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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA LISTA DE EXERCÍCIOS DE CÁLCULO 1 Lista 5: quinta semana - GABARITO 1. Usando a Regra de L’Hospital, calcule os limites abaixo. (a) lim x→2 x− 2 x2 − 4 Como lim x→2 x−2 = 0 e lim x→2 x2−4 = 0, temos uma indeterminação do tipo 0/0 e podemos aplicar a regra de L’Hôspital. De (x− 2)′ = 1 e (x2 − 4)′ = 2x temos lim x→2 x− 2 x2 − 4 = lim x→2 1 2x = 1 4 . (b) lim x→+∞ 5x2 − 3x 7x2 + 1 Como lim x→+∞ (5x2 − 3x) = ∞ e lim x→+∞ (7x2 + 1) = ∞, temos uma indeterminação do tipo∞/∞ e podemos aplicar a regra de L’Hôspital. Assim lim x→+∞ 5x2 − 3x 7x2 + 1 = lim x→+∞ 10x− 3 14x Mas o último limite acima também é da forma∞/∞, então aplicamos a regra de L’Hôspital novamente, obtendo lim x→+∞ 10x− 3 14x = lim x→+∞ 10 14 = 5 7 (c) lim x→0 sen(5x) x Temos uma indeterminação do tipo 0/0 e podemos aplicar a regra de L’Hôspital. Assim lim x→0 sen(5x) x = lim x→0 5 cos(5x) 1 = 5 (d) lim x→1 x3 − 1 4x3 − x− 3 Temos uma indeterminação do tipo 0/0 e podemos aplicar a regra de L’Hôspital. Assim lim x→1 x3 − 1 4x3 − x− 3 = lim x→1 3x2 12x3 − 1 = 3 11 (e) lim x→+∞ 2x2 + 3x x3 + x+ 1 Temos uma indeterminação do tipo∞/∞ e podemos aplicar a regra de L’Hôspital duas vezes, obtendo lim x→+∞ 2x2 + 3x x3 + x+ 1 = lim x→+∞ 4x+ 3 2x2 + 1 = lim x→+∞ 4 4x = 0. 2. Usando a Regra de L’Hospital quando for conveniente, calcule cada um dos limites abaixo. (a) lim x→−1 4x3 + x2 + 3 x5 + 1 Temos uma indeterminação do tipo 0/0 e podemos aplicar a regra de L’Hôspital. Assim lim x→−1 4x3 + x2 + 3 x5 + 1 = lim x→−1 12x2 + 2x 5x4 = 10 5 = 2 (b) lim x→0+ xe 1 x Vamos escrever xe 1 x = e1/x 1/x . Substituindo u = 1/x e x→ 0+ por u→ +∞ teremos lim x→0+ xe 1 x = lim u→+∞ eu u = lim u→+∞ eu 1 = +∞ Note que podemos usar a regra de L’Hôspital pois limu→+∞ eu =∞ e limu→+∞ u =∞. (c) lim x→∞ e3x x2 Aqui temos uma indeterminação do tipo 0/0 e podemos aplicar a regra de L’Hôspital duas vezes. lim x→∞ e3x x2 = lim x→∞ 3e3x 2x = lim x→∞ 9e3x 2 = +∞ (d) lim x→0 1− cosx x2 Aqui temos uma indeterminação do tipo 0/0 e também podemos usar a regra de L’Hôspital duas vezes lim x→0 1− cosx x2 = lim x→0 sen(x) 2x = lim x→0 cos(x) 2 = 1 2 (e) lim x→1 lnx sen(πx) Aqui temos uma indeterminação do tipo 0/0 e podemos usar a regra de L’Hôspital lim x→1 lnx sen(πx) = lim x→1 1/x π cos(πx) = −1 π (f) lim x→0 x− sen(x) x− tg(x) Aqui usaremos a regra de L’Hôspital três vezes. Confira que em cada etapa temos uma indeterminação do tipo 0/0. lim x→0 x− sen(x) x− tg(x) = lim x→0 1− cos(x) 1− sec2(x) = lim x→0 sen(x) 2 sec2(x)tg(x) = lim x→0 cos(x) 2 sec2(x)(2tg2(x) + sec2 x) = 1 2 2 (g) lim x→+∞ ( √ x2 + x− x) Temos aqui uma indeterminação do tipo∞−∞. Vamos usar um truque comum no cálculo de limites que envolvem raiz: lim x→+∞ (√ x2 + x− x ) √x2 + x+ x√ x2 + x+ x = lim x→+∞ (x2 + x)− x2√ x2 + x+ x = lim x→+∞ x√ x2 + x+ x Agora temos uma indeterminação do tipo∞/∞ e podemos usar a regra de L’Hôspital, assim lim x→+∞ (√ x2 + x− x ) = lim x→+∞ x√ x2 + x+ x = lim x→+∞ 1 2x+1 2 √ x2+x + 1 = 1 2 , pois, lim x→+∞ 2x+ 1 2 √ x2 + x = lim x→+∞ 2x(1 + 1/2x) 2x √ 1 + 1/x = lim x→+∞ 1 + 1/2x√ 1 + 1/x = 1. (h) lim x→+∞ √ x2 + 2√ 2x2 + 1 Como as funções embaixo das raízes quadradas são contínua e não negativas para x grande, então lim x→+∞ √ x2 + 2√ 2x2 + 1 = √ lim x→+∞ x2 + 2 2x2 + 1 = √ lim x→+∞ 2x 4x = √ lim x→+∞ 2 4 = √ 2 2 . Na segunda igualdade acima aplicamos a regra de L’Hôspital na indeterminação do tipo∞/∞. (i) lim x→+∞ (lnx)2 x Temos uma indeterminação do tipo∞/∞ e podemos aplicar a regra de L’Hôspital duas vezes, obtendo lim x→+∞ (lnx)2 x = lim x→+∞ 2(lnx)1/x 1 = lim x→+∞ 2 lnx x = lim x→+∞ 2/x 1 = 0 (j) lim x→0+ sen(x) ln(x) = 0 Escrevendo sen(x) ln(x) = ln(x) 1/sen(x) . Como lim x→0+ 1/sen(x) = +∞ e lim x→0+ ln(x) = −∞, podemos usar a regra de L’Hôspital, então lim x→0+ sen(x) ln(x) = lim x→0+ 1/x − cos(x) sen(x)2 = lim x→0+ ( 1 x sen2(x) cos(x) ) = ( lim x→0+ sen(x) x )( lim x→0+ sen(x) cos(x) ) = 1 · 0 = 0 (k) lim x→0+ ( 1 x + lnx ) Primeiro note que 1 x + lnx = 1 + x lnx x e, pela regra de L’Hôspital, lim x→0+ x lnx = lim x→0+ lnx 1/x = lim x→0+ 1/x −1/x2 = lim x→0+ x = 0. Logo lim x→0+ ( 1 x + lnx ) = lim x→0+ 1 x (1 + x lnx) = ( lim x→0+ 1 x )( lim x→0+ (1 + x lnx) ) = ( lim x→0+ 1 x ) (1 + 0) =∞ 3 (l) lim x→∞ x3e−4x Note que x3e−4x = x3/e4x leva a uma indeterminação do tipo ∞/∞ e podemos aplicar a regra de L’Hôspital três vezes lim x→∞ x3 e4x = lim x→∞ 3x2 4e4x = lim x→∞ 6x 16e4x = lim x→∞ 6 64e4x = 0 (m) lim x→+∞ (x− lnx) Note que esta é uma indeterminação do tipo∞−∞. Colocando x em evidência, obtemos lim x→∞ x ( 1− lnx x ) = lim x→∞ x lim x→∞ ( 1− lnx x ) = lim x→∞ x ( 1− lim x→∞ lnx x ) . Por outro lado, observemos que o limite lim x→∞ lnx x é do tipo ∞ ∞ . Apliquemos a regra de L’Hospital para calculá-lo: lim x→∞ lnx x = lim x→∞ 1/x 1 = 0. Desse modo, temos que o limite original é dado por lim x→∞ (x− lnx) = lim x→∞ x ( 1− lim x→∞ lnx x ) = lim x→∞ x(1− 0) =∞. (n) lim x→1− e 1 x2−1 x− 1 O limite dado é do tipo 0 0 . Multiplicando por x+ 1 em cima e embaixo, obtemos lim x→1− e 1 x2−1 x− 1 = lim x→1− (x+ 1)e 1 x2−1 x2 − 1 = lim x→1− (x+ 1) lim x→1− e 1 x2−1 x2 − 1 . Enquanto é fácil ver que o primeiro limite do produto acima vale 2, para o segundo limite convém fazer a substituição u = 1 x2 − 1 . Temos que se x→ 1−, então u→ −∞. Assim lim x→1− e 1 x2−1 x2 − 1 = lim u→−∞ ueu = lim u→−∞ u e−u . Este limite é do tipo −∞ ∞ . Aplicando a regra de L’Hospital, lim u→−∞ u e−u = lim u→−∞ 1 −e−u = 0. Assim, lim x→1− e 1 x2−1 x− 1 = 2 · 0 = 0. 3. Encontre um valor de c para que a função f(x) = { 9x− 3sen(3x) 5x3 , se x 6= 0 c, se x = 0 seja contínua em x = 0. Como lim x→0 9x− 3sen(3x) 5x3 = lim x→0 9− 9 cos(3x) 15x2 = lim x→0 27sen(3x) 30x = lim x→0 81 cos(3x) 30 = 81 30 = 27 10 , tome c = 27/10. 4 4. Determine os pontos críticos (extremos) da função dada e os classifique em ponto de máximo local, mínimo local ou ponto de inflexão. (a) f(x) = x4 4 − x3 − 2x2 + 3 Derivando f temos f ′(x) = x3 − 3x2 − 4x = x(x2 − 3x− 4) = x(x− 4)(x− 1). Assim • os pontos críticos de f são x = 0, x = 1 e x = 4; • f ′ é positiva nos intervalos (0, 1) e (4,+∞) (intervalos em que f é crescente); • f ′ é negativa nos intervalos (−∞, 0) e (1, 4) (intervalos em que f é decrescente); Logo x = 0 é ponto de mínimo, pois f decresce em (−∞, 0) e cresce em (0, 1); x = 1 é ponto de máximo, pois f cresce em (0, 1) e decresce em (1, 4); x = 0 é ponto de mínimo, pois f decresce em (1, 4) e cresce em (4,+−∞). (b) f(x) = 3 √ x3 − 2x+ 1 Derivando f temos f ′(x) = 3x2 − 2 3 3 √ (x3 − 2x+ 1)2 Note que f ′(x) = 0 ⇔ 3x2 − 2 = 0 ⇔ x = ± √ 2/3. E, como o denominador é sempre positivo, o sinal da derivada depende apenas do numerador. Assim f ′ é negativa no intervalo (− √ 2/3, √ 2/3) e positiva em (−∞,− √ 2/3) e ( √ 2/3,+∞). Logo x = − √ 2/3 é ponto de máximo, pois f cresce em (−∞,− √ 2/3) e decresce em (− √ 2/3, √ 2/3); x = √ 2/3 é ponto de máximo, pois f decresce em (− √ 2/3, √ 2/3) e cresce em ( √ 2/3,+∞). (c) f(x) = x3 − 3x2 + 3x− 1 Derivando f temos f ′(x) = 3x2 − 6x+ 3 = 3(x− 1)2 Portanto x = 1 é o único ponto crítico de f (f ′(x) = 0) e temos f ′(x) > 0 para todo x ∈ R − {1}. Logo f é crescente no intervalos (−∞, 1) e (1,+∞), ou seja, f tem um ponto de inflexão em x = 1 x 3 -3 x2 +3 x-1 -1 0 1 2 -1 0 1 -1 0 1 2 -1 0 1 (d) f(x) = 1 x4 + 2x3 + x2 + 1 Como f ′(x) = 2x(2x2 + 3x+ 1) (x4 + 2x3 + x2 + 1)2 , então f tem pontos críticos em x = 0,−1,−1/2. Analisando o sinal da derivada conclui-se que f tem pontos de máximo globais em x = 0 e x = −1, com f(0) = f(−1) = 1, e tem um ponto de mínimo local em x = −1/2, com f(−1/2) = 16/17 5 (e) f(x) = x4 − 4x3 + 6x2 − 4x+ 1 Note que f(x)= 4x3 − 12x2 +12x− 4 = (x− 1)4, logo f ′(x) = 4(x− 1)3 tem um único ponto crítico em x = 1, o qual é um ponto de mínimo global com f(1) = 0. (f) f(x) = x2e−5x Como f ′(x) = 2xe−5x − 5x2e−5x = x(2− 5x)e−5x, então f tem pontos críticos em x = 0 e x = 2/5. Fazendo o estudo do sinal da derivada verificamos que f ′(x) é crescente no intervalos (−∞, 0) e (2/5,+∞) e decres- cente no intervalo (0, 2/5), portanto x = 0 é ponto de máximo e x = 2/5 é ponto de mínimo. x 2 exp(-5 x) - 1 2 2 5 1 0.03 4 25 ⅇ2 5. Considere a função f(x) = 1 + |x2 − 5x + 6|. Verifique que f admite pontos de mínimo global e de máximo local, mas não admite pontos de máximo global. Cuidado: a função f não é derivável em todos os pontos de seu domínio. Note que f(x) = 1 + ∣∣x2 − 5x+ 6∣∣ = 1 + |(x− 2)(x− 3)| = {x2 − 5x+ 7, se x ≤ 2 ou x ≥ 3 −x2 + 5x− 5 se 2 ≤ x ≤ 3 Como a derivada f ′(x) = { 2x− 5, se x < 2 ou x > 3; 5− 2x, se 2 < x < 3, então x = 5/2 é ponto crítico de f , o qual é ponto de máximo local mas não é máximo global (pois é fácil encontrar pontos x0 com f(x0) > f(5/2) = 5/4). Note que a derivada não está definida nos pontos x = 2, 3, os quais são pontos de mínimos locais (e globais). 6. Determine os valores de máximos e mínimos, caso existam, da função dada no intervalo dado. Note que agora cada função está definida em um intervalo fechado, ou seja, o Teorema de Weierstrass pode ser aplicado. (a) f(x) = x3 − 3x2 + 3x− 1, em [−2, 3] Note que f ′(x) = 3x2 − 6x + 3 = 3(x − 1)2 é nula apenas para x = 1 e f ′(x) > 0 para todo x 6= 1, logo este é um ponto de inflexão (pois f é crescente para x < 1 e para x > 1). Como f(−2) = −27 e f(3) = 8, estes são os pontos de mínimo e máximo respectivamente. x 3 -3 x2 +3 x-1 -1-2 1 2 3-3 4 -27 5 6 (b) f(x) = x5 5 − x 4 2 − x3 + 4x2 − 4x+ 1, em [−3, 3] Neste caso a derivada é f ′(x) = x4 − 2x3 − 3x2 + 8x− 4 = (x− 1)2(x− 2)(x+ 2), que possui zeros nos pontos x = 1 e x = ±2 Analisando os sinais das derivadas e o valor da função nos extremos do intervalo [−3,−3] constatamos que: • f possui máximos locais em x = −2, x = 1 e x = 3, sendo x = −2 um máximo global no intervalo [−3,−3]; • f possui mínimos locais em x = −3 e x = 2, sendo x = −3 um máximo global no intervalo [−3,−3]. x 5 5 - x 4 2 - x3 +4 x2 -4 x+1 -1-2-3 1 2 3-4 4 10 20 -13.1 (c) f(x) = sen x− cosx, em [0, π] A derivada f ′(x) = cosx+sen x tem uma única raiz no intervalo [0, π], no ponto x = 3π/4, o qual é ponto de máximo, com f(3π/4) = √ 2. Além disso, f tem pontos de mínimo local nos extremos do intervalo [0, π], com f(0) = −1 e f(π) = 1. sin(x) - cos(x) -1 π -1 1 2 (d) f(x) = 3 √ x3 − 2x2, em [−1, 2] x 3 -2 x23 -1 1 2 -1 1 7. Suponha que a derivada da função f seja f ′(x) = (x− 1)2(x− 2). Em quais pontos, se houver algum, o gráfico de f apresenta um mínimo local, um máximo local ou um ponto de inflexão? Os pontos críticos de f são x = 1 e x = 2. Vamos analisar estes dois pontos separadamente. • Como f ′(x) < 0 para x ∈ (1, 2) então f é decrescente em (1, 2). E como f ′(x) > 0 para x > 2, então f é crescente no intervalo (2,+∞), ou seja, x = 2 é ponto de mínimo de f . • Como f ′(x) < 0 para x ∈ (0, 1) e também para x ∈ (1, 2), então f é decrescente no intervalo (0, 2) e se tem um ponto crítico em x = 1, logo este ponto é de inflexão. Esta mesma análise pode ser feita analisando o sinal da derivada segunda f ′′. 7 8. Determine o número real positivo cuja diferença entre ele e seu quadrado seja máxima. O problema consiste em achar o máximo da função f(x) = x − x2. Como f ′(x) = 1 − 2x se anula para x = 1/2 e f ′′(x) = −2 < 0, então x = 1/2 ponto de máximo de f . E o valor máximo é f(1/2) = 1/2− (1/2)2 = 1/4. 9. Encontre o ponto sobre a curva y = 2 x , x > 0, que está mais próximo da origem. Resposta: A distância de um ponto (x, y) do plano cartesiano a origem (0, 0) do sistema de coordenadas é d((x, y), (0, 0)) = √ x2 + y2 Como os ponto sobre a curva y = 2/x, com x 6= 0 tem a forma (x, 2/x), podemos reescrever esta expressão dependendo apenas de x da seguinte forma d((x, 2/x), (0, 0)) = √ x2 + 4/x2 Como a função raiz quadrada é crescente, basta minimizar a função f(x) = x2 + 4/x2, x 6= 0. Derivando obtermos f ′(x) = 2x − 8/x3, que se anula para x = √ 2. Como a derivada segunda f ′′(x) = 2 + 24/x4 > 0, para qualquer x 6= 0, então s ponto x = √ 2 é ponto de mínimo. Logo o ponto ( √ 2, 2√ 2 ) = ( √ 2, √ 2) minimica a distância da curva y = 2/x, com x 6= 0, e esta distância é 4. 10. Quadrados iguais são cortados de cada canto de um pedaço retangular de cartolina, medindo 8 cm de largura e 15 cm de compri- mento. Uma caixa sem tampa é construída virando os lados para cima. Determine o comprimento dos lados dos quadrados que devem ser cortados para a produção de uma caixa de volume máximo. Resposta: Queremos maximizar o volume da caixa, dado por V (x) = x(8− 2x)(15− 2x) = 4x3 − 46x2 + 120x. Como V ′(x) = 12x2−92x+120 tem raízes em x = 6 e x = 5/3, podemos dispensar x = 6 (pois o lado menor do papelão tem apenas 8cm). Logo resta o ponto crítico x = 5/3. Como V ′′(x) = 24x − 92 e V ′′(5/3) = 24(5/3) − 92 = −52 < 0, então este ponto é de máximo. Portanto x = 5/3 = 1, 6cm e o volume máximo é V = 90, 74cm3. 11. Pretende-se construir um reservatório de água de formato cônico, sem tampa, com capacidade de 1000m3. Determine as dimen- sões que este reservatório que minimizam a quantidade de material usado em sua fabricação. 8 Resposta: Para minimizar o gasto de material na construção do tanque, precisamos minimizar a área lateral do cone, que é A = πr` = πr √ r2 + h2. Como o volume do tanque V = πr2h/3 = 1000m3, então h = 3000/(πr2). Substituindo na espressão acima temos: A(r) = πr √ r2 + 30002 π2r4 . Como raiz quadrada é uma função crescente, minimizar A(r) é equivalente e minimizar B(r) = A(r)2 = π2r2 ( r2 + 30002 π2r4 ) = π2r4 + 30002 r2 Derivando B′(r) = 4π2r3 − 23000 2 r3 De B′(r) = 0 vem r = 10 6 √ 9 4π2 Logo r ≡ 8, 77m, h ≡ 12, 40m e a área lateral A ≡ 418, 80m2. 12. Uma folha de aço de 10 metros de comprimento e 4 metros de largura é dobrada ao meio para fazer um canal em forma de V de 10 metros de comprimento. Determine a distância entre as margens do canal, para que este tenha capacidade máxima. Resposta: Note que w/2 = 2 sin(α) e h = 2 cos(α), assim podemos escrever a área do triângulo em função de α: A(α) = wh 2 = 4 sin(α) cos(α) = 2 sin(2α), α ∈]0, π/2[ Como A′(α) = 4 cos(2α) e A′′(α) = −8 sin(2α), temos um ponto critico em α = π/4 no qual temos A′′(π/4) = −8 < 0, portanto α = π/4 é ponto de máximo e a a distância entre as margens do canal que maximiza a capacidade é w = 4 sin(π/4) = 2 √ 2m. 13. Um fóton (raio de luz) parte de um ponto A para um ponto B sobre um espelho plano, sendo refletido quando passa pelo ponto P . Estabeleça condições para que o caminho APB seja o mais curto possível. 9 Resposta: A função que deve se minimizada é o comprimento do L do caminho percorrido pelo fóton L(x) = √ x2 + a2 + √ (d− x)2 + b2. Derivando obtemos L′(x) = x√ x2 + a2 − d− x√ (d− x)2 + b2 . Igualando a zero para identificar os pontos críticos temos x√ x2 + a2 = d− x√ (d− x)2 + b2 Note que o lado esquerdo da igualdade acima corresponde a cos(α) e o lado direito corresponde a cos(β), ou seja, temos cos(α) = cos(β), 0 < α, β < π/2. Daqui sai que o ponto crítico ocorre quando α = β. Vamos mostrar que neste caso temos o comprimento mínimo. Trabalhando um pouco mais obtém-se que x = ad a+ b . Como L′′(x) = a2 (x2 + a2)3/2 − b 2 ((d− x)2 + b2)3/2 > 0, ∀x ∈ R então L′′ ( ad a+ b ) > 0 e o ponto x = ad a+ b é ponto de mínimo da função comprimento L(x). 14. Para quais valores de a e b a função f(x) = x3 + ax2 + b tem um extremo local no ponto P = (−2, 1)? Resposta: Como f ′(x) = 3x2 + 2ax deve se anular em x = −2, então devemos ter a = 2. Como f(−2) = 1 vem b = −3. Assim f(x) = x3 + 3x2 − 3, satisfaz f(−2) = 1 e tem derivada f ′(x) = 3x2 + 6x = 3x(x+ 2) se anulando em x = −2. 15. Considere o conjunto de todosos retângulos que podem ser desenhados na região limitada delimitada pelo eixo das abscissas e a parábola y = 4− x2. Para qual valor de x se obtém o retângulo de maior área e qual é esta área? Resposta: Como cada retângulo está tem um lado na reta y = 0 e os demais vértices sobre a parábola y = 4− x2, então ele terá base 2x e altura 4− x2. Assim sua área é: A(x) = 2x(4− x2), 0 ≤ x ≤ 2 Como a derivada A′(x) = 8 − 6x2 se anula em x = 2 √ 3/3, e a derivada segunda A′′(x) = −12x é negativa neste ponto, então a área máxima ocorre no ponto x = 2 √ 3/3 e vale A(2 √ 3/3) = 32 √ 3/9 16. Usando a primeira derivada, determine os intervalos de crescimento e/ou decrescimento das seguintes funções: (a) f(x) = 6x4 − 20x3 − 6x2 + 72x+ 12 Resposta: Note que f ′(x) = 12(2x3 − 5x2 − x+ 6) = 12(x− 2)(x+ 1)(2x− 3). Para encontrar esta fatoração basta identificar uma rais e usar divisão de polinômios para reduzir o grau. Fazendo estudo de sinais constatamos que: • a derivada f ′ é negativa para x < −1, logo f é decrescente em (−∞,−1) • f tem um mínimo em x = −1 • a derivada f ′ é positiva para −1 < x < 3/2, logo f é crescente em (−1, 3/2) • f tem um máximo local em x = 3/2 • a derivada f ′ é negativa para 3/2 < x < 2, logo f é decrescente em (3/2, 2) • f tem um mínimo em x = 2 • a derivada f ′ é positiva para x > 2, logo f é crescente em (2,+∞) 10 (b) f(x) = ln(x2 + 1) Resposta: Note que f ′(x) = 2x x2 + 1 é positiva para x > 0 e negativa para x < 0, logo: • f é decrescente em (−∞, 0) • f tem um mínimo em x = 0 • f é crescente em (0,+∞) (c) f(x) = x4 4 + 5x3 3 + 4x2 Resposta: Note que f ′(x) = x3 + 5x2 + 8x = x(x2 + 5x + 8) possui uma única raiz real em x = 0 e que o valor (x2 + 5x+ 8) > 0, para todo x real. Logo • a derivada f ′ é negativa para x < 0, logo f é decrescente em (−∞, 0) • f tem um mínimo em x = 0 • a derivada f ′ é positiva para x > 0, logo f é crescente em (0,+∞) (d) f(x) = 4x x2 + 4 Resposta: Note que f ′(x) = −4 x 2 − 4 (x2 + 4)2 = −4 (x2 + 4)2 (x−2)(x+2) se anula apenas em x = 2 e x = −2. Fazendo o estudo de sinais constatamos que: • a derivada f ′ é negativa para x < −2, logo f é decrescente em (−∞,−2) • f tem um mínimo em x = −2 • a derivada f ′ é positiva para −2 < x < 2, logo f é crescente em (−2, 2) • f tem um máximo em x = 2 • a derivada f ′ é negativa para x > 2, logo f é decrescente em (2,+∞) (e) f(x) = x+ 1 x2 + 2x+ 1 − 2x Resposta: Como f(x) = x+ 1 (x+ 1)2 −2x = 1 x+ 1 −2x, para x 6= −1, então a derivada f ′(x) = −1 (x+ 1)2 −2 assume apenas valores negativos, para qualquer x 6= −1. Portanto f é decrescente nos intervalos (−∞,−1) e (−1,+∞). Note que lim x→−1− f(x) = −∞ e lim x→−1+ f(x) = +∞ (f) f(x) = (x+ 2)2(x− 1)3 Resposta: Note que a derivada f ′(x) = 2(x+2)(x− 1)3 +3(x+2)2(x− 1)2 = (x+2)(x− 1)2(5x+4) tem raízes nos pontos x = −2,−4/5, 1. • para x < −2 temos x + 2 < 0, (x − 1)2 > 0 e 5x + 4 < 0, logo f ′ é positiva e f é crescente no intervalo (−∞,−2) • para −2 < x < −4/5 temos x + 2 > 0, (x − 1)2 > 0 e 5x + 4 < 0, logo f ′ é negativa e f é decrescente no intervalo (−2,−4/5) • para x > −4/5 temos x + 2 > 0, (x − 1)2 > 0 e 5x + 4 > 0, logo f ′ é positiva e f é crescente no intervalo (−4/5,+∞) • note que x = −2 é ponto de máximo local, x = −4/5 é ponto de mínimo local e que x = 1 é um ponto de inflexão, pois próximo do ponto x = 1 a função f mantém o sinal positivo a esquerda e a direita de x = 1 11 (g) f(x) = x2 √ 3− x2 Resposta: Note que a derivada f ′(x) = −3x(x 2 − 2)√ 3− x2 tem raízes nos pontos x = − √ 2, 0, √ 2. • para x < − √ 2 a derivada f ′ é positiva e f é crescente no intervalo (−∞,− √ 2) • para − √ 2 < x < 0 a derivada f ′ é negativa e f é decrescente no intervalo (− √ 2, 0) • para 0 < x < √ 2 a derivada f ′ é positiva e f é crescente no intervalo (0, √ 2) • para x > √ 2 a derivada f ′ é negativa e f é decrescente no intervalo ( √ 2,+∞) • note que os pontos x = −2 e x = 2 são pontos de máximo local, e que x = 0 é ponto de mínimo local. (h) f(x) = 2x2 + 2 x2 Resposta: Note que a derivada f ′(x) = 4x− 4 x3 (assim como a função f ) não está definida na origem. Além disso f ′ tem raízes em x = ±1. • para x < −1 a derivada f ′ é positiva e f é crescente no intervalo (−∞,−1) • para −1 < x < 0 a derivada f ′ é negativa e f é decrescente no intervalo (−1, 0) • para 0 < x < 1 a derivada f ′ é negativa e f é decrescente no intervalo (0, 1) • para x > 1 a derivada f ′ é positiva e f é crescente no intervalo (1,+∞) • note que os pontos x = −1 e x = 1 são pontos de mínimo local, e que limx→0 f(x) = +∞. (i) f(x) = 3 √ x (x+ 2)2/3 Resposta: Note que a derivada f ′(x) = − x− 2 3x2/3(x+ 2)5/3 tem uma raiz em x = 2 e não está definida nos pontos x = 0 e x = −2. • para x < −2 a derivada f ′ é negativa e f é crescente no intervalo (−∞,−2) • para −2 < x < 0 a derivada f ′ é positiva e f é decrescente no intervalo (−2, 0) • para 0 < x < 2 a derivada f ′ é positiva e f é decrescente no intervalo (0, 2) • para x > 2 a derivada f ′ é negativa e f é decrescente no intervalo (2,+∞) • note que os pontos x = 2 é um pontos de máximo local, no ponto x = 0 temos uma tangente vertical e que limx→2 f(x) = −∞. 17. Estude a função dada no que diz respeito à máximos e mínimos locais e globais. (a) f(x) = x 1 + x2 (b) f(x) = xe−2x (c) f(x) = ex − e−3x (d) f(x) = 2x3 − 9x2 + 12x+ 3 (e) f(x) = x4 − 4x3 + 4x2 + 2 (f) f(x) = −x3 + 3x2 + 4, x ∈ [−1, 3] (g) f(x) = e x− 1 x2 (h) f(x) = 3 √ x3 − x2 18. Para cada uma das funções abaixo, (a) encontre os intervalos nos quais f é crescente ou decrescente; (b) encontre os valores de máximo e mínimo locais de f ; (c) encontre os intervalos de concavidade e os pontos de inflexão. (1) f(x) = x3 − 12 + 1 (2) f(x) = 5− 3x2 + x3 (3) f(x) = x4 − 2x2 + 3 (4) f(x) = x2 x2 + 3 (5) f(x) = sen x+ cosx, 0 ≤ x ≤ 2π (6) f(x) = cos2 x − 2sen x, 0 ≤ x ≤ 2π (7) f(x) = e2x + e−x (8) f(x) = x2 lnx (9) f(x) = lnx√ x (10) f(x) = √ xe−x 12 19. Suponha que f(3) = 2, f ′(3) = 1 2 , f ′(x) > 0 e f ′′(x) < 0 para todo x. (a) Esboce um gráfico possível de f . (b) Quantas soluções a equação f(x) = 0 tem? Por quê? (c) É possível que f ′(2) = 1 3 ? Por quê? 20. Suponha que a derivada da função f seja f ′(x) = (x+ 1)2(x− 3)5(x− 6)4. Em quais intervalos f está crescendo? Note que (x+ 1)2 ≥ 0 e (x− 6)4 ≥ 0, para todo x, logo o sinal da derivada f ′ depende apenas do termo (x− 3)5. Como este último termo é positivo para x > 3, então f é crescente no intervalo (3,=∞). 21. Foram esboçados abaixo os gráficos das derivadas de primeira e segunda ordem de uma função f . Sabendo que o gráfico de f passa pelo ponto P , apresente uma aproximação do gráfico de f . 22. Para cada uma das funções abaixo, (a) encontre os intervalos nos quais f é crescente ou decrescente; (b) encontre os valores de máximo e mínimo locais de f ; (c) encontre os intervalos de concavidade e os pontos de inflexão; (d) calcule os limites no infinito e, quando necessários, limites laterais (é necessário calcular os limites laterais de f em p sempre que p não pertencer ao domínio de f mas for extremo de um dos intervalos que compõem o domínio de f ); (e) use as informações dos itens anteriores para esboçar o gráfico de f . (1) f(x) = x3 − 3x2 + 1 (2) f(t) = t2 + 1 t (3) f(x) = x 1 + x2 (4) f(x) = 1 + x2 1− x2 (5) f(x) = √ x2 + 1− x (6) f(x) = e−x 2 (7) f(x) = x2 − x+ 1 2(x− 1) (8) f(x) = x4 − 2x3 + 2x (9) f(x) = x3 1 + x2 (10) f(x) = xtg x, −π2 ≤ x ≤ π 2 (11) f(x) = lnx x (12) f(x) = ln(1− lnx) (13) f(x) = ex 1 + ex 23. Mostre que a equação x3 − 3x2 + 6 = 0 admite uma única raiz real. Dica: estude o gráfico da função f(x) = x3 − 3x2 + 6. 13
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