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Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 1 x x Planejamento e Controle da Produção - PCP Felipe Cerchiareto Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 2 x x2 Cap 3.1 – Planejamento Estratégico da Produção Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 3 x x Planejamento Estratégico da Produção Para efetuar um planejamento estratégico, a empresa deve entender os limites de suas forças e habilidades no relacionamento com o meio, de maneira a criar vantagens competitivas em relação à concorrência, aproveitando-se de todas as situações que lhe trouxerem ganhos. Planejar estrategicamente consiste em gerar condições para que as empresas possam decidir rapidamente perante oportunidades e ameaças, otimizando suas vantagens competitivas em relação ao ambiente de concorrência em que atuam, garantindo sua perpetuação no tempo. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 4 x x Missão/Visão Corporativa Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estratégia Funcional Finanças Marketing Produção Plano Financeiro Plano de Marketing Plano de Produção Táticas Funcionais Operações Funcionais Planejamento Estratégico da Produção Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 5 x x Missão e Visão Corporativa São as bases sobre as quais a empresa está constituída, razão de sua existência. Fazem parte desta questão: Definição clara de qual é o seu negócio atual, ou seja, sua missão, e qual deverá ser no futuro,ou seja, sua visão, bem como a filosofia gerencial da empresa para administrá-lo e expandi-lo no futuro. Uma vez definidas a missão e a visão da empresa, os gerentes poderão criar um padrão de decisões para todos os níveis hierárquicos da empresa. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 6 x x Missão/Visão Corporativa Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estratégia Funcional Finanças Marketing Produção Plano Financeiro Plano de Marketing Plano de Produção Táticas Funcionais Operações Funcionais Planejamento Estratégico da Produção Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 7 x x Estratégia Corporativa Define as áreas de negócios em que a empresa deverá atuar, e como a mesma deverá adquirir e priorizar os recursos corporativos no sentido de atender as reivindicações de cada unidade de negócios. É a estratégia corporativa que faz com que os diversos negócios da empresa tenham um sentido comum, evitando superposições e estimulando colaborações entre as unidades de negócios de maneira que as mesmas obtenham resultados superiores à mera soma dos resultados individuais. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 8 x x8 Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 9 x x Missão/Visão Corporativa Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estratégia Funcional Finanças Marketing Produção Plano Financeiro Plano de Marketing Plano de Produção Táticas Funcionais Operações Funcionais Planejamento Estratégico da Produção Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 10 x x Estratégia Competitiva A estratégia competitiva, ou estratégia da unidade de negócios, propõem as bases nas quais os diferentes negócios da empresa irão competir no mercado, suas metas de desempenho, e as estratégias que serão formuladas para as várias áreas funcionais do negócio, no sentido de suportar a competição e buscar tais metas. Dependendo da estrutura corporativa, as unidades de negócios podem ser divisões do grupo, empresas em particular, unidades fabris, ou mais recentemente, dentro da idéia de produção focalizada, minifábricas dentro da fábrica. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 11 x x Estratégia Competitiva A melhor relação entre margem de lucro e volume vendido definirá a escolha por determinada estratégia competitiva. Em teoria existem três estratégias genéricas de margem/volume que podem ser empregadas pelas empresas na competição pelo mercado: liderança de custos, diferenciação e focalização. Elas definirão como o sistema produtivo irá atuar. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 12 x x Sistemas Produtivos e Estratégias Básicas Estratégias Competitivas Liderança de Custos Diferenciação Focalização Sistemas Produtivos Contínuos Em Massa Em Lotes Sob Encomenda Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 13 x x Estratégia Competitiva Na liderança de custos a empresa deverá buscar a produção ao menor custo possível, podendo com isto praticar os menores preços do mercado e aumentar o volume de vendas. A produção em grande escala com redução de custos fixos, a experiência adquirida, a padronização dos produtos e métodos que permite certa automatização, a facilidade de acesso aos mercados fornecedores e compradores são algumas das características necessárias para se competir dentro desta estratégia. Ela é aplicada em sistemas produtivos do tipo contínuos e em massa. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 14 x x Estratégia Competitiva Na estratégia de diferenciação se busca a exclusividade em alguma característica do produto que seja mais valorizada pelos clientes. Neste sentido, não desprezando as questões referentes a custo, pode-se trabalhar em cima da qualidade do produto, da imagem da marca, da assistência técnica, da entrega imediata e pontual, etc., procurando diferenciar seus produtos e com isto obter uma margem maior de lucro. Esta estratégia é praticada em sistemas de produção repetitivos em lotes. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 15 x x Estratégia Competitiva Já na terceira estratégia, a de focalização, a empresa deverá focar suas habilidades em um determinado grupo de clientes e com isto atendê-los melhor do que os demais competidores do mercado oferecendo-lhes exclusividade no projeto do produto. É a estratégia aplicada aos sistemas de produção sob encomenda. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 16 x x Estratégia Competitiva Na prática esta dicotomia pode não ocorrer tão fácil assim dado que um sistema produtivo pode estar atendendo diferentes mercados simultaneamente. por exemplo, uma cerâmica que usa sua linha de produção para fazer pisos que são colocados no mercado dentro de uma coleção pré-formatada e, com a mesma linha de produção, atende aos pedidos especiais de grandes construtoras sob projeto. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 17 x x Estratégia Competitiva Outro ponto a considerar é de que as empresas podem dividir seus negócios por tipo de sistema produtivo, geralmente separando a linha de montagem (produção em massa) da fabricação de componentes (produção em lotes) para essa linha. Neste sentido, a unidade de negócios “linha” tem liberdade de comprar seus componentes de qualquer fornecedor que lhe seja mais vantajoso (foco na redução de custos), assim como, a unidade de negócios “componentes” pode vender seus produtos para clientes de fora da corporação. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 18 x x 18 Estratégia Competitiva De qualquer forma, o equacionamento destas estratégias de competição deve ser feito à luz do posicionamento dos concorrentes diretos e indiretos que atuam no mercado, conhecidos como as cinco forças competitivas de Porter: 1. Rivalidade entre as empresas concorrentes 2. Ameaça de novos entrantes potenciais 3. Ameaça de produtos substitutos 4. Poder de barganha dos clientes 5. Poder de barganha dos fornecedores A escolha da melhor estratégia competitiva inclui a avaliação destas forças e o seu impacto sobre o desempenho das alternativas de custo/volume disponíveis à empresa. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 19 x x 19 Estratégia Competitiva A visão de confronto de forças entre clientese fornecedores foi substituída pela cooperação dentro da cadeia produtiva, com a melhora do relacionamento entre os elos desta cadeia, e pode ser considerado o chamado sistema “ganha-ganha” da manufatura enxuta, onde, por exemplo, um relacionamento de longo prazo com um fornecedor irá permitir a aplicação de técnicas que levem a redução dos custos de logística da cadeia como um todo. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 20 x x Planejamento Estratégico da Produção Missão/Visão Corporativa Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estratégia Funcional Finanças Marketing Produção Plano Financeiro Plano de Marketing Plano de Produção Táticas Funcionais Operações Funcionais 3 grandes grupos de Estratégias Funcionais Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 21 x x Estratégia Produtiva Consiste na definição de um conjunto de políticas, no âmbito da função de produção, que dá sustento à posição competitiva da unidade de negócios da empresa. Deve especificar como a produção irá suportar uma vantagem competitiva, e como ela irá complementar e apoiar as demais estratégias funcionais. A definição de uma estratégia produtiva baseia-se em dois pontos chaves: 1. Critérios de desempenho, 2. Política para as diferentes áreas de decisões da produção. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 22 x x Estratégia Produtiva Critérios de Desempenho Custo Qualidade Desempenho de Entrega Flexibilidade Ético-Social Áreas de Decisão Instalações Capacidade de Produção Tecnologia Integração Vertical Etc. Políticas da Produção Uma estratégia de produção consiste em estabelecer o grau de importância relativa entre os critérios de desempenho, e formular políticas consistentes com esta priorização para as diversas áreas de decisão. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 23 x x Estratégia Produtiva Critérios Descrição Custo Produzir bens/serviços a um custo mais baixo do que a concorrência. Qualidade Produzir bens/serviços com desempenho de qualidade mais alto do que a concorrência. Entrega Ter confiabilidade e velocidade nos prazos de entrega dos bens/serviços melhores que a concorrência. Flexibilidade Ser capaz de reagir de forma rápida a eventos repentinos e inesperados Ético-Social Produzir bens/serviços respeitando a ética nos negócios e a sociedade em geral. Grupos de critérios de desempenho: Deve-se estabelecer quais critérios de desempenho relevantes para a empresa, e suas prioridades. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 24 x x Estratégia Produtiva Áreas de Decisão Descrição das decisões a ser tomadas Instalações Qual a localização geográfica, tamanho, volume e mix de produção, que grau de especialização, arranjo físico e forma de manutenção. Capacidade de Produção Qual seu nível, como obtê-la e como incrementá-la. Tecnologia Quais equipamentos e sistemas, com que grau de automação e flexibilidade, como atualizá-la e disseminá-la. Integração Vertical O que a empresa produzirá internamente, o que comprará de terceiros, e qual política implementar com fornecedores Organização Qual a estrutura organizacional, nível de centralização, formas de comunicação e controles das atividades. Recursos Humanos Como recrutar, selecionar, contratar, desenvolver, avaliar, motivar e remunerar a mão de obra. Qualidade Atribuição de responsabilidades, que controles, normas e ferramentas de decisões empregar, quais os padrões e formas de comparação. Planejamento e Controle da Produção Que sistema de PCP empregar, que política de compras e estoques, que nível de informatização das informações, que ritmo de produção manter e formas de controles. Novos Produtos Com que freqüência lançar e desenvolver produtos e qual a relação entre produtos e processos. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 25 x x Estratégia Produtiva A formulação e implementação de uma estratégia de produção deve dar consistência e coerência ao conjunto das decisões. Ex: Empresa A - prioriza o critério de flexibilidade - políticas de instalações, capacidade de produção e tecnologia devem privilegiar equipamentos que permitam a produção econômica de pequenos lotes, com setups rápidos; Empresa B - busca o critério redução de custos – políticas voltadas para grandes instalações automatizadas, onde o ritmo de produção pode ser acelerado pela fabricação de grandes lotes homogêneos. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 26 x x Estratégia Produtiva As decisões estratégicas devem ser entendidas como um processo dinâmico, sofrendo alterações conforme o mercado e a concorrência forem se posicionando. Para mercado com alta demanda, a empresa B estaria em vantagem devido ao seu critério de baixo custo de produção, mas em mercados de baixa demanda, a empresa A teria vantagem pois conseguiria atender com pequenos lotes produtivos. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 27 x x27 Eficácia dos Sistemas Produtivos Demanda Sistemas de Produção Contínuos/Em Massa Repetitivo em Lotes Sob Encomenda Grande Volume Baixa Variedade Eficaz Custos Variáveis Altos Custos Variáveis Altos Médio Volume Média Variedade Custos Fixos/Estoques Altos Eficaz Custos Variáveis Altos Pequeno Volume Grande Variedade Custos Fixos/Estoques Altos Custos Fixos/Estoques Altos Eficaz Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 28 x x Estratégia Produtiva Ou seja, a decisão estratégica de um determinado momento é resultado da missão atual e da visão futura da posição competitiva que a empresa deve seguir. Qual a melhor alternativa, empresa A ou B? Só o tempo dirá! A melhor alternativa é aquela que trouxer um bom resultado para o momento, prejudicando o mínimo possível as alternativas futuras. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 29 x x Planejamento da Produção Missão/Visão Corporativa Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estratégia Funcional Finanças Marketing Produção Plano Financeiro Plano de Marketing Plano de Produção Táticas Funcionais Operações Funcionais Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 30 x x Plano de Produção Como resultado das decisões estratégicas, no âmbito da produção é elaborado um plano de longo prazo, que tem por meta direcionar os recursos produtivos no sentido das estratégias escolhidas. Este plano servirá de base para equacionar os níveis de produção e compras, estoques, recursos humanos, máquinas e instalações necessários para atender a demanda prevista de bens e serviços. É realizado em consonância com as áreas de Finanças e Marketing, envolvendo negociações com relação aos recursos financeiros (plano financeiro) e esforços de marketing (plano de marketing). Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 31 x x Plano de Produção Como o plano de produção trabalha com um horizonte de longo prazo, onde as incertezas são grandes, há necessidade de desenvolver uma dinâmica de replanejamento que seja empregada sempre que uma variável importante do plano se alterar substancialmente. A nível tático, o plano de produção servirá de base para desenvolver o planejamento mestre da produção, onde as informações serão desmembradas; Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 32 x x Plano de Produção Os dados de demanda que entram no planejamento agregado não são simples projeção da demanda passada (previsão); são também metas de vendas, também baseadas em dados históricos e no conhecimento do pessoal de marketing. Há uma série de informações necessárias para a elaboração de um plano: Recursos = Equipamentos, instalações, força de trabalho, taxa de produção. Previsão da demanda = Demanda prevista para as famílias de itens. Políticas alternativas = Sub-contratações,turno extras, postergar a produção, estoques, etc. Dados de custos = Produção normal, armazenagem, sub-contratações, turno extra, etc. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 33 x x Plano de Produção Para dar início ao planejamento agregado, é importante que fiquem claros os objetivos estratégicos da empresa. Além do objetivo de maximizar o lucro, outros objetivos estratégicos devem ser levados em conta: - Bom atendimento ao cliente (capacidade de reserva); - Melhoria da qualidade dos produtos (manutenção, menor rotatividade de pessoal, folga na capacidade etc); - Orientação para responsabilidade social; - Nível de terceirização; - Nível e relacionamento com fornecedores. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 34 x x Entradas para o Plano de Produção Ao traçarmos os rumos estratégicos da produção, decidindo em cima das variáveis que influenciam na taxa de demanda e de produção, nós temos três grupos de alternativas básicas que poderão ser seguidas: 1. Manter uma taxa de produção constante (estratégia nivelada); 2. Manter uma taxa de produção casada com a demanda (estratégia seguidora); 3. Variar a taxa de produção em patamares. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 35 x x Entradas para o Plano de Produção 0 5 10 15 20 25 30 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Períodos Q u an ti d a d es Produção Vendas Manter uma taxa de produção constante: independente das variações previstas na demanda, se mantém um plano de produção com níveis constante (Médio). Ritmo produtivo constante; Custo de estoque elevado; Preocupação com estoque perecível ou com baixa validade. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 36 x x Entradas para o Plano de Produção 0 5 10 15 20 25 30 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Períodos Q u a n ti d a d es Produção Vendas Manter um ritmo de produção acompanhando a demanda: busca evitar estoques através da flexibilização da produção. Alternativa indicada para sistemas produtivos direcionados a bens ou serviços perecíveis, ou que exijam a presença do consumidor no momento de sua execução. A variação da produção gera custos de contratação e demissão de mão de obra, turnos extras, terceirizações, etc, que podem ser altos e devem ser empregados com cautela. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 37 x x Entradas para o Plano de Produção 0 5 10 15 20 25 30 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Períodos Q u an ti d ad es Produção Vendas Variar a taxa de produção em patamares: é a mais empregada na prática e consiste na combinação das duas alternativas anteriores, onde se procura acompanhar a demanda alterando-se a taxa de produção em patamares de tempo que permitam certo ritmo de produção e reduzam os níveis de estoques. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 38 x x Montagem e Análise do Plano Algumas técnicas para elaboração de planos de produção, dado um conjunto de restrições, procuram soluções via aplicação de algoritmos, ou se aproveitam da experiência dos planejadores na tomada de decisões. De uma forma geral, pode-se dividi-las em duas categorias: 1. as técnicas matemáticas; 2. as técnicas informais de tentativa e erro. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 39 x x Montagem e Análise do Plano As técnicas informais de tentativa e erro são mais usadas e empregam tabelas e gráficos para visualizar as situações planejadas e permitir ao tomador de decisão decidir pela mais viável. O objetivo é gerar um plano de produção que atenda aos objetivos estratégicos da empresa, ao menor custo, e que minimize os riscos da empresa. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 40 x x Preparando o Plano de Produção Os passos básicos para gerar um plano de produção são os seguintes: 1. Agrupar os produtos em famílias afins; 2. Estabelecer o horizonte e os períodos de tempo a serem incluídos no plano; 3. Determinar a previsão da demanda destas famílias para os períodos, no horizonte de planejamento; 4. Determinar a capacidade de produção pretendida por período, para cada alternativa disponível (turno normal, turno extra, subcontratações, etc.); Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 41 x x Preparando o Plano de Produção 5. Definir as políticas de produção e estoques que balizarão o plano (por exemplo: manter um estoque de segurança de 10% da demanda, não atrasar entregas, ou buscar estabilidade para a mão-de-obra para pelo menos 6 meses, etc.); 6. Desenvolver planos de produção alternativos e calcular os custos decorrentes; 7. Analisar as restrições de capacidade produtiva; 8. Eleger o plano mais viável estrategicamente. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 42 x x Plano de Produção - Exemplo Desenvolver um plano de produção de uma família de produtos, para os próximos dois anos com períodos trimestrais. Os dados de estoques, previsão de demanda e custos são os seguintes: Vamos supor que a estratégia adotada seja de manter a capacidade produtiva constante de 250 unidades (2000/8 = 250) por trimestre, e utilizar os estoques para absorver as variações da demanda. Nesta primeira alternativa de plano vamos admitir atrasos e transferências de entregas para os períodos seguintes. Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000 Estoque inicial = 50 Custos: Produtivos: Turno normal = $4 por unid. Turno extra = $6 por unid. Subcontratação = $10 por unid. De estocagem: $2 por unid. por trim. sobre o estoque médio De atraso na entrega: $20 por unid. por trim. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 43 x x Plano de Produção - Exemplo Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000 Produção: Normal 250 250 250 250 250 250 250 250 2000 T. extra Subcontr. Prod - Dem 50 50 50 (50) (150) (50) 50 50 0 Estoques: Inicial 50 100 150 200 150 0 0 0 Final 100 150 200 150 0 0 0 50 Médio 75 125 175 175 75 0 0 25 650 Atrasos 0 0 0 0 0 50 0 0 50 Custos $ Produção: Normal 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 8000 T. extra Subcontr. Estoques 150 250 350 350 150 0 0 50 1300 Atrasos 0 0 0 0 0 1000 0 0 1000 Total $ 1150 1250 1350 1350 1150 2000 1000 1050 10300 $4 – $6 – $10 – $2 – $20 – (Inicial+final)/2 Admite-se variáveis como turnos extras ou subcontratação de até X unidades, liberar ou não o atraso na entrega sem custo adicional e etc, a depender do tipo de cliente. + = Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 44 x x Análise da Capacidade de Produção Capacidade é quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos numa unidade produtiva, num intervalo de tempo. Exemplo: Um determinado departamento de montagem de uma empresa possui 5 empregados, trabalhando 8 horas diárias, realizando a montagem de um componente à razão de 20 montagens por hora e por empregado, a capacidade do departamento, expressa em n° de montagens por dia: (5 empregados) X (8 horas/dia) X (20 montagens/hora/empregado) = 800 montagens/dia Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 45 x x Análise da Capacidade de Produção O planejamento estratégico da produção deve se preocupar em balancear os recursos produtivos de forma a atender a demanda com uma carga adequada para os recursos da empresa. Se os recursos disponíveis e previstos não forem suficientes, mais recursos deverão ser planejados, ou o plano reduzido. Se os recursos forem excessivos e gerarem ociosidade, a demanda planejada no plano poderá ser aumentada, ou os recursos excessivos poderão ser dispensados e transformados em capital. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 46 x x Análise da Capacidade de Produção Exemplo:Uma loja pode estar dimensionada para atender a 200 clientes em média por dia, mas no momento, está atendendo a apenas 120. Capacidade % atual = 120/200 *(100) = 60% A capacidade de atendimento de 200 clientes por dia foi definida levando- se em conta 8 horas diárias de trabalho, com 10 atendentes e supondo-se que cada um atenderia a 5 clientes a cada 2h. O que precisaria para aumentar a capacidade de atendimento para 220 (110% de sua capacidade)? Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 47 x x Análise da Capacidade de Produção Muitos fatores interferem na capacidade produtiva. Para aumentá-la ou diminuí-la, deveremos trabalhar ao menos um dos fatores: Instalações Composição dos Produtos ou Serviços O Projeto do Processo de Produção Fatores Humanos Fatores Operacionais Fatores Externos Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 48 x x Análise da Capacidade de Produção Planejamento de Equipamento e Mão-de-obra - é preciso que se analise cada um dos itens que serão produzidos e as operações envolvidas. Estima-se o tempo de processamento “t” para cada operação e a eficiência “e” da operação (fração de tempo em que o equipamento realmente opera). .)()/()(min/60 .)º(.)(min/ 60 eficemáquinahorashhora opernNopert he tN m Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 49 x x Análise da Capacidade de Produção Exemplo: Uma peça deve passar por três diferentes operações O1, O2 e O3, a serem processadas em três máquinas M1, M2 e M3, com os seguintes tempos: As máquinas estão disponíveis para utilização durante um turno diário de 8 horas. Existe por outro lado a necessidade de se processar 5000 peças por dia. Determinar o número de máquinas de cada tipo que deve ser alocado às operações, assumindo que essas máquinas estarão paradas 10% do tempo para reparos e manutenção. Operação Máquina Duração (min) O1 M1 0,48 O2 M2 0,10 O3 M3 0,24 Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 50 x x Análise da Capacidade de Produção Solução: N = número de operações = número de peças = 5000 e = eficiência = 0,9 (10% do tempo é de paradas) Número de Máquinas 1: Número de Máquinas 2: Número de Máquinas 3: 2,1 )90,0)(8(60 )5000)(10,0( 60 he tN m 8,2 )90,0)(8(60 )5000)(24,0( 60 he tN m 6,5 )90,0)(8(60 )5000)(48,0( 60 he tN m Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 51 x x Exemplo Com as informações obtidas acerca da necessidade, em horas, de capacidade para cada grupo de recursos, podemos agora comparar e analisar estes valores frente à disponibilidade atual dos recursos, e frente à possibilidade de alteração destes valores procurando adequá- los ao plano previsto. O Importante do planejamento estratégico da produção e da elaboração de um plano de produção para o longo prazo reside no fato de visualizarmos o futuro e prepararmos a empresa para o mesmo. Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo 52 x x52 Obrigado! Felipe Cerchiareto felipecerchi@gmail.com
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