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Engenharia Econômica 1 Engenharia Econômica Marcio Marcelo de Oliveira 1ª e di çã o Engenharia Econômica 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Marcio Marcelo de Oliveira Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso. Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói Bibliotecária: ELIZABETH FRANCO MARTINS – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Engenharia Econômica 3 Palavra da reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Engenharia Econômica 4 Engenharia Econômica 5 Sumário Apresentação da disciplina ................................................................................................ 07 Plano da disciplina .............................................................................................................. 08 Unidade 1 – Visitando a matemática financeira ............................................................. 11 Unidade 2 – Sistemas de capitalização ............................................................................ 29 Unidade 3 – Equivalência de capitais............................................................................... 47 Unidade 4 – Séries de capitais .......................................................................................... 67 Unidade 5 – Engenharia Econômica e suas aplicações ................................................. 85 Unidade 6 – Análise de Alternativas de Investimento................................................... 101 Considerações finais ........................................................................................................... 121 Conhecendo o autor ........................................................................................................... 123 Referências ........................................................................................................................... 125 Anexos .................................................................................................................................. 127 Engenharia Econômica 6 Engenharia Econômica 7 Apresentação da disciplina A Engenharia Econômica, em linhas gerais, pode ser definida como a área do conhecimento humano que se ocupa e dá suporte para avaliação de alternativas de investimento do ponto de vista de sua abordagem financeira. Como objetos a serem observados para que se tenha a correta, ou mais bem dizendo, a mais apropriada tomada de decisão; as alternativas acompanhadas devem apresentar condições de comparabilidade, pois se ao menos não houver mais de uma única alternativa viável, não haverá decisão a ser tomada. Como muitas das vezes, os projetos a serem avaliados apresentam-se em épocas diferentes no tempo, há que se utilizar como base a Ciência da Matemática Financeira, a qual tem o poder de descrever as relações de equivalência de capitais mesmo em períodos temporais não coincidentes. Portanto, a Engenharia Econômica baseando suas técnicas, como por exemplo, do Valor Presente Líquido, do Payback e da Taxa Interna de Retorno, na Matemática Financeira, respeita a vital premissa Financeira de que o Dinheiro tem valor no tempo, e desta feita há que se tomar uma decisão entendendo os encargos que possivelmente podem ser gerados nos mais variados cenários de investimentos ou de aquisições. Nosso objetivo, desta feita, é estimular suas percepções e sentido neste vasto e fascinante campo do conhecimento, logicamente ressaltando que este trabalho não tem e nem mesmo deveria ter a pretensão de esgotar o assunto que aqui aborda. Salientando que sua vontade e entusiasmo são peças chave neste processo de aprendizagem. Estaremos sempre presentes quando assim o julgar necessário. Boa leitura e bom aprendizado! Engenharia Econômica 8 Plano da disciplina O objetivo geral da Disciplina de Engenharia Econômica é proporcionar a você, aluno, um correto entendimento de como o analista de investimento propõe, desenvolve e apresenta as alternativas de investimento disponíveis em diferentes cenários e situações da vida cotidiana. Quais são as principais ferramentas utilizadas por estes profissionais para o primordial auxílio na tomada de decisões que envolvem algum processo de escolha entre investimentos a serem realizados ou projetos a serem aderidos ou rejeitados, desta feita, indicando dentre as alternativas financeiras apresentadas, qual apresenta melhores perspectivas. Assim esperamos conscientizá-los da importância do viés econômico-financeiro nestas decisões e do valordo conhecimento de sua existência e de sua operacionalização para sua futura profissão. A disciplina foi dividida em seis unidades intentando facilitar sua compreensão sobre os conteúdos apresentados. Cada Unidade é abaixo apresentada para que você tenha uma ampla visão de cada um de seus objetivos detalhadamente. Unidade 1: Visitando a Matemática Financeira Iniciaremos os nossos estudos da Disciplina apresentando os Conceitos básicos que envolvem o estudo da Matemática Financeira. Visto que a Engenharia Econômica não pode prescindir do valiosíssimo apoio oferecido por este ramo da Matemática, que objetiva simplificar o estudo das relações financeiras do ponto de vista do binômio tempo e dinheiro, através do agrupamento de algumas técnicas para resolver problemas que envolvem fluxos de caixa e equivalências de capitais. Objetivos: Entender e aplicar os Conceitos de operacionalização dos princípios demonstrados na Matemática Financeira, como Capital, Fluxo de Caixa, Juros Simples, Juros Compostos, Capitalização, Período de Capitalização, Taxas de juros, entre outras abordagens. Engenharia Econômica 9 Unidade 2: Sistemas de Capitalização Para as Finanças, é de fundamental importância compreender se os pagamentos ou recebimentos de capital apresentam alguma lei específica de formação. E do ponto de vista de quem disponibiliza o acesso ao Capital, deve ocorrer a tentativa de maximização dos lucros. Na ponta oposta, aquele que toma o dinheiro emprestado gostaria de pagar menos encargos. Portanto, entender o funcionamento dos Sistemas de Capitalização é fundamental neste sentido. Objetivos: Compreender como se diferenciam os Regimes de Capitalização para a apuração dos Juros. Qual é mais bem indicado para cada situação específica de nosso cotidiano. Entender os conceitos envolvidos na formação de suas fórmulas e aprender a utilizá-las. Unidade 3: Equivalências de Capitais As Taxas de Juros, em termos práticos, representam o custo financeiro do dinheiro, pois se o dinheiro tem valor no tempo, há que se criarem mecanismos para comparar seus custos. O custo do dinheiro do ponto de vista financeiro é dado pela Taxa de Juros (i), que indica o custo de cada unidade de Capital (C) por cada unidade de tempo. Portanto, a comparação das mais variadas formas das taxas de juros nos permite julgar sobre qual seria a melhor alternativa de investimento. Objetivos: Entender e aplicar os Conceitos de Taxas de Juros, avaliando através de técnicas específicas, qual é a mais adequada decisão a tomar para maximizar suas expectativas. Compreender como as taxas de juros são classificadas, de acordo com o tipo de avaliação percentual que será feita. Engenharia Econômica 10 Unidade 4: Série de Capitais Uma série de Capitais, por definição, é caracterizada como sendo uma sequência de pagamentos que ocorrem de forma periódica, que são consecutivos e apresentam alguma lei específica em sua formação. Objetivos: Compreender como se comportam do ponto de vista financeiro as entradas e saídas de capital em determinado projeto. Unidade 5: Engenharia Econômica e suas aplicações Trataremos de entender como a Engenharia Econômica e a Matemática Financeira se relacionam no processo de tomada de decisão de projetos de investimento. Para que serve o estudo da Engenharia Econômica e quais são as suas aplicabilidades. Objetivos: Apresentar conceitos preliminares sobre a Engenharia Econômica, e seus processos de avaliação quantitativa das alternativas de investimento em termos de rentabilidade e custo econômico. Unidade 6: Análise de Alternativas de Investimento Veremos como e por qual motivo devemos realizar algumas análises financeiras para tomar uma correta decisão sobre como investir o dinheiro, ou como aderir a projetos que se mostrem rentáveis. Iremos entender quando um determinado projeto se mostra viável, ou seja, quando devemos aceitá-lo, ou quando devemos rejeitá-los, sempre do ponto de vista financeiro. Objetivos: Aprender sobre como calcular os métodos mais conhecidos de análises de investimentos; Entender o que significam os resultados apresentados em cada método e o que eles representam. Bons estudos! Engenharia Econômica 11 Visitando a Matemática Financeira 1 Engenharia Econômica 12 Prezado (a) Aluno (a), Nesta primeira Unidade, abordaremos alguns dos principais conceitos que envolvem o estudo da Matemática Financeira. Ciência tida como primordial para o bom entendimento dos objetivos da Engenharia Econômica, haja vista seu vasto potencial de utilização de ferramentas para comparabilidade de diversas operações financeiras ao longo do tempo. Objetivos da unidade: Entender a importância do instrumental oferecido pela Matemática Financeira no estudo dos fenômenos que afetam o dinheiro no dia-a-dia e desvendar as técnicas utilizadas nesse campo de conhecimento para proporcionar uma apropriada visão sobre a gestão dos interesses financeiros, e sua empregabilidade no campo da Engenharia Econômica. Plano da unidade: O valor do dinheiro no tempo. Capital e Juros. Taxa de Juros. Montante. Capitalização e Período de Capitalização. Relação entre Taxa de Juros e Capitalização. Fluxo de Caixa Bons estudos! Engenharia Econômica 13 A Matemática Financeira é uma disciplina que se dispõe a adotar algumas técnicas matemáticas para resolver problemas de equiparação de valores monetários envolvidos em fluxos de caixa e equivalências de capitais ao longo do tempo. Ela possui inúmeras aplicabilidades que permeiam situações relacionadas ao ganho de capital, porcentagens, financiamentos, pagamentos antecipados e postecipados, aquisição de equipamentos, descontos comerciais, dentre outros produtos ofertados nos meios financeiros. Na busca do objetivo de permitir a comparabilidade do valor do dinheiro no tempo, ela cria vários modelos e procedimentos que devem ser adotados (calculados) para que se possa contrastar o valor do dinheiro em vários pontos do tempo. O que se quer abordar, é que intuitivamente temos a percepção de que $200 em suas mãos hoje tenham mais valor do que $200 daqui a um ano, por exemplo, não é mesmo? Portanto, caso necessitemos comparar valores monetários, temos que obrigatoriamente fazê-lo numa mesma data. E é aí que surge a primeira e vital premissa da Matemática Financeira: “Nunca devemos somar ou subtrair valores monetários sem antes projetá-los para um mesmo instante temporal”. Isso significa que, em termos práticos, toda vez que quisermos saber se determinado valor valerá mais do que outro no futuro, teremos que usar a matemática financeira para “transportá-los” para uma mesma data, pois somente desta forma será realizada a correta comparação do ponto de vista financeiro. Para iniciarmos nossa incursão pelo fascinante universo da Engenharia Econômica e da Matemática Financeira, necessitamos, primeiramente, pontuar alguns de seus principais conceitos a fim de nos familiarizarmos com suas nomenclaturas e processos de manipulação que objetivam e, principalmente, tornam possível percorrer os caminhos necessários para alcançar o que foi exposto anteriormente, ou seja, tornar viável a comparação dos “dinheiros” ao longo do tempo. Engenharia Econômica 14 Cabe neste momento salientar que, para todos os conceitos expostos na língua portuguesa, serão feitas as menções de suas respectivas nomenclaturas na língua inglesa, visto ser esta a que mais se associou a utilização de tal ferramenta e também pelo fato, que será mais bem abordado no decorrer de nossos estudos, de ser a linguagem utilizada nas calculadoras financeiras, e em especial, pela HP-12C, notoriamente a mais difundida entre os financistas pelo mundo afora e que será utilizada como instrumentode facilitação na abordagem dos temas e dos cálculos a serem propostos neste conteúdo. Iniciemos falando, pois, do Capital. Capital Capital (C), também indicado como Valor Atual é o valor expresso em unidades monetárias com o qual se inicia uma operação financeira. O Capital pode ser o valor financiado de um determinado bem, o dinheiro investido em uma determinada atividade econômica ou o empréstimo tomado de alguma instituição financeira. O Capital é um ativo econômico que determinado agente pode ceder a outro agente econômico mediante certas condições estabelecidas entre as partes. Em termos gerais, toda vez que o cedente do Capital realiza tal procedimento (de ceder algum valor), ele espera realizar algum ganho nesta operação. Ganho este que se materializa com a apuração dos Juros. Juros Os Juros (ou Juro) é a remuneração, apurada em moeda corrente, expressa em unidades monetárias, paga pelo uso do Capital. É auferido tanto como o rendimento de uma aplicação financeira, quanto dos valores a serem pagos em um financiamento. Diferencia-se por isso do Capital, que é o motivo da aplicação financeira, caracterizando-se os Juros por ser o seu resultado. Pode-se dizer também, que o Juro é o preço do dinheiro, seria o valor do aluguel a ser pago por uma determinada quantia, quando da aquisição de um empréstimo por determinado período de tempo. Engenharia Econômica 15 Sua nomenclatura em inglês é Interest, por isso também é conhecido como Interesse, sendo esta a remuneração tanto do dinheiro tomado emprestado, quanto do dinheiro empregado numa aplicação financeira. Mas então, como apurar os Juros? Essa resposta é dada através das Taxas de Juros Taxa de juros (i) A taxa de Juros normalmente é expressa em valores percentuais (%), e é responsável por calcular a rentabilidade de uma operação financeira. Pois senão vejamos: Se aplicarmos um valor percentual de 5% de juros ao mês em um valor inicial de R$ 1.000,00 (Mil Reais), quanto será apurado no final do primeiro mês? Uma das formas de se calcular é a seguinte: Calcula-se 5% de R$ 1.000,00 Ou seja, 5/100X1.000= 0,05X1.000= 50, e soma-se ao Principal Ou seja, 50+1.000= 1.050,00, correto? Outra forma mais simples é a seguinte: Sabendo-se que 0,05 correspondem a 5% do total e que devem ser somados ao Valor Inicial, a conta a ser feita é 0,05+1 multiplicados pelo Valor Presente, o que resulta na seguinte conta→ R$ 1.000,00 X 1,05, que será igual a R$ 1.050,00. Engenharia Econômica 16 A taxa de Juros é representada na Matemática Financeira pela letra i. E é calculada de acordo com a seguinte expressão: Após serem apurados os Juros através de sua taxa, ele se junta ao Capital inicial exposto ao empréstimo para apuração do Montante. Montante O Montante também é chamado de Valor Acumulado, pois é o somatório do Capital com o Juro produzido em determinado tempo, e é definido pela expressão matemática a seguir: M=C+J Como evidencia o resultado de se somar o juro ao Capital, ele é calculado apenas no final da Capitalização. Falemos então sobre Capitalização. Engenharia Econômica 17 Capitalização e período de capitalização Diz-se que ocorreu uma capitalização, quando sobre um específico valor financeiro ocorreu a aplicação de juros determinados por sua taxa de juros, com a finalidade de se apurar o novo valor desta operação, ou seja, seu novo Montante. A apuração destes valores a serem acrescidos está intimamente relacionada com a questão do tempo a que está exposta tal aplicação ou dívida. Vejamos um exemplo de nossa vida real para auxiliar no entendimento. Uma aplicação financeira muito comum em nosso país é feita através do sistema de Poupança, nesta modalidade os juros são auferidos mensalmente, não é mesmo? Ou seja, todo mês é aplicada sobre o montante uma taxa de juros que resulta em um novo valor a cada novo mês, quando isso acontece, diz-se então que a capitalização ocorrida na Poupança foi mensal. As capitalizações podem ser diárias, semanais, mensais, bimestrais, semestrais, anuais e assim por diante. Aqui cabe uma importante ressalva, que é a diferença entre capitalização e período de capitalização, muitas vezes confundidos entre si. O Período de Capitalização é o tempo total ao qual o valor foi exposto a aplicação ou a dívida, e que também é conhecido como prazo da aplicação e a capitalização, como já abordado, é o tempo, geralmente periódico, ao qual se remunera o Capital. Relação entre taxa de juros e capitalização Um importante item a ser considerado com relação a Taxa de Juros é que ela deve ser expressa SEMPRE na mesma unidade de tempo da Capitalização. Se a Capitalização for mensal, ou seja, ocorrer uma vez a cada mês, a Taxa de Juros deve ser também mensal, pois senão vejamos o que aconteceria: Suponha que determinado valor foi colocado em uma aplicação e que a Capitalização seja mensal, num período de quatro meses, portanto pergunta-se: Engenharia Econômica 18 quantas seriam as remunerações que este capital sofreria? A resposta é QUATRO remunerações, no primeiro, segundo, terceiro e quarto meses. Elaborado pelo Autor Agora, se ao invés de colocar a Taxa de Juros mensal, para o mesmo período de quatro meses de aplicação, fosse dito que a Capitalização ocorreria a cada dois meses, ou seja, ela seria bimestral, em quantas vezes o Capital seria remunerado? Neste caso, somente DUAS vezes. No final do segundo mês e no final do quarto mês. Isso significa dizer, que o valor alcançado no final dos quatro meses para cada modalidade seria diferente, pois no 1º caso teríamos quatro remunerações e no segundo caso, somente duas. Mais uma vez intuitivamente percebemos a diferença. As Taxas de Juros são acompanhadas de uma expressão que indica a sua relação com o período de Capitalização, como por exemplo: i% a.d. – que significa capitalização ao dia; i% a.m. – que significa capitalização ao mês; i% a.a.– que significa capitalização ao ano; Engenharia Econômica 19 E assim por diante. Por exemplo: Se em determinada compra aparecer a expressão Taxas de Juros de 3% a.s., isso significa dizer que os Juros serão apurados semestralmente a taxa de três por cento. Mais tarde, quando abordarmos a questão dos Sistemas de Capitalização mais profundamente, quaisquer dúvidas que por acaso persistam sobre o tema serão dizimadas. Agora que já iniciamos nossa incursão desvendando alguns conceitos básicos da Matemática Financeira, se faz interessante que tenhamos algum exemplo prático do que acontece na realidade para facilitar a nossa compreensão do assunto. Pois então, vejamos um exemplo onde todos estes conceitos supracitados encontram-se envolvidos e como devemos observá-los: Suponha que você adquiriu um empréstimo no Banco de sua preferência no valor de R$ 5.000,00 e ficou acordado entre você e o Banco que sua dívida seria paga em 10 parcelas mensais e iguais de R$ 700,00. Sem que seja necessário realizar cálculos muito aprofundados percebemos que você terá que devolver ao Banco uma quantia maior do que a que inicialmente pegou, correto? O que pode ser percebido nesta transação é o seguinte: Essa operação financeira tem um valor inicial de R$ 5.000,00 que é denominado de Capital (C) ou Valor Presente, do inglês Present Value (PV) e um valor final de R$ 7.000,00, denominado de Valor Futuro do inglês Future Value (FV), a serem pagos em 10 parcelas de R$ 700,00, ocorrendo, portanto, uma variação de R$ 2.000,00 que são os Juros. Neste caso, um custo para você e uma Remuneração para o Banco; Esses juros são incorporados no total da operação e são calculados mês a mês, portanto houve uma capitalização mensal, num espaço de 10 meses – deve-se utilizar aqui a letra n, que indica o número de períodosda capitalização, ou seja, n=10; Engenharia Econômica 20 Quando você pegou o dinheiro emprestado junto ao Banco, isso representou uma entrada de dinheiro para você e você passou a ser devedor do Banco; Quando o Banco te emprestou a quantia, isso representou uma saída de dinheiro para ele, que passou a ser o seu Credor. A precisa análise de seus termos e conceitos é fundamental para a correta compreensão da Matemática Financeira, pois então continuemos com um pouco mais. Diferença entre capital inicial e valor presente O Valor Presente, do inglês Present Value (PV), é o valor de uma operação financeira na data dita presente, e o que isso significa? Que ele é um valor intermediário entre o Capital Inicial e o Montante; e que é quando geralmente, se inicia o prazo para um estudo financeiro. O Valor Presente, em termos práticos, é o momento de onde quero iniciar o meu estudo financeiro; na maioria das vezes este momento é o próprio início da operação, por isso muitos acreditarem que o Capital Inicial é o mesmo que Valor Presente, mas nem sempre é assim. Vamos ver um exemplo para esclarecer esta afirmação. Suponha que você aplicou o seu dinheiro em uma LTN (Letra do Tesouro Nacional). Esses títulos do Governo Federal possuem um valor de face e uma data limite para realização de seu resgate. Entretanto, o investidor não é obrigado a comprar este título quando de seu lançamento e nem permanecer com ele até a data limite para resgatá-lo, existe um mercado de compradores e vendedores que negociam estes papéis em datas diferentes da do lançamento e da do resgate. Então, se você comprou este título depois da data de seu lançamento seu investimento não será do mesmo valor que o 1º comprador pagou e seu estudo de viabilidade de compra deste papel se iniciará após o investimento do Capital Inicial feito pelo outro comprador. Suponha, então, que a data de sua compra seja amanhã e que o título foi lançado 60 dias atrás. Lá atrás, há sessenta dias, o Capital era o Inicial, amanhã ele será o Valor Presente, ainda que você esteja realizando o cálculo no dia de hoje. Engenharia Econômica 21 Diferença entre Montante e Valor Futuro O Valor Futuro, do inglês Future Value (FV), é o valor de uma operação financeira na data dita futura, e o que isso significa? Utilizando-se do mesmo raciocínio empregado para diferenciar o Valor Presente do Capital Inicial, nem sempre o Valor Futuro será a data final da operação. Pode-se colocar uma data intermediária entre o início e o final da operação e considerá-la como a data limite que se quer calcular. Fluxo de caixa A Matemática Financeira estuda basicamente, a relação entre suas diversas variáveis como um problema que se origina com a entrada e saída de capitais em uma operação financeira qualquer ao longo do tempo. Um bom exemplo de ordem prática é o que acontece com um assalariado, que recebe seus vencimentos mensalmente, mas tem que arcar com suas despesas corriqueiras durante o restante do período mensal. Para representar, do ponto de vista financeiro, o que ocorre com o exemplo anterior, a matemática financeira utiliza-se do chamado Fluxo de Caixa, que descreve uma sucessão de entradas e saídas de numerário (dinheiro) no caixa de uma entidade, em nosso exemplo de um assalariado ao largo do tempo. Mas esta é uma situação comum também ao mundo empresarial, senão vejamos o exemplo a seguir: Você entra em uma loja e decide adquirir um novo fogão. O atendente lhe informa que o preço de tal mercadoria é de $400,00 à vista, ou se for de sua preferência, que pode realizar o pagamento em quatro parcelas iguais de $120,00. Você realiza a compra e faz a opção pelo pagamento financiado, de modo que terá que realizar quatro desembolsos (saídas de dinheiro) mensais e sucessivos de $ 120,00. Pode-se então dizer que este é o seu Fluxo de Caixa dessa operação. Então do seu ponto de vista a representação gráfica do fluxo é a seguinte: Engenharia Econômica 22 Elaborado pelo Autor Do ponto de Vista da loja o fluxo de caixa é o seguinte: Elaborado pelo Autor Em nosso curso, utilizaremos bastante os diagramas de Fluxos de Caixa para nos auxiliar na solução e no entendimento dos questionamentos, pois este é um instrumento muito útil para visualização dos problemas em Matemática Financeira. Então, vamos esclarecer alguns pontos, até mesmo para compreendermos as diferenças e semelhanças entre os dois fluxos apresentados no exemplo da compra do fogão: Como se pôde perceber, em ambos os Fluxos de Caixa existe uma linha horizontal que representa os períodos de tempo. Em nosso exemplo aparecem os números 0,1,2,3 e 4, que representam os meses da operação, sendo, por convenção, adotado o instante 0 como o da compra do fogão e os meses subsequentes àqueles em que acontecem seu efetivo pagamento. Já no eixo vertical estão representadas as saídas de dinheiro, com setas orientadas para baixo, que significa que houve as saídas de dinheiro nos meses 1, 2,3 e 4. Saídas para você (comprador ou devedor – 1º Fluxo de Caixa). No 2º Fluxo Engenharia Econômica 23 de Caixa, que representa o ponto de vista da loja (vendedor ou credor), estão as entradas, numa lógica reversa, com as setas orientadas para cima, que significa que houve as entradas de dinheiro nos meses 1,2,3 e 4. Perceba que no instante 0 não há nenhuma seta, o que significa que não houve nem entrada e nem saída de numerário. Portanto, para você, ocorreram as saídas indicadas com as setas orientadas negativamente, ou seja, para baixo e para a loja ocorreram as entradas indicadas com as setas orientadas positivamente, ou seja, para cima. Cabe salientar que a orientação de setas para baixo ou para cima vai depender de quem é o credor e de quem é o devedor de uma operação financeira. Observe o exposto abaixo: Se você decide investir num CDB (Certificado de Depósito Bancário) no Banco de sua preferência, quem será o Credor e quem será o Devedor no exato instante da aplicação do dinheiro? Resposta: Você é o Credor, pois está “emprestando” dinheiro ao Banco através de sua aplicação; e o Banco será o Devedor, pois ele terá que lhe devolver o dinheiro quando você assim o decidir. E então, do ponto de vista do Devedor, o Banco, como ficaria este Fluxo de Caixa? Simples, como o dinheiro está sendo colocado no Banco, a seta para ele será positiva (orientada para cima), pois está representando uma entrada de dinheiro em seu cofre. Quando você, cliente, decidir retirar o dinheiro do Banco, isso representará para ele uma saída, e aí sim a seta será negativa (orientada para baixo), representando essa retirada. Podemos concluir então, que uma operação financeira que envolve duas partes (credor e devedor) apresentará Fluxos de Caixa simétricos. A entrada de numerário para um representará a saída do mesmo numerário para o outro e vice- versa. Uma última e importantíssima explicação se faz necessária antes de encerrarmos nosso primeiro capítulo. Engenharia Econômica 24 Os pagamentos de $120,00 realizados nos meses 1,2,3 e 4 apresentam o mesmo valor absoluto, chamado nas Finanças de valor nominal, entretanto, do ponto de vista financeiro, estes pagamentos são tidos como distintos, pois se referem a datas distintas no tempo. O que significa mencionar que eles não têm o mesmo valor, pois mais uma vez, devemos atentar para a questão primordial da Matemática Financeira, de que o dinheiro tem valor no tempo. Portanto, se os valores estão em tempos diferentes eles não podem ser comparados. Neste primeiro instante colocamos você em contato com os primordiais conceitos referentes à Matemática Financeira, que se bem dominados lhe permitirão uma incursão maior entre novos conceitos e conhecimentos. Bem, com esta afirmativa e possivelmente ainda com alguns questionamentos,iniciaremos nosso segundo capítulo, com o estudo dos Sistemas de Capitalização e como eles influenciam no processo de remuneração do dinheiro com o passar do tempo. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Engenharia Econômica 25 Exercícios – unidade 1 1.Para se calcular a Taxa de Juros? a) Divide-se o Capital Inicial pelos Juros b) Dividem-se os Juros pelo Capital Inicial c) Divide-se o Montante pelos Juros d) Dividem-se os Juros pelo Montante e) Soma-se o Capital Inicial com os Juros 2.Normalmente expressa em percentuais é responsável por calcular a rentabilidade de uma operação financeira: a) Taxa de Juros b) Juros c) Capital Inicial d) Montante Final e) Principal 3.A letra n indica o número de Capitalizações de uma operação financeira. Se n for igual a 36 meses e a Taxa de Juros for anual, qual deve ser o valor de n a se usar para efeito de cálculo? a) 36 b) 24 c) 12 d) 6 e) 3 Engenharia Econômica 26 4.Diz-se que o Capital Inicial e o Valor Presente são iguais quando: a) Nunca são iguais b) Quando o Capital Inicial é aplicado antes do Valor Presente c) Quando o Capital Inicial é aplicado depois do Valor Presente d) Quando o Capital Inicial é aplicado junto com o Valor Presente e) Quando ambos indicam o início da operação 5.Indica uma sucessão de entradas e saídas de numerário em uma operação financeira: a) Capital. b) Fluxo de Caixa. c) Montante. d) Valor Presente. e) Taxa de Juros. 6.Entende-se, do ponto de vista financeiro, que você é Credor de um Banco quando: a) Pega uma determinada quantia emprestada b) Vende alguma mercadoria ao Banco c) Faz um depósito na sua Caderneta de Poupança d) Faz um depósito na Caderneta de Poupança de um amigo e) Você nunca vai ser o Credor de um Banco, imagina! Engenharia Econômica 27 7.Do ponto de vista financeiro, ao compararmos $ 100,00 hoje com $ 100,00 daqui a seis meses: a) Eles terão o mesmo valor financeiro b) Eles não terão o mesmo valor nominal c) Somente podemos compará-los daqui a seis meses d) Não podemos compará-los, pois eles não estão na mesma data e) Eles terão o mesmo poder de compra, apesar da inflação 8.Para se calcular o Montante: a) Subtrai-se o Capital Inicial dos Juros b) Somam-se os Juros ao Valor Futuro c) Subtraem-se os Juros do Capital Inicial d) Somam-se os Juros do Valor Futuro e) Somam-se os Juros ao Capital Inicial 9.Porque a Taxa de Juros (i) e a Capitalização devem ser expressas na mesma unidade de tempo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Engenharia Econômica 28 10.Diferencie período de Capitalização de período de aplicação: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Engenharia Econômica 29 2Sistemas de Capitalização Engenharia Econômica 30 Como já começamos a nos familiarizar com os conceitos básicos da Matemática Financeira, vamos abordar nesta segunda etapa os Regimes de Capitalização, conhecer suas modelagens matemáticas buscando entender qual regime melhor se aplica a realidade das transações financeiras e qual proporciona as melhores remunerações (ou Capitalizações). Objetivos da unidade: Compreender o que são os Regimes de Capitalização, diferenciando o de Juros Simples do de Juros Compostos; Identificar quando utilizar um ou outro; Entender a importância da forma de Capitalização (através dos Juros apuradas) nas operações financeiras. Plano da unidade: Regime de Juros Simples Regime de Juros Compostos Bons estudos! Engenharia Econômica 31 Um dos principais conceitos apresentados no Capitulo 1, é o que se refere ao Juro, que é a remuneração tanto de um dinheiro tomado emprestado, quanto do capital empregado em uma aplicação financeira, por exemplo. Esta remuneração se justifica pelo fato de as pessoas entenderem, quase que de maneira instintiva, que se elas tiverem acesso mais rapidamente ao dinheiro, mais rápida será sua capacidade de adquirir bens ou serviços, o que de certa forma explica a preferência das pessoas em ter maior liquidez financeira. Acontece que nem sempre as pessoas possuem recursos financeiros imediatamente disponíveis para satisfazer seus desejos e necessidades, o que as fazem recorrer a recursos de terceiros, os quais, por sua vez, ao emprestar seus recursos estão, de certa forma, ‘abrindo mão’ dessa capacidade imediata de comprar e, por conseguinte, exigem uma compensação por esse estado de privação. E é aí que surge o princípio, quase que filosófico, da cobrança de Juros. Justo, não acha? Há ainda, a questão, de relevante importância financeira, do efeito de corrosão causado pela INFLAÇÃO no poder de compra das pessoas. Fato que será mais bem abordado quando falarmos de relações entre Taxas de Juros. Vimos também, que o Juro é o preço do aluguel do dinheiro, por determinado período de tempo. Pois então, surge a seguinte questão: como calcular o valor deste “aluguel”? E a resposta é: a Remuneração de um Capital pode ser efetuada de duas maneiras distintas. Através de dois Sistemas diferentes, conhecidos como Regimes de Capitalização das Taxas de Juros, que se diferenciam basicamente sob a maneira conforme ocorre a incidência de Juros sobre este mesmo Capital. E esses Regimes são de: Engenharia Econômica 32 Juros simples Atualmente o Regime de Capitalização dos Juros Simples é pouquíssimo utilizado no cotidiano das operações realizadas no mundo real. E isso se justifica pelo fato de que em quase todas estas operações a remuneração do Capital por este Regime vai resultar em ganhos menores do que os alcançados no Sistema dos Juros Compostos. O que não descaracteriza a importância didática de abordarmos o assunto. Vamos entender por quê. O Regime de Juros Simples é o mais indicado para operações de curto prazo, por sua facilidade de cálculo e por não apresentar uma discrepância muito grande (em relação aos Juros Compostos), quando empregada em curtos períodos de tempo, como, por exemplo, no cálculo do acréscimo diário para prestações em atraso. Por definição, no Regime de Juros Simples, o sistema de remuneração é determinado levando-se em consideração que o Juro será calculadoSEMPRE sob o Capital Inicial da operação e que o total auferido com os Juros serem devidos ao Credor no final da operação. Acompanhe o seguinte exemplo: Você solicitou um empréstimo junto ao Banco de sua preferência no valor de $ 2.000,00, que deverão ser pagos no final de três meses. Ao lhe ser entregue a quantia também lhe foi informado que a taxa de Juros seria de 10% a.m. numa operação de Juros Simples. Pergunta-se: Engenharia Econômica 33 Quanto você pagará ao Banco no final da operação? Bem, lembrando-se do Capitulo anterior, que a relação para o cálculo dos Juros é: Então, a cada mês você terá que pagar J= $ 2.000,00 X 0,10= $ 200,00 Observe que a Taxa de juros (10%) foi expressa na sua forma unitária 0,10 que corresponde à 10/100 (dez divididos por cem ou dez por cento) Voltemos ao cálculo dos juros: Portanto, pelo fato dos juros sempre incidirem no Capital inicial, o valor alcançado de $ 200,00 valerá como fator de remuneração para cada um dos três meses da operação, correto? Desta maneira teremos: Agora, imagine se tivéssemos que realizar este cálculo para uma operação de 76 prestações, por exemplo. Ficaria demasiadamente trabalhoso calcular isso manualmente, não acha? É por isso que através do exposto acima podemos deduzir a fórmula de cálculo do Regime de Juros Simples. Engenharia Econômica 34 Acompanhe o raciocínio: Você reparou que em todos os três meses da operação do exemplo do empréstimo, quando se calcula os Juros de cada mês, ele é feito com base no C (de Capital Inicial); e que também a taxa de juros vai ser a mesma, lá representada pela letra i? Então, quando vamos calcular o JT, estamos realizando, em termos genéricos, a seguinte conta: Observe que o número 3 é o multiplicador do fator C X i, e que este número representa a quantidade de vezes em que ocorreram as Capitalizações (remunerações). A partir desta constatação, podemos concluir que em Regime de Juros simples existe uma relação direta entre o número de Capitalizações, que indica o tempo de aplicação e que é representado pela letra n e de como ele será alcançado. E em que isso implica? A indução direta desta constatação é que se substituirmos n no lugar do 3, teremos a fórmula genérica para o cálculo dos Juros no Regime Simples, qual seja: J= C Xi Xn Onde ,J - é o Juro que se alcança no período total; C - é o Capital no início da operação; i - é a taxa de juros para cada período, e; n - é o número de Capitalizações (remunerações) Engenharia Econômica 35 Portanto, se tivéssemos que calcular o rendimento dos Juros depois das 76 prestações (períodos de Capitalização) proposto como um difícil problema anteriormente, como se faria para calcular o valor dos Juros com a fórmula? Fácil, sendo: C = $ 2.000,00 i = 0,10 (lembre-se, esta é a forma unitária de 10%) n = 76 Substituindo na fórmula, J = C X i X n, temos J = 2.000 X 0,10 X 76 = Portanto J = $ 15.200,00 Isso significa dizer que os Juros auferidos no Regime de Juros Simples num Capital no início da operação de $ 2.000,00 pelo prazo de setenta e seis meses a uma taxa de 10% a.m. (dez por cento ao mês) renderia no final da operação a quantia de $ 15.200,00. Chegamos enfim a conclusão de que para calcular os Juros Totais de uma operação em Regime de Juros Simples, necessitamos saber qual o Capital Inicial que será empregado, a Taxa de Juros da operação e o número de vezes que ocorreram as Capitalizações. E que esta fórmula apresenta derivações. Se tivermos o C (Capital Inicial), n (o número de Capitalizações) e o J (a quantidade em dinheiro dos Juros), podemos calcular o i, transformando a fórmula anterior na seguinte: Ou ainda, se tivermos n (o número de Capitalizações), o J (a quantidade em dinheiro dos Juros) e i (a taxa de juros), se pode calcular qual é o Capital Inicial usando a fórmula: Engenharia Econômica 36 Fique atento para as seguintes recomendações quando realizar seus cálculos em Juros Simples: A taxa de juros (i) e o tempo (n) deverão ser expressos sempre na mesma unidade de tempo. Desta forma, se a taxa de juros for expressa em meses (a.m.), o tempo também deve ser expresso em meses. Se na questão aparecer, por exemplo, uma taxa de 5% a.m. e perguntar qual o rendimento em dois anos, deveremos transformar dois anos em 24 meses (que equivalem a dois anos), e aí sim aplicar a fórmula para o seu cálculo. Se a taxa de juro aparecer em forma percentual deve-se reduzi-la a sua forma unitária, por exemplo, 2%, se transforma em 0,02, que é o resultado da conta 2/100 (dois divididos por cem, também dito como dois por cento). Diferentemente do que ocorrem com os Juros Compostos os Juros Simples somente serão computados ao cálculo do novo valor M (Montante) ao final da operação. Por falar nesta diferença, vamos entendê-la, assim como as outras existentes entre os dois Regimes. Juros compostos Bem, a grande diferença existente entre os dois Regimes de Capitalização aqui apresentados é que o Regime de Juros Compostos é aquele que efetivamente se utiliza nas transações comerciais e financeiras, tanto que ele é conhecido como o Regime de Capitalização. Ele representa na prática a remuneração que se espera de uma taxa de juros, pois se o valor de uso do Capital em um determinado período de tempo não for pago, ele deve imediatamente ser incorporado ao Principal para calcular o valor no próximo período sob o risco de ao não fazê-lo, o mesmo perder parte de seu valor devido a fatores como a inflação, por exemplo. Lembre-se, o Principal é o valor que está sendo emprestado ou investido, ou seja, o mesmo que Capital, Valor Presente (VP) ou Present Value (PV). Engenharia Econômica 37 Vamos entender um pouco mais do Regime de Juros Compostos: Os Juros compostos são mais comumente conhecidos como o Regime dos Juros sobre os Juros. Você já deve ter escutado esta expressão! Os estudos de análise de viabilidade de investimentos, que são o principal objetivo da Engenharia Econômica, utilizam-se da matemática dos Juros Compostos, até porque os investidores, e por que não dizer as empresas, há muito entenderam que não é interessante somente receber os Juros de suas aplicações somente no final do período de sua aplicação. E a grande vantagem dos Juros Compostos sobre os Juros Simples é que eles permitem a reaplicação dos lucros e dos saldos de fluxos de caixa que são gerados logo após cada período de capitalização diretamente após sua apuração no Principal, o que contribui sobremaneira, para a maximização dos lucros futuros esperados pelos proprietários do dinheiro. Para compreendermos como isso acontece, vamos entender como se chega a sua fórmula, utilizando um exemplo prático: Considere que uma pessoa aplique $ 500,00 durante 5 meses em um Banco que paga 5% de juros ao mês. Qual será o valor que ela receberá ao final da aplicação? A Tabela a seguir demonstrará mês a mês, ou seja, capitalização em cima de capitalização, como ficará a movimentação financeira no Regime dos Juros Compostos. Engenharia Econômica 38 Mês Capital $ Juros (%) Valor dos Juros Montante ($)= Capital + Juros 1 500,00 5% de 500,00 25,00 525,00 2 525,00 5% de 525,00 26,25 551,25 3 551,25 5% de 551,25 27,56 578,81 4 578,81 5% de 578,81 28,49 607,75 5 607,75 5% de 607,75 30,39 638,14 Elaborada pelo Autor No Final do 5º mês a Capitalização total foi de $ 138,14, que somados ao Capital Inicial representará um Montante de $ 638,14. Repare que se utilizássemos a fórmula dos Juros Simples J = C X i X n, teríamos: Que obviamente é menos do que os $ 638,14 alcançados no Regime de Juros Compostos, o que nos levar a concluir que normalmente os Juros Compostos são mais interessantes que os Juros Simples. E por que existe essa diferença?Vamos entender: Repare que no final de cada mês, os valores auferidos com os Juros foram automaticamente incorporados no valor que foi calculado no mês seguinte. Por exemplo, no primeiro mês da aplicação houve uma Capitalização de $ 25,00, que foram somados ao Principal (Capital Inicial) e o novo valor encontrado $ 525,00 é que serviu para se calcular a nova Capitalização do segundo mês, ou seja, os novos Juros. No segundo mês se fez a mesma coisa, se pegou o novo valor (Montante) - $ 525,00 e aplicou-se a mesma Taxa de Juros 5% sobre ele, o que resultou numa Capitalização de $ 26,25, que também foram imediatamente somados para o novo cálculo e assim sucessivamente, conforme exposto na Tabela anterior: Engenharia Econômica 39 Para cada mês se utilizou a seguinte conta: M = C ( 1 + i ) Onde, M= Montante C= Capital Inicial i = Taxa de Juros Observe que o novo Montante de cada mês é o resultado da soma de seu Capital com os Juros do mês anterior, não é mesmo? E se estamos acrescentando Juros neste Capital não faz sentido imaginar que o valor apurado seja menor. Esse raciocínio é importante para entendermos que quando aplicarmos a propriedade distributiva na equação nos depararemos com uma importante conclusão: Esse fator C X i (C que multiplica i) não é como calculamos os Juros? Sim, é ele mesmo. Então para cada mês de Capitalização temos as seguintes expressões: Engenharia Econômica 40 Chegamos à conclusão de que para cada novo período, devemos multiplicar o fator (1+i) ao novo Montante encontrado. O que nos permite identificar a fórmula genérica dos Juros Compostos: M = C ( 1 + i ) n Onde n é o número de períodos a capitalizar E o que também nos permite explicar porque geralmente os Juros Compostos são mais vantajosos que os Juros Simples. Nos Juros Simples temos sempre que calcular os Juros levados em cima do Capital Inicial, o que não acontece nos Juros Compostos, onde a cada nova Capitalização surge um novo Montante que será a base do novo cálculo, daí a diferença entre os dois Regimes. No exemplo da pessoa que aplicava $ 500, durante 5 meses a uma taxa de Juros Compostos de 5% a.m., o cálculo seria feito da seguinte maneira: Na HP-12C, deveremos apertar as seguintes teclas para efetuar os cálculos: Engenharia Econômica 41 O resultado que vai aparecer é = 638,14 Lembrando para você, que é o Present Value, ou Valor Presente em português, é o número de Capitalizações, é a Taxa de Juros e é o Future Value, ou Valor Futuro em português. A tecla indica que o valor que foi colocado é negativo. E porque os $500 são colocados como negativo? Pois representa uma saída de caixa. E esse valor de $ 638,14 aparece no visor da HP-12C positivamente (sem o sinal de negativo), o que representa uma entrada de dinheiro. Lembra-se da questão do credor e do devedor, o princípio utilizado para inserir as variáveis ou ver os resultados na máquina é esse, ou seja, se você faz uma aplicação no Banco, no valor de $ 1.000,00, quando for colocar na HP-12C, esse valor é uma saída de dinheiro do seu bolso, e tem que ser registrada como valor negativo, quando você for resgatar o valor do Banco ele será positivo, ou seja, uma entrada de dinheiro para você. Não podemos finalizar esta Unidade sem mencionar que existe um único caso específico em que o Regime de Capitalização pelos Juros Simples é mais vantajoso do que no Regime de Juros Compostos. Isso acontece quando o período de Aplicação for menor do que o período de Capitalização. Nesta Unidade, foram apresentados para você os Regimes de Capitalização dos Juros, importante fator na decisão de quando, onde e como investir seu dinheiro, ou adquirir seus bens e serviços. Entendemos porque, nas transações realizadas comumente nos mais variados setores têm-se optado pela Capitalização através dos Juros Compostos e, principalmente, aprendemos como realizar os cálculos necessários para decidir se uma operação financeira nos será vantajosa ou não. Não deixe de se exercitar resolvendo os exercícios propostos, a Matemática é uma questão de prática, por mais que se domine a parte teórica é muito importante colocar os conceitos vistos na ponta do lápis, para aí sim perceber se houve o correto aprendizado do que foi abordado. Engenharia Econômica 42 Não se preocupe com a utilização da HP-12C, pois com o caminhar de nosso curso teremos a oportunidade de observar vários outros exemplos e conceitos sobre esta fascinante ferramenta de auxílio para nossos cálculos financeiros. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Bons Exercícios e até a próxima Unidade! Engenharia Econômica 43 Exercícios – unidade 2 1.Para uma Taxa de Juro expressa ao semestre o valor dos Juros é maior sob qual sistema de Capitalização? a) Sistema de Capitalização Simples para prazos maiores que um semestre b) Sistema de Capitalização Composta para prazos maiores que um semestre c) Sistema de Capitalização Composta para prazos menores que um semestre d) Sistema de Capitalização Composta qualquer que seja o prazo e) Sistema de Capitalização Simples qualquer que seja o prazo 2.Os Juros em Capitalização Simples são sempre iguais ao: a) Prazo multiplicado pela Taxa de Juro e pelo valor do Capital Inicial b) Valor dos Juros somado ao Principal dividido pelo Montante Final c) Valor do Montante Inicial subtraído dos Juros e dividido pelo Capital Inicial d) Prazo multiplicado pela Taxa de Juro e pelo Montante Final e) Prazo multiplicado pela Taxa de Juro e pelo Principal 3.Você fez um empréstimo de $ 8.000,00 a uma Taxa de Juros simples de 12% a.a. (ao ano) a ser pago em três anos. O valor a ser pago é próximo de: a) $ 12.240,00 b) $ 13.240,00 c) $ 10.240,00 Engenharia Econômica 44 d) $ 11.240,00 e) $ 10.880,00 4.E se com estes mesmos valores o empréstimo for feito no Sistema de Capitalização Composta? a) $ 12.240,00 b) $ 13.240,00 c) $ 10.240,00 d) $ 11.240,00 e) $ 10.880,00 5.Se aplicarmos a quantia de $ 50.000,00 pelo prazo de quatro meses, teremos como remuneração desse capital a quantia de $ 4.350,00. Qual é a taxa de juros simples ao mês dessa operação? a) 2,11% a.m. b) 2,18% a.m. c) 8,70% a.m. d) 1,09% a.m. e) 2,18% a.a. 6.No Regime De Capitalização Composta o valor dos Juros é sempre: a) Crescente, mas não é proporcional ao prazo b) Crescente e proporcional ao prazo c) Decrescente, mas não é proporcional ao prazo d) Decrescente e proporcional ao prazo e) Igual ao do Regime de Capitalização Simples Engenharia Econômica 45 7.Uma empresa tomou um empréstimo de dois anos, a uma taxa de juros compostos de 12% ao ano. Sabendo que o valor devolvido após os dois anos foi de $ 500.000,00, então o empréstimo inicial é próximo do valor de: a) $ 358.957,00 b) $ 398.597,00 c) $ 403.226,00 d) $ 446.429,00 e) $ 423.550,00 8.O valor dos juros em Capitalização Composta é igual a: a) O valor do Principal multiplicado por 1 mais a taxa de juros do período b) O valor do Capital Inicial menos o valor do Montante Final c) A taxa de juro por período multiplicado pelo prazo e pelo Capital Inicial d) O valor do Principal multiplicado por 1 menos a taxa de juros do período e) A taxa de juro capitalizada no período multiplicado pelo valor do Capital Inicial Engenharia Econômica 46 9.Ao realizar o cálculo de uma operação, utilizandoJuros Simples, deve-se fazer o adequado ajuste entre tempo e taxa. Se tivermos uma taxa ao mês e o tempo em anos, deve-se colocá-los na mesma unidade. Assim considere um Capital de $ 16.000,00 emprestado a Juros Simples de 18% a.a. pelo período de 30 meses e responda:Qual o juro gerado neste período? 10.Numa aplicação em Caderneta de Poupança, você investiu o valor de $ 5.000,00. Sabe-se que o rendimento mensal dela é de 1%. Quanto você deverá retirar daqui a três meses? Engenharia Econômica 47 Equivalência de capitais 3 Engenharia Econômica 48 Nesta Unidade trataremos de entender como a Matemática Financeira faz para comparar os valores monetários nos mais diferentes tempos. E isso é muito importante, porque como mencionado nas Unidades passadas, o dinheiro tem valor no tempo e não podemos comparar valores nominais em datas distintas. Veremos, pois, o que são Taxas de Juros nominais, equivalentes, efetivas e proporcionais e como elas podem nos explicitar essas diferenças de valor dos “dinheiros” em épocas não coincidentes. Objetivos da unidade: Aprofundar nossos estudos para compreender as ferramentas utilizadas para ‘transportar’ o dinheiro no tempo, atentando para sua valorização ou desvalorização a fim de que possamos realizar as comparações dos valores monetários envolvidos com toda a correção necessária. Plano da unidade: O poder da inflação. Taxas de Juros: Nominal, Real, Efetiva e Equivalente. Taxas de Juros e os Regimes de Capitalização. Operações de Desconto. Descontos simples e compostos. Compras à vista ou em parcelas. Bons estudos! Engenharia Econômica 49 Taxas de juros Na segunda Unidade, em certo momento, mencionamos a questão da Inflação, que é um índice que avalia se em dado período de tempo houve uma desvalorização do poder de compra da moeda nacional. Se houver uma valorização da moeda entende-se que houve Deflação. No caso brasileiro, se houve a desvalorização ou valorização do Real, que é a nossa moeda padrão, ou seja, se ocorreu uma diminuição ou aumento do poder aquisitivo do dinheiro, fazendo com que se precise de mais ou menos dinheiro para a aquisição do mesmo produto. Acompanhe como a inflação atua através do seguinte exemplo: Suponha que um determinado produto custe $ 20,00 e que o salário de um trabalhador seja de $ 2.000,00. Com este salário ele pode comprar 100 produtos, não é mesmo? Acontece que exatamente no mês seguinte, a inflação medida foi de 5%, desta forma aumentando o preço do produto para 20 X 1,05 = $ 21,00, SEM que o reajuste houvesse acontecido também para o salário do trabalhador. Como o produto passou a custar $ 21,00 e o salário manteve-se em $ 2.000,00, o trabalhador somente poderá comprar $ 2.000/21produtos, ou seja, ele somente poderá comprar agora 95,23 produtos, menos do que os 100 produtos que conseguiria comprar antes da inflação. Entendeu? Neste exemplo o poder de compra do salário caiu 100 – 95,23 = 0,0477 = 4,77%. 100 100 Engenharia Econômica 50 E ele já não poderia mais comprar o mesmo número de produtos. A inflação em nosso país é medida e regulamentada pelo Governo Federal, com o auxílio de outras Instituições; e os principais índices são: INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): que verifica o custo de vida médio das famílias com renda entre 1 e 6 salários mínimos residentes nas principais capitais brasileiras. Ele é medido pelo IBGE. Assim como o; IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é tido como o índice oficial do Governo, e que abrange as famílias com ganhos entre 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimento; Há ainda o IGP (Índice Geral de Preços), calculado pela Fundação Getúlio Vargas e o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Fonte: www.brasil.gov.br As relações entre inflação e taxas de juros se referem ao poder de compra da moeda, porque se houver um aumento de preços haverá um aumento da inflação, fazendo com o que o dinheiro equivalente para comprar um bem ou serviço hoje, não seja suficiente em uma data futura. A inflação corresponde a uma Taxa de Juros que mede a desvalorização da moeda a cada período de tempo. Pois então como entender se houve diminuição ou aumento do poder de compra de um mesmo valor nominal em datas distintas no tempo? E como fazer para comparar estes “dinheiros” em momentos diferentes? Essa questão se aplica, pois, pelo fato de como temos visto e podemos intuitivamente concluir, o valor de $ 1.000,00, provavelmente não terá o mesmo poder de compra dali a 12 meses posteriores. Muito por conta da provável e indesejada influência da corrosão causada pela inflação e também pelo fato de as pessoas preferirem ter maior liquidez monetária, ou seja, ter o dinheiro em suas mãos mais cedo ou poupar. Engenharia Econômica 51 Para entendermos esse mecanismo surgem mais uma vez os ensinamentos da Matemática Financeira. Vamos a eles? Uma das grandes virtudes da Matemática Financeira consiste na sua capacidade de comparar valores monetários – também os aparentemente iguais - em épocas distintas. E isso é de importância fundamental para a compreensão dos objetivos de nosso curso. Uma das primeiras formas de se realizar essa comparação é através das taxas de remuneração do Capital, que já conhecemos como Taxas de Juros. As Taxas de Juros são classificadas, diferentemente, de acordo com o tipo de avaliação que será feita, e, principalmente, elas são capazes de definir o tipo de remuneração que sofrerão os investimentos ou prestações, e as diferenças e semelhanças entre os valores monetários. Senão vejamos: Taxa nominal de juros A Taxa Nominal de Juros é empregada no cálculo dos pagamentos e das prestações, e ela é usada para demonstrar os efeitos da inflação no período a ser analisado tendo como base os empréstimos. Exemplificando: suponha que um empréstimo no valor de $ 1.000,00 seja pago ao final de três meses com o valor monetário de $ 1.500,00. O cálculo da taxa nominal de Juros é feito da seguinte maneira: Juros Pagos / Valor nominal do Empréstimo. Juros: $ 1.500,00 - $1.000,00 = $ 500,00 Taxa Nominal de Juros: $ 500 / $ 1.000 = 50% Portanto, a Taxa Nominal de Juros de um empréstimo de $ 1.000,00 que teve como quitação o valor de $ 1.500,00 é de 50%. Cabe salientar que aqui não houve a preocupação em ‘retirar’ o efeito da inflação no resultado final, pois o cálculo efetuado somente considerou que no final do período haveria uma remuneração de 50% e ponto. Engenharia Econômica 52 Taxa real ou efetiva de juros No caso da Taxa Real ou Efetiva de Juros, o efeito inflacionário é desconsiderado, e por este motivo ela tende a ser menor que a Taxa nominal de Juros. A Taxa real é definida como a efetiva remuneração que o investidor deseja alcançar. E o que isso significa? Significa que quando forem realizados os cálculos, deverá se considerar o poder da inflação, ou seja, deverá se ‘retirar’ o percentual que a inflação retirou sobre o poder de compra inicial. E que o resultado alcançado refletirá o verdadeiro percentual que um investidor tem a intenção de resgatar no fim do período, por exemplo. Portanto, imagine que você deseja realizar uma aplicação financeira e obter um ganho REAL de 5% em um prazo de 4 meses. Para que você efetivamente alcance seu objetivo de ter uma remuneração de 5%, quando realizar seus cálculos você terá que saber qual o percentual de inflação que ocorreu neste período e literalmente retirar este percentual (da inflação) do montante final. Mas então como fazer estes cálculos? A Taxa real de juros pode ser calculada pela seguinte expressão matemática: (1+in) = (1+r)X (1+j) onde: in= taxa de juros nominal j= taxa de inflação do período r= taxa real de juros Vamos a um exemplo e seus cálculos: Uma financeira, ao realizar um empréstimo, oferece taxas de pagamento pré-estabelecidas. Se o valor do empréstimo foi de $ 10.000,00, por um prazo de seis meses e vai ser pago com $ 13.000,00, apurando-se neste período um índice de inflação de 3%, qual será a taxa real (ou efetiva) de juros deste empréstimo? Engenharia Econômica 53 Bem, vamos aos cálculos: $ 13.000 - $ 10.000 = $ 3.000,00 – Juros do período $ 3.000 / $ 10.000,00 = 30% = taxa de juro nominal = in = 0,3 Taxa de inflação do período = 3% = 3/100 = j = 0,03 Utilizando-se a fórmula: (1+in) = (1+r) X (1+j), teremos: (1+0,3)= (1+r) X (1+0,03) (1,3) = (1+r) X (1,03) 1,3= 1,03+1,03r 1,3-1,03 = 1,03r 0,27 = 1,03r r = 0,27/1,03 r = 0,2621, ou seja, r = 26,21% Esse resultado significa que a taxa de juros que na realidade foi alcançada é de 26,21% e não a de 30% como inicialmente parecia. Esse comentário é importante pelo fato de que normalmente quando realizamos nossas operações financeiras diariamente não nos atentamos para o fato de que o dinheiro está sendo corroído pela inflação. Então, mais uma vez, na realidade a financeira ganhará 26,21% em cima do valor inicialmente emprestado e não 30% como sugeriam os valores iniciais. Engenharia Econômica 54 Equivalência entre as taxas de juros em juros simples Para inicialmente compreendermos a diferença que ocorre com as taxas equivalentes entre os regimes de capitalização, vamos voltar aos juros simples. No sistema de capitalização pelos juros simples pode-se dizer que existe uma correlação direta entre as taxas de juros correspondentes a um período maior com aquela referente a frações inteiras deste mesmo período. Ou seja, se temos uma taxa de juros anual de 12%, a respectiva taxa de juros mensal será de 1%, resultado da divisão de 12% por 12 meses. Isso ocorre, porque neste sistema os juros sempre incidem sobre o mesmo capital inicial, ocasionando uma relação direta entre essas duas taxas de juros, como as do exemplo. Assim como o seria se quiséssemos saber qual a taxa bimestral com uma taxa anual de 12%. Simples, devemos dividir 12% por seis períodos de capitalização, já que a remuneração ocorre bimestralmente, correto? Então, teremos uma taxa de juros bimestral de 2%, que será equivalente tanto com a taxa anual de 12%, como com a taxa mensal de 1%. Diz-se, portanto que estas taxas são Taxas Equivalentes. Duas taxas de juros são tidas como equivalentes quando elas produzem juros iguais depois de aplicados a um mesmo volume de capital e elas estão sujeitas a diferentes períodos de capitalização. No sistema de juros simples, como demonstrado anteriormente, se aplicarmos certo valor a taxa de 2% ao mês, ela produzirá em doze meses o mesmo valor de uma aplicação realizada num único período com sua respectiva taxa equivalente para os doze meses. Por exemplo: se tivermos um valor inicial de $ 1.000,00 e aplicarmos por doze meses a uma taxa de 2% teremos ao final o seguinte valor: J= C X i X n (lembram) = $1.000,00 X 0,02 X 12, o que resulta num juro de $ 240,00, não é mesmo? Se fizermos a conta J= C X i X n, para i (taxa de juros ao ano) = 24% e n (período de capitalização) = 1, teremos J= $ 1.000,00 X 0,24 X 1, o valor encontrado resultará nos mesmos $ 240,00 de juros. O que nos prova que as taxas apresentadas são equivalentes no regime de capitalização por juros simples. Engenharia Econômica 55 Taxas de juros equivalentes em juros compostos As Taxas de Juros equivalentes no sistema de juros compostos, diferentemente do que acontece no caso do sistema de capitalização pelos juros simples não proporcionam uma relação direta entre as taxas de juros de períodos que representem uma fração inteira do período maior. Isso acontece porque no regime de capitalização pelos juros compostos, a incorporação dos juros é realizada imediatamente após seu cálculo, apurando-se logo em seguida o novo montante, o qual servirá como base para o novo cálculo dos juros. Por isso o regime ser conhecido como de juros sobre juros. Portanto se deve ter muito cuidado com o cálculo das taxas proporcionais no regime dos juros compostos porque, mais uma vez, diferentemente dos juros simples que apresentam uma relação direta, o mesmo não ocorre com este sistema. Uma expressão matemática que nos fornece a equivalência entre duas taxas equivalentes no regime de juros compostos é expressa da seguinte forma: (1 + ia) = (1 + p)n, onde: ia= taxa anual de juros p= taxa do período n= número de períodos Vejamos um exemplo prático para auxiliar em nosso entendimento da diferença entre os dois regimes: Qual a taxa de juros anual equivalente a 2% ao mês. Cabe aqui relatar uma convenção que existe em Finanças: todas as vezes em que não se mencionar qual o regime de capitalização na questão proposta, adota- se que este regime é o de Juros Compostos. Portanto, se não vier escrito que a questão é de juros simples, automaticamente se admite que ela se trate de um cálculo com juros compostos. Engenharia Econômica 56 Temos então: 2% = 2/100 = 0,02 n = 12 períodos de capitalização Utilizando-se a fórmula: (1+ ia) = (1+ p)n, teremos: (1+ ia)= (1+0,02)12 (1+ ia) = (1,02)12 (1+ ia) = 1,2682 ia= 1,2682 - 1 ia= 0,2682 ia = 0,2682, ou seja, ia = 26,82% Portanto, a taxa anual equivalente a 2% mensais no regime de juros compostos é de 26,28% e não de 24% (que resultaria da conta 2% X 12 meses) como o é no regime de juros simples. Repare que obviamente o valor nos juros compostos é maior, pois como sempre foi comentado este regime é auferido na modalidade de juros sobre juros. Caso seja necessário converter outras taxas, utilize as seguintes expressões de acordo com a conversão entre os períodos desejados: (1+ im) = (1+ d)30, onde 1 mês = 30dias (1+ ia) = (1+ b)6, onde 1 ano = 6 bimestres (1+ ia) = (1+ s)2, onde 1 ano = 2 semestres (1+ is) = (1+ m)6, onde 1 semestre = 6 meses Repare que as fórmulas para as conversões na verdade podem ser ilimitadas, bastando saber a relação que ocorrerá entre os períodos a serem analisados. Engenharia Econômica 57 Na vida prática, o que acabamos de ver no item anterior, faz uma diferença enorme. Pois normalmente as pessoas imaginam que se forem pagar uma prestação em que determina loja, por exemplo, menciona que os juros mensais são de ‘somente’ 2% ao mês, automaticamente imaginamos que vamos pagar 24% no ano. Entretanto, como vimos não é bem assim, a verdade é que pagaremos uma taxa anual de 26,82%, ou seja, 2,82% a mais do que inicialmente imaginávamos. E é neste momento que as pessoas são literalmente ludibriadas. Fiquem atentos e façam seus cálculos para não passarem por isso! Operações de desconto Outra operação financeira que é muito comum de ser realizada no mercado financeiro e que é de fundamental importância para o entendimento da Engenharia Econômica é denominada de desconto ou de deságio em transações financeiras. Desconto simples comercial Quando uma pessoa decide comprar algo de que necessita sem que realize o efetivo pagamento à vista, automaticamente ela contrai uma dívida que gera para o seu credor (a pessoa que emprestou os valores monetários) um título de crédito, e que representa para a pessoa anterior uma obrigação. Ou de outra feita, determinada pessoa desejando fazer uma aplicação financeira, poderá ter como forma de comprovação desta operação os mesmos títulos. Normalmente, estes títulos possuem datas de vencimento que são pré- determinadas, mas que sobremaneira, não impedem que a pessoa realize o seu pagamento ou venda antes de seu vencimento. Caso ocorra esta antecipação no pagamento, haverá um abatimento queé mais conhecido como desconto. Vários são os produtos financeiros utilizados nestas operações, como por exemplo: a duplicata, a nota promissória, as letras de câmbio, entre outros. E todos apresentam algumas características em comum: Engenharia Econômica 58 Dia do vencimento: dia estabelecido para o vencimento do título Tempo ou prazo: diferença entre o dia do vencimento e o dia de negociação, que pode ou não ser o dia do lançamento. Valor Nominal ou Valor de Face: valor mostrado na face do título e que deve ser pago no dia de seu vencimento. Valor Atual: valor a ser pago ou recebido em data anterior ao desconto, caso ocorra uma negociação para quitação do valor antes do prazo de vencimento. Importante! Aspecto a ressaltar para o decorrer de nossa abordagem na Engenharia Econômica é a possibilidade de negociação destes títulos de forma antecipada, pois se uma instituição financeira faz jus em receber juros pelo fato de disponibilizar capital para quem necessita; também é correto que o devedor tenha algum benefício se o pagamento de sua dívida ocorrer de forma antecipada. Para embasar alguns ensinamentos que serão abordados posteriormente, é necessário atentar para o fato de que os juros e os descontos se regem pelo mesmo princípio, que por várias vezes foi comentado nesta obra, de que o dinheiro tem valor no tempo. E por isso, se um devedor adia um pagamento ele deve pagar por isso, através da cobrança de juros; e se ele o antecipa merece receber algum desconto. Atentando para o fato de que o ferramental disponibilizado pela Matemática Financeira é importantíssimo para obtenção dos corretos valores nestas operações financeiras. Engenharia Econômica 59 Desconto composto racional O mecanismo utilizado atualmente no sistema financeiro é o do juro composto, pois é este o que quase sempre proporciona uma melhor rentabilidade para o dono do Capital; obviamente que para quem tem que pagar uma dívida o sistema de juros simples seria mais adequado, mas não é o caso. Conforme pudemos ver nos sistemas de capitalização, ao realizarmos uma aplicação financeira, nosso dinheiro é submetido a um fator de capitalização, que denominamos de taxas de juros, lembra-se? Este fator irá remunerar este capital de acordo com o período da aplicação. Já nas situações de desconto, o que acontece é o efeito contrário, ao invés de ocorrer uma remuneração do capital, que conhecemos melhor como capitalização, o valor da aplicação sofrerá um processo de descapitalização, ou seja, com a antecipação do pagamento ocorrerá um desconto no valor previamente estabelecido. E se as remunerações são feitas, normalmente, através dos juros compostos, as descapitalizações também devem obedecer ao mesmo critério. Comprar à vista ou em parcelas Quando se decide adquirir determinado produto ou serviço, o consumidor tem outra decisão importante a tomar, se vai comprá-lo à vista ou parcelado. A venda a prazo é uma opção para quem não pode ou não quer desembolsar de uma só vez o valor total de sua compra. Nesse tipo de negociação as empresas financiadoras cobram os Juros baseadas no valor do bem ou do serviço e costumam embuti-los no valor das prestações. Dessa forma, deve-se tomar muito cuidado com as Taxas de Juros utilizadas pelas empresas, pois o valor a ser pago em Juros pode ser bem maior do que aquele aparentemente expresso nas vitrines das lojas, ou o consumidor pode ter alternativas melhores do ponto de vista financeiro. Engenharia Econômica 60 Vamos realizar um comparativo diante da seguinte situação: Um computador está sendo vendido por uma loja à vista pelo valor de $ 1.200,00 ou ele pode ser pago em 5 prestações mensais de $ 260,00 cada. Um consumidor até possui o dinheiro para o pagamento à vista, no entanto ele está na dúvida entre comprar o equipamento nesta modalidade ou investir seu dinheiro em uma aplicação financeira de um banco que lhe promete o rendimento mensal de 1,5%, e ir pagando o bem em parcelas. Desta forma qual é a melhor opção, comprar à vista ou investir o dinheiro e comprar a prazo? Observe a simulação na planilha a seguir: Mês Compra Saldo Inicial Juros Retirada Saldo Final 1.200,00 0,00 0,00 0,00 1 1.200,00 0,015*1200,00 = 18,00 - 260,00 958,00 2 958,00 0,015*958,00 = 14,37 - 260,00 712,37 3 712,37 0,015*712,37 = 10,68 - 260,00 463,05 4 463,05 0,015*463,05 = 6,94 - 260,00 209,99 5 209,99 0,015*209,99 = 3,14 - 260,00 -46,87 Elaborada pelo Autor O que pode ser constatado através dos cálculos demonstrados na planilha é que o pagamento à vista é mais vantajoso para o consumidor, visto que se ele realizasse o investimento no banco, e alcançasse a remuneração acordada para cada mês, ele ainda teria que desembolsar $ 46,87 para quitar a última prestação para aquisição do computador. Engenharia Econômica 61 Nesta Unidade foram apresentados para você como as Taxas de Juros se relacionam entre si e entre os períodos de capitalização, tanto para os juros simples, quanto para os Juros compostos. Percebemos, obviamente, que na modalidade dos Juros compostos a equivalência entre as taxas acontece diferentemente do que ocorre com os juros simples, onde existe uma relação direta e os cálculos são mais fáceis de realizar. Normalmente nas operações financeiras que realizamos em nosso dia a dia não nos atentamos para essa diferença e é aí que os donos do Capital se beneficiam, pois se não tivermos este conhecimento, continuaremos a acreditar que pagaremos as dívidas em um valor menor do que realmente acontece. Vimos também que o processo reverso da capitalização é a descapitalização. E esse conceito é muito importante para o prosseguimento de nossas abordagens, pois como veremos mais tarde as comparações que serão feitas requerem o conhecimento de como o dinheiro pode ‘caminhar’ durante o tempo para que possamos compará-lo. Mais uma vez, não deixe de se exercitar resolvendo os exercícios propostos, a Matemática é uma questão de prática, e por mais que se domine a parte teórica é muito importante colocar os conceitos vistos na ponta do lápis, para aí sim perceber se houve o correto aprendizado do que foi abordado. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Bons Exercícios e até a próxima Unidade! Engenharia Econômica 62 Exercícios – unidade 3 1.Uma duplicata de seis meses de valor nominal igual a $ 200.000,00 foi descontado sob o regime de juros simples a uma taxa de desconto igual a 20% ao ano. Neste caso, o valor remanescente já descontado é de: a) $ 160.000,00 b) $ 180.000,00 c) $ 220.000,00 d) $ 181.800,00 e) $ 190.000,00 2.Para uma periodicidade de capitalização de juro menor que um ano, a comparação de uma taxa nominal ao ano com a equivalente taxa efetiva (ou real) ao ano aponta que: a) A taxa nominal é sempre maior que a taxa efetiva. b) A taxa nominal é sempre menor que a taxa efetiva. c) A taxa nominal é sempre igual à taxa efetiva. d) Dependendo do prazo a taxa nominal pode ser maior que a efetiva. e) Não se podem comparar as duas taxas. Engenharia Econômica 63 3.A taxa nominal ao ano de uma operação de empréstimo: a) Sempre indica o real custo da operação de empréstimo. b) Indica o real custo da operação de empréstimo apenas se esta tiver prazo de um mês. c) Indica o real custo da operação de empréstimo apenas se a frequência de capitalização for igual a 2. d) É igual a taxa nominal mensal de uma operação de empréstimo. e) Nunca indica o real custo da operação de empréstimo. 4.Considere uma taxa nominal de 19% ao ano e sua respectiva taxa real de 20,75% ao ano. Neste caso, a capitalização
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