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pericia_de_danos_causados_por_obra_vizinha(1)

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CNPJ: 05.423.670/0001-34 / CREA 66.891/ Rua Gal. Vitorino, 56 / CEP 96.200-310 / Rio Grande-RS 1 
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Engenharia de Avaliações & Perícias Judiciais
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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CÍVEL DE RIO GRANDE/RS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Clarel da Cruz Riet, infra-assinado, engenheiro civil, 
perito judicial nomeado nos autos da AÇÃO 
INDENIZATÓRIA, processo N.º 023/1.09.00026XX-X, 
em que é AUTOR LSM e RÉU FS Engenharia Ltda, 
tendo procedido aos estudos e diligências que se 
fizeram necessários, vem apresentar a V. Exa. as 
conclusões a que chegou, consubstanciado no 
seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAUDO DE ENGENHARIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÍNDICE 
 
 
 
 
 
1. OBJETIVO DA PERÍCIA .................................................................................... 
 
03 
2. PRELIMINARES ............................................................................................... 
 
03 
3. VISTORIA E CARACTERIZAÇÃO ........................................................................ 
 
03 
3.1. REGISTRO FOTOGRÁFICO ............................................................................... 
 
04 
4. METODOLOGIA ............................................................................................... 
 
07 
5. SUBSÍDIOS ESCLARECEDORES ........................................................................ 
 
08 
5.1. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ................................................................................ 
 
08 
5.1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 
 
08 
5.1.2. ESTACAS CRAVADAS ....................................................................................... 
 
09 
5.1.3. MÉTODOS DE CRAVAÇÃO ................................................................................ 
 
10 
5.1.4. PROBLEMAS DECORRENTES DE VIBRAÇÕES POR CRAVAÇÃO DE ESTACAS: 
ASPECTOS AMBIENTAIS E ESTRUTURAIS ......................................................... 
10 
5.1.5. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO EFEITO DAS VIBRAÇÕES EM EDIFICAÇÕES ...... 
 
10 
5.1.6. PESQUISA DE CAMPO: MONITORAMENTO DE OBRAS COM BATE ESTACA: 
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO .................................................................. 
11 
6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 
 
12 
7. QUESITOS ...................................................................................................... 
 
13 
7.1. QUESITOS DO RÉU ..........................................................................................
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. OBJETIVO DA PERÍCIA 
 
 
Consiste na verificação das conformidades técnicas e funcionais visando a descrição e o 
diagnóstico das patologias manifestadas em um imóvel residencial e o nexo causal com a 
construção de um prédio lindeiro, constituído de 06 (Seis) pavimentos, com 67 (Sessenta e sete) 
apartamentos, 29 (Vinte e nove) lojas e 46 (Quarenta e seis) boxes de estacionamento, 
totalizando 7.578,80m² de área construída. 
 
 
2. PRELIMINARES 
 
 
 O Autor entende que a construção realizada pelo Réu, em terreno lindeiro, provocou 
danos como trincas e rachaduras e por consequência infiltrações, tornando o imóvel insalubre 
para moradia, além de desvalorizá-lo. 
 Alega que durante a referida construção, foi arrancado, sem sua autorização, o rufo para 
a construção da parede, sendo colocada uma viga de concreto impossibilitando a troca de telhas 
na beirada do imóvel. 
 O Réu, por sua vez, argumenta que os danos não foram provocados por sua construção 
e questiona o emprego de boa técnica e atendimento as normas, na construção do imóvel do 
Autor. 
 
3. VISTORIA E CARACTERIZAÇÃO 
 
 Trata-se de uma região urbana litorânea com predominância de habitações residenciais 
unifamiliares, clima ameno, superfície plana, padrão sócio econômico cultural médio, topografia 
em nível e solo predominantemente arenoso permeável da classe das areias quartzosas 
marinhas distróficas, com algumas zonas constituídas de relativa parcela de argila de Atividade 
Alta1. 
A Infra-estrutura urbana possui sistema viário, transporte coletivo, coleta de resíduos 
sólidos, água potável, energia elétrica, telefone, comunicação e televisão. 
 
As atividades existentes incluem redes bancárias, comércio e atividades de profissionais 
liberais, sendo médio como um todo o nível do mercado de trabalho. 
 
Os serviços comunitários disponíveis compreendem escolas (municipal e estadual), 
segurança, posto de saúde, igrejas e clubes de recreação. 
 
 Para efeito de melhor entendimento e precisão dos trabalhos periciais, junta-se a 
documentação fotográfica comentada a seguir, obtida no ato da inspeção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Projeto RADAM (IBGE,1986) e Cunha e Silveira (FURG, 1995) 
 
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3.1 REGISTRO FOTOGRÁFICO 
 
 
 
 
 
 
Foto 1- O imóvel do Autor e ao 
fundo a edifício construído pelo Réu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 2- Focando o encontro do telhado da 
construção existente nos fundos do terreno do 
Autor com o muro limítrofe com o Réu 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 3- Com mais aproximação, observa-se o 
destacamento do rufo. 
 
 
 
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Foto 4- Observa-se o deslocamento 
do rufo e a presença de uma trinca.
 
 
 
 
 
 
Foto 5 – Presença de trinca vertical 
no encontro das paredes. 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 6 – Trinca vertical partindo do piso até o respaldo da 
parede. 
 
 
 
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Foto 7- Trinca vertical partindo do piso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 8- Presença de trinca parcialmente 
encoberta com massa na tentativa de 
correção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Foto 9- Detectamos trincas sobre os 
vão de portas. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 10- Presença de trinca inclinada sobre o vão da porta
 
 
 
 
 
4. METODOLOGIA 
 
A presente perícia atendeu todos os requisitos necessários e exigidos pela NBR 13752/96 
(norma que fixa os critérios e procedimentos relativos às perícias de engenharia na construção 
civil), em seu item 4.3.2 – Requisitos essenciais. Todos foram condicionados tanto quanto à 
abrangência das investigações, confiabilidade e adequação das informações obtidas quanto à 
qualidade das análises técnicas e ao menor grau de subjetividade emprestado pelo perito. 
 
 
 
 
 
 
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5. SUBSÍDIOS ESCLARECEDORES 
5.1. FUNDAÇÕES PROFUNDAS 
5.1.1. INTRODUÇÃO 
 
Existem inúmeros métodos adotados na engenharia civil que emitem vibração e 
conseqüentemente levam a interferir no entorno de uma construção, facilitando inúmeros 
fatores que são considerados preocupantes às construções adjacentes, tanto pelo desconforto 
sonoro como pelo surgimento de patologias em elementos arquitetônicos. 
Dentre todos estes métodos, o bate estacas é considerado um fundamental propagador 
de ondas ao solo, possuindo um elevado índice de emissão de vibrações. 
Com a cravação de estacas por meio de percussão, ou seja, utilizando o equipamento de 
bate estaca, são evidenciados inúmeros fatores danosos ao meio, pois a medida que as estacas 
vão sendo cravadas, a fonte excitadora emite ondas que irão se propagar pelo solo até chegar 
nas fundações adjacentes, muitas vezes causando danos aparentes (desprendimento de 
revestimentos, pisos, fissuras, etc...), raros danos estruturais e desconforto humano. 
Uma onda, ao se propagar, não está limitada apenas em movimentar uma única 
substância material, de modo que a vibração ocorre sim com um grande numero de partículas, 
oscilando no entorno de sua posição equilíbrio, de forma que essas perturbações estão sempre 
associadas ao meio de propagação (solo), durante a cravação de estacas. 
As ondas geradas sofrem uma perda de energia ao longo de sua trajetória. Defini-se 
então, a existência de dois fatores de atenuação dessa energia, conhecidos como 
amortecimentos: o amortecimento geométrico ou por radiação e o amortecimento interno ou 
material. 
 
a) Amortecimento Geométrico ou por Radiação 
 
O amortecimento geométrico ou por radiação, consiste na diminuição da amplitude da 
onda gerada, à medida que se afasta da fonte excitadora, levando a dissipação da densidade de 
energia elástica ao redor da fonte, e fazendo com haja uma distribuição dessa energia ao longo 
de certo volume de solo cada vez maior. (Silva,1996) 
 
O amortecimento geométrico pode ser descrito, genericamente, pela seguinte relação 
empírica (Barkan, 1962, Massaarsch, 1992, Kim & Lee, 2000): 
 
 
 
 
W2= W1.(r1/r2)n 
 
 
Onde, 
 
W1 e W2 são as amplitudes de vibração às distâncias r1 e r2 da fonte excitadora. O expoente 
'n' descrito na equação depende do tipo de onda, conforme mostra a tabela 1: 
 
Tabela 1 – Valores do expoente n (Massarsch, 1992): 
 
Tipo de onda Expoente n 
Ondas P e S 1,0 
Ondas P e S superficiais 2,0 
Ondas R 0,5 
 
 
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b) Amortecimento Material ou Interno 
 
Por não ser perfeitamente elástico, materiais como o solo é suscetível de sofrer um tipo 
de amortecimento, conhecido como amortecimento material ou interno, que consiste na perda 
de energia devido ao atrito entre as partículas. 
 
Como o amortecimento do material no solo é correlacionado com vários fatores 
incluindo: tipo de solo, umidade, composição metrológica e temperatura, BARKAN (1962) 
acrescenta da seguinte forma: 
 
 
W2= W1.(r1/r2)n . e-α.(r2-r1) 
 
 
Onde, 'α' é denominado coeficiente de amortecimento material ou coeficiente de 
atenuação. 
 
5.1.2. ESTACAS CRAVADAS 
 
Também conhecidas como estacas de deslocamento, as estacas cravadas segundo 
OLIVEIRA FILHO2, são elementos estruturais pré-fabricados, utilizadas para vencer as diversas 
camadas do solo mais resistentes por meio de uma energia de cravação (a percussão) e com o 
intuito de estabilizar a futura edificação. 
Fazem parte do grupo que abrange as fundações profundas, por normalmente só atingir 
a resistência desejada acima de três metros, podendo chegar a grandes profundidades. 
Possuem características como todos os outros tipos de fundação cuja principal função é a 
transmissão de carga ao solo, tanto pela resistência de ponta como pela resistência de atrito 
lateral ou até mesmo com a junção das duas de acordo com a norma NBR 6122/96. 
Sua carga admissível é encontrada através de cálculos de capacidade de carga que 
permitem integrar a relação estaca-solo, sendo bastante comum na região o emprego de 
estacas pré-moldadas de concreto armado, podendo ser moldadas na fábrica (o que facilita as 
condições de cura e adensamento do concreto) ou até mesmo no próprio canteiro de obras. 
 Podem ser de concreto armado (contemplando maior consumo), concreto protendido 
(especificamente utilizadas em situações de trabalho à flexão), vibrado ou adensado (com 
considerável utilização) e centrifugado (que é utilizado em seções anelares). 
Possui como vantagens sua vida útil com garantia longa, dispõem de emendas ou juntas 
de ligação (seja por solda, luva ou encaixes) permitindo a cravação com grandes comprimentos, 
pode-se obter formas, dimensões e qualidade desejadas na fabricação, boa capacidade de carga 
e podem ser cravadas em terrenos duros ou compactos sem a procedência de rompimentos, no 
caso de solos não coesivos são compactados no momento da cravação o que reduz recalques. 
Como desvantagens podem ser consideradas as vibrações decorrentes da cravação 
(desconfortantes para o entorno da obra), custo alto, a emenda das peças requer técnicas 
especiais, o transporte e suspensão tornam-se dificultosos e cuidadosos, as peças pré-moldadas 
possuem seção e comprimentos limitados, dificuldade de cravação e vulneráveis ao manuseio. 
Ao finalizar a cravação de estacas sempre é feita a verificação da penetração que a peça 
alcançou com a profundidade para qual foi projetado. Esta profundidade é medida pelo 
deslocamento da estaca durante três séries de dez golpes de martelo (nega). 
 
 
2 OLIVEIRA FILHO, Ubirajara Marques. Fundações profundas. Belém: Editora Falângola, 1981. 
 
 
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Obtendo estas medições, constata-se se a estaca está atingindo ou não a camada 
resistente determinada e se esta atendendo a capacidade de carga de trabalho necessária para 
atender o projeto. 
 
5.1.3. MÉTODOS DE CRAVAÇÃO 
 
Existem vários processos para facilitar a penetração de estacas pré-moldadas de 
concreto, pelas diversas camadas do solo, contudo sempre frisando no método mais usual que é 
o por percussão. 
Com isso, é usado um tipo de guindaste especial chamado de Bate estaca, dotado de um 
martelo, também conhecido como pilão, de queda livre ou automático, denominado de martelo 
diesel, composto basicamente por mais o cabo de aço, o motor e as engrenagens. 
Para a escolha do equipamento deve-se levar em consideração o tipo da estaca a ser 
utilizada e um estudo prévio das condições do terreno da área a ser construída, para possibilitar 
a manobra do aparelho e o com relação aos tipos de construções próximas, precavendo 
patologias provenientes da vibração do aparelho. 
 
5.1.4. PROBLEMAS DECORRENTES DE VIBRAÇÕES POR CRAVAÇÃO DE ESTACAS: 
ASPECTOS AMBIENTAIS E ESTRUTURAIS. 
 
As preocupações provenientes da utilização de métodos que emitem vibrações, como 
equipamentos de bate estaca, são seus desconfortáveis efeitos sonoros e a intranqüilidade, em 
função da possibilidade da ocorrência de algum dano nas edificações adjacentes. 
Um dos principais parâmetros de análise empregados para identificar a possibilidade de 
ocorrência de danos estruturais e também para avaliar o nível de desconforto humano é o 
método adotado pela análise da velocidade de pico de partícula. conhecido como ppv. (SILVA3, 
1996) 
 
5.1.5. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO EFEITO DAS VIBRAÇÕES EMEDIFICAÇÕES. 
 
Segundo SILVA, para se avaliar a vulnerabilidade de estruturas prediais a danos ou 
patologias induzidos por vibrações, são necessários os conhecimentos prévios a seguir; 
 
1) Estudo do Projeto Estrutural; 
2) Conhecimento da natureza, condição e adequação da fundação e das propriedades do solo 
que a suporta; 
3) A idade da estrutura; 
4) O método e a qualidade de construção, incluindo acabamentos; 
5) Como se encontra a condição geral da estrutura e também dos acabamentos; 
6) Registro, caso existam, de defeitos, especialmente rachaduras; 
7) Coleta de todo o tipo de informação que seja pertinente a maiores alterações, como 
ampliações, reformas ou reparos passados; 
8) Dispor da localização e nível da estrutura com relação a cravação de estacas; 
9) Tomar conhecimento também da freqüência natural de elementos estruturais e seus 
componentes; 
10) Ter o conhecimento da duração da operação de cravação de estacas. 
 
 
3 SILVA, Claudia Barbosa Lima da. Estudo do efeito vibratório Causado por Cravação de Estacas. Tese 
de Mestrado, Departamento de Engenharia Civil, COPPE/RJ, 1996. 
 
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As influências vibratórias de acordo com a norma alemã DIN 4150 parte 3 (1975) estão 
atribuídas a valores máximos e mínimos de ppv. Os valores máximos são utilizados para casos 
de natureza transiente, já os valores mínimos de ppv, quando menores ou igual a 2mm/s, 
indicam a não ocorrência de danos. A tabela 2 mostra outros valores de referência para diversas 
estruturas. 
 
Tabela 2 – Limites típicos de velocidade (ppv), ocasionadas por vibrações de curta duração 
(SILVA, 1996 e DIN 4150 – Parte 3, 1975) 
 
TIPOS DE EDIFÍCIO 
 
VALORES BÁSICOS PARA PPV 
 
Edifícios de habitação ou comércio e estruturas similares 
num estado de conservação que corresponda às regras da 
boa técnica de construção. 
8 mm/s 
Estruturas bem contraventadas de peças pesadas e 
estruturas aporticadas bem contraventadas e num estado de 
conservação que corresponda às regras da boa técnica de 
construção. 
30 mm/s 
Estruturas que não se incluam nos itens acima e construções 
tombadas pelo patrimônio nacional. 
4 mm/s 
 
 
5.1.6. PESQUISA DE CAMPO: MONITORAMENTO DE OBRAS COM BATE ESTACA: 
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO 
 
CUNHA4, em seu trabalho, MAPEAMENTO DE DANOS ESTRUTURAIS CAUSADOS PELA 
CRAVAÇÃO DE ESTACAS, para avaliar o comportamento de estruturas no entorno de edificações 
que utilizam equipamentos a percussão, realizou um monitoramento através de visitas, onde 
foram levantados dados sobre as características da obra, como localização, tipo e dimensões de 
estacas utilizadas, tipo de edificação que virá a ser construída, quantidade total de estacas, a 
que profundidade consegue atingir resistência, tipo de solo e também características do entorno 
da obra que se fizeram presente através de levantamentos com entrevistas de moradores das 
adjacências, juntamente com registros fotográficos. 
O principal objetivo deste estudo foi identificar ou não a ocorrência de danos estruturais 
provenientes de equipamentos que emitem grande quantidade de vibração ao meio. Com isto, a 
principal busca em visitas a obras foi encontrar qualquer tipo de dano proveniente de vibrações 
emitidas pelo equipamento de bate estaca. 
Na análise dos resultados, os danos observados com base nos dados obtidos foram 
classificados e quantificados, sendo encontrados vários tipos de patologias no entorno da 
cravação, como rachaduras, fissuras, desprendimento de revestimento e afastamento de telhas. 
Com a obtenção de todos esses dados, a classificação dessas patologias é representada 
na tabela 3, a seguir: 
 
Nomenclatura: 
 
P1 = Rachaduras 
P2 = Rachaduras no Piso 
 
4 CUNHA, Gizella de Cássia Monteiro da. Mapeamento de Danos Estruturais Causados pela Cravação de 
Estacas. Universidade da Amazônia – UNAMA- 2009. 
 
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P3 = Fissuras 
P4 = Desprendimento de revestimento 
P5 = Afastamento de telhas 
P6 = Infiltração 
 
Tabela 3 – Classificação de patologias com referência ao ponto 1 de estaqueamento 
 
REFERÊNCIA 
PONTO DA 
ESTACA 
   DISTÂNCIA 
(escala 1:100) 
TIPO DE PATOLOGIA 
P1  P2  P3  P4  P5  P6 
Casa 1  1  8,00m  X  X  X          
Casa 2  1  17,14m  X  X  X          
Casa 3  1  24,00m  X           X  X 
Casa 4  1  32,00m  X                
Casa 5  1  38,40m  X     X     X  X 
Muro da Distribuidora 
Globo 
1  63,08m  X                
Muro ao lado da 
residência 
1  59,43m  X                
Prédio da FUNAI  1  25,37m  X  X  X  X       
Galpão da Cosmorama  1  38,86m  X                
 
Analisando a Tabela 3, observa-se que mesmo o muro da Distribuidora Globo, a 63,08m 
de distância da linha de cravação das estacas, verificou-se a ocorrência de rachaduras. 
 
6. CONCLUSÃO 
 
 A cravação de estacas, associado a demais características como tipo de solo, seção e tipo 
da estaca e a distância do equipamento a edificação, propaga vibrações que pode ocasionar o 
surgimento de anomalias exógenas, representadas por trincas e rachaduras danos, em prédios 
vizinhos. 
A configuração e padrão das trincas manifestadas no imóvel do Autor, apesar de 
pequenas dimensões, indica a ocorrência de sinistro originado por vibrações causadas pelos 
equipamentos utilizados na construção das fundações do imóvel do Réu. 
 
7. QUESITOS 
7.1. QUESITOS DO RÉU 
 
1- O imóvel do autor está devidamente regularizado junto aos órgãos competentes? A 
construção atende as normas técnicas para o tipo de imóvel? 
 
R: Não existe projeto aprovado na Prefeitura. 
 
2- As fundações do imóvel do autor estão dimensionadas para a carga a que está submetida? Se 
positivo, a execução das mesmas obedecem às normas técnicas? Existem trincas ou fissuras nas 
paredes por problemas na execução das fundações? 
 
R: Conforme respondido no quesito anterior, não existe projeto aprovado na prefeitura que 
pudesse ser analisado. 
 
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3- As paredes de alvenaria estão devidamente engastadas entre si? Existem vigas de amarração 
no respaldo das alvenarias? 
 
R: Prejudicado. Ver resposta do quesito anterior. 
 
4- A inexistência de vigas de amarração pode ser responsável por fissuras ou trincas nas 
paredes? 
 
R: Prejudicado. Ver resposta do quesito 2. 
 
5- A cobertura do imóvel apresenta telhado? Se positivo o mesmo foi executado de acordo com 
as normas técnicas? 
 
R: No momento da vistoria, não encontramos indicativo de que o telhado não tenha 
atendido a boa técnica. 
 
6- Qual a idade aproximada da construção? A conservação foi adequada? É possível precisar se 
os problemas no imóvel do autor são anteriores ou posteriores a construção do prédio ao lado? 
 
R: O imóvel possui uma idade aparente de 40 anos e encontra-se em ruim estado de 
conservação. Quanto às trincas, o padrão indica serem derivadas da vibração provocada pelo 
equipamento bate estacas, utilizado para a cravação das estacas das fundações do prédio do 
Réu. 
 
7- Uma vez que as fundações das paredes de divisa não são profundas, o prédio ao lado 
encontra-se com fundações profundas (estacas pré-moldadas) com 5m (cinco metros de 
comprimento) poderiam pela distância a que se encontram afetar a estabilidade do imóvel do 
autor, se o mesmo estiver construídode acordo com as normas técnicas? 
 
R: Sim. Ver item 5. SUBSÍDIOS ESCLARECEDORES, do Laudo. 
 
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.- 
 
Vai o presente Laudo, desenvolvido em 13 (treze) folhas impressas em um só lado, todas 
rubricadas, sendo a última datada e assinada. 
 
À disposição de Vossa Excelência para outras informações que forem julgadas 
necessárias. 
 
 
Rio Grande, 10 de agosto de 2012. 
 
 
 
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Clarel da Cruz Riet 
Eng. Civil – CREA 66.891-D 
Perito - IBAPE 1.047/99

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