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Fenomenologia, aula celso

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Método Fenomenológico – Metodologia Clínica na Gestalt-terapia 
Luvagneth M. P. Thomaz de Aquino
Psicóloga Clínica
CRP: 05/50132
Graduada em Psicologia pela Universidade Veiga de Almeida. 
Pós-Graduada em Gestalt-terapia pela Universidade Veiga de Almeida.
Especialista em Gestalt-terapia pelo Instituto SaberPsi. 
Vamos começar o dia?
Bases Filosóficas
Teorias de Base
	 Fenomenologia	 Existencialismo	 Humanismo
			
	 Psicologia da Gestalt	 Teoria de Campo	 Teoria Holística 
			
Edmund Husserl
	
	Husserl Nasceu em 1859 em Prosnitz, uma cidade de Moravia (atual República Tcheca). De origem judia, estudou astronomia e matemática. Aluno de Brentano na Universidade de Viena, Husserl influenciado pelas ideias da fenomenologia dedica a se “pensar a teoria do conhecimento e filosofia da ciência, buscando criar um método que pudesse fundamentar as ciências” (Rehfeld, 2013, p. 24). 
	Husserl faz uma critica à tendência da época em reduzir a verdade ao empirismo e ao psicologismo duas correntes filosóficas atuantes no século XIX. 
	O empirismo, crença de que todo conhecimento advinha da prática. O ser humano não detém nenhum conhecimento prévio. (Qual é o conhecimento prático que faz concluir que “todo conhecimento advém da prática”?).
	O psicologismo, movimento que impôs uma tendência naturalista à ciência. Tudo que se conhecia poderia ser reduzido a um “fenômeno natural”, explicável através da física ou da fisiologia.
 (Rodrigues, 2011,p.38)
	Objetividade cientifica – processo contínuo de análise de fragmentos, baseado em especulações, hipóteses e leis gerais, um olhar matemático ou mecanicista de funcionamento da vida. 
	Fenomenologia – percepção de uma totalidade para dar conta da experiência humana, respeitando as peculiaridades e entrando em contato com a especificidade, originalidade e singularidade de ser e se apresentar deste fenômeno.
 Mundo como fenômeno – precisa ser desvelado.
 Fenômeno – Os variados aspectos da realidade natural e humana, na forma como aparecem para consciência constituem o que se define como fenômeno.Tudo aquilo que é apreendido pelos cinco sentido, aparição.
Verdade originária 
	Husserl ao criticar o empirismo e o psicologismo precisava construir uma verdade que não pudesse gerar dúvidas ou erros. Daí ele faz da fenomenologia um método para a busca da verdade, um voltar-se para “as coisas em si” mesmas, para a realidade que se mostra: o fenômeno. 
Como podemos perceber a verdade?
	Ao responder tal pergunta, Husserl percebeu que antes de perceber “a verdade”ou “qualquer coisa”, ele percebeu que percebe e só se percebe por ter algo a ser percebido. Ou seja, a consciência sempre será a “consciência de”, que visa algo, que intenciona algo.
	Esse entender entre o pensar e o pensado transcende uma separação entre o mundo do observador (a mente) e o que é visado por esta observação (a realidade). O percebedor e o percebível só existe em função recíproca. Mas sendo este “algo percebível” uma função determinada pela consciência que percebe, logo teremos diferentes formas de perceber a realidade. Eu apreendo a realidade a parti dos processos da minha consciência. 
	Dois elementos foram centrais no processo de gênese da fenomenologia: a concepção de método e a noção de intencionalidade. 
	
Intencionalidade da Consciência 
A expressão “intencionalidade” não se refere a intenção. Ela é, essencialmente o ato de. Nós damos sentidos para as coisas. 
Atitude do terapeuta Fenomenológico
	
	Como seres humanos nós damos sentido o tempo todo as coisas, o trabalho do terapeuta é com a descrição com o que aparece. È um se lançar a uma compreensão tal qual se apresenta na postura, fala, nos gestos, com os sentidos que o cliente lhe conceder. 
 
	
Consciência na Temporalidade
A consciência na temporalidade, está sempre em um processo no tempo e espaço presente.
Atitude do Terapeuta Fenomenológico
 
	O terapeuta com o olhar do fenômeno situa a relação no tempo presente, aqui e agora. Auxiliando o cliente a situar-se no hoje, no momento experienciado. Para chegar a algum lugar, preciso saber onde estou. 
Consciência, consciência de algo
	Na fenomenologia a consciência é plástica, síntese em fluxo, é dinâmica e não tem substancialidade.
Atitude do Terapeuta Fenomenológico
	
	Quando descrevemos, evidenciamos para o nosso cliente seu funcionamento, algo que pode ser percebido ou não por ele. Auxiliando assim no processo pelo qual ele atribui sentido àquilo que aparece. Podendo integrar as partes não conscientes que com a descrição puderam ser vistas e confirmadas. Facilitando uma validação ou ressignificação. 
Redução Fenomenológica
Redução Fenomenológica
	Trata-se de adotar uma atitude anti-natural diante do fenômeno. Um lançar a compreensão do fenômeno tal qual ele se apresenta, um retorno “as coisas mesmas”.
Epoché
	Por entre parênteses os “pré”conceitos, as realidades do senso comum. Uma suspensão de valores. De acordo com Ribeiro (2011, p.96) “é uma proposta radical colocar-se entre parênteses, suspender todo conhecimento anterior e olhar as coisas a partir delas mesmas. Essa é uma abertura essencial para nos aproximarmos da realidade humildemente, permitindo que ela se constitua dentro de nós para além da nossa subjetividade, que nos escraviza em nossa compreensão de mundo".
Contribuição para a Gestalt-terapia 
Investigação Fenomenológica
Baseada em 3 perguntas principais:
O que?
Como?
Para que?
Modelo compreensivo
Modelo interpretativo
Terapeuta fenomenológico
A valorização do experimento
	“A Gestalt-terapia contemporânea tende, a partir de então, a valorizar o experimento em detrimento da técnica. Se esta última conduzia o paciente a um ponto em que o terapeuta já se encontrava, o experimento, por sua vez, não tem tal ponto, de modo que paciente e terapeuta caminham juntos em direção ao novo para os dois”.
Sendo um ponto de interrogação 
Ponto de interrogação, quais são as suas perguntas para você aqui e agora?
	Quando a fenomenologia propõe a experiência “as coisas mesmas” é um grito ao retorno a vida . A visão cientificista do mundo desvitaliza e empobrece o contato, as relações. O tempo todo estamos procurando informação e conhecimento, queremos saber pensar e falar sobre tudo. Com isso estamos empobrecendo o estar e fazer, a experiência vivida e, portanto, o crescimento. 
	A ciência tem ganhado um passo a frente ditando o formato do como foi feito e do como se fazer, um teórico cientifico que aprisiona no certo e errado. Precisamos lembrar que a vida vem antes da ciência, a experiência está na possibilidade de atualização do ser humano. 
Referências Bibliográficas
REHFELD, Ari. Fenomenologia e Gestalt-terapia. In: FRAZÃO, Lilian Meyer e FUKUMITSU, Karina Okajima. Gestalt-terapia: Fundamentos epistemológicos e influências filosóficas.São Paulo: Summus, 2013. 24-33.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Conceito de mundo e de pessoa em Gestalt-terapia: revisitando o caminho. Summus Editorial, 2011.
RODRIGUES, Hugo Elidio. Introdução a Gestalt-terapia: conversando sobre fundamentos da abordagem gestáltica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

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