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Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital Autor: Aula 03 3 de Junho de 2020 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 1 BIZU ESTRATÉGICO – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TJRJ Olá, pessoal. Tudo bem? Neste material, trazemos uma seleção de bizus da disciplina de Direito Processual Penal para o concurso para Analista – Execução de Mandados, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Certamente, não esgotaremos o edital. Nosso objetivo aqui é trazer um material conciso, com os principais pontos já exigidos pela CEBRASPE em provas para servidores de Tribunais, para uma revisão eficaz próximo à prova. Coach Ana Caroline Lima @anacaroline.flima Coach Leonardo Mathias @profleomathias Direito Processual Penal (Analista - TJ/RJ) Assunto Bizus Caderno de Questões Introdução ao estudo do Processo Penal: Princípios do Direito Processual Penal. Aplicação da Lei processual penal. Disposições constitucionais. Fontes do Direito Processual Penal. Sistemas processuais penais. 1 e 2 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNhT Inquérito Policial 3 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNMJ Ação penal. Ação Civil Ex-Delicto 4 e 5 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNho Jurisdição e Competência 6 e 7 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNQv Sujeitos processuais 8 a 11 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNRa Atos e prazos processuais. Nulidades. Citações e intimações. Sentença e coisa julgada. Questões e processos incidentes. 12 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNiG Provas. Teoria geral. Provas em espécie 13 e 14 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNSY Prisão e liberdade provisória 15 a 20 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNTG Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 2 Processo: Processo comum. Procedimento pelos rito ordinário e sumário. Tribunal do Júri, Servidores Públicos. 21 a 23 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNis Rito sumaríssimo: Juizados especiais criminais 24 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNj4 Recursos: teoria geral e espécies de recursos previstos no CPP. 25 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNjP O habeas corpus e seu processo 26 e 27 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNU6 Processo Penal nos Tribunais Superiores (Lei 8.038/90). Normas processuais da Lei nº 7.210/1984 e suas alterações (execução penal) 28 e 29 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q1BNjm Observação: Para aumentar nosso banco de dados e, consequentemente, melhorar sua preparação, selecionamos questões da CEBRASPE de outros Tribunais de Justiça. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 3 ANÁLISE ESTATÍSTICA Abaixo, conforme as últimas provas da CEBRASPE, vejamos a frequência com que a banca vem exigindo os temas previstos: Direito Processual Penal - Analista – Execução de Mandados ( 253 questões ) Assunto Quant. Questões % incidência Introdução ao estudo do Processo Penal: Princípios do Direito Processual Penal. Aplicação da Lei processual penal. Disposições constitucionais. Fontes do Direito Processual Penal. Sistemas processuais penais. 24 9,48 Inquérito Policial 19 7,50 Ação penal. Ação civil ex delicto. 40 15,81 Jurisdição e competência 11 4,35 Sujeitos processuais 10 3,95 Atos e prazos processuais. Nulidades. Citações e intimações. Sentença e coisa julgada. Questões e processos incidentes. 24 9,48 Provas. Teoria geral. Provas em espécie 20 7,91 Prisão e liberdade provisória 27 10,67 Processo: Processo comum. Procedimento pelos rito ordinário e sumário. 14 5,53 Procedimento dos crimes da competência do Tribunal do Júri 7 2,77 Processos especiais previstos no CPP. 2 0,79 Rito sumaríssimo: Juizados especiais criminais 25 9,88 Recursos: teoria geral e espécies de recursos previstos no CPP. 8 3,16 O habeas corpus e seu processo 15 5,93 Lei nº 8.038/1990 – normas procedimentais para os processos perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) 0 0,00 Normas processuais da Lei nº 7.210/1984 e suas alterações (execução penal) 7 2,77 Obs.: Optamos por analisar estatisticamente as questões de Direito Processual Penal da CEBRASPE para cargos de servidores de Tribunais de Justiça. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 4 Introdução ao estudo do Direito Penal 1. Aplicação da Lei Processual Penal ➢ No espaço: O CPP adotou, como regra, o princípio da territorialidade, e só é aplicável aos atos processuais praticados no território nacional. ➢ No tempo: A lei nova não pode retroagir para alcançar atos processuais já praticados, mas se aplica aos atos futuros dos processos em curso. ➢ CUIDADO! No que se refere às normas relativas à execução, a Doutrina diverge quanto à sua natureza. O STF e o STJ entendem que se trata de norma de direito material. 2. Princípios Processuais penais Princípios Inércia O Juiz não pode dar início ao processo penal, pois isto implicaria em violação da sua imparcialidade. Trata-se de uma das materializações da adoção do sistema acusatório, ou seja, a clara separação entre as funções de acusar e julgar. Devido Processo Legal Base principal do Direito Processual brasileiro. Trata-se da obediência ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordinário ou outro), bem como às demais regras estabelecidas para o processo Presunção de não culpabilidade ou Presunção de inocência Maior pilar de um Estado Democrático de Direito. Nenhuma pessoa pode ser considerada culpada (e sofrer as consequências disto) antes do trânsito em julgado se sentença penal condenatória. Obrigatoriedade da fundamentação das decisões judiciais Quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a sentença, deve fundamentar seu ato, o que é determinado pela própria Constituição. Publicidade Os atos processuais e as decisões judiciais serão públicos. Essa publicidade NÃO É ABSOLUTA, podendo sofrer restrição, quando a intimidade das partes ou interesse público exigir (publicidade restrita) Isonomia Processual As pessoas são iguais perante a lei, sendo vedadas práticas discriminatórias. Também chamado de “par conditio” ou “paridade de armas”. Duplo grau de jurisdição As decisões judiciais devem estar sujeitas à revisão por outro órgão do Judiciário. Tem previsão expressa no Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos), ratificado pelo Brasil. Juiz Natural Toda pessoa tem direito de ser julgada por um órgão do Poder Judiciário brasileiro. Portanto, é vedada a formação de Tribunal ou Juízo de exceção. Vedação às provas ilícitas A Doutrina dominante admite a utilização de provas ilícitas quando esta for a única forma de se obter a absolvição do réu. Veda-se, também, a utilização de provas ilícitas por derivação (teoria dos frutos da árvore envenenada) Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 5 Vedação à autoincriminação O ônus da prova incumbe à acusação, não ao réu. Conhecido como nemo tenetur se detegere Non bis in idem Uma pessoa não pode ser punida, nem processada duplamente pelo mesmo fato. . VEDAÇÃO À DUPLA CONDENAÇÃO PELO MESMO FATO; . VEDAÇÃO AO DUPLO PROCESSO PELO MESMO FATO; . VEDAÇÃO À DUPLA CONSIDERAÇÃO DO MESMO FATO/CONDIÇÃO/CIRCUNSTÂNCIA NA DOSIMETRIA DA PENA ➢ Quando a decisão a ser tomada pelo Juiz não possa esperar a manifestação do acusado ou a ciência do acusado pode implicar a frustração da decisão. ➢ A existência de prisões provisórias (prisõesdecretadas no curso do processo) não ofende a presunção de inocência. ➢ Entendimentos do STF e STJ: • Processos criminais em curso e inquéritos policiais em face do acusado não podem ser considerados maus antecedentes, pois em nenhum deles, o acusado foi condenado de maneira irrecorrível, logo, não pode ser considerado culpado nem sofrer qualquer consequência em relação a eles (súmula 444 do STJ). • Não há necessidade de condenação penal transitada em julgado, para que o preso sofra a regressão do regime de cumprimento de pena mais brando para o mais severo → basta que o preso tenha cometido novo crime doloso ou falta grave. • Descoberta a prática de crime pelo acusado beneficiado com a suspensão do processo, este benefício deve ser revogado, por ter sido descumprida uma das condições, não havendo necessidade de trânsito em julgado da sentença condenatória do crime novo. ➢ Uma pessoa não pode ser duplamente processada pelo mesmo fato quando já houve decisão capaz de produzir coisa julgada material, ou seja, a imutabilidade da decisão. Quando a decisão não faz coisa julgada material, é possível novo processo. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 6 Inquérito Policial 3. Peculiaridades ➢ Características: • Tem natureza de procedimento administrativo, e não de processo judicial. • Não é fase do processo. • É pré-processual. Eventual irregularidade ocorrida durante a investigação não gera nulidade do processo. • Não há acusação, logo, não há nem autor, nem acusado. • Não há direito ao contraditório nem à ampla defesa. • Uma vez instaurado o IP, não pode a autoridade policial arquivá-lo. • É dispensável. • A autoridade policial pode conduzir a investigação da maneira que entender mais frutífera. ➢ Diante da notitia criminis relativa a um crime cuja ação penal é pública incondicionada, a instauração do IP passa a ser admitida, ex officio, nos termos do já citado art. 5°, I do CPP. ➢ A solução encontrada pela Doutrina e pela Jurisprudência para conciliar o interesse público na investigação com a proibição de manifestações apócrifas (anônimas) foi determinar que o Delegado, quando tomar ciência de fato definido como crime, através de denúncia anônima, não deverá instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada a procedência da denúncia e, caso realmente se tenha notícia do crime, instaurar o inquérito. ➢ O inquérito poderá ser instaurado, ainda, mediante requisição do MP. Essa requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo Delegado. ➢ O STF suspendeu a eficácia do art. 3º-A do CPP (e outros), motivo pelo qual o dispositivo ainda não está vigorando. ➢ Auto de Prisão em Flagrante: Embora essa hipótese não conste no rol do art. 5° do CPP, trata-se de hipótese clássica de fato que enseja a instauração de IP. Parte da Doutrina, no entanto, a equipara à notitia criminis e, portanto, estaríamos diante de uma instauração ex officio. ➢ Delatio criminis postulatória: ato mediante o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à responsabilização do autor do fato, se for o caso. • Caso a vítima não exerça seu direito de representação no prazo de seis meses, a contar da data em que tomou conhecimento da autoria do fato, estará extinta a punibilidade. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 7 • Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve representar é o seu representante legal. Caso não o faça, entretanto, o prazo decadencial só começa a correr quando a vítima completa 18 anos. ➢ Diferentemente da representação, a requisição do Ministro da Justiça não está sujeita a prazo decadencial, podendo ser exercitada enquanto o crime ainda não estiver prescrito. ➢ Se o inquérito policial visa a investigar pessoa que possui foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”), a autoridade policial dependerá de autorização do Tribunal para instaurar o IP. ➢ Percebam que o art. 7° prevê a famosa “reconstituição”, tecnicamente chamada de reprodução simulada. ESTA REPRODUÇÃO É VEDADA QUANDO FOR CONTRÁRIA À MORALIDADE OU À ORDEM PÚBLICA. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 8 Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 9 ➢ Súmula vinculante n° 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. ➢ O indiciamento não desconstitui o caráter sigiloso do Inquérito Policial. O ato de indiciamento é PRIVATIVO da autoridade policial. ➢ Caso o indiciado esteja preso, o novo art. 3º-B, §2º do CPP (com eficácia suspensa pelo STF – ADI 6298) estabelece que o prazo pode ser prorrogado pelo Juiz uma vez, por até 15 dias. ➢ “(...) O sistema processual penal brasileiro não prevê a figura do arquivamento implícito de inquérito policial.” (HC - 104356, informativo 605 do STF). ➢ O Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o Juiz NÃO PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o inquérito. ➢ MP pode investigar (por meio de procedimentos próprios de investigação); ➢ MP não pode instaurar e presidir inquérito policial; Ação Penal 4. Peculiaridades ➢ No processo penal, o interesse de agir está mais ligado a questões como a utilização da via adequada. Assim, não pode o membro do MP oferecer queixa em face de alguém que praticou homicídio, pois se trata de crime de ação penal pública. Nesse caso, o MP é parte legítima, pois é o titular da ação penal. No entanto, a via escolhida está errada (deveria ter sido ajuizada ação penal pública, denúncia). ➢ O sujeito ativo do crime (infrator) será, no processo penal, o sujeito passivo na relação processual. ➢ Se a ausência de condição da ação obsta à apreciação do mérito não há ilegitimidade. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 10 ➢ Ação penal pública incondicionada: • É a regra no ordenamento processual penal brasileiro. • Não se admite mais a chamada “ação penal ex officio”. • Trata-se de condição imprescindível, nos termos do art. 24 do CPP. A representação admite retratação, mas somente até o oferecimento da denúncia. Admite-se, ainda, a retratação da retratação. Ou seja, a vítima oferece a representação e se retrata. Posteriormente, a vítima resolve oferecer novamente a representação. • Caso ajuizada a ação penal sem a representação, esta nulidade processual pode ser sanada posteriormente, caso a vítima a apresente em Juízo (desde que realizada dentro do prazo de seis meses que a vítima possui para representar, nos termos do art. 38 do CP). Não se exige forma específica para a representação, bastando que descreva claramente a intenção de ver o infrator ser processado. Pode ser escrita ou oral (neste último caso, deverá ser reduzida a termo, ou seja, ser “passada para o papel”). A jurisprudência admite que o simples registro de ocorrência em sede policial, desde que conste informação de que a vítima pretende ver o infrator punido, PODE ser considerado como representação. • A representação não pode ser dividida quanto aos autores do fato. Ou serepresenta em face de todos eles, ou não há representação, pois esta não se refere propriamente aos agentes que praticaram o delito, mas ao fato. Quando a vítima representa, está manifestando seu desejo em ver o fato ser objeto de ação penal para que sejam punidos os responsáveis. Entretanto, embora não possa haver fracionamento da representação, isso não impede que o MP denuncie apenas um ou alguns dos infratores, pois um dos princípios da ação penal pública é a divisibilidade. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 11 • A legitimidade para oferecer a representação é do ofendido, se maior de 18 anos e capaz (art. 34 do CP). • Se o ofendido for menor ou incapaz, terá legitimidade o seu representante legal. Porém, se o ofendido não possuir representante legal ou os seus interesses colidirem com o do representante, o Juiz deve nomear curador, por força do art. 33 do CPP (por analogia). Este curador não está obrigado a oferecer a representação, devendo apenas analisar se é salutar ou não para o ofendido (maioria da Doutrina entende isso, mas é controvertido). • Se ofendido falecer, aplica-se a ordem de legitimação prevista no art. 24, § 1° do CPP21. É importante observar que essa ordem deve ser observada. A Doutrina equipara o companheiro ao cônjuge (não é unânime). • O prazo para representação é de SEIS MESES, contados da data em que a vítima veio a saber quem é o autor do delito (art. 38 do CPP). Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, só começa a fluir quando completar 18 anos. • Em caso de óbito da vítima, os sucessores recebem apenas o prazo que restava (ex.: se a vítima faleceu 02 meses após descobrir a autoria delitiva, os sucessores terão apenas 04 meses para oferecer a representação); • A representação pode ser oferecida perante o MP, a autoridade policial ou mesmo perante o Juiz. ➢ Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça: • Prevista apenas para determinados crimes, nos quais existe um juízo político acerca da conveniência em vê-los apurados ou não. São poucas as hipóteses, citando, como exemplo, o crime cometido contra a honra do Presidente da República (art. 141, I, c/c art. 145, § único, do CP). • Diferentemente do que ocorre com a representação, não há prazo decadencial para o oferecimento da requisição, podendo esta ocorrer enquanto não estiver extinta a punibilidade do crime. • A maioria da Doutrina entende que não cabe retratação dessa requisição24, ao contrário do que ocorre com a representação do ofendido, por não haver previsão legal e por se tratar a requisição, de um ato administrativo. • O MP não está vinculado à requisição, podendo deixar de ajuizar a ação penal. ➢ A renúncia, o perdão do ofendido e a perempção só têm cabimento nos casos de ação penal privada exclusiva ou personalíssima, não sendo cabíveis na ação penal privada subsidiária da pública. ➢ Ao final do prazo de seis meses, a vítima perde o direito de ajuizar a queixa-crime subsidiária, ocorrendo a decadência do direito. Todavia, o MP continua podendo ajuizar a ação penal pública. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 12 5. Acordo de não persecução penal ➢ A lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) incluiu o art. 28-A e seus §§ ao CPP, criando a figura do “acordo de não persecução penal”, uma espécie de transação entre MP e suposto infrator, a fim de evitar o ajuizamento da denúncia. • Os pressupostos para a proposição, pelo MP, do acordo de não-persecução penal, são: Tratar-se de infração penal (crimes ou contravenções penais, portanto), sem violência ou grave ameaça à pessoa, e com pena MÍNIMA inferior a quatro anos (se for igual a 04 anos, não será cabível); • O acordo deve se mostrar necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime; ➢ A celebração do acordo não constará de certidão de antecedentes criminais, exceto para impedir nova concessão do benefício pelos próximos 05 anos; ➢ Caso o MP não ofereça proposta de acordo, o investigado poderá requerer a remessa dos autos ao órgão superior do MP, para que seja revisada a decisão. Jurisdição e Competência 6. Jurisdição ➢ Todo juiz tem jurisdição em todo território nacional; ➢ A inferior é exercida pelo órgão que atua no processo desde o início. Já a superior é exercida em grau recursal. ➢ Os Tribunais podem atuar TANTO COMO JURISDIÇÃO INFERIOR COMO SUPERIOR, a depender da demanda, pois existem demandas cuja competência originária para processo e julgamento é dos Tribunais, como no caso de pessoas com prerrogativa de foro. ➢ A jurisdição especial, no processo penal, é formada pelas duas “Justiças especiais” estabelecidas na Constituição, em razão da matéria: Justiça Eleitoral (art. 118 a 121 da CF/88) e Militar (122 a 125). ➢ A jurisdição comum é exercida residualmente. Tudo que não for jurisdição especial será jurisdição comum, que se divide em estadual e federal. OBS: A Justiça do trabalho não possui competência criminal. 7. Competência Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 13 ➢ A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual. ➢ Os deputados estaduais possuem prerrogativa de foro perante o TJ. Isso não está previsto expressamente na CF/88, mas entende-se que está IMPLÍCITO, pelo princípio da SIMETRIA. Assim, caso um deputado estadual cometa crime doloso contra a vida, prevalecerá a competência de foro por prerrogativa de função. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 14 ➢ No caso de ação penal privada subsidiária da pública, não pode o querelante optar pela comarca do domicílio do réu em detrimento da comarca do local da infração, caso este local seja conhecido, pois esta ação não é exclusivamente privada, mas, na verdade, é pública. ➢ No caso de CRIMES DOLOSOS contra a vida praticados em concurso de pessoas, quando um dos acusados possui foro por prerrogativa de função fixado na Constituição Federal, ao invés de todos os acusados serem julgados perante o Tribunal (em razão da prerrogativa de foro de um dos comparsas), haverá a separação dos processos, de forma que o detentor de prerrogativa de foro será julgado perante o Tribunal respectivo e os demais pelo Tribunal do Júri. ➢ Não há na CF/88 previsão de julgamento dos congressistas por crime de responsabilidade. Há previsão, apenas, de julgamento perante a própria Casa (Câmara ou Senado) por quebra de decoro parlamentar. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 15 ➢ No caso de julgamento de crime político (da competência dos Juízes Federais de primeiro grau), caso haja recurso, o RECURSO ORDINÁRIO É DIRETO PARA O STF! ➢ O STF e o STJ entendem que todo crime que viole os direitos fundamentais dos Trabalhadores são considerados “crimes contra a organização do Trabalho”, estejam ou não no capítulo “Dos Crimes contra a Organização do Trabalho”, previsto no Código Penal. ➢ O STF e o STJ entendem que a competência para julgamento dos crimes que versem sobre direitos indígenas só é da Justiça Federal quando estejam ligados às questões da comunidade indígena, e não qualquer crime praticado por indígena. Sujeitos do Processo 8. JuizAula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 16 9. Ministério Público ➢ O fato de o membro do MP ter participado da fase investigatória não é causa de impedimento ou suspeição (verbete nº 234 da súmula de jurisprudência do STJ). 10. Do acusado ➢ O STF, em 2018, quando do julgamento das ADPFs 395 e 4447, por maioria, decidiu que é INCONSTITUCIONAL a condução coercitiva do investigado/indiciado/acusado para fins de interrogatório. ➢ Quando o art. 262 se refere ao acusado “menor” não está se referindo à menoridade penal, mas à menoridade CIVIL. 11. Do defensor do acusado, do assistente de acusação, dos auxiliares de justiça Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 17 ➢ O STF editou o verbete nº 523 de sua súmula de jurisprudência, no seguinte sentido: NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU. ➢ O STF e o STJ entendem que o corréu, embora não possa se habilitar no processo como assistente de acusação, pode recorrer (apelar) para reformar a sentença que absolve o outro corréu. ➢ A nomeação do perito é ato privativo do Juiz (óbvio, dada a sua imparcialidade), não cabendo às partes intervirem nesse ato. Além disso, o perito nomeado não poderá recusar o encargo, salvo se provar motivo relevante para isso, sob pena de multa. Atos Processuais 12. Peculiaridades ➢ A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente. ➢ A contagem dos prazos processuais penais se dá EXCLUINDO-SE O DIA DO COMEÇO E INCLUINDO- SE O DIA DO VENCIMENTO. ➢ Isto só ocorre com os chamados PRAZOS PROCESSUAIS. Os prazos que, embora presentes no CPP, sejam considerados prazos MATERIAIS (referentes ao próprio Direito Material em si, o que às vezes é difícil de diferenciar) são computados de maneira diversa, incluindo-se o dia do começo. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 18 ➢ O réu preso, entretanto, será citado PESSOALMENTE, por força do art. 360 do CPP. O comparecimento espontâneo do acusado sana eventual nulidade ou falta da citação, desde que não tenha havido prejuízo para a defesa, nos termos do art. 570 do CPP e do entendimento consolidado do STJ. ➢ Vigora no processo penal o princípio da identidade física do Juiz, que significa, basicamente, que o Juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença. ➢ Só é cabível o incidente de falsidade documental na fase do processo penal, não sendo possível durante o inquérito policial. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 19 Da Prova 13. Teoria Geral da Prova 14. Das provas em espécie ➢ Do exame de corpo de delito: • Se for perito oficial, basta um. Caso não seja perito oficial, DEVEM SER DOIS (art. 159 e seu § 1° do CPP). • O exame de corpo de delito é, em regra, obrigatório nos crimes que deixam vestígios. Entretanto, como vimos, o art. 167 do CPP autoriza o suprimento deste exame pela prova testemunhal quando os vestígios tiverem desaparecido. JURISPRUDÊNCIA SE CONSOLIFICOU NO SENTIDO DE QUE QUALQUER PROVA, E NÃO SÓ A TESTEMUNHAL, PODEM SUPRIR O EXAME NESSA HIPÓTESE. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 20 ➢ Da cadeia de custódia: ➢ Do interrogatório do réu: • A imprescindibilidade do advogado é restrita ao interrogatório judicial, não sendo aplicável ao interrogatório em sede policial. Por dois motivos: 1) O §5° do art. 185 fala em “Juiz” e “réu”. No interrogatório quem preside o interrogatório é o Delegado, e não há réu, mas apenas indiciado. 2) A presença do advogado é corolário do contraditório e da ampla defesa, princípios que não incidem, em regra, na investigação policial. • O STJ entende que se o interrogatório foi realizado antes da entrada em vigor da Lei 12.792/03 (que passou a exigir a presença do advogado no interrogatório judicial), a eventual ausência do defensor não caracteriza nenhuma nulidade. • A Lei 11.900/09, alterando a redação do § 2° do art. 185 do CPP, abriu a possibilidade de realização do interrogatório (e oitiva de testemunhas) do réu mediante o recurso tecnológico da videoconferência. Essa possibilidade só existe no caso de se tratar de réu preso e somente poderá ser realizada EXCEPCIONALMENTE. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 21 • O STF entendeu, apenas, que o interrogatório por videoconferência é INCONSTITUCIONAL QUANDO PREVISTO EM LEGISLAÇÃO ESTADUAL. ➢ Da confissão: • O STF entende que se o réu se retrata em Juízo da confissão feita em sede policial, não será aplicada a atenuante prevista no art. 65, III, d do CP (confissão), salvo se, mesmo diante da retratação, a confissão em sede policial foi levada em consideração para a sua condenação. • A delação premiada é o benefício concedido ao infrator que denunciar outros envolvidos no crime. Está prevista em diversas leis especiais, como a Lei dos crimes contra o sistema financeiro (Lei 7.429/92) e na lei dos crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90). • A jurisprudência entendia que a confissão qualificada não gerava a aplicação da atenuante genérica do art. 65, III, d do CP. Contudo, atualmente este entendimento mudou. O STJ passou a entender que mesmo a confissão qualificada gera a atenuante de pena prevista no CP. ➢ Da prova testemunhal: Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 22 Prisões Cautelares 15. Prisão em flagrante Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 23 Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 24 ➢ FLAGRANTE DIFERIDO (OU RETARDADO): Nessa modalidade a autoridade policial retarda a realização da prisão em flagrante, a fim de, permanecendo “à surdina”, obter maiores informações e realizar a prisão em flagrante em momento posterior, com maior sucesso. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 25 16. Prisão Preventiva 17. Prisão temporária Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 26 Da prisão. Das Medidas Cautelares. Da Liberdade Provisória 18. Introdução 19. Prisão Domiciliar ➢ O “recolhimento domiciliar noturno” do art. 319, V, não se confunde com a PRISÃO DOMICILIAR, prevista no art. 317 do CPP. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 27 20. Da LiberdadeProvisória e da Fiança ➢ A perda da totalidade do valor da fiança ocorrerá caso o réu, condenado DEFINITIVAMENTE, não se apresentar para cumprimento da pena. ➢ Tanto no caso de perda total quanto no caso de perda parcial do valor da fiança, o saldo (após recolhidas as custas processuais e demais encargos aos quais esteja obrigado o acusado) será recolhido ao FUNDO PENITENCIÁRIO. Do Processo Comum 21. Peculiaridades ➢ Anteriormente à reforma, as alegações finais eram apresentadas, em regra, NA FORMA ESCRITA. Atualmente a regra é a de que as alegações finais sejam feitas ORALMENTE, concedendo-se prazo de 20 MINUTOS PARA A ACUSAÇÃO E PARA A DEFESA, prorrogáveis por MAIS 10 MINUTOS. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 28 Processo dos crimes da competência do Tribunal do Júri 22. Peculiaridades ➢ Aqui não há previsão de possibilidade de SUBSTITUIÇÃO DAS ALEGAÇÕES ORAIS por alegações ESCRITAS, como há previsão no procedimento pelo rito comum ordinário. ➢ Não se adia o julgamento em razão da ausência do acusado solto, do assistente de acusação ou do advogado do querelante (na ação penal privada subsidiária da pública), que tiver sido regularmente intimado. ➢ Se for levantada a tese da DESCLASSIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO para uma infração de competência do Juiz singular, deve o Juiz-Presidente formular um quesito autônomo, após o reconhecimento da materialidade e autoria do delito. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 29 ➢ Se for sustentada a tese de crime tentado ou houver divergência acerca da tipificação do delito, deverá haver quesito autônomo acerca destes fatos, após o quesito relativo à autoria. Processo e Julgamento dos Crimes de Responsabilidade dos Servidores Públicos 23. Procedimentos para crimes afiançáveis Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 30 Juizados Especiais Criminais 24. Peculiaridades ➢ Em se tratando de violência doméstica e familiar contra a mulher, o STF e o STJ entendem que também não se aplica o rito dos Juizados Especiais Criminais. ➢ NÃO É POSSÍVEL CITAÇÃO POR EDITAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS. ➢ O termo circunstanciado será utilizado, posteriormente, como subsídio para a ação penal, dispensando-se o inquérito policial. ➢ A Lei não prevê possibilidade de TRANSAÇÃO PENAL nos crimes de ação penal privada. Entretanto, a Jurisprudência vem admitindo esta possibilidade, cabendo ao próprio ofendido o seu oferecimento. ➢ A jurisprudência entende que uma vez oferecida a proposta e aceita pelo acusado e seu defensor, o Juiz não tem margem para atuação, ele DEVE suspender o processo. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 31 Recursos no CPP 25. Peculiaridades Em regra, todas as decisões judiciais são recorríveis, não o sendo, entretanto, os despachos. Efeito Extensivo – Decorre da necessidade de que haja isonomia no julgamento de todos aqueles que respondem pelo mesmo fato. Assim, se um dos corréus interpõe recurso, a decisão desse recurso se estende aos demais, SALVO SE FUNDADA EM RAZÕES DE CARÁTER ESTRITAMENTE PESSOAL. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 32 Habeas Corpus 26. Sujeitos 27. Cabimento e processamento ➢ A Doutrina e a Jurisprudência NÃO admitem mais a utilização do HC como substituto recursal, ou seja, sua utilização ao invés da utilização do recurso cabível. ➢ A Jurisprudência não tem admitido a impetração de HC contra ato de indeferimento de liminar em HC, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão que indefere a liminar. ➢ O Assistente de acusação não pode intervir no HC. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves ==15fb09== 33 ➢ O HC não comporta dilação probatória, ou seja, o impetrante deve provar, DE PLANO, a ilegalidade da coação. ➢ É incabível o HC para impugnar decisão que defere a intervenção do assistente de acusação na ação penal. ➢ A prisão administrativa (aquela que não foi determinada pelo Judiciário), à exceção do flagrante delito, foi abolida do nosso ordenamento jurídico. Caso seja praticada, poderá ser impetrado HC em face dessa ilegalidade. ➢ É possível a impetração de HC para evitar que o paciente seja algemado, ou para que cesse o ato, quando esta medida seja ilegal (não esteja dentre as exceções previstas na súmula vinculante n° 11 do STF). ➢ É incabível a utilização do HC para atacar ato de punição disciplinar militar (prisão do militar), salvo se a prisão foi determinada de maneira ilegal (por autoridade incompetente, etc.), mas não o mérito da medida. ➢ O STJ entende ser cabível a impetração de HC para discutir aplicação de prisão domiciliar. ➢ Não é cabível o manejo de HC para discutir a aplicação de pena acessória de perda de cargo público (pois não há violação ou ameaça à liberdade de locomoção). Processo Penal nos Tribunais Superiores (Lei nº 8.038/90) 28. Peculiaridades ➢ Sempre que a decisão do Presidente do Tribunal, de Seção, de Turma ou de Relator causar gravame à parte, caberá agravo para o órgão especial, Seção ou Turma, conforme o caso, no prazo de 5 (cinco) dias. ➢ No STJ, haverá revisor apenas na ação rescisória, na ação penal originária e na revisão criminal. ➢ Em caso de vacância ou de afastamento de Ministro do STJ, por prazo superior a 30 (trinta) dias, poderá ser convocado Juiz de TRF (leia-se: desembargador federal) ou desembargador de Tribunal de Justiça para substituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do STJ. ➢ As turmas do STF tomarão suas decisões pelo voto da maioria absoluta de seus membros. ➢ Havendo empate em habeas corpus, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente (pessoa beneficiária do habeas corpus). Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 34 Lei da Execução Penal (Lei nº 7.210/84) 29. Peculiaridades ➢ A Lei de Execução Penal aplica-se IGUALMENTE ao preso PROVISÓRIO e ao CONDENADO pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária; ➢ Ao CONDENADO e ao INTERNADO serão assegurados TODOS os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. ➢ NÃO HAVERÁ QUALQUER DISTINÇÃO de natureza racial, social, religiosa ou política na aplicação da LEP. ➢ Cumpre ao CONDENADO, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, SUBMETERSE ÀS NORMAS DE EXECUÇÃO DA PENA. Aplica-se ao PRESO PROVISÓRIO, no que couber, os deveres acima citados. ➢ Aplica-se ao PRESO PROVISÓRIO e ao SUBMETIDO À MEDIDA DE SEGURANÇA (o internado), no que couber, os direitos acima citados. IMPÕE-SE A TODAS AS AUTORIDADES o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios. ➢ Seja qual for o tipo de falta, pune-se a TENTATIVA com a sanção correspondente à falta consumada. ➢ A prática de fato previsto como CRIME DOLOSO constitui falta GRAVE e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD). ➢ As quatro primeiras sanções(advertência verbal, repreensão, suspensão ou restrição de direitos e isolamento na própria cela) serão aplicadas por ato motivado do DIRETOR DO ESTABELECIMENTO; ➢ Nas faltas GRAVES, aplicam-se as sanções de suspensão ou restrição de direitos, de isolamento na própria cela e de inclusão no RDD. ➢ O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a 30 dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado (que tem regras próprias). ➢ A sanção de INCLUSÃO DEFINITIVA NO RDD será aplicada por PRÉVIO e FUNDAMENTADO despacho do JUIZ COMPETENTE; ➢ A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de 15 dias. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves 35 ➢ Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: • Acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados. • Acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. • Acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos itens acima. ➢ Por sua vez, os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: • Condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados. • Reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. • Primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. • Demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das previstas nos itens anteriores. ➢ Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. ➢ A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. A remição também se aplica às hipóteses de prisão cautelar. ➢ O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. ➢ O tempo remido será computado como pena cumprida, para TODOS os efeitos. Ao condenado será dada a relação de seus dias remidos. ➢ Segundo o art. 146-B da LEP, o juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica apenas em uma dessas duas situações: para autorizar a SAÍDA TEMPORÁRIA no REGIME SEMIABERTO ou para determinar a PRISÃO DOMICILIAR. ➢ Nos casos de violência doméstica CONTRA A MULHER, o juiz poderá determinar o comparecimento OBRIGATÓRIO do agressor a programas de recuperação e reeducação. Aula 03 Bizu Estratégico p/ TJ-RJ (Analista - Execução de Mandados) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1440521 15568786720 - Rodrigo Campos Neves