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1 UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC CAMPUS DE SÃO MIGUEL DO OESTE MÔNICA BATTISTI LUDICIDADE E ESCRITA: uma grande parceria na escola São Miguel do Oeste- SC 2018 2 MÔNICA BATTISTI LUDICIDADE E ESCRITA: uma grande parceria na escola Projeto de estágio apresentado à Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC - Campus de São Miguel do Oeste como um dos requisitos para a aprovação no componente curricular de Estágio Curricular Supervisionado em anos iniciais do Ensino Fundamental, do Curso de Pedagogia. Professora: Giovana Maria Di Domenico Silva Orientadora: Loiri Maria Casagranda Schmitt São Miguel do Oeste 2018 3 SUMÁRIO 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR .................................. 4 2 TEMA ........................................................................................................................... 5 3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 5 4 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 7 4.1 EDUCAÇÃO BÁSICA: legislação. ....................................................................... 7 4.2.1 Etapas da educação básica................................................................................ 9 4.2.2 Educação Infantil.............................................................................................. 9 4.2.3 Ensino Fundamental ....................................................................................... 12 4.2 O CONTEXTO DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ........ 14 4.2.1 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E PEDAGÓGICA NOS ANOS INICIAIS 4.3 FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DOCENTE NO ENSINO FUNDAMENTAL . 19 4.4 O QUE É LUDICIDADE ...................................................................................... 22 4.2.1 A ludicidade no contexto do processo de ensino aprendizagem ....................... 24 4.5 A AQUISIÇÃO DA ESCRITA: uma grande arte ................................................ 25 4.5.1 Estratégias lúdicas de se trabalhar a escrita ....................................................... 27 5 OBJETIVOS .............................................................................................................. 31 6 CONTEÚDOS ............................................................................................................ 32 7 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA .......................................................................... 32 7.1 EXPLORANDO O MUNDO DA LEITURA E DA ESCRITA ........................... 33 7.2 ADQUIRINDO NOVOS CONHECIMENTOS A PARTIR DA LEITURA ....... 34 7.3 UNINDO LUDICIDADE E ESCRITA NO ESPAÇO ESCOLAR ...................... 35 7.4 A BRINCADEIRA FAZENDO PARTE DA APRENDIZAGEM .................. 36 7.5 A LUDICIDADE FAZENDO PARTE DAS ATIVIDADES .............................. 37 8 CRONOGRAMA – .................................................................................................... 38 9 AVALIAÇÃO ............................................................................................................ 39 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 40 4 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR Escola: Jucelino Kubitscheck De Oliveira Endereço: Rua Helio Wasun, 1045, bairro Estrela, São Miguel do Oeste Turma: 4º Ano Turno: Vespertino Número de crianças/idade: 19 crianças de 9 a 10 anos Carga horária do estágio: 20 horas Datas da realização do estágio: Organização curricular da escola: Horários matutinos: 7h45min às 11h45min e vespertino: 13hh15min às 17h15 min. Horário Segunda Terça Quarta Quinta Sexta 13h15min às 13h35min Leitura Leitura Leitura Leitura Leitura 13h35min às 14h16min. Português Matemática Português Matemática Artes 14h16min às 15h00min Português Matemática Português Troca de livros Matemática Artes 15h00min às 15h30min Historia Historia Ciências Educação física Português 15h30min às 15h50min Lanche Lanche Lanche Lanche Lanche 15h50min Educação Educação Ciências Geografia Matemática 5 às 16h45min física física 16h45min às 17h15min Inglês Inglês Ensino Religioso Geografia Ciências Professora titular: Silvânia da Silva 2 TEMA LUDICIDADE E ESCRITA: uma grande parceria na escola 3 JUSTIFICATIVA Hoje, o professor, em seu planejamento, deve ter a clareza da importância da ludicidade como recurso pedagógico nas atividades relacionadas à escrita. Por isso, escolheu-se a temática “Ludicidade e escrita: uma grande parceria na escola.” Considera-se de grande relevância pesquisar esse tema porque a ludicidade é de suma importância seja no intuito de educar, ensinar, divertindo-se e interagindo com os outros. Nos tempos atuais, a ludicidade vem sendo discutida e avaliada como um tema que é capaz de proporcionar um ensino eficaz através das brincadeiras e jogos como recurso pedagógico, com um ponto de partida capaz de desenvolver a aprendizagem. Pensando dessa forma, justifica-se a escolha desse tema como fundamental para aprendizagem sem ser só um conteúdo maçante, oportunizando ao aluno vivenciar novas experiências, através de novas maneiras de aprendizagem, pois a criança pode se expressar de formas diferentes e atividades lúdicas podem ser além de um divertimento uma grande aliada para adquirir conhecimento. A atividade lúdica é reconhecida como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades, além de trabalhar estas habilidades na criança, ajudará no desenvolvimento da criatividade, na inteligência verbal- linguística, coordenação motora, dentre outras. (ALMEIDA, 2006). 6 Considerando o que o autor aborda que a atividade lúdica é capaz de contribuir para o desenvolvimento intelectual da criança. Por esse motivo, compreender que o lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana, trabalhando com a cultura corporal, movimento e expressão, é fundamental, pois é dessa maneira que pode aperfeiçoar a verdadeira noção de ludicidade como necessária para que haja o desenvolvimento de todas as capacidades. E a ideia central é que a partir do entendimento sobre ludicidade se busque desenvolver novas estratégias lúdicas para se trabalhar a escrita. É nessa perspectiva que alguns autores comentam sobre como alfabetizar a criança sem ser uma aprendizagem maçante. O espaço lúdico não precisa ficar restrito a quadro paredes, ao contrário, deve fluir por todo o ambiente, dentro e fora das classes. Especialmente para as classes de alfabetização, utilizávamos todos os recursos disponíveis tendo a satisfação de ver crianças sendo alfabetizadas de maneira prazerosa. Sem sofrimento. (PINTO, 2003, p.65). É um assunto muito perturbador, pois realmente se pode dizer que o aluno precisa mais desse incremento para enriquecer seu aprendizado de forma prazerosa, possibilitando a motivação da criança e, assim, tornando-se indispensável para sua formação. É nesse caminho que se torna uma grande oportunidade de unir a ludicidade e escrita em uma parceria eficaz para o ensino dessa prática social. Quando o ambiente é alfabetizador, a criança interage com um ambiente rico, estimulante que a convida a aprender. A sala deve dispor de jogos, brinquedos, som, recursos visuais e principalmente um responsável e preparado para atuarnesse espaço. Se o professor não tiver uma postura interdisciplinar diante do conhecimento nem uma metodologia vai funcionar. (PINTO, 2003, p.66) O professor deve estar preparado para se desafiar e buscar novas estratégias para que o ensino alcance os objetivos trilhados, pois se a criança interagir com o que está proposto já é um grande avanço e, certamente, motivada, via ludicidade, se apropriará dos mecanismos da escrita com mais facilidade. O motivo pelo qual se deu o interesse em realizar uma pesquisa com o tema “Ludicidade e escrita: uma grande parceria na escola” foi porque, durante o estágio de observação, constatou-se que falta um diferencial para o ensino: a ludicidade. Pensando nesse assunto, prevê-se trabalhar em uma perspectiva da ludicidade em parceria com a escrita no 4º ano do Ensino Fundamental 7 A pesquisa é de grande relevância, pois servirá de suporte teórico à elaboração das práticas pedagógicas que serão desenvolvidas no estágio de docência na educação infantil (maternal). É importante destacar que a pesquisa bibliográfica tem como base os seguintes autores: ANTUNES (2003), RONSONI (2004), BUIN (2002), CACLIARI (2005), FURTADO (2008), KISHIMOTO (2001), LUCKESI (2000), MOTHES (2005), MACEDO (2008), NAJAR (2004), NEVES (2009), PIAGET (2004), PINTO (2003), STRIEDER (2009). 4 REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 EDUCAÇÃO BÁSICA: legislação. A história da educação foi marcada desde a época dos jesuítas em 1549, com o compromisso de formar a população, catequizando os índios e filhos de colonos. Nesse período a educação é marcada, trazendo consigo, não somente a moral, costumes e religiosidade, mas também os métodos pedagógicos, e desde então, ocupando um espaço fundamental para a vida e formação de qualquer ser. Segundo Pilleti, (2010, p.14): [...] os Jesuítas desde que chegaram ao Brasil, atenderam aos propósitos missionários e a política colunista, educando por meio da criação de escolas elementares, de seminários, que formavam os novos missionários, e de colégios que preparavam quem não queria ser padres em estudos superiores em universidades Europeias. Em 1579 os Jesuítas foram expulsos pelo Marques de Pombal, e o ensino passou a ser financiado pelo Estado com o objetivo de formar cidadãos conforme o interesse do Estado, e as ideias pedagógicas passam a ser inspiradas no Laicismo, caracterizando uma visão iluminista. “[...] a ideia era substituir definitivamente o sistema educacional dos jesuítas por um sistema mais moderno”. Pilleti (2010, p.15). Com a implantação dessa nova lei, Portugal ficou com o maior número de docentes e o Brasil por precariedade na educação constitui a primeira desastrosa reforma educacional no país, sendo que em 1808, com a chegada da Família Real, houve um aumento significante na população brasileira, e com esse aumento, trouxe a necessidade de se reestruturar o campo da educação, criando novos cursos e novas escolas, afim de formar novos campos de trabalho. Conforme Pilleti (2010, p.16): 8 Com a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, d. João VI abriu algumas escolas, visando a formação militar, técnica, profissional e superior, mas somente nas áreas que careciam de pessoal especializado e treinado, em função de o governo português estar sediado no Brasil. O manifesto foi criado sob a influência de uma ordem política e administrativa, que defendia uma escola unitária, com base comum de cultura geral para todos, descriminando o caráter do ensino brasileiro que destina a escola profissional para os pobres e ensino acadêmico para a elite. De acordo com Ghiraldelli (2000,p.42): Na tentativa de influenciar as diretrizes governamentais, os liberais vieram a público, em 1932, com o célebre “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, um longo documento dedicado ao governo e á nação que pautou-se, em linhas gerais, pela defesa da escola pública obrigatória, laica e gratuita e pelos princípios pedagógicos renovados inspirados nas teorias de Dewey, Kilpatrick e outros. Nessa época, havia muitas insatisfações com várias contestações em relação ao campo educacional e a organização escolar, período representado por um alto índice de analfabetismo, período marcado pelo surgimento de um novo modelo de escolarização, chamado de escola nova. Foi a partir de 1946 que a educação passa a ser definida como direito de todos, e o ensino primário como obrigatório para todos e gratuito nas escolas públicas, determinando também à União a tarefa de fixar diretrizes e bases da educação nacional. “A educação atual depende da estrutura política e do contexto global no qual esta inserida”. (SAVIANI, 1999, p. 02. Nos dias atuais, considera-se que a educação deva ser uma prioridade da política social, tendo em vista sua importância e necessidade de seu reconhecimento, mas apesar de se estar em pleno século XXI, ainda se convive com grandes problemas que impedem o desenvolvimento do país, pois a falta de investimentos na área educacional . Em 20 de dezembro de 1996, é aprovada a lei de diretrizes e bases da educação nacional, a LDB, trazendo grandes avanços, estabelecendo, assim, uma série de alternativas no que diz respeito à forma de organização da educação básica. Como discorre Piletti (2010, p.59) A lei Diretrizes e Bases(LDB) de 1996, por sua vez, determina que a organização da educação básica tenha uma base curricular nacional comum para o ensino fundamental e médio, complementada, em cada escola e sistema de ensino, por uma parte diversificada, que deve contemplar as características regionais, locais, culturais, sócias e econômicas dos alunos. 9 Com a criação dessa lei, o processo de organização do sistema educacional brasileiro vem se constituindo ao longo da história do Brasil, e apesar das várias formas de educação pública que surgiram no início da história do Brasil, pode-se dizer que a construção do sistema é uma conquista recente. 4.2.1 Etapas da educação básica A legislação da educação básica é dividida em etapas, que são: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Segundo Libâneo (2008, p.252), “A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecendo-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Pensar na qualidade dessa educação, é pensar na qualidade do ambiente que vamos receber essas crianças, do aprendizado, e principalmente, na qualidade do professor, pois é ele que vai ser o mediador dos conhecimentos, fato esse que exige dele uma formação legal, que lhe permita desenvolver e trabalhar em um processo que desenvolva a aprendizagem nas crianças, mas não podemos esquecer que quando falamos em ambiente educacional, não estamos nos referindo somente aos professores, mas de toda uma equipe que compõe esse ambiente, e que de uma forma ou de outra, tem participação no processo educativo das crianças, seja a direção, a coordenação, a cozinheira, a servente, a monitora, ou até mesmo o guarda da escola que recepciona as crianças. Todos participam do dia-a-dia da escola, e consequentemente estão envolvidos de alguma forma com a educação, cada um desempenhando sua função, todos são educadores. 4.2.2 Educação Infantil Local de transição entre família e escola, um espaço educativo pensado e organizado em função da criança e adequado às atividades que nele se desenvolvem. Mas a educação infantil nem sempre teve este olhar no cenário nacional. Por volta da década de 1970, a educação pública voltada às crianças de 0 a 6 anos envolvia apenas uma questão assistencialista. Foi na Constituição de 1988 que o direito à educação das 10 crianças de 0a 6 anos passou a ser um dever do estado e um direito da criança. Ao se referirem à educação infantil, Oliveirae Adrião (2007) citam a Constituição federal/88: O aspecto mais relevante presente na lei maior do país, para a educação infantil, está em seu Art. 208, inciso IV, quando afirma que ‘o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...] atendimento em creche e pré-escola às crianças de o a 6 anos de idade.” Isso significa que o Estado tem o dever de ofertar vagas em creches e pré- escolas, como um direito de todas as crianças da faixa etária definida. Já em 1996 teve a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. No Art. 29 da LDB/96, observamos o seguinte: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Nasceu então a necessidade de formular políticas de formação de profissionais e estabelecer diretrizes curriculares para a educação infantil. No ano de 2009 com a revisão e atualização das Diretrizes Nacionais de Educação Infantil (DCNEI) estabelecem uma definição clara da educação infantil, afirmando no art. 5º, que: A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ao parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. (BRASIL, Resolução CNE/CEB, 2009) Nas últimas décadas os avanços na área da Educação Infantil foram significativas, mas percebe-se que muito ainda tem que mudar para que alcançarmos uma educação que seja almejada às crianças, pois ao pensarmos nos desafios proposto por está área traz muitos temas que ainda devem ser pesquisados. São dez os aspectos chaves que, segundo Zabalza, seriam necessários para uma educação de qualidade: “[...] a ordem não é importante, uma vez que a relevância de cada um dos aspectos mencionados deriva do seu conteúdo, não da sua posição na lista” e que se constituem: 1) organização dos espaços; 2) equilíbrio entre a iniciativa infantil e no dirigido no momento de planejar e desenvolver as atividades; 3) atenção privilegiada aos aspectos emocionais; 4) utilização de uma linguagem enriquecida; 5) diferenciação de atividades para abordar todas as 11 dimensões do desenvolvimento de todas as capacidades; 6) rotinas estáveis; 7) materiais diversificados e polivalentes; 8) atenção individualizada a cada criança; 9) sistemas de avaliação, anotações que permitam o acompanhamento global do grupo e de cada uma das crianças; 10) trabalho com os pais e mães. (ZABALZA,1998, p. 50). É importante que a educação infantil seja de qualidade, tanto para aluno quanto para professor, porque um espaço que motive o aluno possibilita que o professor realize um trabalho mais adequado que traga para ele mesma satisfação. A educação infantil deve integrar o cuidar e o brincar, proporcionando o desenvolvimento integral da criança, e para que esse desenvolvimento aconteça, deve-se repensar as práticas pedagógicas, pois é a partir delas, da interação, que a criança irá se construir. Partindo desse ponto, deve-se pensar na estruturação dos espaços disponibilizados, do tempo, e das possibilidades de brincadeiras oferecidas, permitindo que a criança crie, invente, fantasie. Para Oliveira ( 2012, p.11): [...] os materiais disponíveis e, em especial, as maneiras como o professor exerce seu papel (organizando o ambiente, ouvindo as crianças, respondendo- lhes de determinada maneira, oferecendo-lhes materiais, sugestões, apoio emocional, ou promovendo condições para a ocorrência de valiosas interações e brincadeiras criadas pelas crianças, etc). Requer ainda que essas orientações traduzam no cotidiano da ação docente os princípios pensados para a área e a visão de criança protagonista de seu tempo que esta sendo enfatizada. Se temos consciência de que a educação infantil é a base para o desenvolvimento, deve-se também tê-la como centro das prioridades, pois é a fase onde a criança está desvendando o universo, descobrindo e construindo valores, e é nessa construção que a creche e a pré-escola entram como marco na vida de cada criança, com a função possibilitar sua constituição como ser humano. Levando em consideração a importância que hoje o ensino infantil representa, também surge a necessidade de professores qualificados para trabalhar nessa área, devido ao processo de desenvolvimento e preparo da criança para o futuro, sendo assim, as creches são destinadas a oferecer uma educação voltada e pensada para o futuro. Segundo Pilleti, (2010, p. 71), o Plano Nacional de Educação (PNE): Reforça esse atendimento e destaca que a educação infantil inaugura a informação escolar do indivíduo. Como tal, deve estabelecer as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização, tendo como pressuposto que as primeiras experiências da vida são as que marcam mais profundamente a pessoa, incluindo seu desenvolvimento e a aprendizagem posterior. 12 Sabe-se que nos dias atuais, a grande maioria das mulheres e inclusive mães, devido às exigências de uma sociedade consumista, têm a necessidade de trabalhar fora de casa, deixando seus filhos em creches, ficando, em muitos casos, por 11 horas diárias na responsabilidade de pedagogas, tornando, assim, o ensino infantil como uma grande responsabilidade. No entendimento de Libâneo (2008, p.253), “As crianças são merecedoras de preocupações educativas, especialmente em uma sociedade em que as mulheres cada dia mais, atuam no mercado produtivo, e necessitam de lugar apropriado e educativo para deixar os filhos pequenos”. A educação infantil é a base para a formação humana, a criança se espelha nos exemplos que ela recebe e percebe. A educação infantil é algo mágico, onde uma educação de qualidade, vivenciada por elas, trás para seu futuro, vivências que podem mudar sua história, e dessa forma, há a necessidade de um olhar diferente para a educação infantil, pois tudo o que a criança vivencia nessa fase da vida, contribui para a formação desse indivíduo, negativa ou positivamente. Pilleti, (2010, p.71) afirma que: [...] a Educação Infantil foi deixando de ser um mero espaço assistencial que permitisse às mães pobres trabalhar para se consolidar como um espaço educacional dedicado ao cuidado e à formação das crianças desde a mais tenra idade. Por isso, no âmbito internacional, a educação infantil vem sendo reconhecida como importante fator de desenvolvimento cognitivo, emocional, psicológico, social e profissional. Portanto, educação infantil, como um espaço educativo, deverá desenvolver o pleno desenvolvimento da criança, transmitindo valores, regras e atitudes essenciais e fundamentais para à formação de um ser, que será levado para toda a vida. 4.2.3 Ensino Fundamental O ensino fundamental, como o próprio nome já diz, é um dos níveis fundamentais da educação básica, pois apresenta uma etapa de formação indispensável da educação, destinada às crianças e adolescente, pois a partir dessa etapa é que se integra à sociedade, buscando o domínio, o entendimento em nível de leitura, escrita e compreensão da sociedade como um todo. O Ensino Fundamental, de acordo com Pilleti, (2010, p.89): [...] busca uma formação básica e comum de fundamental importância para que as crianças possam integrar-se ética e dignamente à sociedade, mediante 13 o domínio da leitura, da escrita, do cálculo e da compreensão dos sistemas sociais, naturais, políticos e tecnológicos. A política educacional estabelece a educaçãocomo um direito de todos e um dever do estado, oferecendo a todos, independente de cor ou raça, uma educação de qualidade, com escolas que ofereçam condições de funcionamento e competência educacional. Para Pilleti (2010, p.91) “[...] não há duvida de que o ensino fundamental, dentro da educação brasileira, e talvez da mundial, teve e tem um caráter especial e primordial em relação ás demais etapas de escolarização”. O ensino fundamental é a etapa obrigatória da educação básica. Segundo a LDB/96, em seu Art. 32, “O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito na escola publica, iniciando-se aos 6 anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão.” O ensino fundamental, como também toda a educação básica, pode ser organizado por várias formas, entre eles: por series anuais, por períodos semestrais, por ciclos, por períodos de estudos, por idade e outros. Ainda de acordo com Libâneo (2008, p. 255): [...] a classificação em qualquer série ou etapa do ensino fundamental pode-se dar independentemente de escolaridade anterior, por meio de avaliação feita pela escola que defina o grau de desenvolvimento e a experiência do candidato e permita sua inscrição na série mais adequada. Sabe-se que a qualidade do ensino nessa etapa é de fundamental importância para um futuro desempenho, tanto escolar como profissional, pois com uma base solida de estudos estará contribuindo para uma bagagem de aprendizagem em uma futura formação, tendo melhor resultados. A formação intelectual muda o indivíduo, tornando a educação um instrumento que abre caminhos e forma opiniões criticas sobre a realidade em que se vive. É através da educação e da busca por ela, que adquirimos valores e nos inserimos de fato na sociedade. 14 4.2 O CONTEXTO DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Os documentos oficiais que definem e fixam as diretrizes curriculares nacionais gerais para a educação básica são a resolução de nº4, resolução de nº7. A resolução de nº 7 de 2010, traz a forma de organização curricular dos anos iniciais, começando com os fundamentos, princípios, matrícula no ensino fundamental de 9 (nove) anos e carga horária, currículo, base nacional comum e parte diversificada: complementaridade, projeto político-pedagógico, gestão democrática e participativa como garantia do direito à educação, relevância dos conteúdos, integração e abordagens, articulações e continuidade da trajetória escolar, avaliação: parte integrante do currículo. Nos fundamentos conforme a legislação: Art. 4º É dever do Estado garantir a oferta do Ensino Fundamental público, gratuito e de qualidade, sem requisito de seleção. Parágrafo único. As escolas que ministram esse ensino deverão trabalhar considerando essa etapa da educação como aquela capaz de assegurar a cada um e a todos o acesso ao conhecimento e aos elementos da cultura imprescindíveis para o seu desenvolvimento pessoal e para a vida em sociedade, assim como os benefícios de uma formação comum, independentemente da grande diversidade da população escolar e das demandas sociais. As escolas devem garantir esse ensino gratuito e de qualidade para que contemple os alunos em formação, possibilitando assim uma educação de qualidade. Sobre os princípios conforme a legislação: Art. 7º De acordo com esses princípios, e em conformidade com o art. 22 e o art. 32 da Lei nº 9.394/96 (LDB), as propostas curriculares do Ensino Fundamental visarão desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, mediante os objetivos previstos para esta etapa da escolarização, a saber: I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da tecnologia e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III – a aquisição de conhecimentos e habilidades, e a formação de atitudes e valores como instrumentos para uma visão crítica do mundo; IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Esses princípios são éticos, políticos e estéticos cada um têm sua especificidade que vão garantir esses direitos, propostos no Art. 7º que são fundamentais para que haja um equilíbrio assegurando a formação e possibilite a aprendizagem. A resolução aborda sobre o currículo, caminho que será trilhado pelo estudante. O objetivo de um currículo bem planejado é no sentido de que decida a melhor oferta 15 cultural que o sistema educacional possa apresentar aos alunos, priorizando as necessidades existentes. Essa resolução também fala sobre o projeto político pedagógico. O currículo do Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração exige a estruturação de um projeto educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e de se desenvolver das crianças e adolescentes nos diferentes contextos sociais. Sabe-se que todos que fazem parte da instituição e os membros representativos em sociedade devem fazer parte deste projeto que será discutido para que haja mudanças se houver necessidade. E uma gestão de qualidade pode fazer toda a diferença. A legislação enfatiza sobre a gestão democrática e participativa como garantia do direito à educação. A democracia em linhas gerais é a base pela qual sustentamos o nosso direito de administrar o bem comum através dos valores e da ética, na esfera pessoal e comunitária. A partir desta proposição Libanêo (2008, p.331) afirma que é importante: [...] destacar o papel significativo do diretor da escola na gestão do trabalho escolar. A participação, o dialogo, a discussão coletiva, a autonomia são práticas indispensáveis da gestão democrática, mas o exercício da democracia não significa ausência de responsabilidades. Uma vez tomadas as decisões coletivamente, participativamente, é preciso pô-las em prática. Pra isso, a escola deve estar bem coordenada e administrada. Um bom diretor faz a diferença e é fundamental exercer a liderança com sabedoria, maturidade e competência, para ser um bom gestor educacional vai demandar muita força de vontade, sem dúvida é uma grande responsabilidade. “Todos aos membros da equipe escolar estão envolvidos nessas ações, mas a responsabilidade direta sobre elas pertence à direção e à coordenação pedagógica.” Como Salienta LIBÂNEO (2008, p.372). O que muitas vezes ocorre no ambiente educacional é o pouco preparo dos profissionais, diante destes novos meios de desenvolvimento do conhecimento, pois esses meios formam uma ferramenta valiosíssima, se bem empregados no ambiente escola. As novas tecnologias têm uma enorme corrente ao seu favor que é a curiosidade e a ânsia insaciável de seus seguidores. Portanto, se a educação através de seus profissionais souberem aproveitar deste meio, grandes resultados serão possíveis de se alcançar. 16 Libâneo (2008) argumenta que o diretor da escola recebe uma das mais importantes atribuições pedagógicas que são as de conduzir e coordenar o processo de tomada de decisões através das práticas participativas. A resolução Nº 4, de 13 de julho de 2010 vai falar sobre a educação básica, dos os objetivos, referências conceituais, sistema nacional de educação, acesso e permanência para a conquista da qualidade social, organização curricular: conceito, limites, possibilidades, formas para a organização curricular, formação básica comum e parte diversificada, organização da educação básica, etapas da educação básica, modalidades da educação básica. Os objetivos conforme a legislação Art. 2º são: I - sistematizar os princípios e as diretrizes gerais da EducaçãoBásica contidos na Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações que contribuam para assegurar a formação básica comum nacional, tendo como foco os sujeitos que dão vida ao currículo e à escola; II - estimular a reflexão crítica e propositiva que deve subsidiar a formulação, a execução e a avaliação do projeto político-pedagógico da escola de Educação Básica; III - orientar os cursos de formação inicial e continuada de docentes e demais profissionais da Educação Básica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, indistintamente da rede a que pertençam. A Base Nacional Curricular Comum vai definir objetivos de aprendizagem nas escolas. Sabendo que a educação brasileira vem enfrentando significativas mudanças em sua estrutura e organização, mesmo diante de muitos questionamentos e contrariedades, vem caminhando no sentido de elevar alguns índices qualitativos e outros quantitativos. Segundo a legislação Nº 4, Art. 24, o ensino fundamental tem como objetivo Os objetivos da formação básica das crianças, definidos para a Educação Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos anos finais, ampliando e intensificando, gradativamente, o processo educativo, mediante: I - desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primeiros anos; III - compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade; IV - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; V - fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de respeito recíproco em que se assenta a vida social. A motivação escolar é algo complexo, processual e contextual, mas alguma coisa se pode fazer para que os alunos recuperem ou mantenham seu interesse em aprender, pensando desta forma os professores de hoje podem lidar com a desmotivação na sala de aula, transformando esse cenário, o que gera estes desconforto nos alunos e professores e como poderíamos reverter esse quadro, fazendo com que as 17 aulas se tornem prazerosas, a escola seja mais atraente e o ensino seja motivo de êxito para os alunos. 4.2.1 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E PEDAGÓGICA NOS ANOS INICIAIS As Diretrizes, fundamentadas na Constituição Federal, na LDB e demais leis que buscam organizar e qualificar a Educação Básica do país definem-se como um conjunto de princípios. Nos estudos realizados Conforme Corsino (2017, p. 57): O olhar sensível para as produções infantis permitirá conhecer os interesses das crianças, os conhecimentos que estão sendo apropriados por elas, assim como os elementos culturais do grupo social em que estão imersas. A partir daí, será possível desenvolver um trabalho pedagógico em que a criança esteja em foco. Por este motivo e outros é que o planejamento é muito importante, pois possibilita abrir novas oportunidades seja em avaliar os caminhos ou construir com base no que já conhecemos uma prévia organização antecipando os resultados esperados. Desta forma será possível alcançar objetivos pré-definidos. Conforme Corsino (2017, p. 58). Esse enfoque coloca-nos num lugar estratégico porque cabe a nós, professores(as), planejar, propor e coordenar atividades significativas e desafiadoras capazes de impulsionar o desenvolvimento das crianças e de amplificar as suas experiências e práticas socioculturais. O planejar faz parte da rotina do professor e assim cada vez mais tem crescido a preocupação em realizar um bom planejamento no âmbito da educação que contemplem todos esses aspectos que levam a aprendizagem, é uma grande responsabilidade para o educador diante dos desafios encontrados. Nesse sentido, um caminho encontrado por vários professores para desenvolver as diferentes áreas do currículo de forma criativa e interdisciplinar, que vá ao encontro dos interesses das crianças e ao mesmo tempo possibilite a ampliação de suas experiências e a sua inserção cultural, tem sido o trabalho com projetos. (CORSINO 2017, p. 59). A finalidade dos projetos é de organizar o planejamento do professor, tem como propósito partir de uma temática escolhida pelo professor e atender as necessidades e objetivos a serem alcançados. 18 Conforme Corsino (2017) “[...] Os projetos valorizam o trabalho e a função do professor que, em vez de ser alguém que reproduz ou adapta o que está nos livros didáticos e nos seus manuais, passa a ser um pesquisador do seu próprio trabalho.” Uma escola comporta vários tipos de projetos. A começar pelo projeto político-pedagógico definidor da sua proposta. O projeto político pedagógico da escola se efetiva em ações organizadas em diferentes projetos institucionais que podem ser de caráter permanente – como a organização e a utilização da biblioteca escolar ou do centro de estudos de professores – , podem surgir de questões amplas da comunidade escolar, como Direitos Humanos, sendo trabalhado ao longo de um ano letivo. (CORSINO 2017, p. 61). A função do projeto político pedagógico é a organização do trabalho pedagógico sua função é de grande importância não só para o conhecimento sobre as instituições, mas também sobre os objetivos que a escola idealiza atentando aos novos desafios e buscando a resolução de problemas, pois é um processo permanente que é inacabado. É discutir a função da escola e ter compromisso com a formação do cidadão. Conforme Ferraz (2017, p.69), “Na perspectiva de discutir sobre a aprendizagem nos anos iniciais pode dizer que por meio da oralidade, as crianças participam de diferentes situações de interação social e aprendem sobre elas próprias, sobre a natureza e sobre a sociedade.” Se a aprendizagem em sala de aula for uma experiência de sucesso, o aluno constrói uma representação de si mesmo como alguém capaz. Hoje o que faz a diferença no ensino é o professor buscar novas alternativas de ensinar mais ainda quando se trata de escrita, pois a criança precisa compreender primeiramente o que significa a palavra escrita. Antes de ensinar a escrever, é preciso saber o que os alunos esperam da escrita, qual julgam ser sua utilidade e a partir daí programar as atividades adequadas, como é mais complexo precisa de um diferencial para que o conteúdo não se torne maçante e a criança perca o interesse de aprender e sim prazeroso capaz de instigar e proporcionar aprendizagem. Afirma Ferraz ( 2017, p.70) que “Qualquer cidadão lê e escreve cumprindo finalidades diversas e reais. Precisamos garantir esse mesmo princípio, ao iniciarmos os estudantes no mundo da escrita.” Cada criança tem seu tempo para aprender, alguns possuem mais dificuldades, outros aprendem mais rápidos, mas o importante é que consigam acompanhar este processo. 19 “A leitura do texto literário é fonte de prazer e precisa, portanto, ser considerada como meio para garantir o direito de lazer das crianças e dos adolescentes.” (Ferraz 2017, p.70) A importância das crianças terem empolgação em ler, percebendo que o mundo da leitura pode ser muito prazeroso, pois é um mundo de imaginação aonde os personagens se tornam reais e fantasia corre solta. Alfabetizar letrando é um desafio permanente. Implica refletir sobre as práticas e as concepções por nós adotadas ao iniciarmos nossas crianças e nossos adolescentes no mundo da escrita, analisarmos e recriarmos nossas metodologias de ensino, a fim de garantir, o mais cedo e da forma mais eficaz possível, esseduplo direito: de não apenas ler e registrar autonomamente palavras numa escrita alfabética, mas de poder ler-compreender e produzir os textos que compartilhamos socialmente como cidadãos. (Ferraz 2017, p.80) Muitas vezes, a maneira com que a escola trata a leitura e a escrita leva muitos alunos a detestarem essas práticas. É um desastre educacional que precisa o quanto antes ser reparado. Essas crianças precisam ser motivadas e entender a importância de saber ler e escrever seja para o futuro por que vão precisar, independente da profissão que querem exercer, pois uma pessoa que não é alfabetizada é excluída. Discutindo um pouco sobre a avaliação que é importante destacarmos alguns aspectos dentro deste processo. Conforme a resolução de Nº 7 de 2010 Art. 32: A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela escola como parte integrante da proposta curricular e da implementação do currículo, é redimensionadora da ação pedagógica e deve: I – assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, com vistas a: a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar problemas de ensino; b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de acordo com as necessidades dos alunos, criar condições de intervir de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho docente; c) manter a família informada sobre o desempenho dos alunos; d) reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de avaliação, inclusive em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos sempre que as reivindicações forem procedentes. (...) A avaliação no ensino fundamental proporciona que o aluno no seu processo de formação desenvolva as habilidades e competências necessárias para o aprendizado. 4.3 FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DOCENTE NO ENSINO FUNDAMENTAL 20 O professor precisa de uma formação continuada que seja capaz de melhorar a sua pratica e adquirir novos conhecimentos que possibilitam um rendimento maior no ensino, propiciando qualidade no atendimento contemplando a aprendizagem e desenvolvimentos das crianças. Segundo a Resolução Nº 4 de 2010 Art. 57 Entre os princípios definidos para a educação nacional está a valorização do profissional da educação, com a compreensão de que valorizá-lo é valorizar a escola, com qualidade gestorial, educativa, social, cultural, ética, estética, ambiental. § 1º A valorização do profissional da educação escolar vincula-se à obrigatoriedade da garantia de qualidade e ambas se associam à exigência de programas de formação inicial e continuada de docentes e não docentes, no contexto do conjunto de múltiplas atribuições definidas para os sistemas educativos, em que se inscrevem as funções do professor. § 2º Os programas de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, vinculados às orientações destas Diretrizes, devem prepará-los para o desempenho de suas atribuições, considerando necessário: a) além de um conjunto de habilidades cognitivas, saber pesquisar, orientar, avaliar e elaborar propostas, isto é, interpretar e reconstruir o conhecimento coletivamente; b) trabalhar cooperativamente em equipe; c) compreender, interpretar e aplicar a linguagem e os instrumentos produzidos ao longo da evolução tecnológica, econômica e organizativa; d) desenvolver competências para integração com a comunidade e para relacionamento com as famílias. Ter uma boa interação, estabelecer um trabalho conjunto com outros profissionais de modo integrado e relacionar o ato de educar e ensinar de maneira responsável, reconhecendo a criança como um ser inteiro, são características que o professor deve cultivar de maneira ética, respeitando os demais profissionais, os alunos e as famílias. É desta maneira que a relação professor com demais profissionais pode fazer a diferença, pois todos mesmo que possuem funções diferenciadas podem ajudar neste processo. Segundo a Resolução Nº 4 de 2010 Art. 59. Os sistemas educativos devem instituir orientações para que o projeto de formação dos profissionais preveja: a) a consolidação da identidade dos profissionais da educação, nas suas relações com a escola e com o estudante; b) a criação de incentivos para o resgate da imagem social do professor, assim como da autonomia docente tanto individual como coletiva; c) a definição de indicadores de qualidade social da educação escolar, a fim de que as agências formadoras de profissionais da educação revejam os projetos dos cursos de formação inicial e continuada de docentes, de modo que correspondam às exigências de um projeto de Nação. Ser um professor é exercer uma função muito importante, pois devem atingir todos esses objetivos com dedicação, mas a princípio todos profissionais da educação devem fazer a sua parte para que haja harmonia em todo processo. O professor deve olhar para 21 o aluno de forma integral, buscando identificar suas diferentes dimensões formativas e como sua atuação nessa função educadora é necessário ser um professor que contemple todos os aspectos formativos do aluno. Conforme Brito e Rocha (2012, p.4) Ao término da graduação espera-se que o pedagogo tenha condições de: relacionar as linguagens dos meios de comunicação aplicadas à educação, nos processos didático pedagógicos, demonstrando domínio das tecnologias de informação e comunicação adequadas ao desenvolvimento de aprendizagens significativas; participar da gestão das instituições em que atuem enquanto estudantes e profissionais, contribuindo para elaboração, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. É sempre um grande desafio que o professor deve perpassar para atingir seus objetivos, pois cabe a incumbência de ensinar, orientar, estimular e incentivar as crianças a descobrir suas potencialidades. Segundo Brito e Rocha (2012, p.5) Para tanto, podemos ressaltar que as atividades educacionais têm se tornado cada vez mais amplas devido às transformações sociais, econômicas e cultural que a sociedade atual tem sofrido, com isso percebemos que as exigências para com o profissional da educação têm aumentado aceleradamente trazendo novos desafios e exigindo da formação do pedagogo conhecimentos e habilidades especializadas. O professoré a alma da educação e a espinha dorsal da sociedade. É preciso valorizá-lo, capacitá-lo para o exercício pleno de suas atividades como educador. Assim ressalta Libâneo (2002, p.61): A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula [...] na analise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos [...] na vinculação entre as áreas de conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula [...] considerando – se a variedade de níveis de atuação do profissional pedagogo, a que se convir que os problemas, os modos de atuação e os requisitos de exercício profissional nesses níveis não são necessariamente da mesma natureza, ainda que todos sejam modalidades de práticas pedagógicas. Mas para que isso aconteça, o professor deve instigar o aluno, levá-lo à dúvida, à inquietação, à contestação, ao questionamento. A transmissão do saber precisa ser estimulante e prazerosa. Preparar o aluno para que ele se conheça e desenvolva suas potencialidades e possa olhar o outro, aceitando suas diferenças, bem como motivar sua curiosidade para a busca constante do conhecimento, para que este sirva como base para sua capacitação ao trabalho, é de primordial importância. 22 4.4 O QUE É LUDICIDADE As atividades lúdicas não se resumem ao jogo e à brincadeira, mas incluem atividades diferenciadas que possibilitam momentos de prazer, alegria e integração dos envolvidos. Ludicidadeforma de fortalecer a criatividade, os conhecimentos, através de jogos e dentre outras brincadeiras diversas. “Proporciona a quem a vivencia instantes de encontro consigo e com o outro, momentos surreais e de realidade e, de redefinição e percepção, momentos de autoconhecimento e de cuidar de si e ter um olhar mais atento com o outro”. (PIAGET,1975, p. 12). O intuito é educar, ensinar se divertindo e interagindo com os outros. Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria execução que pode acontecer nos mais diversos espaços (internos e externos). O espaço lúdico deve causar um impacto em todos que nele entrem. Principalmente a criança deve ser tocada pela alegria, pela curiosidade é um mundo de fantasia, portanto deve estimular o sonhar acordado. É também um espaço para desenvolver competências. A criança, ao brincar, vai treinar suas habilidades. Vai treinar sua capacidade de ganhar e perder, de criar regras e saber respeitá-las. ( PINTO, 2003, p.61). São lúdicas as atividades que propiciam a vivência ampla do aqui, agora, integrando a ação, o pensamento e o sentimento. Tais atividades podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que possibilite dar início a determinado momento de inserção: uma dinâmica de integração grupal ou de sensibilização, um trabalho de recorte e colagem, exercícios de relaxamento e respiração, uma ciranda, movimentos expressivos, atividades rítmicas, entre outras tantas possibilidades. Os jogos e as brincadeiras são fontes de felicidade e prazer que se fundamentam no exercício da liberdade e, por isso, representam a conquista de quem pode sonhar sentir, decidir, arquitetar, aventurar e agir, com energia para superar os desafios da brincadeira, recriando o tempo, o lugar e os objetos. Os jogos e as brincadeiras ajudam as crianças a vivenciarem regras preestabelecidas. Elas aprendem a esperar a sua vez e também a ganhar e perder. ( NEVES, SANTIAGO, 2003, p.20). 23 Mais importante, porém, do que o tipo de atividade é a forma como é conduzida e como é experienciada e o porquê de estar sendo realizada. Através das atividades lúdicas, formam-se conceitos, ideias são selecionadas, estabelecendo relações lógicas e integrando percepções que contribuem de maneira acentuada para que haja a socialização entre os sujeitos que fazem parte do processo. O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma “atitude” lúdica do educador e dos educandos. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva. (LUCKESI, 2000, p.23). A ludicidade deve, portanto, permitir que cada um possa se expressar livre e solidariamente. Toda criança que participa de atividades lúdicas adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que proporcionam um forte interesse em aprender e garante o prazer. Ela também age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. Destaca-se que abordar o tema da ludicidade pode contribuir para o desenvolvimento de um processo de ensino aprendizagem mais produtivo e abrangente. O docente, responsável pela sistematização desse processo, pode oportunizar às crianças uma forma dinâmica e prazerosa de aprender, pois, a educação pela via da ludicidade propõe um aprender brincando, inspirando uma concepção de educação para além da instrução, ou seja, para a autonomia do aprendiz. ( LUCKESI, 2000, p.40) As atividades lúdicas possibilitam inserir novos valores, desenvolvimento pedagógico riquíssimo na busca da valorização do movimento, das relações e da solidariedade. D’Avila (2006, p. 18) destaca que: “O ensino lúdico é aquele em que se inserem conteúdos, métodos criativos e o enlevo em se ensinar e, principalmente, aprender.” Tudo o que foi destacando é de suma importância, pois se pôde compreender que a ludicidade não está restrita em um determinado assunto, mas pode abranger várias temáticas que são fundamentais para que haja aprendizado. A ludicidade está presente nas diversas atividades da dinâmica humana. 24 4.2.1 A ludicidade no contexto do processo de ensino aprendizagem A Ludicidade é de suma importância para o desenvolvimento da criança. Através das atividades lúdicas propicia que a criança seja livre para criar o seu mundo simbólico e, assim, estimulando o surreal e a imaginação. Conforme relatam Macedo, Petty, Passos (2005, p. 16) Valorizar o lúdico nos processos de aprendizagem significa, entre outras coisas, considerá-lo na perspectiva das crianças. Para elas apenas o que é lúdico faz sentido. Em atividades necessárias (dormir, comer, beber, tomar banho, fazer xixi), por exemplo, é comum as crianças introduzirem um elemento lúdico e as realizarem agregando elementos. A importância do lúdico na sala de aula é propiciar um ambiente mais agradável, e isso proporciona às crianças a oportunidade de ser livre para criar e imaginar. Através das brincadeiras, o professor pode observar o desenvolvimento delas , pois o lúdico desenvolve nas crianças habilidades cognitivas, motoras e facilita a aprendizagem. O brinquedo é um elemento importante no desenvolvimento da criança, mas depende da sua manipulação pelo adulto pode ser a luz ou sombra: luz, quando usado para facilitar o processo de aprendizagem, para estimular o desenvolvimento físico, para recreação e para aliviar as tensões, sombra, quando é imposto pelo adulto como instrumento de repressão e controle. (PINTO, 2003, p.46) Afirmam Macedo, Petty, Passos que (2005, p 17) “Através da brincadeira, a criança se apropria da realidade, criando um espaço de aprendizagem em que possam expressar, de modo simbólico, suas fantasias, desejos, medos, sentimentos, sexualidade e agressividade”. Afinal, é um processo espontâneo no qual o professor tem que interagir e estimular, deixando a criança livre para criar e representar o seu mundo simbólico. Através do brincar, o professor consegue identificar várias características da criança, pois enquanto brinca, ela mostra o que sente e até mesmo representa o que presencia. Pensando nessa perspectiva, pode-se dizer que, certamente, vai influenciar para: Formar pessoas críticas e criativas, que criem, inventem, descubra, que sejam capazes de construir conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram, aceitando tudo o que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que sejam ativos, que cedo aprendem a descobrir, adotando assim uma atitude mais de iniciativa do que de expectativa. (LUCKESI, 2000, p.24). https://image.slidesharecdn.com/slideludicidade-100614131957-phpapp02/95/ludicidade-3-728.jpg?cb=1276521618 25 O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como oportuniza ao educador um olhar mais aguçado para propor suas aulas com mais dinamismo e que sejam prazerosas. O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria e usado de maneira correta. É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade. A educação lúdica é uma ação inerente na criança e no adulto aparece sempre, como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, a criança aprende através da atividade lúdica ao encontrar na própria vida, nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades. (LUCKESI, 2000, p.24) O papel do educador é intervir de forma adequada, deixando que o aluno adquira conhecimentos e habilidade. Suas atividades visam sempre um resultado e uma ação dirigida para a busca de finalidades pedagógicas. 4.5 A AQUISIÇÃO DAESCRITA: uma grande arte A escrita é uma forma de representar aquilo que é funcionalmente significativo, estabelecendo um sistema de regras próprias. Para se aprender a escrever o indivíduo necessita conhecer o sistema de regras da escrita e esse conhecimento acontece de forma gradual, e exige do sujeito uma reflexão a respeito das características gerais da escrita. A escrita é, portanto, uma invenção decisiva para a história da humanidade. Ela é a representação do pensamento e da linguagem humana por meio de símbolos. Um meio durável e privilegiado de comunicação entre as pessoas. Por meio de registros escritos há milhares de anos, ficamos sabendo como era a vida e a organização social de povos que viveram muito antes de nós. A invenção não surgiu por acaso, mas como consequência das mudanças profundas nas sociedades durante o período do surgimento das primeiras cidades. (REVISTA NOVA ESCOLA, 2014, p.40). 26 Há diferentes tipos de escrita, porque suas origens são diferentes. Foram estabelecidos cinco níveis de desenvolvimento da escrita a partir do momento em que o indivíduo compreende para que serve a escrita, ou seja, que ela tem uma utilidade. Só se sabe e consegue escrever quando se possui o conhecimento sobre a função da escrita e quando se percebe que desenho não é a mesma coisa de escrita, porém é um avanço significativo, mas que existe uma diferença entre eles, embora em alguns momentos eles estejam acompanhados. A escrita é uma representação gráfica com significados. Os cinco níveis de escrita segundo a psicogênese da língua escrita são os seguintes: nível pré-silábico, silábico, silábico-alfabético, alfabético e ortográfico. SILVANA (2014, p. 3) afirma: A construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta a interação social, na escola ou fora dela. No processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo. O tempo necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável. Duas das consequências mais importantes do construtivismo para a prática de sala de aula são respeitar a evolução de cada criança e compreender que um desempenho mais vagaroso não significa que ela seja menos inteligente ou dedicada do que as demais. (REVISTA NOVA ESCOLA, 2014, p. 77) Antes de ensinar a escrever, é preciso saber o que os alunos esperam da escrita, qual julgam ser sua utilidade e a partir daí programar as atividades adequadas. Pois cada criança tem seu tempo para aprender alguns possuem mais dificuldades outros aprendem mais rápido, mas o importante é que consigam acompanhar este processo para que possam ser alfabetizados e o professor é quem deve ficar atento para buscar um diferencial neste processo para que não seja maçante mais sim prazeroso e que todos consigam aprender. Quando a criança já tem objeto interiorizado seu processo de escrita é mais fácil. A escrita é uma atividade nova para a criança, e por isso mesmo requer um tratamento especial na alfabetização. Espera-se que a criança, no final de um ano de alfabetização, saiba escrever e não que saiba escrever tudo e com correção absoluta. (CAGLIARI, 2005, p. 96). Saber escrever corretamente é importante, mas agora quando a criança inicia o seu processo de alfabetização ele ainda possui muita dificuldade e cada avanço que ela demonstra ter é muito compensador, pois aos poucos ela vai compreender melhor como funciona estas etapas que vai perpassar e o professor é quem deve saber inovar e 27 incentivar. A criança no seu estágio de alfabetização precisa, primeiro, aprender a ler para depois conseguir escrever. Não basta saber escrever, para escrever precisa ter uma motivação. Sem duvidas ninguém escreve ou lê sem motivação. É justamente por isso que as crianças podem ficar muito motivadas para escrever; por outro lado, se não tiverem uma motivação real, poderá ser inútil mostrar- lhes toda parafernália de letras e rabiscos própria da alfabetização. (CAGLIARI, 2005, p. 97). Muitas vezes, a maneira com que a escola trata a leitura e a escrita leva muitos alunos a detestarem essas práticas. É um desastre educacional que precisa o quanto antes ser reparado. Essas crianças precisam ser motivadas e entender a importância de saber ler e escrever seja para o futuro por que vão precisar, independente da profissão que querem exercer, pois uma pessoa que não é alfabetizada é excluída. A aprendizagem da língua escrita é um processo de construção do sujeito em interação com o meio em que vive, o qual vai sendo construído pela criança muito antes de sua inserção no ambiente escolar. O ambiente escolar deve ser alfabetizador, ou seja, deve promover um conjunto de situações de usos reais de leitura e escrita, onde as crianças tenham a oportunidade de participar, o que contribui para um ganho cognitivo, além de estimular o aluno a refletir e buscar o conhecimento através de hipóteses e de questionamentos. Em tempos de avanços e diante de pesquisas sobre a didática da alfabetização, faz-se necessário pensar sobre novos contextos para se ensinar a ler a escrever. ( BUIN, 2002, p. 44). A finalidade da expressão escrita é a interação social entre os sujeitos, considerando o passado, o presente e o futuro, através de textos escritos dos mais diversos gêneros textuais. 4.5.1 Estratégias lúdicas de se trabalhar a escrita Por esse caminho, o presente trabalho foi proposto no sentido de avaliar a eficácia de se desenvolver atividades lúdicas para desenvolver nos alunos o gosto de escrever, pois, observa-se que as crianças, em geral, são submetidas à aprendizagem da escrita em momentos em que não se encontram em condições psicológicas de realizar as atividades com sucesso. Com base nesta consideração, propor o trabalho com o lúdico como uma das alternativas pedagógicas para motivar os alunos a comunicar-se por 28 escrito, de forma espontânea, sem levar em consideração, neste momento, a questão gramatical e ortográfica. Na educação, o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento e, para isso, precisa estar preparado. Buscando estratégias que contemplem a ludicidade e a escrita como grande parceria pode se dizer que: Os jogos e brinquedos são reconhecidos como meios de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, de forma a estimular, na criança, a curiosidade, a observação, a intuição, a atividade, favorecendo seu desenvolvimento pela experiência. Esse interesse e essa valorização do brincar na educação não são recentes; sua importância foi demonstrada já na educação grego romana. (MACEDO, PETTY, PASSOS, 2005, p.56). Atualmente, tem-se falado muito sobre a importância dos jogos e brinquedos para estimular o processo de aquisição do conhecimento na criança. A aprendizagem é tão importante quanto o desenvolvimento social e, o jogo, neste sentido, constitui uma ferramenta pedagógica fundamental. Mais ainda, o jogo pode ser um instrumento de alegria. ”Uma criança que joga antes de tudo o faz porque se diverte, mas dessa diversão emerge a aprendizagem e a maneira como o professor, após o jogo, trabalhar suas regras pode ensinar-lhe esquemas de relações interpessoais e de convívios éticos. (ANTUNES, 2003, p.14) Dessa forma, o lúdico trabalhado cria possibilidades de interagir com os alunos, de modo a contribuir no avanço da leitura e, mais especificamente, da escrita. Até um tempo atrás, o lúdico pertencia à educação infantil, hoje, sabe-se que não é mais privilégio somente da educação infantil. Cada vez mais há um grande incentivo para que os professores utilizem o lúdico em suas aulas. A principio a escrita precisater um objetivo, uma finalidade, ou seja, é preciso ter sentido para que a criança escreva. Não se deve escrever somente para o professor ou para preencher o tempo. O uso de jogos e brincadeiras é uma forma de despertar o gosto pelas atividades diárias de sala de aula e melhorar a estima. (KATO, 2005, p. 117). Para facilitar o aprendizado para aqueles que apresentam dificuldades com a modalidade escrita da língua materna, poderão ser propostas atividades lúdicas como um caminho de desenvolvimento do gosto pela escrita. Jogo como estratégia de ação para a produção escrita. 29 Quebra-cabeça: Objetivo Trabalhar com a concentração, enfatizando a habilidade em montar o cenário que desencadeará a produção escrita. Após montarem o quebra-cabeça, responderam as seguintes questões: A) Que figuras aparecem no cenário? B) Quais as cores que predominam? C) Dê nome aos personagens que aparecem no cenário? Após estas questões, respondidas por escrito, Será solicitado que usassem a imaginação e escrevam uma história que represente a gravura montada. (MOTHES, 2007, p.10). Essa passagem da experiência concreta para a escrita nem sempre se oferece de forma significativa para os alunos, pois, para a maioria, o ato da escrita se apresenta como uma atividade difícil e complexa, para a qual é necessária persistência, pois, embora o pensamento esteja devidamente e espontaneamente elaborado, a passagem para a representação escrita sempre apresenta dificuldades. Outra atividade bem interessante que pode proporcionar a aprendizagem Dominó de Frases: Neste jogo, as frases são formadas por animais (vaca, carneiro, abelha); vegetais (milho, cana, trigo, uva); produtos (leite, lã, mel, pipoca, açúcar, pão, vegetais (milho, cana, trigo, uva); produtos (leite, lã, mel, pipoca, açúcar, pão. Os exercícios relacionados ao jogo são: a) formar frases; b) ligar animais e vegetais a seus respectivos produtos; c) separar em colunas as palavras que indicassem: animais, vegetais e produtos; d) Produção textual: produzir um texto com as seguintes palavras: sítio, vaca, leite, pão e mel. (MOTHES, 2007, p.11). Objetivo desenvolver o raciocínio no sentido de organizar a sequência das frases; promover a comunicação, a participação, a cooperação e a integração de todos os participantes. Regras: cada aluno recebe 07 (sete) fichas; tira par ou ímpar para ver quem começa a brincadeira; vai-se colocando as fichas e, caso não as tenha em mãos para; completar a frase, compram-se outras no decorrer do jogo; ganha quem primeiro colocar todas as fichas na mesa. Esse tipo de jogo (Dominó de Frases) proporciona ao aluno ampliar seu vocabulário, pois o exercício de completar frases lhe garantiu subsídios para a produção escrita decorrente, além, de dar ao professor condições para um trabalho interdisciplinar. Anedota das vacas Objetivo: trabalhar a interpretação de um texto de forma prazerosa. Esse texto foi trabalhado por se tratar de uma anedota, adotada nesta proposta como uma forma de atividade lúdica também, inclusive resgatando o interesse natural que se tem por piadas. Entretanto como a piada exige inferências, pressupostos por parte de seus 30 interlocutores. Quanto à produção textual, será pedido que os alunos escrevam uma história engraçada que conhecem. (MOTHES, 2007, p.12). Essa atividade proporciona trazer diversos tipos de textos para a sala de aula é uma forma de tornar a prática pedagógica mais diversificada e dinâmica, como no caso do trabalho com o texto. Jogo da Velha: Objetivo desenvolver o raciocínio e a organização lógica do pensamento, incluindo a atenção no sentido de fazer o aluno se concentrar no jogo; respeitar-se mutuamente; motivar o aluno para a produção escrita. Segundo passo: atividades escritas: a) Formar frases com as palavras: jogo, velha; b) Escrever com as próprias palavras sobre o porquê do Jogo da Velha ter recebido esse nome; c) Ouvir o texto sobre a origem do jogo lido pela professora; d) Produção textual: reproduzir, por escrito, o texto lido pela professora; e) Comparar e discutir a sua ideia sobre o Jogo da Velha com o texto lido pela professora. (MOTHES, 2007, p.13). As atividades com o Jogo da Velha mostram que é possível transformar qualquer atividade lúdica num trabalho pedagógico. Nesse caso, além dos exercícios, a proposta de iniciar o trabalho com correspondência, partindo do bilhete (sua estrutura e especificidade) prepara os alunos para esse tipo de gênero textual. Brincar é Gostoso - 1º Passo: leitura silenciosa (pelos alunos) e oral (primeiramente pela professora, depois pelos alunos). 2º Passo: os alunos responderam as seguintes questões: a) Quem é o autor do texto? b) De acordo com o texto, como podemos brincar? c) Escreva o nome de uma brincadeira que você pode brincar usando as mãos e os pés. d) Quais brincadeiras você pode brincar com vários amigos? e) Escreva o nome de uma brincadeira que podemos brincar em sala de aula. f) Em sua casa, do que você costuma brincar e com quem? g) Quais brincadeiras meninos e meninas podem brincar juntos? 3º Passo: Produção Textual: Escreva sobre o jogo que você escolheu: a) Com quem você jogou? b) Quais as regras desse jogo? b) Quais as regras desse jogo? O texto trazido fala sobre o brincar e assim as crianças podem escrever sobre o brincar de forma descontraída vão realizar as atividades propostas com prazer. . (MOTHES, 2007, p.15). Objetivo: Ressaltar o significado do lúdico e sua importância no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. No dia que a atividade será realizada vai ser levado vários jogos (dama, trilha, jogo da velha, dominó) e, em duplas, os alunos escolherão o que queiram jogar. Após a brincadeira, será trabalhado o texto “Brincar é Gostoso”. Pensando em algumas atividades que possam auxiliar na pratica pedagógica na educação infantil seria interessante trabalhar com jogos e, após, fazer atividades com a palavra do Jogo exemplo: Jogo da velha escrever com fita no chão e os deixar contornar as palavras, outra possibilidade é escrever no quadro e entregar palitos coloridos que eles mesmos tiveram a oportunidade de colorir, mostrar formas de montar a letra com 31 palitos também seria interessante, ensinar que podem usar o corpo humano para formar letras. São todas atividades bem simples, mas que podem ajudar a ampliar os seus conhecimentos. Najar e Alves (2004, p. 126) ressaltam que as situações de aprendizagem (letramento) consistem em atividades significativas, envolvendo letras, palavras e textos, como: 1.Vivência com a escrita de palavras significativas, a partir do próprio nome da criança; 2. Experimentação livre da escrita e leitura em que a criança escreva ou leia, do seu próprio jeito, como ela acha que é; 3. Leituras diárias pelo professor, não só de livros de histórias, mas de diferentes materiais escritos (cartas, bilhetes, jornais, revistas etc.) 4. Produções escritas das crianças (em grupo ou individual) a partir de lidas, relatos de passeios, de seus próprios desenhos etc; 5. Construção de livros de histórias, de jornal, de álbum, de dicionário; 6. Contato com jogos em que a criança pense sobre suas hipóteses: bingo, memória, quebra-cabeça, dominó, palavras cruzadas, entre outros. As autoras enfatizam que para haver compreensão por parte da criança, e esta se sentir atraída para a construção desse conhecimento são necessárias a mediação e a intervenção criativa, incentivadora, assegurando-lhe a compreensão e o significado da escrita. É nesse sentido que a ludicidade e a brincadeira são ingredientes indispensáveis deste processo. (NAJAR; ALVES, 2004). 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL Propiciar que as crianças tenham a oportunidade de vivenciar novas experiências a partir da união da escrita com a ludicidade, proporcionando conhecimento e significadoacerca dos mecanismos da escrita. 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Participar e comunicar-se em espaços de conversa coletiva, apoiando-se não apenas na fala complementar do professor, mas também em sua memória e em seus próprios recursos expressivos. 32 - Participar de acordo com suas hipóteses em situações significativas de escrita. - Participar de atividades lúdicas no desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao seu desenvolvimento. - Participar de atividades que proporcionam dominar, progressivamente, a fala, a leitura e a escrita; - Participar de atividades que desenvolvam atenção, foco e raciocínio lógico. 6 CONTEÚDOS Linguagem oralidade, Linguagem leitura; Linguagem escrita; Linguagem Geografia; Linguagem História; Linguagem Português; Linguagem Matemática; Linguagem ciências; 7 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Na metodologia estão descritas todas as práticas pedagógicas, dinâmicas e recursos utilizados no decorrer do estágio que será realizado, no período do dia 7 a 11 de Maio. 33 7.1 EXPLORANDO O MUNDO DA LEITURA E DA ESCRITA No dia 07/05/2017, inicio meu estágio com o Ensino Fundamental. Na chegada as crianças vão ser recepcionadas na sala do 4º ano. Para iniciar com a aula de leitura serão disponibilizados 20 minutos para leitura e 5 minutos para eles explicarem sobre o livro que estão lendo a parte que mais gostaram e o que mais chamou a atenção durante a leitura. Na primeira aula vou fazer a chamada e colocar o dia no quadro antes de começar com a aula de português e antes de iniciar a aula vou fazer uma breve explicação que durante a semana estarei fazendo estágio de prática que será aplicado com a turma. Começando a aula, vou pedir que levantem e peguem suas apostilas na página 50, antes de iniciar com o texto Admirável mundo louco da autora Ruth Rocha, vou ler a pergunta inicial (Você já imaginou como um extraterrestre enxergaria nossas grandes cidades?) (Anexo A) fazendo uma breve reflexão sobre a questão. Vou solicitar que os alunos exponham suas idéias com o objetivo de levantar hipóteses: Semelhanças e diferenças? Por quê? É importante explicar aos alunos que esse texto é um fragmento (uma parte) do livro indicado na referência. Vou questionar os alunos se conhecem um lugar como o apresentado no texto. Depois vou perguntar se concordam com a visão do extraterrestre sobre as grandes cidades. Vou propor que comentem quais as contribuições que poderiam dar para resolver os problemas existentes nas grandes cidades. A seguir vão responder questão de interpretação (Anexo B) seguindo as informações do texto. Na terceira aula terão História, página 158 da apostila (Anexo C) Há questões para serem respondidas retomando o que eles já estudaram. A idéia é formar grupos de quatro participantes. Eles vão responder às questões e vou escolher uma questão para cada grupo apresentar para que todos possam analisar se está certa a resposta e vamos corrigir com a participação de todos. Para encerrar aula, vou levar adivinhas. Nas aulas de Inglês e Educação Física organizarei meu material. 34 7.2 ADQUIRINDO NOVOS CONHECIMENTOS A PARTIR DA LEITURA No dia 08/05/2017, iniciar com a aula de leitura. Para isso serão disponibilizados 20 minutos para leitura e 5minutos para eles explicarem sobre o livro que estão lendo, a parte que mais gostaram e o que mais chamou a atenção durante a leitura. Vou fazer a chamada e colocar o dia no quadro. Para começar serão motivados a pegar a apostilas na página 79. Caminhando com o tempo: Ampliando o trabalho com as medidas de tempo, intensificando a leitura de horas e minutos e a percepção de duração dos intervalos de tempo (Anexo E). Para isso, vou iniciar conversando com os alunos sobre os diferentes modelos de relógios (instrumentos de medida e tempo) utilizados na sociedade percebendo a evolução social desse instrumento com o passar do tempo. Atualmente é muito comum as pessoas utilizarem o aparelho celular como relógio, ou seja, como instrumento que favorece a observação na marcação da passagem do tempo. Em relação à leitura de horas nos relógios temos basicamente duas formas a de relógio analógico de ponteiro e a de relógio digital. Em relação a notação matemática de hora, que tem como base o sistema internacional de medidas de 2012: Que diz sobre os espaçamentos entre números e símbolos: O valor de uma grandeza deve ser expresso com o produto de um número por uma unidade entre o número e a unidade. Entre o número e a unidade deve haver um espaço que deve atender a conveniência de cada caso, por exemplo, em frases de textos correntes é dado normalmente o espaçamento correspondente a uma ou meia letra. outras técnicas sobre a notação científica de hora: utiliza-se o h (maiúsculo) como símbolo de hora, min (minúsculo) como símbolo de segundo. a simbologia não tem plural, nem usa ponto final se é colocada a ponto final se a simbologia está no final de uma frase, ou seja, o ponto final é da frase e não do símbolo. Para que as crianças melhor entendam vou mostrar um relógio de cada tipo. Na terceira aula tem história vou contar uma história (Anexo F) Míni Larousse da pré-história: Tudo sobre nossos ancestrais - como eram suas habitações, quais eram os animais da época, a caça e a pesca, como preparavam seus alimentos, a descoberta da pedra, e seus utensílios. Após contar, vou entregar uma folha de oficio e pedir para que 35 escrevam o que mais chamou atenção nessa história sobre os nossos ancestrais e façam um desenho como eles imaginam que era a vida dos ancestrais, por exemplo, eles caçando, fazendo utensílios. Aula de Inglês e Educação Física irei organizar os meus materiais. 7.3 UNINDO LUDICIDADE E ESCRITA NO ESPAÇO ESCOLAR No dia 09/05/2017, Para iniciar com a aula de leitura serão disponibilizados 20 minutos de leitura e 5 minutos para eles explicarem sobre o livro que estão lendo, a parte que mais gostaram e o que mais chamou a atenção durante a leitura. Será feito a chamada e dia vou colocar no quadro. Para iniciar com a aula vou pedir que peguem suas apostilas na página 52 (Anexo G) há atividades lúdicas: Ajudar o extraterrestre a encontrar o caminho, para identificar algumas fontes de poluição. Após a checagem desses caminhos, darei continuidade à conversa de como podemos ajudar na resolução desses problemas encontrados. Vou conversar ainda sobre os tipos de Construções em que moramos: casas, apartamentos, sobrados. Na página 53 (Anexo H) o extraterrestre viu nosso mundo com os olhos dele. Olhos de outro mundo! E alguém também viu esse viajante do espaço, mas viu com os olhos deste mundo. Os alunos observarão como essas pessoas o descrevem e completarão o diálogo de acordo com as palavras. Na outra aula vou entregar tiras (Anexo I) para eles fazer uma história para utilizarem parágrafos, ponto, vírgula e verificar se a ortografia está correta. Na segunda aula haverá troca dos livros. Na terceira aula de ciências vamos fazer uma experiência. Como já estudaram sobre os vulcões escolhi fazer um vulcão de argila: Usando argila vamos modelar o vulcão sobre uma tábua. No topo fazer a cavidade onde possa ser colocado um frasco de plástico ou de vidro. Vamos colocar o frasco no interior do vulcão. Em um copo misturar vinagre e corante vermelho que vai simular a lava do vulcão. Dentro de um frasco que estará dentro do vulcão, colocarei uma colher de bicarbonato de sódio. Depois adiciona a mistura de vinagre e corante. E agora só observar a erupção. Antes de fazer o vulcão vamos conversar sobre o que eles já estudaram sobre os vulcões. 36 Ensino Religioso vão assistir a um vídeo falando sobre a amizade sobre
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