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ENSAIO - Os desafios da transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental e a proposta da BNCC.

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4
CENTRO UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS 
UNIPAC
FRANCIANE APARECIDA DE FÁTIMA FERREIRA PINTO
OS DESAFIOS DA TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL E A PROPOSTA DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC).
BARBACENA - MG
2020
FRANCIANE APARECIDA DE FÁTIMA FERREIRA PINTO 
OS DESAFIOS DA TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL E A PROPOSTA DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC). 
Trabalho final da disciplina Educação e Pesquisa: Linguagens transversais e abordagens interdisciplinares apresentado à Coordenação do Curso de Pedagogia e à professora da disciplina como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagoga. 
Orientadora: Ana Caroline de Almeida 
BARBACENA - MG
2020
RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar o processo de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Postulam-se como objetivos específicos: analisa e compreender a estrutura da BNCC e a sua proposta para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental, identificar os desafios existentes nessa passagem e descrever alternativas em busca de mudanças significativas para esse desafio. O problema de investigação se resume em saber: A estrutura da BNCC favorece a elaboração de currículos preocupados com a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental? A metodologia de estudo orienta-se pela pesquisa documental e bibliográfica com base em pressupostos teóricos de autores como MOTTA (2011), NEVES (2011), o documento BNCC (2017) entre outros, na busca de melhores informações e conhecimento como referencias para a pesquisa. O estudo está limitado nos Desafios da transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental e a proposta da BNCC. Justifica-se a realização deste estudo com base na idéia de que ainda nos dias atuais a transição entre essas duas etapas é um desafio para as crianças, para as famílias e para os sistemas educacionais. Os resultados elencados demonstram que a BNCC apresenta preocupação em relação a essa transição, destacando um capítulo específico sobre esse desafio e apresentando alternativas para ajudar todos os envolvidos a passarem por essa transição de maneira mais segura e tranqüila. 
Palavras-chave: Transição. Educação Infantil. Ensino Fundamental. BNCC. 
SUMÁRIO
Introdução..................................................................................................................04
1° Tópico :A BNCC e a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental............................................................................................................................07
2° Tópico: Os desafios presentes na transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental:..........................................................................................................................10
3° Tópico: alternativas em busca de mudanças significativas para os desafios da transição da educação infantil para o ensino fundamental: ...................................................................................................................................................12
Considerações Finais..............................................................................................................14
Referências...............................................................................................................................15
1 INTRODUÇÃO 
Este trabalho tem como temática a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental que não é um tema novo, esse tema já está no cenário educativo há mais de duas décadas, o próprio Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - (RCNEI) de 1998 já trazia a preocupação sobre essa temática, destacando sua importância por ser um momento significativo para as crianças. Contudo, mudanças causam instabilidade emocional, isto é de natureza humana. Por isso é importante a elaboração de um projeto de transição que não afete tanto as crianças no início de sua escolarização. Então, professores, redes de ensino e famílias precisam se unir para garantir uma organização curricular que garanta uma continuidade no processo de ensino-aprendizagem entre Educação Infantil e Ensino Fundamental. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - (DCNs) apresenta dicas importantes para essa transição, afirmando que existe uma continuidade no processo de desenvolvimento e de aprendizagem das crianças, ou seja, quando uma criança passa de uma etapa para a outra não se esquece a etapa anterior ela faz parte de todo o processo e precisa ser contínua. 
A Base Nacional Comum Curricular – (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Além disso, é um documento de orientação para a criação dos currículos das redes, tanto públicas quanto privadas, e das escolas de todo o Brasil. É nesse ponto que surge uma questão em relação à BNCC, ou seja, se existe algum favorecimento em sua estrutura para a elaboração de currículos preocupados com a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Sendo assim, ainda nos dias de hoje é necessário abordar esse tema e solucionar medidas que possam favorecer esse momento de transição de maneira mais tranquila para as crianças e também para os familiares e demais profissionais. 
Este trabalho tem como objetivo geral, compreender e analisar os desafios que existem entre a transição de uma criança da Educação Infantil para o Ensino Fundamental em relação com a proposta da Base Nacional Comum Curricular – (BNCC). Dessa forma, para alcançar esse objetivo geral é necessário alguns objetivos específicos, como: analisar a estrutura da BNCC e a sua proposta para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental; identificar os desafios presentes nessa mudança da Educação Infantil para o Ensino Funadamental; descrever propostas em busca de mudanças significativas nessa etapa de transição. Então, são esses os objetivos que contribuem para a busca de maiores informações, para alcançar resultados relativos a essa transição.
O trabalho surgiu a partir de um projeto interdisciplinar elaborado e supervisionado pelo professor e coordenador do curso de Pedagogia, Adriano Nascimento, do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos – UNIPAC com o título “Projeto de Aprofundamento de Estudos com uma Abordagem Transversal”. Esse tipo de iniciativa contribui muito para a formação acadêmica e profissional, pois introduz o rigor teórico-metodológico da pesquisa com o objetivo de analisar uma situação prática da docência na Educação Básica. No esteio da interdisciplinaridade, o projeto está articulado às disciplinas de Educação e Pesquisa e Seminário de Formação Docente, lecionadas, respectivamente, pelas professoras Ana Caroline de Almeida e Vilmara Lúcia Rodrigues Teixeira. Em suas aulas, essas professoras apresentaram temas variados relacionados à educação na contemporaneidade, assim como “A estrutura do currículo da educação básica na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nos anos iniciais do Ensino Fundamental” que se delimitou em “Os desafios da transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental e a proposta da BNCC”, surgindo uma busca maior de informações e conhecimentos, uma pesquisa para a compreensão desses desafios. 
Assim, para refletir sobre esse questionamento e alcançar os objetivos elencados, a metodologia utilizada foi a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica que apresenta etapas para auxiliar no planejamento e execução da pesquisa, como: levantamento da bibliografia que é fazer uma leitura crítica acervo de livros, revistas, artigos dentro outros que tratam da temática. A segunda etapa é a seleção da bibliografia que é uma seleção mais rigorosa das publicações sendo de maior interesse para a pesquisa. Já a terceira etapa é a leitura analítica que é realizar um estudo mais aprofundo de um texto de modoa compreendê-lo e a leitura analítica divide-se em três etapas: análise textual relacionado à visão de conjunto do pensamento e estilo do autor é assinalar os pontos que precisam ser esclarecidos; análise temática que é apreender o pensamento do autor sem nele intervir; análise interpretativa é a posição própria da pessoa em relação aos textos. A quarta etapa é o fichamento que é o registro da leitura realizada sobre determinada temática. E a quinta etapa é a análise comparativa, interpretação dos dados e considerações finais que é uma análise comparativa entre leitores e que leva a novas interpretações em função do problema culminando com as considerações finais da pesquisa. 
O trabalho está estruturado em três tópicos, no primeiro tópico será abordado sobre a BNCC, ou seja, sua proposta em realação a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, destacando o que essse documento trás como recomnedações, considerações e a importância para esse processo de mudança.
 No segundo tópico estará sendo abordado quais são os desafios que permeiam essa mudança, da passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental que atinge não só as crinaças, mas também as famílias, os professores, gestores, enfim toda a comunidade escolar. 
Já no terceiro tópico será tratado sobre alternativas e propostas que possam auxiliar toda a comunidade escolar para enfrentar esse desafio com mais tranquilidade, ou seja, será apresentado soluções significativas em busca de melhorias para todos os envolvidos. 
Ao final deste estudo foi possível considerar que ainda se encontra presente desafios que precisam ser vencidos para que a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental conteça de forma mais equilibrada, com qualidade e segurança para as crianças, para as familias e também para a equipe escolar. Assim, foi possível observas também que a BNCC, documento normativo que estabelecem direitos de aprendizagem e que norteia para a elaboração de currículos, apresenta-se um capítulo que esclarece sobre a importância da transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, ou seja, é um documento que preocua-se com essa mudança na vida escolar das crianças. 
1. A BNCC E A TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL:
O processo de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental é uma mudança que gera muita tensão para as crianças, para as famílias e para os profissionais. Sendo assim, ao pensar na BNCC que é um documento mais atualizado e que tem como função orientar os sistemas educacionais para a elaboração de currículos, foi necessário analisar e compreender se esse documento apresenta preocupação em elaborar um currículo pensando nessa transição, que apesar de não ser um tema atual, ainda está presente nos dias de hoje. 
Então, esse tema é tão importante, que a BNCC traz sim, um capítulo específico em seu documento que fala exatamente sobre “A Transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental”, destacando que: 
A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo. (BRASIL, 2017, p.55). 
Dessa forma, a base estabelece um princípio de suma importância que é da continuidade, ou seja, as experiências que a criança tem a oportunidade de aprender e de participar na Educação Infantil elas precisam continuar no Ensino Fundamental, na perspectiva do aprofundamento e da ampliação, não só o documento como também alguns autores em seus artigos também destacam sobre a garantia da continuidade e ampliação, como (PAZ; OLIVEIRA: 2017, p.15 e 27) e as (DCNs), pois é uma questão de diálogo entre as etapas que é essencial para o profundo conhecimento com o percurso que a criança vivenciou. 
A proposta da BNCC para a Educação Infantil garante os direitos de aprendizagem e desenvolvimento para que as crianças tenham condições de aprender e desenvolver que são: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, são estabelecidos também cinco campos de experiências, que são: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Em cada campo de experiência, são definidos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento organizados em três grupos por faixa etária. Assim, a base tem como proposta para o Ensino Fundamental dos anos iniciais, as áreas de conhecimento que estabelece competências específicas de área, tendo os componentes curriculares: Arte, Ciências, Educação Física, Ensino Religioso, Geografia, História, Língua Portuguesa e Matemática. 
Sendo assim, a base faz menção de como os professores e a escola deve estar preparada para que essa transição acontecer de forma assertiva, podendo ampliar esses conhecimentos com a Síntese de Aprendizagem, que de acordo com o documento: 
Essa síntese deve ser compreendida como elemento balizador e indicativo de objetivos a ser explorados em todo o segmento da Educação Infantil, e que serão ampliados e aprofundados no Ensino Fundamental, e não como condição ou pré-riquisito para acesso ao Ensino Fundamental. (BRASIL, 2017, p. 56).
A Síntese de Aprendizagem não é uma condição para a criança entrar no primeiro ano, mas sim um norte para que professores possam pensar nessa prática de forma a continuar esse processo educativo, essa síntese está relacionada aos campos de experiências que são estabelecidos como proposta pelo documento na Educação Infantil. 
O documento deixa explicito que o processo de transição entre essas etapas é uma responsabilidade de toda a equipe escolar, não somente do professor como muitas vezes ouvimos falar. Além disso, a equipe escolar pode estar em articulação com a equipe técnica das secretárias, na qual tem uma grande função de ajudar as escolas de criar instrumentos, práticas e diálogo com outras escolas para que esta criança tenha uma experiência saudável de transição. Então, desde a equipe técnica até a experiência das crianças e das famílias, muitos são responsáveis por uma transição de qualidade para as crianças, e os documentos da rede e das escolas precisam contemplar esse olhar. 
Contudo, com a base sancionada as equipes técnicas de secretárias podem seguir alguns passos para poder revisar seus currículos ou construir currículos cuidando deste aspecto da transição e apoiar a rede de escolas. Sendo assim, é necessário reconhecer e identificar quais são os saberes curriculares e quais são os documentos que a rede já tem e a partir disso, construir e tentar identificar nesses documentos o que está previsto e o que foi consolidado. Após essa revisão, que deve ser feita pela equipe técnica da secretária e também pela equipe escolar, forma-se um grupo de trabalho que gera experiências riquíssimas para as escolas para qualificar esse documento curricular que vai orientar toda a rede. 
Dessa forma, o currículo tem que ser um documento vivo, onde possa ter reflexão, tematização para as práticas e reconstrução de práticas escolares e docentes. Os coordenadores e gestores devem apoiar os professores que estão presentes na fase de transição das crianças, na forma como os educadores organizam suas aulas, suas práticas e as experiências, ou seja, é necessária essa relação para que ocorra uma mudança com mais qualidade e tranqüilidade. 
Sendo assim, a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental é uma passagem de grande importância para ascrianças e que exige uma atenção maior, porém, pode-se observar que com essa mudança as crianças deixam de ser crianças e se tornam alunos o que torna uma transição desafiadora. Afinal, como se sabe: 
Segundo (ZATZ;ZATZ;HALABAN:2006, P. 15) “[...] a infância tem sido encurtada e o processo de transformação em adulto ocorre mais cedo. A brincadeira, tão importante para a saúde mental do ser humano, é abandonada ou colocada em segundo plano. Muitas vezes, a criança é precocemente submetida a situações estruturadas e levada a cumprir tarefas para alcançar um desempenho que é esperado dela. O processo de aprendizagem, que deveria ser estimulante, muitas vezes se torna maçante. Isso acaba comprometendo sua espontaneidade e reduzindo a possibilidade de ela encontrar sua vocação e descobrir seu próprio jeito de ser” (PAZ; OLIVEIRA. 2017, p.16). 
 Contudo, após analise e compreensão sobre a BNCC é possível identificar que este documento que auxilia as escolas na elaboração dos currículos, traz aspectos importantíssimos sobre a valorização e os cuidados que os sistemas educacionais devem ter sobre essa transição e preocupa-se com a questão da criança que deixe de ser criança para se tornar aluno. Então, em seu documento destaca-se:
A BNCC do Ensino Fundamental – Anos iniciais, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o envolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimento. (BRASIL, 2017, p.56). 
Então, é necessário que exista a continuidade no processo de transição entre essas duas etapas e que, não é porque a criança passou-se para uma nova etapa, que é preciso deixar a brincadeira somente para a hora do recreio, a ludicidade pode estar presente durante todo o processo de aprendizagem. E a BNCC destaca essa importância de se trabalhar com o lúdico não só na Educação Infantil, mas também no Ensino Fundamental – Anos iniciais, e este é um aspecto facilitador para que aconteça uma transição mais tranqüila principalmente para as crianças, como também para as famílias e a os profissionais educacionais. 
2. OS DESAFIOS PRESENTES NA TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL:
A mudança existente entre as duas etapas da Educação Básica geram grandes desafios. Primeiramente pode-se destacar que um dos fatores que tornaram o processo de transição mais desafiador, está relacionado à ampliação do Ensino Fundamental para nove anos, que de acordo com a Lei n° 12.274/2006, as crianças entram para o Ensino Fundamental “mais cedo”, aos 06 (seis) anos de idade, mas que não significa que a Educação Infantil seja uma preparação para o Ensino Fundamental, e sim que seja necessário atender as especificidades de cada criança nas diferentes etapas. 
Porém, sabe-se que na realidade se apresenta de maneira diferente, ou seja, a transição que era para ser um momento seguro acaba sendo um processo de insegurança. A criança que sai da Educação Infantil e passa para o Ensino Fundamental e muitas vezes essa mudança acontece também na troca de ambiente escolar, sofre com algumas questões como: a presença de um novo professor(a), os horários, a cobrança que se torna fator principal, o espaço, dentre outros pontos que geram ansiedades nas crianças. Sendo assim, 
Na transição da educação infantil para o ensino fundamental ocorrem “rupturas drásticas”, dentre elas a inserção das crianças em um ambiente diferente, isso lhe causa estranheza. Normalmente essa mudança implica em permanecer em silêncio, o que é difícil para eles. A autora critica a cultura escolar que transforma os agentes sociais, crianças, em agentes sociais alunos, evidenciando que a sala de aula não comporta mais brincadeiras. (ZONATTA; MARCON; MARASCHIN, 2015, p.14 ).
Então, pde-se observar essa questão, por meio, do artigo “De crianças a alunos: Transformações sociais na passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental”, escrito por Flávia Miller Naethe Motta, publicado em 2011, que por meio de uma pesquisa no município de Três Rios, Rio de Janeiro, numa turma de uma escola pública municipal observando essa passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. A pesquisadora Flávia Motta percebeu que havia na sala um cartaz contendo “Os nossos combinados” e os combinados eram: brincar sem brigar, respeitar os professores e colegas, jogar lixo na lixeira, não correr ou andar pela escola e esperar a vez de falar. Assim, é notório que o professor criou regras para a turma, e possui algumas que se diferem de atitudes que são presentes na Educação Infantil, mas não como regras. 
Além disso, as brincadeiras são aspectos de maior percepção que é retirado das crianças que se insere no primeiro ano do Ensino Fundamental, pois: 
A educação infantil é matriciada na brincadeira, no jogo, no faz de conta, na liberdade de pensamento, entre outros, e que os anos iniciais ocupam-se da atividade de estudos de forma sistemática, minimizando o jogo, o brinquedo e a brincadeira, há um ruptura substancial, a qual precisa ser mediada por práticas pedagógicas coerentes e pela articulação via diálogo com as crianças e com seus interlocutores. (ZONATTA;MARCON;MARASCHIN, 2015, p. 4). 
	
Sendo assim, a brincadeira é uma marca da infância e é também uma possibilidade de aprendizado e deve ser entendida como experiência de cultura, pois quando a criança brinca, ela está criando novos mundos, novas possibilidades e explorando a imaginação. De acordo com Vigotsky (2008), a brincadeira tem o papel no desenvolvimento psíquico da criança. Além da brincadeira, outros pontos de mudança em relação a transição são: os materiais que eram utilizados de maneira coletiva na Educação Infantil, passam a ser usados individualmente no Ensino Fundamental, a organização da sala de aula, como o posicionamento das carteiras das crianças e do professor(a) são diferentes e a presença de alunos repetentes e a ausência de outros também são fatores que tornam esse processo desafiador. 
Além de ser um desafio para as crianças é também para as famílias, pois a preocupação delas está em relação ao filho ir para uma escola diferente, pelos alunos repetentes e “maiores” que estão na mesma classe, da mudança de professores e também sua participação e contato com escola que acaba ficando um pouco restrita, a forma de comunicação é feita basicamente apenas pelos bilhetes que são enviados no caderno de recado dos filhos e pelas reuniões periódicas. Então, na maioria das vezes os familiares também não sabem lidar com essa mudança e acabam caracterizando-a como uma transição que gera apenas pontos negativos e descontentamentos. 
Assim como as famílias, os professores também são alvos dessa preocupação entre a mudança que a criança irá passar, pois os professores em sua maioria, assim como toda a escola, não estão preparados para dar todo o suporte que essas crianças necessariamente precisam. A fase de transição é muito importante e requer atenção de todos para que ocorra de forma adequada e que seja significativa para as crianças. Porém, algumas escolas muitas vezes encontram dificuldades devido a não dar tanta importância ao trabalho coletivo, a vivência de trabalhos diversificados, colocar os crianças como o centro do processo e dar voz a elas e por não potencializar as experiências culturais das crianças, tendo como ponto primordial para o Ensino Fundamental trabalhar com as crianças somente o processo da leitura e da escrita. 
3. ALTERNATIVAS EM BUSCA DE MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS PARA OS DESAFIOS DA TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL: 
Diante dos desafios apontados e tendo a BNCC como ferramenta para auxiliar na busca de melhorias na passagem das crianças da Educação Infantilpara o Ensino Fundamental e como alguns autores e o próprio documento deixou claro, é essencial que as mudanças aconteça diretamente nas escolas. Sendo assim, como já foi destacado anteriormente, a continuidade, a preservação da ludicidade e a integração entre as redes são fatores fundamentais para promover uma transição sem rupturas e mantendo as crianças, os pais e os profissionais mais tranqüilos, evitando crises desnecessárias. 
Um ponto importante e que fundamenta essa questão, é que o brinquedo e o brincar são instrumentos essenciais para o processo de aprendizagem da criança. Sendo assim:
Segundo (FORTUNA, 2000, p.129) uma aula lúdica é uma aula que se assemelha ao brincar: atividade livre, criativa, imprevisível, capaz de absorver a pessoa que brinca, não centrada na produtividade. Como brincar, na concepção de Winnicott, é um modo particular de viver, é preciso aprender a brincar para viver com prazer e, por extensão aprender com prazer. Assim como o jogo é tanto melhor quanto maior seu potencial instigador e seu espaço para a ação, a aula lúdica é aquela que desafia o aluno e o professor e situa-os como sujeitos do processo pedagógico. (ZONATTA;MARCON;MARASCHIN, 2015, p.5).
Dessa forma, a ludicidade pode estar presente não só na Educação Infantil, mas também no Ensino Fundamental, como foi mencionado na BNCC. Assim, é preciso uma integração entre o brincar e o letramento tanto nas práticas da Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental. Com isso: 
Os professores são os responsáveis que devem medir à transição, elaborando uma proposta de educação integrada, garantindo uma transição sem rupturas e sem traumas para as crianças, evitando-se, assim, as dicotomias crianças/aluno, brincar/estudar. (SILVA, 2019, p. 16). 
	
Então, é preciso ter uma articulação entre os professores da Educação Infantil com os professores do ensino Fundamental para que possam construir possibilidades de trabalho em conjunto, possuindo trocas de conhecimentos e experiências para darem continuidade no processo de aprendizagem das crianças. Além disso, é necessário que existam relações entre as escolas, ou seja, nas quais os alunos da Educação Infantil possam realizar visitas nas escolas do Ensino Fundamental para conhecerem, por exemplo, o novo espaço e a nova professora, podendo facilitar o processo de transição. Outro ponto que poderá facilitar essa transição é:
As informações contidas em relatórios, potfólios ou outros registros que evidenciam os processos vivenciados pelas crianças ao longo de sua trajetória na Educação Infantil podem contribuir para a compreensão da história de vida escolar de cada aluno do Ensino Fundamental. Conversas ou visitas e troca de materiais entre os professores das escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental – Anos Iniciais também são importantes para facilitar a inserção das crianças nessa nova etapa escolar. (BRASIL, 2017, p.55). 
Sendo assim, é essencial a relação entre os professores das duas etapas, o envolvimento das crianças da Educação Infantil com as crianças do Ensino Fundamental, as escolas buscarem por mio da BNCC suportes para direcioná-las em busca de um currículo preocupado com essa transição, os gestores e coordenadores estar em parceria com os professores e também os familiares e principalmente não tornar as crianças em alunos, ou seja, trabalhe a leitura e a escrita no Ensino Fundamental, mas de forma lúdica, com jogos e brincadeiras e atendendo as necessidades de cada aluno, tornando esse processo de transição não mais como desafiador. De acordo com Mgada Soares (1999) é preciso pensar em práticas educativas na Educação Infantil e no Ensino Fundamental em que tenha o brincar letrando ou o letrar brincando, dando continuidade entre esses segmentos da Educação Básica. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	O presente estudo sobre os desafios da transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental e a proposta da BNCC, nos permite pensar melhor sobre essa mudança para que ocorra de forma mais tranquila e sem rupturas, pois como foi apresentado nos tópicos, ainda encontram-se muitos desafios para as crianças, os familiares e a equipe escolar em relação a essa transição, que é de grande importância no processo de aprendizagem das crianças. 
	Entre os vários destaques sobre essa mudança de etapas na vida das crianças, é preciso que exista uma articulação e continuidade no ensino e que os profissionais tanto da Educação Infantil quanto do Ensino Fundamental tenham-se relações para trocas de experiências e para pensar em práticas que auxiliem e recebam as crianças de forma adequada, sem gerar momentos de inseguranças. 
Além disso, é importante que a equipe escolar que irá acolher essas crianças vindas da Educação Infantil, não tire delas a cultura de serem crianças, pois como apresentado no desenvolvimento, as crianças ao inserir no Ensino Fundamental muitas vezes deixam sua infância e passam a ser alunos. Nesse sentido, a brincadeira nos primeiros anos iniciais do Ensino Fundamental também são reduzidas e muitas vezes permitidas somente na hora do recreio, mas é possível articular o brincar com o aprender. Segundo Vygotsky (2002), a dimensão simbólica presente no ato de brincar é muito importante, pois a criança inventam novas relações com o objeto. 
A pesquisa tinha-se como questionamento se a BNCC que é um documento norteador para a elaboração de currículos estava preocupado com essa transição. Então, durante estudo e analise desse documento foi possível compreender que é um documento que está atento a essa mudança e traz pontos importantes e necessários para auxiliar os sistemas educacionais. Sendo assim, as escolas ao estudar e analisar a BNCC poderá adequar seus currículos com base nesse documento que poderá ajudar nos desafios da transição. 
Portanto, a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental é um assunto contemporâneo e que precisa ser visto com muito cuidado e atenção, pois ainda é permeado de muitos desafios. Contudo, por meio deste estudo e pesquisa é possível notar que esse assunto não está acabado, ou seja, existem várias possibilidades para que as escolas e as famílias tornem esse processo de transição sem rupturas e que não afete tanto as crianças no inicio de sua escolarização que é uma das etapas mais importantes. 
REFERÊNCIAS
BRASIL.Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Funadmental. Brasília: MEC/Secretária de Educação Básica, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 maio 2020. 
[BNCC EI/EF] transição entre etapas: educação infantil-anos iniciais. base nacional comum curricular – BNCC. 13 de Set. de 2018. 1 vídeo de ( 1h 08min 39seg). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OFvcH9eFfpQ. Acesso em: 11 maio 2020. 
Características das diferentes idades. 16 de Dez. De 2019. 1 vídeo (09 min. 04 seg.). Publicado pela Conviva Educação. Dispinível em: https://www.youtu.be/fjpsFc2qPY. Acesso em: 15 jun. 2020. 
CARDOSO, M. A; SILVA, G. F. B. A transição das crianças da educação infantil para o primeiro ano do ensino fundamental: reflexões sobre o processo. Revista Gestão Universitária, Mar, 2019. Disponível em: http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/a-transicao-das-criancas-da-educacao-infantil-para-o-primeiro-ano-do-ensino-fundamental-reflexoes-sobre-o-processo--2. Acesso em: 11 maio 2020. 
Conviva Educação.Transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundaental. 05 jan. 2020. Disponível em: https://convivaeducacao.org.br/fique_atento/2048. Acesso em: 11 maio 2020. 
MOTTA, Flávia Miller Naethe. De crianças a alunos: transformações sociais na passagem da educação infantil para o ensino fundamental. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.37, n.1, 220p. 157-173, jan./abr. 2011.Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ep/v37n1/v37n1a10.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020.
NEVES, Vanessa Ferraz Almeida; GOUVÊA, Maria Cristina Soares de; CASTANHEIRA, Maria Lúcia. A passagem da educaçãoinfantil para o ensino fundamental: tensões contemporâneas. Scielo, São Paulo, v. 37, n. 1, p.121-140, jan. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ep/v37n1/v37n1a08.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020. 
NEVES, Vanessa Ferraz Almeida. Tensões comtemporâneas no processo de passagem da educação infantil para o ensino fundamental: um estudo de caso em Belo Horizonte. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizont, 2010. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-8FNP4D. Acesso em: 15 jun. 2020. 
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