Buscar

Gabriela Guimarães Sousa - ICT - Seminário de Casa V

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Módulo Incidência e Crédito Tributário
SEMINÁRIO V - IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA FÍSICA E REGIME DE FONTE
ALUNA: GABRIELA GUIMARÃES SOUSA
QUESTÕES
1.	Compor a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência do imposto sobre a renda pessoa física.
	O antecedente da RMIT do Imposto sobre Renda Pessoa Física é composto por: 
	- Critério material: auferir renda ou proventos de qualquer natureza num determinado período de tempo. 
	- Critério temporal: último instante do último dia do exercício financeiro.
	- Critério espacial: em observância ao princípio da universalidade, a renda tributada pelo IRPF será tanto aquela auferida em território nacional quanto aquela auferida no exterior por contribuinte que tenha residência no Brasil. Da mesma forma, pessoas brasileiras que residem no exterior de forma não definitiva e que auferirem renda no Brasil ou fora de seu território, também arcam com o IRPF. Assim, por se tratar de um critério muito mais pessoal, acredito que na realidade não temos um critério espacial para este imposto.
Já o consequente é composto por:
- Critério pessoal: sujeito ativo é a União, e sujeito passivo é o contribuinte pessoa física que auferiu renda.
- Critério quantitativo: a base de cálculo é o acréscimo patrimonial apurado, já a alíquota é progressiva, variando entre 7,5% e 27,5%.
2.	Defina “renda”, “rendimento” e “ganho”. Qual a relação/diferença entre eles? Que são “proventos de qualquer natureza”? Com fulcro nessas definições, identifique a base de cálculo do IRPF e posicione-se, de forma fundamentada: tal como definida na legislação infraconstitucional, a base de cálculo do imposto representa, efetivamente, a “renda”? Confronte a afirmação doutrinária de que o “fato gerador” do imposto sobre a renda é “complexivo” com a(s) Regra(s)-Matriz(es) do IRPF e responda: (a) como compatibilizar a ideia do “fato gerador complexivo” do imposto sobre a renda com o critério temporal da(s) sua(s) RMIT? e com a(s) base(s) de cálculo? (b) em que instante deve ser apurado o imposto sobre a renda das pessoas físicas? Como definir o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para o IRPF, considerando (i) o imposto anual; (ii) a antecipação na fonte; (iii) o imposto exclusivo na fonte; (iv) o imposto sobre ganho de capital na alienação de bens e direitos.
		Renda consiste em um acréscimo patrimonial, sendo que, com base num período determinado é auferido um incremento líquido no patrimônio do contribuinte. Assim, sem o marco de dois termos temporais não seria possível falar-se em acréscimo patrimonial, pois é este o critério utilizado para determinar-se o quantum foi acrescido. 
		Acredito que rendimento consista no total das importâncias recebidas, por pessoa física ou jurídica, durante certo período, como remuneração de trabalho ou de prestação de serviços. Percebe-se que rendimento não se confunde com renda, pois uma pessoa ponde ter rendimentos, mas, não ter um acréscimo patrimonial num dado intervalo de tempo. 
		Ganho é a diferença obtida entre o custo de determinado produto ou serviço e o valor praticado na venda ou prestação (no caso do serviço). Porém, acredito que para caracterizar o ganho, essa diferença deverá ser positiva. Assim, percebe-se que o “conjunto de ganhos” é o rendimento, mas, o rendimento, não necessariamente importará em acréscimo patrimonial, não devendo ser confundido com o conceito de renda. 		
		O artigo 43, do CTN, dispõe que o acréscimo patrimonial será considerado renda quando consistir em produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos (inciso I). Assim, penso que “proventos de qualquer natureza” seria definido por exclusão, como sendo qualquer acréscimo patrimonial que não resultar das hipóteses mencionadas (produto do capital, do trabalho ou combinação de ambos), é exatamente o que prevê o inciso II do dispositivo mencionado. Neste sentido, a base de cálculo do IRPF será exatamente o acréscimo patrimonial apurado num determinado intervalo de tempo, sendo que, se não houver um efetivo acréscimo não há que se falar em renda ou em proventos de qualquer natureza, em outras palavras, não haverá a ocorrência do fato gerador do imposto. 
		Dispõe o art. 44, do CTN, que a “base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis”. Assim, percebe-se que o dispositivo fala em montante arbitrado ou presumido, o que contraria o conceito de renda e proventos de qualquer natureza, que é o acréscimo patrimonial exato, o valor líquido apurado em relação ao período determinado (período base de um ano). 
Ou seja, tal base de cálculo prevista na legislação infraconstitucional (art. 44, CTN) não representa efetivamente o conceito de renda. Entretanto, acredito que o dispositivo é válido, tendo em vista que em certas situações se torna jurídica ou factualmente difícil de se apurar o montante real, o que inviabilizaria a arrecadação de impostos para os cofres públicos, indo de encontro com o princípio da supremacia do interesse público sobre o individual. 
		Dizer que o fato gerador do imposto de renda é complexivo é dizer que ele é periódico, ou seja, o acréscimo patrimonial é auferido com base num intervalo de tempo determinado. Assim, tem-se um ciclo, que, no caso do IRPF, termina no último dia do ano civil (ano-base), sendo que a obrigação tributária é considerada existente no primeiro dia de janeiro do ano subsequente. 
Dessa forma, entendo que a ideia do “fato gerador complexivo” do imposto sobre a renda é compatível com o critério temporal da RMIT (último instante do último dia do exercício financeiro). Isso porque, referida regra faz surgir a obrigação tributária, e, o momento de realmente apurar o valor a ser pago pelo contribuinte é o último momento do ano-base, apenas ao final do ciclo é possível se quantificar o acréscimo patrimonial, que é a base de cálculo do IRPF, e definir a alíquota aplicável. Assim, percebe-se que essa ideia (fato gerador complexivo) também é compatível com a base de cálculo, até porque, ela só é obtida levando-se em consideração um determinado espaço de tempo. 
Prazo decadencial é o lapso temporal que o Fisco tem para constituir o tributo, sendo que, dispõe o art. 173, I, do CTN, que “o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.” No caso dos tributos sujeitos à homologação, dispõe o art. 150, §4º, do CTN, que “Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito (...).”
No caso do imposto de renda anual, entendo que o termo inicial para a contagem do prazo decadencial deve ser da seguinte forma: se o fato gerador complexo se finda no dia 31 de dezembro de cada ano, o prazo decadencial deverá se contado a partir do dia 1º de janeiro do ano seguinte. Isso porque, trata-se de imposto “lançado” por homologação, por isso devemos seguir a regra do art. 173, inciso I, em conjunto com a do art. 150, §4º, o qual dispõe que o prazo para homologação começa a ser contado da ocorrência do fato gerador. 
Em relação ao IRPF antecipado na fonte, penso que o prazo decadencial começa a contar no dia 1º de janeiro do ano seguinte ao mês que o tributo deveria ser lançado e pago, nos termos do art. 171, I, do CTN. Penso que assim também deve ser no caso do imposto exclusivo na fonte. Já em relação ao imposto sobre ganho de capital na alienação ode bens e direitos, penso que os 5 anos devem ser contados a partir do dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da alienação que resultou em ganho de capital (fato gerador). 
3.	Diferençar os conceitos de aquisição da disponibilidade jurídica e aquisição de disponibilidade econômica. Verbas indenizatórias podem ser consideradas “renda”. Por quê? Analise criticamente os anexos I, II e III.
		Entendo que a aquisição de disponibilidadejurídica consiste no direito do contribuinte de usar, por qualquer forma, da renda ou dos proventos definitivamente constituídos na forma legal aplicável. Ou seja, disponibilidade jurídica seria um simples crédito de um determinado valor, do qual o contribuinte passa a dispor juridicamente, sem que tenha em suas mãos o crédito físico do valor, tem apenas um título jurídico que irá permitir a habilitação para obter a disponibilidade econômica. Em outras palavras, é a titularidade jurídica que o contribuinte possui sobre determinado crédito. 
		Já a disponibilidade econômica consiste no acréscimo patrimonial que é passível de avaliação econômica, sendo que independe da (i)licitude da fonte. A disponibilidade econômica se verifica com o preenchimento de dois requisitos: acréscimo patrimonial e que este acréscimo seja possível de ser avaliado economicamente. 
		Por fim, entendo que algumas verbas indenizatórias podem ser consideradas como renda e, portanto, passíveis de tributação, por um motivo simples: representam acréscimo patrimonial. Isto é, toda verba indenizatória que representar riqueza nova deverá ser tributada, afinal, ocorreu o fato descrito na hipótese da rega matriz de incidência tributária do IRPF. 
		Lado outro, caso a verba indenizatória tenha como função recompor o patrimônio do contribuinte que tenha sofrido uma violação anterior, como ocorre, por exemplo, no dano emergente, onde o particular suporta o dano causado por outrem e depois ajuíza ação judicial visando receber o que despendeu de seu patrimônio para suportar o dano causado por terceiro. Neste caso, não se pode haver tributação à título de IRPF, pois tal verba indenizatória não consiste em acréscimo patrimonial, apenas em reparação do dano suportado. 
4.	O art. 42 da Lei 9.430/96 criou uma nova hipótese de incidência para o imposto de renda? Essa hipótese de incidência baseia-se em uma presunção ou em uma ficção? O direito tributário admite o uso de presunções e de ficções para tanto? (Vide anexo IV).
		Entendo que o art. 42, da Lei 9.430/96 não criou uma hipótese de incidência para o imposto de renda, apenas instituiu uma forma de apuração, que a meu ver, vai de encontro com o conceito de renda, pois, em seu §3º, afirma que “para o efeito de determinação da renda omitida, os créditos serão analisados individualmente”. Isso porque, conforme já mencionado, o fato ferrador do imposto de renda é complexivo, ele não passa a existir de forma instantânea, a apuração do acréscimo patrimonial depende de um determinado intervalo temporal. Os depósitos mencionados no dispositivo deveriam ser analisados levando-se em consideração o ano-base. 
		Portanto, penso que referida forma de apuração baseia-se em presunção, pois através dela (da forma de apuração) não dá para apurar se realmente houve um acréscimo no patrimônio do autor (fato gerador do IR). Entendo que o direito tributário admite sim o uso de presunções e de ficções, porém, isso deveria ser utilizado com extrema cautela, o que penso não se verificar no caso da presunção do dispositivo ora em estudo. Acredito que fere o princípio da razoabilidade a presunção de um fato gerador, que no caso, ocorre quando há a presunção de que depósitos bancários omitidos configuram renda. 
		Por fim, acredito que o legislador tentar forçar de todos os lados para tributar quantias que não respeitam estritamente o conceito de renda, enquanto acréscimo patrimonial que deve ser apurado tendo como base um determinado intervalo temporal. Pois, se formos levar à risca tal conceito, até o IR retido na fonte incorreria nessa invalidade. 
5.	A atual tabela progressiva do imposto sobre a renda da pessoa física prevê alíquotas de 7,5%, 15%, 22,50% e 27,5%. Tal previsão observa o princípio da progressividade? Qual é o efeito da chamada “parcela a deduzir”? Pode a lei restringir as deduções, da base de cálculo do IRPF (vide art. 4º da Lei 9.250/95)? Há parâmetros constitucionais ou legais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites? Quais?
	O art. 153, §2º, da CF, determina que o imposto sobre a renda é regido pelos princípios da generalidade, universalidade e progressividade, sendo que este último princípio representa uma variação da alíquota na medida que se aumenta a base de cálculo deste tributo (quanto maior a base de cálculo maior a alíquota). Assim, pode-se afirmar que a progressividade é um subprincípio do princípio da capacidade contributiva, pois a progressividade das alíquotas implica em onerar quem possuir maior capacidade contributiva. 
Dito isto, entendo que a atual tabela de alíquotas não observa por completo o princípio da progressividade. Isso porque, se o princípio da progressividade tem como finalidade onerar quem possui maior capacidade contributiva, a porcentagem de 27,5% deveria ser aplicada para determinada faixa de renda, e não para uma infinidade de rendas. Assim, um indivíduo que percebe quase 5 mil reais e um indivíduo que aufere 100 mil reais serão tributados com a mesma alíquota de 27,5%. Assim, a tabela atende apenas em parte o princípio da progressividade, posto que a última faixa tributada em uma infinidade de rendas não satisfaz referido princípio. 
Em relação à “parcela a deduzir”, entendo que o seu efeito é excluir da tributação a faixa de isenção da tabela por meio de um cálculo matemático. Isso porque o valor da parcela a deduzir é obtido calculando-se a diferença entre a porcentagem cobrada sobre o total do salário (depois de descontadas as deduções legais) e aquelas que deveriam incidir apenas sobre as diferenças. 
Entendo que a lei pode sim restringir as deduções da base de cálculo do IRPF, desde que nenhum direito fundamental seja violado e desde que seja respeitado o princípio da anterioridade. Nesse sentido, penso que restringir deduções de gastos com a educação, por exemplo, seria invalido, tendo em vista que o Estado tem o dever de fornecer educação de qualidade aos administrados (é um direito fundamental), e, por não fazer isso da forma ideal, transfere o custo disso aos particulares, que têm de recorrer ao ensino privado. Portanto, entendo que é dever do Estado, já que não fornece o mínimo previsto na Constituição Federal, compensar o particular de alguma forma, sendo a dedução de gastos com educação no Imposto de Renda um bom mecanismo para tanto. 
Neste sentido, caso a restrição não viole nenhum direito fundamental, para que ela seja válida o princípio da anterioridade também deve ser respeitado, afinal de contas ao restringir a dedução da base de cálculo o valor a ser pago a título de tributação será maior (em comparação com o valor a ser pago caso houvesse a dedução). 
Portanto, no que tange a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites, entendo que não pode haver limitação, pelo legislador, dos gastos que o contribuinte dispende com educação, saúde, e outros gastos necessários para a vida digna. Assim, existem sim parâmetros constitucionais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites, quais sejam, os direitos fundamentais arrolados na Carta Magna. Conforme já dito, a limitação das deduções e abatimentos pelo legislador não pode ferir direitos e garantias fundamentais, caso em que incorreria em flagrante inconstitucionalidade. 
6.	Existe identidade entre o IR fonte e o IR anual ou trata-se de impostos autônomos (isto é, há apenas uma ou mais de uma regra-matriz de incidência tributária)? Seria a retenção na fonte mero objeto de dever instrumental? Justifique a resposta. (Vide anexos V, VI, VII).
		Entendo que existe identidade entre o IR anual e o IR fonte, existe apenas uma regra-matriz de incidência tributária. Isso porque, o IR fonte é caracterizado por uma antecipação do valor que será apurado quando da futura ocorrência do fato gerador. Até porque, não seria possível falar na ocorrência do fato gerador (auferir renda) deste imposto no dia certo de cada mês (como ocorre com o desconto em folha de pagamento), a apuração de acréscimo patrimonial ocorrelevando-se em consideração um determinado intervalo temporal, tendo em vista se tratar de fato gerador complexivo. 	
		Acredito que o IR anual e o IR fonte são desdobramentos de uma mesma regra-matriz de incidência tributária, sendo a antecipação do pagamento (no caso do IR fonte), mero dever instrumental, pois, conforme já dito, o fato gerador ainda nem ocorreu, não há que se falar em efetivo acréscimo patrimonial ainda (por isso faz sentido falar em antecipação). O acréscimo patrimonial não se verifica de forma instantânea, se verifica após apuração levando-se em consideração um intervalo mínimo de tempo. Assim, me questiono também se essa antecipação seria constitucional, pois, a meu ver, estaria sendo recolhido um imposto que depende da ocorrência de fato gerador. 
7.	Analise os efeitos jurídicos inerentes ao contribuinte e à fonte pagadora em cada um dos casos abaixo arrolados.
	
	Retenção – Fonte pagadora 
(Pessoa Jurídica)
	Recolhimento – Fonte pagadora
(Pessoa Jurídica)
	Declaração do rendimento na Declaração de Ajuste Anual – DAA, entregue pela pessoa física (empregado ou prestador de serviços) em 30 de abril
	Caso 1
	Retém
	Recolhe
	Declara rendimento e retenção 
	Caso 2
	Retém
	Recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Caso 3
	Retém
	Não recolhe
	Declara rendimento e retenção
	Caso 4
	Retém
	Não recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Caso 5
	Não retém
	Recolhe
	Declara rendimento e retenção
	Caso 6
	Não retém
	Recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Caso 7
	Não retém
	Não recolhe 
	Declara rendimento e retenção
	Caso 8
	Não retém
	Não recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Caso 1: neste caso, tanto o contribuinte (funcionário) quanto a fonte pagadora (PJ) cumpriram sua obrigação tributária, tendo como efeito jurídico a homologação da declaração do contribuinte pelo Fisco e futuramente a extinção da obrigação tributária. 
	Caso 2: a empresa (fonte pagadora) cumpriu com suas obrigações tributárias (obrigação de reter e recolher o imposto de renda), de modo que o Fisco deve homologar o lançamento do IR fonte. Já no caso do contribuinte, que não declarou nem o rendimento nem a retenção feita pela fonte empregadora, teremos como efeito jurídico o lançamento de ofício pelo Fisco do imposto de renda anual, sujeitando o funcionário a uma norma sancionatória. 
	Caso 3: neste caso a fonte pagadora deixou de cumprir a obrigação tributária principal, que consiste no ato de repassar o valor tributável dos rendimentos de seus funcionários, devendo o Fisco exigir da empresa o valor do imposto, inclusive lhe aplicando sanções cabíveis. Em relação ao funcionário, ele cumpriu sua obrigação ao declarar para o Fisco os seus rendimentos e a retenção do valor tributável pela fonte pagadora, não podendo o Fisco exigir do contribuinte o pagamento do tributo em questão, pois os valores devidos foram devidamente retidos pela fonte, sendo ela a única responsável pelo pagamento deste imposto. 
	Caso 4: neste caso a fonte cumpriu apenas a obrigação de reter os valores tributáveis devidos (dever instrumental), mas não procedeu ao pagamento do imposto (obrigação principal). Lado outro, o contribuinte também não declarou o rendimento percebido nem a retenção feita pela fonte pagadora, o que permite que o Fisco possa exigir tanto da fonte pagadora (empresa), quando do contribuinte, estando ambos sujeitos a sanções. 
	Caso 5: neste caso, a fonte pagadora (empresa) cumpriu a obrigação tributária principal ao recolher o tributo, isto é, arcou com o ônus do imposto. Todavia, não reteve os valores percebidos (descumpriu o dever instrumental), sendo cabível a instituição de multa para a fonte pagadora pelo descumprimento do dever instrumental de reter o imposto de renda. No que tange ao contribuinte, o Fisco deverá, em primeira análise, homologar a declaração apresentada. 
	Caso 6: neste caso, a fonte pagadora cumpriu apenas a obrigação principal de recolher e repassar o IR dos rendimentos de seus funcionários, mas caberá sanção pelo descumprimento do dever instrumental de reter o imposto. O contribuinte (funcionário) descumpriu o dever instrumental de apresentar a declaração, sendo cabível sanção.
	Caso 7: neste caso a fonte pagadora descumpriu a obrigação tributária principal (pagar o tributo ao Fisco) e descumpriu o dever instrumental de reter os valores tributáveis, sendo cabível a aplicação de norma sancionatória por ambos os descumprimentos. O contribuinte cumpriu sua obrigação ao realizar a declaração do IR, devendo o Fisco homologa-la. 
	Caso 8: neste caso a fonte pagadora como o contribuinte descumpriram as suas respectivas obrigações tributárias, devendo o Fisco fiscalizar, lançar de ofício e emitir uma norma sancionatória em desfavor de ambos. 
8.	Há a incidência de IR fonte ou do IR anual sobre Stock Options? Pressupondo a possibilidade de que venham a ser tributados, como definir a sua base de cálculo? Em outros termos, a base de cálculo do IR recairia sobre o preço da aquisição das ações, o preço do mercado ou sobre o preço em que elas são vendidas? Analise os anexos VIII e IX, expressando sua concordância ou não, de forma justificada.
		O Stock Options consiste no fornecimento, de uma empresa ao funcionário, da opção de adquirir ações da própria empresa a um valor menor que o praticado no mercado. Assim, o funcionário adquire o direito de comprar tais ações, por um preço menor que o praticado no mercado, mas não é obrigado, caso não queira. Cumpre mencionar que após passado algum tempo estabelecido pela empresa, as ações podem ser vendidas, sendo que “o beneficiário não necessariamente precisa vender as suas ações logo quando o prazo acabar, pode esperar o preço das ações aumentar para obter um lucro mais significativo.”[footnoteRef:1] [1: VIANNA, Laura. O que são stock options? Disponível em < https://pris.com.br/blog/o-que-sao-stock-options/ >] 
Sabendo disso, entendo que haverá incidência de IR anual, caso, após exercer o direito de compra de ação, o beneficiário venha a vendê-las, de forma que tal venda resulte em acréscimo patrimonial, apurado ao final do ano-base. Ou seja, caso a venda resulte em acréscimo patrimonial, teremos a ocorrência do fato gerador desse imposto. Entendo que a simples compra de tais ações, por mais ocorra por um valor inferior ao mercado, não representa acréscimo patrimonial, dizer isso seria o mesmo que dizer que comprar um produto em promoção em uma loja configuraria acréscimo patrimonial, levando-se em conta o preço original do produto. 
		Portanto, não concordo com o disposto nos anexos VIII e IX, pois tais entendimentos alegam que “as vantagens econômicas oferecidas aos empregados na aquisição de lotes de ações da empresa, quando comparadas com o efetivo valor de mercado dessas mesmas ações, configuram-se ganho patrimonial do empregado beneficiário decorrente exclusivamente do trabalho, ostentando natureza remuneratória’. Levando-se em conta com o alegado no parágrafo anterior, acredito que a simples compra não gera ganho patrimonial, até porque o ganho patrimonial efetivo só é auferido mediante apuração embasada em um determinado lapso temporal, o fato gerador do imposto de renda não é instantâneo, é complexivo. Considerar a aquisição de tais ações, disponibilizadas por preço abaixo do mercado, como fato gerador do imposto de renda vai de encontro com o conceito de renda enquanto efetivo acréscimo patrimonial.

Continue navegando