ADM HOSPITALAR 1

Prévia do material em texto

ADMINISTRAÇÃO EM 
ENFERMAGEM 
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
TEORIAS ADMINISTRATIVAS 
O ato de administrar tem várias funções, entre as quais: 
Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar. 
Porém nos dias atuais, a partir das contribuições da 
Abordagem Neoclássica da administração, tais princípios 
foram retrabalhados e hoje são conhecidos como Planejar, 
Organizar, Dirigir e Controlar (PODC).
A teoria administrativa provem de cinco variáveis: 
tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia.
E cada uma ao seu tempo, formando uma teoria 
administrativa diferente, marcando um gradativo passo 
no desenvolvimento da Teoria Geral da Administração 
(TGA). 
Cada Teoria Administrativa procurou privilegiar ou 
enfatizar uma dessa cinco variáveis, omitindo ou relegando 
a um plano secundário. 
 Ênfase 
Tarefas 
Estruturas 
Teorias administrativas 
Administração Científica 
Teoria Clássica e 
Neoclássica 
Teoria da Burocracia 
Principais Enfoques 
Racionalização do trabalho no 
nível operacional; especialização 
do operário como fator de 
produção. 
Organização formal princípios 
gerais da administração, funções 
do administrador, hierarquização. 
Organização formal burocrática, 
racionalidade organizacional.
Pessoas 
Teoria das relações 
humanas 
Teoria Comportamental 
Teoria do 
Desenvolvimento 
organizacional 
Organização informal, 
motivação, liderança, 
comunicações e dinâmica de 
grupo. 
Estilos de administração; 
teoria das decisões, 
integração dos objetos 
organizacionais e individuais. 
Motivação humana . 
Mudança organizacional 
planejada; abordagem do 
sistema aberto. 
Ambiente 
Tecnologia 
 
Teoria Estruturalista e 
Neoestruturalista 
Teoria da 
Contingências 
 
Teoria dos Sistemas 
 
Análise intraorganizacional e 
análise ambiental; 
abordagem de sistema 
aberto. 
Análise ambiental 
(imperativo ambiental); 
abordagem de sistema 
aberto. 
Administração da tecnologia 
(imperativo tecnológico). 
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
A função administrativa tem o Corpo Social como órgão 
e instrumento e esse Corpo Social por sua vez restringe-se 
ao pessoal (trabalhadores). 
Para que haja perfeito funcionamento desse corpo, 
fazem-se necessários alguns princípios, afastando a ideia 
de rigidez e aplicando em seu lugar, flexibilidade. Com o 
objetivo de melhorar a produtividade. 
As teorias da administração podem ser agrupadas por 
diferentes correntes ou abordagens, cada qual 
representando uma maneira específica de enfocar o 
processo existente na organização. 
Entre os princípios, que poderão ser inúmeros, 
podemos considerar como sendo aqueles utilizados com 
maior frequência: 
Divisão do Trabalho: consiste em dividir cada uma das 
tarefas em operações mais simples. 
Autoridade e Responsabilidade: Conceitua a 
autoridade como o poder de dar ordens e de fazer 
obedecer; não sendo possível concebê-las 
individualmente.
Disciplina: Respeito às regras estabelecidas. 
Obediência. 
Unidade de Comando: Cada agente, para cada ação, 
só deve receber ordens de um único chefe. 
Na enfermagem especificamente, essas teorias 
coexistem em vários degraus; 
Há de se considerar que o enfermeiro, ao aplicar uma das 
teorias, precisa pensar que, para o sucesso 
administrativo da enfermagem, é necessário focar nas 
pessoas, nos trabalhadores, antes de optar pelo melhor 
método; 
Vale salientar que as unidades de trabalho são 
construídas por pessoas e que os recursos materiais 
atuam como coadjuvante; 
Nessa perspectiva, há de adaptar as teorias à realidade 
do local, uma vez que não é porque em determinado local 
uma teoria funcionou bem que necessariamente ela 
acontecerá da mesma forma em outro local.
Remuneração do Pessoal: Tem que ser equitativa, justa, 
evitando-se a exploração. Deve haver equilíbrio entre os 
interesses da empresa e dos funcionários. 
Centralização: Deve haver um único núcleo de comando 
centralizado, que comanda a organização.
Hierarquia: Cadeia de comando por escalas. Afirma a 
necessidade de comunicação lateral entre as escalas de 
comando. 
Ordem: Por meio da racionalização do trabalho, 
estabelece-se o lugar da cada coisa e de cada pessoa. 
Estabilidade do Pessoal: O funcionário precisa de 
tempo para adaptar-se à tarefa que lhe foi incumbida. 
Iniciativa: Os liderados devem ser incentivados a 
buscarem por si só, as soluções para os problemas que 
surgirem. 
AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS 
Previsão: Para Fayol, previsão pode ser definido como o 
ato de calcular o futuro e preparar as ações para que 
metas sejam atingidas, tão previsão se faz com um 
programa de ação. 
Estabelece que existam vantagens e desvantagens na 
previsão. Vantagem afirma que um programa de ação 
facilita a utilização dos recursos da empresa e a escolha 
dos melhores meios a empregar para atingir os objetivos; 
desvantagens reside na dificuldade de se confeccionar um 
bom programa anual. 
Organização: É o ato de dotar uma empresa e tudo 
quanto for útil ao seu funcionamento. Subdivide a 
organização em material e social.
Comando: Para Fayol, constituindo o corpo social, é 
preciso fazê-lo funcionar, sendo esta a missão do 
comando. O comando requer certos preceitos, dos quais 
Fayol separa alguns. 
Ter conhecimento profundo do seu pessoal; 
Excluir os incapazes; 
Dar bom exemplo; 
Não se deixar absorver pelos detalhes; 
 Coordenação: Para Fayol, coordenar pode ser 
entendido como o ato de estabelecer a harmonia entre 
todos os atos de uma empresa de maneira a facilitar o 
seu funcionamento e o seu sucesso.
 Controle: Consiste em verificar se tudo corre de acordo 
com o programa adotados. 
A importância da administração de 
materiais para a enfermagem
O enfermeiro coordena todas as atividades exercidas 
nas unidades hospitalares.
O enfermeiro conhece os recursos necessários para a 
prestação da assistência.
O enfermeiro pode adequar a melhor assistência à 
melhor condição de trabalho para a equipe.
Contribuir para evitar o desperdício.
Participar do processo de seleção e compra.
 Especificações e padronização de materiais.
Funções da administração de 
materiais
Compra. 
Armazenamento. 
Distribuição.
Controle. 
Serviço de patrimônio. 
Além de: 
previsão; 
provisão; 
organização.
1 Previsão: 
Levantamento das necessidades da unidade 
(quantidade e especificidade). 
Cálculo baseado em alguns fatores (especificidade da 
unidade, característica da clientela, frequência no uso, 
local de guarda, durabilidade do material, periodicidade de 
reposição).
Cálculo para estabelecimento de cotas. 
Estabelecer previsões: 
Previsão mensal: estoque excessivo na unidade ou 
falta de material. 
Previsão por consumo: diária ou semanal. 
2. Provisão: 
Reposição dos materiais necessários para realização das 
atividades da unidade. 
Formas: 
a) Por tempo: cotas repostas integralmente em um período de 
tempo. 
b) Por quantidade: cotas repostas parcialmente ao chegar no 
limite mínimo. 
c) Por quantidade e tempo: cotas repostas parcialmente em um 
determinado período de tempo. 
d) Reposição imediata por quantidade: quantidade reposta 
imediatamente. 
 
3. Organização: 
 
Depende da análise de: 
a) Planta física: observar adequação à quantidade de 
material, frequência de uso, dimensões, condições de 
higiene e umidade. 
b) Atividades desenvolvidas: adequar para facilitar o 
acesso na unidade. 
c) Controle: de quantidade, qualidade, conservação, 
proteção contra roubos e extravios. 
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL 
DE ENFERMAGEM
‘‘Etapa inicial do processo de provimento de pessoal 
que tem por finalidade a previsão do quantitativo e 
qualitativo de funcionários requerida para atender direta ou 
indiretamente, às necessidades de assistência de 
enfermagem da clientela.’’ 
(KURCGANT, 2005).
A importância do dimensionamento de 
pessoal
A inadequação numérica e qualitativa dos recursos 
humanos de enfermagem lesa a clientela no seu direito de 
assistência à saúde livre de riscos. 
Pode comprometer legalmentea instituição pelas falhas 
ocorridas na assistência. 
(GAIDZINSKI, 2005)
Competência do dimensionamento 
de pessoal 
ENFERMEIRO 
 
❑ ADMINISTRAÇÃO: 
Custo, 
Pessoal, 
Capital e 
Técnico. 
 
❑ SERVIÇO DE ENFERMAGEM : 
Benefício, 
Institucional, 
Trabalho e 
Ética. 
VARIÁVEIS INTERVENIENTES
❑ Externas: crise financeira; código do consumidor; lei do 
exercício profissional; política salarial do mercado de 
trabalho; política de saúde vigente. 
❑ Internas: recursos materiais e tecnológicos; 
complexidade das atividades desenvolvidas pela equipe 
de enfermagem; preparo técnico específico dos 
elementos da equipe de enfermagem; método de trabalho 
(funcional, integral) utilizado na assistência de 
enfermagem; planta física; jornada diária de trabalho; 
número de leitos. 
RESOLUÇÃO COFEN 293/04
Estabelece parâmetros para dimensionamento do 
quadro de profissionais de enfermagem nas instituições de 
saúde.
RESOLUÇÃO COFEN Nº 543/2017:
• I – Serviço de saúde: missão, visão, porte, política de 
pessoal, recursos materiais e financeiros; estrutura 
organizacional e física; 
• II – Serviço de enfermagem: modelo gerencial; modelo 
assistencial (Processo de Enfermagem - SAE); índice de 
segurança técnica (IST); 
• III – Paciente: grau de dependência em relação a equipe 
de enfermagem (sistema de classificação de pacientes - 
SCP).
HORAS DE 
ENFERMAGEM/LEITO/24h
4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo; 
 6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado 
intermediário; 
10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado de alta 
dependência ; 
10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado 
semi-intensivos; 
18 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intensivo. 
Horas de assistência de enfermagem 
segundo o sistema de classificação de 
pacientes - SCP
❖ 3,8 horas de enfermagem, por cliente, na assistência 
mínima.
❖ 5,6 horas de enfermagem, por cliente, na assistência 
intermediária. 
❖ 9,4 horas de enfermagem, por cliente, na assistência 
semi-intensiva.
❖ 17,9 horas de enfermagem, por cliente, na assistência 
intensiva. 
Distribuição do percentual total de 
profissionais segundo o SCP 
• Assistência mínima e intermediária: 33% a 37% de 
enfermeiros (mínimo de seis) e demais técnicos e 
auxiliares de enfermagem.
 
• Assistência semi-intensiva: 42% a 46% de enfermeiros e 
demais técnicos e auxiliares de enfermagem.
• Assistência intensiva: 52% a 56% de enfermeiros e 
demais técnicos de enfermagem. 
ESCALA DE PESSOAL 
“A exigência de trabalho à noite, nos finais de semana e 
nos feriados, uma necessidade frequente em organizações 
de saúde, é estressante e frustrante para alguns 
enfermeiros. Uma escala de trabalho inflexível é um dos 
elementos que mais contribuem para a insatisfação desses 
profissionais no trabalho.” 
(SHULLANBERGER, 2000).
ESCALA MENSAL
❑ Também denominada escala de pessoal, escala de 
folgas.
❑ Refere-se às distribuição da equipe de enfermagem de 
uma unidade, durante todos os dias do mês, segundo os 
turnos de trabalho
❑ Folgas: devem ser planejadas de modo a garantir o nº 
suficiente de cada categoria na assistência de 
enfermagem prestada nas 24 horas do dia. 
❑ Sistemas informatizados: enfermeira chefe analisa e 
escolhe a melhor opção após elaboração.
PONTOS A SEREM CONSIDERADOS
Conhecimento das leis trabalhistas que subsidiam a 
elaboração da escala. 
Exemplo: O funcionário pode trabalhar até 8 horas 
diárias e 44 horas semanais. A jornada de trabalho pode 
chegar, no máximo 12 horas diárias.
Exemplo: O funcionário tem direito a no mínimo uma 
folga semanal, remunerado e preferencialmente no 
domingo, exceto em atividade profissional exija trabalho 
aos domingo. Nesse caso, o funcionário tem direito a pelo 
menos 1 domingo a cada 7 semanas. 
Condições em que a ausência do funcionário não é 
considerada falta em serviço, não havendo prejuízo do 
salário. 
Exemplo: 5 dias para homem em caso de nascimento 
do filho. 
Exemplo: Até 3 dias consecutivos em virtude de 
casamento. Conhecimento das características da clientela, 
da dinâmica da unidade e da equipe de enfermagem.
Conhecimento da duração semanal de trabalho do 
pessoal de enfermagem na instituição. 
A duração semanal do trabalho do pessoal de 
enfermagem varia de acordo com a instituição: 30h, 36h, 
40h, 44h, 12x36 e 12x60, não podendo exceder 44h 
semanais.
O número de folgas é de acordo com a duração 
semanal de trabalho, acrescentando as folgas 
correspondentes aos feriados do mês.
ESCALA DIÁRIA 
Também conhecida como escala de atividades ou de 
serviço.
Tem o objetivo de dividir as atividades de enfermagem 
entre os elementos da equipe (de maneira equitativa). 
1. Método funcional: distribuição de acordo com as tarefas. 
2. Método Integral: designação da assistência prestada a 
um ou mais pacientes. 
3. Método do trabalho em equipe: designação de um grupo 
para prestação de atendimento durante o turno de serviço. 
 
ESCALA DE FÉRIAS
Também denominada escala anual.
Sugere-se que seja passada uma folha para que os 
funcionários possam colocar os meses de preferência. 
Indicar período das últimas férias evitando acúmulo de 
funcionários com férias na mesma época: rodízio. 
Considerar os meses de maior atividade na Instituição, 
evitando que muitos membros da equipe gozem de férias 
nesse período.
Férias distribuídas racionalmente: bom andamento do 
serviço e satisfação do pessoal.