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Caso 5

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(OAB – XXI Exame Unificado) O prefeito do Município Sigma envia projeto de lei ao Poder Legislativo municipal, que fixa o valor do subsídio do chefe do Poder Executivo em idêntico valor ao subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Tal projeto é aprovado pela Câmara de Vereadores e sancionado pelo Chefe do Poder Executivo. No dia seguinte ao da publicação da referida norma municipal, o vereador José, do município Sigma, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, a fim de que fosse tal lei declarada inconstitucional. Diante do exposto, responda aos itens a seguir. 
a) Há vício de inconstitucionalidade na norma municipal? Justifique. 
 Há vício formal subjetivo de inconstitucionalidade, tendo em vista, que o projeto de lei deveria ter sido iniciado pelo Câmara Municipal (art.29, inciso V da CRFB/88). E também um vício material na lei municipal, pois a iniciativa ofende, em consequência, o princípio da separação de poderes (art.2° da CRFB/88). 
Entretanto, com relação ao valor do subsidio, não há vício de inconstitucionalidade de acordo com a literalidade do art.37, inciso IX da CRFB/88. 
b) A medida judicial adotada pelo Vereador está correta? Justifique. 
A medida não está correta, pois o vereador não pertence ao rol dos legitimados do art.103 da CRFB/88, para propor ADI perante o STF e a norma municipal não pode ser objeto de ADI. 
A Constituição de determinado estado da federação, promulgada em 1989, ao dispor sobre a administração pública estadual, estabelece que a investi dura em cargo ou emprego público é assegurada aos cidadãos naturais daquele estado e depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Em 2009 foi promulgada pela Assembleia Legislativa daquele estado (após a derrubada de veto do Governador), uma lei que permite o ingresso em determinada carreira por meio de livre nomeação, assegurada a estabilidade do servidor nomeado após 3 (três) anos de efetivo exercício. Considerando-se que a Constituição estadual arrola o Governador como um dos legitimados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade em âmbito estadual (art. 125, §2° da CRFB), e considerando-se que o Governador pretende obter a declaração de inconstitucionalidade da referida lei estadual, responda: 
a) O que ocorreria se logo após o ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade de âmbito estadual, ajuizada pelo Governador do Estado junto ao Tribunal de Justiça (nos termos do art. 125, §2° da CRFB) e antes do julgamento, fosse ajuizada pelo Conselho Federal da OAB uma ação direta de inconstitucionalidade junto ao STF, tendo por objeto esta mesma lei? Explique. 
A ação ajuizada no âmbito da justiça estadual ficará suspensa até que sobrevenha a decisão fina do STF, tendo em vista, que este possui eficácia erga omnes e vinculante 
b) Poderia o Presidente da República ajuizar ação direta de inconstitucionalidade junto ao STF contra o dispositivo da Constituição estadual? Explique. 
Sim, pois o Presidente da República é legitimado universal para ajuizar ADI. No caso em tela, há clara violação do art.19, inciso III da CRFB/88, criando uma diferenciação entre brasileiros por razão de naturalidade.
Questão objetiva: 
Com respeito ao modelo constitucional brasileiro, é correto afirmar: 
d) A declaração de inconstitucionalidade in abstracto de lei, no modelo brasileiro, possui caráter retroativo.

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