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Controle de constitucionalidade ➢ 06/12/19 1) Fundamentos 1.1. Princípio da supremacia da constituição: as normas constitucionais possuem status normativo superior que regerá todas as relações políticas, jurídicas, econômicas e sociais, apresentando supremacia em 2 aspectos: 1 - Formal: processo de reforma e revisão da constituição exigirá o processo legislativo mais rígido e solene que as demais normas infraconstitucionais (iniciativa restrita, 3/5, 4 turnos, sem participação do PR) 2 - Material: compreenderá normas de extrema relevância para a formação do Estado de direito, focada em seu conteúdo (tais como: princípios fundamentais, fundamentos da república, direitos e garantias individuais e coletivos, organização do estado – forma de Estado = federalismo centrífugo e tridimensional; forma de governo Republicano; sistema de governo presidencialista – atribuições e competências dos poderes) 1.2. Constituições rígidas e normativas: correspondem às constituições que exigem um processo legislativo mais solene e gravoso para a reforma e revisão, razão pela qual além de possuir status normativo superior, provocam a necessidade de um controle maior de constitucionalidade dos atos normativos produzidos pelo legislador 1.3. Jurisdição constitucional: corresponde ao mecanismo processual de proteção da constituição contra violações de seus preceitos normativos, por meio de um controle político e jurídico, devendo o guardião nomeado pela constituição (tribunal constitucional) manter a unidade e supremacia das normas constitucionais contra quaisquer atos concretos e normativos que contrariem a constituição 2) Jurisdição constitucional 2.1. Conceito formal (Europa Ocidental): conceito mais restrito; a jurisdição constitucional compreende apenas a atividade realizada pelo tribunal constitucional, único órgão capaz de fazer o controle jurisdicional de constitucionalidade 2.2. Conceito material (Brasil): conceito mais amplo; compreende como atividade própria da jurisdição constitucional o julgamento de ações individuais e coletivas em que surge um incidente de inconstitucionalidade a ser julgado por qualquer juiz ou tribunal (controle difuso), bem como julgamento de ações abstratas (ADI, ADC, ADPF) 2.3. Origem: a) Controle judicial difuso: qualquer juiz ou tribunal terá poder e competência para realizar o controle de constitucionalidade nos casos concretos a ele submetidos, seja em ações individuais ou coletivas > Constituição americana (1787) > Caso William Marbury x James Madison b) Controle judicial abstrato: não envolve caso concreto; só se discute se o ato normativo questionado está em conformidade com a constituição (norma parâmetro); só o tribunal constitucional participa Constituição austríaca (1920): Hans Kelsen > Tribunal constitucional: guardião exclusivo da constituição 3) Controle de constitucionalidade no direito comparado 3.1. Modelo instituído no Reino Unido: a) Princípio da soberania do parlamento: suas decisões prevalecem sobre o tribunal constitucional b) Efeito político das decisões da suprema corte: as decisões do tribunal não vinculam, são meramente políticas, não capazes de revogar uma lei inconstitucional 3.2. Modelo Francês: a) Órgão político (conselho constitucional): este fará o controle constitucional b) Controle: Antes de julho de 2008: era exclusivamente preventivo (realizado antes da publicação da lei) Após julho de 2008 (conselho de Estado ou corte de cassação): possuirá também o controle repressivo (após a publicação da lei) 3.3. Modelo norte-americano: a) Berço do judicial Review: é o controle difuso b) Princípio do Stare Decisis: corresponde ao efeito vinculante das decisões tomadas pelos tribunais superiores e pela suprema corte, cuja observância é obrigatória 3.4. Modelo Austríaco: instituiu o controle abstrato pelo tribunal constitucional a) Constituição de 1920 b) Constituição de 1929: os tribunais de apelação podem suscitar incidentes de inconstitucionalidade, mas não podem julgar (cabe somente à suprema corte) 3.5. Modelo Suíço: a) Modelo misto: Controle político: havendo divergência de lei federal com a constituição, o controle será político (parlamento) Controle judicial: conflito de lei estadual com a constituição 3.6. Modelo português: parecido com o brasileiro (abstrato e difuso) ➢ 13/02/19 4) Inconstitucionalidade: 4.1. Concepção científica/doutrinária: contrariedade do dispositivo normativo questionado em relação ao parâmetro constitucional vigente, aí incluídos princípios implícitos e explícitos, regramentos e valores constitucionais, sendo que referida avaliação poderá ser feita pelo tribunal constitucional em controle abstrato, bem como por qualquer juiz ou tribunal no caso concreto 4.2. Concepção jurisprudencial (STF): ➢ Acepção restrita: o STF adota um conceito mais restritivo de inconstitucionalidade, determinando que somente situações que afrontem diretamente princípios, valores e regramentos constitucionais é que poderão ser objeto de apreciação no controle de constitucionalidade, exigindo-se ainda no controle difuso, ao tratar do recurso extraordinário, o requisito da repercussão geral (art 102, §3º) ➢ Exclusão da inconstitucionalidade reflexa ou indireta: o STF não aceita o raciocínio em que uma vez violada a lei, haverá também transgressão ao princípio constitucional da legalidade, motivo pelo qual não permite controle de constitucionalidade nessa circunstância → Exceções: os decretos autônomos, resoluções normativas e leis delegadas feitas pelo executivo que extrapolem o objetivo de disciplinar uma lei criando direitos, deveres, obrigações e ônus às pessoas, poderá ser combatido mediante ações abstratas, individuais e coletivas, no controle abstrato e difuso de constitucionalidade 5) Parâmetro de constitucionalidade 5.1. Aspecto material (bloco de constitucionalidade): constituirá parâmetro constitucional do controle de constitucionalidade todas as normas que estão formalmente incluídas no texto constitucional, inclusive os tratados internacionais de direitos humanos que forem aprovados num quórum qualificado de 3/5 em 2 turnos na C.D. e no S.F., segundo o art 5º, §3º (após a EC 45/04) a) Abrangência: Normas constitucionais (princípios + regramentos constitucionais – expressos e implícitos) Tratados internacionais de direitos humanos: Tratado de Nova York → decreto 6.949/09: Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo Tratado de Marraqueche → decreto 9.552/18: Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso b) Exclusão: b.1) Preâmbulo: por se tratar de uma invocação anunciada pela Assembleia Nacional Constituinte, não possui força normativa, logo, não pode ser utilizada como parâmetro de constitucionalidade b.2) Direito suprapositivo (ADI 815/RS): tese não aceita pelo STF, pois invoca direitos não expressos na constituição próprias do direito natural, caindo em um subjetivismo jurídico elevado 5.2. Aspecto temporal: a) Parâmetro temporal amplo (controle difuso): aplica-se como parâmetro o sistema normativo-constitucional vigente, bem como as normas constitucionais revogadas por emenda, bem como as normas constitucionais transitórias, desde que feitas no atual sistema constitucional b) Parâmetro temporal restrito (controle abstrato): b.1) Regra: no controle abstrato, emprega-se o sistema jurídico-constitucional vigente b.2) Exceção (ADI 2.158/PR): poderão ser utilizadas como parâmetro constitucional normas constitucionais substancialmente modificadas, revogadas ou que perderam a sua eficácia por meio de nova E.C., a fim de evitar fraude processual à Constituição Espécies de controle 1) Em relação ao órgão: 1.1. Controle político (modelo francês) a) Visão extensiva: admite-se o controlede constitucionalidade por outros órgãos não jurisdicionais que viabilizem a proteção da unidade e supremacia da constituição. No Brasil, o legislativo se emprega da C.C.J., assim como o executivo se vale do veto (jurídico) ao P.L. que se mostra inconstitucional b) Visão restritiva: aceita-se somente 1 órgão político para a realização do controle de constitucionalidade, tal como ocorre na França (conselho constitucional) 1.2. Controle jurisdicional a) Controle abstrato: será exclusivamente exercido pelo STF (tribunal pleno) para normas advindas da constituição (ações abstratas), ao passo que sobre as normas das constituições estaduais, será exercido pelo TJ respectivo (órgão especial); modelo austríaco b) Controle difuso: quaisquer juízes, tribunais e o próprio STF poderão realizar o controle difuso nas ações individuais e coletivas (ações concretas); (modelo americano) c) Controle misto: junção do controle político com o controle jurisdicional, a fim de proteger a supremacia da constituição (ex: modelo Suíço) 2) Em relação ao momento 2.1. Controle preventivo: ocorrerá antes da promulgação da norma a) Legislativo: CCJ + plenários (CD e SF) b) Executivo: veto jurídico c) Judiciário c.1) Admissibilidade excepcional: o judiciário, em regra, exerce o controle repressivo, entretanto, se houver violação ao devido processo legislativo, poderá o deputado ou senador impetrar M.S. junto ao STF alegando violação ao processo legislativo constitucional c.2) Legitimidade: somente parlamentares c.3) Superveniência de aprovação de E.C. ou P.L.: o M.S perderá o objeto (deverá ser proposta A.D.I.) c.4) Fundamentos → Leis federais: só poderá alegar violação ao devido processo legislativo (aspecto formal), não podendo questionar o conteúdo frente à constituição → Emendas: pode ser questionada violação ao devido processo legislativo (aspecto formal) e violação de conteúdo da P.E.C. frente à constituição (aspecto material; ex: violar direito fundamental) c.5) Aplicação: MS 20257/DF Vício: → Formal: tanto P.L., como P.E.C. → Material (conteúdo): somente P.E.C. 2.2. Controle repressivo a) Compreensão: após a promulgação da lei ou emenda b) Competência b.1) Regra geral: poder judiciário b.2) Exceções: cabe ao Legislativo/Executivo b.2.1) Sustação do ato normativo do executivo (CF, art 49, V): extrapolar a delegação do CN b.2.2) Rejeição da MP (CF, art 62, §5º): ausentes os pressupostos para edição da MP (relevância + urgência) b.2.3) Controle Legislativo dos pressupostos constitucionais dos decretos: CN apreciará de forma concreta e individualizada o preenchimento dos requisitos constitucionais para: → Intervenção federal (art 36, §1º, CF) → Estado de defesa (art 136, §§4º a 7º, CF) → Estado de sítio (art 49, IV, CF) b.2.4) Tribunal de contas: realizará um controle de constitucionalidade sobre os atos administrativos individuais e concretos b.2.5) Poder de rejeitar leis inconstitucionais: o chefe do executivo poderá deixar de aplicar lei que repute inconstitucional, entretanto, se o STF declarar que a lei é constitucional, responderá pelas sanções constitucionais, inclusive com processo de impedimento b.2.6) CNJ e CNMP: tais conselhos não exercem controle de constitucionalidade, mas apenas controle de legalidade sobre atos administrativos concretos. Entretanto, quando o STF já houver declarado inconstitucional o ato administrativo ou normativo impugnado, aí sim poderá ser declarado inconstitucional pelo conselho (somente replicando a decisão do STF; MS 31667/DF) ➢ 20/02/19 3) Controle judicial 3.1. Quanto à difusão da competência controlada a) Concentrado (centralizado): o controle jurisdicional de constitucionalidade será exercido por um único órgão definido na constituição. No Brasil, é o STF; nos Estados, o TJ (ou órgão especial; em seu órgão máximo = plenário ou especial); sistema da ÁUSTRIA b) Difuso (descentralizado): viabiliza o exercício do controle de constitucionalidade por vários órgãos jurisdicionais, de tal maneira que a avaliação de contrariedade da norma constitucional seja feita por mais de um órgão. EUA ➢ Nos tribunais, para ter efeito vinculante, deve respeitar a cláusula de reserva de plenário (art 93, XI cc/ art 97), cuja obrigação determina que somente o órgão pleno ou o especial venha a julgar o incidente de inconstitucionalidade ➢ Geralmente concreto c) Misto: constituirá o emprego conjunto do controle concentrado e difuso no mesmo sistema jurídico. Adotado no Brasil 3.2. Classificação quanto ao plano de incidência a) Abstrato: corresponde ao controle de constitucionalidade que avaliará apenas e tão somente a compatibilidade entre o parâmetro constitucional e o dispositivo normativo impugnado, sem que seja necessário avaliar fatos concretos e singulares, não envolvendo também direitos subjetivos das partes, inexistindo litígio → Aferição do controle: juízo de compatibilidade da norma constitucional com o ato normativo → Não há partes em sentido material (sem litígio) → Tribunal constitucional: função de excluir do ordenamento jurídico as normas incompatíveis com a constituição, tornando- as ineficazes, funcionando como “legislador negativo” → Avaliação de fatos gerais: serão excluídos fatos singulares/específicos/individuais/concretos → Efeitos da decisão: 1. Subjetivos gerais (erga omnes) 2. Transcendentes: vinculantes > Adm. púb. Direta e indireta + órgãos jurisdicionais + funções atípicas de caráter administrativo do legislativo 3. Temporais: em regra, retrospectivos (ex tunc) b) Concreto: relaciona-se ao controle de constitucionalidade em que a avaliação do juízo de compatibilidade da norma constitucional será feita a partir do caso concreto, apreciando-se as circunstâncias e singularidades concretas que envolvem o caso; será necessário avaliar fato e prova de forma individual, específica e concreta → Aferição do controle: não será suficiente avaliação do juízo de compatibilidade entre a norma constitucional e o parâmetro normativo questionado, sendo necessário avaliar também se a aplicação daquela norma se mostra constitucional no caso concreto, sendo imprescindível avaliar fatos e provas constantes no processo, uma vez que o objetivo principal é também defender direitos subjetivos que estejam sendo violados ou ameaçados → Há partes em sentido material (existe um litígio) → Função do órgão julgador: visa a proteger direitos fundamentais de caráter subjetivo, impedindo que ameaça se transforme em lesão e também que uma lesão já instaurada venha a se repetir ou continue no tempo → Avaliação dos fatos: imprescindível; fatos específicos e individuais → Efeitos da decisão: 1. Subjetivos individuais (ou coletivos se for ação coletiva) 2. Desprovido de efeitos transcendentes: interpartes 3. Temporais: sem efeitos retrospectivos (ex nunc) 3.3. Classificação quanto à finalidade do controle a) Controle objetivo: → Finalidade: proteção exclusiva da norma constitucional, sem qualquer interesse de proteger direitos subjetivos, pois a finalidade é manter a unidade e supremacia da constituição → Emprego: ações abstratas = ADI, ADC, ADPF, ADO (dentro do controle objetivo) b) Controle subjetivo: → Finalidade: invoca a proteção de direitos fundamentais subjetivos em situações reais e concretas e também a proteção da norma constitucional no caso concreto → Emprego: quaisquer tipos de ação (individuais, coletivas, MS, HC, HD, R.E., ação civil pública, ação popular) 3.4. Classificação quanto à via de controle a) Via principal: o pedido principal deduzido na ação é a declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade, somente admissível nas ações abstratas, jamais alcançando ações individuais e concretas; somente ações abstratas b) Via incidental: o incidente de inconstitucionalidade surge no curso de uma ação como um dos fundamentos, como questãologicamente antecedente que condiciona e subordina o julgamento de mérito da causa, funcionando como questão prejudicial; o pedido principal é a proteção de direitos subjetivos; somente ações concretas (individuais/coletivas), em regra, ações difusas 4) Efeitos da inconstitucionalidade: 3 teses adotadas; nulidade é regra 4.1. Tese da nulidade: todo e qualquer ato normativo que contrarie a constituição será declarado inválido por violar a autoridade, supremacia e soberania da norma constitucional; a) Natureza e efeitos da decisão: natureza da decisão é declaratória (de inconstitucionalidade ou constitucionalidade), e retroage os seus efeitos temporais desde o nascimento da norma 4.2. Tese de anulabilidade: a) Compreensão e efeitos da decisão: bastará o reconhecimento da inconstitucionalidade e a cassação do ato normativo impugnado, processando-se efeitos presentes e futuros, mantendo-se os efeitos passados em razão de segurança jurídica e relevante interesse social 4.3. Tese de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade: ocorrerá quando for reconhecida a inconstitucionalidade, entretanto, não será pronunciada a nulidade do ato normativo impugnado, tendo em vista questão de elevada segurança jurídica e relevante social ➢ Ex: criação do município de Luiz Eduardo Magalhaes, Trem da alegria (sem concurso antes de 88) 5) Tipos de inconstitucionalidade 5.1. Inconstitucionalidade nomodinâmica/formal: quando há violação do devido processo legislativo, podendo ocorrer violação formal de forma subjetiva/orgânica (vício na iniciativa; ex: art 61, §1º) ou objetiva (vício na fase constitutiva ou complementar) 5.2. Inconstitucionalidade nomoestática/material: viola o conteúdo propriamente constitucional de valores, regras ou princípios constitucionais, inclusive princípios implícitos, como o princípio da proporcionalidade 5.3. Inconstitucionalidade por ação: regra geral, pois o poder legislativo rotineiramente cria leis e até mesmo emendas à constituição contrárias às normas constitucionais, ao passo que o poder executivo também extrapola ao criar decretos autônomos 5.4. Inconstitucionalidade por omissão: a) Omissão total: ocorrerá nas situações de violação do dever constitucional de legislar para disciplinar normas constitucionais de eficácia limitada e aplicabilidade mediata; Ex.: greve dos servidores públicos da união b) Omissão parcial: houve a produção legislativa de forma deficiente, seja porque protegeu de forma insuficiente direitos constitucionais, seja porque excedeu a proteção, violando outros direitos, ocorrendo também diante da desatualização do ato normativo produzido, incompatível com o cenário atual (social, econômico, político ou jurídico); ex: salário mínimo c) Omissão relativa: não há dever constitucional de legislar sobre a matéria, entretanto o legislador vem a criar norma que fere o princípio da igualdade, criando situações não isonômicas, situação em que a omissão decorrerá da falta de normatização sobre o que deveria ser aplicado para evitar a falta de isonomia; Ex.: lei que beneficia somente deficientes homens 5.5. Inconstitucionalidade originária: a norma questionada já nasce incompatível com os valores, princípios e regramentos constitucionais 5.6. Inconstitucionalidade superveniente: corresponde à situação em que o ato normativo passa a ser inconstitucional em razão de uma reforma da constituição ou por mutação constitucional, mediante decisão vinculante do STF, situação em que doutrina minoritária ressalta situação de inconstitucionalidade superveniente; STF aceita esta situação, informando apenas que a norma contrária ao parâmetro constitucional atual não foi recepcionada ➢ 27/02/19 5.7. Inconstitucionalidade total (RE 878.694/MG – regime sucessório dos convivente: declarou inconstitucional totalmente o art 1790 do CC): dispositivo normativo impugnado será considerado integralmente incompatível com princípios, valores e regramentos constitucionais, tal como ocorreu com o artigo 1790 do CC, que fixava um regime sucessório diferente para quem vivia em união estável, tendo o STF, por meio do plenário, declarado integralmente inconstitucional o dispositivo, devendo-se aplicar os arts 1829, I e 1832 do CC (regime sucessório dos cônjuges) 5.8. Inconstitucionalidade parcial: o dispositivo normativo questionado apresenta algum tipo de vício que o torna parcialmente inconstitucional, devendo o tribunal constitucional, conforme o caso, suprimir alguma expressão linguística do dispositivo, ou manter o texto e vincular uma interpretação que seja compatível com a constituição a) Horizontal (ADPF n° 395/DF; art 260, CPP): o STF, por meio de seu órgão plenário, poderá considerar inconstitucional determinada expressão linguística contida dentro do artigo, inciso, alínea ou parágrafo, a fim de adequá-lo aos princípios, valores e regramentos constitucionais Ex.: supressão da palavra “interrogatório” do art 260, CPP para impedir a condução coercitiva do interrogando b) Vertical (RE 580.963/PR; art 20, §3º, Lei 8.742/93): o STF, por meio do plenário, não promoverá a supressão de qualquer expressão linguística contida no dispositivo questionado, entretanto, aplicará uma interpretação vinculante e conforme a constituição Ex.: benefício de assistência social, antes sendo restrito a quem tinha renda per capta de até 1/4 de um S.M.: o STF manteve o texto do art 20, §3º do LOAS, contudo, invocou uma inconstitucionalidade parcial, pois o juiz, no caso concreto, poderá avaliar outras circunstâncias que não sejam exclusivamente a renda per capta de 1/4 de um S.M.) ➢ Afastamento da regra do art 66, §2º, CF; a regra de tal mandamento será somente aplicada para inconstitucionalidade total, mas não às situações de inconstitucionalidade parcial 5.9. Inconstitucionalidade por arrastamento, consequente ou por atração: quando o ato normativo principal for declarado inconstitucional, os demais atos normativos que mantenham com ele vínculo de subordinação ou interdependência, serão também declarados inconstitucionais por atração ou arrastamento → Tipos: a) Vertente hierárquica: o ato subordinado ao ato normativo inconstitucional será também alcançado pelo vício da inconstitucionalidade; Ex.: decreto do executivo que regulamenta lei inconstitucional b) Vertente não hierárquica: mesmo plano normativo b.1) Por dependência intrínseca (ADI MC 4048/DF): a norma arrastada guarda o vínculo de interdependência com o processo legislativo de outra norma declarada inconstitucional; Ex.: MP, que havia sido convertida em lei, declarada inconstitucional. b.2) Por dependência extrínseca (RE 704292/PR: art 2, lei 11.000/04 e por arrastamento o §1º do art 2): a norma dependente do ato normativo declarado inconstitucional será alcançada pelo vício da inconstitucionalidade, uma vez que terá esvaziado seu conteúdo normativo (há dependência de conteúdo) 5.10. Inconstitucionalidade progressiva: corresponde à norma ainda constitucional, mantida no ordenamento a fim de não provocar outras situações também inconstitucionais, lembrando que o simples juízo de compatibilidade entre o parâmetro constitucional vigente e a norma impugnada já demonstra inconstitucionalidade, mas o STF o aceita durante certo período; Ex.: ação civil ex delicto proposta pelo MP em benefício da pessoa hipossuficiente (em locais em que não há defensoria pública) Controle difuso 1) Compreensão e características: corresponde ao controle judicial realizado por quaisquer órgãos ou autoridades judiciais na perspectiva concreta, de tal maneira que a inconstitucionalidade venha a surgir como questão prejudicial, logicamente antecedente, que subordina e condiciona o julgamento de mérito da causa, devendo a avaliação dessa matéria ser debatida nos fundamentos da causa (causa de pedir), devendo o juiz, conforme a situação concreta, fazer um juízo de compatibilidadeda norma questionada com o parâmetro constitucional, a fim de resolver um litígio específico, concreto e individualizado 2) Efeitos das decisões: 2.1. Transcendentes (vinculantes): em regra, os efeitos da decisão em controle difuso serão restritos às partes atuantes no processo, salvo quando invocar precedente obrigatório vinculante a) Efeito vinculante do precedente (tese jurídica/ratio decidendi): os fundamentos jurídicos discutidos na sentença ou acórdão poderão alcançar efeitos transcendentes principalmente quando, respeitada a cláusula de reserva de plenário no tribunal, venha o órgão especial ou plenário decidir o incidente de inconstitucionalidade, criando uma tese jurídica sobre a matéria, a qual vinculará todos os demais órgãos internos b) Precedentes obrigatórios: os órgãos judiciários deverão respeitar a decisão de forma obrigatória, salvo se conseguir comprovar uma distinção do caso concreto com a tese jurídica firmada, evidenciando todas as diferenças de forma individualizada e específica (“distinguish”) b.1) Controle abstrato: matéria constitucional decidida pelo plenário do STF nas ações abstratas terão automático efeito vinculante para todo o poder judiciário da união e dos estados, poder executivo em âmbito federal, estadual, distrital e municipal e poder legislativo (quando em função atípica, administrando); para vincular, deve respeitar a maioria absoluta b.1.1) Vinculação → STF (RCL 8.168/SC): vinculará apenas o dispositivo (é a parte decisória do acórdão) do acórdão, sem que haja vinculação dos motivos determinantes que fundamentaram a decisão → Doutrina: processualistas invocam que os fundamentos determinantes do julgamento em ação abstrata realizada pelo STF possuirão efeitos vinculantes para todos os órgãos do judiciário b.2) Controle concreto: para vincular, também deve respeitar a maioria absoluta b.2.1) Acórdãos em IAC, IRDR, RE e RESP repetitivos: os acórdãos julgados em IRDR (art 976, NCPC), IAC (art 947, CPC), RE e RESP (art 1.036, NCPC), vincularão os órgãos internos, mas se o órgão plenário do STF ou o órgão especial do STJ julgarem a matéria, terá efeitos vinculantes externos b.2.2) Decisões do órgão plenário/especial (11 a 25 membros; metade por antiguidade, metade por votação do plenário): as decisões plenárias do STF em matéria constitucional, uma vez formada a tese jurídica sobre determinada matéria, vinculará todos os tribunais e autoridades judiciárias, sendo que a inobservância da tese jurídica comportará reclamação para o STF. As decisões do órgão especial do STJ sobre matéria infraconstitucional vincularão TJs estaduais, TRFs, JFs e JDs, podendo hipoteticamente alcançar o STF quando o próprio STF não verifica qualquer vício de constitucionalidade e o STJ firma uma tese jurídica sobre a correta interpretação do direito infraconstitucional (normas legais/supralegais) b.2.3) Art 927, NCPC: as súmulas vinculantes, ordinariamente, vinculam todo o poder judiciário da união e estados. As súmulas (comuns) editadas atualmente, na sistemática do NCPC terão efeito vinculante quando se tratarem de matéria constitucional definida pelo STF em súmula, bem como matéria infraconstitucional definida pelo STJ em súmula > Obs: súmulas (comuns) anteriores ao NCPC não geram vinculação (sem efeitos transcendentes) b.3) Vinculação interna: a decisão do órgão plenário ou especial vinculará todos os órgãos internos do tribunal (sessões, câmaras, turmas e juízes singulares) b.4) Vinculação externa (HC 127.900/AM; art 57, LD): o órgão plenário do STF e o órgão especial do STJ que definirem tese jurídica respectivamente sobre direito constitucional e direito infraconstitucional vincularão todo o poder judiciário da união e dos estados; o interrogatório, pela Lei de Drogas, seria o 1º ato de instrução, mas o STF, em controle difuso/concreto, determinou que passaria a ser o último ato da instrução por constituir medida de defesa do réu, garantindo-lhe ampla defesa → Controle difuso não expulsa a norma inconstitucional da ordem jurídica (mas dá uma interpretação vinculante) ➢ 13/03/19 2.2. Efeitos temporais a) Efeito retrospectivo → Regra (tese da nulidade): trata-se de um princípio constitucional implícito em que os atos contrários aos princípios, valores e regramentos constitucionais serão considerados absolutamente nulos, desde o nascimento, gerando regular efeito retroativo da decisão (efeito ex tunc) → Consequências: será a decretação da nulidade de todos os efeitos concretos e abstratos produzidos pela norma declarada inconstitucional → Exceções: prospectividade decisória/ modulação temporal b) Modulação temporal dos efeitos b.1) Compreensão: Será possível promover a modulação dos efeitos temporais da decisão que reconhece a inconstitucionalidade em função da preservação de outros princípios e valores constitucionais igualmente importantes, devendo o órgão jurisdicional competente fazer um juízo de ponderação no caso concreto avaliando o que se mostra mais condizente com a norma constitucional vigente. b.2) Hipóteses de incidência b.2.1) Situações fáticas consolidadas: determinadas situações faticamente irreversíveis que se consolidaram no tempo permitirão a modulação temporal nos efeitos da decisão que reconhece a inconstitucionalidade. > Exemplo: criação do município de Luiz Eduardo Magalhães (Bahia). b.2.2) Overruling: → Compreensão (STF, HC 118.553/MS; art 33, §4º, LD): corresponde à superação de entendimento jurisprudencial anteriormente consolidado, mas modificado em razão de aspectos relevantes sociais, políticos, jurídicos ou econômicos. A existência de overruling proporciona a modulação dos efeitos temporais pro futuro ou ex nunc a fim de preservar a segurança jurídica nas relações sociais, políticas, econômicas e jurídicas. > Exceção: havendo overruling, cujo novo entendimento seja benéfico ao acusado ou sentenciado, terá efeitos retroativos - Ex. da exceção: trafico privilegiado não é considerado crime hediondo. → Mutação constitucional: corresponde ao processo informal de alteração de sentido e alcance da norma constitucional, sem alteração do texto da norma, criando um novo entendimento de caráter geral e vinculante. > Efeito temporal, em regra, será ex nunc → Regra (decisão inovadora; RE 197.917/SP) Ex.: Invalidade da súmula 394, STF (tem mais relação com overruling) b.2.3) Princípio da segurança jurídica: será possível reconhecer a inconstitucionalidade do ato normativo impugnado, sem decretação de nulidade, a fim de proteger outros valores constitucionais como segurança jurídica, a boa-fé e situações justificadas pelo excepcional interesse social. → Proteção da boa-fé (RE 79.628/SP) → Proteção da segurança jurídica (RE 122.202/MG) → Excepcional interesse social b.3) Requisitos: b.3.1) Quórum: • Recurso extraordinário com repercussão geral: exigência de votação favorável de 2/3 dos ministros do STF (8 ministros) • Modulação originária: corresponderá ao primeiro momento em que o incidente de inconstitucionalidade venha ser julgado no tribunal, sendo imprescindível que julgamento seja feito pelo órgão plenário ou especial (FULL BENCH OU FULL COURT), exigindo se a maioria absoluta (50% + 1) > Cuidado: O STF deverá também respeita a cláusula de reserva de plenário, sendo possível a modulação dos efeitos temporais, mediante votação da maioria absoluta dos seus membros, no julgamento de ações originarias e recurso ordinário constitucional. Art.97, CF → Competência: Órgão especial ou Plenário tribunal (50% +1); modulação dos efeitos → Fundamento: cláusula de reserva de plenário → Aplicação no STF (MS 22357/DF e 197.971/SP) • Modulação derivada: já houve decisão em processo anterior feita pelo órgão especial ou plenário sobre a inconstitucionalidade do ato normativo impugnado, sem que houvesse modulação dos efeitos nesse processooriginário, razão pela qual um novo processo que traga a mesma matéria já decidida pelo plenário ou órgão especial deverá ser repetido, devendo, conforme o caso, a turma, câmara ou seção modular os efeitos temporais da decisão do caso concreto mediante maioria relativa dos seus membros. → Emprego: houver decisão anterior do pleno ou especial sobre a inconstitucionalidade, sem que houvesse modulação dos efeitos no processo originário que se decretou a inconstitucionalidade. → Competência: turma, câmara ou seção. 2.3. Efeitos subjetivos: a) Regra geral: ordinariamente operará efeitos subjetivos entre as partes participantes do processo ("inter partes") b) Possibilidade de conceder efeitos erga omnes: uma vez firmada tese jurídica em precedente obrigatório acerca da inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo, haverá também processamento de efeitos subjetivos gerais, sendo obrigatória a aplicação da tese jurídica em todos os processos que veiculam a matéria declarada inconstitucional. b.1) Mutação constitucional (STF, ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ): o STF mediante interpretação, alterou o sentido e o alcance do artigo 52, X, CF ao definir que toda matéria declarada inconstitucional pelo plenário, mesmo em controle difuso, terá efeito transcendente vinculante e efeito subjetivo geral, mesmo que não haja uma resolução do senado federal. b.2) Teoria da abstrativização do controle difuso: está se importando os efeitos decisórios do controle abstrato para controle difuso, uma vez que confere efeitos vinculantes e gerais. b.3) Resolução do Senado Federal (art 52, X, CF): terá efeitos apenas para conferir publicidade às decisões definitivas do STF, já que as decisões do tribunal constitucional tomadas pelo plenário terão automático efeito vinculante e geral. c) Declaração de inconstitucionalidade em RE (RE 561.836/RN) pode implicar a perda superveniente da ação abstrata (ADPF 174): em situação bastante curiosa, o STF, ao julgar recurso extraordinário, resolveu declarar inconstitucionalidade com efeitos vinculantes e gerais no controle difuso, provocando a perda do objeto na ação abstrata que se discutiam o mesmo assunto, prevalecendo o que foi decidido no controle difuso. Tipos de ação de controle difuso 1) Regra geral: será possível o surgimento do incidente de inconstitucionalidade em qualquer ação concreta individual ou coletiva, bem como em recursos ordinários ou extraordinários. 2) Mandado de injunção: no controle difuso, não se admite a avaliação da inconstitucionalidade no mandado de injunção quando houver lei que regulamenta matéria ainda que de forma deficiente desatualizada; só cabe a discussão quando se tratar de omissão total. 3) Reclamação constitucional: corresponde à ação autônoma de impugnação ajuizada originariamente no STF para manter autoridade de suas decisões, especialmente as dotadas de caráter vinculante e efeitos subjetivos gerais. → Obs.: só caberá reclamação constitucional quando houver efetiva deliberação e julgamento dos dispositivos impugnados, caso contrário não será possível se entregar para reclamação, ainda que se invoque precedente vinculante ou súmula vinculante. 4) Ação civil pública: 4.1. Problema: como a decisão em APC e AP possuem efeitos gerais , parcela da doutrina e jurisprudência clássica não aceita o controle difuso de constitucionalidade sobre alegação de usurpação da competência do STF e utilização da ACP e AP como sucedâneos da ação abstrata. 4.2. Eficácia erga omnes e crítica: se a eficácia da decisão alcança todos na ACP e AP, inevitavelmente a decisão de inconstitucionalidade também alcançará a todos, trabalhando como se fosse ação abstrata. 4.3. Admissibilidade restrita: o STF tem admitido com restrições desde que: - haja litigio determinado - bem jurídico protegido, especifico, definido e individualizado - pedido ser obrigação de fazer ou não fazer (não pode ser o pedido principal a inconstitucionalidade da lei) a) Objeto: ato normativo e ato administrativo b) Pretensão principal: obrigação de fazer ou não fazer c) Direitos Individuais Homogêneos (RCL 601/SP; 663.2/SP; 602.6/SP): aceito sem restrição d) Direitos Difusos e coletivos d.1) Doutrina clássica: não aceita d.2) Doutrina moderna: aceita sem restrição d.3) STF: Aceita com Restrições d.3.1) Posição recente favorável com restrições (RE 511961/SP) d.3.2) Posição antiga (negativa) ➢ 20/03/19 5) Representação interventiva: constitui instrumento de medida excepcional e temporária que viabiliza a intervenção da união nos estados como medida temporária que retira a autonomia do estado em certo alcance 5.1. Cabimento: a) Comprovação material da violação de princípios constitucionais sensíveis (direitos humanos, regime político-democrático, sistema representativo, prestação de contas na forma da lei e aplicação das receitas mínimas resultantes de impostos em saúde e educação) b) Comprovação da inexecução voluntária de lei federal 5.2. Natureza: corresponde a um instrumento de controle concentrado feito exclusivamente pelo STF de caráter concreto, pois se exige comprovação material de violação de princípios constitucionais sensíveis, ou de inexecução federal > Exceção à “regra” do controle concentrado abstrato 5.3. Competência: exclusiva do STF (funcional originária) 5.4. Legitimidade: → Ativa: PGR → Passiva: estados/DF 5.5. Intervenção: a) Branda (art. 36,§3,CF): ocorrerá quando o decreto presidencial for suficiente para suspender o ato normativo ou concreto questionado, situação em que não haverá controle político do CN; legitimado passivo não perde autonomia b) Efetiva: corresponde à situação em que o decreto presidencial promoverá a nomeação de um interventor e o afastamento de várias autoridades do governo, limitando efetivamente a autonomia do estado, circunstância essa que levará ao controle político do CN em 24h 5.6. Espécies: a) Ação direta de inconstitucionalidade interventiva (art.34, VII C/C, 36,III,CF) a.1) Natureza: corresponde a um instrumento de controle concreto de constitucionalidade, pois exige prova material de violação de princípios constitucionais sensíveis a.2) Parâmetro: princípios constitucionais sensíveis (elencados no art 34, VII) a.3) Objeto (IF 114/MT): podem ser impugnados atos normativos estaduais e distritais, atos concretos (ex.: ato administrativo) e omissões estatais que violem tais princípios a.4) Procedência: 1. Representação interventiva do PGR 2. Provimento da representação pelo STF 3. Prova material da violação de princípios constitucionais sensíveis 4. Julgada procedente, comunica-se o PR (para que edite o decreto) b) Ação de executoriedade de lei federal (art 34, VI, CF e 36, III, CF) b.1) Natureza: ação de controle concreto de constitucionalidade de leis e atos normativos estaduais b.2) Objetivo: visa ao reestabelecimento do pacto federativo, viabilizando que eventual lei estadual tenha a sua aplicação afastada quando invadir competência legislativa da união, contrariando lei federal já existente sobre o assunto b.3) Procedência: exigirá provimento pelo STF e ajuizamento da ação de executoriedade de lei federal pelo PGR 5.7. Rito processual (lei nº 12.562/2011) a) Requisitos especiais de admissibilidade da inicial: 1. Apontar o princípio constitucional sensível violado ou a lei federal descumprida 2. Indicar a prova material da violação 3. O ato normativo estadual ou distrital questionado, o ato concreto gerador da violação ou a situação omissiva agressora de princípios sensíveis b) Indeferimento da inicial: se ausentes os requisitos especiais de admissibilidade, como também quando a petição for inepta ou observar-se parte manifestamente ilegítima ou falta de interesse de agir, haverá o indeferimento da inicial; c) Recurso contra o indeferimento: caberá recurso (agravo interno aocolegiado); prazo antigo = 5 dias; NCPC = 15 dias d) Decisão Liminar: d.1) Quórum: maioria absoluta dos ministros (6) d.2) Poderes do relator: 1. Necessidade de intimação do AGU e PGR para se manifestarem em 5 dias 2. Necessidade de intimação da autoridade que expediu o ato questionado para se manifestar d.3) Efeitos alternativos: determinará a suspensão do ato normativo ou ato concreto questionado e) Poderes do relator (após a decisão liminar): 1. Poderá nomear perito ou comissão de peritos para avaliar o caso concreto, obter informações adicionais da autoridade que expediu o ato questionado 2. Eventuais diligências que considerar necessárias para o julgamento f) Decisão definitiva: f.1) Quórum: → da instalação: 2/3 (8) → de julgamento: maioria absoluta (6) f.2) Características: 1. Irrecorrível 2. Não comporta ação rescisória f.3) Procedência: será publicado em seção especial do Diário de Justiça e do DOU, e levada ao conhecimento do PR para expedição do decreto presidencial; g) Decreto presidencial: deverá expedir o decreto presidencial quando acolhida a representação interventiva de forma vinculada, sob pena de cometer crime de responsabilidade, cujo julgamento será feito pelo Senado h) Desistência da inicial (art 169,§2º, regimento interno do STF): o PGR não poderá desistir da petição inicial segundo o RISTF, mas a doutrina permite a desistência por tratar-se de medida político-administrativa 5.8. Representação interventiva estadual a) Compreensão: corresponde à medida interventiva do estado em seu município quando observar violação de princípios sensíveis da constituição estadual e descumprimento de lei estadual ou decisão judicial no município b) Instrumento: operado por meio de ação direta de inconstitucionalidade interventiva estadual, mediante um controle concentrado do tribunal de justiça, por meio de seu órgão especial ou plenário c) Parâmetro de controle: constituição estadual, lei estadual ou decisão ou ordem judicial (do TJ) d) Legitimidade d.1) Ativa: PGJ d.2) Passiva: município e) Requisitos: 1. Representação interventiva do PGJ 2. Provimento pelo TJ 3. Prova material da violação dos princípios sensíveis, inexecução da lei estadual pelo município ou descumprimento da ordem/decisão judicial 4. Comunica o Governador para que edite decreto f) Objeto: 1. Ato normativo municipal 2. Ato concreto do município 3. Omissão g) Incabimento de recurso extraordinário (súmula 637, STF): do acórdão do TJ que decreta a intervenção no município não cabe R.E. para o STF h) Intervenção branda e efetiva → Branda: o simples decreto do governador suspende a eficácia do ato impugnado, situação em que não haverá perda da autonomia, nem controle político → Efetiva: o decreto do governador nomeará o interventor do município e também afastará as autoridades responsáveis pelo ato, persistindo o controle político da assembleia legislativa do estado e efetiva perda da autonomia (prazo de 24h) Tratamento nos tribunais 1) Cláusula de reserva de plenário (“full bench” ou “full court”) 1.1. Compreensão: a arguição de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público exigirá a apreciação da matéria pelo órgão especial ou plenário 1.2. Natureza: trata-se de competência funcional originária por objeto 1.3. Órgão especial: a formação exigirá que: - metade advenha por ordem de antiguidade; outra metade por votação do pleno - composto por 11 a 25 membros, nos tribunais que possuam acima de 25 julgadores 1.4. Súmula vinculante 10: a decisão do órgão fracionário que não declara inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, mas afasta a sua aplicação, viola a cláusula de reserva de plenário 1.5. Dispensa: 1. Quando o órgão especial ou plenário já tiver julgado a matéria, pois sua decisão vincula seus órgãos 2. Quando o órgão fracionário julgar constitucional o ato normativo 3. Decisões de turma recursal 4. Ilegalidade de atos normativos secundários 5. Inconstitucionalidade de atos negociais (contratuais) 1.6. Inobservância: gera nulidade absoluta da decisão judicial proferida 1.7. Procedimento (NCPC, arts 948 a 950) a) Relator: não sendo caso de indeferimento da inicial, intima-se o MP b) Intervenção do MP: qualquer situação de inconstitucionalidade c) Turma, câmara ou seção: → Rejeição de arguição de inconstitucionalidade: havendo rejeição da arguição, o processo seguirá regularmente → Acolhimento da arguição: havendo acolhimento, remeterá o processo ao órgão especial ou plenário (1º acórdão) ➢ 20/03/19 d) Plenário/órgão especial: julgará a arguição de inconstitucionalidade, formando um 2º acórdão d.1) Pessoas jurídicas de direito público: a P.J. de direito público responsável ela edição do ato normativo questionado poderá se manifestar no incidente de inconstitucionalidade (no 2º acórdão, no órgão especial ou no plenário) d.2) Legitimados do art 103, CF: podem inserir memoriais escritos no órgão especial ou plenário, após a formação do 1º acórdão para subsidiar de melhores fundamentos o julgamento do incidente de inconstitucionalidade d.3) Amicus Curiae: cuida-se de intervenção de terceiros espontânea ou provocada em que será defendido o interesse institucional, em razão da representatividade do amigo da corte e da relevância da matéria que está sendo discutida. → Processos individuais → Processos coletivos → Processos abstratos - OBS.: O STF, em decisão vinculante, considerou irrecorrível a decisão que rejeita ou acolhe a intervenção do amigo da corte d.4) Julgamento d.5) Recurso (cuidado: súmula 513, STF): caberá exclusivamente embargos declaratórios do 2º acórdão que julgou o incidente de inconstitucionalidade, ao passo que caberá recurso extraordinário contra o 3º acórdão que julgou o recurso pelo órgão fracionário (turma ou câmara) > Embargos declaratórios: pedido para que seja esclarecido determinado aspecto de uma decisão proferida quando se considera que há alguma dúvida, omissão, contradição ou obscuridade Declaração de ofício da inconstitucionalidade 1) Fundamentos favoráveis: os órgãos judiciais terão aptidão de suscitar o incidente de inconstitucionalidade mesmo sem provocação das partes, uma vez que se trata de matéria de ordem pública, que não comporta preclusão, cuja proteção é da própria supremacia das normas constitucionais e manutenção da efetividade das normas, princípios, valores e regramentos constitucionais 2) Emprego 2.1. Amplo (sem restrição): todo e qualquer órgão judicial deverá, de ofício, reconhecer a inconstitucionalidade da matéria debatida quando disciplinada por súmula vinculante, súmulas não vinculantes editadas após o NCPC sobre matéria constitucional pelo STF, os julgamentos proferidos em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) e o julgamento no incidente de assunção de competência, além dos julgamentos de recurso especial e extraordinário repetitivos 2.2. Restritivo a) Doutrina processualista: estão vinculados à defesa do princípio da demanda ou inércia, razão pela qual não aceitam propriamente que o juiz, de ofício, venha a suscitar um incidente de inconstitucionalidade, especialmente quando for relacionado acolhimento dos pedidos iniciais, pois violaria o contraditório e o dever de imparcialidade b) Doutrina constitucionalista: admite suscitar o incidente de inconstitucionalidade de ofício, ainda que não se relacione com súmula vinculante, súmula não vinculante após a edição do NCPC sobre matéria constitucional e precedentes obrigatórios, em razão da preservação da força normativa da constituição, garantia da supremacia das normas constitucionais e garantia de efetividade de princípios, valores e regramentos constitucionais 3) Instâncias recursais 3.1. Recursos ordinários: são recursos que permitem a veiculação de matéria de fato, prova e de direito,sendo possível suscitar de ofício o incidente de inconstitucionalidade, sem gerar qualquer prejuízo à avaliação da questão constitucional Ex.: apelação, agravo de instrumento, recurso ordinário constitucional, etc. 3.2. Recursos extraordinários/excepcionais: não veiculam matéria de fato e prova, pois visam promover a correta interpretação e aplicação do direito constitucional (R.E.) e direito infraconstitucional (RESP, RR, RESP Eleitoral), pois se tratam de recursos objetivos que visam à proteção da norma, e não de direitos subjetivos a) RESP (STJ), RR (TST) e RESP Eleitoral: em regra, não se aceita que o incidente de inconstitucionalidade seja arguido apenas no âmbito dos recursos excepcionais, pois exigem pré-questionamento anterior da matéria, uma vez que se tratam de recursos cuja causa de pedir é fechada (exigem a invocação e o debate anterior da matéria nas instâncias ordinárias) b) Recurso extraordinário (STF): o STF, ao julgar o recurso extraordinário, permitirá a invocação de matéria não debatida nas instâncias ordinárias quando se tratar de matéria constitucional, pois admite a causa de pedir aberta em referido recurso ainda que o recorrente jamais tenha levantado o debate da matéria constitucional, nem mesmo invocado qualquer violação de princípio, valor ou regramento constitucional em momento anterior ao recurso extraordinário → O STF permite essa situação de abrandamento do pré-questionamento por ser o guardião da constituição, uma vez que conferirá a correta interpretação e aplicação do direito constitucional de maneira uniforme em âmbito nacional, principalmente diante dos efeitos vinculantes e gerais de sua decisão Controle contra ato normativo em tese 1) Inadmissibilidade: no controle difuso e concreto de constitucionalidade não se admite o controle de ato normativo em tese como pedido principal, pois usurparia a competência do tribunal constitucional, razão pela qual o incidente de inconstitucionalidade surge apenas como uma questão prejudicial ao julgamento dos pedidos iniciais envolvendo um litígio específico, certo e determinado 2) Incabimento: não cabe o controle de ato normativo em tese no sistema de controle concreto e difuso, mas apenas no controle abstrato Papel do Senado Federal 1) Teoria Clássica: 1.1. Compreensão: o Senado Federal possui papel relevante dentro do controle difuso na medida em que a resolução por ele veiculada viabilizará a suspensão de lei ou ato normativo declarado inconstitucional por decisão definitiva do STF, conferindo efeitos vinculantes e subjetivos erga omnes. 1.2. Resolução: a) Características: 1. A expedição de resolução é ato discricionário e político do Senado; 2. A resolução não altera os limites materiais da decisão do STF, não podendo reduzi-la ou ampliá-la 3. A Resolução do Senado não pode modular efeitos temporais da decisão do STF b) Utilidade: a resolução conferia efeitos subjetivos gerais e vinculantes à decisão do STF c) Eficácia temporal c.1) STF: retrospectiva, em razão da teoria ou princípio da nulidade do ato inconstitucional c.2) Doutrina → José Afonso da Silva: efeitos presentes e futuros (ex nunc), pela teoria geral da norma, uma vez que não poderá retroagir para prejudicar direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada → Gilmar Mendes: terá efeitos temporais retrospectivos (ex tunc), a fim de evitar a pulverização e multiplicação de demandas individuais, em razão de prejuízos suportados na vigência de lei inconstitucional 2) Teoria moderna 2.1. Compreensão: segundo a nova concepção do STF, as decisões proferidas pelo plenário em matéria constitucional terão automáticos efeitos subjetivos gerais e transcendentes vinculantes, independentemente de resolução do Senado Federal (ADI 3.406/RJ e 3.470/RJ) 2.2. STF: → Mutação constitucional: o STF, mediante processo informal interpretativo, modificou o alcance e o sentido da norma prevista no art 52, X, CF, possibilitando que as decisões definitivas proferidas pelo plenário tenham automático efeito transcendente vinculante e subjetivo geral > Atualmente, a resolução do Senado só servirá para dar maior publicidade às decisões definitivas do STF → Abstrativização do controle difuso: os efeitos das decisões do controle abstrato foram transferidos também para o controle difuso, na medida em que as decisões do plenário sobre matéria constitucional terão automáticos efeitos vinculantes e gerais ➢ Coisa julgada inconstitucional: corresponde à decisão de mérito já transitada em julgado fundamentada em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou interpretação de lei/ato normativo considerada incompatível com a CF ➢ A inadequação do meio processual empregado gerará a extinção do processo sem resolução do mérito por falta de interesse adequação ➢ 03/04/19 Controle abstrato 1) Compreensão: corresponde ao controle jurisdicional de constitucionalidade que possui o objetivo de manter a unidade e a supremacia das normas constitucionais contra os ataques entendidos por atos normativos incompatíveis com a constituição, situação em que o tribunal constitucional realizará o juízo de compatibilidade com os princípios, valores e regramentos constitucionais, desvinculados de situações concretas, cuja pretensão principal residirá exclusivamente na declaração de inconstitucionalidade ou constitucionalidade 2) Distinção (com o controle concreto) CONTROLE ABSTRATO CONTROLE CONCRETO Objetivo - Proteção da unidade e supremacia das normas constitucionais - Proteção de direitos individuais e coletivos em situação de lesão ou ameaça Pedido principal - Declaração de (in)constitucionalidade - Impedir que a ameaça se transforme em lesão ou que a lesão já instaurada venha a se repetir ou continuar no tempo Características 1. Não há litígio, apenas a discussão abstrata sobre o juízo de compatibilidade da norma impugnada com a constituição 2. Partes em sentido formal 3. A questão constitucional surge como elemento principal no processo 4. Aceitável a intervenção do Amicus Curiae 5. Não há prescrição e decadência 6. Processo objetivo 7. Geralmente, controle concentrado 8. Causa de pedir aberta 9. Em regra, não há suspeição e impedimento do magistrado (exceto quando o ministro atuou como AGU ou PGR em relação ao ato impugnado), pois não se trata de processo subjetivo 1. Há litígio determinado e específico 2. Partes em sentido material (autor X réu) 3. Arguição de inconstitucionalidade no processo individual ou coletivo > Questão prejudicial 4. Permite ampla intervenção de terceiros 5. Incidência de prescrição e decadência 6. Processo subjetivo 7. Geralmente invoca o controle difuso: quaisquer órgãos judiciais > Exceções (controle concreto concentrado) a) ADI interventiva b) Ação de executoriedade de lei federal 8. Causa de pedir fechada 9. Cabe suspeição e impedimento 3) Características 3.1. Finalidade: visa a manter a intangibilidade das normas constitucionais de tal forma que se respeite a sua supremacia, eficácia, unidade e força normativa contra os ataques antinormativos que violem princípios, valores e regras constitucionais 3.2. Processo objetivo: trabalha exclusivamente com juízo de compatibilidade entre o parâmetro constitucional e o ato normativo questionado cuja pretensão principal é a declaração de inconstitucionalidade ou constitucionalidade, não envolvendo direitos subjetivos individuais e coletivos 3.3. Efeitos das decisões: 1. subjetivos gerais (erga omnes) 2. transcendentes vinculantes; → Há a possibilidade de modulação temporal dos efeitos (geralmente retrospectivos, mas podem ser ex nunc ou pro futuro) 4) Princípios regentes 4.1. Princípio da instrumentalidade reforçada: será possível a flexibilização de princípios e regramentos processuais a fim de viabilizar uma maior proteção às normas constitucionais,tal como ocorre com a causa de pedir aberta e ausência de pré- questionamento, cuja matéria, apesar de não ter sido debatida nas instâncias ordinárias, permite a discussão e julgamento no Supremo 4.2. Princípio da acessibilidade limitada: os legitimados a proporem ações abstratas encontram-se em rol taxativo e reduzido, não permitindo sua ampliação, aí incluídos: 1. P.R. 2. Mesas do SF e da CD 3. Governador de estado e do DF 4. Mesa da assembleia legislativa 5. Conselho federal da OAB 6. Partido político com representação no CN 7. PGR 8. Confederações sindicais 9. Entidades de classe de âmbito nacional → Estado federativo não possui legitimidade ativa (AgR na ADI 2.130/SC) 4.3. Princípio do interesse objetivamente considerado: o controle abstrato se restringirá à defesa da norma constitucional, mediante processo objetivo, excluindo-se interesses particulares, individuais ou coletivos de classe ou categoria profissional, pois o objetivo principal é a intangibilidade da norma constitucional 4.4. Mitigação ao princípio da congruência dos pedidos: → controle concreto e difuso: no processo individual ou coletivo, o juiz estará adstrito em seu julgamento ao que foi pedido, não podendo julgar fora do pedido (extra petita), além do que foi pedido (ultra petita) e deixar de julgar pedido (citra petita) → controle abstrato: princípio flexibilizado, uma vez que o objetivo principal é a defesa da ordem constitucional, razão pela qual será possível julgar inconstitucional outros dispositivos não invocados nos pedidos iniciais (inconstitucionalidade por arrastamento) 4.5. Princípio da abertura da causa de pedir: o STF poderá se empregar de fundamentos novos e diversos dos invocados na ação abstrata, uma vez que avaliará todo o sistema normativo constitucional, não se restringindo à causa de pedir da ação abstrata, mesmo porque o seu julgamento terá efeitos subjetivos gerais e efeitos transcendentes vinculantes, sendo mais adequado e proporcional à realização de um amplo debate com todos os princípios, valores e regramentos atinentes à matéria 4.6. Princípio da especificação das normas paramétricas: corresponde à necessidade de indicação expressa dos dispositivos normativos considerados violados na petição inicial da ação abstrata, formalidade essa ainda exigida pelo STF. → Inobservância levará à emenda à petição inicial (art 321, NCPC), sob pena de indeferimento (321, p.u.) → Princípios implícitos e valores constitucionais, em regra, nem sempre estarão expressos em dispositivos. Recurso - Decisões de mérito do colegiado são irrecorríveis e não cabe ação rescisória - No máximo admite embargos de declaração - Cabe recurso e ação rescisória Efeitos - Efeitos subjetivos gerais - Efeitos transcendentes vinculantes - Efeitos subjetivos ordinários interpartes - Em regra, não possui efeitos vinculantes (há exceções) Legitimidade - Exclusivos do art 103, CF - Ampla 4.7. Princípio da indisponibilidade da instância: uma vez proposta a ação abstrata, não será mais possível desistir dos pedidos cautelares e principais, nem mesmo será admissível abandonar a ação, uma vez que a finalidade principal é a proteção efetiva das normas constitucionais → Na ação concreta é possível haver desistência (na abstrata, jamais) 4.8. Princípio do controle material: será possível a avaliação de fatos gerais no controle abstrato de constitucionalidade, cabendo ao ministro relator se utilizar de perito ou comissão de peritos, requisitar informações às autoridades, realizar audiências públicas e outros expedientes que considerar necessário para melhor instruir a ação abstrata, não avaliando situação específica, individual e concreta. 4.9. Princípio da publicidade: necessidade de se conferir ampla divulgação às decisões liminares e definitivas tomadas pelo STF em controle abstrato, realizando-a por meio de publicação em seção especial do diário da justiça da união e diário oficial da união → A partir da publicação, o efeito será vinculante e geral 4.10. Princípio da irrecorribilidade: → Decisões colegiadas: decisão de mérito tomada pelo plenário do STF será em regra irrecorrível, cabendo apenas embargos declaratórios em situação de omissão, obscuridade, contradição ou erro material → Decisões unipessoais: decisões monocráticas do ministro relator, tomadas no recesso forense, como também em situações extremamente urgentes, não comportarão recurso, pois referida matéria será levada ao plenário automaticamente (exceto quando for indeferida a petição inicial; agravo regimental) 4.11. Princípio da irrescindibilidade: decisões definitivas de mérito proferidas pelo plenário do STF não admitirão ação rescisória no controle abstrato. → Obs.: será possível haver superação de entendimento pelo próprio STF em razão da modificação substantiva do cenário político, econômico, jurídico e social (overruling) → Cuidado (reclamação 4.374/PE): no julgamento da reclamação houve superação de entendimento de decisão definitiva tomada em controle abstrato 5) Órgãos jurisdicionais controladores: → STF (norma Constitucional) → TJE (Constituição Estadual) ➢ Obs.: no controle abstrato de constitucionalidade feito pelo TJ sobre leis municipais, será possível invocar como parâmetro normas da CF quando forem de reprodução obrigatória na Constituição Estadual, situação em que comportará recurso extraordinário para o STF do acórdão definitivo do TJ - Não sendo norma de reprodução obrigatória, não comportará R.E. para o STF 6) Espécies de ações abstratas 6.1. Contra atos comissivos: 1. ADI 2. ADC 3. ADPF 4. ADI por omissão parcial ou relativa 6.2. Contra atos omissivos 1. ADI por omissão total 2. ADPF ➢ 10/04/19 Atos comissivos em controle abstrato 1) Objeto das ações diretas 1.1. Dispositivo normativo: atacará o texto da norma, não sendo possível o seu aproveitamento, já que absolutamente incompatível com a constituição 1.2. Norma: não impugnará o texto do dispositivo, mas escolherá entre as várias interpretações possíveis a que se compatibiliza com os valores, princípios e regramentos constitucionais, cuja interpretação será vinculante notadamente quando houver concorrência de termos polissêmicos e plurissignificativos 2) Alcance: leis em sentido amplo e atos normativos (de efeitos gerais e abstratos) 3) Fontes normativas 3.1. Leis em sentido amplo: EC, LC, LO, MP, LD, DL 3.2. Atos normativos: como exemplo, resoluções do CNJ, resoluções do CNMP 3.3. Súmulas: a) Vinculantes: pelo STF, transcendentes, gerais, com abstração e generalidade (cabe impugnação) b) Não vinculantes: por Tribunais Superiores → Antes do NCPC: súmula persuasiva; não vinculava, apenas orientação → Após o NCPC: súmula dotada de efeitos vinculantes e transcendentes; generalidade e abstração (cabendo impugnação no controle abstrato) 4) Exclusão: 4.1. Atos sem atributos normativos a) Projetos legislativos: não se impugna o conteúdo, sendo necessário aguardar a sua promulgação e publicação → Pode ser impugnado por meio de M.S. de parlamentar por violação ao devido processo legislativo → Sendo proposta de EC, pode ser impugnada por meio de M.S. de parlamentar por violação ao devido processo legislativo ou direitos fundamentais b) Negócios privados: pois não há generalidade e abstração c) Convênios: sem generalidade e abstração d) Convenções coletivas: sem generalidade e abstração e) Sentenças normativas: com abstração, mas sem generalidade f) Súmulas persuasivas: orientação não obrigatória (antes do NCPC) 4.2. Com atributo normativo a) Normas constitucionais originárias: inicia a nova ordem jurídica constitucional, constituindo-se um parâmetro de controle de constitucionalidade editado pelo poder constituinte originário b) Reforma que não afeta substancialmente norma originária: quando a EC não alterar substantivamentea norma constitucional originária, constituirá, de certa forma, a própria norma originária que trouxe fiel cumprimento ao poder constituinte originário, não cabendo, portanto, impugnação c) Atos normativos secundários: regulamentos, portarias e circulares não serão impugnadas por ADI, pois no máximo violará a lei → Tratando-se de regulamento autônomo que excede a lei, com efeitos gerais e abstratos, caberá controle abstrato d) Inconstitucionalidade por arrastamento: o ato normativo que regula a lei inconstitucional será automaticamente considerado inconstitucional por arrastamento 5) Restrição 5.1. Quanto à origem a) Lei ou ato normativo federal: cabe ADI e ADC b) Lei ou ato normativo estadual: cabe somente ADI c) Lei ou ato normativo municipal: não cabe ADI ou ADC junto ao STF, mas poderá caber o controle abstrato em âmbito estadual, pois o parâmetro de controle é a constituição estadual d) Lei ou ato normativo distrital: → tratando-se de lei com base em competência estadual, caberá ADI (mas ADC não) → já quando se tratar de lei municipal, não caberá ADI ou ADC e) Tratados internacionais: quando incorporados por decreto legislativo, caberá ADI e ADC 5.2. Restrições quanto ao conteúdo a) Leis e atos normativo (grau mínimo de abstração e generalidade): em regra geral, somente haverá controle abstrato de leis e atos normativos dotados de abstração e generalidade, aí excluídos os atos normativos individuais e com efeitos concretos; b) Leis e atos normativos desprovidos de abstração e generalidade b.1) Doutrina: a doutrina constitucionalista repudia o controle abstrato de leis e atos normativos de efeitos concretos e individuais b.2) STF: → Posição antiga: concordava com a doutrina clássica → Posição atual: o STF aceita atualmente o controle abstrato de leis ou atos normativos com força de lei de efeitos concretos, tal como ocorre com a lei orçamentária (passível de impugnação mediante ADI) 1. Leis e atos normativos com força de lei (ADI/MC 4048/DF) 2. Atos normativos infralegais (ADI 4.049/DF): passível de impugnação em controle abstrato, desde que tenha ao menos um grau mínimo de abstração e generalidade 5.3. Alcance quanto à vigência e à eficácia a) Alcance: para se propor ação abstrata, exige-se que a lei ou o ato normativo impugnado tenha sido promulgada e publicada; caso contrário, não haverá controle abstrato > OBS.: o STF, em precedente isolado (ADI 466/STF), permitiu o controle abstrato de lei que só foi publicada no dia do julgamento, mas esse entendimento é isolado → Cuidado; atos normativos revogados ou com eficácia exaurida (ADI 2980/DF), em regra, não comportam controle abstrato, pois já perderam a sua vigência e eficácia, salvo quando ocorrer fraude à constituição ou situação de continuidade normativa em outro diploma legal > Ex. de fraude: imposto manifestamente indevido e posteriormente revogado para impedir controle abstrato (que possui efeitos retrospectivos) b) Incabimento: 1. Projetos legislativos: falta publicidade e executoriedade do ato (sem vigência e eficácia); > OBS.: cabe MS por parlamentar, quando violar o devido processo legislativo (hipótese de controle difuso) 2. Propostas de EC: falta vigência e eficácia , não comportando controle abstrato > OBS.: cabe MS por parlamentar, quando violar o devido processo legislativo ou também quando houver expressa violação de direitos constitucionais (hipótese de controle difuso) 3. Atos normativos com eficácia exaurida: não processa mais nenhum efeito jurídico concreto ou abstrato passível de controle de constitucionalidade 4. Ato normativo com eficácia suspensa por resolução do Senado (ADI 15/DF): uma vez publicada a resolução do Senado, automaticamente haverá a perda da eficácia da lei ou do ato normativo; lembrando que as decisões plenárias do STF em controle difuso sobre matéria constitucional formadora de tese jurídica terá efeitos subjetivos gerais e efeitos transcendentes vinculantes de forma automática 5. Declaração de inconstitucionalidade em RE (RE 561.836/RN), por acórdão definitivo, julgado em plenário, gerador de perda superveniente do objeto da ação abstrata (ADPF 174/RN): decisões plenárias do STF em controle difuso sobre matéria constitucional formadora de tese jurídica terá efeitos subjetivos gerais e efeitos transcendentes vinculantes de forma automática 6. Controle de antinomias que envolvam critério cronológico: os atos normativos pré-constitucionais que forem incompatíveis com a ordem constitucional não serão recepcionados e, por isso, revogados, razão pela qual não comportam controle abstrato → Advertência (atos normativos revogados) > Regra geral (ADI 1203 E 903): em regra, não comporta controle abstrato > Exceções: 1. Fraude processual (ADI 3306): haverá controle abstrato excepcionalmente sobre atos normativos revogados quando ocorrer fraude processual, isto é, quando o parlamento propositadamente vem a revogar a lei ou o ato normativo incompatível com a constituição no intuito de não sofrer controle de constitucionalidade abstrato com decisão dotada de efeitos retrospectivos (ex tunc) 2. Continuidade normativa típica (ADI 2418/DF): a lei ou ato normativo foi revogada, mas existe sua disciplina em outro diploma legal, comportando então controle abstrato 6) Controle de políticas públicas em controle abstrato: > Regra: não haverá interferência do poder judiciário sobre políticas públicas, que estão a cargo do poder executivo, em razão da independência e equilíbrio entre os poderes > Exceção (ADPF 45): quando a política instituída se mostrar manifestamente insuficiente à proteção de direitos e garantias fundamentais individuais e coletivas, ou se apresentar omissa, como também se mostrar desproporcional e irrazoável, não assegurando o mínimo existencial necessário 7) Legitimidade do controle abstrato: 7.1. Ativa: > Legitimados: art 103, CF (PR, Mesas – CD, SF, Assembleia Legislativa, CLDF –, Governadores, PGR, CFOAB, Partidos com representação, confederação sindical, entidade de classe de âmbito nacional) > Alcance: - federação de associações (AgRg na ADI 3153/DF): é possível que associações regionais formem uma federação de associações com viabilidade de iniciar ações abstratas, sendo que o STF, num primeiro momento, exigia que a federação de associações alcançasse 9 estados, mas depois flexibilizou a regra quando houver relevância da matéria e grande repercussão social - entidade de classe de âmbito nacional (ArRg na ADI 3617/DF): somente atuam no controle abstrato mediante confederação sindical; excluem-se as entidades de classe de âmbito regional; o STF também tem exigido a atuação em ao menos 9 estados, afastando tal regra quando houver relevância da atividade desenvolvida - perda superveniente de representação de partido político (ADI 2159/DF): bastará um parlamentar federal no SF ou na CF para ajuizamento da ADI, cuja legitimidade será aferida no ajuizamento da ação abstrata, não gerando perda do objeto da ADI a falta de representação do partido no CN posteriormente -> Cuidado (Estado membro): não pode propor ADI, nem mesmo se manifestar em ação abstrata > Pertinência temática: é a correlação lógica e abstrata entre a lei ou ato normativo impugnado com a defesa de um interesse institucional → Legitimados ativos universais: destes, não é exigida a pertinência temática; são eles: - PR - PGR - CFOAB - Partido político - Mesas da CD e SF → Legitimados ativos parciais: pertinência temática exigida; são eles: - Entidade de classe de âmbito nacional - Confederações sindicais - Governador - Mesas das assembleias legislativas estaduais ou mesa da CLDF → Inconstitucionalidade formal (ADI 3710/GO): o STF dispensa a pertinência temática, pois não envolve conteúdo, mas sim procedimento legislativo > Capacidade postulatória: -Comum: necessário constituir advogado para propositura da ação abstrata; necessário haver uma procuração que outorgue poderes especiais com indicação expressa dos dispositivos da lei ou do ato normativo impugnado; são eles: partidos políticos, entidades de classe de âmbito nacional, confederações sindicais, federações sindicais - Especial: dispensam advogado; PR, mesas CD e SF, PRG, CFOAB, mesas da assembleia legislativa estadual e da CLDF 7.2. Passiva: > ADI: o CN em conjunto com o PR (caso este tenha sancionado) > Cuidado; ADC: não há polo passivo 8) Intervenção do MP: faz-se sempre de forma obrigatória a sua intervenção nas ações abstratas, uma vez que é o protetor da ordem constitucional, sempre se manifestando mesmo quando ele próprio propõe a ADI 9) Intervenção da AGU: 9.1. Regra: intervém obrigatoriamente na ADI e na ADI por omissão parcial 9.2. Papel: defesa da lei/ato normativo impugnado 9.3. Dispensa de defesa do ato impugnado: > STF (ADI 1.616/PE): dispensa a intervenção do AGU quando já há entendimento firmado sobre a inconstitucionalidade do ato > Doutrina (Moraes): dispensa a intervenção do AGU quando a defesa do ato for contrária aos interesses da união 9.4. Dispensa de intervenção a) ADC: dispensa a intervenção da AGU (pois tem por objetivo declarar a constitucionalidade do ato normativo impugnado) b) ADI por omissão: não há ato normativo a ser defendido c) ADPF (art 5º, §2º, lei 9.882/99): quem defenderá o ato será a pessoa ou órgão responsável pela edição do ato Medida cautelar em ação abstrata 1) Cabimento: alcançará todas as ações abstratas, inclusive a ação direta de inconstitucionalidade por omissão e a arguição de descumprimento de preceito fundamental 2) Natureza jurídica: corresponderá a uma tutela provisória de urgência antecipatória, segundo Teori Albino Zavascki e Humberto Teodoro Júnior - provisória: pode ser revogada ou cassada a qualquer tempo pelo plenário - urgência: necessidade de manter segurança jurídica sobre a correta interpretação e alcance das normas constitucionais, principalmente em função da insegurança nos demais tribunais - antecipatória: viabiliza a produção dos efeitos da futura decisão de mérito final 3) Pressupostos 3.1. Materiais (conteúdo) 1. Plausibilidade jurídica do direito invocado (fumus boni iuris): a plausibilidade jurídica de constitucionalidade ou inconstitucionalidade será aferida a partir do juízo de compatibilidade da lei ou ato normativo impugnado com o parâmetro constitucional (valores, princípios, regramento constitucionais, fundamentos e objetivos constitucionais) > Quando se mostrar manifesta a inconstitucionalidade, será mais adequada a concessão da cautelar; noutra via, se for muito complexo e demandar maior discussão, provavelmente será indeferida a cautelar (nos chamados “hard cases”) 2. Risco ou ameaça de julgamento tardio da questão constitucional (periculum in mora): será possível a concessão da medida cautelar em controle abstrato quando se mostrar evidente o risco ou ameaça de julgamento tardio da matéria responsável por provocar grave insegurança jurídica nos tribunais e demais órgãos judiciários e da administração pública, razão pela qual será importante definir uma interpretação vinculante compatível com a constituição → Curiosidade: (ADI/MC 2.435/RJ): apesar de constituir um precedente judicial isolado, o STF entendeu não ser possível a concessão da medida cautelar quando houver periculum ir mora inverso (quer dizer que não será possível regressar ao estado anterior à decisão, tornando praticamente inviável o restabelecimento ao estado pretérito à decisão) 3.2. Formais: 1. Exigência ordinária de prévia intimação manifestação do órgão ou autoridade responsável pela edição da lei ou ato normativo questionado, o qual deverá se manifestar em 5 dias (úteis) > OBS.: se o relator considerar urgentíssima, poderá dispensar este requisito 2. O relator também exigirá prévia manifestação do AGU para defesa do ato, assim como a prévia manifestação do PGR para que se posicione sobre a questão constitucional 3. Exige o quórum qualificado da maioria absoluta dos ministros do supremo > OBS.: será possível que o ministro relator decida monocraticamente um pedido cautelar nas situações de recesso forense e situações de extrema urgência, em que obrigatoriamente remeterá a matéria para julgamento no plenário, sem que haja necessidade recurso; quem determina a data para inclusão na pauta será o presidente do STF 4) Procedimento 4.1. Prévia manifestação do polo passivo: autoridade ou órgão responsável pelo ato/lei impugnado (em 5 dias úteis) 4.2. Prévia manifestação do AGU e PGR: > AGU: defenderá a lei ou o ato normativo impugnado quando envolver ADI, ADI por omissão parcial e, eventualmente, ADPF (prazo de 3 dias para ADI e 5 para ADPF) > PGR: se manifestará livremente, pois também é fiscal da ordem constitucional, devendo se manifestar em 3 dias na ADI e em 5 dias na ADPF 4.3. Efeitos da concessão da medida cautelar a) ADO: quando se tratar de omissão parcial, será possível a concessão de efeito suspensivo, suspendendo a aplicação da lei ou ato normativo questionado, bem como suspendendo os processos judiciais ou administrativos em curso b) ADC: na ADC será possível a suspensão do julgamento nos processos judiciais envolvendo aplicação da lei ou do ato normativo até o julgamento final pelo STF c) ADPF: será possível a concessão de suspensão dos efeitos das decisões judiciais já proclamadas, bem como a suspensão dos processos individuais ou coletivos em curso, até o julgamento final da matéria 5) Julgamento antecipado final: encaminha a matéria direto para julgamento de mérito em plenário; procedimento sumário especial > Requisitos - Materiais: 1. Grande relevância da matéria discutida 2. Significado especial para a ordem social e segurança jurídica - Formais: 1. Pedido de informações da autoridade ou órgão responsável pela edição da lei ou ato impugnado no prazo de 10 dias (úteis) 2. Prévia manifestação da AGU e PGR em 5 dias 6) Efeitos: 6.1. Diretos a) Subjetivos: gerais (erga omnes) b) Temporais: ex nunc c) Repristinatórios: a norma revogada voltará a ter vigência em razão da inconstitucionalidade da norma revogadora; efeito automático, inclusive na decisão cautelar 6.2. Indiretos a) Temporais: pode haver efeito retrospectivo, desde que haja decisão expressa do plenário nesse sentido b) Efeito repristinatório indesejado: quando a norma revogada também for incompatível com a constituição, ela não voltará a ter vigência, devendo o plenário manifestar-se expressamente nesse sentido Quórum 1) Instalação: 2/3 (8 ministros) para iniciar o julgamento 2) Julgamento (art 23, lei 9.868/99): maioria absoluta (50% + 1 = 6 ministros) 3) Modulação de efeitos temporais: 2/3 (8 ministros) 4) Concessão do pedido cautelar 4.1. Quórum: maioria absoluta (50% + 1 = 6 ministros) 4.2. Decisão unipessoal; ADI/MC 3273/DF - Recesso: ministro relator decidirá, encaminhando a matéria para o plenário - Extrema urgência: ministro relator decidirá, encaminhando para o plenário 5) Curiosidades: 5.1. Vacância do cargo e empate (ADI 4.165/DF): > em primeiro momento, suspende-se o julgamento até a nomeação de um novo ministro > caso haja julgamento e houver empate, não haverá efeito vinculante, nem será possível a declaração de inconstitucionalidade por conta da cláusula de reserva de plenário 5.2. Aplicação da cláusula “full bench”: 50% + 1 (quórum qualificado) Intervenção do amicus curiae ➢ Única intervenção permitida 1) Requisitos 1.1. Alternativos: 1. Relevância constitucional da matéria 2. Especificidade da questão discutida 3. Grande repercussão social da matéria 1.2. Cumulativos: representatividade adequada por meio da defesa de interesse institucional 2) Emprego:
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