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1 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Identificação Nome Sexo Idade Estado civil Grupo étnico Procedência Religião Profissão Queixa principal “O que o trouxe aqui?”, “Que tipo de problema o sr/sraestá tendo?” Anote com as palavras do paciente História da doença atual Início dos sintomas (tempo e característica): agudo, subagudo, crônico; Evolução: recorrente, progressivo; Fatores agravantes/desencadeantes; Quadro atual; Outros sintomas neurológicos. Sintomas neurológicos convulsões/desmaios cefaleia vertigem perda visual alteração da fala ou deglutição fraqueza dormência tremores desequilíbrio, dificuldade para andar controle esfincteriano alteração do sono alterações do humor alterações da memória Antecedentes pessoais, familiares, sociais Pessoal – médica Doenças, cirurgias, internações (ordem cronológica); Medicamentos de uso atual e prévio (dose, tempo); Pré-natal/nascimento; Infância–desenvolvimento. Pessoal – social Hábitos pessoais (atividade física, uso de drogas lícitas e ilícitas); Ocupação; Nível educacional. Familiar Doenças; Consanguinidade. Divisão clínica Primária: tato, pressão, dor, temperatura, posição, vibração; Secundária (corticais-requer síntese e interpretação das modalidades primárias nas áreas associativas): discriminação de dois pontos, estereoagnosia, grafestesia, localização tátil; 2 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Anormalidades sensoriais Parestesia: sensação desagradável não dolorosa em determinado segmento, comumente referenciada como formigamento, agulhadas ou cãibras; Anestesia: perda total de uma ou mais formas de sensibilidade; Hipoestesia: perda parcial de determinada modalidade sensitiva; Hiperestesia: exagero da sensibilidade; Hiperalgesia: exagero da sensibilidade dolorosa; Hipoalgesia: perda parcial da sensibilidade dolorosa; Analgesia: perda da sensibilidade dolorosa; Alodinea: dor ao estimulo não doloroso; Astereognosia: perda da capacidade de reconhecer objetos pelo tato; Apalestesia: Perda da sensibilidade vibratória; Abarestesia: Perda da sensibilidade pressórica; Abatiestesia: Perda da sensibilidade artrocinética (propriocepção consciente); Disestesia: Percepção anormal de estímulos. Exame Clínico Dor superficial: paciente com os olhos fechados, faça um estimulo com um material pontiagudo na região a ser avaliada, deve-se sempre comparar áreas homólogas; Sensação térmica: usa-se a mesma técnica da pesquisa de dor superficial, no entanto, o material utilizado deve ser tubos de ensaio com água quente (40 – 45ºC) e fria (5 – 10ºC); * dor e temperatura, em geral, estão comprometidas igualmente em lesões do sistema sensorial. Sensação tátil: paciente com os olhos fechados, faça um estimulo com um material rombudo, chumaço de algodão e/ou estesiometro na região a ser avaliada, deve-se sempre comparar intensidade entre áreas homólogas, o objetivo é avaliar se o paciente consegue localizar o estimulo. Sentidos de movimento e posição (artrestesia): paciente com os olhos fechados, move-se passivamente parte do corpo (metatarsofalangeana do hálux, interfalangiana distal da mão), o objetivo é avaliar se o paciente reconhece a posição. Sentido vibratório (palestesia): usa-se o Diapazão 128Hz nas proeminências ósseas, paciente com os olhos fechados deve ter a capacidade de distinguir o momento que ocorre a parada da vibração. Sentido de pressão: estreitamente relacionada com sensação tátil; Modalidades sensoriais corticais Grafestesia: olhos fechados, escreva letras ou números na mão; Estereognosia: olhos fechados, identificar os objetos colocados na mão; Estimulo simultâneo – extinção tátil; Discriminação de dois pontos. Localização sensorial Vias próximas uma das outras (nervos, raízes, tálamo): acometimento aproximadamente igual das modalidades sensoriais; 3 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Vias distantes uma das outras (medula, tronco): perda dissociada. Neuropatias periféricas focais Todas as modalidades sensoriais estão afetadas na área envolvida. Lesão da raiz nervosa Corresponde ao dermátomo envolvido Síndromes medulares Secção transversa completa Perda total /parcial de todas a modalidades sensitivas abaixo da lesão (Presença de nível sensitivo); Perda motora e autonômica; Causas comuns: trauma, tumor, EM, mielite transversa. Síndrome de Brown-séquard: Hemissecção medular; Perda ipsilateral força e sensibilidade profunda, perda contralateral de dor e temperatura; Causas comuns: lesão penetrante, EM, compressão lateral por tumor. Síndrome central medular: Perda sensorial de dor e temperatura e preservação do tato fino no segmento; Causas comuns: Siringomielia, tumores intramedulares, hematomielia. Síndrome da coluna posterior: Perda sensibilidade profunda; Causas comuns: deficiência Vitb12, compressão medular, mielopatiavacuolar AIDS, tabes dorsalis (sífilis). 4 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Síndrome medular anterior: perda dor /temperatura abaixo da lesão, perda de força; Causas comuns: Acidente vascular da artéria espinhal anterior, trauma, EM. Síndrome talâmicas: Comprometimento de todas as modalidades sensoriais no lado oposto do corpo; Frequentemente associadas a perversões sensoriais; Síndrome da dor talâmica (Dejerine- Roussy): amortecimento de todas as modalidades sensoriais contralaterais, porém leves estímulos causam dor desagradável, ardente (“anestesia dolorosa”). Síndromes sensoriais corticais Lesões do córtex parietal; Redução das modalidades sensoriais contralaterais; Distúrbios da sensação discriminativa. Perda sensorial não orgânica Não segue distribuição anatômica; Varia a cada avaliação, demora para responder; Perda total de modalidade, com discriminação intacta; Sensação de movimento e posição preservados (dedo-nariz); Manobra “sim se você sentir/ não se não sentir” com olhos fechados; Teste das mãos cruzadas. Anamnese Antecedentes: TCE, tabagismo, infecções do trato respiratório, medicações, drogas ilícitas; Avaliar passagens nasais; Teste de olfato Uma narina por vez; Substâncias não irritativas: café, cravo, canela; Avaliar a percepção: se vias intactas, hiposmia ou anosmia; Discriminação: córtex (agnosia olfativa); Causas: o Condutivas: → IVAS; → Toxinas – cocaína; → Pólipos; → Tumores intranasais; → Metabólicas – deficiências vitamina B12, B6, A. o Neurogênicas: → Meningiomas; → Tumores lobo frontal; → TCE; → Doenças neurodegenerativas (DA, DP), desmielinizantes (EM), congênitas (Sd de Kallmann – hipognadismo e anosmia), infecções (meningite basilar); 5 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais → Crises uncinadas (cacosmia–epilepsia do lobo temporal); → Síndrome de Foster Kennedy = anosmia + atrofia óptica unilateral + papiledema contralateral – tumor orbito frontal. Exame clínico Língua protusa; Instruções antes do teste; Substâncias: açúcar, sal, limão, café. Transtornos da função Causas de alteração do paladar: o Infecções orais e periorais; o Paralisia de bell; o Medicações; o Idade; o Comprometimento nutricional; o Lesões químicas / radiação. Exame clínico Acuidade visual: o Melhor acuidade corrigida; o Painel de Snellen: 20 pés/ 6 metros (relaxamento da acomodação) ≠ distúrbios de refração (optométricos); o Cartão de Rosenbaum; o 1,2 milhões de fibras em cada nervo óptico – 90% originado na mácula → comprometimento de visãode cores. Campos visuais: o Limite da visão periférica; o Campimetria de confrontação; o Escotomas: → Positivo: escuridão (exsudato, hemorragia – doença da retina); → Negativo: ausência de visão, ponto em branco (doença do nervo óptico); → Escotomas subjetivos: cintilantes (enxaqueca, flutuadores do vítreo). o Hemianopsias (metade do campo visual): 6 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais → Heterônimas (metade opostas de cada olho): lesões quiasmáticas; → Homônimas (metades correspondentes de cada olho): lesões retroquiasmáticas; → Quadrantoanopsias superiores: alça de Meyer no lobo temporal. Fundoscopia: o Oftalmoscópio direto; o Oftalmoscópio indireto (mapeamento da retina). Transtornos da função visual Pré-quiasmático: nervo óptico o Disco óptico: → Papiledema (edema de papila secundário a HIC): bilateral, visão normal (turvação temporária); → Edema de papila (desmielinização, inflamação, compressão, isquemia): unilateral. o Causas de neuropatia óptica: → Neuriteóptica; → NOIA (arteritica e não arteritica); → Compressão do nervo óptico; → Infiltração do nervo óptico (carcinomatosa, linfomatosa); → Sífilis; → Diabetes; → Sarcoidose; → Deficiência de vitb12; → Drogas/toxinas; → Glaucoma; → Neuropatia óptica hereditária. 7 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais o Segmento retrobulbar: → Aparência do disco normal: posteriormente atrofia; → Causas: mesmas que comprometem o disco; comum: compressão – tumores hipofisários, aneurismas distais da carótida, mengioma da bainha do nervo óptico ou asa esfenoide. o Quiasmático: → Sintomatologia: hemianopsia heterônma bilateral; → Causas: tumores hipofisários, craniofaringiomas, meningiomas, gliomas, aneurismas; desmielinização, isquemia, radionecrose. o Retroquiasmático: → Sintomatologia: hemianopsia homônima contralateral; Trato óptico e NGL: mais raro; Representação mácula poupada (ramos colaterais ACM). → Causas: vasculares, neoplasias, traumatismos, doenças desmielinizantes, abscessos. Disturbios visuais Pré- quiasmáticos Lesão monocular Comprometimento percepção para cores Defeito central ou paracentral de CV Defeito pupilar aferente Disco normal/alterado Quiasmáticos Hemianopsia heterônima (bitemporal) AV e disco normais Retroquiasmáticos Hemianopsia homonima contralateral AV e disco normais Exame clínico Sinais de surdez: virar a cabeça para escutar, ler lábio, falar em voz alta; Otoscopia: avaliar integridade da membrana timpânica, corpos estranhos, secreções; Região mastoide: avaliar edema, hipersensibilidade; Beira do leito: sussurrar, esfregar as mãos, uso do diapasão(>256Hz); Avaliação monoauricular, comparando; Teste de rinne: compara condução óssea e condução aérea; o Normal é condução aérea (CA) ser melhor que a óssea (CO); Teste de Weber: diapasão ativado na linha média do vértice craniano; o Normal: som ouvido igual em ambos os ouvidos; *audiometria=teste formal da audição. Transtornos da função Lesão o órgão auditivo periférico/ nervo coclear/ núcleo coclear: diminuição ou perda da audição (hipoacusia ou anacusia); *hiperacusia: lesão do VII (paralisia de estapedio), aura enxaqueca, epilepsia. Acima do núcleo coclear: comprometimento na localização, interpretação dos sons, distúrbios linguísticos (distúrbios do processamento auditivo, afasia de wernicke). 8 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Perda auditiva Conceito Causas principais Testes Condutiva Comprometimento da condução do som à cóclea Obstrução do canal auditivo externo, doença do ouvido médio (ex.: otite), perfuração tímpano, anormalidade da cadeia ossicular (otoesclerose) CO > CA (rinner alterado), weber se lateraliza para ouvido envolvido Sensorioneural Transdução e condução do sinal Doença na cóclea (ex.: menière, presbiacusia, trauma acústico, infecções) ou no VII NC (ex.: neuroma acústico) CA > CO (porém ambas comprometidas – rinner normal), weber se lateraliza para ouvido normal Central Doença nas vias centrais Núcleos cocleares: vascular/ inflamação Vias centrais: raras devido bilateralidade das vias CO e CA comprometidas Exame clínico Sintomas de disfunção vestibular: vertigem, náuseas, vômitos, nistagmo, lateropulsao; o Hipoperfusão cerebral: sensação de atordoamento, embriaguez, sincope iminente (sem movimento giratório, rotação ou ilusão do movimento ambiental) o Hiperventilação → hipocapnia → constrição artéria cerebral → hipoperfusão → Hipotensão ortostática, instabilidade, desequilíbrio. Vertigem: sensação de movimento ambiental Caráter: Objetiva (ambiente gira) x subjetiva (sensação que o paciente está girando) Frequência: Constante x intermitente Duração Fatores precipitantes: Movimento da cabeça, postura Sintomas associados: náuseas, vômitos, desequilíbrio, zumbido, perda da consciência, perda auditiva Nistagmo vestibular Decorre de uma sácade corretiva iniciada pelos campos oculares frontais em resposta ao desvio do olhar para o labirinto hipoativo, portanto o componente rápido do nistagmo é para o lado oposto da lesão Equilíbrio Lateropulsão para o lado afetado 9 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Testes para avaliar função vestibular Avaliação dos reflexos vestibuloespinhais: o Ultrapassagem do alvo (braços estendidos); o Romberg: olhos abertos vs fechados; o Passada de Fukuda: marca-passo; o Marcha em estrela de Babinski-weill: andar para frente e para trás repetidas vezes; *lesão aguda vestibular → desvio para o lado da lesão. Testes para avaliar função vestibular Avaliação dos reflexos vestibuloculares: o Reflexo oculocefalico: teste dos olhos de boneca; o Respostas calóricas: → Água gelada: desvio para lado irrigado com nistagmo oposto; → Água quente: desvio contralateral, nistagmo oposto. o Pesquisa de nistagmo: → Nistagmo espontâneo: Fase lenta para o lado afetado, fase rápida para lado oposto suprimido com fixação do olhar; → Nistagmo posicional: Manobra dix-hallpike, comumente periférico. Distúrbio vestibular central vs periférico Periférico Central Frequência Muito comum Raro Sintomatologia Mais sintomática (náuseas, vômitos, sintomas autonômicos) Sintomas auditivos associados (perda auditiva, plenitude ou dor ouvido, zumbido) Nistagmo horizontal com a velocidade e direção constante, inibidos com a fixação do olhar, são típicos de distúrbios vestibulares. Presente na fase aguda Nistagmo posicional VPPB: mais comum (ataques de curta duração – segundos) Neuronite: dura vários dias Doença de meniere: dura horas Menos sintomática Maior desequilíbrio Outros sinais neurológicos associados Nistagmo vertical ou em múltiplas direções, com velocidade variável e não inibível com a fixação do olhar é sugestivo de patologias centrais. Se mantem por semanas/meses 10 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Abrange a orientação temperoespacial, memória e linguagem. Mini exame do estado mental (MINIMENTAL- 1975): o Permite a avaliação das funções cognitivas e rastreamento de quadros demenciais; o O ponto de corte de 23/24 tem mostrado alta capacidade de discriminação de indivíduos cognitivamente alterados; o Limitações: pessoas analfabetas ou com nível intelectual/ cultural muito baixo; o Avalia os domínios de orientação espacial, temporal, memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem-nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho; o Valores normais: 27 a 30 pontos;o Valores “tolerados”: 24 a 27 pontos; o < 23 pontos = comprometimento de estado mental. MINIMENTAL X ESCALA DE DEMÊNCIA DE BLESSED Avaliação do nível de consciência: o É o indicador mais sensível de mudança no cérebro e é o primeiro sinal neurológico afetado; o Resulta da integração difusa dos sistemas neuronais encefálicos; o Progressão consciência → coma; o A avaliação da progressão do estado de consciência ao estado de coma é feita através da Escala de coma de Glasgow. Escala de coma de Glasgow: o Na prática, é possível avaliar o nível de consciência por meio da utilização de estímulos verbais (auditivos) e dolorosos (táteis); o O estímulo auditivo é dado inicialmente em tom de voz normal e posteriormente em tom de voz aumentado. Não havendo resposta, segue-se o estímulo tátil; o Pontuação possível de se obter compreende-se no intervalo de 3 a 15. 11 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Nervo Axônio Funções principais I olfatório Sensorial especial Olfato II óptico Sensorial especial Visão III oculomotor Somático motor Visceral motor Movimento dos olhos e pálpebras Controle parassimpático do tamanho da pupila IV troclear Somático motor Movimento ocular V trigêmeo Somático sensorial Somático motor Tato facial Movimento dos músculos mastigatórios VI abducente Somático motor Movimento ocular VII facial Somático motor Somático especial Movimento da expressão facial Gustação dos 2/3 anteriores da língua VIII vestíbulo-coclear Sensorial especial Audição e equilíbrio IX glossofaríngeo Somático motor Visceral motor Sensorial especial Sensorial visceral Movimento dos músculos da orofaringe Controle parassimpático das glândulas salivares Gustação 1/3 posterior da língua Detecção de alterações na PA na aorta X vago Visceral motor Sensorial visceral Somático motor Controle parassimpático visceral Nocicepção visceral Movimento dos músculos da orofaringe XI acessório Somático motor Movimento dos músculos da garganta e pescoço XII hipoglosso Somático motor Movimento da língua Nervo I – Olfatório Paciente de olhos fechados, examinando-se cada narina separadamente; Empregam-se substâncias não irritativas, e de odores conhecidos, como: café, canela, cravo, tabaco, álcool, etc; Afastar condições que impeçam o reconhecimento do aroma (resfriado comum, atrofia de mucosa); Alterações deficitárias: o Hiposmia e Anosmia: dependem de distúrbios neurológicos, como sífilis nervosa, fratura de base de crânio (andar superior), neoplasia da goteira olfativa; o Outras alterações: parosmia (perversão do olfato), alucinações olfativas e cacosmia (odor 12 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais desagradável): remetem a lesão cortical ou do úncus hipocampal. Nervo II - Óptico O nervo óptico é avaliado em 3 passos: Acuidade visual: pede-se para o paciente descrever o que vê na sala ou ler uma frase; Campo visual: paciente sentado, com o olhar fixo ao horizonte. O examinador desloca um objeto nos sentidos horizontal e vertical, o paciente dirá até que ponto percebe o objeto; Fundoscopia: com oftalmoscópio. Reconhecer o tecido nervoso e vasos correspondentes. Nervo III, IV e VI – Oculomotor, Troclear e Abducente Estes três nervos são examinados em conjunto, pois inervam vários músculos que têm por função a motilidade dos globos oculares. III – Oculomotor → Músculos extrínsecos do globo ocular com exceção do oblíquo superior e reto lateral. Inerva a musculatura elevadora da pálpebra; IV – Troclear → Músculo oblíquo superior; VI – Abducente → Músculo reto lateral. Avaliação é feita em 3 passos: 1. Motilidade extrínseca (III, IV, VI): o exame se faz em cada olho separadamente, e depois, simultaneamente. O paciente de cabeça imóvel, o examinador solicita a ele que desloque os olhos nos sentidos horizontal e vertical. No exame simultâneo acrescenta-se a prova de convergência ocular, que se faz aproximando gradativamente um objeto dos olhos do paciente. 2. Motilidade intrínseca (III): avalia-se o reflexo fotomotor – Direto e Consensual. Núcleo de Edinger-Westphal 3. Abertura palpebral (III): – inervação do músculo elevador da pálpebra superior. Semiotécnica: Exame dos movimentos oculares: Solicite ao paciente que acompanhe o seu lápis (ou o dedo), enquanto você o movimenta pelas seis principais direções do olhar fixo conjugado. Fazendo um H no ar, conduza o olhar do paciente: (1) para a extrema direita; (2) para a direita e para cima; (3) para baixo, à direita; (4) para a extrema esquerda; (5) para a esquerda e para cima; (6) para a esquerda e para baixo. Faça uma pausa durante o olhar conjugado para cima e para o lado, buscando detectar nistagmo. Exame da convergência: Peça ao paciente que acompanhe o seu dedo ou o lápis enquanto você o desloca na direção do nariz dele. Os olhos convergentes normalmente acompanham o objeto até 5-8 cm do nariz. Convergência insatisfatória pode ser encontrada no hipertireoidismo. Estrabismo: Não paralítico: causado por um desequilíbrio no tônus muscular ocular. É muitas vezes hereditário, e surge durante a infância, podendo normalizar com o crescimento; Paralítico: causado por paresia ou paralisia de um ou mais músculos extraoculares. Estrabismos paralíticos: Lesão do nervo oculomotor (NC III): A paralisia do nervo oculomotor afeta a maioria dos músculos oculares. → A pálpebra superior cai (ptose palpebral) e não pode ser levantada voluntariamente, por paralisia do músculo levantador da pálpebra superior. Como o músculo orbicular do olho é inervado pelo nervo facial (NC VII), o fechamento continua normal; → A pupila fica completamente dilatada e não reativa, devido à paralisia do músculo esfíncter da pupila, inervado pela porção parassimpática do nervo oculomotor (NC III). O dilatador da pupila 13 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais permanece funcionante pela inervação simpática proveniente do gânglio estrelado cervical; → A pupila é completamente abduzida e abaixada por ação conjunta do reto lateral e oblíquo superior sem oposição, visto que os demais músculos se encontram paralisados; → Diplopia com estrabismo divergente (exotropia). Lesão do nervo troclear (NC IV): Paralisia do músculo oblíquo superior. O olho não consegue sofrer depressão em posição aduzida. Também apresenta diplopia; Lesão do nervo abducente (NC VI): Paralisia do músculo reto lateral. O olho lesado é incapaz de ser abduzido, caracterizando uma diplopia com estrabismo convergente (esotropia); Diplopia: Visão dupla. Causada por um desvio ocular em que o paciente não consegue manter a fixação do objeto de interesse na fóvea. Deste modo, o objeto de interesse é visto em dois lugares. O paciente pode descrever o fato como visão embaçada, mas que desaparece quando apenas um olho está aberto; Nistagmo: Movimentos repetitivos rítmicos dos olhos. É provocado por impulsos motores irregulares para os músculos extraoculares. Pode ser causado por distúrbios oculares (estrabismo, catarata, coriorretinite) ou por disfunções neurológicas (labirintite, alcoolismo, lesão cerebelar, lesão de tronco encefálico); Outros movimentos oculares involuntários: Dismetria ocular, flutter, opsoclonus, bobbing ocular. Nervo V – Trigêmeo É um nervo misto; Raiz motora: Inerva os músculos destinados à mastigação (temporal, masseter e pterigoideos): o Verificar, por palpação, com o paciente cerrando a mandíbula, se há atrofia das regiões temporais e massetéricas; como está a abertura da boca; se há debilidade ao trincar os dentes; se há dificuldade de lateralização damandíbula (ver se há desvio mandibular); o Inspeção: Observar as fossas supra e infrazigomática, identificando atrofias musculares (músculo temporal e masseter) e presença de fasciculações; o Palpação: Solicitar ao paciente que “cerre” os dentes com força e depois relaxe, palpando os músculos temporal e masseter durante a manobra, avaliando seu volume e consistência, bem como a simetria na contração. Pode-se tentar abrir a 14 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais boca do paciente passivamente com os dentes cerrados (paciente conferindo resistência). Raiz sensitiva: Compreende os nervos oftálmico, maxilar e mandibular: o Semelhante a pesquisa de sensibilidade superficial. Acrescenta-se a pesquisa da sensibilidade corneana. Uso de mecha de algodão, pesquise o reflexo córneo-palpebral; o Reflexo córneo-palpebral: Solicitar ao paciente que olhe para cima e para o lado oposto ao olho a ser examinado; com um pequeno fragmento de algodão, tocar a córnea levemente, tendo o cuidado de o aproximar lateralmente (fora do campo de visão). A resposta normal é o piscar bilateral após estimulo (a via aferente é o trigêmeo e a via eferente o facial). Paralisia trigemial (central ou periférica): o Anestesia da hemiface; o Paralisia dos músculos da mastigação; o Desvio da mandíbula para o lado da lesão; o Abolição dos reflexos corneopalpebral e mandibular. Nervo VII – Facial Do ponto de vista semiológico → Parte motora Divide-se em 2 ramos: Temporofacial e Cervicofacial Solicita-se ao paciente para enrugar a testa, franzir o supercílio, fechar as pálpebras, mostrar os dentes, abrir a boca, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma. A paralisia de face se chama prosopoplegia. Quando bilateral, a prosoplegia se chama diplegia facial (possível causa pode ser a paralisia de Bell). Há dois tipos de fraqueza neurogênica do nervo facial a periférica ou do neurônico motor inferior, que pode ocorrer em qualquer parte do núcleo do facial e a paralisia central que atinge as vias supranucleares antes que elas façam sinapse com o núcleo facial. Na periférica há fraqueza flácida de todos os musculo da hemiface afetada. A causa mais comum é paralisia de Bell. Numa paralisia facial supranuclear a parte superior da face é poupada, atingindo apenas a face inferior. Nervo VIII - Vestibulococlear Vertigem: O paciente tem a sensação (subjetiva) de estar girando em torno dos objetos (vertigem subjetiva) ou de os objetos estarem girando em torno dele (vertigem objetiva). Geralmente acompanhada por perda do equilíbrio, náuseas, vômitos e zumbidos. o Causas: Labirintopatias; insuficiência vascular cerebral; afecções do cerebelo, tronco encefálico, córtex cerebral e epilepsias; cinetose; diabetes; mixedema. Distúrbios da audição (disacusias): Perda da capacidade auditiva. o Hipoacusia: Perda da capacidade auditiva leve ou moderada; o Surdez, anacusia ou cofose: Perda total da capacidade auditiva; o Disacusia de transmissão: Devido a lesões situadas no aparelho condutor da onda sonora, ou seja, orelha externa e média; o Disacusia neurossensorial ou de percepção: Quando o fator lesivo se localiza no órgão de Corti e/ou na via auditiva (nervo coclear), elementos perceptores da onda sonora. Semiotécnica: Testes de capacidade auditiva: Os testes de Rinne e Weber são aplicados na avaliação de pacientes que tenham como queixa a disacusia. São provas funcionais que avaliam a parte coclear do nervo 15 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais vestibulococlear (NC VIII). É necessário para realização destas provas utilizarmos o diapasão; o Rinne positivo normal: Tempo em torno de +/- 20 segundos para a via óssea e + 20 segundos via aérea, que tem duração 2x maior; o Rinne positivo encurtado ou patológico: Tempo por via óssea diminuído (exemplo: 10 segundos). Traduz disacusia neurossensorial por lesão do órgão de Corti ou dos neurônios cocleares; o Rinne negativo: Tempo por via óssea mais prolongado, melhor que por via aérea (o inverso do normal). Traduz disacusia de transmissão, que pode ser causada por: otite externa, otite média, afecção do tímpano, objeto estranho em conduto auditivo externo, tampão seroso. Teste de lateralização (de Weber): O diapasão, após ser colocado para vibrar, é posicionado com a haste apoiada no vértice da cabeça. Normalmente, os dois ouvidos percebem o som com igual intensidade. Interpretação: o Lesão no ouvido médio ou externo (disacusia de transmissão): O som é percebido melhor, paradoxalmente, pelo ouvido lesado, pois a lesão diminui a perda da onda sonora pelo ouvido lesado; o Lesão no nervo coclear ou no centro cortical auditivo (disacusia de percepção): O som é mais bem percebido pelo ouvido normal Nervo IX e X - Glossofaríngeo e Vago Nervo glossofaríngeo (NC IX): o Fibras motoras: músculo da faringe; o Fibras sensitivas: istmo das fauces, amígdalas, faringe e palato mole; o Fibras gustativas 1/3 posterior da língua. Nervo vago (NC X): o Fibras motoras: músculo da laringe; o Fibras sensitivas: faringe, esôfago, estômago, traqueia e brônquios; o Fibras autônomas parassimpáticas. Semiotécnica: Exame do glossofaríngeo-vago: o Analisar dinâmica da deglutição; o Analisar motilidade do véu palatino: solicita-se ao paciente que pronuncie a vogal “A” de boca aberta. Observa-se desvio da úvula para o lado sadio e deslocamento da parede posterior da faringe para o mesmo lado (sinal da cortina), caso haja paresia unilateral do véu palatino; o Pesquisar sensibilidade gustativa no 1/3 posterior da língua; o Exame das cordas vocais (laringoscopia). Alterações do vago/glossofaríngeo: o Disfagia alta (orofaríngea); o Abolição do reflexo do vômito; o Desvio da úvula para o lado sadio; o Sinal da cortina (deslocamento da parede posterior da faringe para o lado sadio); o Perda da gustação no 1/3 posterior da língua; o Disfonia (paralisia das cordas vocais). Nervo XI - Acessório Avalia-se basicamente o ramo externo – origem medular cervical. Avaliação dos músculos esternocleidomastóideo e a porção superior do trapézio. Pode ocorrer atrofia muscular, deficiência na elevação do ombro (trapézio) e na rotação da cabeça para o lado oposto (ECM) do músculo comprometido. Como avaliar o Nervo XI: 16 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Fique atrás do paciente e verifique se há atrofia ou fasciculações nos músculos trapézios, e compare um lado com o outro. As fasciculações são movimentos oscilantes finos e irregulares em pequenos grupos de fibras musculares. Solicite que o paciente encolha os ombros (movimento para cima) contra a resistência que você impõe com as mãos. Verifique assim a força e a contração dos músculos trapézios. A seguir, peça ao paciente que gire a cabeça para um lado e para o outro contra a resistência que você impõe com as mãos. Observe a contração do músculo esternocleidomastóideo oposto e a força do movimento contra a sua mão. *observação: comum associação com paralisias do glossofaríngeo, vago e hipoglosso (lesão bulbar). Nervo XII – Hipoglosso Nervo exclusivamente motor; Inerva a musculatura da língua; Movimentação ativa da língua para todos os lados; Peça ao paciente que coloque a língua para fora e verifique se há assimetria, atrofia ou desvio da linha média. Solicite ao paciente que mova a língua para a direita e para a esquerda e verifique a simetria do movimento. Quando houver dúvidas, peça ao paciente que pressione a língua contra a parte interna de cada bochecha enquanto você palpa externamente (força muscular); Em caso de problema com o nervo, a línguaserá desviada para o lado que apresentar o problema. Avaliação vascular das artérias do pescoço Artérias carótida e subclávia; Realizar palpação e ausculta, buscando frêmitos e sopros. Busca por limitações de movimento Paciente em pé; Coluna cervical e lombossacra; Inspeção e movimentação ativa. Avaliação dos sinais meningorradiculares Sinais de irritação meníngea: rigidez de nuca, Brudzinski e Kerning; Se presentes, podem indicar Meningismo: Meningite; HSA Kerning: Radiculopatia ≠ Meningite, no primeiro a dor é encontrada somente no lado ipsilateral a lesão 17 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Sinais de estiramento de raiz nervosa: Kerning, Laségue e Teste das Pontas de Séze; Se presentes, podem indicar Lombociatalgia: Lombalgia + acometimento neurológico: dor irradiada para a face posterior da coxa, parestesia, déficit esfincteriano, redução de força e sensibilidade. Sinal de Laségue Obs: Sinais de Bragard (dorsoflexão do pé) e Sicard (dorsoflexão do hálux). Serve para diferenciar uma dor na raiz nervosa de uma dor muscular. A resposta para se caso for dor neurológica, ela será acentuada com as manobras citadas anteriormente, uma vez que há estiramento dessa raiz. Teste das Pontas de Sezé: calcanhar (L4 e L5) e ponta dos pés (S1 e S2), pede-se para o paciente caminhar com os calcanhares ou ponta dos pés e se caso não seja possível, há comprometimento dos extensores plantar e flexores plantar, respectivamente. Classicamente, a motricidade é dividida em: Reflexa: sistema nervoso segmentar; Automática: sistema extra-piramidal; Voluntária: sistema piramidal. As alterações da motricidade se manifestam por dois tipos de sinais: Primários, ou diretos, consequentes à lesão: são geralmente negativos, refletem perda da função: paralisia, arreflexia, hipotonia, acinesia; Secundários ou indiretos, geralmente positivos: são consequentes à liberação de centros motores associados (doutrina da subordinação dos centros nervosos de Hughlings Jackson). Os principais exemplos são hiper-reflexia, espasticidade e hipercinesias. O exame da função motora compreende: A motricidade voluntária; A motricidade automática; O tônus e reflexos musculares; A coordenação motora; O equilíbrio. Motricidade voluntária É a motricidade proposicional. Classicamente esta motricidade, conduzida pela via piramidal, diferencia-se da motricidade automática, conduzida pelas vias extrapiramidais. É também considerada como motricidade mais elaborada, responsável pelas possibilidades gestuais, sofisticadas, dos mamíferos superiores, enquanto a motricidade automática seria primitiva, de base ou global, própria dos vertebrados não-mamíferos. Exame da motricidade voluntária: 1. Verificar se existem movimentos espontâneos ou ativos. 2. Deve-se primeiramente pedir que o paciente realize movimentos, especialmente dos membros, e verificar se estão sendo feitos em toda sua amplitude. 3. Verificar a força muscular segmentar. 4. Realizar manobras para avaliação deficitária. Força muscular segmentar: 18 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Solicita-se ao paciente que execute determinado movimento contra a resistência oferecida pelo examinador. Deverão ser testados os diversos grupos musculares. No caso de déficit motor, procuramos quantificá- lo usando a seguinte escala do Medical Research Council: Conceitos Importantes: • Paresia / plegia: abolição de força • Hemiparesia / hemiplegia: ausência de força de um lado do corpo • Paraplegia: ausência de força no segmento medular atingido os membros inferiores • Tetraplegia: abolição dos movimentos nos quatro membros Graus de força muscular: • Grau 0: sem contração/ sem movimento; • Grau 1: contração perceptível, mas sem movimento; • Grau 2: contração com movimento, vencendo a gravidade; • Grau 3: movimento livre, porém sem vencer a resistência do examinador; • Grau 4: movimento livre contra algum grau de resistência imposta pelo examinador; • Grau 5: força muscular normal. 19 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Manobras de sensibilização ou para testar déficits Manobra dos braços estendidos: os membros superiores são colocados em posição horizontal (“posição de juramento ”). Em caso de déficit motor, o membro apresenta oscilações e tende a abduzir e cair progressivamente. Manobra de Mingazzini: paciente em decúbito dorsal, com as pernas fletidas em ângulo reto sobre as coxas e estas sobre a bacia. Em caso de déficit, ocorre queda progressiva da perna (déficit do quadríceps), da coxa (déficit do psoas) ou de ambos os segmentos. Manobra de Barré: em decúbito ventral, com as pernas fletidas em ângulo reto sobre as coxas. Em caso de déficit, a perna cai progressivamente (déficit dos músculos flexores da perna sobre a coxa). Manobra do pé: Em decúbito dorsal e membros inferiores em extensão, com os pés em posição vertical. Em caso de déficit dos músculos rotatórios internos dos membros inferiores, os pés desviam-se para 20 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais fora. É manobra importante no paciente em coma, quando o déficit indica hemiplegia. Manobra de Raimiste — Doente em decúbito dorsal, antebraços fletidos em angulo reto sobre os braços e mãos dispostas verticalmente, como os antebraços. Conforme o grupo muscular afetado, pode observar-se queda, para fora ou para dentro, do antebraço, da mão ou apenas dos dedos. Manobra de Wattenberg: Posicionar as pernas fletidas semi-abertas com os pés apoiados pelos calcanhares mantendo os pés em ângulo de 45 graus com o leito. Tônus muscular: - Estado de tensão de um músculo; - Normotonia; - Hipotonia: Síndrome do motoneurônio inferior ou Síndrome da paralisia flácida; - Hipertonia: Síndrome do motoneurõnio superior ou Síndrome da paralisia espástica. • Inspeção: decúbitoo dorsal, abaulamentos, retrações, sinais flógicos. • Palpação: consistência (normotenso: fibroelastico; hipotenso: flácido; hipertenso: enrijecido). • Movimentação passiva: manobras punho- ombro e calcanhar-nádega Normal: estruturas não se tocam. • Passividade; • Extensibilidade: - Hipertonia: hiperpassividade e hipoextensibilidade - Hipotonia: hipopassividade e hiperextensibilidade Sinal de roda denteada: lesões extrapiramidais; ex: Parkinson Sinal do canivete: lesões piramidais; ex: AVE • Balanço Passivo Articular: balanço do punho e do pé - Hipertonia: balanço reduzido - Hipotonia: balanço excessivo Síndrome do neurônio motor superior Lesão no Trato Corticoespinal (TCE) ou Trato Corticoespinal Lateral (TCL) Paresia/paralisia não seletiva Hipertonia Atrofia de desuso leve (<20%) Exacerbação dos reflexos miostáticos profundos + reflexos patológicos (Sinal de Babinski) Eletroneuromiograma (ENM) normal Fasciculação ausente Síndrome do neurônio motor inferior Lesão na ponta anterior da medula, raiz nervosa ou nervos periféricos Paresia/paralisia em músculos específicos Hipotonia 21 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Atrofia muscular marcada (70 – 80%) Reflexos profundos diminuídos ou abolidos Eletroneuromiograma alterada Fasciculações nos segmentos inervados Motricidade automática A motricidade automática não resulta diretamente da vontade. É primitiva, básica, global e representa a motricidade dos vertebrados não mamíferos. Nos vertebrados superiores comporta-se como motricidade involuntária: o balanço dos braços durante a marcha, a expressão facial, o piscar, entreoutros. Movimentos automáticos normais: Mímica; Adaptações posturais: balanço dos braços durante a marcha; Gesticulação expressiva. Pesquisas de movimentos anormais Acinesia e bradicinesia: traduzem, respectivamente, a perda e a redução da motricidade automática ou involuntária. Por exemplo, redução da mímica, marcha em pequenos passos e abolição dos movimentos espontâneos → síndrome parkinsoniana. Movimentos coréicos (ou coréia): são movimentos involuntários arrítmicos, breves, abruptos, que fluem de uma parte a outra do corpo de forma não ordenada. Movimentos atetóticos (ou atetose) e movimentos balísticos constituem formas de coréia: o Os movimentos atetóticos são movimentos lentos, por vezes, ondulatórios, que ocorrem nas porções distais dos membros; o Balismos são movimentos amplos, bruscos, rápidos, predominando na raiz dos membros. Distonia: movimento involuntário marcado pela contração sustentada e padronizada de um ou vários grupamentos musculares, determinando torção ou posturas anormais. Tremor de repouso: os tremores são caracterizados por oscilações rítmicas de parte do corpo, consequentes à contração alternada de grupos musculares opostos, ou seja, agonistas e antagonistas. O tremor de repouso é típico da síndrome parkinsoniana, apresentando ritmo lento e regular (4 a 8 oscilações por segundo) no repouso, diminuindo ou desaparecendo durante o movimento voluntário. Tremor cinético ou de ação: tremor que se manifesta quando o movimento é realizado à velocidade média. Pode manifestar-se nas síndromes cerebelares. Coordenação motora Diz respeito aos mecanismos reguladores que envolvem o movimento. Quanto a coordenação de força, direção, velocidade e medidas adequadas, tornando o movimento, econômico, preciso e harmônico. O bom funcionamento depende de pelo menos dois setores do sistema nervoso: o cerebelo e a sensibilidade proprioceptiva. A perda de coordenação é denominada ataxia, a qual pode ser de três tipos: Cerebelar; Sensitiva; Mista. Nas lesões da sensibilidade proprioceptiva, o paciente utiliza a visão para fiscalizar os movimentos incoordenados. Cerradas as pálpebras, acentua-se a ataxia. Tal fato não ocorre nas lesões cerebelares. Ataxia cerebelar: Incoordenação: erros de direção, dismetria, marcha atáxica, fala escandida, tremor cinético e decomposição dos movimentos; Perda do equilíbrio: aumento da base de sustentação; 22 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Hipotonia: diminuição da resistência à movimentação passiva (retardo a uma resposta do tônus); Hemisférios cerebelares: movimentos finos dos membros; Vérmis e floculonodular: equilíbrio e postura. Ataxia sensitiva: Romberg presente: queda imediata sem lado preferencial; Marcha talonante; Nistagmo ausente. Ataxia vestibular: Romberg presente: queda após período de latência e, preferencialmente, para o lado lesado; Marcha em estrela; Nistagmo: desvio lento da íris para o lado lesado e rápido para o lado oposto.erebelares. Coordenação estática (equilíbrio): Verificada por meio da manobra de Romberg: Romberg simples: paciente assume postura ortostática com os membros em adução (junto ao corpo). Normalmente, assume-se pequenas oscilações no equilíbrio, sem queda. A queda ou sua iminente possibilidade indicam Romberg presente; Romberg sensibilizado: para sensibilização do exame, pode-se solicitar que o paciente coloque um pé na frente do outro, diminuindo a base de sustentação. O significado semiológico é o mesmo, apenas aumenta a sensibilidade do exame. Coordenação dinâmica: Prova índex-nariz: tocar a ponta do nariz com o indicador. Essa prova deverá ser realizada acompanhada ou não pelo auxílio da visão; Prova índex-nariz-índex: consiste em tocar o nariz com o índex e, posteriormente, o índex do examinador de forma repetida e com deslocamento de posição do índex do examinador; Prova calcanhar-joelho-crista da tíbia: em decúbito dorsal, tocar o joelho como calcanhar do lado oposto e deslizar o calcanhar ao longo da crista da tíbia; Prova dos movimentos alternados (prova das marionetes): efetuar movimentos sucessivos de pronação e supinação das mãos; Prova de Stewart-Holmes (ou do rechaço): Executar uma flexão do antebraço contra resistência oposta pelo examinador, que bruscamente a relaxa; Marcha: Testar, em linha reta, a marcha usual, no calcanhar e na ponta dos pés; Palavra falada; Provas gráficas. Equilíbrio O equilíbrio compreende as intervenções automáticas capazes de assegurar que o centro de gravidade do corpo se mantenha dentro do polígono de sustentação, tanto em condições estáticas (posição de pé) quanto dinâmicas (principalmente a marcha). Exploração: Pesquisa do sinal de Romberg: paciente em posição ereta, pés unidos e olhos fechados; Marcha usual, na ponta dos pés, nos calcanhares e em linha reta; Prova do índex: com os braços estendidos, manter os dedos indicadores na mesma posição dos indicadores do examinador, após fechar os olhos; Pesquisa do nistagmo. Equilíbrio dinâmico 23 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais Avaliação da marcha: - Paciente deve andar 3m, primeiramente de olhos abertos e depois de olhos fechados, com o avaliador ao seu lado para evitar quedas, deve ser realizado de descalço, - Marcha eubásica e disbásica. - Marcha pé-antepé Marcha hemiplégica (helicópode ou ceifante): Paciente mantém o membro superior homolateral fletido em 90º com o cotovelo e em adução (colocado transversalmente como apoio), e a mão fechada em leve pronação. Membro inferior apresenta trajeto de semicírculo sem flexão do joelho. Indica lesão do neurônio motor superior (síndrome piramidal). Marcha espástica (em tesoura): Dois membros inferiores enrijecidos e espásticos, permanecendo semifletidos. Os pés se arrastam e as pernas se cruzam, uma na frente da outra a cada passo. Presente nas formas espásticas de paralisia cerebral (lesão bilateral do neurônio motor superior). Marcha escarvante: Paciente levanta acentuadamente o membro inferior, com excessiva flexão da coxa sobre o quadril, evitando que o pé paralisado toque o solo e ele tropece. Indica paralisia do movimento de flexão dorsal do pé (músculo tibial anterior) e pode ocorrer por lesão do nervo isquiático, do fibular comum ou da raiz de L5; e também pode aparecer como sequela de poliomielite. Marcha anserina (de pato ou miopática): Paciente acentua a lordose lombar e inclina o tronco ora para a direita, ora para a esquerda, lembrando o andar de um pato. É encontrada em doenças musculares e traduz uma diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. O paciente utiliza-se dos quadrados lombares para movimentar o quadril. Marcha de Trendelemburg: Inclinação contralateral do tronco para abduzir o quadril do lado afetado. Indica lesão do músculo glúteo médio. Marcha Parkinsoniana: Paciente anda como um bloco enrijecido, sem o movimento automático dos braços. A cabeça permanece inclinada para frente e os passos são curtos e rápidos, dando a impressão de que o paciente “corre atrás de seu centro de gravidade” e que vai cair para frente. Ocorre nos portadores de doença de Parkinson. Marcha de pequenos passos: Caracterizada pelo fato de o paciente dar passos muito curtos e, ao caminhar, arrastar os pés como se estivesse dançando “marchinha”. É típica da atrofia cerebral (paralisia pseudobulbar). Marcha claudicante: Paciente manca para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. Marcha cerebelar (ébria): Paciente caminha com os pés bem separados e ziguezagueia como um bêbado. Traduz incoordenação de movimentos em decorrênciade lesões cerebelares (ataxia cerebelar). Marcha vestibular: Paciente não consegue andar em linha reta, lateralizando a trajetória. Ao solicitar que o paciente ande para frente em linha reta e volte, também em linha reta, de costas, ele descreve uma trajetória semelhante a uma estrela. Traduz lesão vestibular (ataxia vestibular). Marcha tabética (talonante): Paciente mantém os olhos fixos no chão. Os membros inferiores são levantados abruptamente e explosivamente e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo pesadamente. A marcha piora ainda mais com os olhos fechados. Traduz perda da propriocepção por lesão do cordão posterior da medula. Presente na tabes dorsalis (ataxia sensorial). Teste de Fukuda: - Marchar com os braços estendidos no mesmo lugar - Deslocamento 1m - Rotação > 30º Equilíbrio estático Prova de Romberg: 24 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais - Avalia a propriocepção e sistema vestibular - Manobra de Tandem Romberg simples: Paciente assume postura ortostática com os membros em adução (junto ao corpo). Normalmente, assume-se pequenas oscilações no equilíbrio, sem queda. A queda ou sua iminente possibilidade indicam Romberg presente; Romberg sensibilizado: Para sensibilização do exame, pode-se solicitar que o paciente coloque um pé na frente do outro, diminuindo a base de sustentação. O significado semiológico é o mesmo, apenas aumenta a sensibilidade do exame (Manobra de Tandem) Na presença de alteração, realizar 3 vezes: - Romberg negativo; - Romberg positivo: está ligado a visão, paciente cai imediatamente quando fecha os olhos - Sinal de Romberg Estereotipado ou Pesudoromberg: defict vestibular que leva o paciente a cair para o lado lesionado Obs: Cerebelopatas → distasia + danças dos tendões. São didaticamente divididos em profundos e superficiais. Reflexos profundos: o Reflexo bicipital (C5-C6): Percussão do tendão bicipital na fosse antecubital provoca flexão do antebraço; o Reflexo tricipital (C7-C8): Percussão do tendão tricipital acima do olecrano com o braço em semiflexao provoca extensão do antebraço; o Reflexo estilorradial (C6): Percussão do processo estiloide do rádio com o braço em semiflexão e semi-supinação provoca flexão da mão; o Reflexo patelar (L2-L4): Percussão do tendão do quadríceps com a perna em semiflexão e em repouso absoluto provoca sua extensão; o Reflexo aquileu (L4-S5): Percussão do tendão de Aquiles com o pé em absoluto repouso provoca flexão plantar. Reflexos superficiais: o Reflexos cutâneo-abdominais (T6-T12): O estímulo da pele da região abdominal provoca retração da cicatriz umbilical para o lado estimulado. O estímulo deve ser realizado de fora para dentro (em direção ao umbigo); o Reflexo cremastérico (L1-L2): A estimulação da face súpero-interna da coxa provoca a elevação do testículo do mesmo lado; o Reflexo plantar: O estímulo da região plantar pela borda externa a partir do calcanhar provoca flexão do polegar (normal). Sinal de Babinski: Ocorre extensão do hálux e, usualmente, abertura dos demais dedos em leque com a manobra anterior (sinal de lesão piramidal). É fisiológico até os 2 anos de idade. Sucedâneos de Babinski: Manobras alternativas que evidenciam o sinal de Babinski: o Manobra de Oppenheim: Deslizamento sobre a crista tibial; o Manobra de Gordon: Compressão da panturrilha; 25 Bruna Rego Acadêmica de Medicina – 2018.2 Habilidades Profissionais o Manobra de Chaddock: Fricção da parte externa do pé, do maléolo externo ao quinto dedo; o Manobra de Schaeffer: Compressão do tendão de Aquiles. Rigidez de nuca: estando o paciente em decúbito dorsal, o examinado coloca uma das mãos na região occipital e, suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente. Se o movimento for fácil e amplo, não há rigidez nucal, ou seja, a nuca é livre. Caso contrário, fala-se em resistência, defesa ou simplesmente rigidez da nuca. Prova de Brudzinski: com o paciente em decúbito dorsal e membros estendidos, o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente e, com a outra colocada na região occipital, executa uma flexão forçada da cabeça. A prova é positiva quando o paciente flete os membros inferiores, mas há casos nos quais se observam flexão dos joelhos e expressão fisionômica de sensação dolorosa. Prova de Kernig: consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. Considera-se a prova positiva quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. Essas provas são utilizadas para o diagnóstico de meningite, hemorragia subaracnóidea e radiculopatia ciática. Prova de Lasegue: com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador levanta um dos membros inferiores estendido. A prova é positiva quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, logo no início da prova (cerca de 30º de elevação). Sinal de Gowers: realiza-se a flexão dorsal do pé, estando o membro em posição para a pesquisa do sinal de Laségue. Sinal de Wassermann: com o paciente em decúbito ventral, realiza-se a extensão da coxa.
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