houver centralização fetal, a vigilância deve ser mais intensiva, a cada 72 horas. Nos casos de diástole zero ou reversa, a vigilância passa a ser diária; - O parto pode ser já indicado se a IG for maior que 34 semanas nos casos de diástole zero ou 32 semanas no caso de diástole reversa; - Se houver aumento da resistência no ducto venoso, a acidemia fetal é bastante provável; assim, nas gestações com menos de 32 semanas, recomenda-se a corticoterapia ante-natal e uma vigilância individualizada (de diária a até três vezes ao dia), com parto logo que completada a maturação pulmonar, ou se a IG já for maior que 32 semanas; Valores de corte para o índice de pulsatilidade (IP) no ducto venoso em função da idade gestacional - percentis 50% (verde) e 97% (vermelho). O ducto venoso apresenta um aspecto característico ao Doppler espectral, com dois picos e um vale. O vale é chamado de "onda a" e representa a contração atrial fetal. Doppler normal no ducto venoso. Notar a presença de fluxo abundante (realces em verdes) no momento da contração atrial fetal ("onda A"). Doppler alterado no ducto venoso. Notar a ausência de fluxo (setas amarelas) no momento da contração atrial fetal ("onda A"). Doppler alterado no ducto venoso. Notar o fluxo reverso (realce em vermelho) no momento da contração atrial fetal ("onda A"). Ádila Cristie Matos Martins UCXI Aula 5, IMAGINOLOGIA - Havendo o diagnóstico de onda “A” ausente ou reversa no ducto venoso, já se tem instalado um estado de descompensação fetal, com óbito iminente; portanto, o parto é indicado imediatamente. - Cabe ressaltar que, nos casos de restrição de crescimento fetal tardia (após as 32 semanas), o fluxo de alterações dos parâmetros Doppler pode não ser tão linear como descrito anteriormente; - Nessas situações, pode haver alteração no estudo Doppler da ACM antes mesmo da artéria umbilical; - Além disso, alterações na relação cérebro-placentária (IP da ACM / IP da artéria umbilical), com valores abaixo do percentil 5, podem aparecer precocemente, mostrando-se como um parâmetro mais sensível para a detecção da restrição de crescimento tardia. LIQuIDO AMNIOTICO * Suas principais funções são: proteger o bebê de traumatismo sofridos pela mãe, evitar infecções, manter uma temperatura constante dentro do útero, além de ajudar a desenvolver o sistema urinário, digestivo, músculo-esquelético e pulmonar do feto. AVALIAÇÃO - O estudo ultrassonográfico do volume de LA tem sido feito de maneira subjetiva ou semiquantitativa, e, para esta última, três técnicas são descritas: - A medida do maior bolsão vertical; - A medida bidimensional do maior bolsão; - O índice de líquido amniótico (ILA). INDICE DE LÍQUIDO AMNIÓTICO (ILA): - Técnica semiquantitativa, na qual quatro bolsões de LA são delineados, dividindo-se o abdome materno em quatro quadrantes (com linhas perpendiculares que cruzam ao nível da cicatriz umbilical); - O diâmetro vertical do maior bolsão de LA em cada quadrante em centímetros é medido e a soma dos valores dos quatro bolsões determina o valor do índice. FORMAÇÃO E ABSORÇÃO - Durante os primeiros quatro meses da gravidez, o líquido amniótico é produzido do ultrafiltrado do plasma materno — pela placenta e pelas membranas que envolvem a bolsa; - Depois disso, é formado também pelas excreções dos rins do bebê, que eliminam sódio e concentram a ureia, modificando assim a sua composição química; CLASSIFICAÇÃO (ILA) PARA AVALIAÇÃO DE RISCO - Oligodrâmnio ≤ 5 - LA reduzido > 5 e < 8 - Normal: 8 a 22 - LA aumentado > 22 e < 25 - Poliidrâmnio ≥ 25 CONDUTA AO PERCEBER AS ALTERAÇÕES NA DOPPLERVELOCIMETRIA: Depende da viabilidade do bebê — o parto é feito se ele já estiver viável ou próximo da viabilidade — e do risco / benefício. O DUCTO VENOSO é um importante aspecto para a conduta: Caso o bebê esteja viável porém muito imaturo, o feto deve ser mantido e monitora-se de 12 em 12h ou 24 em 24h o ducto venoso, quando ele se altera (mostrando hipoxemia), o parto deve ser feito. Ádila Cristie Matos Martins UCXI Aula 5, IMAGINOLOGIA - O líquido amniótico ingerido pelo feto é reabsorvido no intestino dele até os rins, onde é filtrado e novamente excretado para a bolsa amniótica. CAUSAS DE POLIIDRÂMIO: - FETAIS: obstruções gastrointestinais; alterações no SNC (feto não consegue deglutir); tórax com desvio do mediastino; arritmias cardíacas; displasias esqueléticas; infecções congênitas; hidropisia fetal não imune; tumores ferais; - MATERNAS: diabetes mellitus; aloimunização; - PLACENTÁRIAS: síndrome da transfusão feto-fetal; corioangioma. CAUSAS DE OLIGODRÂMNIO: - FETAIS: atresia renal; obstrução do trato urinário baixo; restrição do crescimento intrauterino; infecções congênitas; cromossomopatias; - MATERNAS: perda de líquido; síndromes hipertensivas; - PLACENTÁRIAS: insuficiência placentária; descolamento prematuro da placenta. REFERÊNCIAS USG GO - Pastore INTERPRETAÇÃO DO DOPPLER OBSTÉTRICO NA AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL — Dr. Pixel AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE FERAL ANTEPARTO — (SCIELO) NOMURA, R. M. Y. et al.
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