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A IMPORTÂNCIA DO PERÍODO SECO PARA A CURA DA MASTITE Olá pessoal! Nessa nossa cartilha vamos abordar os aspectos gerais relacionados ao período seco e como ele pode influenciar na saúde da glândula mamária. Fique ligado para mais materias informativos! Juntos Pela Qualidade! Equipe MilkCare! O período da vaca seca é o momento em que há interrupção da produção de leite o que permite a involução e regeneração da glândula mamária. Isso significa que ao realizar um correto manejo de período seco estaremos dando condição para que, no momento do parto, o úbere e a vaca estejam com boa condição para uma lactação saudável e produtiva! O período seco com duração de 60 dias permite que, além do úbere, outras partes da vaca se regenere. Nesse momento, com o manejo adequado, podemos observar, por exemplo, a regeneração de cascos, rúmen. O momento imediatamente após a secagem é o período de maior risco de aparecimento de infecções na glândula mamária. Objetivo do período de vaca seca: descansar a glândula mamária e recarregar a capacidade leiteira do animal! Figura 1. Taxa de novas infecções intramamárias na lactação e no período seco (Naztke, 1981 - Adaptado). Considerando todo o período seco e lactação, os momentos de maior risco para o aparecimento de novas infecções da glândula mamária são o início e final do período seco, e início da lactação. 1- Não se faz mais desinfecção dos tetos -> aumento do número de bactérias colonizando a pele do teto. 2- Não há retirada das bactérias que estão no canal do teto porque não há mais manejo de ordenha. 3- Nos primeiros dias sem ordenha, pode ocorrer aumento da pressão interna da cisterna da glândula e cisterna do teto -> pode ocorrer dilatação da ponta do teto e entrada de bactérias pelo esfíncter do teto. Na fase inicial do período seco, que dura em média de três semanas, ocorrem algumas mudanças que contribuem para esse aumento do risco, são elas: Isso porque nesses momentos há alterações fisiológicas no corpo do animal que causam estresse e levam a diminuição do sistema imune, e abre porta para a ocorrência de novas infecções. As infecções desse período podem se originar de contaminação durante o período seco, normalmente por bactérias ambientais ou advindas da última lactação, da mastite subclínica persistente, causada por bactérias contagiosas. De acordo com Ruegg (2011) a terapia de vaca seca é muito importante porque pode prevenir até 80% das novas infecções e elimina até 80% das infecções existentes. A taxa de cura vai depender do microrganismo envolvido. Uma importante desvatagem da aplicação do intramamário é que durante a infusão, caso não seja feito de forma correta pode levar contaminação para dentro da glândula mamária. A grande vantagem dos antimicrobianos de vaca seca é que eles possuem liberação lenta, o que permite que infecções subclínicas tenham maior chance de cura nesse período do que durante a lactação. Figura 2. Forma correta de inserção do medicamento intramamário ou do selante de teto - Inserção parcial deve sempre ser usada para minimizar a contaminação bacteriana (Diagrama do NADIS) - Wonfor, 2016 - Adaptado. Em alguns animais o canal do teto permanece aberto por um período maior do que se imaginava, chegando a demorar até duas semanas para que a formação do tampão de queratina. Esse plug de queratina é muito importante pois funciona como uma barreira natural contra a invasão de patógenos. Para agilizar a presença da barreira tm se utilizado um selante interno de teto. Esse selante é constituído de um sal inorgânico pesado, e tem como base o bismuto. Sua ação é exatamente igual ao tampão natural de queratina. Figura 3. Selante interno de tetos localizado na base da cisterna do teto, 56 dias após a secagem. (imagem radiográfica). (Filha et al., 2006) Este gráfico, do estudo realizado em 2014, na Holanda, demonstra que a produção de leite, na lactação futura, é menor quando não se faz o período seco (0d) ou quando ele é de 30 dias. E a produção de leite após 60 dias de período seco é estatisticamente maior quando comparada aos outros dois períodos. Figura 4. Produção de leite de vacas leiteira com diferentes durações de período seco (0, 30 ou 60 dias secos. Os valores representam LSM por duração de semana do período seco. (Knegsel et al., 2014 - Modificado) Chegamos ao fim de mais uma cartilha! Esperamos que o conteúdo aqui divulgado seja útil na sua jornada para propagar o conhecimento sobre a qualidade do leite! Fique ligado para mais materias informativos! Juntos Pela Qualidade! Equipe MilkCare! Acompanhe mais conteúdos na nossa página do instagram: @MILKCARE_BR REFERÊNCIAS 1- Natzke, R.P. Elements of mastitis control. Journal of Dairy Science. v.64, p.1431-1442. 1981. 2- Selective dry cow therapy ? what is it and should I use it on my farm?. Disponível em: Https://www.researchgate.net/publication/316984825 3- Filha et al., 2006. Efeito do uso de um selante interno de tetos na profilaxia de novas infecções intramamarias durante o período seco e no pós-parto. Acta Scientiae Veterinariae. 34(2): 111-118, 2006. 4- Knegsel, A. T. M., G. J. Remmelink, S. Jorjong, V. Fievez, and B. Kemp. 2014. Effect of dry period length and dietary energy source on energy balance, milk yield, and milk composition of dairy cows. J. Dairy Sci. 97:1499-1512
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