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PATOLOGIA VETERINÁRIA Resumo: Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso: SNP: Nervos periféricos e gânglios Sistema Nervoso SNC: Encéfalo e medula SNA Sistema Nervoso Central: Encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e Medula Espinhal -Prosencéfalo (Telencéfalo) -Diencéfalo (Epitálamo, tálamo e hipotálamo) -Mesencéfalo -Rombencéfalo (Metencéfalo, bulbo e ponte) -Mielencéfalo (Medula oblonga) Organização do Tecido do SNC 1.Neurônio (subunidade primordial) 2.Neuroglia ou Célula da Glia 2.1-Astrócitos: Sustentação de neurônios, barreira hemato-encefálica (BHE), nutrição de neurônios, controle tônico e 2.2-Micróglia: Possuem ação de fagócitos, reparo e são de células imunocompetentes do tecido nervoso Cérebro e Cerebelo: Medula: Substancia Cinza: Externa (córtex) Substancia Cinza: Interna Substancia Branca: Interna Substancia Branca: Externa 2.3-Oligodendrócitos: Produção de mielina no SNC 2.4-Células Ependimárias: Revestem ventrículos e o canal medular, promovendo o movimento do liquor 3.BHE: Regula o transporte de moléculas entre o sangue e o tecido nervoso, logo, esta age protegendo o mesmo contra substâncias tóxicas e de variações bruscas da composição sanguínea 4.Líquido Cefalorraquidiano: Controla a atividade metabólica do SNC, circula nos ventrículos encefálicos, espaço subaracnóideo e canal ependimário Espaço Perivascular de Virchow-Robin: Local de comunicação entre o tecido nervoso e o sistema imune. Os neurônios, por meio de junções de comunicação formam um sincício que amplia a capacidade individual de cada célula. Para garantir a existência dessa rede de comunicação, o SNC não tem a possibilidade de regeneração. Dessa forma, a reparação do tec. nervoso pós-lesão é sempre realizada por substituição do tecido por uma cicatriz glial ou por uma cavidade cística. Os neurônios danificados não são repostos, em seu lugar, forma-se uma cicatriz glial constituída O processo de degeneração das fibras nervosas após a lesão direta via metabólica é denominada de degeneração walleriana A necrose do SNC é chamada de malácia e se o processa pela liquefação do tecido nervoso, sendo este removido pelas células de gitter (macrófagos) Patologias do SNC Achados Acidentais: -Ossificação das Meninges (dura-máter) -Melanose (localização ectópica de melanócitos no cérebro) Anomalias e Malformações: As causas mais comuns de malformações podem ser agrupadas em 3 categorias principais: Genéticas, Ambientais (infecções virais, drogas, radiação) e Multifatoriais (FG+AMB) As condições disráficas são malformações que sucedem por fechamento defeituoso do tubo neural durante o desenvolvimento e podem ocorrer em qualquer ponto ao longo do tubo, como os apresentados a seguir: Espinha Bífida: Dá-se por defeito dorsal da coluna vertebral, com ou sem herniação das meninges (Mielomeningocele). Crânio Bífido: Crânio com uma fissura que permite progeção de meninge ou cérebro. Anencefalia: Deformação da extremidade cranial do tubo neural decorrente da ausência do cérebro ou do crânio Hidranencefalia: Há ausência completa ou quase completa dos hemisférios cerebrais. A cavidade craniana é repleta de LCR que é envolto pelas leptomeninges formando uma estrutura cística (membrana fibrosa). As deformidades dos ossos da caixa craniana são mínimos ou ausentes. O LCR comprime o encéfalo resultando em um quadro de atrofia. -Etiologia: A causa mais comum é a infecção viral durante a gestação; entre outros, os vírus da BVD, língua azul, panleucopenia felina, são responsáveis pelo aparecimento da hidranencefalia em bovinos, ovinos e frlinos, respectivamente. Hidrocefalia: Acúmulo exacerbado de LCR dentro do sistema ventricular do cérebro. Caso ocorra antes do fechamento das suturas cranianas, há o aumento da cabeça, manifestado pela elevação das suturas, sendo associado a dilatação dos ventrículos e ao aumento da pressão intracraniana, sem alteração da circunferência da cabeça. -Patogenia: Há 2 mecanismos básicos que podem causar o incremento no volume do LCR: Mecanismos Compensatórios: A hidrocefalia compensatória sucede quando o parênquima cerebral é destruído ou não chega a se desenvolver adequadamente Mecanismo Obstrutivo: Fluxo irregular do LCR no encéfalo ou diminuição na reabsorção do líquido pelo sistema nervoso. O ponto mais crítico na circulação do LCR é o aqueduto mesencefálico, sendo o local mais comum de malformação que ocasiona a hidrocefalia obstrutiva, assim como a estenose do aqueduto. Hidromielia: O incremento da pressão intraventricular pode distender o canal da medula ocasionando a hidromielia, podendo também ocorrer devido a neoplasias Hipoplasia Cerebelar: Os animais afetados apresentam vários graus de sinais neurológicos cerebelares, como ataxia e a dificuldade em permanecer em estação, há perda da capacidade de coordená-los. A cabeça pode estar em opistótono (voltada para a região caudal) -Etiologia: Vírus da panleucopenia felina, BVD, peste suína clássica e herpes-vírus canino, língua azul e o vírus Akaban Parencefalia: É um defeito congênito Hipomielinogênese: Anomalia congênita caracterizada pela falha no desenvolvimento da mielina. Acomete sobretudo as raças: Dálmata, Samoieda, weimaranner). As enfermidades podem manifestar-se pós-natal (nascimento) em bovinos como tremor congênito, em ovinos como ataxia enzoótica e em felinos como distrofia neuroaxonal hereditária Traumatismos: Concussão: Impactos leves sobre o crânio, agressão encefálica difusa, lesão reversível, como consequência do impacto os líquidos encefálicos se deslocam e o sangue é jorrado dos capilares aos vasos maiores, determinando perda da consciência Contussão: Lesões mais graves, nesse caso há hemorragias extensas do parênquima e dos espaços meningeanos. A hemorragia desenvolve-se no local do golpe e é decorrente da ruptura de vasos determinada pela pressão negativa de contragolpes, geralmente acompanhada de perda da consciência Espinhal: Podem ser devidos a compressão por ligamentos violentamente distendidos, crescimento de tumores, granulomas, descolamento dos discos intervertebrais. Os animais afetados apresentam quadros variáveis de paraplegia e atrofia Mielopatia Estenótica Cervical (Síndrome de Wobbler) É uma enfermidade relatada em cães e quinos, que consiste em malformações ósseas congênitas. Ocorre instabilidade por subluxação vertebral, acentuada durante o movimento e compressão lateral ventrodorsal da medula espinhal. O quadro neurológico é de ataxia progressiva, paralisia e até tetraparapesia e atrofia muscular. Os sinais clínicos refletem nas lesões da medula cervical caudal geralmente localizada na 4º e 6º vértebra cervical. O diagnóstico diferencial neurológico inclui alterações diversas, como: Doença do disco intervertebral, neoplasia intramedular, do plexo braquial, polimeiosite, meningite, fratura ou luxação da vértebra e emboliafibrocartilagenesia. O diagnóstico diferencial não neurológico compreende enfermidades como displasias, rupturas e hiperparatireoidismo. Doença do Disco Intervertebral (DDIV) É provocada pela degeneração do disco intervertebral, pode ocorrer pela extrusão (Horsen tipo I) ou pela protrusão (Horsen tipo II) do disco, as quais podem causar compressão da medula ou das raízes nervosas e até concussão medular. Sendo observado em cães de raças condrodistróficas. Os sinais clínicos dependem da localização da medula, do volume e da velocidade de que esse material é ejetado. A doença é caracterizada pela extrusão (núcleo pulposo formado por tecido fibroso) ou do próprio disco para dentro do canal vertebral. Obs: O material extravasadosofre calcificação distrófica Alterações Circulatórias O aumento de volume do encéfalo obedece a diversas etiologias, que incluem, entre outras, alterações circulatórias como tumefação e edema Edema Vasogênico: Ocorre quando há alteração (lesão) na BHE com aumento da permeabilidade vascular e acumula-se líquido no espaço extracelular do parênquima encefálico. É o tipo de edema que se desenvolve as redes da inflamação, devido contusões, intoxicações, enterotoxemia, mercúrio, compressão e neoplasias. Edema Citotóxico: Sucede quando a lesão as membranas celulares das células neurais ou endoteliais com perturbação do equilíbrio iônico/osmótico. É visto casos de isquemia/hipóxia generalizada e infecção, além de deficiência de vit. B1, intoxicações (NaCl e mercúrio) Hidrostático: Ocorre devido a hidrocefalia interna, a partir de uma hipotonicidade do liquido plasmático (hiponatremia/hiposmolaridade) devido a hiperhidratação ou por alterações na secreção do hormônio antidiurético. O aumento no gradiente de osmolaridade cerebral faz com que o líquido passe do vaso para o interstício cerebral. O edema acomete células e o meio extracelular, sem lesão na BHE -Etiologia: Hidrocefalia interna -Patogenia: Aumento da pressão intraventricular, passagem do líquido das células ependimárias, acumulando no interstício periventricular. Não há comprometimento da BHE Casos de intoxicação por sal ou síndrome da privação hídrica, em geral em animais que recebem sal na dieta, como os bovinos e os suínos, a mesma pode estar relacionada a ingestão de água. -Patogenia: O animal desenvolve um quadro de hipernatremia e as forças osmóticas induzem a saída de água para o sangue, determinando desidratação cerebral. Quando o animal volta a ingerir água o sangue hipotônico em relação ao cérebro possibilitando a entrada de líquido no tecido cerebral, resultando em edema -Sinais Clínicos: Animal em estado de deglutição Microscopia: Edema perivascular moderado e manguitos perivasculares de eosinófilos no córtex e nas meninges. Necrose maciça Malácias (Amolecimento/Necrose de Liquefação) Classificação: Encefalomalácia, Mielomalácia, Poliencefalomalácia e Leucoencefalomalácia Leucoencefalomalácia Equina: É uma enfermidade fatal e grave decorrente da ingestão de alimento, em geral, o milho contendo a micotoxina Fumonisina B1, produzida pelo fungo Fusarium moniniforme -Patogenia: A fumonisina B1 age prejudicando a síntese de esfingolipídios, inibindo a enzima ceramina sintetase, que realiza a síntese de esfingolipídios, o quais mantém a função e estrutura do tecido nervoso. Essa inibição resulta no acúmulo de ceremina e outros esfingo. Compelxos que serão depletados se esse processo ocorre durante muito tempo -Sinais Clínicos: Equinos ictéricos, sinais neurológicos como ataxia, sonolência, fraqueza, cambaleio, disfagia, apoio da cabeça em objetos, paralisia faringeana parcial ou total -Microscopia: Vasculite, perivasculite com neutrófilos, plasmócitos, eosinófilos. Edema difuso ou perivascular. Necrose com invasão pelos neutrófilos e macrófagos (células granulo-adiposas) Poliencefalomalácia Bovina/Ovina (PGM): Pode também ser chamada de necrose cerebrocortical, sendo a sua denominação sinônimo para a lesão que atinge as laminas da substância cinzenta cerebrocortical e que consiste em seu amolecimento ou nercose -Etiologia: Distúrbio do metabolismo da tiamina (ingestão de plantas que contém tiaminase ou quando ocorre o aumento da excreção fecal da tiamina quando há enterite, acidose lática com a redução do Ph ruminal aumentando a tiaminase bacteriana, e ainda quando ocorre a administração incorreta de alguns helmínticos e de cocidiostáticos. Também pela intoxicação pelo enxofre. -Sinais Clínicos: Incoordenação, tremores musculares, cegueira total ou parcial, opistótono, estrabismo, andar cambaleante -Macroscópico: Amolecimento, depressão das circunvoluções, áreas amareladas e cavitações -Microscopia: Neurônios inquêmicos, tumefação de astrócitos... Encefalomalácia Focal Simétrica Ovina -Etiologia: Clostridium perfringens D, devido a produção da toxina épsilon -Sinais clínicos: Decúbito lateral, opistótono, etc. -Macroscópico: Áreas simétricas bilaterais: tálamo, hipocampo de cor cinzenta amarelada, áreas avermelhadas, devido a necrose e edema e presença de hemorragia -Microscopia: Necrose de neurônios e células da glia, edema perivascular intercelular com líquido rico em proteína, glicose, hialinização de arteríolas e células endoteliais tumefeitas, manguitos perivasculares com líquido rico em proteína Colienterotoxemia Suína: Etiologia: E. coli, devido a produção da verotoxina -Macro: Hiperemia, hemorragia, necrose (áreas amarelas no tronco encefálico, bilateralmente) -Micro: A principal lesão é a angiopatia: edema perivascular, necrose fibrinóide, perivasculite: macrófagos, linfócitos. As células endoteliais apresentam tumefação com degeneração. Em geral não há destruição da camada epitelial, portanto a trombose não é comum Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EET) Apresentam um grupo de enfermidades de cunho progressivo e longos períodos de incubação. Determinam degeneração do SNC, ocasionando lesão espongiforme que leva a morte -Causa: Defeito na conformação da proteína priônica, a qual passa de PrPc (normal) para PrPsc (defeituosa) Funções: -Desempenha papel na comunicação entre células nervosas; -Manutenção de concentração intracelular adequada de íons Cu²+; -Participação no transporte ou metabolismo de zinco; -Proteção ao estresse oxidativo -Participa na excitabilidade celular e transmissão sináptica; -Apoptose celular Doenças Priônicas: -Patogenia: Os PrPsc (anormal) ao encontrarem com as moléculas normais da proteína (PrPc), interagem com estas modificando-as para a forma anormal. Os príons doentes agem como agentes infecciosos, levando os príons celulares a se tornarem doentes (PrPsc) por meio de modificações conformacionais. Paraplexia Enzoótica dos Ovinos (Scrapie): A exposição oral é considerada a principal via de transmissão natural. A ovelha contaminada passa a infecção para outras durante o período de desmame e parto -Sinais Clínicos: Prurido intenso (coçar em objetos, automutilação, perda de lã e erosões na pele), mudanças de atitude (olhar assustado, fixo), perda de peso, mordedura nas patas, incoordenação, tremores e parestesia Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB): -Sinais Clínicos: Nervosismo, agressividade, pânico, salivação, tremores, hipersensibilidade, ataxia, marcha irregular, perda de peso e diminuição da produção de leite -Histopatologia: Presença de vacúolos em neurônios e no neuropil e leve gliose. Neurônios também exibem massas de substância amiloide -Imunohistoquímica: uso de anticorpos mono e policlonais para a identificação de depósitos de príons -Imunoelectroforese Capilar: Permite efetuar um diagnóstico antemortem precoce de BSE no sangue Inflamação no SNC -Paquimingite/Leptomeningite -Encefalite/Mielite -Encefalomielite -Poliencefalite/Poliomelite -Leucoencefalite/Leucomielite -Ependimite -Coroidite Características da Inflamação do SNC Infecções Bacterianas: Purulenta (supurativa)/fibrinosa Infecções Víricas e alguns agentes: Protozoários e metazoários produzem inflamação não supurativa. Fungos e algumas bactérias: Promovem inflamação granulomatosa 1.Enfermidade Por Bactéria 1.1-Meninge Paquimeningite: trauma causado por uma fratura, há uma osteomielite e pode chegar ao tecido nervoso. A inflamação envolve a aracnoide e a pia-máter. Agentes: Actinomyces pyogenes, Mycobacterium spp, injatáveis, etc. Leptomeningite: presença de exsudato opaco, aspecto leitoso (leite condensado- branco/cinzento), dependendo da bactéria, também pode ser esverdeado Infecções neonatais: streptococcus spp., Escherichia coli, Haemophilusparasuis (suínos de 2 a 4 meses), S. suis I e II, Pasteurella spp. 1.2-Encefalite e Mielite Supurada -Erysipelothrix rhusiopathiae -Streptococcus/Actinomyces pyogenes 1.3-Meningoencefalite Listeriose: Os principal agente causador é uma bactéria gram-positiva do gênero Listeria, L. monocytogenes, que pode ser encontrada no solo, plantas, superfície da água, paredes, etc -Consequências: Aborto, septicemia em bovinos, ovinos e no homem -Patogenia: Invasão da mucosa oral-Migração intra-axonal centrípeta-Infecção do gânglio trigeminal-Tronco-encefálico-Meningoencefalite multifocal supurativa Meningoencefalite Tromboembólica: O principal agente causador é o Haemophilus somnus (Histophilus somni) -Patogenia: H. somnus invade a circulação pulmonar, chega até a circulação cerebral, ocasiona dano no endotélio de vênulas do SNC, promovendo a exposição de colágeno subendotelial, fazendo com que ocorra vasculite, trombose e infarto. Ocorre inflamação, hemorragia e necrose do tecido nervoso. 1.4-Clostridioses Botulismo: É causado pelo Clostridium botulinium, um bacilo anaeróbio e Gram- positivo, formador de esporos, sendo estes muito resistentes e permanecendo no meio ambiente por longos períodos, o qual produz toxina botulínica. Pode ser encontrado no solo, água estagnada e na matéria orgânica de origem vegetal ou animal -Patogenia: Ocorre quando há ingestão de alimento contaminado, sendo assim, a toxina botulínica age interferindo na liberação de acetilcolina pelos neurônios colinérgicos da junção neuromuscular e nas sinapses autônomas provocando paralisia flácida e alteração no SNA e no sistema respiratório -Sinais Clínicos: Incoordenação, ataxia, anorexia, paralisia flácida, animal em decúbito, respiração abdominal, dificuldade na mastigação e deglutição, língua exposta e sialorreia. Tétano: É causado pelo Clastridium tetani Patogenia: Por meio de ferimentos, a bactéria penetra na musculatura do animal, possuindo sua toxina inativada, sendo esta ativada após a sua morte. Assim, a tetanospasmina migra por transporte axonal retrógrado até chegar na medula espinhal e no tronco encefálico, onde seu alvo são os reguladores interneurais,ligando-se a este e promovendo a inibição de glicina e de receptores GABA, causando uma hiperexcitabilidade dos neurônios motores, correndo contratura muscular generalizada permanente. Sendo assim, a absorção da toxina provoca rigidez muscular localizada, inicialmente próxima à região da ferida e nos músculos de maior atividade como o masseter e pescoço, sendo que a rigidez generalizada se dá mais tardiamente quando se fazem evidentes espasmos tônicos e hiperestesia. -Sinais Clínicos: Animal apresenta rigidez muscular generalizada, equinos e bovinos costumam apresentar membros lateralizados e cabeça rígida para a frente (posição de cavalete) 1.5-Iflamação Granulomatosa Tuberculose Enfermidades Por Vírus Particularidades: Alterações Vasculares: Normalmente está presente manguito perivascular, acúmulo de células e principalmente linfócitos e plasmócitos no espaço de Virchow Robin. Pode ocorrer proliferação de células endoteliais; Reações Gliais: Gliose ocorre nas áreas lesadas do parênquima, principalmente focos microgliais; Alterações Neuronais: Degeneração/necrose de neurônios ocorre nos casos de virose por vírus altamente neurotrópico; Alterações na Substância Branca como: Desmielinização por ação direta no revestimento axonal ou por lesão de alogodendrócitos; Corpúsculos de Inclusão: Alteração patognomônica nas encefalites virais, esses podem se formar nos neurônios e células da glia e são geralmente acidófilosintracitoplasmáticos ou intracelulares Principais Neuroviroses em Animais Raiva: -Etiologia: Família Rhabdoviridae e gênero Lyssavirus -Epizootiologia: carnívoros e morcegos hematófagos servem como reservatório e o vírus fica localizado nas glândulas salivares dos mesmo, pelo seu tropismo não permanecendo no encéfalo -Patogênese: O vírus é transmitido por meio da mordedura, seja do cão ou do morcego hematófago pela sua saliva, a qual possui o vírus em altas concentrações, neste estágio inicial o vírus replica-se na musculatura local (miócitos). Posteriormente, invade as terminações nervosas axonais de neurônios motores, seguindo progressão retrograda (corpo-neurônio). Migra atingindo a medula espinhal e o encéfalo, deste o vírus pode deslocar-se perifericamente (por via axônica) e chegar a glândula salivar em que pode dar lugar a replicação Aspectos: Encefalomielite não-supurativa. Principalmente polioencefalomielite; Alteração Grave: Pontes, hipocampo, com notáveis focos gliais e manguitos perivasculares Inclusões citoplasmáticas (Negri): Carnívoros (Hipocampo); Bovinos (células de Purkinge-cerebelo) Pseudoraiva (Aujeszky): -Etiologia: Herpesvírus (Alphaherpesvirinae) -Susceptibilidade: Suínos, ruminantes, carnívoros e roedores -Curiosidade: em suínos adultos a doença não é fatal, porém permanecem portadores e a mortalidade é alta em leitões (única espécie) Transmissão: O vírus penetra via respiratória, digestiva ou por lesões de pele e se disseminam via linfo-hematogênica ou nervosa -Sinais Clínicos: Prurido intenso, perda de lã, lesões na pele, áreas hiperêmicas, opistótono, etc. -Lesões: Meningoenfalomielite Não-purulenta: Manguitos perivasculares e focos de gliose Presença de corpúsculos de inclusões intracelulares anfofílicos nos neurônios, células da glia e microglia Pode ocorrer necrose neuronal focal ou disseminada. Presença de ganglioneurite semelhante a raiva Cinomose: -Etiologia: Família Paramyxoviridae (RNA), gênero Morbillivírus -Vírus pantrópico; afinidade particular: tecido linfoide e epitelial -Patogênese: Penetração TR, chega até lifonodos e amígdalas, segue a corrente sanguínea por onde se dissemina atingindo o sistema linfático e imune, posteriormente se propaga para a pele, os coxins, TGI, SNC e para as conjuntivas, sendo todos estes ultilizados para a sua eliminação -Lesões no SNC: Polio e leucoencefalomielite não supurativa, dismielinização e corpúsculos de inclusão Meningoencefalite Por Herpesvírus Bovino-5 -Etiologia: Herpesvírus bovino-5 -Sinais Clínicos: Incoordenação, tremores, andar em círculo, nistagmo, opstótono, quedas, bruxismo, convulsões e movimentos de pedalagem Ecefalomielite Equina: -Etiologia: Família: Togaviridae, gênero Alphavirus -No Brasil existe apenas o tipo leste-Culiseto melanura Patogênese: Picada do mosquito (inoculação do vírus), primeira multiplicação no linfonodo regional, disseminação hematôgena (Viremia I), vísceras, multiplicação, circulação sanguínea (Vremia II) -Sinais Clínicos: Movimentos de pedalagem, apoio da cabeça contra objetos, etc. -Macroscopia: Leptomeninges: Hiperemia, petequias Tecido Nervoso: Edema e Necrose Focal -Histopatologia: Polio e leucoencefalomielite com focos de gliose, manguito perivascular com linfócitos, alguns neutrófilos. Vasculite-Trombose-Focos de necrose. Artrite-Encefalite Caprina (CAE) -Etiologia: Lentivírus -Sinais Clínicos: Ataxia, paralisia de membros posteriores, etc. -Lesões: Substância branca da ponte e do cérebro: Acúmulo perivascular de linfócitos, gliose, desmielinização, necrose e células de gitter Infecções Micóticas e Parasitárias Histoplamose: Histoplasma capsulatum Criptococose: Criptococcus neoformas Aspergilose: Aspergilus fumigatus Toxoplamose: -Etiologia: Toxoplama gondii -Alterações no SNC: Meningite e Panencefalomielite não-supurativa Reações Iniciais: Vasculite, edema e necrose Mais Avançadas: Necrose, Microgliose, degeneração glial e neuronal Valor Diagnóstico: Pseudocistos de toxoplasma contendo Bradizoítos (muitas vezes não rodeados por células) Mieloencefalite Protozoária Equina (MPE): Etiologia: Sarcocystis neuroma O protozoário é transmitido aos equinospelos gambás (Didelphis virginiana e D. albiventris), que são hospedeiros definitivos -Sinais Clínicos: Ataxia de membros posteriores, fraqueza e atrofia muscular, quadríceps femoral, glúteos, infraespinhoso e supraespinhoso
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