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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016 Título; Leitura, produção de texto e oralidade através do gênero textual conto. Autor: Nilcéia de Paula da Silva Disciplina/Área: Língua Portuguesa Escola de Implementação do Projeto e sua localização: Mahatma Gandhi Município da escola: Guarapuava Núcleo Regional de Educação: Guarapuava Professor Orientador: Cláudia Maris Túllio Instituição de Ensino Superior: UNICENTRO Relação Interdisciplinar: Resumo: A presente Unidade Didática “Leitura, produção de texto e oralidade por meio do gênero textual conto”. Busca aprimorara nos educandos a leitura, escrita e oralidade levando-os a compreensão das diversidades do gênero textual conto. Os gêneros textuais são os meios pelos quais se comunica e é sempre possível melhorar o conhecimento dos alunos por meio de estudos acerca dos elementos que os caracterizam, pois no dia dia produzem e leem textos com as mais diferentes finalidades e para os mais diversos leitores. Há inúmeros gêneros textuais disponíveis e a cada momento surgem outros que servem de instrumentos de comunicação entre os usuários da língua, afinal, sabe-se que um mesmo indivíduo pode fazer uso de vários gêneros em um mesmo dia, cada qual com sua finalidade. Trabalhar com os gêneros textuais da esfera da criação literária é imprescindível, pois estes devem atender às necessidades do educando em relação a leitura, produção e oralidade, levando em conta que o papel da escola é formar leitores e escritores críticos, tentando desenvolver o letramento literário induzindo o interesse por este gênero textual e por meio deste oportunizar aos educandos melhorar a escrita, a leitura e a oralidade e consequentemente um leitor e escritor melhor e assim um cidadão mais consciente e crítico. Palavras-chave: (3 a 5 palavras) Leitura. Escrita. Letramento. Conto. Formato do Material Didático: Unidade Didática Público: 2º Ano APRESENTAÇÃO Esta proposta pedagógica é atividade integrante do projeto de intervenção pedagógica na escola e consiste em aprimorar a leitura, a escrita e a oralidade por meio do gênero textual conto. O gênero textual conto é um dos mais atrativos para despertar o interesse do aluno pela leitura, oralidade e consequentemente pela escrita, tornando-o um sujeito transformador da sua realidade. Segundo as DCEs, (2008, p.48) “É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará a margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada”. Logo cabe ao professor o papel de procurar formar leitores e escritores, capazes de construir seu conhecimento, sua opinião, seu ponto de vista. Dessa forma foram planejadas as atividades desta Unidade Didática (doravante U.D.) para o 2º ano do Ensino Médio. É importante ressaltar que esta U.D. é um material de apoio que poderá ser utilizada no contexto escolar e readaptada quando necessário. 1º Módulo/ momento Neste primeiro momento professor, você deverá ter uma conversa mais informal com seus alunos, buscando verificar qual o conhecimento prévio deles sobre os gêneros textuais em especial o gênero conto, se lembram de algum conto que leram? Ou que ouviu na sua infância? ... O que é conto? Comente com eles que no início os contos eram só orais e que as pessoas se reuniam à noite para contarem “causos” e que os mesmos iam passando de boca em boca, lembrá-los de que os contos mais conhecidos são os contos de fada e nesse momento indagar quais eles lembram? De qual mais gostavam? Em seguida professor faça uma pequena introdução a respeito dos contos e suas origens e em especial os contos de fadas. Segundo PEREZ (2016) a origem do conto é muito antiga e desconhecida, no início eles eram só orais, contados pelos povos antigos nas noites enluaradas teve início com os gregos e romanos, ele é considerado o ponto de partida para as demais formas literárias. São vários os tipos de contos os mais conhecidos são os contos de fadas. Os contos de fadas pertencem a Literatura Infantil, mas encantam pessoas de todas as idades, eles têm a origem em tempos muito antigos e nem sempre se apresentaram como os conhecemos no início os enredos eram violentos, polêmicos, são chamados de contos de fadas porque suas histórias têm origem na cultura céltico-bretã, na qual a fada é um ser fantástico, ao longo do tempo o mesmo sofreu alterações, pois os originais causavam um impacto negativo. De acordo com Duarte (2016) a narrativa escrita surgiu no Brasil durante o estilo Romantismo, porém, os escritores românticos não desenvolveram bem esse tipo de gênero. O primeiro grande contista brasileiro, Machado de Assis, começou a escrever contos no início do Realismo. 2º Módulo/ momento Agora professor leve seus alunos ao laboratório de informática para que os mesmos pesquisem o significado do vocábulo conto e sua origem e também os tipos de contos. Ao término da atividade, em sala de aula, peça para que socializem a pesquisa por meio de um painel. 3º Módulo/ momento Educador, neste momento, faça a retomada da origem do conto e o tipo destes fazendo a mediação para que os alunos percebam, nesse gênero o quanto pode ajudá-los no ensino-aprendizagem. Na sequência, apresente a eles as características e os elementos constitutivos do gênero conto. CARACTERÍSTICAS DO CONTO Introdução/ Apresentação Constitui o início da história a ser narrada. Geralmente coincide com o começo da história. Nela o narrador costuma apresentar os fatos iniciais, as personagens, na maioria das vezes, o tempo e o espaço. A introdução de um texto narrativo é muito importante, porque deve despertar a atenção do leitor e situá-lo na história que vai ler. Complicação/ desenvolvimento É a parte do enredo em que é desenvolvido o conflito. O conflito é o momento em que algo começa acontecer, deixando o leitor à espera do que está por vir. Clímax É o momento culminante da história, o de maior tensão, aquele em que o conflito atinge o seu ponto máximo, pode ser aquilo que o leitor espera ou não. O desfecho/ desenlace ou conclusão É a solução do conflito revela o final da história: boa, má, surpreendente, trágica, cômica, feliz, etc. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CONTO, de acordo com Cereja (2005), são os seguintes: Enredo/ trama ou intriga É o que podemos chamar de o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos. Geralmente o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa. O enredo se organiza em torno de um conflito, isto é, uma oposição entre os elementos da história, e cria no leitor ou ouvinte expectativa em relação aos fatos. O enredo possui as seguintes partes (introdução, complicação, clímax e desfecho). Narrador É uma entidade literária, sem existência real, logo não pode ser confundido com o autor do texto. É ele quem conta a história, apresenta as personagens e, ao fazer isso, constrói um determinado foco narrativo. Dependendo da posição do narrador ao fato narrado, a narrativa pode ser feita em 1ª ou 3ª pessoa temos ai o ponto de vista, o foco pelo qual serão narrados os acontecimentos, temos então o foco narrativo. Um narrador em 1ª pessoa é uma personagem do texto e, como tal, apresenta característicaspróprias, portanto, devemos levar em consideração as características que tem como personagem, para que possamos compreender melhor o ponto de vista por ele adotado para a sua narração, temos então um narrador personagem o qual conta e participa da história. Um narrador em 3ª pessoa é um narrador onisciente (oni+ sciente, ou seja “o que tem ciência de tudo” “o que tudo sabe”) implica em uma visão mais distanciada da narrativa, daí ser comum sermos informados sobre o estado de espírito das personagens, seus sentimentos, intenções e pensamentos. Observamos porém, que o foco narrativo em 3ª pessoa induz uma narração mais descritiva e é por isso o que nos dá a sensação de que o narrador mantém-se imparcial em relação ao que está sendo narrado, ao contrário da inferência obvia do narrador em 1ª pessoa. Personagens São os seres que participam do desenrolar dos acontecimentos, isto é, aqueles que vivem o enredo. Estas podem ser protagonista e antagonista. Protagonista desempenha o principal. Antagonista desempenha o papel de vilão, atua como adversário. As personagens têm por função simular pessoas, comportamentos e sentimentos reais. Tempo É a época em que se passa a história pode ser indicada por marcadores temporais, tais como: era, época, atual, agora. O tempo pode ser: cronológico ou psicológico. Tempo cronológico é o tempo que transcorre na ordem natural dos fatos no enredo, do começo para o final, está ligado ao enredo linear, ou seja, à ordem em que os fatos ocorrem. Pode ser medido em horas, meses, anos, séculos. O espaço É o lugar onde se passa a ação. Os fatos de uma narrativa mantêm relações com o espaço em dois níveis: físico (ou geográfico) e social. O espaço físico (ou geográfico) é o lugar onde acontecem os fatos que envolvem as personagens. O espaço social (ambiente) é o espaço relativo às condições socioeconômicas, morais e psicológicas que dizem a respeito aos personagens. Tanto o espaço físico quanto ao social podem determinar a vida da personagem. (Cereja, William Roberto Português: linguagem 2. Ensino médio,2005) 4º Módulo/ momento Neste momento professor peça aos educandos que leiam o conto a seguir de Marina Colasanti com atenção para posteriores atividades. Leia as informações a respeito da autora dos contos. Segundo HENRIQUES, Raphaela M.P.(2011), a escritora nasceu em 26 de setembro de 1937, em Asmara Líbia). Depois seguiu para a Itália, onde morou por 11 anos. Chegou ao Brasil em 1948 e sua família se radicou no Rio de Janeiro, onde reside desde então. . Possui nacionalidade brasileira e naturalidade italiana. Tece sua escritura de forma singular no panorama da literatura atual, oscilando sua produção entre contos de fadas, contos rápidos e poesias. Escreveu entre outras coisas ensaios jornalísticos. Ganhou o prêmio Jabuti, Uma ideia toda azul foi premiado como melhor livro infantil e juvenil, e recebeu o Grande Prêmio da Crítica. Hoje Marina Colasanti conseguiu uma respeitável carreira profissional em um vasto currículo criativo de habilidades como artista plástica, jornalista e tradutora. E a brisa sopra Ao amanhecer, quando vindo do mar começava a soprar leve o vento, subia o rapaz no alto daquele prédio, e empinava a pipa amarela. Batendo tênue corpo de papel contra as varetas, serpenteando a cauda, lá ficava ela no azul até que o final da tarde engolia a brisa, halitando então a terra sobre o mar, e descendo o rapaz para a noite. Assim, repetia-se o fato todos os dias. Menos naquele em que, por doença ou sono, o rapaz não apareceu no alto do terraço. E a brisa da manhã começou a soprar. Mas não estando a âncora amarela presa ao céu, o edifício lentamente estremeceu, ondulou, aos poucos abandonando seus alicerces para deixar-se levar pelo vento. (Marina Colasanti. Contos de amor rasgados). 1.Professor, agora seus alunos irão ler e observar no conto “E a brisa sopra” qual o tipo de narrador. Caso seja observador transformarão em narrador personagem e vice versa. 1. R_________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2.O texto leva o leitor a ter um maior distanciamento entre os fatos. Por quê? R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3.Tendo em vista que o foco narrativo em 1ª pessoa o narrador conta e participa da história e na 3ª pessoa apenas conta a história, em que pessoa estão empregados os pronomes? Justifique. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ______________________________ _________________________________________ 4. Sabe-se que no conto o mais comum é o emprego do verbo no passado, mas há contos que empregam o presente, com base nisso em que tempo e pessoa estão empregados os verbos nessa narrativa? Justifique com elementos do texto. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 5. Educador, peça aos seus alunos que retornem ao texto e encontre os elementos constitutivos do conto. Exemplificando-os. -foco narrativo (1ª ou 3ª pessoa) R_____________________________________________________________________ -tempo (cronológico ou psicológico) R_____________________________________________________________________ -espaço (físico ou social) R_____________________________________________________________________ -personagens (protagonista ou antagonista) R______________________________________________________________________ -narrador (observador, onisciente ou personagem) R______________________________________________________________________ 5º Módulo/ momento Novamente, professor, peça aos seus educandos que leiam mais estes dois contos de Marina Colasanti. TEXTO A A honra passada a limpo Sou compulsiva, eu sei. Limpeza e arrumação. Todos os dias boto a mesa, tiro a mesa. Café, almoço e jantar. E pilhas de louça na pia, e espumas redentoras. Todos os dias entro nos quartos, desfaço as camas, desarrumo berços, lençóis ao alto como velas. Para arrumar depois, alisando colchas de crochê. Sou caprichosa, eu sei. Desço o pó sobre os móveis. Que colho na flanela. Escurecem-se as pratas. Que eu esfrego com a camurça. A aranha tece. Que eu enxoto. A traça rói. Que eu esmago. O cupim voa. Que eu afogo na água da tigela sob a luz. E de vassoura em punho gasto tapetes persas. Sou perseverante, eu sei. A mesa que ponho, ninguém senta. Nas camas que eu arrumo ninguém dorme. Não há ninguém nesta casa, vazia há tanto tempo. Mas sem tarefas domésticas, como preencher de feminina honradez a minha vida?(Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.P.187) TEXTO B Tentando se segurar numa alça lilás Entrou no elevador. A um canto, outra mulher segurava firme debaixo do braço uma enorme bolsa de couro lilás. ____ Que ousadia, uma bolsa lilás __ sorriu ela. ____ Acabei de dizer a um homem que o amo __ respondeu a outra. __ Então entrei numa loja e, entre todas, escolhi essa bolsa. Eu precisava sentir nas mãos a minha audácia. Não sorriu. Agarrou-se náufraga na alça. (Idem, p.107) Professor, agora seus alunos farão a leitura dos dois contos para realizarem as atividades propostas a seguir. a. Em que foco narrativo eles estão narrados. Exemplifique. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ b. Cite as personagens e suas características. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ c. Que tempo predomina nos contos lidos? Justifique. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ d. Qual é o tempo das ações narradas no texto B? Há alguma indicação específica sobre o momento em que as ações ocorrem? (Hora, dia, mês, ano) Diante disso em que tempo e pessoa estão empregados os verbos? R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ e. Na narrativa identificamos o tipo de narrador por meio dos pronomes usados, sendo assim em que pessoas estão empregados os pronomes do texto A? Justifique sua resposta com elementos do texto. R______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ f. Lembrando que variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Sendo assim, devemos nos portar de acordo com o ambiente, onde estamos, com quem estamos e a situação em que estamos no momento. . Diante disso que tipo de variedade linguística foi empregada nos dois contos? E por quê? R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ g. Passe o texto A para o narrador em 3ª pessoa, isto é, narrador observador. . R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Educador, apresente aos seus alunos um dos maiores contistas brasileiro e também com quem o conto teve início propriamente dito no Brasil para posteriormente fazerem a leitura de um de seus contos. Machado de Assis (1839-1908) nasceu no Rio de Janeiro. Mestiço de origem humilde, filho de um mulato carioca e de uma imigrante açoriana. Foi tipógrafo e revisor em editora, começou a publicar seus escritos, em vários jornais e revistas. Na década de 1860, escreveu todas as suas comédias e os versos ainda românticos de Crisálidas. Ele foi jornalista, crítico literário, crítico teatral, teatrólogo, poeta, cronista, contista e romancista. De sua extensa e variada obra sobressai o Machado de Assis contista e romancista, preocupado não só com a expressão e com a técnica de composição, mas também com a articulação dos temas, com a análise do caráter e do comportamento humano. Podemos identificar em sua produção dois grupos de obras, porém sem prejuízo de sua perfeita unidade. Ao primeiro grupo pertencem Ressurreição, Helena, A mão e a luva, Iaiá Garcia, obras que apresentam características mais gerais do romance do século XIX do que do que propriamente da herança romântica. Memórias Póstumas de Brás Cubas marca o início da segunda etapa de sua produção de Machado de Assis. A partir dessa obra ele se revela um gênio na análise psicológica de personagens, tornando-se o mais extraordinário contista da língua portuguesa ele escreveu por volta de duzentos contos. Machado de Assis criou uma obra extremamente inovadora, que permanece viva e atual, gerando polêmicas e conquistando a estima de sucessivas gerações de leitores. Foi eleito presidente da Academia Brasileira de Letras (Cereja, William Roberto Português: linguagem 2. Ensino médio,2005) . Machado de Assis foi um exímio contista e uma das características mais forte de seus contos é a criação de uma atmosfera ambígua capaz de seduzir o leitor. Suas histórias curtas apresentam situações singulares plenas de significação, que permitem o estabelecimento de paralelos com contextos sociais mais amplos. Sobre a sutileza e a ambiguidade dos contos machadianos, leia o que escreve Nádia Battella Gotlib:(1990.77- 78) [...] os contos de Machado traduzem perspicazes compreensões da natureza humana, desde as mais sádicas às mais benévolas, porém nunca ingênuas. Aparecem por um interesse próprio, mais ou menos sórdido, mais ou menos desculpável. Mas é sempre um comportamento duvidoso, que nunca é totalmente desvendado nos seus recônditos segredos e intenções...O modo pelo qual o contista Machado representa a realidade traz consigo a sutileza em relação ao não dito, que abre para as ambiguidades, em vários sentidos dialogam entre si... Neste momento, professor, peça aos educandos que façam a leitura do conto Noite de almirante de Machado de Assis, e vão destacando as palavras desconhecidas para eles para que posteriormente procurem os significados no dicionário. Em seguida façam a socializaçãoNoite de almirante (Machado de Assis) Deolindo Venta-Grande (era uma alcunha de bordo) saiu do arsenal de marinha e enfiou pela rua de Bragança. Batiam três horas da tarde. Era a fina flor dos marujos e, demais, levava um grande ar de felicidade nos olhos. A corveta dele voltou de uma longa viagem de instrução, e Deolindo veio à terra tão depressa alcançou licença. Os companheiros disseram-lhe, rindo: ele mordia o beiço para dissimular. Afinal separaram- se, Genoveva foi ver sair a corveta e voltou para casa com um tal aperto no coração que parecia “lhe ia dar alguma coisa”. Não lhe deu nada, felizmente; os dias foram passando, as semanas, os meses, dez meses, ao cabo dos quais a corveta tornou e Deolindo com ela. Lá vai ele agora, pela rua da Bragança, Prainha e Saúde, até ao princípio da Gamboa, onde mora Genoveva. A casa é uma rotulazinha escura, portal rachado do sol, passando o cemitério dos ingleses; lá deve estar Genoveva, debruçada à janela, esperando por ele. Deolindo prepara uma palavra que lhe diga. Já formou esta:” Jurei e cumpri”, mas procura outra melhor. Ao mesmo tempo que lembra as mulheres que viu por esse mundo de Cristo, italianas, marselhesas ou turcas, muitas delas bonitas, ou que lhe pareciam tais. Concorda quem nem todos seriam para os beiços dele, tão pequenina, e a mobília de pé quebrado, tudo velho e pouco, isso mesmo lhe lembrava diante dos palácios de outras terras. Foi à custa de muita economia que com ____Ah! Venta-Grande! Que noite de almirante vai você passar! Ceia, viola e os braços de Genoveva. Colozinho de Genoveva... Deolindo sorriu. Era assim mesmo, uma noite de almirante, como eles dizem, uma dessas grandes noites de almirante que o esperava em terra. Começava a paixão três meses antes de sair a corveta. Chamava-se Genoveva, caboclinha de cinte anos, esperta, olho grande e atrevido. Encontram-se em casa de terceiro e ficaram morrendo um pelo outro, a tal ponto estiverem prestes a dar uma cabeçada, ele deixaria o serviço e ela o acompanharia para a vila mais recôndita do interior. A velha Inácia, que morava com ela, dissuadiu-os disso; Deolindo não teve remédio senão seguir em viagem de instrução. Eram oito ou dez meses de audiência. Como fiança recíproca, entenderam dever fazer um juramento de fidelidade. ____Juro por Deus que está no céu. E você? ____Eu também. ____Diz direito. ____Juro por Deus que está no céu; a luz me falte na hora da morte. Estava celebrando o contrato. Não havia descrer da sinceridade de ambos; ela chorava doidamente, comprou em Tristes um par de brincos, que leva agora no bolso com algumas bugigangas. E ela que lhe guardaria? Pode ser que um lenço marcado com o nome dele e uma âncora na ponta, porque ela sabia marcar muito bem. Nisto chegou à Gamboa, passou o cemitério e deu com a casa fechada. Bateu, falhou-lhe uma voz conhecida. a da velha Inácia, que veio abrir-lhe a porta com grandes exclamações de prazer. Deolindo, impaciente, perguntou por Genoveva. ____Não me fale nessa maluca, arremeteu a velha. Estou bem satisfeita com o conselho que lhe dei. Olhe lá se fugisse. Estava agora como o lindo amor. ____Mas que foi? Que foi? A velha disse-lhe que descansasse, que não era nada, uma dessas coisa que aparecem na vida; não valia a pena zangar-se. Genoveva andava com a cabeça virada... ___Mas virada por quê? ___Está com um mascate, José Diogo. Conheceu José Diogo, mascate de fazendas? Está com ele. Não imagina a paixão que eles têm um pelo outro. Ela então anda maluca. Foi o motivo da nossa briga. José Diogo não saía da porta; eram conversas e mais conversas, até que eu disse que não queria a minha casa difamada. Ah! Meu pai do céu! Foi um dia de juízo. Genoveva investiu para mim com uns olhos deste tamanho, dizendo que nunca difamou ninguém e não precisava de esmolas. __ Que esmolas, Genoveva? O Que digo é que não quero esses cochichos à porta, desde que as aves marias ... Dois dias depois estava mudada e brigada comigo. ___Onde mora ela? ___Na praia Formosa, antes de chegar à pedreira, uma rótula pintada de novo. Deolindo não quis mais nada. A velha Inácia, um tanto arrependida, ainda lhe deu avisos de prudência, mas ele não os escutou e foi andando. Deixo de notar o que pensou em todo o caminho; não pensou nada. As ideias marinhavam lhe no cérebro, como em hora de temporal, no meio de uma confusão de ventos e apitos. Entre elas rutilou a faca de bordo, ensanguentada e vingadora. Tinha passado a Gamboa, o Saco de Alferes, entrara na praia Formosa. Não sabia o número de casa, mas era perto da pedreira, pintada de novo, e com auxílio da vizinhança poderia acha-la. Não contou com o acaso que pegou de Genoveva e fê-la sentar à janela, cosendo, no memento em que Deolindo ia passando. Ele conheceu-a e parou; ela vendo o vulto de um homem, levantou os olhos e deu com o marujo. ___Que é isso? Exclamou espantada. Quando chegou? Entre, seu Deolindo. E, levantando-se, abriu a rótula e fê-lo entrar. Qualquer outro homem ficaria alvoroçado de esperanças, tão francas eram as maneiras da rapariga; podia ser que a velha se enganasse ou mentisse; podia ser mesmo que a cantiga do mascate estivesse acabada. Tudo isso lhe passou pela cabeça, sem a forma precisa do raciocínio ou da reflexão, mas em tumulto e rápido. Genoveva deixou a porta aberta, fê-lo sentar-se pediu- lhe notícias da viagem e achou-o mais gordo; nenhuma comoção nem intimidade. Deolindo perdeu a última esperança. Em falta de faca, bastavam-lhe as mãos para estrangular Genoveva, que era um pedacinho de gente, e durante os primeiros minutos não pensou em outra coisa. ___Sei tudo, disse ele. ___Quem lhe contou? Deolindo levantou os ombros. ___Fosse quem fosse, tornou ela, disseram-lhe que eu gostava muito de um moço? ___Disseram. ___Disseram a verdade. Deolindo chegou a ter um ímpeto; ela fê-lo parar só com a ação dos olhos. Em seguida disse que, se abrira a porta, é porque contava que era homem de juízo. Contou- lhe então tudo, as saudades que curtira, as propostas do mascate, as suas recusas, até que um dia, sem saber como, amanhecera gostando dele. ___Pode crer que pensei muito e muito em você. Sinhá Inácia que lhe diga se não chorei muito... Mas o coração mudou... Conto-lhe tudo isso, como se estivesse diante do padre, conclui sorrindo. Não sorria de escárnio. A expressão das palavras é que era uma mescla de candura e cinismo, de insolência e simplicidade, que desisto de definir melhor. Creio até que insolência e cinismo são mal aplicados. Genoveva não se defendia de um erro ou de um perjúrio; não se defendia de nada; faltava-lhe a afeição do Deolindo, a prova é que quis fugir com ele; mas, que o mascate venceu o marujo, a razão era mascate, e cumpria declará-lo. Que vos parece? O pobre marujo citava o juramento de despedida, como uma obrigação eterna, diante da qual consentira em não fugir e embarcar: “Juro por Deus que está no céu; a luz me falte na hora da morte”. Se embarcou foi porque ela lhe jurou isso. Com essas palavras é que andou, viajou, esperou e tornou; foram elas que lhe deram a força de viver. Juro por Deus que está no céu; a luz me falte na hora da morte... ___Pois, sim, Deolindo, era verdade. Quando jurei, era verdade que eu queria fugir com você para o sertão. Só Deus sabe se era verdade! Mas era verdade Mas vieram outras coisas... Veio este moço e eu comecei a gostar dele. ___Mas a gente jura é para isso mesmo; é para não gostar de mais ninguém... ___Deixa disso, Deolindo. Então você se lembrou de mim? Deixa de parte... ___A que horas você volta José Diogo? ___Não volta hoje. ___Não? ___Não volta; está lá para os lados de Guaratiba com a caixa; deve voltar sexta- feira ou sábado... E por que é que você quer saber? Que mal lhe fezele? Pode ser que qualquer outra mulher tivesse igual palavra; poucas lhe diriam uma expressão tão cândida, não de propósito, mas involuntariamente. Vede que estamos aqui muito próximos da natureza. Que mal lhe fez ele? Que mal lhe fez esta pedra que caiu de cima? Qualquer mestre de física lhe explicaria a queda das pedras. Deolindo declarou, com um gesto de desespero, que queria mata-lo. Genoveva olhou para ele com desprezo, sorriu de leve e deu um muxoxo; e, ele lhe falasse de ingratidão e perjúrio, não pôde disfarçar o pasmo. Que perjúrio? Que ingratidão? Já lhe tinha dito e repetia que quando jurou era verdade. Nossa senhora, que ali estava, em cima da cômoda, sabia se era verdade ou não. Era assim que lhe pagava o que padeceu? E ele enchia a boca de fidelidade, tinha-se lembrado dele por onde andou? A resposta dele foi de meter a mão no bolso e tirar o pacote que lhe trazia. Ele abriu-o, aventou as bugigangas, uma por uma, e por fim deu com os brincos. Não eram nem poderiam ser ricos; eram mesmo de mau gosto, mas faziam uma vista de todos os diabos. Genoveva pegou deles, contente, deslumbrada, mirou-os por um lado e outro, perto e longe dos olhos, e afinal enfiou-os nas orelhas; depois foi ao espelho de pataca, suspenso na parede, entre e a rótula, para ver o efeito que lhe faziam. Recusou, aproximou-se, voltou a cabeça da direita para a esquerda para direita. ___Sim, senhor, muito bonitos, disse ela, fazendo uma grande mesura de agradecimento. Onde é que comprou? Creio que ele não respondeu nada, não teria tempo para isso, porque ela disparou mais duas ou três perguntas, uma atrás da outra, tão confusa estava de receber um mimo a troco de um esquecimento. Confusão de cinco ou quatro minutos; pode ser que dois. Não tardou que tirasse os brincos, e os contemplasse e pusesse na caixinha em cima da mesa redonda que estava no meio da sala. Ele pela sua parte começou a crer que, assim como perdeu, estando ausente, assim o outro, ausente, podia também perde-la; e, provavelmente, ela não lhe jurara nada. ___Brincando, brincando, é noite, disse Genoveva. Com efeito, a noite ia caindo rapidamente. Já não podiam ver o hospital dos Lázaros e mal distinguiam a ilha dos Melões; as mesmas lanchas e canoas, postas em seco, defronte da casa, confundiam-se com a terra e o Iodo da praia. Genoveva acendeu uma vela. Depois foi sentar-se na soleira da porta e pediu-lhe que contasse alguma coisa das terras por onde andara. Deolindo recusou a princípio; disse que se ia embora, levantou-se e deu alguns passos na sala. Mas o demônio da esperança mordia e babujava o coração do pobre-diabo, e ele voltou a sentar-se, para dizer duas ou três anedotas de bordo. Genoveva escutava com atenção. Interrompidos por uma mulher da vizinhança que ali veio, Genoveva fê-la sentar-se também para ouvir “as bonitas histórias que o senhor Deolindo estava contando”. Não houve outra apresentação. A grande dama que prolonga a vigília para concluir a leitura de um livro ou de um capítulo, não vive mais intimamente a vida dos personagens do que a antiga amante do marujo vivia as cenas que ia contando, tão livremente interessada e presa, como se entre ambos não houvesse mais que uma narração de episódios. Que importa à grande dama o autor do livro? Que importava a esta rapariga o contador dos episódios? A esperança, entretanto, começava a desampará-lo e ele levantou-se definitivamente para sair. Genoveva não quis deixá-lo sair antes que a amiga viesse os brincos, e foi mostrar-lhos com grandes encarecimentos. A outra ficou encantada, elogiou- os muito, perguntou se os comprara em França e pediu a Genoveva que os pusesse. ___Realmente, são muito bonitos. Quero crer que o próprio merujo concordou com essa opinião. Gostou de os ver, achou que pareciam feitos para ela e, durante alguns segundos, saboreou o prazer exclusivo e superfino de haver dado um bom presente; mas foram só alguns segundos. Como ele se despedisse, Genoveva acompanhou-o até à porta para lhe agradecer ainda uma vez o mimo, e provavelmente dizer-lhe algumas coisas meigas e inúteis. A amiga que deixara ficar na sala, apenas lhe ouviu esta palavra: “deixa disso, Deolindo”; e esta outra do marinheiro: “Você verá”. Não pôde ouvir o resto, que não passou de um sussurro. Deolindo segui, praia fora, cabisbaixo e lento, não já o rapaz impetuoso da tarde, mas com um ar velho e triste, ou, para usar outra metáfora de marujo, como um homem “que vai do meio caminho para terra”. Genoveva entrou logo depois, alegre e barulhenta. Contou à outra a anedota dos deus amores marítimos, gabou muito o gênio do Deolindo e os seus bonitos modos; a amiga declarou achá-lo grandemente simpático. ___Muito bom rapaz, insistiu Genoveva. Sabe o que ele me disse agora? ___Que foi? ___Que vai matar-se. ___Jesus! ___Qual o quê! Não se mata, não. Deolindo é assim mesmo; diz as coisas, mas não faz. Você verá que não se mata. Coitado, são ciúmes. Mas os brincos são muito engraça de Genoveva, se estava mais bonita, se chorava muito na ausência, etc. ___Nem eu, concordou Genoveva, examinando-os à luz. Depois guardou-os e convidou a outra coser. __ Vamos coser um bocadinho, quero acabar o meu corpinho azul... A verdade é que o marinheiro não se matou. No dia seguinte, alguns dos companheiros bateram-lhe no ombro, cumprimentando-o pela noite de almirante, e pediram-lhe notícias de Genoveva, se estava mais bonita, se chorava muito na ausência, etc. Ele respondia a tudo com um sorriso satisfeito e discreto, um sorriso de pessoa que viveu uma grande noite. Parece que teve vergonha da realidade e preferiu mentir. (História sem data. CEREJA, Willian Roberto. São Paulo: Ática, 1998. P. 115-20) 1.Caro professor, neste momento peça aos educandos no conto em questão que identifiquem qual é o conflito, sendo este um dos elementos mais importantes do conto. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 2.Agora, professor, peça aos alunos que indiquem as expressões usadas pelo narrador para se referir ao tempo e identifiquem o tipo de tempo que predomina no conto. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3.Tendo em vista que no conto podemos observar tanto o tempo cronológico, isto é, aquele que transcorre na ordem natural dos fatos no enredo, do começo para o final, quanto o tempo psicológico o qual transcorre numa ordem determinada pela vontade, pela memória ou pela imaginação do narrador, observe que no conto acima o narrador faz algumas referências ao tempo em que ocorrem os fatos. a- Indique o tempo de duração da viagem que Deolindo fez depois do juramento. . R________________________________________________________________ _____ b- Que fato do presente fez Deolindo voltar ao passado? R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ c- Embora a narrativa traga o passado para o presente, qual é o tempo de duração entre a saída de Deolindo do Arsenal da Marinha e o término da visita a Genoveva? R______________________________________________________________________________ 4 Caro colega, peça ao educando que indique alguns lugares do conto onde ocorrem algumas ações, indicando espaço, e tambémem que cidade estão localizados todos esses lugares. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 5.Deolindo “diz as coisas, mas não faz”. “Essa afirmação de Genoveva confirma o desfecho do conto? R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 6. Educador, peça ao aluno que cite qual variante linguística o contista emprega. Mostrando a ele a importância de sabermos usar a variedade padrão assim como identificar as variantes da língua e usá-las em suas situações específicas conforme a sua necessidade em cada momento. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 7. Mestre, solicite aos educandos que neste momento identifiquem no texto qual tempo verbal predomina nesse conto e em que pessoa estão empregados os pronomes, lembrando que na maioria das narrativas prevalece o tempo passado, mas isso não significa que não haja narrativas no tempo presente. Justifique sua resposta com expressões do texto. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 8.Identifique no conto palavras que representem: Espaço__________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Tempo__________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Personagens_____________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Qualidades_______________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Ações___________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Lembranças______________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Sentimentos______________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Seres___________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Conflito__________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 9.Encontre no texto os elementos constitutivos do conto e as características. Exemplificando-os. a.foco narrativo (1ª ou 3ª pessoa) ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ b.tempo (cronológico ou psicológico) ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ c.espaço(físico-social) ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ d.personagens (protagonista – antagonista) ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ e.narrador (observador- onisciente- personagem) ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ f.conflito_________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ g.desfeche_______________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ h.clímax_________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 10. Educador, neste momento, lembre aos alunos que o conto é uma narrativa condensada, com um único conflito, sendo assim, peça a eles que tentem resumir a história em três linhas. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 11.Agora, professor peça aos seus alunos que numerem o conto e passem para a 1ª pessoa o parágrafo 39º. R______________________________________________________________________ ________________._______________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 12.Professor, peça a eles para que neste momento voltem às suas pesquisas e definam a palavra conto e a sua origem. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 13.Educador informe os discentes que neste momento deverão enumerar as características e os elementos constitutivos do conto. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 14. Agora, peça aos alunos que escrevam um acróstico como síntese do seu aprendizado, usando as seguintes palavras: G E N E R O T E X T U A L C O N T O 15.Professor, apresente aos seus alunos o início do conto “Fernando e Fernanda” de Machado de Assis para que eles deem continuidade à história lembrando as características desse gênero Tinham os mesmos nomes. Cresceram juntos, à sombra do amor materno. Ele era órfã, e a mãe dela, que o amava como se fora seu filho tomou-o para si, e reunião os dois debaixo do mesmo olhar e dentro do mesmo coração. Eram quase irmãos, e sê-lo- iam sempre completamente, se a diferença dos sexos não viesse, um dia, dizer-lhes que um lenço mais íntimo podia uni-los. Um dia, {...} 16.Professor, pergunte aos seus alunos se alguém sabe ou já ouviu o seguinte ditado popular “Quem conta um conto aumenta um ponto” em seguida peça para que escrevam o que eles entenderam ou como pode ser interpretado esse ditado popular. R______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 17. Agora, professor, você deverá entregar o conto abaixo recortado em tiras com os parágrafos fora de ordem para que os alunos coloquem- nos na sequência certa, de maneira que se observa a apresentação da situação inicial, o surgimento de uma complicação e desfecho. Em seguida, peça para que façam a leitura para ver quem conseguiu organizar de maneira correta ou mais se aproximou, depois apresente a ordem original. Mestre, neste momento apresente aos alunos um dos maiores poeta e contista brasileiro. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) é considerado por alguns críticos o principal poeta brasileiro do século XX, mineiro de Itabira, Drummond veio de família ligada às tradições da região. Formou-se em Farmácia, mas nunca exerceu, dedicou-se ao jornalismo e ingressou funcionalismo público. Em 1925, foi um dos fundadores de A Revista, publicação modernista de Belo Horizonte. Em 1928 em perfeita sintonia com a irreverência do grupo modernista de São Paulo, Drummond publicou na Revista de Antropofagia. Dada a farta produção poética de Drummond, a organização de suas obras em partes ou em fases permite acompanhar com maior clareza a evolução de seus temas, de sua visão de mundo e de seus traços estilísticos. Se considerarmos os 56 anos de carreira poética do autor, pelo quatro fases podem ser identificadas em sua produção: a fase guache (década de 1930); a fase social (1940-45); fase do “não” (décadas de 1950 e 1960); a fase da memória (décadas de 1970 e 1980). (CEREJA, William Roberto Português: linguagem 3. Ensino médio,2010 MÃE SEM DIA (Carlos Drummond de Andrade) As mães que já o eram antes de ser instituído o Dia das Mães não se importam muito com ele, e até dispensam homenagem sob esse pretexto. Mas as que cumpriram a maternidade após sua criação, pensam de outro modo, e amam a data. Edwiges, mãe recente, com filho de ano e meio de idade, não tinham quem celebrasse o seu Dia, pois a criança estava longe de poder fazê-lo. Comprar para si mesma um presente não tinha graça, e além do mais não havia dinheiro para isso. Aderir à festa das outras mães, que tinham filhos grandese recebiam homenagens, era como furtar alguma coisa, o que repugnava a Edwiges. Adormeceu e teve um sonho. O filho crescia velozmente diante de seus olhos e, chegando aos 18 anos, levava para ela o mais lindo ramo de crisandálias e pequeno estojo de veludo. Abriu-o com sofreguidão e deparou com uma aliança em que estava gravado um nome diferente do seu. Notando- lhe a surpresa, o filho pediu desculpas. O anel era para a namorada, só as flores lhe pertenciam. E saiu correndo com o estojo e o anel para entrega-los à moça. Mãe solteira, Edwiges ficou com as crisandálias o tempo daquele sonho. Seu Dia das Mães consistiu em lembrar o sonho. 18. Caro professor, informe seus alunos que neste momento irão elaborar um conto sobre no tema de suas escolhas, lembrando os contos estudados e também considerando as características desse gênero já estudadas. Siga estas instruções: a- Ao escrever seu conto, tenha em mente que ele será lido por colegas e professores de sua escola. b- Como já vimos o conto é um gênero textual narrativa que circula em várias esferas agora coloque em prática seus conhecimentos adquirido sobre conto, elaborando um. Lembre seu texto será dirigido aos colegas e também aos internautas que acessarem o site do Portal da Educação, não esqueça seu texto irá circular no contexto escolar e na internet, tendo como suporte o mura e o computador sendo assim imagine o conflito, ou seja, a situação problemática que as personagens viverão, e como se dará sua superação. Além disso: Planeja e organize os fatos, isto é, a estrutura do enredo em partes: introdução, complicação, clímax e desfecho. c- Ao redigir, empregue a variedade padrão da língua. Faça um rascunho antes de passar seu conto a limpo, faça uma revisão cuidadosa, refaça seu texto quantas vezes for necessário. 19. Após o término das produções você, professor, deverá escolher aleatoriamente um desses textos para posterior refacção coletiva. O restante você fará a correção individual junto ao aluno para ser feita a reescrita. Em seguida, construirão um mural no saguão da escola para que seus textos possam ser lidos por todo o colegiado da escola. 20. Agora educador junto aos seus educandos façam a escolha do conto a ser dramatizado por eles para apresentarem para toda a escola. Lembrando que nem todos os alunos participarão da dramatização seja pelo fato de o conto ser uma narrativa com poucos personagens ou porque nem todos gostam de falar em público. Mas participarão dando sugestões, confeccionando os materiais necessários, na organização do palco entre outros afazeres, no convite nas salas para as turmas assistirem a apresentação. 21. E, professor, para encerrar este projeto vá junto com seus alunos ao laboratório para que os mesmos façam a inserção no Portal da Educação AVALIAÇÃO A avalição será continua e individual e coletiva, durante as atividades será feita por meio da observação vendo se os alunos reconhecem a origem do gênero textual conto, suas características e os elementos constitutivos do mesmo, e se serão capazes de elaborar um conto. A produção textual dos alunos será tomada como uma forma de atuação social, sendo avaliada como tal. Segundo as DCEs (Diretrizes Curriculares da Educação Básica) (2008, p.83) “Com o uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos são avaliados continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações com a linguagem e refletem sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, o que lhes permite o aperfeiçoamento linguístico constante, o letramento” A participação em sala: leitura, debate e discussão. Análise da oralidade e da capacidade de leitura crítica e também verificação das capacidades de linguagem: de ação, discursiva e linguística e linguístico-discursiva, serão pontos avaliados no decorrer das atividades bem como a participação e envolvimento na realização das tarefas durante o desenvolvimento do projeto. Os critérios de avaliação serão discutidos previamente com os alunos, levando em conta que todo o processo de avaliação deve provocar no aluno reflexões tais como: Em que preciso melhorar? Como melhorar? Qual grau atingiu seu conhecimento? Quais suas maiores dificuldades? “A avaliação na área de ensino de língua, para ser coerente com o seu objeto de estudo, deve focar os gêneros textuais trabalhados – permitindo ao docente acompanhar o desenvolvimento de cada aluno na apreensão gradativa das competências propostas, no âmbito da oralidade, da leitura e escrita. Com esses dados, o professor tem informações sobre quais conhecimentos cada aluno se apropriou e quais os que ainda precisam ser (re) trabalhados, seja apenas com alguns ou com toda a turma. Assim, evita-se de ensinar aquilo que os alunos já sabem ou deixar-se de ensinar aquilo que eles precisam aprender” (Orientações Pedagógicas Para os Anos Iniciais,2010 p.150) O professor também precisa ver o resultado dos alunos como um autodiagnostico, questionando-se qual nível de aquisição atingido pelo seu aluno? Como está seu desenvolvimento? Que aspectos deve rever para melhorar o aprendizado do seu aluno. METODOLOGIA Devemos partir do princípio de que o ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio deve ter por meta a formação de um cidadão autônomo capaz de interagir com o meio em que circula, pois numa sociedade tão eletrizante como a atual é essencial o papel da disciplina de Língua Portuguesa na educação formal do indivíduo, sendo capaz de fazer uso da linguagem em cada momento, ambiente, situação em que se encontrar. Para as DCEs (2008, p.64). ”Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com os seus próprios pontos de vista, fazendo desligar o signo-verdade-poder em direção a outras significações que permitam, estudantes, a sua emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às práticas de linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas possibilitará que o aluno modifique, aprimora, reelabore sua visão de mundo e tenha voz na sociedade.” O desenvolvimento das aulas primará pela interação e diálogos com os alunos entre os alunos. As orientações metodológicas para cada atividade acompanham o material didático. . O trabalho terá início com a leitura de vários contos selecionados pela professora para posteriores questionamentos, se reconhecem qual tipo de narrativa leram? Neste momento será introduzida a fala do que são gêneros textuais? Quais são os gêneros textuais? Partindo então, para a narrativa conto. O que é um conto? Que tipo de narrativa? Agora irão à biblioteca ou ao laboratório de informática para pesquisarem o significado e a origem do vocábulo conto, e os tipos de contos. Neste momento trazer ao conhecimento dos alunos as características e os elementos constitutivos do conto especificando cada um deles, em seguida levar contos à sala para serem analisados, reconhecendo as suas características e os elementos que os compõem. Atividades com leituras abordando a importância da mesma utilizando textos da esfera da criação literária- conto e reconhecimento das características e dos elementos constitutivos do conto, uso do dicionário quando necessário, será utilizado um conto fatiado para que eles coloquem no ordem correta observando as características do conto (introdução/apresentação, complicação/desenvolvimento, clímax e desfecho) o qual seráfeita ? várias leituras por eles observando quem colocou na ordem correta ou mais se aproximou. Também trabalharemos com conto inacabado para que finalizem, em seguida também farão a leitura observando quantas versões do final será dado ao mesmo texto. A produção textual dos alunos será tomada como uma forma de atuação social, eles produzirão um conto em sala levando em conta as características e os elementos da narrativa estudada, sendo que um será escolhido para que seja feita a refacção coletiva, mas todos os textos serão corrigidos individualmente junto ao aluno verificando a escrita e as capacidades de linguagem, para que o mesmo faça a reescrita final do seu texto. Trabalhar a língua supõe trabalhar gêneros, mesmo que estes tenham suas especifidades e a cada dia apareçam outros. Distingui-los seria estabelecer práticas de reflexão sobre a linguagem e assim teríamos leitores e escritores competentes e comprometidos com a sua participação na sociedade, a dramatização busca desenvolver a linguagem corporal, desinibindo aprendendo a conviver em grupos tendo mais confiança em si, melhorando seu convívio social. “A dramatização acompanha o desenvolvimento da criança como uma manifestação espontânea, assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de interação e de promoção de equilíbrio entre ela e o meio ambiente. Essa atividade evolui do jogo espontâneo para o jogo de regras, do individual para o coletivo.” (Parâmetros curriculares nacionais: arte / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental, p.83, 2001) Será confeccionado um mural com a produção dos alunos e também farão a inserção de seus textos no Portal da Educação e posteriormente escolherão um conto produzidos por eles ou não para dramatizarem apresentando para a escola toda e com isso fazendo o encerramento do projeto CRONOGRAMA ATIVIDADES MÊS CARGA HORÁRIA Apresentação do projeto Fevereiro 1h/a Pesquisa no laboratório sobre contos. Março 2h/a Aula expositiva sobre o gênero textual conto, com matérias xerocadas. Março 2h/a Leitura e análise de dois contos e atividades. Março 2h/a Leitura a análise conto “Noite de almirante” e atividades referente ao conto. Março 3h/a Atividades referentes a narrativa conto. Março 2h/a Acróstico. Março 1h/a Conto inacabado para que os alunos derem o término. Março 2h/a Texto fatiado(conto) para que os alunos coloquem na ordem original, observando as características do conto. Março 1h/a Produção textual(conto) observando tudo o que foi estudado sobre o gênero. Março 2h/a Seleção aleatório de um texto produzido por eles para ser feita a refcção coletiva. Abril 2h/a Correção e reescrita individual dos demais textos Abril 3h/a dos alunos(conto). Confecção de um mural com os textos dos alunos. Abril 1h/a Inserção dos textos produzidos por eles no Portal da Educação. Abril 2h/a Ensaios do conto escolhido por eles para a dramatização. Abril 4h/a Apresentação da dramatização do conto para todas as turmas (do turno) da escola para encerramento do projeto. Abril 2h/ REFERÊNCIAS BAKHTIN, Mikhail M. Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. Trad. Maria Erma tina G. G. Pereira. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. ______ . Marxismo e a filosofia da linguagem. Trad. De Michel Lahud e Yara Frateschi. 9ª edição. São Paulo: Hucitec, 1999. BRASIL. Secretaria de Educação de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Brasília: MEC. CAMPOS, Elizabeth Marques, Viva Português ensino médio/ Elizabeth Campos, Paula Marque Cardoso, Silvia Letícia de Andrade,-2. Ed- São Paulo:Ática,2013 CEREJA, Roberto William. Português: Linguagens: volume 2: ensino médio William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. -5.ed.- São Paulo ed. Atual,2005 DUARTE, Vânia Maria Do Nascimento. "O conto "; Brasil Escola. Disponível em. Acesso em 09 de julho de 2016 GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. São Paulo:1990.p.77-78 HENRIQUES, Raphaela M.P. Autoritarismo Versus Submissão em Contos Maravilhosos Marina Colasanti http://www.travessiasinterativas.com/_notes/vol2/Artigo%20Raphaela_vol2.pdf Acesso em http://www.travessiasinterativas.com/_notes/vol2/Artigo%20Raphaela_vol2.pdf 16/11/2016. KLEIMAN, Ângela, B.; MORES, Silvia. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola. Campina: Mercado de Letras, 1999 BORGATTO, Ana, Apud. Tudo é Linguagem. São Paulo, 2007. http://brasilescola.uol.com.br/literatura/historia-dos-contos-fadas.htm> MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividade de retextualização. 6. Ed. São Paulo: Cortez, 2005. MOLL J, Alfabetização possível: reinventando o Ensinar e o Aprender. Porto Alegre, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008. ______Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Orientações Pedagógicas para os Anos Iniciais. Curitiba: SEED, 2010, PEREZ, Luana Castro Alves. "História dos contos de fadas"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/historia-dos-contos-fadas.htm>. Acesso em 09 de novembro de 2016. http://brasilescola.uol.com.br/literatura/historia-dos-contos-fadas.htm%3e
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