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Curso FIC Desenhista da Construção Civil Disciplina Desenho Arquitetônico Instrutor Professor Me. Gustavo Reis Machado Tutores Profa. Esp. Luciana Rocha Ribeiro Prof. Me. Luis Carlos Soares da Silva Junior Prof. Esp. Matheus Rangel Venturi Profa. Me. Roberta Paulina Tertolino da Silva Prof. Me. Yves Danillo Bocutti IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre 2012 Ouro Preto - MG Desenho Arquitetônico Adriano Pinto Gomes INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Campus Ouro Preto MINAS GERAIS Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Equipe de Elaboração Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais/IFMG - Ouro Preto Reitor Caio Mário Bueno Silva/IFMG-Ouro Preto Direção Geral Arthur Versiani Machado/IFMG-Ouro Preto Coordenação Institucional Sebastião Nepomuceno/IFMG-Ouro Preto Coordenação de Curso Ney Ribeiro Nolasco/IFMG-Ouro Preto Professor-autor Adriano Pinto Gomes/IFMG-Ouro Preto Comissão de Acompanhamento e Validação Colégio Técnico Industrial de Santa Maria/CTISM Coordenação Institucional Paulo Roberto Colusso/CTISM Coordenação Técnica Iza Neuza Teixeira Bohrer/CTISM Coordenação de Design Erika Goellner/CTISM Revisão Pedagógica Andressa Rosemárie de Menezes Costa/CTISM Francine Netto Martins Tadielo/CTISM Marcia Migliore Freo/CTISM Revisão Textual Eduardo Lehnhart Vargas/CTISM Lourdes Maria Grotto de Moura/CTISM Vera Maria Oliveira/CTISM Revisão Técnica João Ernesto Teixeira Bohrer/CTISM Ilustração Cássio Fernandes Lemos/CTISM Marcel Santos Jacques/CTISM Rafael Cavalli Viapiana/CTISM Ricardo Antunes Machado/CTISM Diagramação Leandro Felipe Aguilar Freitas/CTISM Gabriel La Rocca Cóser/CTISM © Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais Este caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais/IFMG - Ouro Preto e a Universidade Federal de Santa Maria para a Rede e-Tec Brasil. G633d GOMES, Adriano Pinto Desenho arquitetônico / Adriano Pinto Gomes. – Ouro Preto: IFMG, 2012. 86 p. : il. Caderno elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais/IFMG – Ouro Preto e a Universidade Federal de Santa Maria para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – Rede e-Tec Brasil. 1. Desenho arquitetônico. 2. Edificações. 3. Projeto de arquitetura. I. Título CDU 72.012 Biblioteca Tarquínio José Barboza de Oliveira Bibliotecário César dos Santos Moreira – CRB 6/2229 – IFMG Campus Ouro Preto e-Tec Brasil5 Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. e-Tec Brasil Aula 7 – Circulação vertical Objetivos Representar e calcular uma escada. 7.1 Escadas A escada é um elemento arquitetônico que visa proporcionar a circulação vertical entre dois ou mais pisos de diferentes níveis. Devem-se considerar no projeto de uma escada os seguintes elementos: degrau, piso, espelho, bocel, corrimão, montante, guarda-corpo, lanço, patamar e largura. Figura 7.1: Elementos de uma escada Fonte: CTISM, adaptado do autor • Degrau é o conjunto de dois elementos: piso e espelho. • O lanço de uma escada é uma sequência ininterrupta de degraus. • O guarda-corpo é formado pelos montantes e corrimão. Recomenda-se que a altura do corrimão varie entre 80 e 92 cm. e-Tec BrasilAula 7 - Circulação vertical 77 • O bocel é a borda saliente do degrau (mínimo: 1,5 cm e máximo: 2,5 cm). • O patamar é um trecho horizontal para descanso intermediário. Há a necessidade de um patamar intermediário quando a altura a vencer for superior a 3 m. 7.1.1 Tipos de escadas As escadas podem ser soltas ou engastadas. A escada engastada é a que se encontra entre duas paredes paralelas. Em relação à forma, as escadas podem ser de lanço reto, curvo ou misto. Figura 7.2: Tipos de escadas Fonte: CTISM, adaptado do autor A escada helicoidal (ou caracol) é um tipo de escada curva que se desenvolve em hélice em torno de um eixo. O vão central de uma escada helicoidal é chamado de bomba. Quando o núcleo central for maciço, ele recebe o nome de pião. Desenho Arquitetônicoe-Tec Brasil 78 Figura 7.3: Escada helicoidal Fonte: CTISM, adaptado do autor 7.1.2 Dimensões a) Largura da escada Segundo Neufert (2004), para a passagem de uma pessoa, recomenda-se a largura de 80 cm entre corrimãos, para a passagem de duas pessoas, 1,00 m a 1,25 m, e para a passagem de três pessoas: 1,87 m. b) Dimensão dos degraus A altura ideal do espelho de uma escada é igual a 17 cm. Recomenda-se que os espelhos tenham altura mínima de 16 cm e máxima de 18 cm. A largura ideal do piso varia entre 29 e 30 cm. Recomenda-se que os pisos tenham largura mínima de 25 cm e máxima de 30 cm. c) Cálculo de uma escada Onde: NE – número de espelhos PD – pé-direito e – espessura da laje do piso superior E – altura do espelho da escada NP – número de pisos Após o cálculo de NE e NP, utiliza-se a fórmula de Blodell (Equação 7.2) para determinar a largura dos pisos. e-Tec BrasilAula 7 - Circulação vertical 79 Os patamares podem ser determinados segundo a Equação 7.3. Onde: LP – largura do patamar E – altura do espelho P – largura do piso n – número inteiro (passos) 7.1.3 Exemplo de cálculo Dados: Pé-direito = 3,00 m Espessura da laje = 10 cm Utilizando-se a equação dada, temos: Como o NE deve ser um valor inteiro, fixamos NE = 18 e calculamos o espe- lho (real) em função da equação anterior. A proporção ergonômica entre espelho e piso é dada por: Desenho Arquitetônicoe-Tec Brasil 80 O número de pisos é definido por: 7.1.4 Representação gráfica Figura 7.4: Planta baixa Fonte: CTISM, adaptado do autor e-Tec BrasilAula 7 - Circulação vertical 81 Figura 7.5: Corte AA Fonte: CTISM, adaptado do autor Figura 7.6: Corte BB Fonte: CTISM, adaptado do autor Desenho Arquitetônicoe-Tec Brasil 82 Resumo Nesta aula, finalizamos o conteúdo de Desenho Arquitetônico, aprendendo a nomenclatura dos elementos, as equações utilizadas nos cálculos e a repre- sentação gráfica da planta e o corte de uma escada. O estudo do projeto de uma escada garante uma circulação vertical confortável para a maioria dos usuários de uma edificação, além de agregar valor estético à obra. Atividades de aprendizagem 1. Calcular uma escada e representá-la em planta e corte, considerando: pé-direito: 2,70 m e espessura da laje: 7 cm. e-Tec BrasilAula 7 - Circulação vertical 83 Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6492: Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro, 1993. CARVALHO, Aline Werneck B. de; MARTINS, Elizabete R. de Campos. Coberturas de edifícios. Viçosa: Editora UFV – Imprensa Universitária, 1995. CARVALHO, Aline Werneck B. de; REIS, Luiz Fernando. Circulação vertical nos edifícios: escadas e rampas. Viçosa: Editora UFV - Imprensa Universitária, 2004. CHING, Francis D. K. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2000. DAGOSTINO, Frank R. Desenho arquitetônico contemporâneo. S.L.: Hemus, [200-]. MACHADO, Ardevan. Desenhona engenharia e arquitetura. 3. ed. São Paulo: A. Machado, 1980. MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgard Blucher, 2001. MONTENEGRO, Gildo A. Ventilação e cobertas: estudo teórico, histórico e descontraído. São Paulo: Edgard Blucher, 1984. MOURA, Chateaubriand Vieira. Desenho arquitetônico 1. Sergipe: CEFET-SE, 2007. Notas de aula. NEUFERT, E. A arte de projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili do Brasil, 2004.OBERG, L. Desenho Arquitetônico. 33. ed. Rio de janeiro: Ao Livro Técnico, 1997. PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços interiores. Barcelona: Gustavo Gili, 2008. Desenho Arquitetônicoe-Tec Brasil 84 Currículo do professor-autor Adriano Pinto Gomes possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Viçosa (2005) e mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Ouro Preto (2007). Atualmente, é doutorando em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Ouro Preto (2008) e professor efetivo de Projeto Arquitetônico e Desenho Técnico pelo Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Ouro Preto (2010). e-Tec Brasil85 e-Tec Brasil 86 Desenho Arquitetônicoe-Tec Brasil 86 Desenho Técnico e Arquitetônico ESCADAS e Rampas Conceitos, fundamentos e cálculos Prof. Me. Gustavo Reis Machado • A circulação vertical pode ser feita através de ESCADAS, RAMPAS ou ELEVADORES. Fundamentos ESCADAS RETAS: • Constituídas por lances retos, dispostos de diversas formas. Fundamentos Fundamentos Fundamentos ESCADAS CURVAS: • Constituídas por lances curvos, forma circular, elíotica, helicoidais ou em leque. Fundamentos Fundamentos Fundamentos Fundamentos Fundamentos Fundamentos • Recomendável: - altura máxima do espelho de uma escada: 18cm - a largura mínima do piso de uma escada: 28cm ESPELHOS: 16cm a 18cm PISOS: 28cm a 32cm Fundamentos • Fórmula de Blondel: - permite calcular a largura do piso em função da altura do espelho e vice-versa. 2h + P = 64cm Onde: h = espelho P = piso a ser determinado Cálculos • É sempre representado como detalhe, nos desenhos arquitetônicos. • É indispensável sua representação em corte e em planta, para sua localização e inserção no conjunto da edificação. • Na sua representação em planta, o sentido ascendente da escada é referenciado por uma seta, colocada sobre a linha de eixo do lance. Fundamentos Vários tipos de escadas • Quando existirem mais de 2 pisos servidos pela mesma escada, a sua representação em planta inclui 2 traços paralelos do tipo traço-ponto com a orientação de 45°. Fundamentos • Valores mínimos para largura da escada: - 0,80 m em moradias; - 0,90 m em habitações coletivas (edifícios); - 1,10 m em habitação com mais de 2 pisos; *com patamar de 1,20 m - 1,20 m em edifícios residenciais com até 3 pavimentos; - 1,40 m em edifícios com mais de 10 pisos; * com patamar de 1,50m Recomendado Fundamentos • Deve-se considerar: - Altura do pé-direito - Espessura do piso superior (laje) 1) Soma-se a altura do pé-direito + a espessura da laje do piso superior = pé-esquerdo 1) Divide-se o resultado encontrado por 0,18 (altura máxima permitida para o espelho) Cálculo de uma escada • Por exemplo, considerando: - pé-direito = 2,70m - Espessura da laje do piso superior = 15cm Cálculo de uma escada • As escadas ou rampas devem ter largura mínima de 80 cm e passagem com altura mínima nunca inferior a 2,00 metros; • As escadas e rampas de uso comum ou coletivo e as escadas de incêndio devem ser dotadas de corrimão e obedecer às exigências contidas na NBR 9077 (saídas de emergência em edifícios); • Em caso de uso secundário ou eventual, será permitida a redução de sua largura até o mínimo de 60cm; Considerações • A instalação de elevador em uma edificação não dispensa a construção de escada ou rampa; • Nas escadas com mais de 19 degraus, será obrigatório intercalar um patamar. Considerações • No projeto de escada é necessário examinar a altura livre de passagem. • Trata-se da distância, medida na vertical, entre o piso do degrau e o teto. • A altura nunca deve ser inferior a 2,00m. Altura Livre • É um compartimento em que a escada é colocada. • As suas dimensões dependem do desenvolvimento da escada e, por conseguinte, do pé-direito do edifício. • Deve ser amplamente iluminada com luz direta do exterior, através de janelas em plano vertical. Caixa de Escada • São obrigatoriamente representadas nos cortes e na planta de cada um dos pavimentos. • Indicar sempre na planta com uma seta, a direção de subida. Representação • Representar também, na planta do pavimento de onde parte a escada, apenas quatro ou cinco degraus com traço cheio, pois se obtém a planta por uma seção feita a mais ou menos 1,5 metros do piso. • Os degraus acima da seção devem ser tracejados. Representação Corrimão: Representação Corrimão: Representação Corrimão: Representação Sinalização visual no piso ds degraus: Representação Sinalização tátil de alerta nas escadas e elevadores: Representação Altura e largura do degrau: Representação • Após os cálculos da escada (largura, espelhos, pisos) a representação em corte e em planta é essencial para demonstrar a sua viabilidade e mostrar detalhes executivos: Representação Escada de lance único (sem patamar) Escada de lance único (sem patamar) Escada em “L” Escada em “L” Escada em “U” ou dois lances Escada em “U” ou dois lances Escada em “L” Escada em “L” Escada em “U” Escada em “U” Escada em “U” Rampas • As rampas são estruturas que vencem vãos sem degraus; • É uma placa (laje) que liga duas regiões em desnível; • Devem ter limitações de declividade máxima, para tornar mais confortável… deve ser em torno de 36%, ou seja, um ângulo de 20o. • O piso das rampas devem ser revestidos com material antiderrapante. Rampas • Como são estruturas finas, que vencem grandes vãos, poucos apoios e carga em movimento, podem apresentar problemas de vibração. • O elemento estrutural que pode evitar vibrações é a espessura das rampas (altura da seção). • Utilizar rodapés, corrimões e guarda-corpo.
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