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Seminário V Segurança Jurídica e Processo

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Módulo Tributo e Segurança Jurídica
Seminário V – Segurança Jurídica e Processo: Recursos, Ação Rescisória e Coisa Julgada
Luciana Fonseca Martins
11/06/2020
Questões
1. Tomando o conceito fixado por Paulo de Barros Carvalho acerca do princípio da segurança jurídica:
“dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o de coordenar o fluxo das interações inter-humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regulação da conduta.”
Pergunta-se:
a)	Que é segurança jurídica? Qual sua relevância?
A segurança jurídica é um princípio constitucional que exige uma maior previsibilidade e estabilidade nas relações humanas. Ele garante que uma nova lei não prejudique situações já consolidadas sob a vigência de uma lei anterior. Nesse sentido, a Constituição Federal dispões que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
A relevância da segurança jurídica é a de buscar estabilidade e a certeza pela proteção da confiança depositada pela sociedade no direito como um todo.
b)	Indicar limites objetivos previstos no direito positivo que resguardam o valor da segurança jurídica. Indique dispositivos da Constituição Federal de 1988 e do Código Tributário Nacional que confirmem sua resposta.
É possível mencionar os princípios da igualdade (art. 5º da CF/88), legalidade, legalidade estrita (art. 150, I do CTN), universalidade da jurisdição (art. 5º, XXXV), vedação do emprego do tributo com efeitos confiscatórios (art. 97 do CTN), irretroatividade (art. 106 do CTN) e anterioridade (art. 150 do CTN), bem como o princípios que consagram o direito à ampla defesa e ao devido processo legal (art. 5º, LV da CF/88).
c)	Como poderia ser resguardada a segurança jurídica no contexto social em hipóteses como a de mudança de orientação de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como se deu no caso do direito à manutenção do crédito de ICMS na hipótese de saída de mercadorias com redução de base de cálculo (sobre essa questão ver RE 161.031/MG e 174.478/SP – Anexos I e II)?
 A segurança jurídica, desponta um questionamento copiosamente convidativo em relação às consequências de eventuais modificações jurisprudenciais em matéria tributária, uma vez que as alterações de entendimento e posicionamento jurisprudencial fazem parte da essência da ordem jurisdicional.
Na espécie do RE 161.031 foi tratada a situação das empresas que praticavam operações com mercadorias usadas, sendo tributadas pelo ICMS com base de cálculo reduzida, de acordo com legislação do Estado de Minas Gerais. Em função da previsão do Regulamento do ICMS, essas empresas estornavam proporcionalmente o crédito de ICMS relativo às suas operações com base de cálculo reduzida.
Num primeiro momento, foi decidido pela Suprema Corte, no RE 161.031/97, que mesmo nos casos de redução na base de cálculo do ICMS, o princípio da não-cumulatividade poderia ser violado, de sorte que descaberia falar em creditamento quando houvesse a redução da base de cálculo. No caso em tela, ficou assente que não se tratava de isenção parcial, mas tão somente de caso de incidência reduzida.
No entanto, quase uma década após o julgamento daquele RE, mais uma vez o STF teve a oportunidade de analisar o tema no RE 174.478/05. Nesse segundo momento, o STF passou a entender a redução da base de cálculo do ICMS como hipótese de isenção fiscal parcial, de sorte a ser possível o aproveitamento do crédito pelo contribuinte.
A mudança jurisprudencial, não pode pôr em risco a segurança jurídica, de sorte que os atos-fatos ocorridos no passado devem ser protegidos. Portanto, os efeitos da decisão proferida devem ser modulados de sorte a garantir a segurança jurídicas nas relações jurídico-tributárias estabelecidas.
d)	As prescrições do CPC/15 voltadas à estabilização da jurisprudência vêm ao encontro da realização da segurança jurídica (vide arts. 9º, 10, 926, 535, §§ 5º, 6º, 7º e 8º 927 ambos do CPC/15)?
O CPC/15 trouxe a vinculação e a obrigatoriedade dos precedentes. O amplo acesso a proteção judicial dado pelo constituinte de 1988 e a necessidade de racionalizar o sistema impõe que as cortes de justiça respeitem as decisões vinculantes de cortes superiores e a sua própria jurisprudência.
Uma aderência respeitosa aos precedentes das cortes superiores permite a persistência de um sistema jurídico sadio e coerente. A preocupação fundamental deve residir na segurança jurídica que o sistema judicial deve assegurar aos cidadãos. Deve se resguardar a previsibilidade sobre como as cortes de justiça irão agir se forem chamadas a se manifestar num litígio, sem que haja um enrijecimento diante das mudanças sociais. 
O reconhecimento de novos direitos não pode fragilizar os direitos já conquistados sob o fundamento de uma ampla liberdade jurídica e criatividade judicial. A segurança jurídica se constitui num valor que deve ser preservado.
2. Qual o conteúdo e alcance do termo “precedente” utilizado pelo CPC/15? Jurisprudência e precedente são termos sinônimos dentro do sistema jurídico brasileiro? Os precedentes são normas jurídicas? Se sim, de que tipo? O verbo “observar”, veiculado pelo art. 927 do CPC/15, significa que os julgadores estão vinculados aos precedentes judiciais? Esta obrigação pode ser reputada instrumento hábil para garantia da segurança jurídica? (Vide arts. 926, 927, 988, IV do CPC/15). 
Precedente pode ser sinônimo de decisão judicial e se diferencia da jurisprudência pelo critério quantitativo. Toda decisão judicial proferida por autoridade judiciária constitui precedente judicial. O sentido do termo “jurisprudência” é diferente, na medida em que pressupõe um mínimo de constância e de uniformização, que se forma a partir da existência de algumas decisões reiteradas num mesmo sentido.
Em relação à questão se o precedente é norma jurídica, levando em consideração que ele não vincula toda sociedade, com exceção das Súmulas Vinculantes, a resposta é negativa. 
Quanto ao termo “observar” disposto no artigo 927 do CPC 2015, diz respeito ao fato dos juízes terem que seguir as decisões proferidas pelos órgãos superiores sobre casos semelhantes, para que não haja contradições. Desta forma, apesar de não haver vinculação dos juízes, ou seja, eles não estão amarrados a tais decisões, quando observam as decisões de tribunais superiores, promovem uma homogeneização no judiciário, garantido segurança jurídica. 
3. Uma lei tributária municipal é considerada inconstitucional por uma associação que possui representação em âmbito estadual. Quais seriam os caminhos para a discussão da questão com efeitos erga omnes sem que seja necessária a discussão individual por cada contribuinte? Analise as opções seguintes motivando as razões do cabimento ou não e, no último caso, o foro de ajuizamento:
 a) Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI:
A constituição federal, em seu art. 125, dispõe sobre a possibilidade do controle de constitucionalidade das leis ou atos normativos municipais em face da Constituição Estadual. Já o art. 102 da CR/1988, disciplina o controle de constitucionalidade das leis federais ou atos normativos federais ou estaduais, se privando do controle concentrado das leis ou atos normativos municipais diante da Constituição Federal.
O direito municipal somente será verificado pelo STF quando for objeto de controle difuso ou por meio de ação de descumprimento de preceito fundamental.
Sendo assim, conforme previsão legal e entendimento jurisprudencial, não há possibilidade de adentrar com ação direta de inconstitucionalidade contra lei municipal, visto que não há previsão expressa na Constituição. Este mesmo entendimento é aplicado com a ação direta de constitucionalidade. Em resumo, não é possível que uma lei municipal tenha sua constitucionalidade por meio de ADI ou ADC perante ao STF.
 b) Mandado de Segurança Coletivo:
	O Mandado de Segurança Coletivo visa assegurar direito que pertence a uma coletividade ou categoria representadapor Partido Político, Organização Sindical ou Entidade de Classe, bem como Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, na forma da Constituição Federal (art. 5º, LXX, “a” e “b” da Constituição Federal). Contudo, esta ferramenta, nos termos da Súmula 266 do STF, não é aplicável contra lei em tese. 
	
 c) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental:
	A ADPF destina-se a proteger os preceitos fundamentais. Surge, então, a questão em torno da definição de preceito fundamental. A questão deve ser solucionada a partir de uma compreensão de valores, pois, a priori, toda norma constitucional é fundamental. Porém, os preceitos fundamentais são aqueles que estão ligados diretamente aos valores supremos do Estado e da Sociedade. Preceito fundamental não significa o mesmo que a expressão princípio fundamental. Trata-se de conceito mais amplo, abrangendo todas as prescrições que dão sentido básico à ordem constitucional. Assim, pode-se conceituar preceito fundamental como toda norma constitucional – norma princípio ou norma regra – que serve de fundamento básico para a conformação e preservação da ordem política e jurídica do Estado. Diante do exposto, caso o questionamento da lei municipal fosse em razão de descumprimento de preceito fundamental, esta ação seria cabível. 
 d) Ação popular:	
Ação popular é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos do patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiros públicos. A ação popular é uma forma de exercício da soberania popular, permitem ao povo, de forma direta, exercer a função fiscalizatória do Poder Público. 
A ação popular deve ser utilizada para atos lesivos em concreto, ela não é o instrumento apropriado para o controle abstrato da legislação. 
		
e)	Ação Civil Pública:
A ação civil pública é um instrumento processual de ordem constitucional destinado à defesa de interesses difusos e coletivos. 
O Supremo Tribunal Federal tem reconhecido a legitimidade da utilização da ação civil pública como instrumento idôneo de fiscalização incidental de constitucionalidade, pela via difusa, de quaisquer leis ou atos do Poder Público, mesmo quando contestados em face da Constituição da República, desde que, nesse processo coletivo, a controvérsia constitucional, longe de identificar-se como objeto único da demanda, qualifique-se como simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal.
f)	Ação de rito comum:
	Nas ações de rito comum, a inconstitucionalidade de lei municipal só poderá ser suscitada de forma incidental, pela via difusa.
4. Pode o Supremo Tribunal Federal, ao julgar Recurso Extraordinário que trate de matéria tributária modular os efeitos de decisão proferida em sede de controle difuso de constitucionalidade de forma a lhe dar efeitos ex nunc, proibindo com efeitos erga omnes a repetição do indébito tributário dos valores recolhidos até a data do julgamento? Quais os limites previstos em nosso ordenamento para a modulação de efeitos em controle de constitucionalidade em matéria tributária? Pode haver modulação de efeitos por meio da edição de Súmula Vinculante? (Vide o RE 556.664-1, na parte afeta à modulação de efeitos – ementa e parte final da discussão em Plenário – e a Súmula Vinculante n. 8)
O STF vem negando a modulação de efeitos em matéria de repetição de indébito tributário. O art. 27 da Lei nº 9.868/99 foi criado para resolver casos de insegurança jurídica e de interesse social que se justificam em face de legítimas expectativas normativas frustradas pelo controle de constitucionalidade do STF. Admitir que o Fisco crie tributos em desrespeito à legalidade e à segurança jurídica mediante a edição de norma inconstitucional, para depois de reconhecida a patente inconstitucionalidade perante o STF, pleitear a convalidação dos efeitos de sua ilegalidade em nome da segurança jurídica, é descabido. Portanto, quem cria a insegurança não poderia alegá-la em benefício próprio. 
A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público. A modulação dos efeitos temporais diz respeito à possibilidade de alterar o termo inicial da produção dos efeitos da súmula vinculante para outro momento futuro, posto que não há possibilidade de aplicação retroativa à data da proposição ou mesmo anterior a ela. Relativamente aos efeitos materiais, é facultada ao Supremo Tribunal Federal a limitação do alcance subjetivo da súmula, para que somente certos órgãos ou entes da Administração Pública sejam obrigados a observar o conteúdo de determinado enunciado. O dispositivo legal insculpido no art. 4º da Lei nº 11.417/2006 tem visível ligação com o art. 27 da Lei nº 9.868/1999, que dispõe sobre o processo e o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, o que reforça a aproximação formalística entre o procedimento das ações de constitucionalidade e aquele previsto para elaboração da súmula vinculante.
5. A empresa Xpto propôs ação de repetição de indébito tributário em face da União, obtendo decisão, transitada em julgado junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reconhecendo a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo pago e condenando a União na restituição. Iniciada a fase de cumprimento de sentença contra a União sobreveio decisão de mérito do STF, em Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), julgando a mesma lei constitucional (isto significa que a referida Adin foi julgada improcedente e que o controle de constitucionalidade exercido foi o concentrado). Pergunta-se:
 a) É necessário o ajuizamento de ação rescisória pela União objetivando a desconstituição da coisa julgada para não ter que cumprir a sentença que a condenou à restituição do tributo? Se afirmativa sua resposta, indicar o fundamento legal contido no CPC/15 que respalde sua conclusão. Se negativa sua resposta, justifique-a indicando a solução processual que a União deve adotar, bem como o dispositivo do CPC/15 que respalde sua conclusão. (vide Anexo III) 
	Sim, será necessário ajuizamento de ação rescisória para fins de desconstituir a coisa julgada, substituindo a decisão rescindenda por outra.
	As matérias que podem ser arguidas em sede de ação rescisória foram transportadas do art. 485 do CPC/73 e adaptadas no CPC/15 em seu art. 966, também tratando especificamente dos temas passiveis de constar em ação rescisória.
Desta forma, a referida hipótese não se abarca naquelas previstas no CPC, por serem taxativas. 
 
 b) Tendo havido modificação posterior da jurisprudência do STF, em sentido oposto ao da coisa julgada e por meio de controle difuso de constitucionalidade, em recurso extraordinário em que houve o reconhecimento da repercussão geral da matéria, a conclusão a que você chegou na resposta “a” mudaria? Justifique.
Considerando a segurança jurídica, os efeitos de tal modificação, o estabelecimento de nova disciplina concreta da situação jurídica da parte interessada, ainda que possível, estará sempre subordinado à existência de um novo pronunciamento jurisdicional, desde que comprovada a alteração do estado de fato ou de direito cuja ocorrência possa legitimar, diante desse novo quadro, o ajuizamento de outra ação e o reconhecimento, por sentença, de um novo “status” jurídico daí decorrente.
6. Um contribuinte recolheu determinado tributo a partir de uma base de cálculo prevista em lei. A instrução normativa regulamentadora (IN n. 01/02) esclareceu que, na base de cálculo, não deveria ser considerado o valor do transporte pago a terceiro (frete). Um ano depois, a INn. 03/03 esclareceu que o frete pago a terceiro integraria a base de cálculo do tributo em questão. Nesse contexto, o contribuinte consultou você questionando a necessidade de complementação do recolhimento durante a vigência da IN n. 01/02. O que você responderia? Analise os arts. 100, 103 e 146 do CTN na resposta.
Com base no conteúdo dos referidos artigos, a orientação seria no sentido de não realizar a complementação do recolhimento do tributo no período de vigência da IN nº 01/02, pois a IN nº 03/03 que passou a incluir na base de cálculo o preço do frete somente terá eficácia a partir do momento de sua publicação; caso contrário, estaríamos inutilizando a segurança jurídica por meio de um aumento da base de cálculo de tributo para fatos pretéritos.
7. Analisando o ordenamento jurídico como um todo, isto é, as normas de direito material (constitucional e tributário) e processual civil, texto constitucional e infralegal, indique mecanismos cuja função no sistema é dar efetividade à segurança jurídica, justificando sua resposta com motivos e indicação do dispositivo normativo. 
Para auxiliá-lo(a), segue um exemplo: formação da coisa julgada num processo, mecanismo processual que impede a rediscussão da mesma questão em outro processo – art. 5º, XXXVI da Constituição Federal/1988, art. 502 do CPC/2015.
As normas jurídicas devem tender a dar efetividade às garantias constitucionais, tornando a vida dos jurisdicionados estável, de modo a que estes sejam poupados de "surpresas", podendo sempre prever, em alto grau, as consequências jurídicas de sua conduta.
A boa-fé objetiva reflete naturalmente a relevância do princípio da preservação da dignidade humana erigido à fundamento da República Federativa do Brasil, conforme texto constitucional vigente.
Um mecanismo cuja função no sistema é dar efetividade à segurança jurídica, foi introduzido pelo Código de Processo Civil de 2015 e é chamado de "microssistema de solução de casos repetitivos". Dentro desse microssistema estão as figuras do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas - IRDR (artigos 133 e seguintes) e o Incidente de Assunção de Competência (artigo 947), que demonstram a força da concepção verticalizadora de jurisdição adotada por este diploma legal.

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