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PROCESSOS DECISÓRIOS E NEGOCIAÇÃO AULA 3 Prof. Eric Gil Dantas 2 CONVERSA INICIAL Métodos de apoio à decisão O objetivo desta aula é oferecer a você elementos para iniciar o entendimento dos já explicados métodos de apoio à decisão. Começaremos a entrar no assunto dos métodos em si. Mas, primeiramente, veremos o que são as estruturas de preferências dos decisores e quais os seus pressupostos (uma relação binária entre a preferência por A ou B). No entanto, nem sempre as pessoas (decisores inclusos nesse grupo) são coerentes e é por isso que, na segunda parte da aula, iremos analisar a consistência, a coerência e a transitividade dos decisores – a transitividade das preferências é algo que esperamos da racionalidade do indivíduo. Posteriormente, iremos ver quais são os critérios levados em consideração quando começamos a pensar sobre que método utilizar para auxiliar o decisor a escolher uma alternativa, além de examinarmos alguns métodos consagrados, no mercado, para angariar a opinião pública, com o objetivo de adicionar variáveis aos nossos modelos de análise. Por fim, nas duas últimas partes da aula iremos conhecer melhor o primeiro método que antes apresentamos, o chamado método da dominância. Para facilitar o entendimento, iremos replicar o exemplo de uma aplicação desse modelo na realidade, retirado de Cruz, Barreto e Fontanillas (2014). Bons estudos! TEMA 1 – ESTRUTURAS DE PREFERÊNCIAS Já falamos que todo decisor tem suas preferências e isso deve ser considerado pelo analista na hora de propor um modelo ou um método de apoio à decisão. Essa estrutura de preferências é uma relação binária entre alternativas, em face de um critério específico (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 204). Também podemos dizer que Um Sistema de Relações de Preferências ou uma Estrutura de Preferências é uma coleção de relações de preferências (ou relações binárias) aplicadas sobre um conjunto A, tal que: - para cada par de elementos de A, pelo menos uma das relações dessa coleção se aplica (exaustividade); - para cada par de elementos de A, se uma das relações dessa coleção se aplica, nenhuma outra pode ser aplicada (exclusividade). (Almeida, 2013, p. 30) 3 Segundo Cruz, Barreto e Fontanillas (2014), as preferências entre duas alternativas podem se dar das seguintes formas: a. numa relação de indiferença (A é igual a B); b. de preferência estrita (A é muito melhor do que B); c. de preferência fraca (A é apenas um pouco melhor do que B); d. de incomparabilidade (A não tem relação com B). Almeida (2013, p. 29) conceitua a como correspondendo “[...] à existência de razões claras para o decisor que justificam a equivalência entre dois elementos”; b como “[...] correspondente à existência de razões claras para o decisor, que justificam uma preferência significativa em favor de um (bem identificado) dos dois elementos”; c como “[...] correspondente à existência de razões claras, que invalidam a preferência estrita em favor de um dos dois elementos”; e d como “[...] correspondente à ausência de razões claras para o decisor, que justificam qualquer das três situações precedentes [elemento indiferente, estrito ou fraco]”. Além dessas formas de preferência, Almeida (2013) classifica as estruturas de preferência também em: a. Preferência fraca, que “[...] corresponde à existência de razões claras para o decisor, que invalidam a preferência estrita em favor de um dos dois elementos, mas essas razões são insuficientes para distinguir [...] uma preferência estrita em favor do outro” (Almeida, 2013, p. 29), ou seja, prefere-se um pouco B a A. b. Não preferência, que “[...] corresponde a uma ausência de situações claras para o decisor, para justificar a preferência estrita ou preferência fraca em favor de um dos elementos” (Almeida, 2013, p. 29), ou seja, há uma situação de indiferença diante de duas alternativas, sem que se seja capaz de um diferenciamento entre ambas. c. Preferência J ou presunção de preferência, que corresponde à existência de “[...] razões claras para o decisor, que justificam a preferência fraca, sem se preocupar o quão fraca, em favor de um dos dois elementos, embora não exista nenhuma divisão significativa estabelecida entre a situações de preferência e indiferença” (Almeida, 2013, p. 29). 4 d. Sobreclassificação, que corresponde à “[...] existência de razões claras para o decisor, que justifiquem a preferência P ou a preferência J em favor de um dos dois elementos, embora não exista nenhuma divisão significativa estabelecida entre as situações de preferência estrita, fraca e indiferença” (Almeida, 2013, p. 29-30). Essa estrutura de preferências é demonstrada com base em notações matemáticas, sendo indiferença simbolizada por (I), preferência estrita por (P), preferência fraca por (Q), incomparabilidade por (R), não preferência por (~) e sobreclassificação por (S). Isso quer dizer que podemos demonstrar cada situação sem utilizar toda a expressão A é estritamente preferível a B, mas escrevendo apenas que aPb; ou que aRb, para dizer que ambas as alternativas são incomparáveis. TEMA 2 – CONSISTÊNCIA, COERÊNCIA E TRANSITIVIDADE Como vimos, os decisores têm uma estrutura de preferências que deve ser levada em consideração e as preferências têm relações entre si, não apenas de forma binária (uma em relação à outra específica), mas em um conjunto de alternativas (A, B, C, D, E...). Assim sendo, espera-se que haja uma transitividade entre as preferências. Se você prefere A a B e B a C, logo A será preferível a C, o que chamamos de princípio da transitividade. Se o indivíduo está se comportando de forma racional, espera-se que ele cumpra esse princípio, pois não faria sentido João preferir um carro C a um carro B e preferir o carro B ao carro A e mesmo assim preferir o carro A ao carro C, por exemplo. No entanto, existem dois tipos de inconsistências. A primeira é a ordinal, em que, “[...] seguindo a lógica, se um decisor considera a alternativa A melhor que a B e esta melhor que a C, a inconsistência aconteceria se o julgador considerar que A é pior que C” (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 215). A segunda é a chamada inconsistência cardinal, explicada da seguinte forma: [...] se um decisor considera que a alternativa A é muito melhor que a B, sendo que B, por sua vez, é muito melhor que a C, a inconsistência aconteceria se o julgador considerar que A é apenas um pouco melhor que C, pois essa relação deve ser, no mínimo, tão intensa quanto AB ou BC. (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 216) 5 Recapitulemos: Transitividade: A → B → C, logo, A → C; ou, nas dotações matemáticas aprendidas, se aPb e bPc, logo aPc. Aqui, o indivíduo mantém a coerência em relação às suas preferências. Não transitividade: A → B → C e, mesmo assim, C → A; ou, nas dotações matemáticas aprendidas, mesmo com aPb e bPc, ocorre cPa. Nesse caso, o indivíduo não mantém a coerência entre suas preferências. TEMA 3 – CRITÉRIOS DE JULGAMENTO 3.1 Discussão geral Os critérios são os fatores que pelos quais as alternativas são julgadas, descrevendo suas características. Como vimos no exemplo da matriz de decisão estudada em aulas anteriores, podem ser variáveis esses critérios: preço de um produto/serviço, nível ou grau técnico, possibilidade de apresentar defeitos, confiabilidade da entrega, em tempo, do produto etc. Cruz, Barreto e Fontanillas (2014, p. 200) pontuam que, para a correta definição dos critérios, é preciso que eles: a. [...] descrevam completamente o problema, sendo, portanto, abrangentes; b. [...] sejam coerentes (se uma alternativa é melhor individualmente em todos os critérios, no geral ela também deve ser melhor); c. [...] não sejam redundantes – para tanto é necessário eliminar os critérios fúteis ou repetitivos.Segundo os autores, normalmente a quantidade máxima de critérios utilizados fica em um intervalo de 5 a 15 variáveis. Essa limitação se dá por conta dos custos que envolvem uma decisão demorada, numa organização. Apesar de academicamente ser razoável acrescentar mais critérios (temos exemplos de modelos computacionais sofisticados que compreendem muito mais do que 15 variáveis), quando vamos à realidade de uma organização – pública ou privada – não será razoável dispormos tantos critérios para um decisor, pois isso leva tempo e dinheiro, além de haver uma limitação cognitiva para que o decisor aceite levar em consideração esse método. Em um serviço público, do tipo educação universitária de nível superior, poderíamos pensar na contratação de um professor com base em cinco critérios. 6 Vejamos quais: 1. volume de publicações em periódicos acadêmicos, ou seja, quanto mais publicações em revistas acadêmicas, melhor; 2. maior tempo em sala de aula, ou seja, quanto mais aulas ele já deu na vida (sua experiência profissional como professor), mais qualificado será; 3. titulação, ou seja, quanto maior a titulação acadêmica (hierarquicamente falando), se doutor ao invés de mestre ou se mestre ao invés de especialista, melhor; 4. avaliação por uma prova escrita, sendo que, quanto maior a nota nessa prova escrita, melhor será o professor; 5. avaliação por prova didática, pois, quanto mais didática uma banca avaliar uma aula dada e quanto melhor o conteúdo ministrado, melhor será o professor. Na verdade, é exatamente esse o processo seletivo de um professor de ensino superior no serviço público. Perceba que, quanto mais critérios forem colocados, mais caro será o concurso, pois, para cada passo desse processo, toda uma estrutura (com profissionais e materiais) é necessária. Justamente por isso, temos que escolher os melhores critérios julgadores possíveis, economizando tempo e dinheiro. Se analisarmos criticamente, podemos pensar que um critério possa ser adicionado (por exemplo, entrevista com o chefe do departamento em que ele trabalhará, para poder avaliar sua inteligência emocional e como lidará com os colegas de trabalho) ou subtraído (se já há publicações acadêmicas e uma aula, para que fazer o candidato se submeter a uma prova escrita, depois, tendo que n outros professores gastarem tempo corrigindo essa prova?). Saber julgar bem os critérios é fundamental. 3.2 As pesquisas de mercado Um segmento importante que Cruz, Barreto e Fontanillas (2014) lembram são as pesquisas de mercado. Esse tipo de pesquisa, muito prática, nos coloca desafios para pensarmos as nossas variáveis, sobre os quais discutimos bastante ao longo desta aula. No setor de gestão, é muito comum se realizar pesquisas com questionários sobre temas diversos, pedindo para que o 7 entrevistado responda sim ou não; se conhece ou não conhece determinado produto ou serviço; se o aprova ou não. Isso também nos coloca o desafio de como contabilizar tal variável. Um exemplo importante nesse quesito é a escala de Likert. Como explica Cervi (2017, p. 64): São escalas de cinco pontos que variam de 1. Concorda muito; 2. Concorda; 3. Indeciso/indiferente; 4. Discorda; e 5. Discorda muito. Há várias formas de construir escalas. Elas oferecem mais segurança na ordenação porque leva em conta a intensidade das respostas, as oposições e ainda apresenta um ponto médio ou neutro. Muito comuns em pesquisas de opinião pública, as escalas de Likert também podem nos servir de subsídio para pesquisas de mercado, igualmente aplicáveis ao serviço público, como no caso de uma pesquisa de demanda para a abertura de uma nova unidade de saúde, em uma dada região. Outro exemplo de pesquisa implica ordenação, como quando um aplicador de questionário pergunta se alguém prefere ir à praia, ao shopping, ao museu ou ao estádio de futebol, pedindo ao entrevistado para ordenar as suas preferências. Esses dois exemplos nos servem para saber que há inúmeros métodos para angariarmos a opinião de pessoas e incluí-la em um modelo de decisão, de forma objetiva. TEMA 4 – MÉTODO DA DOMINÂNCIA O primeiro método de apoio à decisão que estudaremos aqui é o chamado método da dominância, que pode ser explicado da seguinte forma: Esse método consiste em uma simples estruturação dos problemas multicritério. Trata-se, essencialmente, do exercício da capacidade de isolar os critérios para análise das alternativas. Isso é importante ressaltar, pois o método determina que, para uma alternativa ser dominante em relação às outras, ela deveria ser tão superior que provavelmente o decisor já perceberia isso sem precisar aplicar o método. Porém, o exercício contínuo do método da dominância permite a adequação do julgador à difícil tarefa de julgar uma alternativa isoladamente. (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 222) Nesse método, uma alternativa será considerada “dominada” por outra, caso todos os critérios apontem que esta alternativa é igual ou melhor do que a outra, sendo que, necessariamente, ao menos em uma delas alguma seja melhor. Exemplificando, se tivermos três critérios para escolher entre duas 8 opções, A e B, se em dois critérios ambas as alternativas sejam iguais e em uma delas a alternativa A seja melhor, teremos que A dominará B. Primeiramente, precisamos fazer um julgamento do método, ou seja, determinar com base em que julgaremos os vários critérios existentes. Aqui, utilizaremos notas, mas é possível utilizar outra forma de julgamento, apenas sendo necessário que seja algo que indique que um é melhor do que outro e quão melhor, ou seja, um número que ordene, mostrando qual a distância entre uma opção e outra. Cruz, Barreto e Fontanillas (2014) afirmam que esse método suporta dois tipos de julgamentos. Um primeiro julgamento seria mais rigoroso, que quem tiver melhor nota leva, ou seja, 10 é melhor do que 9 e ponto final. E um segundo, mais benevolente, em que se estabelece uma nota de corte e, caso as alternativas superem essa linha de corte, elas serão levadas em consideração igualmente – como quando alunos são aprovados por atingirem a nota mínima 7 e, em tese, não há diferenciação entre eles para a escola, há apenas se o aluno é aprovado ou reprovado. Após a fase de julgamento, temos a chamada fase analítica desse método, “[...] que consiste na identificação de alguma alternativa dominante, isto é, uma alternativa que não seja pior que nenhuma outra em critério algum” (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 224). TEMA 5 – MÉTODO DA DOMINÂNCIA (APLICAÇÃO) Reproduziremos aqui o exemplo dado pelos autores do texto-base da disciplina (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014). O exemplo é o da escolha de qual cachorro (raça) uma família comprará. Primeiramente, é importante indicarmos quais são as alternativas possíveis. Nesse caso, temos três cachorros de diferentes raças: 1. pastor-alemão; 2. beagle; 3. labrador. Para avaliar essas alternativas, foram estabelecidos três critérios: o de preço de compra do cachorro, o de tamanho do animal e o de quão carinhoso ele é. Vejam que os critérios escolhidos são medidos, normalmente, em unidades monetárias (no Brasil, o real); metros (ou centímetros); e adjetivamente (se ele 9 é um cão carinhoso ou raivoso). No entanto, na parte de julgamento, dissemos que necessariamente estabeleceríamos, para os critérios, notas. Assim sendo, vejamos como transformaremos cada variável em nota. Primeiro, o preço. Essa variável é um tanto óbvia: quanto mais barato for, melhor para nós – no caso, quanto mais barato o cachorro, maior a nota. Segundo, o tamanho. Nesse caso, os autores assumiram que a família relaciona o tamanho do cachorro à sensação de segurança, pois um cachorro grande pode assustar mais um ladrão do que um pequeno. Mas, isso depende diretamente da demanda da família, pois, casoela more em um apartamento, provavelmente a relação será exatamente oposta e, quanto maior o cão, pior será para criá-lo. Assumamos, para esse caso, que, quanto maior o cão, melhor a nota. Terceiro, o carinho. Aqui, os autores assumiram que a família demandava mais um cachorro carinhoso do que um que não o fosse (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014). Apesar de isso não ser óbvio, pois, caso a demanda fosse em relação estritamente à segurança, poderia se pensar o contrário, que um cachorro não carinhoso faria com que possíveis invasores tivessem mais receio de entrar na casa. Mas, assim sendo, para essa família hipotética, quanto mais carinhoso for o cachorro, maior será a sua nota. Vimos, em aulas passadas, que, quando falamos de alternativas, na verdade estamos pensando em suas consequências e não nas alternativas em si (em tese, ninguém quer um pastor-alemão só porque ele é um pastor-alemão). Nesse caso, a família está pensando em um cachorro que seja barato, que tenha um tamanho que dê segurança à casa e que seja carinhoso. A família quer as consequências desse tipo de cachorro. Agora, vejamos, na Tabela 1, as notas dadas para cada um dos critérios elencados. Tabela 1 – Julgamento de dominância (por nota) Alternativas/critérios Preço Tamanho Carinho Pastor 9 10 7 Beagle 10 6 10 Labrador 8 10 10 Fonte: Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 226. 10 Agora, com as notas de cada critério, temos que pensar o que fazer com elas. Somaremos todas elas para calcular uma média? Seria possível, pois aqui temos uma escala de 0 a 10 para todos os critérios, ou seja, uma certa padronização em relação às variáveis. Mas, não é uma comparação entre médias dos critérios que o método da dominância propõe. Ele propõe que, com as notas, possamos analisar, par a par, qual cachorro é melhor, com base em cada critério. Tabela 2 – Julgamento de dominância (par a par) Preço Tamanho Carinho P < B P > B P < B P > L P = L P < L B > L B < L B = L Fonte: Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 226. Analisando os resultados, podemos ver que: a. com base no preço, o cachorro de raça beagle vence em ambos os casos; b. no tamanho, o pastor-alemão e o labrador vencem e o beagle perde; c. em relação ao carinho, beagle e labrador vencem e o pastor-alemão perde. Nesse exemplo, temos que todas as três alternativas (raças de cachorro) perderam em pelo menos um dos critérios propostos, não existindo assim uma alternativa chamada de dominante. Sendo assim, utilizaremos outra saída, por esse mesmo método. Como o labrador não perdeu em nenhum dos critérios, ele poderá ser considerado a alternativa dominante. Esse método não dá ao decisor a chamada melhor alternativa, “[...] pois já discutimos que isso não existe e que o objetivo do método não é escolher por nós, e sim auxiliar na decisão” (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 227). Esse método tem por objetivo mostrar que o labrador, por não perder em nenhuma das comparações par a par, pode ser uma boa alternativa. Cabe à família optar por um dos cães, agora, tendo visto as comparações critério por critério, raça por raça. 11 Vale ressaltar que, nesses critérios, não foram utilizados pesos, tendo todas as variáveis pesos iguais (= 1). Mas, suponhamos que a mesma família tivesse mais demanda por um dos critérios, por exemplo, preço. Em dificuldades financeiras, mas com o objetivo de criar um cachorro, ser mais barato poderia ter peso 2, ficando equivalente ao tamanho e ao carinho somados. Isso poderia mudar a sugestão de alternativa predominante, pois o labrador é o cachorro mais caro, dentre os três. O peso pode ir para qualquer um dos critérios, pois, se a família tivesse mais demanda por segurança, esta seria a alternativa com o peso maior. NA PRÁTICA Tendo estudado o primeiro método de apoio à decisão apresentado na disciplina, o chamado método da dominância, seria importante que você pensasse em uma situação simples para um possível caso, na Administração Pública, que pudéssemos resolver utilizando o referido método. Uma opção seria acompanhar um processo de licitação para compra de materiais ou de leilão (por exemplo, de áreas de petróleo), transformando os critérios desses processos em notas, tal como aquele método sugere, assim exercitando a sua aplicação. FINALIZANDO Nesta aula, começamos a abordar, na prática, a análise da decisão. Primeiramente, vimos o que é uma estrutura de preferências de um dado indivíduo. Nessa estrutura, esperamos que os indivíduos sejam coerentes e apresentem consistência em suas preferências e decisões. No entanto, nem sempre é assim e alguns tipos de inconsistência podem aparecer nas análises de decisão. Também abrangemos o desenvolvimento de critérios para alimentar os métodos de apoio à decisão, inclusive com métodos advindos da opinião pública. Posteriormente, vimos o nosso primeiro método de apoio à decisão, o método da dominância, que auxilia decisores com base em determinados critérios, a saber qual alternativa é mais aconselhável a escolher, mas mostrando uma dominância de uma alternativa e não definindo exatamente qual decisão tomar. Para isso, estudamos um exemplo prático, o da escolha com critérios, de qual raça de cachorro determinada família deveria comprar. 12 REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. T. Processo de decisão nas organizações: construindo modelos de decisão multicritérios. São Paulo: Editora Atlas, 2013. CERVI, E. Manual de métodos quantitativos para iniciantes em ciência política. v. 1. Curitiba: Cpop-UFPR, 2017. CRUZ, E. P.; BARRETO, C. R.; FONTANILLAS, C. N. O processo decisório nas organizações. Curitiba: Editora InterSaberes, 2014.
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