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Monarquia x República no Brasil

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Resenha ciência politica CCJ0216 – estácio
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Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44172873
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Na avaliação de Dom Bertrand, a monarquia "custa muito menos do que uma república".
"O custo de uma república é incomparavelmente superior a um custo de uma monarquia. Só pensar no custo de uma eleição presidencial a cada quatro anos. Monarquias são muito mais sóbrias, custam muito menos à nação e atraem muito mais turistas. Os benefícios são muito maiores do que os custos", argumenta.
"O Brasil estaria melhor com a monarquia. Hoje, não se encontra um brasileiro que diga de boca cheia que a República deu certo", acrescenta.
No Brasil, a monarquia foi extinta com a proclamação da República, no dia 15 de novembro de 1889.
Para Dom Bertrand, no entanto, a República "fracassou".
"Com o fracasso da República, os brasileiros estão se perguntando: valeu a pena? Todos os brasileiros se lembram do regime de Dom Pedro 2ª, da estabilidade e do progresso, muito diferente do caos atual da República".
Após o fim da ditadura militar e a posterior redemocratização do país, houve, em 1993, uma consulta popular para decidir a forma e o sistema de governo no Brasil. Apenas 13% dos eleitores votaram pelo retorno da monarquia.
Questionado pela BBC Brasil, Dom Bertrand diz que não houve "igualdade de condições".
"Se tivéssemos igualdade de condições, os resultados seriam totalmente diferentes. Tivemos anos de deformação da história pelos governos republicanos. Havia toda a máquina do governo republicano contra. Toda a grande imprensa contra", enumera.
Ainda que os brasileiros tenham optado pela República, Dom Bertrand argumenta que "a índole do povo brasileiro não é republicana".
"Toda família é uma pequena monarquia. Qualquer família, o pai é rei, a mãe é rainha e os filhos são príncipes-herdeiros. Quando vamos eleger uma miss, dizemos rainha da beleza. O Pelé é o rei do futebol. Na feira livre, temos o rei da pamonha, o rei do pastel... A índole do povo brasileiro ainda é monárquica", diz.
"Imagine, por exemplo, alguém que abrisse uma loja de roupas infantis e tivesse que escolher entre dois nomes: seria princesinha ou primeira-daminha?", questiona.
Segundo Dom Bertrand, a monarquia encarna "os ideias da nação, suas tradições, seu futuro"
"A Rainha Elizabeth acabou de celebrar seu Jubileu de Diamante, ou seja, 60 anos no poder. Foi uma apoteose. Imagine um presidente da República que, por algum artíficio, ficasse 60 anos no poder. O povo estaria odiando."
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Segundo ele, a monarquia tende a favorecer "as moralidades gerais".
"Veja o que aconteceu com a República no Brasil. O país foi saqueado. O brasileiro está pagando a conta", diz.
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RESPOSTA
Inicialmente, para se refletir sobre qual a melhor forma de governo – monarquia e república - para o Brasil, faz-se necessário apresentar características basilares de cada uma delas, além de registrar que a forma de governo traz em seu cerne a forma em que a política do Estado será exercida, ante a sociedade, os demais poderes internos e outros Estados.
Na monarquia, o chefe de Estado é o rei, vitalício, hereditário, concentrado e sem responsabilidades, ou seja, reina mas não governa. Por outro lado, na república o chefe de Estado é o presidente não vitalício, essa transitoriedade é devido a escolha desse chefe pelo povo. Além disso, há participação do povo de forma direta ou indireta poderá participar, a depender do sistema de Governo.
A partir dessas considerações iniciais, cumpre registrar que para o Brasil a república é a melhor forma de governo, por possibilitar a participação da sociedade e transitoriedade do chefe de Estado. Tal escolha será melhor justificada a seguir, partindo das questões trazidas pelo texto. 
Dom Bertrand traz uma certeza de que o Brasil não deu certo como república. No entanto, somos uma jovem república, com um pouco mais de 100 anos foi proclamada. Nesse interstício, sofremos um golpe militar que perdurou aproximadamente vinte anos. Não houve tempo hábil para o amadurecimento das instituições, aprimoramento da legislação e politização da sociedade. Há pouco tempo na hábil para fazer uma crítica tão feroz, capaz de se certificar que a república não deu certo. Não se pode duvidar dos equívocos que a república brasileira tem vivenciado, contudo não é a solução “trocar” para monarquia como se valesse como sinonímia de sucesso político. No entanto, é na república a forma de melhor de alcançarmos o bem da coletividade, pois é nela que se possibilita a aproximação do povo com a política, através de instrumentos constitucionais, a saber plebiscito, referendo e iniciativa popular, e sobretudo com o voto direto.
No tocante aos gastos com a corte real e com as eleições presidenciais, é outro comparativo fragilizado, uma vez que não apresenta números factíveis. Mas é notório que manter uma monarquia também é dispendioso, podendo ser gastos milhões de reais por ano, a exemplo de outras famílias reais. Tanto com o monarca, quanto para o presidente, há um complexo orçamento para a manuntenção da estrutura. Sobre o evento da eleição, em razão do mandato ser de 4 anos, também temos eventos da família real que sempre ocorrem, por exemplo, tendo a família real muitos filhos, cada casamento é grande evento, como por exemplo os casamentos da famlia real inglesas. Ademais, tanto o monarca quanto o presidente tem sua renda particular mantida pelo gasto publico. Descabido o argumento financeiro. 
De toda forma, ressaltamos que é a república que viabiliza a participação do povo, justificando a sua essência que é governar para o bem comum do povo, da coletividade, sendo dessa forma o povo soberano e república, coisa do povo. Sem considerar percalços no processo de amadurecimento da república, não há de se duvidar que o povo, ao eleger seu representante, terá nele a melhor tutela, vinculo que não existe na monarquia. O que deve ser ajustado, para o crescimento da república e o alcance e permanência do bem coletivo é melhor participação do povo, a partir de instrumentalização dessa participação com a oferta de educação de qualidade e para todos; conscientização de sua soberania e como exercê-la. 
Outro ponto importante, para finalizar, na fala do mencionado dom sobre a índole do brasileiro ser monarquista, ao dizer que na estrutura familiar o rei é o homem, e a rainha mulher. Esquece por completo o formato da família brasileira, considerando toda sua pluralidade, além de exemplificar o machismo e colocar a mulher em segundo plano hierárquico. Por outro lado, o imaginário feminino de princesa muito se deve às historias da Disney e não a monarquia.

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