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ALIMENTOS GRAVÍDICOS - PROVISIONAIS

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NPJ	 
ESTADO DO PARÁ
DEFENSORIA PÚBLICA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE BELÉM – ESTADO DO PARÁ
PRIORIDADE: ALIMENTOS GRAVÍDICOS
 NOME e SOBRENOME, criança/ adolescente, representada/ assistida por seu genitor (a), NOME E SOBRENOME, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) da carteira de identidade n.º XXXXXXXXX e do CPF n.º XXXXXXXXXX, fone xxxx-xxxx, e-mail XXXXXXXXXXXXX ( caso o Assistido não tenha e-mail, fazer referência ao §3º do art. 319, do CPC/15, após o pedido de assistência judiciária), residente e domiciliado(a) no(a) Av. XXXXXXXXX, n° XXXXXXX, Bairro XXXXXXXXXX, CEP XXXXXXXXX, nesta cidade, vem, por intermédio da Defensoria Pública do Estado, em cooperação com o NPJ- XXXXX, ajuizar AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS em face de NOME E SOBRENOME, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) da carteira de identidade n.º XXXXXXXXX e do CPF n.º XXXXXXXXXX, fone xxxx-xxxx, e-mail XXXXXXXXXXXXX, residente e domiciliado(a) no(a) Av. XXXXXXXXX, n° XXXXXXX, Bairro XXXXXXXXXX, CEP XXXXXXXXX, nesta cidade, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir.
DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO
Ressalta-se, a prioridade absoluta na tramitação dos feitos em que seja parte criança e adolescente, em observação ao espírito protecionista da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aponta o dever do Poder Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, máxime em seu art. 4º, parágrafo único, b, o qual determina a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública, devendo tal informação constar no rosto dos autos. Corroborando tais argumentos, o Código de Processo Civil/2015 dispõe no inciso II e no § 2º do artigo 1048 a respeito da tramitação prioritária dos processos em que são partes crianças e/ou adolescentes. 
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, Lei Federal 1.060/50, e artigos 98 e 99, § 3º, do CPC/15, por não ter condições de arcar com custas, despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de suas famílias, conforme atestado de hipossuficiência econômica em anexo, indicando a Defensoria Pública do Estado do Pará para o patrocínio da causa.
DAS PRERROGATIVAS LEGAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA
A DEFENSORIA PÚBLICA possui as prerrogativas legais da dispensa de apresentação de mandato e prazos em dobro, intimação pessoal mediante entrega dos autos com vista, além de outras, (cf. Lei Complementar Federal n.º 80/94; Lei Complementar Estadual n.º 54/2006; Lei n.º 1.060/50; e CPC/15).
DA INEXISTÊNCIA DE E-MAIL ( se informa email, não se coloca este tópico)
 O (a) Assistido (a) informou não possuir endereço eletrônico, destarte, não há infringência ao inciso II, na forma do § 3º do art. 319 do Código de Processo Civil.
DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil/15, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
O (a) Assistido (a) pleiteia, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de autocomposição (colocar também se a parte diz não querer conciliar) comprometendo-se a parte Autora a comparecer na referida assentada.
 Requer, ainda, que as intimações para comparecimento à audiência sejam feitas na pessoa da Parte, dada as peculiaridades das atribuições defensoriais, com fulcro no art. 186, §2º, do CPC/15.
DOS FATOS
A Autora manteve breve relacionamento com o Réu, no ano de XXXX, do qual adveio o evento gravídico, conforme faz prova cópias de teste de gravidez e ultrassonografia, estando hoje no XX mês de gravidez.
Cioso registrar que durante o período supra referido, a autora manteve relação afetiva exclusivamente com o Réu, sendo o relacionamento público, contínuo, duradouro e estável, o que se comprova com as fotografias que ora anexa. (ou e-mail, ou carta, ou print de whatsapp).
Outrossim, assim que soube de sua gravidez, a Autora informou tal fato ao Réu, o qual, num primeiro momento, pediu para que ela fizesse um aborto, e em razão da mesma não ter concordado ele e sua mãe passaram a dizer que queriam a criança, consentindo com a paternidade do nascituro, e ele comprometendo-se, inclusive, a auxiliar financeiramente à Autora.
Todavia, o Réu não cumpriu com o que prometeu, usando de manobras evasivas, a fim de evitar a prestação de suas obrigações.
Dessa forma, além da falta de interesse por seu filho, o Réu não contribui financeiramente com a gestação da Autora, não a ajudando com as despesas necessárias para uma saudável gestação, tais como alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis.
Assim, a Autora vem arcando sozinha com os gastos de sua gravidez, e afirma ter certeza, que o Réu é realmente o pai biológico da criança.
Por outro lado, o Réu trabalha como XXXXXX, e que, segundo a Autora, aufere renda do valor de R$ XXXXXX (valor por extenso) a título de XXXX (soldo, salário, rendimentos) apto, portanto, a auxiliar a autora na gestação de seu filho.
DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS - PROVISIONAIS
Com o advento da Lei 11.804 de 2008, o legislador pátrio positivou o direito das grávidas de requerem alimentos para si e em favor do nascituro. Com efeito, diante de tudo o que foi demonstrado acima, face a negativa do Réu de contribuir com as despesas da Autora nesta de concepção, requer alimentos nos termos da lei supra:
Art. 1º Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.
Art. 2º Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.
Excelência, o art. 1.694 e seguintes do Código Civil Brasileiro, disciplinam as possibilidades e circunstâncias que autorizam o pedido e concessão de pensão alimentícia, no presente caso, está configurado que a Autora dará a luz ao filho do Réu e que não detém condições de prover o próprio sustento – Art. 1.695 do CC.
Precisamente no artigo supra, fica estabelecido o binômio da necessidade e da possibilidade de se pedir e de se prestar alimentos. No presente caso, pela situação fática da Autora, está demonstrada sua necessidade de receber alimentos.
Ademais, os alimentos gravídicos tem caráter cautelas, ficando assim como uma subespécie de alimentos provisórios. A lei visa que o alimentante cumpra com sua obrigação, seja ela através da solidariedade, afeto ou através do judiciário, para mantença com dignidade da mãe e do nascituro.
 A Lei de alimentos gravídicos deu um grande passo na almejada concretização do princípio da dignidade da pessoa humana e ainda com fundamento nos princípios da solidariedade familiar e paternidade responsável.
Face aos fatos aduzidos, tendo sido demonstrada a necessidade da Autora, é que a mesmaajuíza a presente ação para que seja concedido o valor de 50% do salário mínimo vigente a título de alimentos. Porém, enquanto a demanda não é julgada e, considerando que a necessidade de manutenção do próprio sustento é imediata, a Autora pleiteia pela concessão de alimentos provisionais, no montante de 50% do salário mínimo vigente, a título de alimentos a teor do art. 1.706 do CC.
Excelência, caso não esteja sobejamente demonstrado os indícios da paternidade, a Autora pugna pela realização de justificação com o intuito de demonstrar o alegado.
DO DIREITO
A Constituição Federal, em seu artigo 229, declara que compete aos pais “o dever de assistir, criar e educar os filhos menores”.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, por sua vez, aduz que “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público, assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária”.
Dispõe a Lei 11.804/2008, que instituiu os alimentos gravídicos, em seu artigo 2º, que os alimentos a que ela se refere compreendem “os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período da gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes”.
Este mesmo dispositivo ainda faz menção que as despesas deverão ser custeadas tanto pelo futuro pai quanto pela futura mãe, na medida de seus recursos disponíveis.
DA PROVA DA FILIAÇÃO
Com relação à paternidade, o artigo 6º, desta mesma Lei, dispõe que para ser determinado o pagamento dos alimentos gravídicos basta que exista indícios de sua existência.
Ressalta-se a razão do veto ao art. 8º da Lei dos Alimentos Gravídicos, que condicionava o deferimento de referidos alimentos à submissão das partes ao exame de DNA, caso houvesse recusa por parte do suposto pai em relação à paternidade a ele atribuída.
Tal dispositivo foi vetado, de modo que os alimentos podem ser deferidos pela existência de indícios da paternidade.
E, por fim, o parágrafo único do art. 6º estabelece que “após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor de menor até que uma das partes solicite a sua revisão”.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a parte autora:
1. Os benefícios da justiça gratuita, por serem pobres no sentido jurídico do termo;
2. As prerrogativas processuais de seu patrono, enumeradas no art. 128 da Lei Complementar 80/94;
 3. Seja concedida a prioridade de tramitação do feito, recebendo os autos identificação própria, na forma do art. 1048, II e § 2º do Codex, c/c art. 4º, parágrafo único, alínea “b”, da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
 4. Sejam arbitrados os alimentos provisionais no valor e na forma acima requeridos, expedindo-se ofício à Empresa XXXXXXXXXX, com sede XXXXXX, de um salário mínimo em favor da parte autora, a ser depositado em conta corrente aberta para este fim em nome de sua representante legal, (que poderá ser informada em momento oportuno ou já indicada acima);
5. A citação do Réu para todos os atos processuais, objetivando a realização do seu direito de defesa e comprovação dos fatos, para proteção do melhor interesse da criança, sob pena de nulidade, consoante art. 186,§2º, do Código de Processo Civil/15;
6. A intimação digno representante do Ministério Público para todos os termos da presente ação;
7. Seja a ação julgada procedente, para determinar em caráter definitivo a prestação alimentícia em valor não inferior ao requerido a título de alimentos provisionais, vale dizer, 50% (cinquenta por cento) dos rendimentos brutos do Réu, incidindo sobre o 13° salário, gratificações e adicionais, deduzindo-se tão somente os descontos legais, oficiando-se a empresa xxxxxxx, com sede na xxxxxxxxx, xxxxxx, Belém/Ba, para que proceda o desconto dos alimentos definitivos em folha de pagamento, depositando-os na conta corrente n° xxxxx, agência 1532-6, do Banco do Brasil, de titularidade da mãe do Autor, a ser inclusive com efeito retroativo ao primeiro mês de gestação, nos termos da Lei 11.804/2008;
8. A conversão da prestação de alimentos gravídicos em pensão alimentícia em decorrência do término do período gestacional; 
9. A total procedência da ação, com a condenação do alimentante em todas as custas e despesas processuais, bem como em honorários advocatícios por sucumbência, a ser revestido para A condenação do(a) Réu(Re) a pagar as verbas de sucumbência, isto é, custas processuais e honorários advocatícios, estes a serem arbitrados por esse Juízo, na forma do CPC, os quais deverão ser revestido para o FUNDO ESTADUAL DA DEFENSORIA PÚBLICA-FUNDEP, como dispõe a Lei Estadual n°. 6.717/2005, regulamentada pelo Decreto n°. 2.275/2006, na Conta Corrente n°. 182900-9, Agência 015, Banco do Estado do Pará -BANPARÁ – 037, em nome da DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DO PARÁ, CNPJ n.º 34.639.526/0001-38.
                   Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente através da prova documental que segue em apenso e o depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas que serão arroladas no momento oportuno e demais provas que se fizerem necessárias
Atribui-se a causa o valor de R$....................................................................
                   Nestes termos, pede deferimento.
                   Belém,.........................................................
 
 
DEFENSORA PÚBLICA
 
DOCUMENTOS ANEXOS
Declaração de hipossuficiência;
Cópia da Certidão de nascimento do(s) Alimentando(s);
Cópia do RG e CPF da genitora do Alimentando(s);
Comprovante de residência da genitora do(s) Alimentando(s);
9
Tv. Padre Prudêncio, nº. 154, Belém/PA, 66.019-000. Telefone/Fax: (91)3201-2700
www.defensoria.pa.gov.br

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