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Danielle Gerin – 201901313621 Prática IV – Caso Concreto 11 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __ - UF Processo nº __ ANTÔNIO AUGUSTO, já qualificado nos autos, representado por seu advogado devidamente constituído através de procuração, nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS que move contra MAXTV S.A. e LOJAS DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA., ambas já qualificadas, vem, respeitosamente, em razão da sentença de fls. __, interpor o presente recurso de APELAÇÃO consoante o artigo 1.009 do Código de Processo Civil, pelas razões de fato e de direito anexas. Ademais, requer a intimação das partes contrárias para, querendo, apresentar suas contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. Por fim, requer que seja realizada a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça, para sua admissão, processamento e julgamento, bem como a juntada das custas de preparo, devidamente quitadas, que seguem em anexo. Nestes termos. Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB/UF nº __ Danielle Gerin – 201901313621 Prática IV – Caso Concreto 11 EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXX RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO Processo nº __ Vara de Origem: __ Parte apelante: ANTÔNIO AUGOSTO Parte Apelada: MAXTV S.A e LOJAS DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA. COLENDA CÂMARA NOBRES JULGADORES 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE E CABIMENTO O apelante é considerado parte legítima, com interesse sucumbencial, devidamente representado, conforme se verifica, dessa forma, preenche os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade. Trata-se de sentença de mérito que encerrou toda a relação jurídica de direito processual. Portanto, cabível, no caso, o presente recurso de apelação conforme artigo 1.009 do Código de Processo Civil. 2. DA TEMPESTIVIDADE O recorrente foi intimado da decisão aos em xxx e protocolizou o presente recurso em xxx, portanto no prazo de quinze dias previstos em lei, conforme parágrafo 2º do artigo 1.009 do CPC. 3. BREVE SÍNTESE DOS FATOS O apelante, após se mudar para seu novo apartamento, adquiriu diversos eletrodomésticos em 20/10/2015, inclusive TV de LED com sessenta polegadas, acesso à Internet e outras facilidades, pelo preço de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Depois de funcionar perfeitamente por trinta dias, a TV apresentou superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provocando danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor. Não obstante a reclamação que lhes foi apresentada em 25/11/2015, tanto o fabricante (MaxTV S.A.) quanto o comerciante de quem o produto fora adquirido (Lojas de Eletrodomésticos Ltda.) permaneceram inertes, deixando de oferecer qualquer solução. Diante disso, em 10/03/2016, Antônio Augusto propôs ação perante Vara Cível em face tanto da fábrica do aparelho quanto da loja em que o adquiriu, requerendo: a substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; a indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e a indenização por danos morais, em virtude de a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual a família ficou, durante algum tempo, sem usar a TV. Danielle Gerin – 201901313621 Prática IV – Caso Concreto 11 O juiz, porém, acolheu preliminar de ilegitimidade passiva arguida, em contestação, pela loja que havia alienado a televisão ao autor, excluindo-a do polo passivo, com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. Além disso, reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em contestação pela fabricante do produto, com fundamento no Art. 26, inciso II, do CDC, considerando que decorreram mais de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação. 4. DAS RAZÕES RECURSAIS A. DA LEGITIMIDADE NO POLO PASSIVO A decisão do juiz em alegar ilegitimidade passiva quanto ao segundo apelado é equivocada, considerando ser legítima a presença do segundo apelado, como comerciante, visto que o apelante não pleiteia apenas a reparação do fato do produto, que é preconizado no art. 12 do CDC. Pleiteia em verdade reparação mais abrangente, não só aos danos materiais causados pelo defeito do produto, mas também reparação aos danos morais causados pela negligência no tratamento e indiferença que foram recebidos ao buscar solução do dano. Art. 7º §ú, bem como art. 25 §1, do CDC prevê a solidariedade para responder face aos danos causados. O dano causado, é o moral, previsto no art. 927 do CC e não do art. 12 e 13 do CDC que o Juízo analisou para acolher a preliminar de forma precipitada. Sendo assim, a decisão do Juízo de 1ª instância em acolher preliminar de ilegitimidade passiva está equivocada, devendo ser revista. B. DO EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA DECADÊNCIA O juiz do caso, havia deferido o pedido de decadência proposto pelo apelado, de forma inequívoca, considerando que de acordo com o parágrafo 3º do artigo 26 do CDC: “Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.” O vício ficou evidente a partir do momento do superaquecimento que levou ao defeito do produto, que ocorreu no dia 19/11/2015. Ou seja, deste dia em diante o Apelante obtinha 90 dias de prazo, por se tratar de produto durável, para a reclamação, conforme art. 26, II do CDC. Como foi narrado nos fatos, o Apelante levou o vício ao conhecimento dos Apelados no dia 25/11/2015, apenas 6 dias após o fato do produto, sendo assim dentro do prazo de 90 dias que possuía para reclamar, o apelante o fez. O CDC é claro em seu texto ao expor “O direito de reclamar pelos vícios” e não “o direito de propor a ação”. Sendo assim o Apelante respeitou o prazo legal que era estipulado a ele. Em consonância com essa argumentação está o art. 26 §2 do CDC que deixa claro que a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtor obsta a decadência até a resposta negativa. Estando assim, a decadência afastada, visto que o Apelante, efetuou a reclamação no dia 25/11/2015, apenas 6 dias após o defeito. Relativo a resposta dos fornecedores, essa nunca ocorreu, visto que tanto o fabricante quando o comerciante, respectivamente 1º Apelado e 2º Apelado, permaneceram inertes, sem apresentar qualquer solução e muito menos a negativa a solver o defeito. Danielle Gerin – 201901313621 Prática IV – Caso Concreto 11 Tornando assim a decisão proferida pelo juízo a quo equivocada, requerendo o apelante a reforma da decisão de 1º Grau. 5. DOS PEDIDOS Diante do exposto, o autor requer a esse juízo: a. admissão do recurso, tendo em vista o preenchimento dos requisitos de admissibilidade; b. recebimento nos regulares efeitos devolutivo e suspensivo; c. o provimento do recurso, com consequente reforma da sentença para que afaste a preliminar de ilegitimidade, afaste a ocorrência de decadência e julgue procedente a reparação de danos; d. a inversão dos ônus de sucumbência; e. a majoração dos honorários advocatícios nos termos do art. 85, § 11, do CPC. Nestes termos. Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB/UF nº__
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