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Acupuntura: história, tipos e técnicas

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ACUPUNTURA: HISTÓRIA, TIPOS, APLICAÇÃO E TÉCNICAS 
 A medicina ocidental foi introduzida no território chinês no início do século XIX, por missionários europeus e norte-americanos que tinham como missão catequizar a população local, e, por quase cem anos, ela foi exclusivamente representada por eles. Ocidentais que visitaram a China no século XIX e conheceram sua medicina exprimiram opiniões de repúdio e de apreço. Um missionário norte-americano desse período avaliou que a medicina chinesa era mais baseada em misticismo do que em evidências científicas e que a superstição havia impedido os médicos chineses de adquirir conhecimentos em anatomia e química².
 A Acupuntura é uma técnica terapêutica empírica desenvolvida em uma cultura Oriental, baseada em tentativa e erro e que utiliza linguagem mágica (pensamento pré-científico). Ou seja, sua fundamentação é um raciocínio causal não-científico e mítico. Pertence à Medicina Tradicional Chinesa - MTC que engloba técnicas de massagem (Tui-Na), exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientações nutricionais (ShuShieh) e a farmacopéia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e mineral). Ela consiste na estimulação de pontos específicos do corpo (acupontos) com objetivo de atingir um efeito terapêutico ou homeostático¹.
 A utilização da acupuntura pela população mundial, conjuntamente com outras práticas “alternativas”, tem crescido em maior velocidade do que a sua validação científica. Esse aumento tem sido relacionado a várias mudanças sociais. São procurados tratamentos mais personalizados, fugindo do modelo reducionista biomédico, que abstrai o doente e foca na doença².
 Segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a doença é resultado da interação entre o agente causal e o indivíduo, resultando em desequilíbrio nos componentes Yin e Yang do organismo. Essa desarmonia determina o curso da doença e está relacionada à oposição de dois fatores: Energia Correta (Zheng Qi), fator intrínseco que traduz a resistência à doença, e Energia Perversa (Xie Qi), o fator patogênico propriamente dito¹.
 Os métodos tradicionais persistem e se destacam como os mais utilizados: Variação da pressão física- A massagem do ponto com aplicação da pressão digital ou de massageadores de madeira, como no Shiatsu, Do-In, Jun Shin Do Jitsu e Tsubo; Agulhamento- Existe uma grande variedade no tamanho das agulhas, bem como no procedimento de inserção e de manipulação dessas. O material mais utilizado é o aço inoxidável; Variação de temperatura- A técnica mais praticada é a moxabustão indireta, com aquecimento do ponto com bastões incandescentes de Artemisia sinensis; Eletroacupuntura- Consiste na passagem de corrente elétrica através da agulha. A escolha do formato da onda, freqüência e intensidade da descarga vão definir o tipo de efeito atingido; Implante- Trata-se de um procedimento cirúrgico-ambulatorial que objetiva atingir uma estimulação prolongada ou mesmo permanente dos pontos; Ultrassom, Laser, Indução Magnética- São todas técnicas não invasivas, rápidas e indolores¹.
 Necessitam de aparelhagem específica e são muito utilizados em pacientes com baixa tolerância ao agulhamento; Injeção- Segundo a teoria da MTC, é capaz de manter o estímulo por período prolongado, além de potencializar o efeito da substância utilizada. Aquapuntura, ozôniopuntura, fitopuntura, homeopuntura e hemopuntura são as formas mais comuns¹.
Referências:
1- CONTATORE, O. A., TESSER, C. D., BARROS, N. F. Medicina chinesa/ acupuntura: apontamentos históricos sobre a colonização de um saber. História, Ciências, Saúde. Manguinhos – RJ, v.25, n.3, p.841-858, jul.-set. 2018.
2- CASSAR, M. P. Manual de Massagem Terapêutica. 1 ed. São Paulo: Manole, 2001

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