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GEOGRAFIA GEOGRAFIA POLÍTICA Gustavo Ferreira Prado Marcelo de Souza Loureiro http://unar.info/ead UNIDADE 1 – GEOGRAFIA POLÍTICA VERSUS GEOPOLÍTICA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: observar de maneira sistemática os conceitos, implicações e distinções entre a geografia política e a geopolítica. ESTUDANDO E REFLETINDO Após o interesse pelos estudos a respeito do espaço geográfico e consequentemente das relações homem e natureza, surge a geografia política com o objetivo de estudar as relações de poder, bem como a apropriação e organização do território e a instalação de um Estado com suas decisões e sua soberania. Sociedade, território e Estado se transformam em três vertentes sólidas que buscam harmonia. A partir do momento em que há relações de poder, é impossível pensar num território sem pensar em geografia política. Com o advento dessa ciência geográfica, emerge um novo conceito: a geopolítica. Mas afinal, geografia política é a mesma coisa que geopolítica? Primeiramente, devem-se analisar as inúmeras variáveis geográficas que existem e também as diversas concepções que as ciências humanas proporcionam. Wanderley Messias da Costa diz que a geopolítica: (...) é antes de tudo um subproduto e um reducionismo técnico e pragmático da geografia política, na medida em que se apropria de parte de seus postulados gerais, para aplicá-los na análise de situações concretas interessando ao jogo de forças estatais projetado no espaço. (COSTA, 1992, p.55) Observa-se então que a geopolítica é um “subproduto” da geopolítica, ou seja, a geopolítica está inserida dentro da geografia política e, muitas vezes, é aplicada no território através da soberania do Estado. Wanderley Messias da Costa ainda diz que: análises e estudos ditos geopolíticos podem frequentemente tratar-se de estudos geográfico-políticos, preferindo os autores a utilização da primeira expressão por simples comodismo vocabular ou modismos. (COSTA, 1992, p. 55) Dessa forma, analisa-se que, por várias ocasiões, autores citam o termo “geopolítica”, quando na verdade deveriam fazer referência à geografia política. Contudo, o termo “geopolítica” é utilizado frequentemente dando a falsa impressão de que todos os assuntos abordados dentro dessa ótica são geopolíticos. À medida que vários autores fazem uso da geopolítica para designar suas análises, demais autores utilizam-na, aqui está o “comodismo vocabular ou modismos”. José William Vesentini discorre a respeito da geopolítica: A problemática abordada pela geopolítica, ou rotulada como tal, é rica e complexa, é um vastíssimo campo de estudos, e comporta várias leituras (de "direita" ou de "esquerda", com os inúmeros matizes, enfatizando mais a indeterminação ou o livre arbítrio ou sendo "deterministas" naquele sentido estreito, etc.) e abordagens oriundas de diferentes áreas do conhecimento cientifico. A nosso ver, a geopolítica hoje, a partir dos anos 1980, configura-se cada vez mais como um campo de estudos interdisciplinares, como um conjunto de temas estudados isoladamente ou em equipe por geógrafos, cientistas políticos e sociólogos, historiadores, juristas, economistas, militares e alguns poucos outros. (VESENTINI, 2003, p. 05) Conclui-se que a geopolítica apresenta-se como um estudo interdisciplinar e que pode ser usada por diversas áreas do conhecimento. A geopolítica abrange inclusive as questões ideológicas e visões políticas, como o neoliberalismo e o comunismo. Trocando em miúdos, a geopolítica é ao mesmo tempo um subproduto da geografia política e das outras ciências sociais. Vesentini afirma que: Existe, portanto, uma geografia política independente da geopolítica, e vice-versa, embora haja uma relação de imbricação profunda, de superposição parcial entre elas. O geógrafo, em especial o especialista em geografia política, tem na geopolítica uma de suas preocupações, uma de suas temáticas essenciais. Só que ele tem outras temáticas ou objetos (geografia eleitoral, por exemplo, ou mesmo a análise da política do corpo, algo comum nos dias de hoje na geografia anglo-saxônica) e ao mesmo tempo outros especialistas também compartilham com ele essa preocupação em entender essa rica problemática designada geopolítica. (VESENTINI, 2003, p. 05) A geopolítica nada mais é do que uma pequena parte da geografia política, então não se pode “reduzir” a geografia política à geopolítica, pois aquela terá vários outros focos de estudos, assim da mesma forma ocorre com as outras áreas do conhecimento que levam a geopolítica em consideração, mas possuem vários outros direcionamentos de pesquisas. Ainda nessa linha, o geógrafo Ricardo Silva faz uma ressalva: A Geografia Política deveria ser compreendida como um conjunto sistemático de estudos restritos às relações entre o território e o Estado (posição, situação, características das fronteiras, etc.), enquanto que à Geopolítica Geopolítica Geopolítica Geopolítica Geopolítica caberia a formulação de teorias e estratégias políticas voltadas à obtenção de poder sobre determinado território. (SILVA, p. 03) Assim sendo, a geopolítica é uma ferramenta utilizada pelo próprio Estado, este com o intuito de obter poder pelo território. BUSCANDO CONHECIMENTO A Geografia Política faz um estudo relacionando a política e o território; embasada nos aspéctos socioeconômicos, ela utiliza as escalas local, regional e global. a geografia política analisa como os fenômenos políticos se territorializam e recortam espaços significativos das relações sociais, dos seus interesses, solidariedades, conflitos, controle, dominação e poder. Numa linguagem geográfica, estes espaços podem ser identificados como fronteiras, centro, periferia, guetos, unidades políticas[...]. (CASTRO. 2009, p. 53) Segundo Mattos, a Geopolítica é um ramo da Ciência Política que se formou pela interação dinâmica de três ramos do conhecimento: a Geografia (espaço físico), a Política (aplicação do poder à arte de governar) e a História (experiência humana). (MATTOS 2002, p. 29). a Geopolitica é o ramo da Geografia Política que engloba três pontos fundamentais: o espaço fisíco (território), o poder ( a política) e a História Humana. (MATTOS, 2002, p. 29). No pensamento de Ratzel, a Geografia Política é como a fotografia, vislumbrando o território, e a Geopolítica é cinematográfica, sendo mais dinâmica e levando em consideração os processos históricos. Ideologia – Segundo o dicionário Aurélio, ideologia significa: “ciência que trata da formação das ideias / conjunto de ideias próprias de um grupo, de uma época, e que traduzem uma situação história: a ideologia burguesa”. UNIDADE 2 – FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: compreender instalação e soberania do Estado sobre o território e suas consequentes implicações. Analisar o surgimento e desenvolvimento do Estado. Observar a importância do Estado para o conceito de território e para a geografia política. Investigar as diferenças entre Estado e Nação. ESTUDANDO E REFLETINDO Os Estados Nacionais representam a forma mais utilizada para representar o território nos mapas, por isso o nome “mapa político”. A palavra Estado vem escrita com a inicial maiúscula por referenciar a Unidade da Federação. O Estado também corresponde a uma instituição social politicamente organizada, exercendo liderança sobre o território. Observa-se que o Estado possui uma estrutura estabelecida com normas e regras, limitada por fronteiras, protegida por forças internas (exército), encaminhada pela administração e organizada com esferas de poder. A organização de um Estado é determinante para que se avalie sua liderança sobre a sociedade a que rege e o próprio território,assim como também determinará as condições para sua própria reprodução e a reprodução social. Por exemplo, Estado pode ser utilizado para designar se o mesmo é democrático, ditatorial, monárquico; assim, as relações de poder e a forma como é conduzida a soberania estatal irão influenciar certos comportamentos sociais e a maneira como a população vê o Estado. É preciso reconhecer que os países são organizações espaciais constituídas de relações sociais e, desse modo, a dinâmica de suas transformações é estabelecida pela história dos povos que neles vivem e pelas relações desses povos com o espaço. (ALBUQUERQUE, 2010, p. 53) As relações dos povos com o espaço são influenciadas pela organização estatal e, assim, o Estado possui ação decisiva na dinâmica da sociedade. Mas, afinal, como surgiram os Estados Nacionais? O Império Romano que durou do século II a.C. ao século III d.C. possuía diversos territórios difusos entre si e pouca comunicação. Apesar de existir uma moeda única na tentativa de estabelecer uma unidade territorial, ainda assim os distintos povos permaneciam com seus costumes e culturas distintos. Já na Idade Média, outras formas de organização foram definidas na Europa com a divisão do espaço entre condados e reinos, assim, os territórios ficaram regionalizados buscando homogeneidade, entretanto o continente ainda estava longe de possuir unidade. Entre os séculos XVI e XVIII é, então, estabelecida uma nova organização territorial. O continente europeu foi dividido entre monarquias e, como consequência, inicia-se um processo de consolidação dos Estados absolutistas, quando esses passam a obter maior controle sobre o território e a definir fronteiras. Consolida-se por completo no final do século XIX o Estado Nacional, cuja constituição está estritamente ligada ao desenvolvimento do capitalismo industrial. O Estado-Nação resulta de processos históricos que se estabeleceram na Europa, desde a constituição dos Estados absolutistas, e só assume a configuração atual na Europa e América entre os séculos XVIII e XIX. É importante destacar ainda que, se de um lado, a constituição do absolutismo está vinculada ao desenvolvimento inicial do capitalismo, de outro, as tentativas de definição de fronteiras, a organização de um Estado centralizador e a constituição dos Estados Nacionais estão apoiadas no capitalismo industrial. (ALBUQUERQUE, 2010, p. 56) Conclui-se que o capitalismo industrial, com suas novas técnicas, novas formas de produzir e consumir além das relações de trabalho, ora todas essas mudanças no espaço geográfico auxiliaram no processo da instalação e permanência do Estado no território. Atualmente os Estados ainda buscam organizar e reorganizar suas soberanias. A bandeira, a moeda, o hino nacional, o idioma, as forças armadas, todos esses aspectos configuram um Estado autônomo e independente, cada qual com sua identidade nacional, é o que faz o Estado desenvolver suas relações de poder, permanecer no controle do território e não permitir a fragmentação do mesmo. Estado versus Nação. Será que são duas instituições diferentes ou, na verdade, possuem o mesmo significado? Segundo Guimarães (1987, p. 145), “o conjunto de instituições que exercem essas funções de legislar, executar e julgar em nome do conjunto dos cidadãos de uma sociedade se chama Estado”. Dessa forma, para analisar, continua Guimarães: Nação em seu sentido político moderno é uma comunidade de indivíduos vinculados social e economicamente, que compartilham certo território, que reconhecem a existência de um passado comum, ainda que divirjam sobre aspectos desse passado; que têm uma visão de futuro em comum; e que acreditam que esse futuro será melhor se mantiverem unidos do que separados, ainda que alguns aspirem modificar a organização social da nação e seu sistema político, o Estado. (GUIMARÃES, 1987, p. 148) Assim sendo, a nação está vinculada aos sentimentos, vivências e desejos de uma sociedade, bem como seus interesses ao bem-estar social; vincula-se deste modo às questões peculiares e costumes do povo. O Estado fica então encarregado de organizar e rearranjar tal sociedade dentro do próprio território. E encarregar-se-á a geografia política de estudar tanto Nação como Estado, em busca de indagações que podem entrar no rol das considerações do território. BUSCANDO CONHECIMENTO Monarquia absolutista – Ocorre quando o rei ou rainha exercem poder absoluto sobre todas as esferas de poder. Exemplo: França na Idade Moderna. Estado Unitário – Não se admite partilhar a soberania, unidades regionais cumprem apenas funções administrativas sem tomar decisões legislativas. Exemplo: Bolívia. Federação – Há um elevado grau de autonomia aos poderes regionais, os quais podem resolver assuntos econômicos e sociais. Entretanto, todas as unidades federadas subordinam-se a uma Constituição Federal, assim como os processos eleitorais. Exemplo: Estados Unidos. Confederação – Parte-se do princípio da reunião de entidades políticas soberanas. Cada unidade confederada pode possuir constituição e até moeda própria. Ao governo central somente é atribuída a função de representação internacional. Exemplo: Suíça. República presidencialista – O presidente acumula funções de chefe de Estado e chefe de governo. Exemplo: Argentina. República parlamentarista – O presidente é apenas chefe de Estado, deixando a atribuição da chefia de governo ao primeiro-ministro. Exemplo: Alemanha. UNIDADE 3 – ESTADOS UNIDOS: IMPERIALISMO, SUPREMACIA E PROTECIONISMO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: identificar características e influências norte-americanas no mundo. Compreender a geopolítica dos Estados Unidos e a regência em seu território pelas relações de poder. ESTUDANDO E REFLETINDO Analisa-se a priori que os Estados Unidos foram colônia de povoamento e tinham como metrópole a Inglaterra. A primeira ocupação territorial concreta instalou-se ao norte, próximo à fronteira com o Canadá. Estabeleceu-se então no local uma sociedade baseada no trabalho livre e artesanato, enquanto que, ao sul, predominavam as plantações de algodão. Segundo Cláudio Soares (2008, p. 35): “Formaram-se grandes propriedades de tipo plantation e desenvolveu-se uma sociedade baseada no trabalho escravo. A situação criou uma classe de ricos proprietários de terras e exportadores”. Após uma revolução e uma luta conturbada na busca pela independência, em 1783, o Tratado de Paris reconhece os Estados Unidos da América como país independente. Entretanto, os primeiros anos da nação foram marcados pela instabilidade nas relações de poder em domínio do território. Após uma reorganização do Estado Nacional em sua fase inicial, iniciativas pró-sociais começam a ser colocadas em prática, como, por exemplo, a distribuição de terras a pequenos proprietários e a separação entre Igreja e Estado. Constata-se que o Estado passou a ter dificuldades em impor sua soberania num espaço tão grande em que dois territórios (norte e sul) divididos pelas grandes diferenças nas organizações econômicas e sociais, iniciam uma guerra civil, conhecida como a “Guerra de Secessão”, tal guerra foi alavancada pelas disparidades regionais em busca de homogeneidade e resultou na abolição da escravidão. Após a Guerra de Secessão, o país desenvolveu-se e estimulou o Estado Nacional a conquistar novos territórios: “Os EUA se apossaram de Porto Rico. No Oceano Pacífico, passaram a dominar as Filipinas e a ilha de Guam, além de anexar o Havaí. Cuba também foi cedida aos Estados Unidos.” (SOARES, 2008, p. 37). Evidencia-se o que pode ser chamado de “expansão imperialista”, ou seja, um Estado tenta se impor a outros. Claudio Soares continua: Em 1903 interviram para separar o Panamá da Colômbia e criar as condiçõespara construir o canal do Panamá, inaugurado em 1914, fundamental para suas rotas marítimas. (SOARES, 2008, p. 37) Analisa-se o fenômeno do imperialismo dos Estados Unidos, em que o próprio Estado se sobrepõe a outros a fim de garantir seus interesses, exercendo domínio sobre outro território que não seja o nacional. As mudanças antrópicas no espaço geográfico do Panamá revelam o desejo de um Estado intervir em território alheio, com o objetivo de criar e recriar condições que facilitem o seu desenvolvimento e assim confirmar sua supremacia. Como já vimos, os Estados Unidos disputavam com a URSS a hegemonia mundial durante a Guerra Fria, em que ambos impunham suas influências ideológicas sobre os diversos territórios. Com a vitória dos Estados Unidos, a União Soviética foi desfeita e o mundo passou a ser regido pelo sistema Capitalista, portanto os Estados Unidos se consagraram como grande potência mundial influente e criaram condições de se tornarem, posteriormente, o país mais rico e desenvolvido do planeta durante muito tempo. Mesmo com a ordem multipolar, o Imperialismo: Tendência de um Estado a dominar outros povos política e economicamente. Supremacia: Hegemonia, superioridade. “gigante norte- -americano” se faz presente por todas as partes do globo e por todos os territórios, como, por exemplo, pelas mercadorias, produtos, pessoas, investimentos, idioma, cultura, culinária, trocas comerciais, dólar... É o fenômeno conhecido como globalização que auxiliou e auxilia esse sistema. Vários acordos e pactos são firmados pelo Estado Nacional norte-americano com outros Estados, como também a formação de órgãos supranacionais com sede e comando nos Estados Unidos e, dessa forma, a soberania estatal dos Estados Unidos se impõe sobre outras sociedades. Verifica-se que os Estados Unidos são responsáveis por aproximadamente 25% do PIB mundial, consomem 25% de toda a energia gerada no mundo e respondem por cerca de 20% das importações mundiais. “Portanto, os Estados Unidos exercem uma supremacia econômica, apesar da existência de outros centros de poder econômico como a União Europeia e o Japão. Essa preponderância é muito maior quando se considera também o aspecto político-militar e se manifesta até mesmo nas decisões tomadas pela ONU.” Analisa-se um destaque norte-americano mesmo dentre os países mais importantes. Como se não bastasse a supremacia no âmbito econômico e político, o poderio militar também é indiscutível: “O orçamento militar anual dos Estados Unidos, sozinho, é equivalente aos orçamentos de todos os países do planeta reunidos.” Com um orçamento tão expressivo, a política externa norte-americana promove invasões, guerras, além de participar da deposição de governos em diversos países. A supremacia dos Estados Unidos é também condicionada a se manter no mundo e, frequentemente, nota-se a presença de uma política de proteção nacional que assegura a economia norte-americana. É nessa ótica que surge o conceito de protecionismo. Por diversas vezes, os Estados Unidos se utilizam dessa política protecionista, com o objetivo de garantir a compra e venda de seus produtos, com isso prejudicando a produção e a consequente venda das mercadorias de outros países. BUSCANDO CONHECIMENTO Consenso de Washington – também conhecido como neoliberalismo, foi realizado em 1989, com o auxílio do FMI (Fundo Monetário Internacional), visando à economia de mercado nos países da América Latina. Foi então proposto que esses países se abrissem ao capital estrangeiro, adotando amplas privatizações, menor participação do Estado na economia nacional e menores investimentos sociais. Protecionismo: Conjunto de medidas visando à proteção da indústria ou ao comércio nacionais, para que mantenham ou ampliem o mercado interno e possam fazer face aos concorrentes estrangeiros. Protecionismo é o amparo à indústria e ao comércio de uma nação pelo aumento de tarifas alfandegárias, que elevam o preço de produtos importados. UNIDADE 4 – GEOPOLÍTICA DA EUROPA OCIDENTAL E ORIENTAL – I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: verificar as diferenças entre os países da Europa Ocidental e Oriental, bem como analisar os processos de formação do bloco econômico da União Europeia e suas influências na região e no mercado internacional. ESTUDANDO E REFLETINDO A formação da União Europeia. Muitos países da Europa Ocidental ficaram devastados no processo do pós- guerra e, para se fortalecer economicamente, buscou-se a união entre os países europeus e com isso iniciou-se o processo de formação da União Europeia. A ideia central da união entre os países era desenvolver uma organização que pudesse unir suas economias que haviam sido devastadas pelas Guerras Mundiais. Assim, em 1947, pelo Tratado de Haia, Bélgica, Luxemburgo e Holanda se uniram economicamente criando uma área de livre comércio (um processo inicial de União Econômica, como a U.E.), denominada inicialmente de BENELUX. Já em 1951, sob o comando do Tratado de Paris, seis países europeus também se uniram formando a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Essa formação tinha o objetivo de reorganizar as bases industriais dos países membros da Comunidade. O BENELUX e a CECA formaram a base de uma terceira organização, denominada Mercado Comum Europeu ou Comunidade Econômica Europeia, que foi oficialmente iniciado com o Tratado de Roma em 1957. A partir desse ponto Formava-se a “Europa dos 6”, com os países da BENELUX e da CECA em união. Em 1973, Reino Unido, Irlanda e Dinamarca ingressaram no grupo e na década de 1980, Portugal, Espanha e Grécia também se anexaram. Com essa formação as bases da União Europeia estavam constituídas. Quando a Guerra Fria chegou ao fim, e a influência socialista na economia mundial reduziu-se drasticamente, os doze países pertencentes ao Mercado Comum Europeu, assinaram o Tratado de Maastrich, constituindo oficialmente a União Europeia (U.E.). O bloco econômico formado pelo tratado de Maastrich tinha como objetivo o fortalecimento econômico mundial e para isso adotaram entre os países membros uma União Econômica e Monetária, onde as mercadorias circulariam livremente entre os países membros. Além da área de livre comércio o bloco da União Europeia adotou um Mercado Comum, onde pessoas, serviços e capitais também circulam livremente entre os países membros. Em 1995, a União Europeia já se apresentava como a “Europa dos 15”, pois mais países haviam aderido à formação econômica e política do bloco da União Europeia. O próximo passo dado pelo bloco foi a assinatura do Tratado de Amsterdã, que constituiu uma moeda única a ser usada pelos países membros: estava criado o Euro. Em 2004 o bloco econômico da União Europeia se ampliou, inclusive admitindo entre seus membros oito países da Europa Oriental, os quais estavam sob a influência socialista durante o mundo bipolar. Esses antigos países socialistas que ingressaram na União Europeia em 2004 foram: Chipre, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Letônia, Lituânia, Hungria e Polônia. Com a união desses países ao bloco econômico, já tínhamos formado a “Europa dos 25” e, em 2007, o bloco da União Europeia já era conhecido pela “Europa dos 27”. Em julho de 2013 a Croácia ingressa ao bloco sendo até agora 28 países ao todo. Europa Ocidental e Europa Oriental. Entre os países da Europa Ocidental, a maioria pertence a união Europeia, e todos apresentam um quadro de desenvolvimento econômico e social significativos. Entre os países da Europa Oriental alguns ainda não fazem parte do bloco econômico, como Kosovo, Albânia, Montenegro e outros. De uma maneira geral a Europa Ocidental apresenta-se mais desenvolvida que a Oriental, contudo as diferenças não são tão marcantes. A tabelaa seguir nos dá uma comparação entre esses dois extremos do continente europeu. Comparação social entre alguns países da Europa Ocidental e Oriental PAÍS IDH PIB PER CAPITA (em dólares) EXPECTATIVA DE VIDA (em anos) Reino Unido 0,942 35400 79,1 França 0,956 32800 80,9 Itália 0,945 30200 80,2 República Tcheca 0,903 25100 76,8 Bulgária 0,840 12600 73 Albânia 0,818 6200 77,9 Como comparação entre as regiões, faremos um levantamento econômico e social dos países citados na tabela acima. O Reino Unido é uma região formada pela Grã-Bretanha (composta pela Inglaterra, País de Gales e Escócia) e Irlanda do Norte. Essa região apresenta um grande potencial econômico, que pode ser explicado pelo seu pioneirismo na Revolução Industrial. O êxito no desenvolvimento industrial na região deve-se a presença do carvão, disponíveis nessa área. Além do carvão a região também dispunha de um arsenal de ferro, sem contar com o primordial: as inovações tecnológicas como a máquina a vapor. As principais áreas industriais do Reino Unido localizam-se em Londres, voltada para a produção automobilística, mecânica e química. Outras áreas com destaque industrial são: Southampton, Bristol, Liverpool, Newcastle, Belfast, entre outras. A França teve seu desenvolvimento econômico explicado pela ajuda recebida dos Estados Unidos e, principalmente, pelo fato de fazer parte da Comunidade Econômica Europeia (CEE). Uma região francesa que merece destaque no ramo industrial é Paris, voltada para o setor automobilístico, aeronáutico, farmacêutico e de sistemas de informação. Também sob a ótica da industrialização vale a pena ressaltar a região do sudeste da França, com concentração de indústrias pertencentes à Terceira Revolução Industrial, ou seja, altamente tecnológicas em todos os seus ramos. O turismo na França é uma grande fonte de renda para o país, com uma das melhores infraestruturas em turismo, como: sistema de circulação, sistema material e imaterial, hospedagem, alimentação, recursos humanos, mão de obra qualificada, além disso, eles mantêm seus monumentos, museus, obras de artes, praças com boas condições de visitações. BUSCANDO O CONHECIMENTO O Espaço Schengen. O espaço Schengen é um dos maiores feitos da UE. Trata-se de um espaço sem fronteiras internas no interior do qual os cidadãos europeus pertencentes ou não à UE podem circular livremente, como turistas ou por motivos de trabalho, sem serem sujeitos a controles fronteiriços. Criado em 1985, este espaço cresce gradualmente, englobando, hoje em dia, quase todos os países da UE e alguns países associados. Em paralelo com a supressão das fronteiras internas, assistiu-se a um reforço dos controles nas fronteiras externas comuns, com base nas regras de Schengen, para garantir a segurança de quem vive ou viaja no espaço Schengen. Lista dos países que fazem parte do Espaço Schengen: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca , Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, República Checa, Suécia e Suíça. UNIDADE 5 – GEOPOLÍTICA DA EUROPA OCIDENTAL E ORIENTAL – II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: verificar as diferenças entre os países da Europa Ocidental e Oriental, bem como analisar os processos de formação do bloco econômico da União Europeia e suas influências na região e no mercado internacional. ESTUDANDO E REFLETINDO Continuando... Por último citamos a Itália, que assim como a França, teve seu desenvolvimento atrelado ao plano Marshall e a participação na Comunidade Econômica da Europa. Sua maior concentração industrial localiza-se em Milão, Turim e Gênova. O principal ramo industrial da Itália resume-se ao setor automobilístico. Além disso, a cidade de Milão possui também infraestrutura para o turismo, essa cidade vive um paradoxo entre o moderno, como o trem de alta velocidade e a sua história preservada, como o Domo de Milão. Domo de Milão, Itália – maior Catedral em estilo gótico do mundo. Foto Hélder Henrique Jacovetti Gasperoto. Da Europa Oriental começaremos por falar da República Tcheca. Esse país derivou-se da antiga Tchecoslováquia e hoje possui um centro industrial bastante relevante, tendo com sua maior produção a indústria química, alimentícia, automobilística, de cervejas etc. A agroindústria do país também apresenta um ramo bem diversificado, estendendo-se desde o plantio do trigo, beterraba e cevada até a criação de suínos, caprinos e bovinos. Voltando nossa atenção para a Bulgária, podemos afirmar que o setor industrial desse país baseia-se na indústria alimentícia e elétrica. Tal ramo industrial é de extrema valia para a economia da região. Na agropecuária a Bulgária destaca-se na cultura do milho e das rosas e, secundariamente, também conta com a produção do milho, beterraba, girassol, vinha etc. O último país a ser citado da Europa Oriental é a Albânia. No quesito econômico a Albânia é um dos países mais pobres da Europa Oriental. Apresenta inúmeros problemas sociais como a corrupção, a violência e a pobreza. A economia da Albânia resume-se na agroindústria da azeitona, do algodão, frutas e cereais, além de um setor de pecuária caprina. Resumidamente, vemos que os países da Europa Ocidental e Oriental não apresentam contrastes sociais e econômicos tão elevados quanto os presenciados na África. Contudo há uma singela diferença, principalmente na economia desses dos extremos do continente. BUSCANDO O CONHECIMENTO Evolução da União Europeia * 1948 – BENELUX → Bélgica, Holanda, Luxemburgo; * 1951 – CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) → BENELUX + Alemanha, França, Itália (6 membros); * 1957 – Tratado de Roma → MCE (Mercado Comum Europeu) → propunha a livre circulação de mercadorias, a primeira formação começou com os membros do CECA (seis membros: Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, França e Itália) → esses países tiveram grande crescimento entre 1958 e 1968, incentivando a entrada de outros países; * 1957 – EURATOM (Comunidade Europeia de Energia Atômica) → mercado comum para minerais atômicos com o objetivo de desenvolver a energia nuclear; * 1960 – AELC (Associação Europeia de Livre Comércio) → Áustria, Finlândia, Islândia, Noruega, Suíça, Suécia, Liechtenstein → objetivo: manter a ausência de tarifas internacionais sobre produtos industrializados (foi absorvida pela UE); * 1961 – OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) → membros: maio parte dos países europeus (inclusive do leste europeu) + EUA, Nova Zelândia, Coréia do Sul, México → objetivo: promover o crescimento econômico mundial; * 1973 – Entraram para o MCE: Reino Unido, Dinamarca, Irlanda (nove membros); * 1981 – Entra a Grécia (dez membros); * 1985 – formação da Comunidade Econômica Europeia (CEE), com livre circulação de pessoas e mercadorias; * 1986 – Entram Portugal, Espanha (doze membros); * 1987 – Ato Único Europeu → objetivos: a) livre circulação de mercadorias (fim das barreiras alfandegárias); b) livre circulação de trabalhadores, população; c) moeda única, padronização das moedas para facilitar as transações comerciais; d) parlamento único, criação do Parlamento Europeu. * dez/1991 – Tratado de Maastricht Objetivos: a) União monetária, as moedas nacionais deveriam ser substituídas pela moeda única (Euro); b) início do funcionamento do Fundo de ajuda aos países mais pobre (Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda); c) maior união entre os povos; d) política comum de defesa. * janeiro/1993 – formação da União Europeia (UE); Com livre circulação de mercadorias, de pessoas, meda única, parlamento único. A U.E. União Europeia é um megabloco econômico, que inclui o desenvolvimentocomercial, econômico, a circulação de trabalhadores, união monetária e política. * 1995 – entram para a U.E. a Áustria, Finlândia, Suécia (quinze membros); * 1999 – Euro entra em circulação, Reino Unido, Suécia e Dinamarca não adotam o Euro, ficando de fora da chamada zona do Euro; * 2004 – entraram para a União Europeia: Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Lituânia, Letônia, Estônia, Malta e Chipre (total mais dez membros, todos ex-Socialistas, perfazendo um total de 25 membros); * 2007 – Entraram: Bulgária e Romênia (total de 27 membros). * 2013 – a Croácia ingressa (total de 28 membros). Brexit Brexit é o processo de saída do Reino Unido da União Europeia iniciado com o referendo de 23 de junho de 2016 e com previsão para terminar em 2019. A palavra Brexit vem da junção das palavras inglesas “Britain” (Bretanha) e “Exit” (saída). Consequências Econômicas para o Reino Unido: ➢ No dia seguinte ao referendo, a libra esterlina registrou uma forte queda, assim como o dólar australiano e o dólar neozelandês; ➢ A bolsa e o mercado mobiliário sofreram uma forte queda naquela semana. Por isso, o governo britânico abaixou as taxas de juros e fez empréstimos bancários para conter uma possível perda de capitais. Consequências do Brexit para a União Europeia: ➢ Perde a contribuição monetária do Reino Unido; ➢ Terá que renegociar todos os tratados comerciais com o Reino Unido; ➢ Medo que o Brexit inspire outros países a fazer o mesmo. UNIDADE 6 – DESENVOLVIMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO DO CONTINENTE ASIÁTICO – I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: estudar e analisar a evolução econômica do continente asiático, bem como conhecer suas características políticas, culturais, sociais e físicas. ESTUDANDO E REFLETINDO O continente da Ásia é conhecido como o “gigante do mundo”, pois é o maior continente entre os seis existentes. O continente possui dimensões extremas indo desde os mares congelados do norte até as terras quentes ao redor da Linha do Equador. Assim, sua delimitação está ao norte pelo Oceano Glacial Ártico, a oeste temos como delimitação o Mar Vermelho, a leste a demarcação fica por conta do Oceano Pacífico e ao sul sua extremidade termina no Mar Arábico, Mar de Andaman e Mar da China Meridional. Fonte: http://www.mapaasia.com/8/mapa-de-asia-2.html. Aspectos naturais da Ásia. O relevo da Ásia, de modo geral, possui a parte central permeada por altas montanhas, como a cordilheira do Himalaia, onde se localiza o Monte Everest, o pico mais alto do mundo, encontrado na fronteira do Nepal com o Tibete. No centro do continente asiático, também podemos dar destaque ao grande número de planaltos, como o Planalto do Tibete, Planalto da Mongólia e Planalto da Sibéria Central. Margeando os planaltos encontramos as planícies, dispostas principalmente do norte ocidental do continente, região coberta pela Planície Sarmática, numa extensão da planície europeia, Planície da Sibéria Ocidental, Planície de Kolyma, além das demais planícies que margeiam as bacias hidrográficas. Assim, de modo geral, podemos dizer que a morfologia da Ásia é composta por cadeias montanhosas no centro do continente, cercadas por planaltos e planícies. Contudo é importante ressalta que nas margens do continente também temos a presença de relevos com altitudes elevadas, como é o caso dos Montes Zagros, localizados no Irã, Montes Urais, localizados da Rússia, separando a planície Sarmática da Planície da Sibéria Ocidental, os Montes Hangayan, entre a Rússia e a Mongólia e os Montes Cherski, localizado na porção norte do extremo leste da Rússia. No continente Asiático, destacamos alguns rios de intensa importância econômica e natural para a região, como por exemplo, o rio Azul (Yang-Tsé), que corta parte da China e deságua no Mar Amarelo e o rio Amarelo (Hoang-Ho), também localizado no Norte da China. O clima da Ásia é intensamente influenciado pelas monções. Além disso, pela extensão do continente, o mesmo apresenta uma variedade de clima, como Clima Mediterrâneo, Clima Desértico, Clima Temperado e Clima de Monções. A vegetação do continente compõe-se da seguinte forma: No norte da Ásia encontramos a Tunda, na região próxima ao Oceano Glacial Ártico, logo abaixo, no centro norte do continente predomina a Taiga. No centro da Ásia encontramos pradarias, vegetação de deserto, e vegetação de montanha. No extremo sul do continente predomina Florestas Pluviais Equatoriais, principalmente na Malásia e Filipinas, as Savanas permeiam a maior parte da Índia, sul da China e regiões próximas como Mianmar, Tailândia e Camboja. A Ásia do ponto de vista social. Sob o âmbito social o continente asiático abriga quase metade da população do planeta Terra, contudo esse mesmo continente apresenta imensos desertos humanos, pois a população se concentra em poucos lugares devido ao fato da região apresentar áreas de difícil sobrevivência, como regiões montanhosas e desérticas. A maior parte da população concentra-se na China e na Índia (2,3 bilhões). A Ásia abriga uma população bastante heterogenia. Diversos grupos linguísticos compõem o cenário asiático, ou seja, o continente se expressa na língua árabe, japonesa, tibetana, paleoasiática, caucasiana, hebraica, dravídica e várias outras em menor intensidade. No quesito da religiosidade o continente também é bastante diversificado, apresentando a religião budista, sunita, xiita, judaísmo, hinduísmo, catolicismo, protestantismo etc. Sob o ponto de vista econômico a Ásia baseia-se na agricultura, na pecuária, no setor industrial e na extração mineral. Ao que tange o setor agrícola destacamos a produção de arroz em países como a China, a Índia, Iraque, Japão e outros. A produção de tâmaras é predominante na Arábia Saudita, Iêmem, Omã, Iraque, etc. A uva tem seu destaque na Turquia, na Síria, no Afeganistão entre outros. A cultura de ovinos espalha-se pela China, Cazaquistão e Mongólia. A batata é cultivada no Japão, Coreia do Norte e Rússia. E por fim citamos o amendoim, cultivado no Vietnã, Cingapura, Índia e outros. Vale ressaltar que muitos outros produtos são cultivados na Ásia, contudo citamos os mais abundantes e significativos. Na pecuária o continente comercializa rebanho suíno, bovino e ovino e no setor industrial o continente destaca-se na indústria naval, na siderurgia, no setor têxtil, no setor automobilístico, alimentício, metalúrgico, etc. Para encerrar o estudo sobre o desenvolvimento econômico da Ásia citaremos a China. Esse país sempre apresentou uma população extremamente grande e, consequentemente, uma mão de obra barata. Esses fatores chamaram atenção de países investidores que passaram a ver a China como um potencial investido. Com todo esse investimento, vindo principalmente dos Estados Unidos, Japão e tigres asiáticos a economia chinesa, antes socialista e agora aberta totalmente ao Capitalismo, ganha novos ritmos e o PIB per capita atinge índices extraordinários em 20 anos. A abertura da China ao mundo Capitalista a transformou numa potência de exportação, e o país assegurou uma balança comercial favorável, ou seja, o nível de exportação do país supera em muito o nível de importação do mesmo. BUSCANDO CONHECIMENTO Os Tigres Asiáticos. A produção japonesa e sua economia cresceu a tal ponto que se tornou inviável a instalação de novas indústrias em território japonês, pois a mão de obra passou a ficar extremamente especializada e cara. A solução encontrada era uma desconcentração das indústrias japonesas para as regiões vizinhas, assim os locais próximos a periferia do Japão passaram a receber essas indústrias e toda a sua evolução tecnológica. Com isso essa nova região, que compreendia inicialmente a Hong Kong, Cingapura, Taiwan e Coreia doSul formaram os “Tigres Asiáticos”. Os Tigres Asiáticos, também conhecidos como NPIs (Novos Países Industrializados), tornaram-se os novos centros industriais atraindo investimentos de outros países como os Estados Unidos e destinando sua produção especificamente a exportação, conquistando espaço significativo no comercio internacional. UNIDADE 7 – DESENVOLVIMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO DO CONTINENTE ASIÁTICO – II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: estudar e analisar a evolução econômica do continente asiático, bem como conhecer suas características políticas, culturais, sociais e físicas. ESTUDANDO E REFLETINDO O Japão. Entre os países industrializados o Japão é o que detém o maior nível de produção. O Japão abriu sua economia para o Capitalismo durante a Era Meiji, que objetivava alcançar uma forte modernização no país e, consequentemente, trazer com ela um setor industrial de base, que sustentasse a economia do país. Entre os vários feitos realizados durante a Era Meiji para conseguir tais objetivos destacamos a construção de vias de transporte, investimento em empresas familiares como os zaibatsus, extremo investimento em educação, que é até hoje uma peculiaridade japonesa e a instalação de indústrias de base que desvinculassem o Japão das importações de bens de produção. Todos os investimentos econômicos feitos durante a Era Meiji foram perdidos quando o Japão foi bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial, contudo mais uma vez a nação japonesa se reergueu graças ao auxílio norte americano, a ampliação dos investimentos em educação, a mão de obra qualificada preparada durante a Era Meiji e as exportações de produtos industrializados. Com todo esse arsenal preparado o Japão despontou-se como o país mais conhecedor e fornecedor e produtos tecnológicos e modernizados. Entre os principais produtos japoneses estão a produção de aço, a seda, a construção de automóveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, etc. BUSCANDO O CONHECIMENTO Japão Era Meiji – 1868 até 1912. ➢ Essa é a fase em que o Japão sai de seu sistema tradicional agrário para o sistema urbano industrial. ➢ O governo japonês põe fim aos Xougunatos (Xouguns). ➢ Faz uma modernização do sistema econômico e social. ➢ Aplica no setor industrial. ➢ Aplica na educação de seu povo. ➢ Faz a primeira siderurgia produzindo ferro guza mais barato. ➢ Em 1904 o Japão invade, ocupa a Coréia, que foi anexada em 1910. Era Taisho - 1912 até 1926. ➢ O Japão participa de Primeira Guerra Mundial ao lado da Inglaterra. ➢ É a fase do expansionismo japonês. Era Showa – 1926 até 1936. ➢ O imperador Hiroito governa o Japão. ➢ É a fase da geopolítica japonesa. ➢ Em 1936 o imperador japonês é deposto, além disso, o Japão ocupou a Manchúria na China, região de ferro e carvão. ➢ O Japão participa da Segunda Guerra Mundial, após o término da Guerra o imperador Hiroito volta ao poder até 1989 quando assume o poder após sua morte, seu filho Akirito. Era Heissei 1989. ➢ O imperador Akirito assume o poder no Japão. O expansionismo japonês. ➢ O Japão invade as ilhas Kyu Kyu. ➢ O Japão invade as ilhas Kurilas. ➢ Ocorre a guerra sino japonesa, obrigando a China a ceder as ilhas dos Pescadores. ➢ Ocorre a guerra russa japonesa e ocupa as ilhas Sacalinas. ➢ O Japão ocupa a região da Manchúria na China. ➢ Ataque a Pear Harbour. ➢ 06/08/1945 – bomba de Hiroshima. ➢ 09/08/1945 – bomba de Nagasaki. Pós Segunda Guerra. ➢ O Japão passa por um milagre com o fim da Guerra, fazendo uma reforma agrária, renovando seus sindicatos; ➢ Põe fim aos cartéis e trustes. ➢ Tem uma imposição de não fabricação de armas. ➢ A mulher tem direito ao voto. ➢ Faz uma recuperação econômica. ➢ Faz aplicação do controle de qualidade (TQCs). ➢ Põe em vigor os círculos de controle de qualidade (CCQs). ➢ Em 1975 o Japão entra para o grupo dos sete países mais ricos do mundo o G 7 (hoje G 8). ➢ Em meados da década de 80 o Japão é o país mais robotizado do mundo. Devastação pelos Tsunamis em 2011 após grande terremoto. Fonte: Google imagens – acesso em 10/08/2014. UNIDADE 8 – GEOPOLÍTICA DO ORIENTE MÉDIO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: relacionar os conflitos no Oriente Médio com as abordagens da Geografia Política. ESTUDANDO E REFLETINDO Analisa-se a priori que o Oriente Médio é mundialmente conhecido pelas convulsões sociais; muitas vezes a região é generalizada por alguns e dessa forma muitas pessoas compreendem o Oriente Médio como uma região violenta, massacrada e privada de liberdade. Apesar de reconhecer que visões genéricas conduzem apenas a uma pequena parte da situação real, analisa-se que o Oriente Médio é uma região com inúmeros conflitos territoriais e por diversos motivos. É nessa ótica de um território conturbado, conflituoso e disputado, que o Oriente Médio torna-se objeto de estudo geopolítico e até por isso, como já estudamos, insere-se nas concepções da Geografia Política. A partir de agora, você irá compreender a dinâmica territorial dessa região e qual a gênese dos conflitos. De início, cita-se a apropriação de recursos naturais na região, onde encontramos grandezas inversamente proporcionais. Por um lado, a escassez de água que acomete boa parte dos países; por outro, a abundância de petróleo que há na região. A necessidade de se obter a água faz com que a sociedade e o Estado lutem pela conquista de territórios onde exista o recurso e, assim, o território acaba sendo disputado. Também é assim com o petróleo, já que este é um combustível fóssil utilizado por países desenvolvidos, origina riquezas e é consequentemente disputado nos territórios onde há reservas, visto que o Oriente Médio é a região mundial onde se localizam as maiores reservas de petróleo do planeta. Nessa área, principalmente próximo ao Golfo Pérsico, concentram-se cerca de 60% das reservas de petróleo do mundo, o que explica sua importância econômica e estratégica. A economia da região, baseada na exploração e comercialização do petróleo, causa grandes desigualdades sociais: de um lado, os enriquecidos pelos petrodólares; de outro, uma sociedade organizada em uniões tribais, que praticam uma economia de subsistência e apresentam altas taxas de pobreza, analfabetismo, mortalidade, etc. Além da abundância de petróleo, a região convive com escassez de água, motivo pelo qual a luta pelo controle das nascentes e poços também representa um fator gerador de conflitos e de guerras. (GUERINO, 2010, p. 196) Outro motivo pelo qual o território é alvo de manifestações é o fator religioso. A intolerância pelas divergências religiosas faz com que povos dentro de um mesmo território não se aceitem a ponto de culminar em guerras. Após a segunda guerra mundial, os países da região tentaram fazer com que a religião permanecesse na esfera familiar. Contudo, os fundamentalistas islâmicos reagiram violentamente, principalmente na Arábia Saudita e Líbia. (GUERINO, 2010, p. 196) A grande maioria dos países árabes declara o Islamismo como religião oficial, inclusive no direito constitucional, o que faz esses países serem governados por religiosos. Ora, se por um lado a religião possui dogmas, intransigências, regras e paradigmas, de outro, o Estado tem a função de exercer sua soberania sobre o território. Mas como pode um Estado soberano liderar um território visando aos interesses de uma religião fundamentalista? Cita-se como exemplo a guerra Irã- Iraque, que ocorreu por volta de 1978, quando no Irã começa a surgir uma dura oposição ao até então atual governo de Xá Reza Pahlevi. Denominada Revolução Islâmica, esta pregava uma modernização econômica independente dos princípios religiosos. O Irã coloca no poder um líder Xiita e começa a influenciar outrospaíses ao seu redor. Porém, no Iraque, a maioria da população era Xiita, mas o país era regido por um governo Sunita, cujo temor de uma revolução faz com que o Iraque invada o Irã e inicie então uma guerra que somente acabaria em 1988. Pode-se ainda citar como motivo de conflitos geopolíticos a reivindicação por territórios até por invasão, ocupação e delimitação de fronteiras com ideias expansionistas. Observa-se como exemplo a região da Palestina, que o povo judeu considerava sua terra de origem, mesmo tendo sido dispersado pelo mundo (diáspora). Porém a região foi alvo de disputa de muitos povos e o povo Judeu ficara sem uma nação. No contexto pós-segunda guerra mundial, em 1947, a ONU aprovou a criação de um Estado Nacional para o povo judeu. No ano seguinte, a Palestina seria dividida em dois Estados: Israel recebeu 56% do território, enquanto a Palestina árabe ficou com os outros 44%. (GUERINO, 2010, p. 124) Entretanto, os povos que habitavam a Palestina não aceitaram a proposta, Israel avança suas fronteiras sobre a Palestina assim como outros territórios, Síria, Colinas de Golã, Faixa de Gaza, Sinai. Enfim, em 1988, a Palestina reconhece a soberania de Israel e é então proclamado um Estado Palestino. Em 2007, Israel termina a construção de um muro que separa seu território da Palestina. Tal muro restringe a liberdade da sociedade e anexa junto extensões palestinas. Destaca-se outro foco de conflitos no Oriente Médio que seriam a existência de diversos grupos rebeldes e em sua maioria separatista. Fazem oposições violentas contra os governos e causam diversos prejuízos à sociedade. Isso se deve à fragilidade dos Estados em conter as tensões entre os grupos. Verifica-se também a disputa ao poder pelos políticos não democráticos que visam aos seus próprios interesses. Conclui-se que a disputa pelo território no Oriente Médio dá-se de forma conflituosa pelo modo como é construído o espaço geográfico, as ações dos Estados Nacionais e as inúmeras disputas num território tão heterogêneo. O Estado Islâmico. Militantes de uma organização terrorista conhecida anteriormente como Estado Islâmico no Iraque e no Levante, abreviado em português EIIL e, em inglês, ISIL, declararam, em junho deste ano, um “califado islâmico” no Oriente Médio – chamado agora apenas de Estado Islâmico. Desde então, esses guerreiros se tornaram um dos assuntos mais importantes do noticiário internacional. O que é o Estado Islâmico? É uma organização terrorista que declarou, em 30 de junho deste ano, o controle de um território estratégico entre a Síria e o Iraque. Seus membros estabeleceram, ali, um califado islâmico e têm disputado com os governos regionais. Leia o site abaixo para saber mais sobre o Estado Islâmico. http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2014/09/03/o-que-e-o-estado- islamico/ BUSCANDO CONHECIMENTO Xiitas – indivíduos da seita xiita, formada no século VII por muçulmanos partidários de Ali, primo e genro de Maomé, e que sustenta que somente as tradições transmitidas por meio dos descendentes de Ali e Fátima, filha do profeta, são autênticas. Sunita – designação comum aos muçulmanos ortodoxos, que reconhecem a autoridade dos quatro primeiros califas. Colinas de Golã – região que compreende o Nordeste de Israel. Território muito disputado por conter as nascentes dos poucos rios da região do Oriente Médio. Faixa de Gaza – território ao sudoeste de Israel, onde a maior parte dos palestinos é declarada muçulmana. Possui agricultura como principal setor da economia. UNIDADE 9 – ÁFRICA: GOVERNOS DITATORIAIS E CONVULSÕES SOCIAIS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conceituar o contexto histórico do continente africano e compreender as raízes das lideranças autoritárias e manifestações da sociedade. ESTUDANDO E REFLETINDO Analisa-se a priori que, a partir do século XV, os países africanos se transformaram em colônias de exploração onde as metrópoles eram as nações europeias. O pacto colonial consistia num sistema bem simples: a função da colônia era fornecer recursos e matérias-primas a fim de gerar riquezas à metrópole. A riqueza mineral foi o principal fator que levou os países europeus a ocupar e explorar a África. Desde o fim do século XIX, empresas estrangeiras de mineração dominam o subsolo africano, determinando a produção e o mercado dessas matérias-primas. Esses minerais, juntamente com boa parte dos lucros obtidos com seu comércio, destinam-se aos países ricos. (ALBUQUERQUE, 2010, p. 163) Além disso, houve um intenso período de escravização, quando a população africana era remanejada ao continente americano. Estima-se que aproximadamente 12,5 milhões de africanos foram trazidos à América para servirem como escravos nas lavouras. Todo esse processo trouxe estagnação ao continente, perda de recursos e desestabilização da sociedade, sendo que as pessoas escravizadas eram separadas de suas famílias, desestruturando lares, cidades, sociedades... Entre 1884 e 1885, ocorreu a Conferência de Berlim, em que fronteiras artificiais foram criadas pelos interesses territoriais das potências europeias. Esses países não levaram em conta que tribos inimigas ficaram juntas em território comum, enquanto outras foram equivocadamente separadas. Desavenças entre diversas tribos começaram a surgir, reconstruindo um espaço geográfico baseado na intolerância. Observa-se que, a partir do século XIX, os países europeus iniciam a chamada “corrida imperialista”; agora o continente era visto como fornecedor de matérias-primas, extrativismo e mercados consumidores para a segunda revolução industrial. Inicia-se o processo de descolonização da África. Contudo, grande parte dos países africanos obteve sua independência tardiamente e foram perpetuados a serem meros produtos agrícolas, sem oportunidade de desenvolvimento. Analisa-se que, após a independência, surgiram novos Estados Nacionais com otimismo, mas que em pouco tempo esta euforia se esmaeceu pelas disputas pelo poder, regimes ditatoriais e golpes militares. A África estaria se transformando num continente agrícola e dependente, com um cenário heterogêneo pelas divergências étnicas, religiosas, políticas e linguísticas. Verifica-se que, devido ao contexto histórico explanado acima, o continente africano apresenta-se atualmente com alta taxa de mortalidade infantil e apenas 58% da população tem acesso à água potável. Na África, vive a metade de toda a população abaixo da linha da pobreza do mundo, além de possuir 89% dos casos mundiais de malária. A AIDS também é uma doença avassaladora no continente, visto que este possui 70% de todos os soropositivos do mundo. O caso é tão grave que países como Botsuana, Lesoto, África do Sul, Suazilândia e Zimbábue têm uma proporção de aproximadamente 15% dos adultos com AIDS. As estatísticas assuntam, pois, no caso da Suazilândia: a expectativa de vida no país era de 74 anos em 1990, mas com a mortalidade da AIDS, essa expectativa baixou para 37 anos em 2007. A África Subsaariana enfrenta altos índices de pessoas infectadas pelo vírus HIV (que pode desencadear a Aids) e pela malária. No caso da malária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a ocorrência de 300 milhões de casos anualmente, com cerca de 1 milhão de mortes. Já em relação à Aids, segundo dados da ONU, 16 países da África Subsaariana têm pelo menos 10% da população adulta (entre 15 e 49 anos) infectada pelo HIV. (ALBUQUERQUE, 2010, p. 165) O território africano é beneficiado por diversas riquezas naturais, o continente possui em sua extensão territorial 75% do cobalto mundial, assim como 60% dos diamantes, 50% do ouro, 30% do urânio e 10% do petróleo. Entretanto, abundância de recursos naturais geram disputas acirradas pelo domínio e soberania do território,milícias rebeldes se manifestam contra governos que em sua maioria são frágeis. O fato comum mais impressionante entre os países propensos à guerra é sua pobreza. Países ricos quase nunca enfrentam guerras civis, e países de renda média, raramente. Mas 80% das guerras civis do mundo envolvem os cerca de 17% mais pobres da humanidade. Os fatores que sinalizam maior tendência de conflitos são rendas médias baixas, pouco crescimento e muita dependência das exportações de produtos primários como petróleo ou diamantes. (MOREIRA, 2008, p. 192) As disputas territoriais são de âmbito social, político e econômico, os recursos naturais, ao invés de gerar desenvolvimento, geram uma sequência de tensões e rivalidades entre diversos grupos. As rivalidades dão origem a partidos únicos e autoritários, que, aliados à escassez de recursos básicos, emergem rebeldes marginalizados que entram em choque com as lideranças políticas, ocorrendo assim guerras civis e conflitos de alta intensidade. Verificam-se os altos índices de mortalidade e graves consequências dos conflitos africanos. Na África Subsaariana, isso é, ao sul do deserto do Saara, é onde a situação de subdesenvolvimento é a pior do mundo. Exemplos de conflitos: Sudão – o país possui uma região separatista, onde os conflitos internos já deixaram mais de 300 mil mortos e 2,7 milhões de refugiados. O atual presidente, Omar Al-Bashin, é acusado de vários crimes de guerra; República Democrática do Congo – também separatista, 4 milhões de mortos em combates sociais; Somália – também separatista, não há poder central, o presidente governa apenas a capital e alguns locais em torno dela, o restante do país está nas mãos de guerrilhas e rebeldes; Nigéria – além de refugiados em áreas de risco, as convulsões sociais já deixaram mais de 10 mil mortos; Chade – o país convive com um movimento rebelde e violento chamado “Forças Unidas para mudança”; Etiópia – o movimento separatista “Frente nacional para a libertação de Ogaden” promove conflitos, crimes e mortes pela reivindicação da independência de uma região conhecida como Ogaden; Uganda – guerras civis já deixaram aproximadamente 100 mil mortos e mais de 1,6 milhão de refugiados. Não muito diferente, a situação na África Setentrional ou África branca é também conflituosa e assiste a ditaduras duradouras, manifestações sociais e queda de políticos. Exemplos: Marrocos – os marroquinos lutam pela diminuição do poder do Rei Mohamed e mais empregos à população; Líbia – o povo reivindicou o fim do nepotismo de Muamar Kadafi, o ditador estava no poder a 42 anos, foi deposto de forma brutal, perdendo toda e qualquer soberania; Egito – a população egípcia se movimenta em prol da criação de mais empregos, além disso, conseguiram tirar do poder o ex-ditador Hosni Mubarak; Tunísia – o povo almeja reformas econômicas para melhorias na renda, consumo e qualidade de vida, além do fim da ditadura de Zine Bem Ali; Jordânia – o povo quer limitar o poder do rei e garantir reformas na constituição; Síria – os sírios desejam o fim do governo de emergência de 1963, além de várias reformas econômicas; Iêmen – a população luta pela renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh e reformas econômicas; Barein – o país pede a renúncia do rei Hamad Khalifa; Irã – os iranianos protestam pelo fim da repressão dos aiatolás e por liberdade de expressão. Verifica-se que a manifestação social é generalizada por todo o continente, os Estados Nacionais soberanos que se aproveitaram outrora das instabilidades políticas da independência tardia dos países, agora estão sendo retirados do poder. Uma nova sociedade está se formando e consequentemente a construção do espaço geográfico está se dando de forma diferente. Assim também a retirada de domínios ditatoriais para regimes democráticos acarreta numa nova dinâmica territorial. Mudanças no território, no espaço geográfico e nos Estados Nacionais irão também transformar a sociedade e o meio. Estamos assistindo a inúmeras mudanças no continente que irão originar novas propostas, novos rumos e quebra de paradigmas. BUSCANDO CONHECIMENTO Aiatolá – designação que significa “o espelho de Deus”. Unidade 10 – OCEANIA E ANTÁRTIDA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer as características físicas, econômicas e políticas do continente da Oceania, dando destaque para Austrália e Nova Zelândia, maiores países do continente. Desvendar as peculiaridades do continente da Antártida, bem como compreender suas principais características físicas. ESTUDANDO E REFLETINDO A Oceania e suas características físicas. A Oceania delimitasse ao norte pelo Mar de Banda, a Oeste é banhado pelo Oceano Índico, na porção leste é cercado pelas águas do Mar da Tasmânia no extremo sul, mar dos Corais do leste central e pelo Mar de Salomão no extremo norte, do lado leste de Papua Nova Guiné. No que diz respeito à morfologia do continente, podemos dizer que, de modo geral, o continente da Oceania possui um relevo mais plano, composto por planícies e planaltos. Entre as formações planálticas citamos o Planalto de Barkly no norte do país e, entre as planícies presentes, destacamos a Planície de Nullarbor, localizada no sul do continente. Na parte oriental do continente, incluindo o leste de Papua Nova Guiné , o relevo se eleva, encontrando na região a Grande Cordilheira Divisória e a Cadeia Central, que permeia a região de Papua Nova Guiné. Na Nova Zelândia, ilha encontrada na porção oriental do continente, também se apresenta com um terreno de maiores altitudes. Os picos mais elevados do continente são: Wihelm, com 4509 metros, o Mauna Kea, com 4205 metros e o Kosciusko, com 2228 metros. Entre os rios que abastecem o continente damos destaque para o rio Murray-Darling, o rio Darling e o rio Murray. O clima predominante na Oceania é o clima desértico, ocupando todo centro oeste do continente. Margeando o clima desértico o continente apresenta um clima tropical seco. Na porção meridional do continente encontramos o clima tropical úmido. A porção oriental da Oceania há a predominância do clima subtropical, além de uma faixa apresentando clima de montanha, predominando sobre a Grande Cordilheira Divisória. Ainda temos a ocorrência do clima temperado atuando na Nova Zelândia e no extremo sul oriental do continente. Ainda temos o Clima equatorial, predominante em Papua Nova Guiné, excetuando o centro dessa região, onde ocorre clima de montanha atuando sobre a área da Cadeia Central e por fim encontramos o clima Mediterrâneo no extremo sul da porção ocidental do continente. O continente também apresenta uma variedade de vegetações, tendo na região central vegetação desértica, ao norte temos a ocorrência de savanas, no extremo norte predomina savanas tropicais no extremo oriente, na porção norte encontramos florestas pluviais e Florestas Equatoriais, na porção sul do leste continental temos a ocorrência de Florestas Pluviais Subtropicais e por fim, vegetação mediterrânea no extremo Sudeste do continente. Aspectos sociais e econômicos da Oceania. Sob a ótica social, o continente destaca como sendo seus maiores países a Austrália, seguida de Papua-Nova Guiné e Nova Zelândia, que possuem as maiores concentrações populacionais. A maior parte da população da Oceania concentra- se no extremo oriente do continente, no litoral do Oceano Pacífico. O continente baseia-se na agricultura, na exploração mineral e de diamantes, na pecuária de suínos, bovinos e ovinos. No ramo industrial o continente tem seu maior destaque na região da Austrália e Nova Zelândia. A indústria da Austrália fortificou-se após a Segunda Guerra Mundial, quando o país passou a exportar seus recursos minerais e energéticos para outros países se recuperarem do confronto. Os principais ramos industriaisda Austrália são o setor automobilístico, metalúrgico, siderúrgico, químico e petroquímico. As maiores indústrias concentram-se em Sydney, Melbourne, Adelaide e muitos outros. A Nova Zelândia, um arquipélago situado a sudeste do continente da Oceania, formado por duas principais ilhas: a do Norte e a do Sul, sendo que a do norte detém a maior parte dos habitantes da Nova Zelândia. O país era colônia do império britânico e, portanto, recebeu muitos imigrantes britânicos, principalmente durante a descoberta de ouro em meados do século XIX. Atualmente a Nova Zelândia, assim como a Austrália, se destaca nos altos índices sociais, devido ao seu alto IDH, variando em torno de 0,943 no ano de 2010, seu baixíssimo índice de analfabetismo, sua elevada expectativa de vida, a baixa mortalidade infantil, etc. No ramo agropecuário o país produz a cultura da cevada, do trigo, uva, kiwi, milho e outros produtos. A pecuária baseia-se principalmente na produção de lã, gado de corte e gado leiteiro. O setor industrial da Nova Zelândia está atrelado à produção e exportação dos gêneros alimentícios, além de siderurgia, metalurgia e produção de papel. Antártida. O continente da Antártida localiza-se no polo sul, uma das regiões polares do planeta Terra, sendo a outra o polo norte, localizado no extremo oposto do continente da Antártida. O clima dessa região é extremamente frio, pois se encontra na latitude 90ºS e, portanto a região recebe os raios solares com altos graus de inclinação e logo recebem menos radiação e, por conseguinte, suas temperaturas são estritamente baixas. A vida constante nesse continente é quase impossível, contudo alguns animais conseguem sobreviver e permanecer nessa região, como por exemplo, os pinguins, as baleias, as focas e muitos peixes. Devido ao frio constante a região torna-se um centro de alta pressão e a formação de anticiclones ameniza o tempo e impossibilita a precipitação. Por outro lado, como a quase totalidade das águas desse continente estão congeladas, somada ao fato da radiação ser reduzida, não há precipitação no continente da Antártida. Também, atrelada ao fato do continente estar na latitude mais elevada do planeta, e a pouca incidência de radiação, esse continente pode passar vinte e quatro horas (um dia) em período noturno durante o inverno e o mesmo tanto de horas em período diurno, no verão. Isso acontece porque a duração do dia aumenta, durante o verão no hemisfério sul, do Equador para o polo sul e diminui do Equador ao polo norte. Tal fato que se inverte quando chega o verão no hemisfério norte. Do ponto vista natural o continente conta com o Mar de Weddell e o Mar de Ross, além dos Oceanos Atlântico e Índicos que, margeiam suas terras geladas. Apesar de coberto por gelo e por neve, o continente também apresenta um relevo bem definido, destacando o Maciço Vinson, com 5140 metros de altitude, o Monte Jackson, com 4191 metros de altura, o Mount Lister, atingindo 4025 metros de comprimento entre outros. BUSCANDO O CONHECIMENTO Questão social na Antártida. O continente antártico não abriga nenhuma população específica nata da região. Os humanos presentes no continente são geralmente ligados a algum centro de estudo e pesquisa montado no continente. Isso porque o território antártico não pertence a nenhuma nação em especial, ele é uma área neutra utilizada somente para pesquisas, análises científicas e estudos específicos. Segundo o “Tratado da Antártida”, assinado (em 1961), nenhuma nação pode colonizar, dominar ou requerer direito permanente de qualquer região do continente, pois o mesmo deve se manter neutro, como uma zona harmoniosa pertencente a nenhuma e ao mesmo tempo a todas as nações da Terra. Além disso, o Tratado da Antártida ainda determina que nenhum país poderá explorar o meio ambiente biótico e abiótico do continente da Antártida. Seu ecossistema deverá ser mantido intacto, assim como o maior reservatório de água doce que se encontra congelado no continente. A única atividade permitida na região é a pesquisa científica. Assim, o continente abriga vários setores de pesquisa, entre eles o Brasil, Noruega, Austrália, França, Chile, Argentina, Estados Unidos entre outros países. Av. Ernani Lacerda de Oliveira, 100 Parque Santa Cândida CEP: 13603-112 - Araras / SP (19) 3321-8000 ead@unar.edu.br www.unar.edu.br 0800-722-8030 POLO EAD MATRIZ http://www.unar.edu.br http://www.unar.edu.br http://www.unar.edu.br http://www.unar.edu.br Página 1 Página 2
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