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1 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS 2 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Este material é parte integrante da disciplina “Administração de Farmácias e Drogarias” oferecido pela UNINOVE. O acesso às atividades, as leituras interativas, os exercícios, chats, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente de aprendizagem online. 3 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Sumário AULA 01 • HISTÓRIA DA FARMÁCIA.............................................................................................7 Introdução ...................................................................................................................................7 Breve História da Medicina..........................................................................................................8 Medicina Egípcia .........................................................................................................................9 Medicina Grega ...........................................................................................................................9 Medicina Romana......................................................................................................................10 Medicina Islâmica......................................................................................................................10 Medicina no Renascimento .......................................................................................................11 A Química na Medicina..............................................................................................................11 A separação da Farmácia da Medicina......................................................................................12 A História da Farmácia no Brasil – da botica à farmácia............................................................12 Novo Ciclo da Farmácia – Do Boticário ao Farmacêutico ..........................................................13 Exercícios..................................................................................................................................15 AULA 02 • ADMINISTRAÇÃO .......................................................................................................16 Histórico ....................................................................................................................................16 A Necessidade da Administração ..............................................................................................17 Processo Administrativo ............................................................................................................17 Planejamento ............................................................................................................................18 Organização..............................................................................................................................19 Direção......................................................................................................................................20 Controle.....................................................................................................................................21 Exercícios..................................................................................................................................21 AULA 03 • ADMINISTRAÇÃO HABILIDADES DO ADMINISTRADOR / FILOSOFIAS ADMINISTRATIVAS......................................................................................................................23 Introdução .................................................................................................................................23 Habilidades Administrativas.......................................................................................................23 Habilidades Administrativas...................................................................................................23 Filosofias Administrativas ..........................................................................................................25 Administração Flexível...............................................................................................................27 Exercícios..................................................................................................................................28 AULA 04 • RAMOS DE ATIVIDADE E TIPOS DE NEGÓCIO........................................................30 Introdução .................................................................................................................................30 Ramos de Atividade ..................................................................................................................30 As empresas podem ser divididas em: ..................................................................................30 Tipos de Negócios.....................................................................................................................31 Franquia ....................................................................................................................................31 Vantagens e desvantagens ...................................................................................................32 Empresa Familiar ......................................................................................................................33 Principais características .......................................................................................................33 Pontos fortes .........................................................................................................................34 Pontos fracos (na fase de transição para a 2ª geração).........................................................34 Sucessão: Variáveis que afetam o processo de sucessão.....................................................35 Exercícios..................................................................................................................................36 AULA 05 • CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR E COMEÇANDO A MONTAR UMA FARMÁCIA....................................................................................................................................38 Introdução .................................................................................................................................38 Características do empreendedor..............................................................................................38 4 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Conjunto de realização..............................................................................................................39 Conjunto de planejamento.........................................................................................................40 Conjunto de poder.....................................................................................................................40 Começando a Montar uma Farmácia/ Drogaria .........................................................................41 • Legislação específica ..............................................................................................................44 Algumas leis que o futuro empreendedor deve conhecer: .....................................................45 Registros Necessários:..........................................................................................................45 Exercícios..................................................................................................................................46 AULA 06 • INVESTIMENTO INICIAL, CUSTOS E DESPESAS.....................................................48 Investimento ..............................................................................................................................48 Investimento inicial....................................................................................................................49 Custos.......................................................................................................................................50 Exercícios..................................................................................................................................53 AULA 07 PREÇO DE VENDA, LUCRO, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E PONTO DE EQUILÍBRIO..................................................................................................................................54 Preço de venda .........................................................................................................................54 Qual a diferença? ......................................................................................................................55 Lucro é o que sobra...................................................................................................................55 Margem de contribuição ............................................................................................................56 Ponto de equilíbrio.....................................................................................................................58 Exercícios..................................................................................................................................59 AULA 08 • GESTÃO DE COMPRAS E ESTOQUES .....................................................................61 Compras....................................................................................................................................61 Controle de Estoque..................................................................................................................62 Exercícios..................................................................................................................................65 AULA 09 • GESTÃO DE COMPRAS E ESTOQUES • CURVA ABC..............................................66 Itens de Farmácia e Drogaria ....................................................................................................66 Grupo de medicamentos ...........................................................................................................66 Grupo de produtos de perfumarias ............................................................................................66 O uso da curva ABC..................................................................................................................68 A Técnica ABC..........................................................................................................................69 Classificando os Estoques e Determinando Prioridades............................................................71 Exercícios..................................................................................................................................73 AULA 10 • FLUXO DE CAIXA .......................................................................................................75 E o que é o Fluxo de Caixa?......................................................................................................75 Para que serve o relatório de Fluxo de Caixa? ..........................................................................76 Modelo de Relatório para Fluxo de Caixa ..............................................................................77 Como posso Interpretar esse Relatório? ...................................................................................78 Por que há colunas de Previsto e Realizado? ...........................................................................79 Como começar a Montar e Gerenciar o Relatório de Fluxo de Caixa? ......................................80 Exercícios..................................................................................................................................81 AULA 11 • ASPECTOS LEGAIS • NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA .......................82 Farmácia Homeopática..............................................................................................................84 No que a Drogaria Difere da Farmácia? ....................................................................................85 Algumas Exigências Legais.......................................................................................................85 Licença de Funcionamento........................................................................................................87 Fiscalização...............................................................................................................................87 Substâncias e Medicamentos Sujeitos a Controle Especial.......................................................88 Exercícios..................................................................................................................................89 AULA 12 • CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA: EMPRESÁRIO & SOCIEDADE EMPRESÁRIA .......91 Empresário e sociedade empresária .........................................................................................92 Empresário ............................................................................................................................92 5 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Sociedade Empresária ..........................................................................................................92 Idade mínima para ser empresário ............................................................................................92 Código de defesa do consumidor ..............................................................................................93 A escolha do ponto para instalação da empresa .......................................................................93 Corpo de bombeiros vistoria do imóvel....................................................................................94 Contrato de locação comercial ..................................................................................................95 Exercícios..................................................................................................................................96 AULA 13 • PROCESSO DE ABERTURA DE EMPRESA ..............................................................97 Constituição de sociedade empresária ......................................................................................97 Registro de empresário ...........................................................................................................101 Contratação de empregado .....................................................................................................101 Terceirização de serviços........................................................................................................102 Exercícios................................................................................................................................103 AULA 14 • PROCESSO DE ABERTURA DE EMPRESA • TRIBUTAÇÃO E ENCARGOS SOCIAIS ....................................................................................................................................................105 IRPJ Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas ....................................................................106 CSLL • 0149 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido..........................................................106 Outros encargos e taxas devidos pelas empresas em geral....................................................108 Contribuição sindical patronal..................................................................................................108 Contribuição sindical dos empregados ....................................................................................108 Obrigações acessórias ............................................................................................................108Encerramento da empresa ......................................................................................................109 A importância do contabilista (contador)..................................................................................110 Exercícios................................................................................................................................111 AULA 15 • MATEMÁTICA FINANCEIRA JUROS E CAPITALIZAÇÃO SIMPLES......................113 Conceito de juro, capital e taxa de juros ..................................................................................113 Juros....................................................................................................................................113 Capital .....................................................................................................................................114 Taxa de Juros..........................................................................................................................115 Capitalização simples..............................................................................................................116 Conceito: .............................................................................................................................116 Cálculo dos Juros....................................................................................................................116 Montante e Valor Atual ........................................................................................................118 Exercícios................................................................................................................................120 AULA 16 • MATEMÁTICA FINANCEIRA • CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA.................................121 Capitalização composta: montante (valor futuro) e capital inicial (valor presente) para pagamento único.....................................................................................................................121 Exercícios................................................................................................................................126 AULA 17 • SÉRIE DE PAGAMENTOS INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS ....................127 Situação 1 ...............................................................................................................................127 Situação 2 ...............................................................................................................................127 Séries de Pagamentos Noções sobre Fluxo de Caixa em Matemática Financeira...................128 Série de Pagamentos ..............................................................................................................131 Calculando a Prestação a partir do Valor Futuro .....................................................................137 Calculando Financiamentos ....................................................................................................138 Cálculo da Prestação a partir do Valor Presente .....................................................................140 Exercícios................................................................................................................................142 AULA 18 • CATEGORIAS DE MEDICAMENTOS COMERCIALIZADAS EM FARMÁCIAS E DROGARIAS...............................................................................................................................143 Retrato do Mercado de medicamentos no Brasil .....................................................................143 Correlatos................................................................................................................................143 Categorias de medicamentos industrializados comercializados em Farmácias e Drogarias ....144 6 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Comercialização de Medicamentos quanto à Prescrição Médica ............................................144 Comercialização de Medicamentos quanto ao Registro ..........................................................146 Homeopáticos .........................................................................................................................146 Fitoterápicos............................................................................................................................147 Substâncias quimicamente definidas.......................................................................................147 Medicamento de Referência ................................................................................................147 Medicamentos Genéricos ....................................................................................................148 Medicamento similar............................................................................................................148 Exercícios................................................................................................................................149 AULA 19 • ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA INTEGRAL............................................................150 Saúde como Direito .................................................................................................................150 Assistência Farmacêutica........................................................................................................151 Assistência Farmacêutica na Prática .......................................................................................151 Assistência Farmacêutica na rede privada de farmácias e drogarias.......................................152 Farmácias: espaços de atendimento à saúde..........................................................................152 Não custa lembrar ...................................................................................................................153 Atenção Farmacêutica.................................................................................................................153 Uma prática exclusiva da profissão farmacêutica ....................................................................154 Atenção Farmacêutica e a necessidade da permanência do Farmacêutico nos estabelecimentos ................................................................................................................................................154 Exercícios................................................................................................................................155 AULA 20 • FARMACOVIGILÂNCIA .............................................................................................156 Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos ..............................................................156 A Pesquisa e o Desenvolvimento ............................................................................................157 Pesquisa Básica......................................................................................................................157 Pesquisa PréClínica ...........................................................................................................157 Pesquisa Clínica..................................................................................................................158 Farmacovigilância....................................................................................................................158 Reações Adversas a Fármacos (RAF) ....................................................................................159 O Farmacêutico e a Farmacovigilância....................................................................................159 A Importância das Comunicações das RAF.............................................................................160 Meios de Comunicação das RAF ............................................................................................160 Exercícios................................................................................................................................161BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................162 7 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS AULA 01 • HISTÓRIA DA FARMÁCIA Introdução A disciplina de Administração de Farmácias e Drogarias tem por objetivo capacitar o aluno a entender as ferramentas básicas para gerir (algumas pessoas preferem o termo administrar) uma Farmácia ou uma Drogaria. Segundo Korolkovas (1988), à Farmácia (como ramo do conhecimento) compete criar, fabricar e dispensar medicamentos. Nisso, ela assemelhase a uma oliveira. As raízes e o tronco representam a atividade científica; os ramos, o desenvolvimento e a fabricação; e as olivas, as receitas individuais. O farmacêutico não pode nem deve abandonar nenhuma dessas áreas de seu exercício profissional. Ainda segundo o autor, as cinco disciplinas básicas do currículo farmacêutico são: a Química Farmacêutica, a Farmacognosia, a Farmacologia, a Farmacotécnica e a Administração Farmacêutica. As três primeiras, que se assemelham a raízes e tronco da oliveira, despertam sua criatividade científica. Na Farmacotécnica, representada pelos ramos, aprendem o desenvolvimento e a fabricação de medicamentos. E na Administração Farmacêutica, que é comparada a olivas, adquirem conhecimentos referentes à dispensação de medicamentos. Entendemos, portanto, que a Administração de Farmácias e Drogarias é um capítulo dentro da Administração Farmacêutica que irá abordar temas como teorias de administração, técnicas de fluxo de caixa, gestão de estoque, custos e ponto de equilíbrio, noções de matemática financeira, e noções de contabilidade. Não devemos esquecer, contudo, que Farmácias e Drogarias, apesar de poder ser consideradas como estabelecimentos comerciais, vendem medicamentos, que são produtos com características especiais, pois são utilizados para curar as pessoas, ou seja, estão relacionadas com a saúde da população. Portanto estes estabelecimentos não devem ser encarados apenas como mais um tipo de comércio, e sim como locais onde se pratica a saúde, e devido a essa relação com a promoção da saúde, as Farmácias e Drogarias irão possuir uma série de características próprias, estando sujeitas a regras especiais e legislação específica. Por isso uma atenção especial será dada a temas como Assistência e Atenção Farmacêutica, Noções de Legislação Farmacêutica, Farmacovigilância, Categorias de 8 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Medicamentos, Produtos Controlados, para poder apresentar a você toda a nomenclatura e definições próprias da área farmacêutica. Antes de iniciarmos os temas específicos desta disciplina, devemos lembrar que anteriormente ao surgimento do modelo que conhecemos atualmente de Farmácias e Drogarias, muita história aconteceu. Desde o desenvolvimento do atual conceito de saúde, até o próprio surgimento de estabelecimentos comerciais, pois no início da civilização não existia dinheiro, mas nem por isso as pessoas deixavam de ficar doentes e procurar alguma forma de se curar. Vamos ver um pouco desta história. Breve História da Medicina Nos tempos préhistóricos, as pessoas acreditavam que a doença era causada pelos deuses quando zangados ou por espíritos maus. Para curar os enfermos, os deuses tinham de ser apaziguados ou tinham que expulsar os espíritos diabólicos do corpo do doente. Com o tempo, essa tarefa tornouse competência dos primeiros “médicos” – os sacerdotes das tribos –, que procuravam conciliar os deuses ou expulsar os demônios. Provavelmente o homem préhistórico também descobriu que muitas plantas podiam ser usadas como remédios. Por exemplo, o uso da casca de salgueiro para aliviar dores data possivelmente de milhares de anos. Esses sacerdotes deram início às Ciências da Saúde; obviamente ainda não existia uma divisão de “tarefas” por especialidades, ou seja, não existia o conceito claro de profissionais especializados. Na pessoa do sacerdote estavam embutidos o médico, o farmacêutico e o psicólogo, entre outros. Com a evolução do conhecimento, surge a necessidade da especialização, e a separação das atividades específicas da cada profissão começa a ficar mais clara. O termo Medicina acaba se tornando sinônimo de Saúde, mas ele deve ser entendido muito mais como o guardachuva que engloba todas as atividades relacionadas às práticas de saúde. Vamos ver agora, dentro desta visão, um pouco da evolução da história da Medicina nos diversos povos que contribuíram decisivamente na formação de nossa civilização. 9 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Medicina Egípcia Cerca de 3000 a.C., os egípcios desenvolveram uma das primeiras civilizações e inventaram um dos primeiros sistemas de escrita. Pouco depois do ano 3000 a.C., também começaram a fazer importantes progressos médicos. Grande parte desses progressos chega até os dias atuais através de antigos manuscritos (chamados de papiros) egípcios. O primeiro médico do mundo de que se tem notícia foi o egípcio Imhotep, que viveu em torno de 2000 a.C. Os egípcios adoraramno depois como o deus da saúde. Medicina Grega A civilização da Grécia antiga atingiu seu auge no século V a.C., quando Empédocles de Agrigento começou a ensinar que a vida provinha de quatro elementos: terra, ar, fogo e água. Também defendia que estes elementos correspondiam a quatro humores do corpo – bílis negra, sangue, bílis amarela e fleuma. Os médicos gregos começaram a trabalhar no princípio de que uma boa saúde dependia do equilíbrio certo entre estes quatro humores. Portanto esta teoria foi o primeiro conceito real, de que a causa da doença é natural mais do que sobrenatural, e dominou a medicina no Oriente por cerca de dois mil anos. Hoje, ainda falamos de alguém estar bem ou mal humorado. Hipócrates (460370 a.C.), que é considerado o “Pai da Medicina”, deu um excelente exemplo com os seus métodos, os quais envolviam o estudo de relação individual do paciente a uma doença, e a utilização dos poderes curativos do próprio paciente para corrigir algum desequilíbrio. O tratamento era ajustado ao indivíduo e envolvia dieta, massagens, tratamento com água e repouso. Por volta do século III a.C. foi feita por Teofrasto uma descrição de 455 plantas medicinais. Tratase provavelmente de primeira flora ocidental, e incluía muitas plantas medicinais ainda utilizadas nos dias de hoje. 10 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Medicina Romana A medicina romana combinou os tratamentos de Hipócrates com uma mistura de magia e religião. Ao construir uma rede de esgotos por volta do século VI a.C. e estabelecer a limpeza da água, os romanos imprimiram um avanço surpreendente nos cuidados preventivos de saúde. Três homens dominaram a medicina romana nos primeiros duzentos anos da era cristã. Celso, Dioscórides e Galeno. Celso escreveu um guia prático de medicina, que incluía minerais usados pelos egípcios, tais como mercúrio, arsênio e chumbo. Dioscórides catalogou 600 plantas, com descrições de como escolher e armazenar as mesmas. Nas suas citações, descreve como aplicar o salgueirobranco (uma das primeiras fontes da aspirina) para a dor. Galeno usou nos seus tratamentos misturas que foram consideradas abençoadas. Inventou complicadas misturas de ervas conhecidas por galênicas, que eram vendidas a um preço elevado como curatudo (até hoje o termo Farmácia Galênica é utilizado como sinônimo de Manipulação Farmacêutica). Medicina Islâmica Do ano 400 d.C., aproximadamente,até o final do século XV, o império muçulmano do sudeste e centro da Ásia trouxe grandes contribuições à medicina. Razes, um médico persa do final do século IX e início do século X, escreveu as primeiras observações sobre o sarampo e a varíola. Avicena, médico árabe do final do século X e começo do século XI, escreveu uma enciclopédia médica, intitulada Cânon da Medicina, que resumia o conhecimento médico da época e descrevia cuidadosamente a meningite, o tétano e muitas doenças. A obra tornouse popular na Europa, onde influenciou a educação por mais de 600 anos. Uma série de epidemias assolou a Europa durante a Idade Média. Em meados do século IV, um terrível surto de peste bubônica, a que se deu o nome de peste negra, matou mais de ¼ da população da Europa. Surtos de lepra começaram no século VI e alcançaram seu máximo no século XIII. 11 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Na Índia, a medicina de Avicena, baseada no sistema grego dos humores, é ainda praticada sob o nome de Unani Tibb. Medicina no Renascimento O renascimento foi o movimento cultural dos séculos XV e XVI, expressão das transformações sócioeconômicas e políticas da baixa idade média européia. Esse movimento buscava inspiração na antiguidade clássica, objetivando assim negar os valores medievais incompatíveis com a nova realidade existente na Europa. A chegada do conhecimento bizantino, a recuperação da população européia da peste bubônica, as viagens de Cristóvão Colombo, e a invenção da imprensa estão entre os acontecimentos que contribuíram para novos estudos no Ocidente, da tradição médica que tinha sido mantida viva pelos curandeiros islâmicos. Aureolius Philippus Theophrastus Bombastus Von Hoheenheim (1493–1541), que se chamou a si próprio Paracelso, o que quer dizer “melhor do que Celso” (o médico romano), previu a descoberta de substâncias ativas nas plantas e considerou a doença como um acontecimento externo e não como um desequilíbrio de humores. A Química na Medicina Durante o século XVI, alguns médicos começaram a aplicar os conhecimentos de química no tratamento de doenças. Desde os primeiros tempos, existia uma das formas primitivas da química chamada Alquimia. Esta prática antiga desenvolveuse enquanto as pessoas aplicavam as teorias sobre a natureza para trabalhar o metal, na medicina e em outros ofícios. A química médica dos séculos XVI e XVII é chamada Iatroquímica. Os iatroquímicos foram os primeiros a estudar os efeitos químicos dos medicamentos no organismo. O médico suíço Paracelso pode ser considerado o primeiro na Iatroquímica. Paracelso aceitava a crença de que o ar, a terra, o fogo e a água eram as quatro substâncias básicas. Os iatroquímicos não entendiam inteiramente como os medicamentos afetavam o organismo, mas seu trabalho desenvolveu o interesse pela química do organismo. À medida que os cientistas aprendiam mais sobre medicina, gradualmente iam perdendo o interesse pelas teorias nada práticas, até mesmo um pouco sobrenaturais, da alquimia. 12 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS A separação da Farmácia da Medicina Pelo que pudemos observar até agora, os médicos antigos englobavam várias atividades, notadamente eles não apenas atendiam os pacientes, mas também descobriam e preparavam as substâncias de propriedades curativas. Inclusive sendo os responsáveis pela sua venda. Essa situação começou a gerar conflitos de interesse econômico e conflitos éticos, pois o mesmo profissional que indicava a substância de propriedade curativa era quem preparava (nessa época ainda não existia a Indústria) e fazia a venda. Como tentativa de se resolver esse conflito, encontrouse uma solução que perdura até hoje na maioria dos países – o profissional médico é responsável pelo diagnóstico e pela prescrição, e o profissional farmacêutico é o responsável pela preparação (produção) e pela venda (dispensação). O primeiro registro dessa separação data de 1240 d.C., quando por um edital de Frederico II, imperador da Prússia, A Farmácia foi separada da Medicina, que estabeleceu na mesma época um código de ética profissional. A História da Farmácia no Brasil – da botica à farmácia A casa comercial, ou loja, onde o público se abastecia das drogas e medicamentos nos tempos coloniais, denominavase “botica”. Também eram destinadas ao preparo e à distribuição de medicamentos aos doentes internados. “Botica” era ainda uma caixa de madeira ou de folha de flandres, de tamanho variado, que continha as drogas e medicamentos mais necessários e urgentes. Ela podia ser transportada facilmente de um local para o outro. Com boticas dessas, em lombos de burro, curandeiros ambulantes percorriam as povoações e fazendas mascateando “específicos” para o tratamento dos animais. Antes disso, porém, junto com o Primeiro Governador Geral do Brasil, Tomé de Souza, veio o primeiro boticário do Brasil, Diogo de Castro, então formado pela já festejada Universidade de Coimbra. No Brasil, os jesuítas costumavam manter em seus acampamentos, em regiões distantes, uma botica, dando lugar, com o tempo, às tradicionais boticas anexas aos colégios, que inicialmente serviram somente para atender aos membros das companhias e aos estudantes. Aos poucos, as boticas jesuítas passaram ao povo em geral, que as preferia, ao invés daquelas dirigidas por meros comerciantes que costumavam errar no aviamento das receitas e não tinham escrúpulos em substituir as drogas prescritas. 13 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS A utilização da expressão botica para farmácia e boticário para o farmacêutico vem desde o descobrimento do Brasil, perdurando até a terceira década do século XIX; nessa época o profissional, à vista do doente, manipulava e produzia os medicamentos, de acordo com a farmacopéia e a prescrição dos médicos. As ordenações do Reino, primeiro contexto legislativo a vigorar no Brasil, já no século XVI, impunham regulamentos à matéria, estabelecendo que a distribuição de drogas era privativa de “boticários”, mas tal regulamentação não podia surtir efeitos, porque qualquer pessoa, mesmo analfabeta ou imbuída de interesses puramente lucrativos, podia, com relativa facilidade, obter do Comissário FísicoMor a “carta de aprovação” como boticário, ficando, portanto, habilitado a exercer o comércio de drogas e medicamentos. Tal comércio era exercido juntamente com outras atividades num mesmo estabelecimento. Em 1774, foi outorgado o regimento chamado historicamente de “Regimento 1774”, o qual proibia terminantemente a distribuição de drogas e medicamentos por estabelecimentos não habilitados, fixando multas e apreensão de estoques para o caso de descumprimento; criava a figura do profissional responsável; exigia a existência de balanças, pesos, medidas, medicamentos galênicos, produtos químicos, vasilhames e livros elementares nas boticas, e criava a fiscalização sobre o estado de conservação das drogas e dos vegetais medicinais. Apesar de o regimento, baixado em 16 de maio de 1744, ser um modelo de legislação médicofarmacêutica, ele não foi cumprido. Novo Ciclo da Farmácia – Do Boticário ao Farmacêutico Com a mudança da sede da Monarquia de Portugal para o Brasil, os panoramas da medicina e da farmácia melhoraram bastante. Estando na Bahia, o príncipe regente D. João criou, através da cartarégia de 18 de fevereiro de 1808 e por sugestão do cirurgiãomor do reino, Dr. José Correia Picanço, a “Escola de Cirurgia” no Hospital Real Militar, que funcionava no antigocolégio dos jesuítas. Chegando ao Rio de Janeiro em 7 de março, já aos 2 de Abril de 1808, o príncipe nomeia Joaquim da Rocha Mazaréu Primeiro cirurgião da nau “Príncipe Real” em sua fuga para o Brasil. Os jesuítas sempre que instalavam um Colégio escolhiam um “Irmão” que seria responsável em preparar os remédios. Dentre os Irmãos destinados ao sul do país, um se chamava José de Anchieta, futuro apóstolo e santo do Brasil. José da Anchieta foi o responsável pela botica em São Paulo, sendo considerado o primeiro boticário de Piratininga. 14 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Essas incipientes “cadeiras” de anatomia e cirurgia seriam os núcleos das academias médicocirúrgicas da Bahia e do Rio de Janeiro e dariam origem em 1832 às faculdades de medicina. Neste último ano foi que se criou oficialmente o curso da farmácia, com duração de três anos, anexo às faculdades de medicina, recebendo os diplomados o título de farmacêutico. Em 4 de abril de 1839, o governo provincial de Minas Gerais fundava em sua capital Ouro Preto uma escola de farmácia, pioneira para o ensino exclusivo da profissão no país. Decorrida pouco mais da metade do século, surgiram mais duas escolas para o ensino autônomo de farmácia: a escola de Porto Alegre, em 1896 e, logo a seguir, a de São Paulo, em 11 de fevereiro de 1898. O surgimento destas e de novas escolas de farmácia no país com currículos atualizados foi o primeiro passo concreto para se criar uma indústria farmacêutica nacional, uma vez que a indústria farmacêutica moderna nasceu dos laboratórios de manipulação das farmácias nas quais atuava essa nova leva de profissionais formados no país. Desde então, com o advento dos farmacêuticos formados pelas escolas oficiais, a legislação sanitária tem atribuído invariavelmente somente aos farmacêuticos diplomados o direito de exercer a profissão no país, tendo por escopo a preservação da saúde e o bemestar da sociedade. Dessa forma as figuras às vezes românticas da botica e do boticário foram substituídas pela Farmácia, no sentido de estabelecimento comercial, e pelo Farmacêutico no sentido profissional. Já estamos no século XX (de 1901 a 2000), e a evolução da sociedade brasileira traz à profissão farmacêutica novas e mais rigorosas legislações específicas, as indústrias multinacionais começam a se instalar no país principalmente a partir da década de 30, os medicamentos de origem vegetal perdem importância e os “remédios industrializados” começam a tomar conta das prateleiras. Novas tecnologias são descobertas, surgem os antibióticos... A tradicional botica cede espaço às farmácias e drogarias. A realidade agora é outra, o comércio de remédios que sempre esteve diretamente ligado ao exercício da profissão farmacêutica, no século XX, com o surgimento da indústria das farmácias, drogarias, passa então a exigir do farmacêutico conhecimentos outros além da parte técnica da profissão. O Farmacêutico precisa agora, principalmente para quem opta por atuar no comércio, familiarizarse com não só com legislação sanitária, mas também com legislação trabalhista, legislação tributária, gestão de pessoas, movimentação financeira, etc. 15 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Exercícios 1. Leia atentamente as afirmações: I Com o aumento do conhecimento científico ocorreu um afastamento das ciências da saúde da religião. II Com a divisão da Farmácia da Medicina, a dispensação e a Produção ficaram sob a responsabilidade de Farmacêutico e o Diagnóstico e a Prescrição sob a responsabilidade do Médico. III No início das Ciências da Saúde, houve época em que na pessoa do sacerdote estavam embutidos o médico, o farmacêutico e o psicólogo, entre outros. Quanto às afirmativas acima podemos afirmar que: a) I, II e III estão corretas. b) I, II e III estão incorretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas II está correta. e) Apenas III está correta. 2. “Com o surgimento de Faculdades de Farmácia no Brasil a partir de 1839, uma série de transformações ocorreram no exercício da profissão farmacêutica no país.” Com base na frase acima, qual a falsa? a) Esse foi o primeiro passo concreto para se criar uma indústria farmacêutica nacional. b) Começou a desaparecer no Brasil a figura do Boticário, sendo substituído pelo Farmacêutico formado. c) A indústria farmacêutica pôde utilizar como mãodeobra farmacêuticos que atuavam em laboratórios de manipulação. d) Com o advento da Industrialização e do Marketing, as drogas de origem vegetal ganham mais espaço nas prateleiras das Farmácias. e) Desde então, com o advento dos farmacêuticos formados pelas escolas oficiais, a legislação sanitária tem atribuído invariavelmente somente aos farmacêuticos diplomados o direito de exercer a profissão no país. Respostas dos Exercícios 1. Leia atentamente as afirmações: RESPOSTA CORRETA: A 2. “Com o surgimento de Faculdades de Farmácia no Brasil a partir de 1839, uma série de transformações ocorreram no exercício da profissão farmacêutica no país.” Com base na frase acima, qual a falsa? RESPOSTA CORRETA: D 16 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS AULA 02 • ADMINISTRAÇÃO Histórico Como vimos na evolução da história da medicina, o desenvolvimento intelectual, econômico, político e social do ser humano proporcionou uma estruturação adequada dos grupos. Os indivíduos, desde o início da civilização, buscavam a preservação dos grupos, a racionalização e o aperfeiçoamento das ações e a melhoria das condições de vida. Assim, a sociedade se reuniu dando origem às organizações, cujas atividades se voltavam para a produção de bens e serviços. Hoje é fácil identificar essas organizações; as indústrias, por exemplo, produzem bens (ex.: vestuário, eletrodomésticos, etc.), e supermercados, hotéis, hospitais prestam serviços. Devemos imaginar, entretanto, que o formato que conhecemos hoje foi sendo aprimorado através dos tempos. No início, a produção de bens era totalmente artesanal. Na Idade Média, um sapateiro, por exemplo, era responsável pelo corte, tratamento, moldagem do couro e assim sucessivamente, até a fabricação completa de um sapato. E ainda se encarregava da venda... Atualmente, a indústria produz sapatos em larga escala e sua venda é feita por lojas especializadas. Os tênis, por exemplo, são desenhados nos Estados Unidos, produzidos na Ásia e vendidos no mundo inteiro. As organizações são representações sociais que possuem objetivos conhecidos (missão, direção), onde atuam pessoas (grupamento social) utilizando recursos, incluindo tecnologias de acordo com uma certa estrutura e organização para realizar tarefas específicas. Uma farmácia, por exemplo, é uma organização de natureza social e comercial que tem por finalidade prover produtos e serviços de saúde à população. Para uma organização se estabelecer e alcançar seu objetivo é essencial uma administração eficaz. Como já estudamos, as farmácias (estabelecimentos comerciais) evoluíram desde a separação da Farmácia da Medicina (profissão). O início se deu com os boticários, que viajavam levando seus produtos, passando pelas boticas, até chegar às farmácias e drogarias atuais. Elas evoluíram desde pequenos grupos (às vezes até apenas um indivíduo) estruturados informalmente até as grandes e complexas organizações dos dias atuais. As modificações observadas buscaram sempre a adequação dos esforços humanos, procurando atingir os objetivos definidos inicialmente. Para tanto, a farmácia deve ser administrada segundo critérios 17 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIASabsolutamente adequados, essencialmente baseados nos pressupostos que caracterizam a moderna administração empresarial. A Necessidade da Administração A administração é uma atividade complexa imprescindível às organizações modernas. É uma técnica que trata de conduzir as organizações aos objetivos visados. A palavra administração é de origem latina e significa “função que se desenvolve sob o comando de outro, um serviço que se presta ao outro” (GOMES e REIS, 2000). Portanto, a administração é um processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os recursos organizacionais (materiais, humanos e financeiros) para alcançar os objetivos estabelecidos. Atualmente se verifica uma tendência de substituição da palavra administração por “gerência” ou “gestão”. No fundo, elas têm o mesmo significado, ficando seu uso vinculado ao costume ou modismos. O termo “gerente”, tradicionalmente, está relacionado com posição e poder; nesta visão, o gerente é responsável pelo trabalho dos subordinados. Com a evolução do conceito, o gerente passa a ser considerado o responsável pelo desempenho de pessoas. A definição mais adequada e atual de gerente está vinculada à sua responsabilidade pela aplicação e desempenho do conhecimento. A gerência é a arte de pensar, de decidir e de agir; é a arte de fazer acontecer, de obter resultados. Resultados que podem ser definidos, previstos, analisados e avaliados, mas que têm de ser alcançados através de pessoas e numa interação humana constante. Processo Administrativo Um processo é um modo sistemático de fazer as coisas. A administração é um processo pelo qual todos os administradores, independentemente de suas aptidões ou habilidades particulares, participam de certas atividades interrelacionadas visando a alcançar seus objetivos. Basicamente as funções do administrador são: planejamento, organização, direção e controle. Quando consideradas como um todo, formam o processo administrativo. Estas funções estão presentes em todas as áreas funcionais e compõem o conjunto básico de atividades a ser desempenhadas por qualquer administrador. 18 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Pela análise de cada uma dessas funções, podese ter a impressão de que o processo administrativo consiste em uma série de funções estanques. Na prática, elas tendem a se fundir, tornando o processo uma linha contínua de atividades. Existe uma interrelação constante entre as funções administrativas. Portanto, a organização, a direção e o controle não têm razão de ser se não existir um planejamento que estabeleça para quê e como organizar, em que direção se deve caminhar, e o que se deve controlar. Planejamento O Planejamento é uma função fundamental do administrador, pois abrange a escolha das alternativas de ação e determina, também, como as outras funções serão executadas para alcançar as metas estabelecidas. Planejar é a arte de elaborar o plano de um processo de mudança. É a forma de viabilizar uma idéia. Compreende um conjunto de conhecimentos práticos e teóricos ordenados de modo a possibilitar interagir com a realidade, programar as estratégias e ações necessárias, e tudo o mais que delas seja decorrente, no sentido de tornar possível alcançar os objetivos e metas desejados e nele preestabelecidos. O planejamento introduz ordem e método nas atividades e transforma em rotinas disciplinadas a ação administrativa. Ele dirige e reduz o custo operacional, diminui o desperdício e a improvisação, prevê os elementos necessários, permite a conclusão do trabalho no tempo previsto e o aproveitamento eficaz dos recursos, eleva o moral do grupo e melhora a qualidade de produtos e serviços. O planejamento se realiza apoiado em projetos. É a forma de estabelecer objetivos e linhas de ação adequadas para alcançálos. O projeto é o modelo técnico do planejamento. Assim, a avaliação de um administrador pode ser realizada de forma contínua por meio dos critérios de eficácia e eficiência. A eficiência é a capacidade de minimizar o uso de recursos para alcançar os objetivos da organização: “fazer as coisas de maneira certa”. Um administrador eficiente é aquele que obtém produtos, ou resultados compatíveis com o trabalho, material e tempo empregados. A eficácia, por sua vez, consiste em determinar os objetivos adequados: “fazer as coisas certas”. Um administrador que seleciona um objetivo inadequado é um profissional ineficaz mesmo que os produtos ou resultados sejam obtidos com o máximo de eficiência. “Nenhuma 19 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS quantidade de eficiência pode substituir a falta de eficácia”. A eficácia é a chave para o sucesso da organização. Assim, antes de podermos focalizar a eficiência, precisamos descobrir quais são as coisas certas a fazer. Organização Com a finalidade de atingir objetivos, executar planos e possibilitar às pessoas trabalhar eficientemente, as atividades precisam ser agrupadas de forma lógica e concessões de autoridade precisam ser feitas de modo que haja desenvolvimento do trabalho. Assim, quando surgir dificuldades ou conflitos, estes poderão ser entendidos e resolvidos. Portanto, a organização visa a arrumar e alocar o trabalho, de maneira a alcançar, eficientemente, os objetivos. A estrutura é o reflexo de como as atividades de uma instituição são divididas, organizadas e coordenadas. Proporciona um arcabouço estável que ajuda seus membros a trabalhar em conjunto para alcançar objetivos organizacionais. A divisão do trabalho é a decomposição de uma tarefa complexa em componentes, de modo que os indivíduos sejam responsáveis por um subconjunto de atividades e não pela tarefa como um todo. No comércio, por exemplo, podemos ver como as funções foram se especializando. No início, uma pessoa atendia o cliente desde o começo até cobrar sua conta. Atualmente, existem recepcionistas, atendentes, vendedores, caixas, pacoteiros, cada um realizando uma etapa de uma tarefa única e complexa que é atender ao cliente. À medida que cresce a especialização dentro da divisão de trabalho, surge a necessidade de departamentalização ou setorialização. A departamentalização, ou agrupamento de tarefas semelhantes e logicamente conectadas, pode ser facilmente representada num organograma. O organograma é o diagrama da estrutura de uma organização, e como estes elementos se relacionam. A especialização de um mesmo nível hierárquico é demonstrada por meio do crescimento horizontal do organograma. 20 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Direção A direção envolve a necessidade de conseguir que os membros da organização atuem de forma a ajudar a atingir os objetivos estabelecidos. Liderança é o processo de dirigir e influenciar nas atividades relativas às tarefas do grupo A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana e é essencial em todas as funções da administração. Porém, a liderança é mais relevante na função de direção, aquela que toca mais de perto as pessoas. Liderança não deve ser confundida com direção. Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através de processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos. Um bom dirigente deve ser um bom líder e, nem sempre, um bom líder é um bom dirigente. Os líderes devem estar presentes não apenas no institucional, mas em todos os níveis da organização e nos grupos informais de trabalho. A liderança pode ser estudada sob a ótica de três grupos de teorias: teorias de traçosde personalidade, teorias sobre estilos de liderança e teorias situacionais de estilos de liderança. A teoria de traços de personalidade nos diz que o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas. Assim, o líder apresenta características marcantes de personalidade por meio das quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas. Como as teorias não apresentam um consenso sobre exatamente quais traços são os que caracterizam um líder, elas são muito questionadas. Outro ponto vulnerável é o fato de não considerar outros aspectos da liderança como postura dos liderados ou as circunstâncias que levam à liderança. 21 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS As teorias sobre estilos de liderança estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder orienta sua conduta, e essas podem ser: autoritária, liberal ou democrática. Os estudos apontam para o estilo democrático como sendo aquele que melhor satisfaz às necessidades da organização e dos indivíduos; no entanto, os três estilos são empregados pelo líder, a depender das circunstâncias, das pessoas envolvidas e do serviço a ser desenvolvido. As abordagens das teorias de liderança situacional partem do princípio de que não existe um único estilo de liderança apropriado para toda e qualquer situação. O líder, liderados e a situação são as variáveis norteadoras do processo de liderança; entretanto, neste modelo, a ênfase recai sobre o comportamento do líder em relação aos liderados diante de uma tarefa específica. Controle O Controle se encarrega de assegurar o êxito dos planos elaborados, por meio do acompanhamento e da medida do progresso rumo às metas estabelecidas o que torna possível descobrir desvios e fazer as alterações necessárias. A função controle está intimamente relacionada com as demais funções do processo administrativo: o planejamento, a organização e a direção repercutem intensamente nas atividades de controle. Muitas vezes se torna necessário modificar o planejamento, a organização ou a direção, para que os sistemas de controle possam ser mais eficazes. O controle deve ser objetivo, permitindo detectar falhas e produzir informações úteis. Outra característica importante do controle é a instantaneidade. O mesmo deve acusar prontamente os desvios em relação ao padrão ou ao planejado. Exercícios 1. Podemos dizer que as principais funções do administrador são: a) Planejamento, Alinhamento, Controle e Autopromoção b) Organização, Execução, Distanciamento e Controle c) Planejamento, Organização, Direção e Controle d) Autopromoção, Punição, Interrelacionamento e Autosatisfação e) Organização, Autopromoção, Execução e Punição 22 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS 2. I. A teoria de traços personalidade preconiza que o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas. II. As teorias sobre estilos de liderança estudam a liderança em termos de estilos de comportamento em relação aos seus subordinados. III. As abordagens das teorias de liderança situacional partem do princípio de que não existe um único estilo de liderança apropriado para toda e qualquer situação. Quanto às afirmativas acima podemos afirmar que: a) I, II e III estão corretas. b) I, II e III estão incorretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas II está correta. e) Apenas III está correta. Respostas dos Exercícios 1. Podemos dizer que as principais funções do administrador são: RESPOSTA CORRETA: C 2. I. A teoria de traços personalidade preconiza que o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas. II. As teorias sobre estilos de liderança estudam a liderança em termos de estilos de comportamento em relação aos seus subordinados. III. As abordagens das teorias de liderança situacional partem do princípio de que não existe um único estilo de liderança apropriado para toda e qualquer situação. Quanto às afirmativas acima podemos afirmar que: RESPOSTA CORRETA: A 23 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS AULA 03 • ADMINISTRAÇÃO HABILIDADES DO ADMINISTRADOR / FILOSOFIAS ADMINISTRATIVAS Introdução Estudamos na aula anterior que as funções do administrador basicamente são: planejamento, organização, direção e controle. Porém existem diversas maneiras e diversos estilos para executar essas funções. Também existem várias teorias administrativas, várias escolas que apresentam soluções distintas para problemas diferentes. Por isso, vamos estudar as principais habilidades necessárias ao administrador e algumas das principais filosofias administrativas da nossa história para entender a evolução desta ciência e sua aplicação. Devemos destacar também que o administrador atua tanto em uma grande empresa multinacional presente em vários países, como quando gere um pequeno negócio de sua propriedade. No caso da Administração de Farmácias e Drogarias, o mercado apresenta atualmente tanto grandes redes de Drogarias, como Farmácias de Manipulação pertencentes a um único dono ou a uma família. Por isso, além das habilidades do Administrador, iremos abordar também na próxima aula o perfil do Empreendedor e algumas características de Ramos de Atividades e Tipos de Negócios, como Franquias e Empresas Familiares. Habilidades Administrativas O desempenho administrativo é fortemente dependente de habilidades que os administradores devem ter e dos papéis que assumem em função das contingências. Habilidades Administrativas As habilidades são necessárias, para um bom desempenho em qualquer tipo de atividade, em qualquer situação. Habilidades são as destrezas específicas para transformar conhecimento em ação, que resulte no desempenho desejado para alcance dos objetivos. Fonte: (SILVA, R.O., 2004) 24 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Segundo Robert L. Katz (apud SILVA, 2004), há basicamente três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa atuar eficazmente no processo das suas atividades. São elas: • Habilidades técnicas – aquelas relacionadas ao desempenho de funções ou trabalhos especializados dentro da organização; consistem no conhecimento, métodos técnicos e equipamentos para a realização de tarefas específicas; • Habilidades humanas – aquelas relacionadas ao tratamento com pessoas; consistem na capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, compreendendo suas atitudes e motivações, exercendo a liderança; • Habilidades conceituais – as relacionadas à capacidade de ver a empresa de maneira total; consistem na capacidade de compreender as complexidades da organização, de modo global, e promover o ajustamento do comportamento dos participantes da organização. Os administradores, além destas habilidades, devem desenvolver o conhecimento aplicado dentro de cada uma delas, para que se tornem eficazes. Um administrador deve ser alguém que dirija as atividades de outras pessoas e assuma a responsabilidade de alcançar determinados objetivos por meio da soma de esforços. Fonte: (SILVA, R.O., 2004) 25 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS No ambiente de uma farmácia, ou drogaria, ou hospitalar a habilidade conceitual é de grande importância para a obtenção dos resultados. Esta habilidade permite que o gerente atue de acordo com os objetivos globais da organização e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo de trabalho. Especialmente em farmáciase drogarias de pequeno porte, a empresa pode se resumir a apenas um grupo de trabalho e o gestor acumular as funções de Supervisor, Gerente e Diretor. Katz sugere que, apesar de as três habilidades ser essenciais para um administrador, sua importância relativa depende principalmente do nível que o administrador ocupa na organização. Pela figura 1 se observa que no nível da Diretoria (alta administração, proprietário, etc.) é necessária pouca quantidade de habilidade técnica, mas grande quantidade de habilidade conceitual. A Diretoria deve se ocupar em resolver tarefas complexas e abstratas, tais como soluções de problemas, tomadas de decisão, criatividade, entre outras que envolvem estudos analíticos e quantitativos. As habilidades conceituais também incluem a habilidade de definir e entender situações, isto é, o planejamento organizacional. Estes sistemas abstratos são os mais difíceis, porque implicam analisar as mudanças no ambiente e desenvolver respostas complexas para elas. A média administração (Gerência) necessita de relativamente menor quantidade de habilidade conceitual do que a alta administração para a sua eficácia funcional, porém a necessita em maior quantidade do que a supervisão. A administração operacional (Supervisão), por outro lado, necessita de grande quantidade de habilidades técnicas (o saber fazer), por causa da necessidade de resolução rápida dos problemas operacionais (que dependem mais do conhecimento técnico do que qualquer outra variável). À medida que se sobe na escala hierárquica, maior é a necessidade de habilidades conceituais e menor a necessidade de habilidades técnicas. As habilidades humanas são fortemente exigidas em todos os níveis hierárquicos da organização. Filosofias Administrativas Ainda que não muito claramente, a administração é uma atividade encontrada em empreendimentos de qualquer espécie, de todos os povos, de todos os tempos. Na verdade, 26 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS todos os grandes líderes que a História registra foram administradores – administrando países, coordenando explorações, dirigindo guerras, gerindo os esforços de outros homens. Não iremos aqui nos aprofundar na história, basta acompanharmos a Cronologia dos Eventos para percebermos que alguma forma de Organização, Planejamento, Direção e Controle esteve presente na evolução da nossa civilização. A partir de 1900, com o que se convencionou chamar de Administração Científica, as filosofias administrativas ganham destaque e começam a ser estudadas mais profundamente. Acompanhe um pouco da história até chegarmos em 1900. 4.000 a.C. Egípcios Reconhecimento da necessidade de planejar, organizar e planejar. 2.600 a.C. Egípcios Descentralização na organização . 2.000 a.C. Egípcios Reconhecimento da necessidade de ordens escritas; uso do Staff. 1.800 a.C. Hamurabi (Babilônia) Uso de controle escrito; estabelecimento do salário mínimo . 1.491 a.C. Hebreus Conceitos de organização; príncipio escalar; princípio da exceção . 600 a.C. Nabucodonosor (Babilônia) Controle de produção e incentivos salariais . 500 a.C. Mencius (China) Reconhecimento da necessidade de sistemas e padrões. 400 a.C. Sócrates (Grécia) Ciro (Persia) Enunciado da universalidade da Administração . Reconhecimento da necessidade de Relações Humanas, uso do estudo do movimentos, arranjo físico e manuseio de materiais. Enunciado do princípio da Especialização. 175 a.C. Cato (Roma) Uso de descrições de funções. 20 Jesus (Judéia) Unidade de comando; regulamentos; relações humanas. 284 Dioclécio (Roma) Delegação de autoridade. 1.436 Arsenal de Veneza Contabilidade de custos; verificações e balanço para cotrole; numeração de inventários; utilização da técnica de linha de montagem; uso da administração pessoal, estandardização das partes; controle de inventário. 1.525 Niccoló Machiavell i (Itália) Princípio do consenseo; reconhecimento da necessidade de coesão na organização; enunciado das qualidade de liderança; descrição de tático política . 1.767 Sir James Stuart (Inglaterra) Teoria da fonte da autoridade; impacto da automação; diferenciação entre gerentes e trabalhadores baseado na especialização.. 1.776 Adam Smith (Inglaterra) Princípio da especialização dos trabalhadores, conceito de controle. 1.779 Eli Whitney (Estados Unidos) Método científico; uso da contabilidade de custos e do controlo de qualidade; reconhecimento da amplitude administrativa. 1.800 James Watt/ Mathew Boulton (Inglaterra) Procedimentos padronizados de operações, especificações; métodos de trabalho; planejamento; incentivo salarial; tempospadrões, gratificações natalinas; utilização de auditoria. 1.832 Charles Babbage (Inglaterra) Ênfase na abordagem científica e na especialização; divisão do trabalho; estudo de tempos e movimentos; contabilidade de custos; efeito das cores na eficiência do operário. 1.856 Daniel C. McCallum (Estados Unidos) Uso de organogramas para mostrar a estrutura organizacional; aplicação da Administração sistemática em ferrovia . 1.879 Henry Metcalfe (Estados Unidos) Arte e Ciência da Administração. 1.900 Frederick w. Taylor (Estados Unidos) Administração científica; adminstração pessoal e salário; necessidade de cooperação entre o trabalho e a gerência; organização funcional; princípo da exceção, sistema de custos; estudo de tempos e métodos; ênfase na pesquisa; planejamento e controle. Adaptado pelo autor de SILVA, R.O., 2004 e GOMES, M.J.V.M; REIS, A.M.M., 2000 27 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Em 1900 surge Frederick W. Taylor, que introduziu sistematicamente a divisão do trabalho, disciplina, racionalização das tarefas, especialização e padronização da produção, da tecnologia e do processo do trabalho. Taylor, juntamente com Ford, Fayol e Weber são os expoentes da Escola Clássica da Administração. Veja abaixo as principais características de cada um: Freder ick Taylor Henry Ford Henri Fayol Max Weber Administração Científica Linha de Montagem Processo de Administração Teoria da Burocracia • Aplicação de métodos de • Especialização do • Administração da empresa • Autoridade tem a pesquisa para identificar a trabalhador. é distinta das operações de contrapartida da melhor maneira de • Fixação do trabalhador produção. obediência. trabalhar. no posto de trabalho. • Administração é o • Autoridade baseiase • Seleção e treinamento • Trabalho (produto em processo de planejar, nas tradições, no científicos de processo de montagem) organizar, comandar, carisma, e em normas trabalhadores. passa pelo trabalhador. coordenar e controlar. racionais e impessoais. • Autoridade burocrática é base da organização moderna. Escola Clássica da Administração Adaptado pelo autor de SILVA, R.O., 2004 As “Escolas de Administração” passam então a se suceder acompanhando o avanço da sociedade do século XX. Não cabe aqui um estudo detalhado de cada Escola, algo mais adequado para um curso completo de Administração. Para nós basta saber que esses modelos que imperaram no início do século XX tinham em comum disciplina, hierarquia e pouca flexibilidade nas relações com os trabalhadores. A despeito do surgimento de novas teorias e novas “Escolas”, a Escola Clássica influenciou a administração durante todo o século XX, fornecendo subsídios para a organização das empresas, porém o mundo começa a mudar e novas formas de se administrar começam a surgir. Administração Flexível Em virtude da crise econômica mundial que se instala a partir da década de 1970, surge a necessidadede novos estilos e práticas de gestão. Assim, teve origem a administração flexível, que é compreendida como o processo de gestão que leva a empresa a adquirir sensibilidade e capacidade de resposta, no curto prazo, para as alterações no ambiente externo, tais como as demandas dos clientes, as inovações tecnológicas cada vez mais constantes e imprevisíveis e as novas formas de concorrência (MEDICI, A.C., SILVA P.L.B.A., 1993 apud GOMES, M.J.V.M; REIS, A.M.M., 2000). 28 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS A administração flexível apresenta as seguintes características: • Trabalhador deve ser visto como um ente criativo e inteligente no cotidiano do trabalho e trazendo resultados positivos para a produtividade e a melhoria da qualidade do produto; • A capacitação e o aperfeiçoamento de pessoal passam a ser um processo contínuo e permanente; • Salários e condições de trabalho passam a ser negociados de forma flexível, em função da condição real específica e do momento de cada empresa; • As chefias deixam de ser entidades e passam a participar do cotidiano do trabalhador, tendo em vista discutir e aperfeiçoar, permanentemente, o processo de trabalho e o produto final. • A empresa é mais sensível às exigências do mercado, buscando e captando “as tendências” e corrigindo os rumos de sua produção diante delas; • A comunicação passa a ser essencial em todos os sentidos da hierarquia da empresa, e não apenas “de cima para baixo”. • O estímulo à produtividade passa a ser uma filosofia de comportamento, baseada na quantificação detalhada de cada etapa do processo. Exercícios 1. Assinale a alternativa incorreta: a) À medida que se sobe na escala hierárquica, maior é a necessidade de habilidades conceituais e menor a necessidade de habilidades técnicas. b) As habilidades humanas são fortemente exigidas em todos os níveis hierárquicos da organização. c) A administração operacional (Supervisão), necessita de grande quantidade de habilidades técnicas (o saber fazer), por causa da necessidade de resolução rápida dos problemas operacionais. d) O trabalhador ser visto como um ente criativo e inteligente no cotidiano do trabalho e trazendo resultados positivos para a produtividade e a melhoria da qualidade do produto é uma característica da administração flexível. e) Na administração flexível as chefias são entidades inflexíveis e imutáveis, sabem sempre o processo de trabalho e como deve ser o produto final. 2. I. Habilidades técnicas – são aquelas relacionadas ao desempenho de funções ou trabalhos especializados dentro da organização; consistem no conhecimento, métodos técnicos e equipamentos para a realização de tarefas específicas; 29 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS II. Habilidades humanas – são aquelas relacionadas ao tratamento com pessoas; consistem na capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, compreendendo suas atitudes e motivações, exercendo a liderança; III. Habilidades conceituais – são as relacionadas à capacidade de ver a empresa de maneira total; consistem na capacidade de compreender as complexidades da organização, de modo global, e promover o ajustamento do comportamento dos participantes da organização. Quanto às afirmativas acima, podemos afirmar que: a) I, II e III estão corretas. b) I, II e III estão incorretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas II está correta. e) Apenas III está correta Respostas dos Exercícios 1. Assinale a alternativa incorreta: RESPOSTA CORRETA: E 2. I. Habilidades técnicas – são aquelas relacionadas ao desempenho de funções ou trabalhos especializados dentro da organização; consistem no conhecimento, métodos técnicos e equipamentos para a realização de tarefas específicas; II. Habilidades humanas – são aquelas relacionadas ao tratamento com pessoas; consistem na capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, compreendendo suas atitudes e motivações, exercendo a liderança; III. Habilidades conceituais – são as relacionadas à capacidade de ver a empresa de maneira total; consistem na capacidade de compreender as complexidades da organização, de modo global, e promover o ajustamento do comportamento dos participantes da organização. Quanto às afirmativas acima, podemos afirmar que: RESPOSTA CORRETA: A 30 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS AULA 04 • RAMOS DE ATIVIDADE E TIPOS DE NEGÓCIO Introdução Na aula 3 observamos as Habilidades do Administrador e passamos rapidamente pelas várias Filosofias (Escolas) de Administração. Nesta aula vamos nos aprofundar no conceito de Empresa e vamos definir Ramos de Atividade e Tipos de Negócios para verificar em quais Farmácias e Drogarias podem se enquadrar. Ramos de Atividade Segundo a definição que encontramos na wikipedia, “uma empresa é uma atividade particular, pública, ou de economia mista, que produz e oferece bens e/ ou serviços, com o objetivo de atender a alguma necessidade humana. O lucro, na visão moderna das empresas, é conseqüência do processo produtivo e o retorno esperado pelos investidores. As empresas de titularidade do Poder Público têm a finalidade de obter rentabilidade social. As empresas podem ser individuais ou coletivas, dependendo do número de sócios que as compõem.” As empresas podem ser divididas em: • Empresas Industriais: São aquelas que transformam matériasprima, manualmente ou com auxílio de máquinas e ferramentas, fabricando mercadorias. Abrangem desde o artesanato até a moderna produção de instrumentos eletrônicos. Exemplos: fábrica de móveis, fábrica de roupas, fábrica de esquadrias, fábrica de computadores • Empresas comerciais: São aquelas que vendem mercadorias diretamente ao consumidor – no caso do comércio varejista – ou aquelas que compram do produtor para vender ao varejista – comércio atacadista. 31 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Exemplos: restaurante, supermercado, atacado de laticínios, armarinho, lojas de ferragem • Empresas de prestação de serviços: São aquelas cujas atividades não resultam na entrega de mercadorias, mas da oferta do próprio trabalho ao consumidor. Exemplos: lavanderia, cinema, Hospital, Escola As Farmácias e Drogarias, portanto: • Pertencem ao Setor da Economia Terciário • Estão no Ramo de Atividade do Comércio • Seus principais produtos e serviços são: medicamentos em geral, compostos químicos, cosméticos, produtos de higiene pessoal, etc. Tipos de Negócios Quanto aos Tipos de Negócios, temos abaixo seis exemplos de modelos alternativos à empresas já estabelecidas e profissionalizadas. São opções normalmente acessíveis para quem quer montar a sua primeira empresa. Dentro destes modelos iremos comentar sobre os dois primeiros, nos quais podemos encontrar Farmácias e Drogarias. • Franquia • Empresa Familiar • Escritório em casa • Cooperativas • Comércio eletrônico • Associação Franquia Franquia ou franchising empresarial: 32 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS É o sistema pelo qual o franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços. Eventualmente, o franqueador também cede ao franqueado o direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistemas desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem ficar caracterizado vínculo empregatício. No Brasil, as franquias encontram respaldo legal na Lei 8.955 de 14/02/94. Vantagens e desvantagens Para o Franqueador Detentor da marca/ método de trabalho repassado a terceiros Vantagens Desvantagens • Rapidez de expansão
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