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Unidade III Ergonomia no Trabalho e na Vida

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Ergonomia
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Cristhiane Eliza dos Santos 
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota 
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução ao tema 
• Enfoques do trabalho
• Dimensionamento do posto de trabalho
• Análise ergonômica do trabalho
• Ferramentas da ergonomia
• Ergonomia na vida
• Orientações para Leitura Obrigatória
Fonte: Thinkstock/Getty Im
ages
Objetivos
• Apresentar e discutir a aplicação da ergonomia no trabalho, tanto manufatura quanto 
prestação de serviços; 
• Discutir sobre o projeto e o dimensionamento do posto de trabalho na indústria e na 
prestação de serviços;
• Um outro assunto a ser explorado é a ergonomia na vida: o aluno será “convidado” a 
uma reflexão sobre a aplicação da ergonomia no transporte público, em hospitais, em 
residência de idosos, etc.
Caro (a) aluno (a), 
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último 
momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado 
ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns 
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, 
além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico 
espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Bons estudos!
Ergonomia no Trabalho e na Vida
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Introdução ao tema
Nesta unidade, trataremos sobre todos os detalhes necessários à definição ergonô-
mica do trabalho e do posto de trabalho. Nesse contexto, abordaremos a ergonomia 
como vetor de eficiência nas organizações. “Trabalhar direito para trabalhar melhor e 
não trabalhar mais...” 
Além disso, é importante salientar que vamos rever todos os assuntos abordados até 
o momento! Para iniciarmos, que tal definir o que vem a ser o “posto de trabalho”?
O posto de trabalho, seja na manufatura, seja na prestação de serviços, é o local ou 
ambiente que você fica maior parte do seu tempo acordado. Se o local de trabalho não 
for minimamente agradável, o trabalhador tende a desenvolver “males” psicoemocionais 
tais como a depressão. 
Segundo Iida (2005), posto de trabalho é a configuração física do sistema homem x 
máquina x ambiente. É uma unidade produtiva envolvendo o homem e o equipamento 
que ele utiliza para realizar o trabalho, bem como o ambiente que o circunda. Um posto 
de trabalho equivaleria a uma célula, onde o homem seria o seu núcleo. Um conjunto 
de células constitui o tecido e um órgão, análogos aos departamentos, fábricas 
ou escritórios.
Note que, se o posto de trabalho e o trabalho nele executado trouxerem “agressividade” 
ao trabalhador, não vai haver NADA que o motive. Logo, esse trabalhador vai realizar 
um trabalho ineficiente.
As organizações são compostas por pessoas. Pode ser uma organização de 
tecnologia como a IBM ou o Google. No Google, independentemente do tamanho 
que essa organização tenha atingido, os donos entrevistam os “candidatos aos cargos” 
pessoalmente, logo após sua contratação porque acreditam que, mesmo sendo uma 
empresa que “vende tecnologia”, precisa ser composta de pessoas talentosas, criativas, 
comprometidas e motivadas. A ergonomia é motivacional. As pessoas, para produzirem, 
precisam ter algum tipo de prazer com o que fazem.
Há dois enfoques para analisar o posto de trabalho: um taylorista e outro ergonômico. 
Por isso, chamo sua atenção que, em muitas vezes, esses “enfoques” coincidem.
A “análise ergonômica do trabalho – AET” é um “método ou modelo” descrito 
no NR-17 e que deve ser seguido. Será apresentada uma discussão abrangente sobre 
o tema.
Contextualizando o dimensionamento do posto do trabalho com a AET, torna-se 
indispensável apresentar as “ferramentas da ergonomia”, tais como rula, reba, Niosh e 
o questionário nórdico.
6
7
Relembrando...
A ergonomia não nasceu na segunda grande guerra, mas ganhou “popularidade” 
a partir dela! Essa popularidade surgiu a partir da efetividade da interação entre 
produto e usuário. A popularidade surge, de fato, quando se deseja aplicar a 
ergonomia na indústria. 
A aplicação e o conhecimento da ergonomia na indústria hoje são crescentes, 
mas não se pode afirmar que seja um assunto e uma prática com amplo espectro 
de popularidade. Mas, felizmente, é crescente. Todavia, a verdadeira popularidade 
do conceito pode estar relacionada com a aplicação da ergonomia não somente 
no local de trabalho, mas também em casa, durante um passeio com os amigos, 
em pequenos gestos advindos de uma mudança de comportamento que nasce com 
a conscientização.
Esses assuntos estão organizados em cinco unidades, conforme diagrama a seguir:
1 Enfoques do trabalho
2 Dimensionamento do posto de trabalho
3 AET - Análise ergonômica do trabalho
4 Ferramentas da ergonomia
5 Ergonomia na vida
7
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Enfoques do trabalho
Segundo Iida (2005), o enfoque taylorista é baseado na economia de movimentos, 
em que as pessoas envolvidas na definição do processo e do posto de trabalho devem 
desenvolver um método de trabalho que melhor atenda aos objetivos corporativos 
da organização. Identificamos os elementos do “enfoque taylorista do trabalho” no 
diagrama abaixo.
Iida (2005) define que o enfoque ergonômico é baseado na análise biomecânica da 
postura e nas interações entre o homem, sistema e o ambiente.
O enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzam 
exigências biomecânicas e cognitivas, procurando colocar o trabalhador em uma 
boa postura de trabalho. Os objetos a serem manipulados devem ficar dentro da 
área de alcance dos movimentos corporais. As informações devem ser colocadas em 
posições que facilitem a sua percepção. Em outras palavras, o posto de trabalho deve 
envolver o trabalhador como uma “vestimenta” bem adaptada, em que ele possa 
realizar o trabalho com conforto, eficiência e segurança sem prejudicar a saúde física 
e psicoemocional. Identificamos os elementos do “enfoque ergonômico do trabalho” 
na tabela abaixo.
Enfoque Taylorista
 · Método padrão;
 · Tempo padrão;
 · Uso do corpo humano;
 · Arranjo físico do posto de trabalho;
 · Projeto das ferramentas, máquinas e dispositivos.
Enfoque ergonômico
 · Limitar os movimentos osteomusculares nos postos de trabalho;
 · Evitar contrações estáticas na musculatura;
 · Promover equilíbrio biomecânico;
 · Evitar extresse mental.
Vamos dicutir os elementos de ambos enfoques do trabalho e, posteriormente, 
“compará-los”.
8
9
Enfoque Taylorista
Antes de iniciarmos as discussões sobre o enfoque taylorista e o enfoque ergonômico, 
faz-se necessária uma explanação sobre a organização do trabalho sob um ponto de 
vista mais amplo, antes do posto de trabalho, na fábrica. 
O que se conhece de “organização do trabalho”, ainda, nos dias de hoje, é ilustrado, 
conforme figura a seguir:
Fonte: Acervo do conteudista
O “trabalho” tem características diferentes na manufatura e na prestação de serviços. 
Segundo Slack (1999), o trabalho na manufatura pode se organizar de cinco maneiras 
diferentes e, na prestação de serviços, de três maneiras. 
Fonte: Acervo do conteudista9
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
O processo por projeto, na manufatura, tem como característica principal ser um 
processo com longo tempo de execução desde a concepção até a entrega do produto ao 
cliente. É um processo que tem baixo volume e alta variedade (alto grau de complexidade 
no projeto). É completamente personalizado para atender à necessidade do cliente. Um 
exemplo: a contrução de uma estrada. O processo é personalizado.
O processo tipo jobbing também tem baixo volume e alta variedade, mas o que o 
diferencia do proceso por projeto é o tempo de execução. No processo tipo jobbing, 
o tempo de execução é bem menor. Imagine que a construção de shopping center é 
um processo por projeto e uma loja específica desse shopping, também personalizado 
à necessidade de um cliente específico. A loja, que é uma parte do shoping é o alvo da 
citada personalização.
O processo em lotes é o mais comum na manufatura. A partir de uma proposta de 
produto padrão, abre-se a possibilidade de “alguma personalização” para atender o cliente. 
Imagine que você vai comprar uma cadeira qualquer. O fabricante oferece um estofamento 
em tecido simples. Como a sua necessidade é adquirir uma cadeira para laboratório, o 
revestimento não pode soltar partículas nem “fiapos”, não pode ser de tecido. O fabricante 
oferece, então, a opção de revestimento de couro sintético que é aceita em uso laboratorial. 
O pedido é feito e o fabricante produz um lote limitado com o revestimento solicitado; 
por isso, esse tipo de processo é classificado como médio volume e média variedade. O 
processo é medianamente padronizado e medianamente personalizado.
O tipo de processo em massa é aquele em que os agentes trasformadores ficam parados 
enquanto os agentes transformadores de movimentam. Como exemplo, citamos a esteira 
móvel de Ford, grande ícone da produção em massa com alto volume de produção e baixa 
variedade (pouca complexidade no produto), o produto é padronizado.
Por fim, na manufatura, temos o processo contínuo. Nele não existe nenhum tipo 
de variedade só altíssimo volume. Por exemplo, uma empresa que fornece água ou 
energia elétrica.
Na prestação de serviços, há três tipos de processos que são completamente diferentes 
dos processos da manufatura, mas que se assemelham na classificação, segundo volume 
e variedade.
Na prestação de serviços, os serviços classificados como “serviços profissionais” são 
prestados por profissionais com registro de formação reconhecido (diploma) que os 
possibilitem prestarem determinado tipo de serviço. O profissional fica longos períodos 
na presença do cliente a fim de atender à sua necessidade específica. É um processo 
de baixo volume e alta variedade. É um serviço com proposta personalizada para cada 
cliente. Como exemplo, podemos citar um cirurgião plástico. Processo de serviço 
completamente personalizado.
Em seguida, na prestação de serviços, há os serviços profissionais. Esse tipo de processo 
de prestação de serviços é classificado como médio volume e média variedade. A partir de 
uma proposta de serviços padrão, é possível alguma personalização para atender o cliente. 
Como exemplo, podemos citar o balcão que vende frios na padaria. O fatiamento dos frios 
é padrão, porém há a possibilidade de pedir ao atendente que o corte mais fino ou mais 
grosso. Tipo de processo com média personalização e média padronização.
10
11
Os serviços em massa, na prestação de serviços, são processos que procuram atender 
a grande maioria dos usuários. Para atender um grande número de usuários, o processo 
deve ser padronizado. Esse tipo de serviço também é conhecido como autosserviço e 
classificado com alto volume e baixa variedade.
Agora que já apresentamos como o “trabalho” pode ser realizado dentro de uma 
organização, vamos partir para o detalhe da concepção do processo no posto de trabalho.
Método padrão
Em princípio, a definição do método de trabalho deve ser feita na ocasião do 
desenvolvimento do produto. Todavia, nada impede e é altamente recomendável que se 
realize uma revisão ou redesenho dos processos a partir da análise método de trabalho 
a ser aplicado ao trabalhador no posto de trabalho. 
Para tanto, pode-se utilizar os seguintes passos como roteiro:
 · realizar uma descrição detalhada do método, especificando os movimentos 
necessários e a sequência dos mesmos;
 · fazer um desenho esquemático do posto de trabalho, mostrando o posicionamento 
das peças, ferramentas e máquinas, com as respectivas dimensões;
 · listar as condições ambientais (iluminação, gases, poeiras) e outros fatores que 
podem afetar o desempenho.
Tempo padrão
O tempo padrão referido nessa seção é a “medida” do trabalho no tempo. Existem 
vários caminhos para a definição do tempo padrão: tabela de tempos predefinidos a 
partir de micromovimentos (MTM – method time measurement), takt time ou definição 
de tolerâncias relativas a necessidades pessoais e fadiga. 
A aplicação do MTM, nos dias de hoje, com a finalidade de definição do tempo 
padrão é discutível em função dos recursos tecnológicos disponíveis atualmente. Todavia, 
há uma corrente de pensamento que defende a aplicação do MTM, como princípio 
integrador entre mão de obra humana e automação industrial (cybercomputing). O takt 
time é amplamente usado em indústrias de origem alemã. O modelo considera o tempo 
total que trabalhador fica dentro da empresa e desconta o horário de almoço e algum 
tempo para necessidades pessoais. Nem sempre a fadiga é considerada. 
Olhando sob o ponto de vista da sustentabilidade do trabalho, a empresa deve ter 
o lucro adequado a suas necessidade para poder continuar oferecendo emprego e o 
trabalhador deve ter a saúde e a segurança respeitada. Esse cenário acolhe o modelo de 
medida do trabalho baseado na cronoanálise (medida do trabalho no tempo). Ao tempo 
lido no relógio ou no cronômetro, acrescenta-se um coeficiente ou fator de correção 
ao tempo, considerando as necessidades pessoais e a fadiga. O coeficiente de correção 
“corrige o tempo lido no cornômetro para mais” a fim de “compensar” as perdas de 
eficiência com a fadiga e as necessidades pessoais. A OIT (organização internacional 
11
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
do trabalho sugere que seja acrescentado ao tempo total de trabalho mais 5% desse 
tempo dedicado às necessidades pessoais. Estudos apontam que, em mais de 98% dos 
trabalhos “salubres” que não agridem a saúde do trabalhador, o coeficiente de correção 
ao tempo lido no relógio ou no cronômetro deve estar na faixa de 6 a 10%, dependendo 
do quão “fatigante” essa tarefa deve ser. 
Hora de trabalho por turno 8,5
Capacidade gargalo 568
Volume pedido pela montadora 560
Índice de refugo 5,59%
Índice de regufo (Linha) 12,23%
Percentagem de tempo atribuído para necessidades pessoais 5%
Setor Tempo seco 
(min)
Necessidades
pessoais (min)
Outras 
tolerâncias (%)
M.O. /Turno
(Qtde)
Qtde. de 
tarefas
Número de 
Turnos (Qtde)
Dublagem (PVC) 0,15 0,16 6 3 3 1
Aplicação de pricing 0,13 0,14 6 2 2 1
Prensagem 3,42 3,59 5 2,5 1,125 2
Corte no robô 0,45 0,17 7 1 1 1
Refilar casco 0,53 0,56 6 1 1 1
Lixamento 1,40 1,47 6 3 1 1
Limpar casco/Ref. Toc. 2,16 2,27 7 4 1 1
Aplicar cola/virola 3,96 4,16 9 6 1 1
Rasgos do alto falante 0,64 0,67 7 1 1 1
Distanciadores 0,46 0,48 7 1 1 1
Fixação da pestana 0,42 0,44 6 1 1 1
Inspeção/bucha trava 0,45 0,47 6 1 1 1
Embalagem 2,51 2,64 6 4 1 1
Setor Tempo 
balanc. (Qtde)
Cap. horária 
(**) (Peças)
Cap. diária 
(**) (Peças)
Sobrecapacidade/
gargal (%)
Ocupação 
diária (H)
Total de 
pessoas (Qtde)
Dublagem (PVC) 0,17 359 3055 438% 1,56 3,00
Aplicação de pricing 0,17 415 3525 521% 1,35 2,00
Prensagem 1,70 33 568 0% 16,77 5,00
Corte no robô 0,51 104 885 56% 5,38 1,00
Refilar casco 0,59 89 759 34%6,27 1,00
Lixamento 0,52 101 862 52% 5,52 3,00
Limpar casco/Ref. Toc. 0,61 87 738 30% 6,45 4,00
Aplicar cola/virola 0,76 70 593 4% 8,03 6,00
Rasgos do alto falante 0,72 73 623 10% 7,67 1,00
Distanciadores 0,52 102 866 53% 5,50 1,00
Fixação da pestana 0,47 113 958 69% 4,97 1,00
Inspeção/bucha trava 0,50 105 894 57% 5,33 1,00
Embalagem 0,70 75 641 13% 7,43 4,00
(**) Capacidade tendo em conta o índice de refugo. Total 33,0
Fonte: Acervo do conteudista
12
13
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
Capacidade Produtiva x Necessidade da montadora
Ca
pa
cia
de
 pr
od
ut
iva
 di
ár
ia 
(p
or
 pe
ça
)
Atividade
Necessidade da
montadora
Dublagem (PVC)
Aplicação do primer
Prensagem
Corte no robô
Relar casco
Lixamento
Limpar casco/ref. tec.
Aplicar cola/virola
Rasgos do alto falante
Distanciadores
Fixação da pestana
Inspeção/bucha trava
Embalagem
Fonte: Acervo do conteudista
É possível definir como tempo padrão sendo o tempo necessário, a um operador 
experiente, para executar o trabalho usando um método padrão, incluindo-se aí 
as tolerâncias de espera, (por exemplo, aguardar a máquina a completar o ciclo), as 
ineficiências do processo produtivo e as tolerâncias para fadiga (dependem da carga de 
trabalho e das condições ambientais).
É preciso ser analisado também o uso do corpo humano no posto de trabalho, o 
arranjo físico do posto de trabalho e o projeto das ferramentas, utensílios, dispositivos e 
equipamentos que devem ser usados no posto de trabalho, seguindo os passos, conforme 
a seção a seguir.
Uso do corpo humano
Recomendações a serem seguidas no uso do corpo humano na definição do método 
de trabalho:
 · A duas mãos devem iniciar e terminar os movimentos no mesmo instante.
 · As duas mãos devem ficar inativas ao mesmo tempo.
 · Os braços devem mover-se em direções opostas e simétricas.
 · Devem ser usados movimentos manuais mais simples.
 · Deve-se usar quantidade de movimento (massa x velocidade) a favor do 
esforço muscular.
 · Devem-se usar movimentos suaves, curvos e retilíneos das mãos (evitar 
mudanças bruscas de direção).
 · Os movimentos “balísticos” ou “soltos” terminando em anteparos são mais 
fáceis e precisos que os movimentos controlados.
 · O trabalho deve seguir uma ordem compatível com o ritmo suave e natural 
do corpo.
 · As necessidades de acompanhamento visual devem ser reduzidas.
13
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Arranjo físico do posto de trabalho
 · As ferramentas e materiais devem ficar em local fixo.
 · As ferramentas, materiais e controles devem localizar-se perto dos seus locais 
de uso.
 · Os materiais devem ser alimentados por gravidade até o local de uso.
 · As peças acabadas devem fluir por gravidade (quando possível).
 · Materiais e ferramentas devem localizar-se na mesma sequência do seu uso.
 · A iluminação deve permitir uma boa percepção visual.
 · A altura disposto de trabalho deve permitir o trabalho em pé, alternado com 
trabalho sentado.
 · Cada trabalhador deve dispor de uma cadeira que possibilite uma boa postura.
Projeto de ferramentas, máquinas e dispositivos
 · O trabalho estático das mãos deve ser substituído por dispositivos de fixação, 
gabaritos ou mecanismos acionados por pedal.
 · Deve-se combinar a ação duas ou mais ferramentas.
 · As ferramentas e os materiais devem ser pré-posicionados.
 · As cargas de trabalho com os dedos devem ser distribuídas de acordo com as 
capacidades de cada dedo.
 · Os controles, alavancas e volantes devem ser manipulados com alteração 
mínima de postura do corpo e com maior vantagem mecânica.
Enfoque ergonômico
Limitar os movimentos osteomusculares nos postos de trabalho
 · Os movimentos repetitivos devem ser limitados a 2000 por hora.
 · Eliminar tarefas com ciclos menores que 90 segundos.
 · Eliminar tarefas repetitivas sob frio ou calor intenso.
 · Providenciar micropausas de 2 a 10 segundos a cada 2 ou 3 minutos.
Evitar contrações estáticas na musculatura
 · Permitir movimentações para mudanças frequentes de postura.
 · Manter cabeça na vertical.
 · Usar suportes para apoiar braços e antebraços.
 · Providenciar fixações e outros tipos de apoios mecânicos para aliviar a ação 
de segurar.
14
15
Promover equilíbrio biomecânico
 · Alternar tarefas altamente repetitivas com outras de ciclo mais longos.
 · Aumentar a variedade de tarefas, incluindo tarefas de inspeção, cargas e limpezas.
 · Não usar mais de 50% do tempo no mesmo tipo de tarefa.
 · Evitar os movimentos que exijam rápida aceleração, mudanças bruscas de 
direção ou paradas repentinas.
 · Evitar ações que exijam posturas inadequadas, alcances exagerados ou cargas 
superiores a 23 kg.
Evitar extresse mental
 · Não fixar prazos ou metas de produção inatingíveis.
 · Evitar regulagens muito rápidas das máquinas.
 · Evitar excesso de controle e cobranças.
 · Evitar competição exagerada entre membros do grupo.
 · Evitar remunerações por produtividade.
Resgatamos conceitos já vistos anteriormente: a aplicação da ergonomia em seus 
primeiros passos e a ergonomia de ocasião:
Fonte: Iida (2005)
Vivemos um momento, no qual somos capazes de presenciar uma organização que 
“passa pela revolução industrial”. E, ao mesmo tempo, por vezes do “outro lado da rua”, 
uma organização que pode ser referência em boas práticas. Apesar de “tendermos” 
a afirmar que a melhor das concepções é a do enforque ergonômico do trabalho, é 
necessário ressaltar que só chegamos ao conceito ergonômico porque vivenciamos o 
enfoque taylorista do trabalho. 
O enfoque taylorista teve sua relevância durante muitas décadas da nossa história 
e ainda, nos dias de hoje, tem sua participação garantida. Lembremos que a visão 
mecanicista do trabalho não é a mais adequada a ser aplicada atualmente na era 
da informação. 
Todavia, precisamos considerar que é o começo de uma caminhada. Muitas vezes, 
uma longa caminhada. Torna-se muito difícil para um profissional “cheio de ideias 
modernas e inovadoras”, com o enfoque ergonômico do trabalho dentro da bolsa e 
15
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
na ponta da língua, colocar em prática em uma organização conservadora que vê o 
trabalhador como meio de produção. Isso pode desanimar o profissional de tal sorte que 
pode desistir da área. 
Para que esse equívoco não aconteça é importante que o profissional tenha 
conhecimento das duas concepções de trabalho, tanto a taylorista que tem seu inegável 
valor, como a ergonômica com presença garantida em época de escassez de recursos e 
com um forte viés de “sustentabilidade”.
Conheça e considere as duas concepções. Tenha familiaridade suficiente para, se 
necessário, fazer uso das duas concepções, promovendo um modelo adequado a esta ou 
aquela organização, respeitando a cultura organizacional e os princípios éticos e morais 
de cada caso.
Dimensionamento do posto de trabalho
O dimensionamento correto do posto de trabalho é uma etapa fundamental para o 
bom desempenho da pessoa que ocupará esse posto.
Com a crescente difusão da ergonomia no mundo e a gradativa valorização dos seus 
conhecimentos, muitas de suas recomendações transformaram-se em normas técnicas. 
Essas normas não são obrigatórias. Porém, quando seguidas, garantem certo padrão 
mínimo de qualidade e melhoram a intercambialidade de componentes e sistemas. 
A ISO (International Standard Organization) iniciou, na década de 1980, um esforço 
para normatizar as medidas antropométricas em todo o mundo. Desde, então, foram 
elaboradas mais de 30 normas relacionadas com a ergonomia, entre elas:
 · ISO 6385 – Ergonomics principles in the design of work systems;
 · ISO 9241 – Ergonomic requirements for office work with visual display terminals;
 · ISO 11064– 1 – Ergonomic design of control room layout.
O posto de trabalho deve ser dimensionado de forma que a maioria dos seus usuários 
tenha uma postura confortável. Para isso, diversos fatores devem ser considerados:
 · postura adequada do corpo;
 · movimentos corporais necessários;
 · alcance dos movimentos;
 · medidas antropométricas dos ocupantes do cargo;
 · necessidade de iluminação;
 · necessidade de ventilação;
 · dimensões das máquinas, ferramentas, dispositivos e mobiliário em geral;
16
17
 · interação com outros postos de trabalho;
 · altura do posto de trabalho;
 · alcances normais e máximos das mãos;
 · espaço para acomodar pernas e realizar movimentos laterais do corpo;
 · dimensionamento das folgas;
 · altura para visão e ângulo visual e;
 · interação com o ambiente externo.
Dimensões recomendadas para projeto do posto de trabalho com computador. 
Fonte: Iida (2005).
17
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Análise ergonômica do trabalho
A análise ergonômica do trabalho é uma apreciação dos problemas relacionados ao 
trabalho, saúde e segurança do trabalho na organização, seguindo as premissas da NR-17.
Segundo as diretrizes da NR-17, a análise ergonômica do trabalho deve cumprir os 
seguintes elementos: 
• Análise da demanda: Definição do problema. É o efeito, como o problema se 
apresenta. A AET pode ser a busca pela causa do problema.
• Análise da tarefa: Análise das condições de trabalho. Análise do processo 
de trabalho.
• Análise da atividade: Análise do comportamento e atitudes do homem no trabalho.
• Diagnóstico: É o resultado, formal, da análise feita sobre a lacuna entre o que foi 
encontrado (tarefa real) e como deveria estar (tarefa prescrita).
• Recomendações: São providências que devem ser tomadas a fim de resolver 
o problema.
 Pode haver um “mecanismo” sistêmico, um documento corporativo como um 
“procedimento” na organização que “dispare” a elaboração da AET ou a sua revisão 
(atualização), conforme apresenta a figura a seguir.
Problema Indicador AET
1 2 3
1. É como o problema se apresenta, o efeito. 
2. É elemento que indica algum “descompasso” entre a situação “real” e a 
“prevista”. Pode estar relacionado ao clima organizacional, ao absenteísmo, 
às questões motivacionais. A área de recursos humanos pode dar uma grande 
contribuição ao processo.
3. Deve ser escolhido um posto de trabalho e a ele dedicada a análise dos 5 
elementos contidos na NR-17, conforme citado anteriormente.
A norma recomenda que a AET pode ser feita pelo técnico de segurança do trabalho 
ou pelo engenheiro de segurança do trabalho. O laudo ergonômico DEVE ser feito por 
um ergonomista. 
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O ergonomista é um profissional da área da saúde: médico ou fisioterapeuta que 
tenha passado por uma “especialização” adequada que capacite o profissional a exercer 
as funções de ergonomistas.
A análise ergonômica do trabalho e o laudo ergonômico são documentos diferentes 
realizados por profissionais com competências diferentes.
A análise ergonômica do trabalho pode ser feita ou refeita a qualquer momento, 
porém, citamos oito das causas mais comuns de demanda pela AET.
1. Atender às disposições da NR-17 procurando, em casos onde o processo 
de trabalho já existe, aplicar o enfoque ergonômico do trabalho promovendo 
eficiência, qualidade, conforto, saúde, segurança, etc.
2. Auditoria do Ministério do Trabalho e do Emprego. Quando houve ou vai haver 
a visita de um fiscal do trabalho. Em ocasião dessa visita, deve acontecer uma 
auditoria do trabalho na organização. Essa auditoria pode ser resultado de uma 
denúncia, de uma reclamação trabalhista ou uma auditoria periódica de rotina.
3. Atender às auditorias dos sistemas de gestão: OHSAS (segurança do trabalho), 
ISO 14.000 (Gestão ambiental), ISO 9000 (qualidade em processos), etc.
4. Causas trabalhistas: em razão de uma reclamação trabalhista feita por parte de 
um colaborador ou ex-colaborador, pode ser elemento de defesa por parte da 
organização, a AET dando conta do “funcionamento” do método de trabalho 
realizado pelo reclamante.
5. Absenteísmo. A fim de investigar o absenteísmo em uma organização pode ser 
realizada a AET.
6. Melhoria de processo. A fim de promover melhora no rendimento de suas 
operações para ser competitivo na era da informação, a organização pode 
recorrer a AET para promover uma análise nos processos de trabalho a fim de 
obter ganhos de eficiência sustentáveis, promovendo o lucro sem agredir a saúde 
e segurança do trabalhador.
7. Empresa proativa. Sem nenhuma motivação de “caráter obrigatório” (cumprir 
legislação) a organização, proativamente, procura elaborar preventivamente, 
“problemas” futuros relacionados a DORT, eficiência, absenteísmo, motivação 
e questões legais.
8. CAT (Comunicado de acidente do trabalho). Para abrir um CAT, precisa da 
AET para saber se há nexo causal entre o “mal” relatado pelo trabalhador e sua 
atividade laboral. Havendo nexo causal, o médico do trabalho pode diagnosticar 
uma doença ocupacional.
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UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Ferramentas da ergonomia
Para promover o dimensionamento do posto de trabalho, a partir do enforque 
ergonômico, podemos fazer uso de algumas ferramentas que procuram identificar a 
probabilidade de desenvolvimento de doença ocupacional. A fim de promover uma 
análise ergonômica adequada e técnica do posto de trabalho, são utilizadas as ferramentas 
auxiliares aplicadas à ergonomia.
Essas ferramentas têm como características:
 · fácil aplicação;
 · rapidez em obtenção de resultados;
 · resultado objetivo;
 · reconhecimento internacional;
 · uso para identificação de funções de maior risco;
 · estudo comparativo após melhorias;
 · efeito judicial;
 · comercial.
Existem muitos métodos de análise de riscos ergonômicos encontrados na literatura 
disponível, delineados para determinar e quantificar a exposição a fatores de risco 
devido à sobrecarga biomecânica dos membros superiores, entre eles destacam-se 
aqueles que evidenciam de forma qualitativa a presença de características ocupacionais 
que podem levar o “avaliador” em direção à possível presença de um risco, aqueles 
que, por outro lado, na base de checklist, permitem um rápido enquadramento 
do problema e aqueles mais complexos que podem caracterizar a multifatoriedade 
da exposição. Não existem métodos de avaliação de risco que podem atender 
completamente a todos os critérios. Apesar disso, alguns deles se apresentam mais 
completos em sua formulação.
Nesse cenário, abordaremos alguns dos métodos aplicados à ergonomia:
 · Niosh;
 · Rula;
 · Reba e;
 · Questionário Nórdico.
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21
Rula
Método de estudo desenvolvido para ser usado em investigações ergonômicas de 
postos de trabalho, onde existe a possibilidade de desenvolvimento de LER/DORT EM 
MEMBROS SUPERIORES. 
O método RULA avalia: postura, atividade muscular e força. 
Segundo Pavani e Quelhas (2006), o método RULA (Rapid Upper-limb assessment) é 
um instrumento ágil e veloz que permite obter uma avaliação da sobrecarga biomecânica 
dos membros superiores e do pescoço em uma tarefa ocupacional. Como os próprios 
autores Mc Atamney e Corlett (1993) enfatizam, esse método deve ser utilizado em 
um contexto de avaliação ergonômica geral. Essa afirmação parece evidente pelo fato 
que o output principal do método é o de identificar a necessidade de uma análise mais 
profunda do risco com outros métodos; portanto, é um instrumento de investigação 
genérica como o de outros checklist. 
O determinante de risco ergonômico, nesse método, é representado pelas posturas 
assumidas pelos trabalhadores na jornada de trabalho. As posturas avaliadas são as 
adotadas pelos membros superiores, o pescoço, o tronco e os membros inferiores. A 
avaliação de riscoé feita a partir de uma observação sistemática dos ciclos de trabalho, 
pontuando as posturas, frequência e força dentro de uma escala que varia de 1 (um), 
correspondente ao intervalo de movimento ou postura de trabalho, em que o fator de risco 
correlato é mínimo até ao valor 9 (nove), no qual o fator de risco correlato é máximo. Essa 
pontuação é fundamentada na literatura especializada em biomecânica ocupacional.
Nível de ação Pontuação Intervenção
1 1 - 2 A postura é aceitável se não for mantida ou repetida por longos períodos 
2 3 - 4 São necessárias investigações posteriores; algumas intervenções podem se tornar necessárias
3 5 - 6 É necessário investigar e mudar em breve
4 > 7 É necessário investigar e mudar imediatamente
Nível de intervenção para os resultados do método RULA. 
Fonte: www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/282.pdf
Reba
É usado para avaliar a exposição dos trabalhadores a fatores de risco.
Segundo Pavani e Quelhas (2006), o método REBA (Rapid Entire Boby Assessment) 
foi desenvolvido por Hignett e McAtamney (2000) para estimar o risco de desordens 
corporais a que os trabalhadores estão expostos. As técnicas utilizadas para realizar 
uma análise postural têm duas características que são a sensibilidade e a generalidade. 
Uma alta generalidade quer dizer que é aplicável em muitos casos, mas provavelmente 
tenha uma baixa sensibilidade, quer dizer que os resultados obtidos podem ser pobres 
em detalhes. Porém, as técnicas com alta sensibilidade, em que é necessária uma 
informação muito precisa sobre os parâmetros específicos que se medem, parecem ter 
uma aplicação bastante limitada. 
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UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
O método REBA é uma ferramenta para avaliar a quantidade de posturas forçadas 
nas tarefas, nas quais são manipuladas pessoas ou qualquer tipo de carga animada, 
apresentando uma grande similaridade com o método RULA e como este, é dirigido 
às análises dos membros superiores e a trabalhos, em que se realizam movimentos 
repetitivos. Esse método inclui fatores de carga postural dinâmicos e estáticos na interação 
pessoa-carga e um conceito denominado de “a gravidade assistida” para a manutenção 
da postura dos membros superiores. Isso quer dizer que é obtida a ajuda da gravidade 
para manter a postura do braço, onde é mais custoso manter o braço levantado do que 
tê-lo pendurado para baixo. Foi concebido inicialmente para ser aplicado nas análises de 
posturas forçadas adotadas pelo pessoal da área médica e hospitalar como auxiliares de 
enfermagem, fisioterapeutas e etc.
A avaliação de risco também é feita a partir de uma observação sistemática dos ciclos 
de trabalho, pontuando as posturas do tronco, pescoço, pernas, carga, braços, antebraços 
e punhos em tabelas específicas para cada grupo. Após a pontuação de cada grupo, é 
obtida a pontuação final, em que se compara com uma tabela de níveis de risco e ação 
em escala que varia de 0 (zero), correspondente ao intervalo de movimento ou postura de 
trabalho aceitável e que não necessita de melhorias na atividade até ao valor 4 (quatro), 
onde o fator de risco é considerado muito alto, sendo necessária a atuação imediata.
Nível de ação Pontuação Nível de risco Intervenção e posterior análise 
0 1 Inapreciável Não necessário
1 2 - 3 Baixo Pode ser necessário
2 4 - 7 Médio Necessário
3 8 -10 Alto Prontamente necessário
4 11 -15 Muito Alto Atuação imediata
Verifi cação dos níveis de risco e ação do método REBA. 
Fonte: www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/282.pdf
Niosh 
Em 1981, nos Estados Unidos, sob iniciativa do National Institute for Ocupational 
Safety and Health – NIOSH, patrocinou-se o desenvolvimento de um método para 
determinar a carga máxima a ser manuseada e movimentada manualmente numa 
atividade de trabalho.
O método Niosh foi revisto em 1991, sendo proposto o limite de peso recomendado 
(LPR) e o Índice de levantamento (IL).
Ao determinar o LPR e o IL, estima-se o risco de lesão naquela situação, naquele 
posto de trabalho. 
Deve-se respeitar o peso que uma pessoa possa levantar em situação de trabalho, 
onde 90% dos homens e, no mínimo, 75% das mulheres o façam sem lesão.
Assume que tarefas de levantamento e de abaixamento de pesos têm idêntico 
potencial para causar lesões lombares.
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Cálculo
“H” é a distância horizontal em centímetros entre o maléolo e a pega da carga.
Neste software utilize valores entre 25 e 63cm.
Para valores menores que 25cm, o método NIOSH 
diz que o fator relativo a “H” na equação do “LPR” 
deve ser igual a um, ou seja, (25/H)=1.
Para valores maiores que 63cm, o método NIOSH 
diz que o fator relativo a “H” na equação do “LPR” 
deve ser igual a zero, ou seja, (25/H)=0. Isto faz com 
que o “LPR” seja igual a zero.
“V” é a distância vertical em centímetros entre o chão e a pega da carga.
Neste software utilize valores até 175cm.
Para valores maiores que 175cm, o método NIOSH 
diz que o fator relativo a “V” na equação do “LPR” 
deve ser igual a zero, ou seja, {1- [0,003 x (V-75)]}. 
Isto faz com que o “LPR” seja igual a zero.
“D” é a distância vertical em centímetros percorrida pela carga durante a tarefa 
de levantamento.
Levantamento de Carga
Neste software utilize valores até 175cm.
Para valores maiores que 175cm, o método NIOSH diz que o fator relativo a “V” na 
equação do “LPR” deve ser igual a zero, ou seja, {1- [0,003 x (V-75)]}. Isto faz com que 
o “LPR” seja igual a zero.
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UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
“A” é o ângulo de torção do tronco em graus. Neste software, utilize valores entre 
1 e 135°, já que o método NIOSH diz que para valores maiores que 135° o fator relativo 
a “A” na equação do “LPR” deve ser um igual a zero, ou seja, [1-(0,0032 x A)]=0. 
Isto faz com que o “LPR” seja igual a zero.
“F” é o Fator Frequência determinado de acordo com a tabela abaixo, que leva em 
consideração a Frequência com que o trabalhador levanta a carga, a duração do trabalho 
de levantamento de carga e o valor de “V”.
“QP” é a qualidade de pega durante a tarefa de levantamento. Seus valores são dados 
conforme a tabela abaixo:
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“LPR” é o Limite de Peso Recomendado em Quilogramas, ou seja, a carga máxima 
que o trabalhador pode levantar sem que haja danos a sua saúde.
Seu cálculo é feito conforme a fórmula abaixo:
LPR = 23 x (25/H) x [1 - (0,003 x IV - 75I)] x [0,82 + (4,5/D)] x [1 - (0,0032 x A)] x F x QP
“IL” é o Índice de Levantamento, calculado de acordo com a seguinte fórmula:
IL = P/LPR
Bo
m
Menor que 1
Deve-se fazer vigilância no posto de trabalho para manter o Índice de 
Levantamento baixo.
Ra
zo
áv
el Entre 1 e 2
Deve-se fazer uma seleção ergonômica, que é o aconselhamento do 
trabalhador para mudanças nos métodos de trabalho.
Ru
im
Maior que 2
Deve-se utilizar uma máquina ergonômica. O trabalhador não pode 
carregar esta carga.
Notas
O método NIOSH diz que a medida que o valor de IL aumenta se afastando 
de 1, o nível de risco aumenta.
Para quantificar melhor os resultados, este software considera, assim como 
muitos Ergonomistas, o valor de IL entre 1 e 2 como um risco considerável, 
a ponto de serem necessárias mudanças nos métodos de trabalho, e um IL 
maior como sendo risco máximo.
Questionário Nórdico
O questionário nórdico foi desenvolvido para autopreenchimento. Há um desenho 
dividindo o corpo em 9 partes. Os trabalhadores devem responder “sim” ou “não” para 
3 situações envolvendo essas 9 partes:
 · Você teve algum problema nos últimos 7 dias?
 · Você teve algum problema nos últimos 12 meses?
 · Você que deixar de trabalhar algum dia nos últimos 12 meses devido 
ao problema?
O questionário é distribuído juntamente com uma carta explicando os objetivos do 
levantamento e solicitando a colaboração. Segue-se um bloco de caracterizaçãodo 
sujeito, pedindo para indicar o sexo, idade, lateralidade (destro, canhoto, ambidestro). 
Finalmente, indica-se onde devem ser entregues os questionários preenchidos e faz-se 
um agradecimento pela colaboração.
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UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Formulário – Questionário Nórdico 
Fonte: http://arquivosedfisica.blogspot.com.br/2013/05/qnso-questionario-nordico-de-sintomas.html
Segundo Iida (2005), o questionário é válido, sobretudo, quando se quer fazer um 
levantamento abrangente, rápido e de baixo custo. Ele pode ser usado quando se quer 
fazer um levantamento abrangente, rápido e de baixo custo. Ele pode ser usado para 
se fazer um levantamento inicial das situações que requerem análises mais profundas e 
medidas corretivas. Os dados podem ser processados eletronicamente, para identificar 
os principais problemas posturais em uma empresa. Além disso, pode ser utilizado como 
diagnóstico preliminar a ser usado no primeiro pilar da primeira fase de implantação do 
Comitê de Ergonomia.
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Ergonomia na vida
A Revolução Industrial mudou a face do mundo. Foi um período de efervescência 
mundial. Nessa época, a concepção do que era trabalho também mudou. Conforme 
visto anteriormente, antes dessa revolução, o trabalho era artesanal e o artesão detinha 
os meios de produção que era o “fator” gerador de riqueza para economia da época. 
Com a Revolução Industrial, os meios de produção passaram a ser de propriedade do 
dono da indústria. Para que uma pessoa comum, sem título de nobreza e sem herança 
pudesse sobreviver, deveria ser operário das indústrias, uma vez que, nesse cenário, não 
havia mais espaço para o trabalho artesanal. Criou-se, então, o estereótipo de que todas 
as pessoas, para serem bem-sucedidas, deveriam ser “operárias” da indústria. 
Nesse contexto, o trabalhador era mais uma peça do sistema, “um meio de produ-
ção”. Esse “modelo de produção” que definia a interação entre homem e sistema era 
extremamente agressivo para o ser humano, todavia era socialmente aceita, mesmo com 
a publicação do trabalho de Elton Mayo conhecido como “Efeito Howthorne”, que foi o 
precursor da sociologia industrial! Essa configuração do meio veio sofrer uma influência 
mais consistente na década de 1960 nos Estados Unidos da América.
Em meados da década de 1960, um fundo de pensão de norte americano queria 
definir o perfil do trabalhador da indústria automobilística a fim de definir o quanto 
de contribuição deveria fazer periodicamente e por quanto tempo deveria contribuir 
para que com chegada da “velhice” tivesse um rendimento para sua subsistência. Algo 
parecido com o que, no Brasil, chamamos de aposentadoria.
Essa pesquisa do fundo de pensão forneceu a informação necessária, entretanto, 
trouxe outra informação que foi bombástica!
Identificou-se, a partir dessa pesquisa que, nos próximos dez anos, haveria uma 
queda na oferta de emprego da manufatura e um crescimento proporcional no setor 
de serviços.
Tantos esforços foram empregados na tecnologia e nos meios de produção que 
chegou a um determinado momento que a indústria estava fabricando mais carros 
do que as pessoas estavam dispostas a comprar. Com isso, começou a sobrar carros 
nos pátios e as indústrias precisavam manter seus custos, mas, se mandassem todo o 
excedente de funcionários embora, mergulhariam os Estados Unidos em uma grande 
recessão. Lembrando que, nessa época, a indústria automobilística era a base da 
economia americana.
Então, decidiu-se, para não promover demissões, reduzir a jornada de trabalho. Com 
a redução da jornada de trabalho, os operários que ainda tinham emprego e dinheiro 
descobriram o entretenimento em seu tempo livre. Foi nesse contexto que o trabalho na 
prestação de serviços nasceu, tomou forma e ganhou o mundo e criou a tendência de 
liberar o trabalhador daquelas tarefas que exigem esforços fatigantes de natureza simples 
e repetitiva, uma oposição à Escola da Administração Científica de Taylor. A partir daí, 
houve uma redistribuição social da força de trabalho. 
27
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Segundo Iida (2005), a ergonomia, desde a sua origem, vinculou-se ao estudo de 
atividades militares e de produção industrial, onde os objetivos e critérios são estabelecidos 
com relativa precisão. Com sua recente expansão para o setor de serviços, houve a 
incorporação de um novo contingente de profissionais interessados na ergonomia, pois 
o conceito de ergonomia extrapolou as áreas de fisiologia, psicologia e engenharia 
porque incorporou o conhecimento de várias outras áreas, tais como informática, 
ciências sociais, arquitetura e urbanismo, desenho industrial, administração, biologia, 
ecologia, legislação e assim por diante. 
Hoje, estende-se ainda o conceito de ergonomia para além de homens trabalhadores, 
mulheres, crianças e portadores de deficiência. Os critérios ergonômicos aplicados, 
atualmente, vão além de questões ligadas à eficiência, segurança e produtividade, passou-
se a considerar critérios mais subjetivos e interesses mais difusos, tais como conforto, 
qualidade de vida, bem-estar social, satisfação dos clientes etc.
Segundo Iida (2005), o homem moderno passa cerca de 25% do seu tempo no 
ambiente de trabalho. O resto desse tempo é gasto no ambiente doméstico, meios de 
transporte e locais públicos.
A aplicação da ergonomia em casa, em lugares públicos, meios de transporte, 
hospitais e agricultura deve ser feita de maneira diferente da indústria, pois é necessário 
definir o tipo de usuário de serviços, bem como os critérios de desempenho. Segundo 
Iida (2005), a população de usuários tende a ser mais ampla e diversificada e os objetivos 
mais difusos. Assim sendo, os critérios a serem aplicados tenderão a ser mais amplos, 
incorporando-se valores e comportamentos sociais de pessoas e de grupos.
Ergonomia nas atividades domésticas
Há uma grande preocupação na ergonomia doméstica, pois envolve homens, 
mulheres e crianças além de idosos. Nesse contexto, o dimensionamento “do posto de 
trabalho”, prioritariamente feminino, estende-se por toda a casa e pode ser definido a 
partir de uma pesquisa com método sociológico para identificar os tipos de espaços e 
arranjos internos no comportamento dos seus ocupantes. 
A cozinha é um espaço prioritário nas residências, principalmente nas famílias de 
baixa renda. É o centro da produção de alimentos e, durante o dia, o espaço onde 
acontecem as interações entre os seres da família. Boa parte dos acidentes domésticos 
acontece na cozinha. A cozinha só perde o lugar de destaque para a sala de estar à noite, 
quando a família promove atividades de lazer ligadas à televisão.
O trabalho doméstico é considerado de média intensidade, mas o gasto energético 
pode variar de acordo com a frequência em que atividades como arrumar a cama, 
esfregar e lavar paredes e janelas, passar a ferro são realizadas.
Segundo Iida (2005), comparando o trabalho industrial em linhas de produção, 
o trabalho doméstico tem a vantagem de ser bastante variado, permitindo frequentes 
mudanças de postura e inserção de pausas durante o trabalho. Contudo, muitos trabalhos 
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29
domésticos exigem posturas inadequadas. Por exemplo, para cuidar de bebês ou varrer o 
chão, adotam-se posturas com curvatura dorsal, que podem provocar dores lombares. Isso 
pode ser resolvido colocando-se objetos a serem manipulados em uma altura adequada ou 
usando-se a flexão das pernas para abaixar-se. 
Além disso, para prevenir lesões, os fabricantes de móveis e quem desenvolve o 
projeto desses móveis devem considerar as dimensões antropométricas dos usuários a 
fim de adequar a ergonomia a vida doméstica. É a aplicação da ergonomia de concepção, 
conforme visto anteriormente. Os fabricantes de utensílios de limpeza doméstica, em 
detrimento ao custo de fabricação, deveriam priorizar vassourase pás de lixo com cabos 
mais longos, por exemplo. 
Ergonomia do ensino
Nos países desenvolvidos, as crianças passam cerca de 20% da sua vida nas escolas. 
Em países mais pobres, a “jornada de ensino” é menor, mas nem por isso menos 
importante, posto que os orçamentos nos países mais pobres é menor e o bom uso 
desse dinheiro, mesmo que em menor quantidade que nos países desenvolvidos, deve 
ser muito bem empregado.
As escolas brasileiras usam o método de aulas verbais expositivas. Esse método tem 
suas limitações em termos de aprendizado em virtude da monotonia e da fadiga causada 
aos alunos. O método de aula verbal expositiva limita o aluno à carteira. A carteira 
estudantil pode ser considerada o “posto de trabalho do estudante” e proporciona uma 
situação estática da musculatura, dificultando a circulação.
O mobiliário escolar, para todas as idades, deve ser pensado ergonomicamente, 
utilizando os conceitos de antropometria e mobilidade. A postura em que o estudante 
é submetido em “seu posto de trabalho” deve ser considerada a fim de prevenir lesões.
As instituições de ensino também devem preocupar-se com o ambiente, ao qual seus 
clientes são submetidos: iluminação, ruído, temperatura, ventilação, cores e monotonia.
Ergonomia nos transportes 
Em termos de transporte, vamos discorrer sobre o transporte rodoviário de cargas e 
o transporte urbano, ambos responsáveis por uma participação relevante na economia 
e também grande fonte geradora de acidentes que, muitas vezes, causam a morte.
O transporte de cargas feito por caminhões de dois e três eixos e carretas e o código 
de trabalho aceito como comum nesse segmento demarcado expõe o motorista há muitas 
horas seguidas na direção. A situação postural do motorista em seu “posto de trabalho”, 
sentado e em alerta constante, assemelha-se à condição do estudante em situação estática 
de musculatura e dificuldade de circulação dos membros inferiores e a monotonia. 
Segundo Iida (2005), os acidentes em transporte resultam da interação do motorista 
com o veículo, a estrada e o fluxo de tráfego. Naturalmente, as estradas congestionadas 
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UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
de caminhões, carros, cheias de buracos e obstáculos e o veículo em más condições de 
manutenção favorecem o acidente. Estatísticas da polícia rodoviária atribuem cerca de 
80% dos acidentes em estradas a causas humanas, ou seja, imperícia do motorista. A 
duração do trabalho, o horário de trabalho e a idade dos motoristas podem ser elementos 
que favoreçam os acidentes nas estradas.
O transporte urbano enfrenta outros tipos de problemas. Em virtude do crescimento 
desordenado das grandes cidades (regiões onde a oferta de emprego é maior), os 
trabalhadores com renda menor acabam indo morar na periferia dos grandes centros. 
Por definição, a periferia é uma região longe dos grandes centros e, provavelmente, longe 
do trabalho. Por isso, muitas pessoas gastam de três a quatro horas só de transporte 
entre ida e vinda do trabalho além de contar com ônibus, trens e metrô, sempre muito 
lotados de gente.
Os ônibus ainda são o meio de transporte mais utilizado em virtude do preço do 
investimento de trens e metrôs. O maior problema dos ônibus é a altura que deve 
ser vencida para entrar e sair do ônibus (degraus muito altos), além da questão de 
acessibilidade aos portadores de deficiência. O número de veículos “adaptados” é baixo. 
As dimensões dos assentos e dos corredores também devem ser pensadas no sentido da 
ergonomia de concepção. 
Ergonomia no projeto de escritórios
Ergonomia no projeto de escritórios deve-se tomar como pontos de atenção, 
principalmente, a posição sentada em frente ao computador que é extremamente 
fatigante em virtude do campo de visão e da postura de trabalho, mas também devem ser 
consideradas a mobilidade nos corredores e a disposição dos elementos no espaço (layout). 
Além disso, o mobiliário utilizado nesse ambiente deve ser pensado ergonomicamente. 
O mobiliário ergonômico é mais caro, todavia é uma medida profilática na prevenção de 
lesões e doenças ocupacionais.
Ergonomia no hospital
Segundo Falzon (2009), o hospital manteve, na década de 1960, as estruturas 
herdadas do hospital do século XIX. Os cuidados hospitalares eram dispensados, nessa 
época, por ordens religiosas. As condições de trabalho passavam em segundo plano, 
aos próprios olhos das pessoas que atuavam com muita frequência como “benévolas”. 
A questão do trabalho não se colocava. A própria noção de hospital evoluiu ao longo 
da história. De asilo para os pobres, o hospital de tornou centro de atendimento para 
o tratamento, de ensino e de pesquisa. Os profissionais não são mais unicamente 
os médicos auxiliados por um conjunto de pessoas polivalentes e devotadas. Esses 
profissionais não se adaptam mais a qualquer preço e reivindicam, de maneira insistente, 
uma melhoria das condições de vida e de trabalho. Além de práticas terapêuticas serem 
aplicadas, também há o componente humano, não de quem está enfermo, mas de 
quem cuida da enfermidade do paciente. Existe um fator emocional muito grande na 
30
31
composição desse cenário tanto por parte do corpo de enfermagem, como por parte 
dos médicos. A interação entre o ser humano do corpo clínico: médico ou enfermeiro 
com o paciente e a família do paciente pode tornar-se desgastante, por exemplo, com 
prognóstico terminal de um paciente. Nos cursos de graduação dessas carreiras, há uma 
carga horária bem extensa de psicologia médica.
O mundo mudou, a sociedade mudou e o modelo assistencial dos hospitais deve 
se adaptar também. A despeito de toda tecnologia mobilizada para a área da saúde o 
componente humano, a humanização dos serviços de saúde não pode ser colocada em 
planos de menor importância, porque não só nesse segmento, mas em todos os outros 
segmentos, onde houver a interação entre homens e sistemas, o fator humano deve ser 
priorizado. Não podemos esquecer nossas raízes “industriais”; afinal, todos somos filhos 
e netos da Revolução Industrial e da influência direta ou indireta que o Taylorismo nos 
traz. Mas devemos nos lembrar das palavras de Charlie Chaplin: “Não sois máquinas, 
homens é o que sois”.
Ergonomia na agricultura
A agricultura é um setor crítico nas sociedades. No passado, a agricultura tinha uma 
importância de destaque, pois era a responsável pela alimentação dos seres. Todavia, a 
agricultura perdeu gradativamente sua importância, principalmente no sentido da oferta 
de emprego. 
A agricultura volta à cena na sociedade sob o apelo de alimentos saudáveis, alimentos sem 
agrotóxico que são chamados de orgânicos. Como a produtividade é menor dos alimentos 
cultivados sem agrotóxicos, obviamente, o preço é maior. O que pode causar estranheza, em 
um primeiro momento em virtude do paradoxo preço x produto, nesse caso dos alimentos 
sem agrotóxicos, o alto preço não é um limitador do consumo, muito pelo contrário, o preço 
alto é um atrativo, pois sugere ao comprador um produto mais saudável.
É necessário descrever, analisar e compreender o trabalho agrícola para que se possa 
aplicar adequadamente a ergonomia. 
Além disso, é preciso conhecer os processos, onde a ergonomia deve ser aplicada 
não só em função de segurança, mas também da carga de trabalho. Se possível, deve-
se reduzir o transporte de carga manual pesada e usar, se for o caso, equipamentos de 
proteção individual adequados à atividade laboral que está sendo realizada. A postura de 
trabalho é um importante fator de observação e estudo. 
A concepção do trabalho e todas as suas vertentes são importantes, mas também 
é de suma importância que as pessoas ligadas a esse tipo de trabalho considerem 
também as consequências de anos de trabalho inadequado e considerar, sobretudo, que 
as atividades agrícolas são realizadas ao ar livre e em grandes extensões de terra por 
um grandelongo período de tempo (ciclo de cultivo de determinada cultura) além de 
ferramentas, utensílios e dispositivos ligados à atividade laboral.
31
UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Orientações para Leitura Obrigatória
O conceito de ergonomia é relativamente antigo, todavia, só ganhou popularidade a 
partir da segunda guerra mundial. A fim de “otimizar” a utilização de armamento de uma 
maneira geral, os mesmos eram “desenvolvidos”, pela primeira vez na história olhando 
para o usuário final, procurando “enxergar” a interação entre produto e usuário para 
melhorar o sucesso dessa interação. Então, surge a ideia de aplicação da ergonomia como 
meio de busca pela eficiência nas operações. Nesse caso, especificamente, procurando 
fazer com que armamento “se adaptasse” ao soldado e aumentando a assertividade de 
uso. Assim, usando melhor o recurso para ter maiores e melhores resultados.
Dado o sucesso dessa iniciativa, no pós-guerra, a ergonomia teve seus conceitos e 
aplicações popularizadas como “vetor” de eficiência nas organizações. 
Além disso, a ergonomia traz em seu bojo um viés de sustentabilidade. Importante 
destacar que há muitas definições sobre sustentabilidade. Nesse fórum, entende-se que a 
mais adequada seria a COEXISTÊNCIA.
Sustentabilidade é coexistência, existir ao mesmo 
tempo. Um “elemento” existindo ao mesmo tempo 
que outro “elemento”, sem, com isso, um prejudicar 
ou comprometer o outro. Por exemplo, a organização, 
para existir, tem que ter lucros. Porém, esses lucros 
não devem ser obtidos comprometendo a saúde e 
segurança do trabalhador .
Será também apresentada, nesta unidade, a aplicação 
da ergonomia fora da indústria, na vida cotidiana das 
pessoas através da ergonomia doméstica: carga de 
trabalho doméstico, acidentes, etc. Ademais, será 
abordada a ergonomia no ensino, nos transportes, em 
escritórios em espaços públicos em serviços médicos 
hospitalares e na agricultura.
Assim sendo, além dos títulos indicados no plano 
de ensino, a leitura de outros títulos a esses assuntos 
relacionados pode tornar sua experiência mais rica.
Portanto, explore a bibliografia obrigatória proposta na 
unidade estrutural. Afinal, é recomendável que você amplie 
seus estudos com pontos de vista de autores diversos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Constituição Federal Interpretada
MACHADO, Costa. Constituição Federal Interpretada. Editora Manole. São Paulo. 
2010. Inicie suas leituras pelo capítulo II da Constituição (Dos Direitos Sociais) Art. 7°, 
incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, ou seja, da página 64 a 65 e 67 a 69 da obra. 
CLT
CLT. Editora Manole. São Paulo. 2016. Inicie suas leituras pelo capítulo V do Seção II 
a V da CLT, ou seja da página 33 a 37 da obra.
CLT interpretada
MACHADO, Costa. CLT interpretada. Editora Manole, 2º edição. São Paulo. 2009.
 Leitura
Consolidação das Leis do Trabalho
O Decreto-Lei 5.452, de 1 de maio de 1943, que é a nossa Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT), especificamente no Capítulo V do Título II (relativo à Segurança e 
Medicina do Trabalho).
https://goo.gl/U15ifx
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UNIDADE 
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Referências
IIDA, ITIRO. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo, Edgard Blucher, 2009.
FALZON, PIERRE. Ergonomia. São Paulo, Edgard Blucher, 2010.
GUERIN, F.; LAVILLE, A. Compreender o trabalho para transformá-lo. A prática da 
ergonomia. São Paulo, Edgard Blucher, 2010.
MORAES, A. Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro, 2AB, 2012.
GOMES FILHO, J. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: 
Escrituras, 2010.
SLACK, N.; CHAMBERS, S. Administração da Produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do trabalho. 
São Paulo. Editora Blucher, 1977.
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