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Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 1 Curso de Enfermagem – Campus Salvador Enfermagem em Clinica Cirurgica, CC e CME Prof.ª Ana Ureta Cirurgia e enfermagem I. Breve Histórico Grécia Antiga Medicina dos Templos (séc. IV e V a.C.): é considerada a origem das escolas médicas e de uma série de termos médicos, criados a partir da apropriação de termos gregos. Kheirourgia - significava trabalho manual. “Origem” para que o termo cirurgia defina a especialidade médica que trata as doenças e os traumatismos por meio de processos operativos manuais e uso de instrumentos especiais. Hipócrates (460 a 377 a.C.) - a medicina ganha um cunho científico e os médicos passaram a ter as normas éticas que regulam sua prática. “PAI DA MEDICINA”, O grego Galeno (131-210 d.C.) - Viveu em Roma e era cirurgião dos gladiadores e depois dos imperadores já recomendava a fervura como um método para a desinfecção. Período medieval: Separação completa entre a medicina e a cirurgia. Surgem os cirurgiões-barbeiros, que realizavam procedimentos como sangrias, drenagem de abscessos, extrações dentárias e, até mesmo, amputação de membros realizada, principalmente, nos acampamentos dos campos de batalha. Renascença Apesar do desenvolvimento da medicina, a evolução da cirurgia continuava lenta. Tratamentos cirúrgicos eram dolorosos, já que a anestesia ainda não havia sido inventada; Hemorragia era estancada com ferro em brasa ou óleo fervente. Não havia o menor cuidado com a limpeza, os locais “operados” infeccionavam, e muitos pacientes morriam em decorrência da infecção. Inicio da enfermagem tal como preconizava Florence Nightingale Nascida em Florença, Itália, em 12 de maio de 1820, e morreu Inglaterra em 13 de agosto de 1910. Guerra da Criméia, em 1854, trabalhou com uma equipe de enfermeiras. Preocupada com a limpeza, a higiene e a ventilação do ambiente, conseguiu implementar esses princípios em seu ambiente de trabalho, contribuindo para melhorar as condições sanitárias dos hospitais militares de campo. TEORIA AMBIENTALISTA Quando havia uma intervenção cirúrgica, uma pessoa se responsabilizava pela limpeza dos instrumentos e pela manutenção da área limpa. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 2 Surgem então as primeiras atividades do enfermeiro de Centro Cirúrgico. Estabeleceu procedimentos regulares, padronizados, com o propósito de facilitar o atendimento aos pacientes e, conseqüentemente, a atuação mais segura e qualificada dos profissionais envolvidos na assistência hospitalar. Marco histórico na administração hospitalar e na gestão dos serviços de enfermagem. Novas descobertas Anestesia: surge em 1846, com a inalação do éter, que levava à narcose; Lavagem das mãos dos cirurgiões, com o intuito de prevenir infecções; As pesquisas de Pasteur (1822-1885) sobre os micro-organismos do ar; Descoberta dos micróbios contaminadores das feridas operatórias; Uso de substâncias antissépticas; Introdução do uso de luvas nas cirurgias em 1890, por William Halstead (1852- 1922). Séc. XX - introdução da anestesia geral, a utilização de técnicas assépticas e a criação de novas técnicas cirúrgicas e de instrumentos mais apropriados, a cirurgia passa a acompanhar o desenvolvimento científico vigente. O atual avanço tecnológico permitiu o desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos cada vez mais complexos: microcirurgia, o transplante de vários órgãos, o reimplante de partes do corpo, a colocação de próteses metálicas, a desobstrução de vasos do coração, entre outros. Para tanto, são utilizados equipamentos sofisticados como laser, laparoscópios, sensíveis aparelhos de monitorização e até robôs. Os avanços na anestesia acompanham a tecnologia cirúrgica, com a descoberta de novos medicamentos e técnicas anestésicas que melhoraram muito tanto o período operatório quanto o pós- operatório dos pacientes. II. Cirurgias Ambulatoriais Surgiram nos Estados Unidos na década de 1960 Surgimento decorrente do aprimoramento das técnicas e da tecnologia. Acesso aos modernos equipamentos e a Redução do risco de infecção cruzada Fatores econômicos e sociais (alto custo da hospitalização, deficiência de leitos hospitalares e os sistemas de reembolso pelos seguros- saúde) Nesses procedimentos, os pacientes chegam ao hospital apenas na manhã da cirurgia e vão para casa assim que têm alta da recuperação pós-anestésica. No Brasil, o aumento lento e gradual. As vantagens das cirurgias ambulatoriais são incontestáveis: Menor uso dos serviços hospitalares, Diminuição desses custos; Redução do tempo de afastamento do paciente do seu ambiente doméstico, da escola e do trabalho, Menor interferência na rotina diária do paciente. Outra grande vantagem é o menor índice de infecções hospitalares. As desvantagens. Menor controle sobre a realização dos cuidados pré-operatórios; Os cuidados pós-operatórios sejam realizados por pessoas despreparadas. Ponto de vista social: Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 3 Cirurgias ambulatoriais costumam representar maior ônus para os pacientes com a compra de medicamentos e procedimentos pós-operatórios que, na internação hospitalar, seriam cobertos pelos seguros-saúde particulares e/ou pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atenção: Em 1994, o Conselho Federal de Medicina estabeleceu critérios para a seleção dos pacientes candidatos a esse tipo de cirurgia. Paciente não possua problemas cardiovasculares ocasionados tanto por outras doenças, como pela doença cirúrgica. Exigência de um acompanhante adulto lúcido e previamente identificado, Realização apenas de procedimentos cirúrgicos que não requeiram cuidados especiais no pós-operatório. III. O Papel da Enfermagem Cirúrgica (enfermagem perioperatória) Influência da Association of Perioperative Registered Nurses (APRN), uma associação de enfermeiras perioperatórias americanas que, além de unificar os enfermeiros dessa especialidade, criou uma série de padrões para o cuidado com o paciente cirúrgico. No Brasil, existe a Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC), com propósitos semelhantes. A enfermagem cirúrgica é constituída pelos cuidados de enfermagem prestados ao paciente nos períodos pré, trans e pós-operatório. Esses cuidados visam: Maior conforto e segurança ao paciente, Minimizar os riscos cirúrgicos Contribuir para sua pronta recuperação, possibilitando assim que ele se reintegre rapidamente à sua família e à sociedade. Independentemente do local - hospital, clínicas, ambulatórios ou até mesmo em consultórios - Assistência de enfermagem precisam respeitar os princípios estabelecidos por Florence Nightingale, que permanecem atuais. Em cirurgias ambulatoriais, o enfermeiro deve: Prestar assistência, Buscar estratégias que ajudem o paciente a fazer um bom pré-operatório a partir do seu domicílio Preparar o paciente, ou à sua família, para a realização dos cuidados pós- operatórios de modo a minimizar os riscos e prevenir complicações. IV. Infecção Hospitalar Importante problema médico-social para a humanidade; Nos pacientes cirúrgicos, a infecção é uma das causas mais freqüentes de mortalidade relacionada ao ato cirúrgico. De acordo com o Ministério da Saúde: “Qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifeste durante a internação ou mesmo após a alta,quando puder ser relacionada com a hospitalização”. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 4 A Portaria 196/1983 do Ministério da Saúde: Instituiu a CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar), Objetivos da CCIH: Observação da ocorrência, distribuição das infecções e dos fatores que permitam o seu controle; Controle do estado geral dos pacientes, procedimentos diagnósticos e terapêuticos, emprego de antimicrobianos e imunossupressores; Estudo e controle dos métodos de proteção antiinfecciosa (esterilização, desinfecção e anti-sepsia). 1. Agentes etiológicos: Bactérias: são os principais microrganismos causadores da infecção hospitalar micrococcus: adquirem rapidamente resistência aos antibióticos. Staphylococcus aureus, Staphylococcus pneumoniae, Streptococcus pyógenes, Streptococcusfaecales; enterobactérias: provocam as infecções hospitalares graves. Escherichia coli, Klebsie lias, Proteus, Serratia sp, Salmonella; pseudomonadacese: constituem a grande problemática hospitalar. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 5 Pseudomonas aeruginosa, Moraxeila; anaeróbios: Clostridios. Vírus: da hepatite, herpes, influenza e Cytomegalovírus; fungos e leveduras: Candida albicans, Aspergilius, Cyptococcus. 2. Mecanismo da infecção O desenvolvimento da infecção irá depender da relação virulência do microrganismo e resistência do organismo infectado. Os componentes da virulência são: Poder da cápsula do microrganismo que o protege contra as forças defensivas do organismo infectado; Enzimas secretadas pelas bactérias que atuam favorecendo a difusão do processo infeccioso; Poder toxígeno que pode ser pouco ou muito estimulante para a produção de antitoxinas pelo indivíduo infectado. Os microrganismos, para desenvolver uma infecção, devem lutar contra um conjunto de forças defensivas (de mecanismo variado e eficiência relativa do hospedeiro). 3. Epidemiologia Existem dois tipos de infecção: Não hospitalar: o paciente já é admitido no hospital com essa infecção adquirida fora do ambiente hospitalar; Hospitalar: o paciente contrai a infecção no hospital derivada da: • Sua própria flora (autoinfecção): alguns microrganismos não patogênicos podem provocar infecções, quando se faz antibioticoterapia, e quando se procede inadequadamente; • Flora de outro paciente (infecção cruzada): os microrganismos são transmitidos por contato direto entre os pacientes (saliva, mãos), pelo ar, pelos profissionais (que contaminam as mãos, roupas e/ou cultivam os microrganismos na mucosa), por objetos inanimados contaminados (pelos pacientes, profissionais, visitantes, água) 4. Fatores predisponentes (Os fatores que facilitam ao paciente adquirir uma infecção hospitalar. ) Fatores inerentes ao próprio paciente Idade: os mais suscetíveis são os idosos e as crianças (principalmente os prematuros); Fumo; diminui as defesas da árvore respiratória; Malformação congênita: as meningomieloceles favorecem a instalação de meningites; as anomalias do trato urinário predispõem às infecções urinárias; Lesões cutâneas: as lesões de continuidade permitem a penetração dos microrganismos por quebra de barreira de proteção da pele; Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 6 Desnutrição: é uma importante causa predisponente por provocar alteração da flora intestinal, diminuição da resistência tecidual; Obesidade: o fluxo sangüíneo está diminuído no tecido adiposo, e ocorre sobrecarga de todos os sistemas; Diabetes: provoca absorção inadequada de medicamentos administrados por via IM, dificuldade de cicatrização devido à acidose, que diminui a proliferação dos fibroblastos; Viroses respiratórias: a gripe predispõe o paciente a pneumonias; Insuficiência cardíaca, insuficiência renal, hipotensão, choque, coma:essas alterações predispõem à infecção, pois a estase sangüínea prejudica a mobilização das células fagocitárias; Distúrbio no processo imunológico. Fatores inerentes à agressão diagnóstica e terapêutica Presença de terapêutica respiratória: anestesia, nebulização, inalação, aspiração endotraqueal, traqueostomia, intubação, ventilação assistida; Realização de exames: biópsias, laparoscopia; Administração de medicamentos: antibióticos, corticosteróides, citostáticos, vasopressores, soluções hipertônicas, soluções de aminoácidos, NPP (Nutrição Parenteral Prolongada), venóclise em geral; Transfusão de sangue e derivados; Realização de punções: arteriais, venosas e raquianas; Presença de cateteres nos vasos: dissecções arteriais e venosas: intracath; Passagem de sonda vesical; Existência de próteses vasculares e cardíacas; Realização de cirurgias: a incidência de infecção no pós-operatório aumenta de acordo com o procedimento cirúrgico. Fatores inerentes ao ambiente hospitalar Ambiente poluído de antibióticos e quimioterápicos que selecionam as espécies multirresistentes; Existência de microrganismos mais resistentes e virulentos que contaminam artigos e áreas hospitalares e infectam paciente suscetível; Existência de hospedeiros suscetíveis que possuem falhas nos mecanismos de defesa e sofrem agressões diagnósticas e /ou terapêuticas; Modificação da flora endógena normal do paciente Número de pessoas lidando com o mesmo paciente e circulando nas dependências hospitalares; Aumento da circulação de pacientes e familiares dentro do hospital; Pessoal auxiliar não preparado para atuar no controle e prevenção das infecções; Planta física inadequada, com falta de pias nas enfermarias, sala de medicação próxima ao banheiro, salas de cirurgia não isoladas etc.; Número de leitos excessivos nas enfermarias. 5. Tipos de infecções hospitalares em clínica cirúrgica Ferida operatória: Considera-se infectada qualquer ferida cirúrgica que elimine secreção purulenta com ou sem cultura positiva Urinaria: Incidência diretamente proporcional à freqüência de sondagem vesical Broncopulmonar: A penetração dos agentes infecciosos no trato pulmonar ocorre através da inalação de partículas contaminadas e, esporadicamente, pela via hematogênica. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 7 Bacteriemia: Os germes são veiculados pelo sangue, sendo introduzidos na corrente circulatória Gastrintestinal: Surtos de gastroenterites 6. Atuação da enfermagem no controle das infecções hospitalares Observar técnicas assépticas gerais: Utilizar materiais esterilizados nos procedimentos invasivos e na realização de curativos; Observar técnicas assépticas na execução das técnicas de enfermagem; Lavar as mãos: Cuidado no manuseio de roupas sujas: Forrar colchões e travesseiros com material impermeável a fim de facilitar a limpeza e dificultar a contaminação; Não sentar nos leitos dos pacientes; Não contaminar as roupas hospitalares limpas: Isolar os pacientes infectados ou com suspeita; Orientar e supervisionar os pacientes sobre os cuidados de higiene e assepsia. Respeitara classificação de riscos Considerar a equipe cirúrgica a fonte mais freqüente de contaminação da ferida cirúrgica Evitar contaminação da ferida cirúrgica Descontaminação pré operatória da pele Hospitalização pré-operatória: Realização de curativo: Prevenir infecção urinária Passar a sonda vesical somente quando necessário Prevenir infecção respiratória Atenção para pacientes traqueostomizados e ou em uso de inaloterapia,com nebulização e ventilação respiratória Como a enfermagem pode colaborar no controle da infecção? Notificando os casos dc suspeita ou de presença de infecção: hipertermia, secreção de feridas, disúria, processos infecciosos em geral; Reduzindo a transmissão pessoa/pessoa; Eliminando a contaminação por equipamentos; Promovendo a descontaminação regular e rotineira dos materiais e do ambiente hospitalar; Notificando todos os casos de quebra de rotinas e técnicas de controle de infecção hospitalar; Executando os cuidados de enfermagem de acordo com as medidas preconizadas no controle e prevenção de infecções. Referência Bibliográfica: Moura, M. L. P. A. ENFERMAGEM EM CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÂO. 7ª Ed. – São Paulo: Editora SENAC, 2004 Bartmann, M. ENFERMAGEM CIRÚRGICA. Rio de Janeiro: Editora SENAC Nacional, 2010 Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 8 O paciente cirúrgico Definições Cirurgia ou operação Tratamento de doença, lesão ou deformidade externa e/ou interna, com o objetivo de reparar, corrigir ou aliviar um problema físico. Realizada na sala de cirurgia do hospital,ambulatório ou consultório. Em consultório apenas quando o procedimento for considerado simples. Anestesia Recurso utilizado nas intervenções cirúrgicas com o objetivo de diminuir ou abolir as sensações dolorosas, provocar relaxamento e perda dos reflexos Existem quatro tipos de anestesia: Geral Regional Combinada Local Atenção: Paciente cirúrgico é todo doente cujo tratamento principal é a cirurgia. Este paciente receberá assistência da enfermagem nas três fases cirúrgicas: Pré Operatório Transoperatório Pós Operatório Pré-operatório Inicia-se no momento da decisão pelo tratamento cirúrgico e termina quando o paciente é admitido no centro cirúrgico; Transoperatório Inicia-se no momento da admissão do paciente no centro cirúrgico e termina quando ele é admitido na sala de recuperação pós-anestésica ou enfermaria; Pós-operatório: Inicia-se no momento da admissão do paciente na sala de recuperação pós-anestésica e termina após avaliação na unidade de internação ou no consultório médico. Indicações cirúrgicas Diagnóstica: realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença. Ex.: laparotomia exploradora; Curativa: tem por objetivo extirpar ou corrigir acausa da doença. Ex.:apendicectomia; Reparadora: reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou traumatismo. Ex.: enxerto de pele; Reconstrutora ou cosmética: tem por objetivo o embelezamento. Ex.: rinoplastia; Paliativa: realizada com o objetivo de atenuar, aliviar ou corrigir provisoriamente o dano causado pela doença. Ex.: colostomia. Classificação das cirurgias De acordo com o grau de urgência envolvido, classificam-se as cirurgias em: Emergência: a intervenção cirúrgica deve ser rápida. Ex.: nos traumatismos cranioencefálicos; Eletiva ou programada: o paciente deve ser operado, mas planeja-se a cirurgia e marca-se a data com antecedência. Ex.:amigdalectomia; Opcional: a cirurgia poderá ou não ser feita de acordo com a preferência pessoal do paciente. Ex.:plástica de pálpebras; Fatores de risco operatório A avaliação e o preparo pré-operatório visam identificar as causas evitáveis de insucesso cirúrgico. Atentar para EVITAR alterações que aumentam o risco operatório e afetam a evolução do paciente operatório e pós-operatório. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 9 Cuidados de enfermagem Variam de paciente para paciente. Baseados no atendimento às necessidades básicas do indivíduo e nas reações psíquicas e físicas do paciente a essa situação. Esclarecer o paciente sobre os procedimentos a serem realizados, pois o simples fato de não saber “o que vai ser feito” pode torná-lo não cooperativo e inquieto. ATENÇÃO Além da necessidade de atendimento às necessidades básicas, o paciente cirúrgico requer alguns cuidados específicos. Referência Bibliográfica: Moura, M. L. P. A. ENFERMAGEM EM CENTRO DE MATERIAL E ESERILIZAÇÂO. 7ª Ed. – São Paulo: Editora SENAC, 2004 Bartmann, M. ENFERMAGEM CIRÚRGICA. Rio de Janeiro: Editora SENAC Nacional, 2010 KAWAMOTO, E. E. Enfermagem em clinica cirúrgica.2ª Ed.- Rio de Janeiro: EPU, 2003. Terminologia médico-cirúrgica ou Terminologia Cirúrgica Terminologia especifica criada para facilitar a comunicação entre os profissionais de saúde. Os principais objetivos da terminologia cirúrgica são: Fornecer a definição do termo cirúrgico; Descrever os tipos de cirurgia; Facilitar o preparo dos instrumentais e equipamentos cirúrgicos apropriados para cada tipo de cirurgia. Em geral, essas palavras são formadas pela junção de dois ou mais termos, ganhando com isso um significado novo. Esses termos vêm do grego ou do latim e modificam o significado original da palavra à qual foram acrescentados. Conhecendo seu significado, podemos identificar de modo mais imediato a que se refere o novo termo. Exemplo: Neuro — do grego neüron — significa nervo. Assim, quando juntamos esse elemento à palavra cirurgia, temos a palavra neurocirurgia, que significa cirurgia ligada ao sistema nervoso. A palavra neuropatia — neuro (nervos) + patia (doença) — é usada quando queremos falar das doenças do sistema nervoso. Essa terminologia é formada por PREFIXOS (o primeiro elemento que compõe a palavra), que designam a parte do corpo relacionada à cirurgia, e por SUFIXOS (o último elemento que compõe a palavra), que indicam o ato cirúrgico referente. Atenção Conhecer e fixar alguns desses elementos formadores de palavras é importante para compreender a terminologia específica de sua profissão. Veja as tabelas a seguir. Prefixos da terminologia cirúrgica e seus significados PREFIXO RELATIVO A Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 10 adeno glândula Angio vaso Arterio artéria Artro articulação Blefaro pálpebra Cardio coração Cefalo cabeça cisto bexiga Colecisto vesícula colo cólon Colpo vagina Entero intestino delgado Espleno baço Flebo veia Gastro estômago Hepato fígado Hístero útero Láparo cavidade abdominal Laringo laringe Masto mamas Meningo meninges Nefro rim Oftalmo olho Ooforo ovário Orqui testículo Osteo osso Oto ouvido Procto reto Rino nariz Salpingo trompa Traqueo traquéia Sufixos da terminologia cirúrgica e seus significados SUFIXO SIGNIFICADO Algia/algo dor Cele tumor; hérnia Centese punção; orifício Ectomia remoção parcial ou total Omã tumor Pexia fixação de um órgão Plastia alteração da forma e/ou função Ráfia sutura Scopia visualização do interior do corpo em geral por meio de aparelhos com lentes especiais (s)tomia abertura de um órgão ou de uma nova boca Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 11 Principais cirurgias com sufixo ectomia CIRURGIA PARA REMOÇÃO DE apendicectomia apêndice Cistectomia bexiga Colecistectomia vesícula biliar Colectomia cólon Embolectomia êmbolo Esofagectomia esôfago Esplenectomia baço Fistulectomia fístula Gastrectomia estômago hemorroidectomia hemorróidas Hepatectomia parcial do fígado Histerectomia útero Lobectomia lobo de um órgão Mastectomia mama Miomectomia mioma Ooforectomia ovário pancreatectomia pâncreas Pneumectomía pulmão Prostatectomia próstata retossigmoidectomia reto-sigmóide Salpingectomia trompa Simpatectomia segmentosselecionados do sistema nervoso simpático, produzindo vasodilatação Tireoidectomia tireóide Principais cirurgias com sufixo pexia CIRURGIA PARA FIXAÇÃO DE Cistopexia bexiga Histeropexia útero à parede abdominal Nefropexia rim à parede abdominal Retinopexia retina orquiopexia ou orquidopexia testículo em sua bolsa Principais cirurgias com sufixo plastia CIRURGIA ALTERAR FORMA E/OU FUNÇÃO Artoplastia articulação, para restaurar movimento e função Blefaroplastia pálpebras Mamoplastia mama Piloroplastia piloro Queiloplastia lábio Rinoplastia nariz Ritidoplastia rugas da face Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 12 Salpingoplastia trompa, para sua recanalização Toracoplastia tórax Principais procedimentos com sufixo ráfia PROCEDIMENTO SUTURA DE Blefarorrafia pálpebra Colporrafia vagina Gastrorrafia estômago Herniorrafia hérnia Osteorrafia osso ou colocação de fio metálico Palatorrafia fenda palatina Perineorrafia períneo Tenorrafia tendão Principais procedimentos com sufixo scopia PROCEDIMENTO VISUALIZAÇÃO DE Artroscopia articulação Broncoscopia brônquios Cistoscopia bexiga Colonoscopia cólons Colposcopia vagina duodenoscopia duodeno Endoscopia órgãos internos Esofagoscopia esôfago Gastroscopia estômago Laparoscopia cavidade abdominal Laringoscopia laringe sigmoidoscopia sigmóide Ureteroscopia ureter Uretroscopia uretra ventriculoscopia ventrículo cerebral Principais cirurgias com sufixo tomia ou stomia CIRURGIA PARA ABERTURA DE Artrotomia articulação Broncotomia brônquio Cardiotomia cárdia Cistostomia bexiga para drenagem da urina por sonda Colecistostomia vesícula biliar (e colocação de dreno) coledocolitotomia colédoco para retirada de cálculo coledocostomia colédoco (e colocação de dreno) Coledocotomia e exploração do colédoco Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 13 Duodenotomia duodeno Enterostomia cólon (através da parede abdominal) Flebotomia dissecção de veia Gastrostomia estômago (e colocação de uma sonda através da parede abdominal) Hepatotomia fígado Ileostomia íleo (e colocação de sonda ou dreno) Jejunostomia jejuno (e colocação de sonda para alimentação) Laparotomia cavidade abdominal Nefrostomia rim (e colocação de sonda) Tenotomia tendão Toracostomia parede torácica (para drenagem) Toracotomia parede torácica Traqueostomia traquéia (para facilitar a entrada de ar) ureterolítotomia ureter (para retirada de cálculo) Terminologias que não seguem as regras citadas CIRURGIA OBJETIVO amputação remoção de um membro ou de parte necrosada do corpo anastomose conexão e sutura de dois órgãos ou vasos Artrodese fixação cirúrgica de articulações bartholinectomia retirada de cisto de Bartholin Biópsia remoção de um tecido vivo para fins diagnósticos Cauterização destruição de tecido através de agente cáustico ou calor — bisturi elétrico Cesariana retirada do feto por incisão através da parede abdominal circuncisão ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande Cistocele queda da bexiga curetagem uterina raspagem e remoção do conteúdo uterino Deiscência separação de bordos previamente suturados e unidos Dissecção corte, retalhamento Divertículo bolsa que sai daca’dade Enxerto transplante de órgão ou tecido Episiotomia incisão perineal destinada a evitar a ruptura do períneo durante o parto evisceração saída de víscera de sua cavidade Fístula orifício que põe em comunicação parte de um órgão, cavidade ou foco supurativo, com a superfície cutânea ou mucosa Goniotomia cirurgia de glaucoma Onfalectomia remoção do umbigo Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 14 operação de Bursh levantamento da bexiga operação de Hammsted correção de estenose pilórica operação de Manchester correção de prolapso de útero Paracentese punção cirúrgica da cavidade para retirada de líquido Ressecção remoção cirúrgica de parte de órgão Retocele protrusão de parte do reto Toracocentese punção cirúrgica na cavidade torácica Varicocele veias dilatadas no escroto Vasectomia corte de um segmento do canal deferente (para controle da natalidade) Referência Bibliográfica: Moura, M. L. P. A. ENFERMAGEM EM CENTRO DE MATERIAL E ESERILIZAÇÂO. 7ª Ed. – São Paulo: Editora SENAC, 2004 Bartmann, M. ENFERMAGEM CIRÚRGICA. Rio de Janeiro: Editora SENAC Nacional, 2010 Ferida Operatória FFeerriiddaass Qualquer interrupção da continuidade do tecido corpóreo, podendo envolver parcial ou totalmente a espessura da pele. Ferida Operatória Toda ferida produzida cirurgicamente por um instrumento cortante. Outras definições: Cicatrização: Restauração da continuidade da pela Debridamento: Técnica de limpeza para remover tecido infectado e desvitalizado que está impedindo o processo de cicatrização Quelóide: Tecido cicatrizado que apresenta crescimento excessivo Fios Cirúrgicos: Para ocorrer o processo natural da cicatrização da ferida operatória, é necessário que as bordas dos tecidos lesados estejam aproximadas pela sutura. Tipos de fios utilizados: absorvíveis: desaparecem depois de alguns meses, após serem absorvidos pelos tecidos; inabsorvíveis: não são absorvidos pelos tecidos, apesar de alguns (por exemplo, o fio de seda), desaparecerem após muitos anos. Fisiologia da cicatrização Principal finalidade da cicatrização cirúrgica: Reconstrução, da maneira mais fiel possível, dos tecidos lesados. A reconstrução do tecido lesado consiste de três fases interligadas. Fases da Reconstrução Regeneração celular: no local, ocorre vasoconstrição para controlar a hemorragia e migração dos neutrófilos para evitar a infecção; Proliferação celular: a nível superficial ocorre epitelização da ferida e na profundidade da lesão dá-se a proliferação capilar (nova formação vascular) e multiplicação dos fibroblastos que sintetizarão o colágeno; Produção de colágeno: as fibras colágenas preenchem a ferida originando a cicatrização, que raramente possuem a mesma resistência e elasticidade de um tecido normal. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 15 Formas de Cicatrização: Primeira intenção: Cicatrização com leve reação tecidual por primeira intenção acontece nas feridas feitas assepticamente, com pequena destruição de tecidos e suturadas adequadamente; Segunda intenção (granulação): Acontece nas feridas com pus ou com perda de tecido; Após drenagem e limpeza formam- se no local granulações (tecido vermelho, sensível e que sangra com facilidade) que, mais tarde, formarão o colágeno; Terceira intenção: Cicatrização profunda e mais larga acontece nas feridas profundas não suturadas, Quando as suturas se romperam; após a ferida ser novamente suturada, as duas superfícies de granulação opostas serão reunidas. Fatores que afetam o processo normal da cicatrização idade avançada; déficit protéico-calórico e de vitamina C; oxigenação inadequada dos tecidos provocada por problemas pulmonares cardíacos e vasculares; tratamento com corticóides, anticoagulantes, drogas imunossupressoras e irradiação; doenças como diabetes, insuficiência renal aguda, quadro de choque; manipulação inadequada dos tecidos, técnica inadequada de curativo; presença de edema, hemorragia e corpos estranhos; mau funcionamento do sistema de drenagem ou do dreno; fatores de tensão na ferida: hiperatividade do paciente, vômitos, tosse forte e contínua. Complicaçõesna ferida operatória Hemorragia: Ocorre mais freqüentemente nas primeiras 24 horas após a cirurgia. Infecção Supurativa ou necrotizante Deiscência Reabertura de uma ferida previamente fechada Quando ocorre saída de órgãos internos ao meio externo denomina-se EVISCERAÇAO Procedimentos de enfermagem Preparo pré-operatório Preparar adequadamente a pele a ser operada; Auxiliar nas condutas que visam melhorar o estado geral do paciente: alimentação adequada, diminuição do fumo, correção das doenças sistêmicas; Orientar o paciente sobre os procedimentos e a importância da sua cooperação no P0. Respeitar a técnica asséptica durante os procedimentos. Curativos cirúrgicos Obedecer os princípios da técnica de curativo; Trocar o curativo após o banho e não realizá-lo durante o horário das refeições; Observar sinais de infecção: processo inflamatório (edema, dor, hiperemia e aumento da temperatura local), saída de secreção purulenta e hipertermia; Iniciar o curativo pelas feridas limpas e terminar nas infectadas; Nas incisões com saída de secreção, colocar, sobre a ferida, gazes ou compressa para Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 16 aparar a secreção. Nas incisões com dreno: Colocar sobre o local gazes ou compressas para aparar a drenagem das secreções; Manter o funcionamento adequado do aspirador portátil de pressão negativa para feridas (hemovac): quando cheio, abre-se a tampa superior, esvazia-se o conteúdo, comprime- se o receptor recoloca-se a tampa e recomeça-se a drenagem por sucção; Hemorragia Fazer curativo compressivo; Observar presença de sangramento nos curativos e na roupa de cama; Observar e notificar sinais de choque hemorrágico; Prevenir e tratar o choque hemorrágico. Deiscência Pode-se fazer a lavagem ou irrigação do local da deiscência com soro fisiológico; Utilizar medidas de prevenção e tratamento da ferida operatória; Prevenir e tratar a distensão abdominal. Evisceração Não manipular os órgãos expostos e não tentar recolocá-los na cavidade; Cobrir os órgãos eviscerados com compressas estéreis, umedecidas com soro fisiológico; Manter o paciente calmo, em decúbito dorsal e com os joelhos flexionados; Deixar o paciente em jejum; Comunicar o médico e preparar o paciente para a cirurgia. Condutas gerais Lavar as mãos antes de cada procedimento; Estimular a ingestão adequada de proteínas e vitamina C; Relacionar a hipertermia com a existência de outros sinais de infecção; Elevar a região edemaciada e aplicar compressas frias; Orientar o paciente sobre os cuidados com a ferida operatória; Observar e notificar alterações da ferida. Referência Bibliográfica: Bartmann, M. ENFERMAGEM CIRÚRGICA. Rio de Janeiro: Editora SENAC Nacional, 2010 KAWAMOTO, E. E. Enfermagem em clinica cirúrgica.2ª Ed.- Rio de Janeiro: EPU, 2003. Sistema de Assistência de Enfermagem Perioperatória SAEP O Que é SAE? “Utilização de metodologia científica para assistir o ser humano no atendimento de suas Necessidades Humanas Básicas, respeitando a individualidade de cada paciente/cliente, através da aplicação do processo de enfermagem” (COREN, 2002) Resolução COFEN nº. 272/2002 Artigo 2º - A implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE - deve ocorrer em toda instituição da saúde, pública e privada. Artigo 3º - A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 17 registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: -Histórico de enfermagem -Exame Físico -Diagnóstico de Enfermagem -Prescrição da Assistência de Enfermagem -Evolução da Assistência de Enfermagem -Relatório de Enfermagem SAEP Anterior Resolução do COFEN 272/2002 (1990) Casteilanos e Jouclas propuseram a aplicação do processo de enfermagem no cuidado com ao paciente cirúrgico. Baseado na assistência integral, continuada, participativa, individualizada, documentada e avaliada, denominando este processo: SAEP. Os principais objetivos da SAEP são: Ajudar o paciente e a família a compreenderem e a se prepararem para o tratamento anestésico cirúrgico proposto; Diminuir ao máximo os riscos decorrentes da utilização dos materiais e equipamentos necessários para o desenvolvimento desses procedimentos; Prever, prover e controlar os recursos humanos; Diminuir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente específico do CC e da sala de recuperação pós-anestésica. Recomendações para a viabilização processo Implementar a assistência de enfermagem integral, individualizada e documentada nos períodos pré, trans e pós-operatórios; Realizar o registro das ações do enfermeiro em um instrumento próprio e adequado às fases do perioperatório; Levantar e analisar as necessidades individuais do paciente que será submetido ao procedimento anestésico-cirúrgica: Realizar o planejamento da assistência de enfermagem; Ajudar o paciente e sua família a compreenderem o problema de saúde, preparando-os para o procedimento anestésico-cirúrgico; Diminuir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente cirúrgico; Diminuir a inquietação e a ansiedade do paciente e de sua família, contribuindo para a recuperação do cliente cirúrgico. Período Perioperatório Espaço de tempo que compreende os períodos: pré-operatório imediato, transoperatório, intra-operatório, recuperação anestésica e pós-operatório imediato. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 18 Períodos Cirúrgicos Período pré-operatório imediato Compreende as 24 h que antecedem o procedimento anestésico-cirúrgico e se estende até o encaminhamento do paciente para o CC. Na avaliação do paciente no pré-operatório imediato devemos considerar alguns fatores como: porte da cirurgia, duração do procedimento, tipo de anestesia, estado físico geral, idade, gravidade da doença cirúrgica, estado nutricional, riscos no transoperatórias e possíveis complicações no pós-operatório imediato. Período transoperatório Desde o momento em que o paciente é recebido na unidade de CC até sua saída da sala de operações. O intra-operatório vai do início ao término do procedimento anestésico-cirúrgico e, portanto, está inserido no período transoperatório. Período pós-operatório Esta fase compreende todo o período após a realização do procedimento anestésico- cirúrgico, que se subdivide em três momentos: Recuperação anestésica Pós-operatório imediato Pós-operatório mediato Recuperação anestésica: Desde a chegada do paciente na RA até sua alta para a unidade de origem. Nesta fase, deve-se dar continuidade à prescrição pós-operatória e à evolução. O paciente deve ser encaminhado para a unidade de origem com todas as anotações de pré, trans e pós para que se garanta a continuidade da assistência. Recomenda-se, ainda, a utilização de um instrumento específico para este fim, ou seja, um impresso próprio da SAEP. Pós-operatório imediato: Compreende as primeiras 24 horas após a intervenção. A permanência na RA ou na UTI está aqui incorporada, assim como a recuperação em casa, nos casos em que o paciente tenha sido submetido a um procedimento em nível ambulatorial e tenha tido alta ainda em P01. Pós-operatório mediato: Inicia-se após as primeiras 24 horas que se seguem à cirurgia e se estende até a alta do paciente ou mesmo após seu retorno ao domicílio. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta19 O tempo desta etapa é variável, segundo o procedimento ao qual o cliente foi submetido. Bibliografia BRUNNER & SUDATRH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001 Sociedade brasileira de Enfermeiros de CC, PA e CME – Práticas Recomendadas SOBECC - 5ª ed.- São Paulo: SOBECC,2009. Centro de Material e Esterilização (CME) O que é um CME? É a área responsável pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares. É no CME que se realiza o controle, limpeza, o preparo, a esterilização, acondicionamento e a distribuição dos materiais hospitalares. Tipos de CME: Descentralizada: utilizada até o final da década de 40, neste tipo de central cada unidade ou conjunto delas é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza; Semi-centralizada: teve início na década de 50, cada unidade prepara seus materiais, mas os encaminha para serem esterilizados em um único local; Centralizada: utilizada atualmente, os materiais do hospital são processados no mesmo local, ou seja, os materiais são preparados, esterilizados, distribuídos e controlados quantitativa e qualitativamente na CME. Atenção A CME centralizada apresenta inúmeras vantagens, das quais podem-se destacar: a eficiência, a economia e a maior segurança para a equipe e para os clientes Atividades desenvolvidas no CME A RDC nº 307 determina que as atividades desenvolvidas no CME sejam basicamente: Receber, desinfetar, e separar os produtos para saúde Lavar os produtos Receber as roupas vindas da lavanderia Preparar os produtos e as roupas ( em pacotes) Esterilizar os produtos e roupas por meio de métodos físicos e/ou químicos, proporcionando condições de aeração dos produtos, conforme o necessário Realizar o controle microbiológico e o prazo de validade de esterilização dos produtos Armazenar os produtos e as roupas esterilizadas Distribuir os produtos e as roupas esterilizadas Zelar pela proteção e pela segurança dos operadores. Localização O ideal é que esteja próximo aos centros de fornecedores (almoxarifado, lavanderia) e tenha acesso fácil para as unidades consumidoras (C.C., UTI, C.O., UI, P.A.). Importante: Estar longe das áreas de grande circulação, o que diminui o risco de contaminação. Deve ser uma unidade de acesso livre apenas para profissionais que formam a equipe de trabalho desta unidade. Característica da planta física Com o objetivo de assegurar a eficiência no trabalho, controle de infecções, deve-se Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 20 garantir: Piso: Cor clara, resistente ao calor, umidade e aos produtos de limpeza, ser liso, antiacústico, não refletir a luz, durável, lavável, fácil limpeza, oferecer boa condutibilidade de eletricidade e estática. Paredes: Lisas e planas, sem nenhuma saliência, revestimento deve ser de material lavável, durável e de cor clara para diminuir a reverberação da luz. Forro: acústico Janelas: A presença de janelas é discutível, uma vez que o aparelho de ar condicionado faz a ventilação do ambiente e visores permitem a entrada da luz natural. Se houver janelas, que sejam lacradas, altas e teladas. Portas: Resistentes, de material lavável e durável. Iluminação: Natural ou artificial, desde que facilitem o desenvolvimento do trabalho dos funcionários. Se a luz for artificial, que seja fluorescente, pois repelem insetos. Sistema de exaustão de calor: Na área onde ficam os autoclaves, deve existir sistema de exaustão de ar, bem como na sala de desinfecção de artigos e na área de descarregamento das autoclaves. As temperaturas elevadas diminuem o desempenho da equipe de trabalho. Ventilação: Manter temperaturas em níveis de conforto é fundamental para bom desenvolvimento das atividades na CME. Altas temperaturas levam queda de produtividade e perda do rendimento do setor. Área Física RDC 50 da ANVISA de 21 de fevereiro de 2002, RDC 307 de 14 de novembro de 2002. Dispõe sobre o regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Fluxograma O fluxo de artigos na CME deve ser contínuo, ou seja não poderá ocorrer cruzamento do artigo limpo com o contaminado. Deve existir uma barreira física entre área contaminada e limpa. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 21 Zoneamento O zoneamento segue um fluxograma unidirecional contínuo de forma a evitar o cruzamento de artigos sujos com os limpos e esterilizados, bem como do pessoal, evitando que o funcionário da área contaminada circule pela área limpa e vice-versa. Áreas do CME: Recepção e expurgo: Setor responsável por receber, conferir, lavar e secar os materiais provenientes do CC e UI. Os funcionários desta área utilizam EPIs para se protegerem de se contaminarem com sangue e fluidos corpóreos, quando lavam os instrumentais. As lavadoras ultrassônicas auxiliam na lavagem dos instrumentais através da vibração do som adicionado com solução desincrostante, promovendo uma limpeza mais eficaz e maior segurança para o funcionário Preparo: Setor responsável por preparar e acondicionar os materiais. São utilizados invólucros especiais que permitam a passagem do agente esterilizante e impeçam a passagem dos microorganismos. É também responsável por conferir, preparar e acondicionar caixas para as diversas especialidades cirúrgicas (instrumentais) Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 22 Esterilização: É o setor responsável pela esterilização dos materiais. Esta área destina-se à instalação dos equipamentos utilizados para a esterilização de materiais pelos métodos físicos e químicos. Guarda e distribuição: Setor responsável por separar os materiais a serem utilizados em uma cirurgia É responsável ainda por distribuir materiais esterilizados para as UI e Ambulatórios Outras áreas que devem compor o CME são as: Salas de chefia e enfermagem Secretaria Vestiários e sanitários Recursos Humanos no CME A equipe de enfermagem que trabalha nesta unidade presta uma assistência indireta ao paciente. O quadro de pessoal de uma CME deve ser composto por enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e auxiliares administrativos, cujas funções estão descritas nas práticas recomendadas da SOBECC. I - Enfermeiro I.I – Coordenador da Unidade • Atua na coordenação do setor; • Prever os materiais necessários para prover as unidades consumidoras; • Elaborar relatórios mensais estatísticos, tanto de custo quanto de produtividade; • Planejar e fazer anualmente o orçamento do CME com antecedência de 04 a 6 meses • Elaborar e manter atualizado o manual de normas, rotinas e procedimentos do CME, que deve estar disponível para a consulta dos colaboradores. • Desenvolver pesquisas e trabalhos científicos que contribuam para o crescimento e as boas práticas de Enfermagem, participando de tais projetos e colaborando com seu andamento. • Manter-se atualizado acerca das tendências técnicas e científicas relacionadas com o controle de infecção hospitalar e com o uso de tecnologias avançadas nos procedimentos que englobem artigos processados pelo CME. • Participar de comissões institucionais que interfiram na dinâmica de trabalho do CME. I.II - Técnico Administrativo • Planejar, coordenar e desenvolver rotinas para o controle dos processos de limpeza, preparo, esterilização, armazenagem e distribuição dos artigos; • Desenvolve processode avaliação dos serviços prestados ao cliente interno e/ou esterno; • Estabelecer rotinas para a limpeza e manutenção preventiva dos equipamentos existentes no CME; • Realizar os testes necessários e emitir pareceres técnicos antes da aquisição de novos artigos e equipamentos; • Verificar os relatórios de manutenção de artigos e equipamentos e aprova-los mediantes as evidências do serviço prestado; • Controlar o recebimento, o uso e a devolução dos artigos consignados; • Fazer relatório diário com informações dobre as atividades desenvolvidas e pendentes e outros fatos importantes ocorridos durante a jornada de trabalho; Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 23 • Tomar parte da passagem de plantão; • Manter atualizado o inventário do instrumental cirúrgico dos artigos e dos equipamentos do CME; • Participar ativamente dos processos de aquisição de materiais, instrumental cirúrgico e equipamentos. I.III – Administração de pessoal • realizar programa de treinamento e educação continuada, com descrição de conteúdo e controle de presença; • fazer escala mensal e de atividades dos colaboradores; • programar escalas de férias e cobertura de feriados; • participar ativamente do processo de seleção de pessoal; • realizar avaliação de desempenho dos colaboradores; • estabelecer sistemas de prevenção de riscos ocupacionais II - Técnico de Enfermagem • Fazer a leitura dos indicadores biológicos, de acordo com as rotinas da instituição; • Receber, conferir e preparar os artigos consignados; • Realizar a limpeza, o preparo, a esterilização, a guarda e a distribuição de artigos, de acordo com solicitação; • Preparar os carros para cirurgias; • Preparar as caixas cirúrgicas; • Realizar cuidados com artigos endoscópicos em geral; • Monitorar afetiva e continuamente cada lote ou carga nos processos de esterilização; • Revisar a listagem de caixas cirúrgicas, bem como proceder à sua reposição; • Fazer listagem e encaminhamento de artigos e instrumental cirúrgico para conserto III - Auxiliar de Enfermagem • Receber e limpar os artigos; • Receber e preparar roupas limpas; • Preparar e esterilizar os artigos e instrumentais cirúrgicos; • Guardar e distribuir todos os artigos esterilizados. IV - Auxiliar - administrativo As atividades desenvolvidas por esse profissional devem ser determinadas conforme as especificações de cada serviço. (pedidos de produtos de consumo, digitar comunicados, escalas de serviço e de férias, listagens de caixas cirúrgicas e de rotinas, entre outras ) Esse profissional é o elo entre o ambiente externo e o interno do CME, sendo indispensável para a efetiva comunicação com os demais setores da instituição. Critérios Mínimos Recomendados para o Processamento dos Produtos de Saúde Critérios mínimos constituem conceitos básicos utilizados para determinar as recomendações de processamento de produtos para saúde, que devem ser classificados segundo os riscos potenciais de transmissão de infecções para os pacientes. Classificação dos artigos segundo o potencial de transmissão de infecção: Três categorias distintas conforme o grau de risco de infecção Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 24 1. Artigos críticos 2. Artigos semicríticos 3. Artigos não-críticos 1. Artigos Críticos Artigos ou produtos utilizados em procedimentos invasivos com penetração em pele e em mucosas adjacentes, tecidos subepiteliais e sistema vascular, incluindo todos os materiais que estejam diretamente conectados com essas regiões. São exemplos de tais artigos:agulhas, campos, gazes, compressas, caneta do eletrocautério, fios cirúrgicos, cubas, cateteres intravenosos, implantes, instrumental Cirúrgico e as soluções injetáveis, entre outros. Segundo a RDC n.° 8 de 27 de fevereiro de 2009, é obrigatória a esterilização dos produtos para saúde classificados como críticos. 2. Artigos semicríticos Artigos e produtos que entram em contato com mucosas integras colonizadas e exigem uma desinfecção de alto nível. São exemplos de tais artigos: nebulizadores, umidificadores, inaladores, circuitos respiratórios, endoscópios, espéculo vaginal, entre outros. A esterilização desses artigos não e obrigatória, embora possa ser desejável em diversas circunstâncias, como quando se usa o espéculo vaginal em cirurgia. 3. Artigos não-críticos Artigos ou produtos destinados ao contato com pele integra e mesmo aqueles que nem sequer contatam diretamente o paciente. Exigem como processamento mínimo a limpeza e/ou desinfecção de baixo nível, entre um uso e outro, entendendo- se por limpeza a remoção da sujidade visível. São exemplos de tais artigos: termômetros axilares, manguitos do esfigmomanómetro, sensor do oximetro de pulso, comadres. Atenção! Esta classificação é de suma importância para a escolha do processo de tratamento: esterilização, desinfecção e limpeza. Na prática, pode surgir dúvida principalmente com os artigos semicriticos. Por exemplo, os equipamentos de endoscopia, pois durante a passagem da sonda não é incomum ocorrerem pequenos traumas, principalmente em pacientes com varizes esofágicas, havendo a necessidade do processo de esterilização. Outros Conceitos Importantes: Reprocessamento: Processo de limpeza e desinfecção ou esterilização a ser aplicado ao produto médico, que garanta a segurança na sua utilização, incluindo controle da qualidade em todas suas etapas. Reesterilização: Esterilização de artigos já processados, mas não utilizados, em razão de eventos ocorridos dentro prazo de validade do produto ou do próprio processamento. Produto médico: Produto para a saúde, tais como equipamentos, aparelhos, materiais, artigos ou sistemas de uso ou aplicação médica, odontológica ou laboratorial, destinados à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento, à reabilitação ou à anticoncepção. Limpeza: É a operação pela qual se faz a remoção física de sujidades, pois a presença de Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 25 matéria orgânica dificulta a ação dos produtos químicos nos processos de desinfecção e esterilização. Desinfecção: É o processo pelo qual são destruídos os microorganismos em sua forma vegetativa, sendo utilizado no tratamento de artigos semicríticos e contaminados. Esterilização: É o processo pelo qual são destruídas todas as formas de vida microbiana (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas), utilizado no tratamento de artigos críticos, mediante a aplicação de agentes físicos(auto clave) e químicos (óxido de etileno). Bibliografia BRUNNER & SUDATRH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001 MOURA, M.L.P.A. – Enfermagem em Centro de Material e Esterilização - 7ª ed. – São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2004. Sociedade brasileira de Enfermeiros de CC, PA e CME – Práticas Recomendadas SOBECC - 5ª ed.- São Paulo: SOBECC,2009. Biossegurança Conjunto de estudos e procedimentos que visam a evitar ou controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos, físicos, psicológicos e biológicos à biodiversidade. Ministério da Saúde: “uma ou mais condições de uma variável com o potencial necessário para causar danos” - RISCO Tais danos podem ser: lesões a pessoas, a equipamentos e instalações, perda de material em processo ou redução da capacidade de produção. Os riscos são classificados em: 1. Físicos: incluem ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, luminosidade, radiação e umidade; 2. Químicos: englobam todas as substâncias que podempenetrar no organismo pela pele, por ingestão ou pelas vias respiratórias, na forma de névoa, poeira, neblina, gás e fumaça; 3. Biológicos: identificados pelo contato com bactérias, fungos, protozoários, vírus, bacilos, parasitas; 4. Mecânicos: decorrentes de movimentos inadequados, escorregões, quedas e outras condições de insegurança presentes no local de trabalho e capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador; 5. Psicológicos: resultante da interação entre pessoas num mesmo ambiente fechado e altamente desgastante. 6. Riscos Ergonômicos e Psicossociais Atentar para: Ergonomia Equipamentos de proteção individual (EPI) Descarte de materiais Risco de Incêndio e ou choque Alergia ao látex Stress Burnout (Síndrome do Cuidador Descuidado) Outros Atenção CC é um ambiente complexo, com muitas substâncias, equipamento perigosos e ambiente com agentes e fatores psicológicos que interferem direta ou Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 26 indiretamente na vida do profissional e/ou do paciente. O enfermeiro perioperatório desempenha um papel importante em ajudar a manter um ambiente seguro para o paciente em cirurgia e para os outros membros da equipe cirúrgica. Bibliografia BRUNNER & SUDATRH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001 Sociedade brasileira de Enfermeiros de CC, PA e CME – Práticas Recomendadas SOBECC - 5ª ed.- São Paulo: SOBECC,2009 Controle de Infecção no Ambiente Cirúrgico e Limpeza do CC Infecções do Sítio Cirúrgico As ISC elevam o custo da internação Incidência variável Relacionado a condição clínica do paciente, tempo cirúrgico e potencial de contaminação do procedimento Busca intra hospitalar Principais Fontes: De Acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as principais fontes de transmissão de infecção no paciente no Centro Cirúrgico são: o próprio paciente, os funcionários da unidade, o ambiente, os materiais e equipamentos. Atenção Cada uma dessas fontes deve ser considerada de acordo com sua ordem de importância, dependendo das próprias- condições do paciente e dos procedimentos realizados. Causadores de Infecções do Sítio Cirúrgico As fontes de microrganismos são variadas e nem sempre é possível identificar ao certo a sua origem. A principal fonte é a inoculação direta da microbiota do próprio paciente, principalmente da pele e do sitio manipulado. Outras fontes podem ser: a equipe cirúrgica, os materiais e equipamentos e o ambiente. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 27 Classificação das Cirurgias Portaria n. 2.616, de 12/05/1998, do Ministério da Saúde:As cirurgias podem ser classificadas segundo o potencial de contaminação, ou seja, de acordo com o risco de infecção ao qual o paciente é exposto em: • Limpas • Potencialmente contaminadas • Contaminadas • Infectadas Cirurgias limpas: Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local; Cirurgias eletivas não traumáticas; fechamento por primeira intenção; sem penetração nos tratos respiratório, digestório e geniturinário; sem qualquer falha na técnica asséptica e sem drenos. Exemplos: hemiorrafia, safenectomia, mamoplastia. Cirurgias potencialmente contaminadas: Realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana residente pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação; Abertura do trato respiratório, digestório ou geniturinário sob condições controladas, sem contaminação significativa. Exemplos: gastrectomia, colecistectomia, prostatectomia. Cirurgias contaminadas: Realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação é difícil; Incisão na presença de inflamação não purulenta aguda; quebra grosseira da técnica asséptica; trauma penetrante há menos de quatro horas; feridas abertas cronicamente. Exemplos: amigdalectomia, colectomia, apendicectomia. Cirurgias infectadas: Realizadas em quaisquer tecidos ou órgãos quando há presença de secreção purulenta, área necrótica ou corpo estranho; Perfuração de víscera, trauma penetrante há mais de quatro horas, ferida traumática com tecido desvitalizado ou contaminação fecal. Exemplo: cirurgias de reto e ânus com fezes ou pus, ceco perfurado/apendicectomia supurada, debridamentos em escaras. Recomendações para a Prevenção de ISC No Pré –operatório: Preparo do Paciente Antissepsia pré-operatória da equipe cirúrgica Manejo de profissionais colonizados ou infectados Profilaxia antimicrobiana No Intra-operatório: Ventilação da sala cirúrgica Limpeza e desinfecção de superfícies fixas Esterilização do Instrumental Paramentação Cirúrgica Assepsia e técnica cirúrgica Bibliografia BRUNNER & SUDATRH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001 Sociedade brasileira de Enfermeiros de CC, PA e CME – Práticas Recomendadas SOBECC - 5ª ed.- São Paulo: SOBECC,2009. LIMPEZA EM CENTRO CIRÚRGICO Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 28 Definição A limpeza consiste na remoção, por meios mecânicos e/ou físicos, da sujidade depositada nas superfícies inertes que constituem um suporte físico e nutritivo para os microrganismos. Elemento primário e eficaz como medida de controle para interromper a cadeia epidemiológica das infecções. Limpeza de uma sala de cirurgia Consiste não somente procedimentos rotineiros com equipamentos, piso, paredes e portas, mas também em um controle ambiental. Controlar: acesso e trânsito de pessoas dentro da sala cirúrgica, abertura das portas, sistema de ventilação que garanta a troca e a filtração freqüentes do ar e utilização de paramentação adequada pela equipe. Conforme o risco de contaminação, classificamos os ambientes hospitalares em: Áreas críticas: ambientes nos quais existe o risco aumentado de transmissão de infecção; onde se realizam procedimentos de risco ou onde se encontram pacientes imunodeprimidos. Áreas semicríticas: todos os compartimentos ocupados por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas; Áreas não críticas: todos os demais compartimentos do estabelecimento assistencial de saúde, não ocupados por pacientes ou onde não se realizam procedimentos de risco. O Centro Cirúrgico • É uma área crítica, • Requer controle de fluxo de pessoal e material, com o objetivo de diminuir a contaminação ambiental. • Assim, em relação à assepsia, o CC se delimita em três áreas para a movimentação de pacientes e da equipe: Irrestrita/ não restrita Semirrestrita Restrita Área irrestrita/não restrita: Os profissionais e os pacientes podem circular com roupas comuns. Exemplos: corredor que dá acesso ao exterior, vestiário e secretaria externa; Área semirrestrita: O tráfego é limitado a pessoas do próprio setor, que devem ter o corpo e a cabeça cobertos, para não intervir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia da área restrita. Exemplos: expurgo, sala de estar e sala de preparo de material; Área restrita: Máscaras são exigidas, além da roupa privativa do Centro Cirúrgico. As técnicas de assepsia devem ser rigorosamente controladas e utilizadas, evitando contaminação do ambiente. Exemplos: corredor interno, salas cirúrgicas e sala de recuperação pós-anestésica. Limpeza das áreas não restritas e semirrestritas Limpeza de manutenção: requer procedimento comumcom o uso de água, sabão e desinfetante, conforme recomendado pela CCIH da instituição. Deve ser realizada pelo menos uma vez em cada plantão, ou sempre que for necessário. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 29 É feita pelo funcionário do serviço de higiene, com uso de EPI adequado. Limpeza das áreas restritas São recomendadas limpeza e desinfecção diárias e devem ser realizadas pelo funcionário do serviço de higiene, com uso de EPI adequado. Sala de operações: requer diferentes tipos de limpeza dependendo se está sendo utilizada ou não. Terminal Preparatória Operatória Concorrente Outras Limpeza Terminal: Processo de limpeza e/ou desinfecção, que tem por objetivo a redução da sujidade e da população microbiana, reduzindo a possibilidade de contaminação ambiental. Aplica-se a superfícies horizontais e verticais. Realizada diariamente após o término do último procedimento cirúrgico. É indicado que se inicie do local mais limpo para o mais sujo, como por teto, paredes, portas e chão. Realizada pelo funcionário do serviço de higiene, usando EPI adequado. Limpeza de mobiliário, foco e equipamentos como monitores, aparelho de anestesia e mesa cirúrgica, deverá ser realizada pelo funcionário da enfermagem, usando EPI adequado. Iniciar a limpeza da sala de operação após a retirada do material sujo, incluindo a roupa e o lixo. Limpeza preparatória: Recomenda-se que seja realizada pouco tempo antes do início da montagem da sala para a primeira cirurgia do dia. Se estiver sem uso por mais de 12 horas, é recomendada a remoção das partículas de poeira dos mobiliários, equipamentos e superfícies horizontais, com álcool a 70 %. Deve ser realizada pelo funcionário de enfermagem, com o uso de EPI adequado. Limpeza operatória: Realizada pelo funcionário da enfermagem, com o uso de EPI adequado, durante o procedimento cirúrgico, quando ocorre a contaminação do chão com matéria orgânica, Quando houver presença de resíduo ou queda de material. Limpeza concorrente: Realizada após o término de uma cirurgia e antes do início da outra para a remoção de sujidade e matéria orgânica em mobiliários, equipamentos e superfícies. Os funcionários da enfermagem e do serviço de higiene deverão utilizar EPIs adequados para tal procedimento. OUTRAS: Limpeza de SO após procedimentos infectados ou de longa duração: recomenda- se que seja realizada com os mesmos critérios da limpeza terminal, levando-se em consideração a necessidade ou não da limpeza total das paredes e do teto. Limpeza de SO em situações de precauções de contato ou de isolamento respiratório: os cuidados começam antes do início da cirurgia. É aconselhável que a sala tenha o mínimo de material, para evitar o aumento de área onde os microrganismos possam se depositar durante o ato cirúrgico. Depois de o paciente ser encaminhado da SO diretamente para a unidade, o funcionário (utilizando EPI adequado) executará a limpeza terminal da sala, conforme já descrito. No caso de doenças transmissíveis por aerossóis, o uso da máscara N95 é obrigatório. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 30 Sala de pré-operatório e recuperação anestésica Limpeza diária: Realizada diariamente após o término do atendimento do último paciente. É indicado que a limpeza comece do local mais limpo para o mais sujo. A limpeza da estrutura física é realizada pelo funcionário do serviço de higiene, utilizando o EPI adequado. Por sua vez, a limpeza de mobiliário, leito e equipamentos deve ser realizada pelo funcionário da enfermagem, que também deverá usar EPI. Limpeza concorrente: Realizada entre o atendimento de um paciente e outro, imediatamente após o encaminhamento do paciente à SO ou alta para a unidade de destino. Realizada pelo funcionário da enfermagem, utilizando EPI adequado. Limpeza semanal: Semelhante à limpeza diária, acrescida da rotina de limpar vidros, cortinas ou biombos. Deve-se fazer a limpeza terminal da estrutura do leito. Recursos Humanos em Centro Cirúrgico Profissionais com diferentes formações, desempenhando diversas funções, mas com um foco comum: o bom atendimento ao paciente. A equipe multiprofissional precisa manter uma relação interpessoal harmoniosa e profissional que prevaleça sobre as tensões inevitáveis nesse tipo de trabalho. Objetivando a prestação da melhor assistência possível a todo e qualquer paciente que se submeta a um ato anestésico cirúrgico. Como? Utilização de instrumentos administrativos como o regulamento do hospital e o manual de normas e rotinas da unidade. Facilita o relacionamento das equipes, na medida em que deixam claro “quem faz o quê” e como os procedimentos devem ser realizados. Postura profissional adequada, por parte de cada um dos componentes das equipes, aliada ao bom relacionamento humano, é o elemento mais importante. Algumas equipes trabalham rotineiramente no Centro Cirúrgico. Equipe de anestesia Composta por médicos anestesiologista e, em algumas instituições, pelo auxiliar de anestesia. Compete ao anestesiologista: Revisar, com antecedência, os equipamentos, gases e anestésicos disponibilizados pela instituição. Proceder ao ato anestésico somente se as condições mínimas para sua realização estiverem garantidas. Avaliar, por meio de entrevista e exame físico, as condições clínicas do paciente, cabendo-lhe decidir sobre a realização ou não do ato anestésico. Prescrever a medicação pré-anestésica. Planejar e executar a anestesia, mantendo vigilância permanente ao paciente anestesiado. Após a cirurgia, encaminhar os pacientes à recuperação pós-anestésica, assistindo-os durante a permanência deles no local, responsabilizando-se pelos critérios de alta. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 31 Equipe cirúrgica Constituída por cirurgião titular, cirurgião assistente e instrumentador cirúrgico. Cirurgião titular: Responsável pelo planejamento, pelo comando e pela execução do ato operatório. Cabe também a ele de acordo com a complexidade da cirurgia, a decisão de agregar mais de um cirurgião assistente. Primeiro assistente: Profissional médico que tem como função auxiliar o cirurgião na realização do ato operatório, sendo capaz inclusive, de substituí-lo em caso de necessidade. Instrumentador cirúrgico: O instrumentador cirúrgico pode ser contratado diretamente pelo cirurgião titular ou ser funcionário da instituição hospitalar. No segundo caso estará subordinado ao enfermeiro responsável pelo Centro Cirúrgico. Atenção: A instrumentação cirúrgica não é reconhecida no Brasil como uma profissão, embora alguns Conselhos Estaduais de Educação autorizem a realização de cursos de Técnico em Instrumentação Cirúrgica. O Conselho Nacional de Educação e também o Conselho Nacional de Saúde entendem que se trata de uma especialização de nível técnico para profissionais com formação na área de saúde, notadamente o técnico em enfermagem. Quando a função de instrumentador cirúrgico for desenvolvida por funcionário da instituição hospitalar, o ideal é que este seja um técnico em enfermagem com especialização em instrumentação cirúrgica. Equipe de enfermagem Composta por enfermeiro, técnico em enfermagem e auxiliar de enfermagem. Enfermeiro: Função de enfermeiro assistencial e, como tal, é o responsável por todos os cuidados de enfermagem a serem dispensados aos pacientes submetidos a uma intervenção cirúrgica. Em algumas instituições existe também a função do enfermeiro coordenador(ou chefe), que responde pela administração da unidade no que diz respeito à enfermagem. Em outras, o mesmo enfermeiro responde pelas duas funções. Técnico em enfermagem e auxiliar de enfermagem TE trabalha diretamente com o enfermeiro assistencial, ajudando-o na prevenção e no controle formal dos riscos físicos que possam ocorrer aos clientes no CC. Atua ainda na manutenção dos aparelhos e equipamentos, no controle do prazo de validade dos materiais submetidos à esterilização e na identificação e no encaminhamento das peças cirúrgicas aos laboratórios. Tanto os TE quanto os AE devem participar dos programas de treinamento oferecidos pela instituição. A equipe na sua totalidade deve cumprir as normas e rotinas institucionais. Função mais freqüentemente: circulante de sala de operações. Auxiliar administrativo Também chamado de escriturário, responsável pela realização dos procedimentos administrativos relativos ao CC. Exemplo: digitar a programação cirúrgica diária, encaminhando-a para as unidades de internação, e fazer o levantamento estatístico das cirurgias realizadas e não realizadas. Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 32 Equipe de Limpeza Auxiliares de limpeza, equipe da higiene (serventes). Responsáveis pela limpeza de todos os componentes do CC, inclusive da SO. Geralmente fazem parte do quadro de pessoal de firmas prestadoras de serviços de limpeza contratadas pelo hospital. No CC precisam receber rigorosa educação continuada e ser supervisionados pelo enfermeiros do CC, para que executem seu trabalho seguindo as normas estabelecidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). “Unidade de Cirurgia Ambulatorial” Deve localizar-se em área de pouca circulação de pessoal e possuir, inclusive, um local diferente para lavagem, acondicionamento e encaminhamento do material a ser esterilizado. O paciente ingressa nessa unidade pela área de recepção e secretaria e recebe o primeiro atendimento na sala de enfermagem e depois na do médico. Após o atendimento, é encaminhado ao seu vestiário específico para trocar a roupa por uma camisola, por gorro e propés. Do vestiário, o paciente é levado para a sala de operação. Terminado o procedimento, o paciente é conduzido para a Sala de Recuperação Pós- Anestésica. Uma vez em condições, vai para a sala de atendimento da enfermagem e volta para a área de recepção e secretaria, para ser liberado para sua residência. Bibliografia • Bartmann, M. ENFERMAGEM CIRÚRGICA. Rio de Janeiro: Editora SENAC Nacional, 2010 • Sociedade brasileira de Enfermeiros de CC, PA e CME – Práticas Recomendadas SOBECC - 5ª ed.- São Paulo: SOBECC,2009 RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA (RPA) RPA • Local onde o paciente submetido a um procedimento anestésico-cirúrgico deve permanecer até que recupere sua consciência e tenha seus sinais vitais estáveis. • Sob a observação e os cuidados constantes da equipe de Enfermagem que deve prevenir as intercorrências do período pós-anestésico e/ou, no caso de elas ocorrerem, dar-lhes pronto-atendimento. • Quando o paciente é submetido a um procedimento de alta complexidade a recuperação pós anestésica pode ocorrer na UTI Área Física • Segundo o MS, a SRPA pertence à planta física da unidade de Centro Cirúrgico (CC) e, portanto, possui as mesmas características arquitetônicas. • RPA deve estar próxima das salas de operações. • E perto das unidades de apoio, tais como o serviço de raios X, o banco de sangue, os laboratórios e a farmácia. • O número de leitos deve corresponder ao número de salas operatórias + 1 RPA precisa conter, em sua área física: Um posto de Enfermagem (1 para cada 12 leitos), Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 33 Uma sala de guarda de materiais e equipamentos Um expurgo, Instalação de gases — oxigênio, vácuo e ar comprimido Sistema de ventilação artificial independente do CC. Atenção • A SRPA ainda tem de estar equipada com recursos e aparelhos para suprir as necessidades e demandas de cada paciente, qualquer que seja a situação. RECURSOS HUMANOS Além da localização e do espaço físico apropriados, um ponto extremamente importante é a garantia da especificidade da equipe de multiprofissionais da SRPA. A equipe deve ser treinada e habilitada para prestar cuidados individualizados de alta complexidade ao paciente no período pós-operatório imediato, assegurando a prevenção de riscos e complicações decorrentes do ato anestésico-cirúrgico. Enfermeiro assistencial • Possuir conhecimentos e habilidades para prestar cuidados anestésicos e operatórios aos pacientes submetidos aos diferentes tipos de cirurgia, dependentes ou não de respiradores. • Além da competência técnica, precisa treinar e supervisionar os componentes de sua equipe. • Especialização nas áreas de Centro Cirúrgico e Recuperação Pós-Anestésica e o conhecimento cientifico è prático das situações de emergência garantem uma assistência adequada ao paciente. Atividades do enfermeiro assistencial • Manter atualizadas as normas e rotinas da unidade. • Ter conhecimento da farmacodinâmica da anestesia e da analgesia, assim como de Fisiologia e Patologia. • Receber as informações clínicas do paciente na recepção da RPA juntamente com o anestesiologista. • Fazer exame físico dos pacientes na admissão e na alta da Recuperação Pós- Anestésica. • Elaborar o plano de cuidados, supervisionar sua execução e realizar as atividades complexas de Enfermagem com base em uma assistência formalizada pela instituição, por exemplo, com o uso da Sistematização de Assistência de Enfermagem Perioperatária (SAEP), desde a admissão do paciente na unidade até sua alta. • Propor as intervenções, ou seja, as prescrições de acordo com o plano de cuidados e avaliar os resultados obtidos. • Prestar o cuidado ao paciente conforme planejamento prévio, contemplando as fases e a filosofia da assistência de Enfermagem adotada pela instituição. • Aplicar o índice de Aldretee Kroulik, a escala de sedação de Ramsey e a escala de dor — analógica ou visual — ao longo da permanência do paciente na Sala de Recuperação Pós- Anestésica. • Avaliar e registrar a evolução clínica do paciente em recuperação, bem como as intercorrências, os cuidados e as manobras realizadas. • Avaliar as condições clínicas de alta do paciente, registrar esses dados e encaminhá-los à unidade de origem com segurança. Quantitativo: • Se a RPA atender pacientes não dependentes de respiradores:1 enfermeiro para Enfermagem Cirúrgica, CC e CME 2020.2 Profª. Ana Ureta 34 cada 8 leitos. • Se RPS atende pacientes mais complexos: 1 enfermeiro para cada 3 ou 4 pacientes. Técnico de Enfermagem: 1 técnico para cada 3 pacientes • Cumprir normas e regulamentos da instituição. • Prestar o cuidado de Enfermagem ao paciente designado pelo enfermeiro, conforme prescrição. • Realizar tarefas diárias e semanais de preparação e manutenção da unidade para atendimento aos pacientes. • Participar da melhoria dos processos realizado na unidade como membro do grupo de trabalho emitindo opiniões e sugestões. • Tomar parte das reuniões convocadas pelo enfermeiro. • Participar de treinamentos como membro efetivo, sugerindo temas a serem abordados. • Manter a ordem e a limpeza em seu ambiente de trabalho. • Zelar pelas condições ambientais de segurança do paciente e da equipe multiprofissional. • Manusear e limpar corretamente os aparelhos da SRPA. • Conferir e providenciar material e equipamentos necessários para prestar os cuidados adequados a cada paciente • Admitir
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