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HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO DIREITO DE FAMILIA

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AULAS DE DIREITO DE FAMÍLIA V
UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DE FAMÍLIA
1.1 História e evolução do Direito de família;
1.2 Conceito de Direito de Família;
1.3 Objetivo do Direito de Família;
1.4 Princípios do Direito de Família.
História de Direito de Família
A HISTÓRIA DO DIREITO DE FAMÍLIA E SUA EVOLUÇÃO:
O território brasileiro inicialmente era povoado por índios e por razão da cultura os relacionamentos entre homem e mulher eram desvinculados de sentimento, até porque um índio poderia ter várias companheiras. Assim, procriar era um dever da mulher. Os grupos sociais eram organizados não por grau de afeto e parentesco, mas com o intuito de sobrevivência.
História de Direito de Família
Brasil foi colonizado houve a mistura de raça de homens brancos, negros e índios.
Cada povo carregava sua própria cultura e a questão da construção da família começou a sofrer modificações.
No Brasil a religião predominante sempre foi o Cristianismo e a Igreja Católica.
Durante o Império Romano o Cristianismo detinha forte influência no pensamento dos cidadãos. 
O casamento era o primeiro ato a ser praticado para que houvesse a constituição da família.
História de Direito de Família
A família era, então, simultaneamente, uma unidade econômica, religiosa, política e jurisdicional. Inicialmente, havia um patrimônio só que pertencia à família, embora administrada pelo pater. 
Numa fase mais evoluída do direito romano, surgiram patrimônios individuais, como os pecúlios, administrados por pessoas que estavam sob a autoridade do pater (WALD, 2004, p. 9).
Assim, o Direito Canônico era quem regulamentava o casamento e, portanto, aquelas pessoas que se uniam sem o casamento ditado pela Igreja Católica não tinham a benção de Deus e muito menos aparato estatal.
História de Direito de Família
Existia uma divergência básica entre a concepção católica do casamento e a concepção medieval. 
Para a Igreja, em princípio, o matrimonio depende do simples consenso das partes X a sociedade medieval reconhecia no matrimonio um ato de repercussão econômica e política para o qual devia ser exigido não apenas o consenso dos nubentes, mas também o assentimento das famílias a que pertenciam (WALD, 2004, p. 13).
Outra questão, desde os primórdios o sexo masculino se sobrepunha ao feminino, principalmente no campo econômico e familiar. O homem unia-se uma mulher através do matrimonio e a ela era imposta a obrigação de conceber filhos, pois a construção da estrutura familiar estava intimamente ligada às questões patrimoniais.
História de Direito de Família
com o fim do Império Romano a família passou por uma grande evolução. A mulher mostrou os primeiros sinais de autonomia e o poder do pater sofreu restrições.
Mas, com o fim do Império Romano a família passou por uma grande evolução. 
A mulher mostrou os primeiros sinais de autonomia e o poder do pater sofreu restrições.
No Império, desaparece a gens e concedem-se direitos sucessórios e alimentares aos cognados. 
O Estado limita a autoridade do pater admitindo-se que o alieni juris (direito alienado, sujeito ao poder de um paterfamilias — pai de família)possa recorrer ao magistrado no caso de abuso do pater. Desaparece a venda dos filhos pelo pai, e a este só se permite aplicar a modica castigatio (pena moderada) (WALD, 2004, p. 11).
História de Direito de Família
Desse período em diante a tendência fora dar mais direitos à mulher, 
A partir da Idade Média já era permitido que a mãe ocupasse a figura do pai. 
Tal direito logrou efeito por conta da Revolução Industrial que criou situações para que o sexo feminino ingressasse no ambiente de trabalho e se desvinculasse da subjugação econômica e vivia.
Deu-se, então, a passagem do modelo patriarcal a outro em que são dominantes as relações de solidariedade e cooperação. A perda da característica de unidade de produção, por conta da fase industrial, pôs fim ao papel econômico da família. 
Sua rígida concepção deu lugar à sensibilidade. A família moderna, em oposição àquela, valoriza um elemento abstrato, que até então estava à sombra: o sentimento (DIAS, 2008, p. 128).
História de Direito de Família
Desse período em diante a tendência fora dar mais direitos à mulher, 
A partir da Idade Média já era permitido que a mãe ocupasse a figura do pai. 
Tal direito logrou efeito por conta da Revolução Industrial que criou situações para que o sexo feminino ingressasse no ambiente de trabalho e se desvinculasse da subjugação econômica e vivia.
Deu-se, então, a passagem do modelo patriarcal a outro em que são dominantes as relações de solidariedade e cooperação. A perda da característica de unidade de produção, por conta da fase industrial, pôs fim ao papel econômico da família. 
Sua rígida concepção deu lugar à sensibilidade. A família moderna, em oposição àquela, valoriza um elemento abstrato, que até então estava à sombra: o sentimento (DIAS, 2008, p. 128).
História de Direito de Família
Felizmente com o avanço dos estudos e tecnologia trazidos pela Revolução Industrial o Direito de Família sofreu importantíssimas modificações. 
 O assunto família no Brasil praticamente passou despercebido pelos responsáveis pela elaboração das duas primeiras Constituições nacionais, pois a primeira, de 1824, nenhuma referência fazia à família em particular e a segunda apenas passou a reconhecer o casamento civil como o único ato jurídico capaz de constituir a família, determinando que sua celebração fosse gratuita. (OLIVEIRA, José Sebastião de. Fundamentos Constitucionais do Direito de Família. Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais, 2002, p. 25)
O Código de 1916 fora revogado pela Constituição de 1988, sendo esta pautada pelos princípios da dignidade humana e ideias de igualdade.
História de Direito de Família
Àquela época, a família patriarcal posicionava-se como coluna cen-tral da legislação e prova disso foi a indissolubilidade do casamento, como também a capacidade relativa da mulher. 
O artigo 233 do Código Civil de 1916 designava o marido como único chefe da sociedade conjugal. 
Além disso, à mulher era atribuída somente a função de colaboradora dos encargos familiares, consoante artigo 240 do mesmo diploma legal.
No que concerne à filiação, havia notória distinção entre os filhos: legítimos e ilegítimos, naturais e adotivos, que era devidamente registrada no assento de nascimento a origem da filiação.
História de Direito de Família
Quanto aos bens: 
O artigo 377 deste Código Civil de 1916: “quando o adotante tiver filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos, a relação de adoção não envolve a de sucessão hereditária”.
Quantos aos filhos:
O instituto da guarda estava atrelado à culpa na separação e não no bem-estar da criança, como é na atualidade, sendo aquela atribuída ao consorte não culpado pelo desquite.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
Nos idos de 1949 entrou em vigor a Lei nº 883, que tratava do reconhecimento dos filhos ilegítimos, através de ação de reconhecimento de filiação, os quais passariam a ter direito, inclusive, a alimentos provisionais, em segredo de justiça, e herança, sendo reconhecida a igualdade de direitos, independente da natureza da filiação. 
Este grande avanço foi marcado pela proibição de qualquer menção à filiação ilegítima no registro civil, deixando para trás a postura preconceituosa na qual o legislador se apoiou para a elaboração da Lei nº 3.071/16. 
EVOLUÇÃO do Direito de Família
Finalmente, em 27 de agosto de 1962, foi publicada a Lei nº 4.121, que versava sobre a situação jurídica da mulher casada, denominada Estatuto da Mulher Casada. 
Esta Lei revogou vários dispositivos do Código Civil de 1916 que impediam de a mulher exercer os direitos que deveriam ser comuns aos dos homens.
Dentre outros direitos, a mulher obteve o de exercer o poder familiar, ainda que constituísse novo casamento. 
Contudo, essa atividade ainda era bastante restrita, considerando que a redação do parágrafo único do artigo 380, explanava que, caso houvesse divergência entre os genitores, quanto ao exercíciodo pátrio poder, prevaleceria a decisão do pai, ressalvado à mãe o direito de recorrer ao juiz para a solução daquele conflito.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
Mesmo assim, a posição da mulher no âmago da sociedade e da entidade familiar foi modificada e representou uma das maiores conquistas da classe feminina perante a legislação brasileira, passando, a partir de então, a interferir na administração de seu lar.
No ano de 1977, sob a égide da CFRB de 1967, foram editadas a EC nº 09 e a Lei nº 6.515:
1) 1ª possibilitou o divórcio no Brasil, após ter sido obtida a separação judicial e a 
2) 2ª disciplinava a matéria viabilizando a ação direta de divórcio, desde que, completados cinco anos de separação de fato com início anterior a 28 de junho de 1977, (artigo 40);
EVOLUÇÃO do Direito de Família
E mais. A mencionada lei foi de grande relevância, uma vez que concedeu:
3) O direito à mulher de optar ou não pelo uso do nome de família de seu cônjuge; 
4) O Regime Parcial de Bens ser considerado regime legal ; a
5) e a Possibilidade dos vínculos familiares se encerrarem com o divórcio.
Posteriormente, aprovou-se a Lei nº 6.697/79, que regulava a assistência, proteção e vigilância a menores, denominada como Código de Menores. Este foi criado com o escopo de ajustar a situação dos meninos e meninas encontrados nas ruas dos centros urbanos, que eram ditos como irregulares. 
Desta feita, a referida Lei atrelou-se a questões de segurança pública e não se pautou integralmente na proteção às crianças que se encontravam em situação de risco.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
A partir da promulgação da Carta Magna de 1988, a célula familiar foi mais uma vez remodelada; 
desta vez dando ênfase aos princípios e direitos conquistados pela sociedade. 
Diante deste novo aspecto, o modelo de família tradicional passou a ser mais uma forma de constituir um núcleo familiar que, em consonância com o artigo 266, torna-se uma comunidade fundada na igualdade e no afeto, de acordo com a nova estrutura propiciada pela Constituição Federal de 1988.
Ela trouxe nova base jurídica para auferir o respeito aos princípios constitucionais:
1) Igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana. 
Esses princípios foram transportados para a seara do Direito de Família e a partir deles foi transformado o conceito de família, que passou a ser considerada uma união pelo amor recíproco.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
Repise-se que o enfoque da legislação mudou para priorizar a proteção da família e a pessoa dos filhos de forma igualitária em detrimento daquela proteção exacerbada ao casamento e filhos legítimos.
Neste mesmo prisma, as inovações também passaram a conceder proteção integral às crianças e isso se deve ao fato da difculdade social da época, pela qual estas eram colocadas de lado e marginalizadas. 
O processo de integração social surgiu da observação do constituinte de 1988, que destinou elástico capítulo à família, à criança, ao adolescente e ao idoso.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
Em 20 de novembro de 1989 foi instaurada a Convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre os direitos da criança e do adoles-cente, que foi aprovada em assembleia geral, ocorrida em Nova Iorque e confirmada pelo Brasil, através do Decreto de nº 99.710/99. 
Dessa feita, surgiu uma nova visão de responsabilidade e, na intenção de positivá-la, em 1990 foi editada a Lei nº 8.069, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que representou enorme avanço no reconhecimento dos direitos destas pessoas em fase de desenvolvimento.
Posteriormente à vigência deste Estatuto, o reconhecimento do estado de filiação passou a ser direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercido contra os pais ou herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de justiça.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
É importante trazer à tona a inovação contida na Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992, que regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do matrimônio. 
A aludida lei concedeu legitimidade ao Ministério Público para ingressar com ação de investigação de paternidade, quando constar do registro civil apenas a filiação materna. 
E mais. Estas disposições representaram a viabilidade do direito de toda criança ter um pai e uma mãe e de incumbi-los da responsabilidade de criá-la.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
Finalmente, a Lei nº 10.406/02, que instituiu o Novo Código Civil brasileiro, entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2002. 
Sua redação inicial aprovada pela casa de origem foi profundamente alterada, desde sua apresentação até sua apreciação no Senado, que ocorreu aproximadamente 20 anos após e, dessa feita, temos um Código que apesar de novo, à época de sua vigência já estava desgastado, em razão de a sociedade se encontrar em constante mutação e os direitos que se diriam novos já haviam sido contemplados pela Constituição Federal, não representando grande avanço e sim, em alguns aspectos, um retrocesso.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
A exemplo disso houve omissão do legislador ao deixar de incluir dispositivos que regulamentassem o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou até mesmo celebração não solene do casamento, tratando-o inexistente.
Igualmente o legislador deixou de mencionar na regulamentação a família monoparental e o respeito a esta, apesar das estatísticas mostrarem que vinte e seis por cento dos brasileiros vivem dessa forma.
No ordenamento jurídico brasileiro a Família Monoparental esta reconhecida expressamente como entidade familiar, estando positivada apenas de modo geral. A doutrina tenta delimitar as condições para a constituição de uma Família Monoparental, pois não há legislação infraconstitucional que aborde o tema, o Código Civil de 2002 não delimitou os direitos e obrigações dessa família.
EVOLUÇÃO do Direito de Família
Gisele Leite ressalta a mais importante das alterações como sendo aquela que diz respeito à isonomia conjugal, abarcando que pelo casamento homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes ou companheiros, sendo responsáveis pelos encargos da família, a saber:
1) fidelidade recíproca, 
2) a vida em comum no domicílio conjugal, 
3) a mútua assistência 
4) e o sustento, guarda e educação dos filhos, 
5) com o adendo do respeito e consideração mútuos. (art. 1566 CC)
Por fim, malgrado tenhamos observado toda a evolução histórica das inúmeras transformações na família e propriamente nos seus direitos, boa parte deste progresso é fruto de sólida construção doutrinária e jurisprudencial.

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