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MONOGRAFIA - AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM ACERCA DOS RISCOS OCUPACIONAIS NO HOSPITAL UPA FRANCO ROCHA/SP

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LUCAS MOTTA DA ROSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS TRABALHADORES DE 
ENFERMAGEM ACERCA DOS RISCOS OCUPACIONAIS NO HOSPITAL UPA 
FRANCO ROCHA/SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
LUCAS MOTTA DA ROSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS TRABALHADORES DE 
ENFERMAGEM ACERCA DOS RISCOS OCUPACIONAIS NO HOSPITAL UPA 
FRANCO ROCHA/SP 
 
 
 
Monografia apresentada à Escola 
Politécnica da Universidade de São Paulo 
para obtenção do título de Especialista em 
Engenharia de Segurança do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. 
À minha esposa Aline Pansarine da Rosa e minha filha Bárbara Pansarine da 
Rosa que estiveram sempre ao meu lado me apoiando e motivando, pois sem 
elas nada faria sentido. 
Agradeço a diretoria da Unidade de Pronto Atendimento de Franco da Rocha 
em nome dos coordenadores Genilson Geraldo e Lincoln Salgado e todos que 
participaram da pesquisa. 
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu 
muito obrigado. 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Pretende-se no presente trabalho uma discussão sobre os conhecimentos dos 
profissionais de enfermagem de um Hospital sobre os riscos ocupacionais, 
objetivando delimitar e compreender esses conhecimentos e discutir sua ligação 
com os acidentes do trabalho registrados em ambiente hospitalar. Para tanto, 
parte-se de pesquisa qualitativa e empírica, onde o substrato teórico construído a 
partir da análise da contribuição teórica e das pesquisas de diversos autores sobre 
saúde, enfermagem e acidentes ocupacionais são relacionadas à uma série de 
entrevistas com profissionais de enfermagem na Unidade de Pronto Atendimento 
– UPA, da cidade de Franco da Rocha. Constata-se que os profissionais possuem 
conhecimentos razoáveis sobre riscos ocupacionais e como preveni-los, e que 
esses conhecimentos têm bastado para prevenir de fato os profissionais dos 
acidentes e adoecimentos, que raramente tem ocorrido. Mas os profissionais de 
enfermagem entrevistados demonstraram dificuldades em explicar, a nível mais 
conceitual, sobre o que é acidente ocupacional. Diante do levantamento teórico 
relaizado e do confronto com as informações colhidas junto aos profissinais de 
saúde entrevistados foi possível delinerar um quadro indicando que existe o 
conhecimento e a preocupação do prossifional com relação aos riscos da 
atividade laborativa, indicando-nos a necessidade de uma ampliação e 
aprofundamento do conhecimento técnico por parte desses profissionais em 
relação a tal problemática, o que poderia minimizar ainda mais a incidência de 
sinistros laborativos e funcionar como catalisador e difusor das técnicas de 
segurança do trabalho naquele meio. 
 
 
PALAVRAS-CHAVES: Enfermagem. Risco ocupacional. Normas de segurança. 
Infecção. 
ABSTRACT 
 
 
The aim of this paper is to discuss the knowledge of nursing professionals in a 
hospital about occupational risks, aiming to delimit and understand this knowledge 
and discuss its connection with occupational accidents recorded in a hospital 
environment. To do so, it starts with qualitative and empirical research, where the 
theoretical substrate built from the analysis of the theoretical contribution and 
research by various authors on health, nursing and occupational accidents is 
related to a series of interviews with nursing professionals in the Unit Emergency 
Department - UPA, in the city of Franco da Rocha. It appears that the professionals 
have reasonable knowledge about occupational risks and how to prevent them, 
and that this knowledge has been sufficient to actually prevent professionals from 
accidents and illnesses, which has rarely occurred. But the nursing professionals 
interviewed showed difficulties in explaining, at a more conceptual level, what 
occupational accidents are. In view of the theoretical survey and the confrontation 
with the information gathered from the health professionals interviewed, it was 
possible to delineate a table indicating that there is the knowledge and concern of 
the professional in relation to the risks of work activity, indicating the need for 
expansion and deepening of technical knowledge on the part of these 
professionals in relation to this problem, which could further minimize the incidence 
of labor claims and act as a catalyst and diffuser of work safety techniques in that 
environment. 
 
 
KEYWORDS: Nursing. Occupational risk. Safety rules. Infection. 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1: Dados da pesquisa de Balsamo e Feli sobre exposição a líquidos 
corporais 22 
Figura 2: Dados da pesquisa de Balsamo e Feli sobre exposição a líquidos 
corporais segundo tipo de acidentes e agente causador 23 
Figura 3: Informações obtidas na pesquisa de campo com relação aos 
profissionais entrevistados que sofreram acidentes no trabalho 26 
Figura 4: Informações obtidas na pesquisa de campo com relação ao 
conhecimento teórico dos entrevistados sobre a definição de acidente de trabalho 
– “Sabe o que é acidente do trabalho” 27 
Figura 5: Informações obtidas na pesquisa de campo junto aos entrevistados 
sobre a frequência e regularidade de capacitação fornecida pela Unidade de 
Saúde palco da pesquisa - “Formação ou capacitação sobre prevenção de 
acidentes” 29 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO 08 
1.1. OBJETIVOS 08 
1.2. JUSTIFICATIVA 09 
2. REVISÃO DA LITERATURA 10 
2.1. O HOSPITAL E A ENFERMAGEM 10 
2.1. SEGURANÇA DO TRABALHO NA ENFERMAGEM 14 
3. METODOLOGIA 24 
3.1. ESTUDO DE CASO – UPA – FRANCO DA ROCHA 24 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES DA PESQUISA 26 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33 
APÊNDICE A – AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS 37 
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO 38 
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA 39 
 
 
8 
1. INTRODUÇÃO 
Dentre os profissionais que trabalham nos hospitais, os profissionais de 
enfermagem constituem a população com maior risco de acidentes de trabalho, 
acidentes estes que podem ser muito graves, a exemplo de acidentes com 
materiais perfuro-cortantes, onde o risco de hepatites, HIV e diversas outras 
doenças podem vitimar o profissional. Diversos autores têm trabalhado o 
fenômeno, arrolando nível de risco, modalidade dos riscos, oferecendo dados 
empíricos com trabalhos em diversos hospitais, assim como incluindo a discussão 
dentro de quadros teóricos que lhe dão orientação e compreensibilidade. 
 
1.1 OBJETIVOS 
Este trabalho busca discutir os conhecimentos que profissionais de enfermagem, 
da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Franco da Rocha - SP, possuem 
sobre os riscos inerentes ao seu trabalho, buscando compreender a ligação entre 
os conhecimentos do profissional e os adoecimentos, e acidentes de trabalho. 
Partiu-se, por isso, de um problema específico que deu orientação a pesquisa: 
qual o nível de conhecimentos que os profissionais de enfermagem da UPA, 
possuem acerca dos adoecimentos acidentes de trabalho e sobre como preveni-
los 
Compreender os acidentes de trabalho e adoecimentos a luz da análise da ligação 
entre conhecimento que o profissional de enfermagem possui sobre os acidentes, 
a exposição aos agentes biológicos e como evitá-los, buscando delimitar como 
esses conhecimentos influenciam seu trabalho operando como fator preventivo 
dos acidentes. 
 
 
 
 
9 
1.2 JUSTIFICATIVA 
Os acidentes de trabalho ocorrem com muita frequência nos hospitais, apenas de 
uma série de padronizações buscando prevenir todas as formas de acidentes 
existirem com abundância. Ocorre que o risco, apesar das diretrizes de segurança 
são, de fato, inerentes a ocupação dos profissionais de enfermagem. 
Ademais, apesar das diversas diretrizes de segurança, pesquisas tem 
demonstradoque não são poucos os profissionais que não seguem com rigor 
essas medidas de segurança, havendo desde o descaso a partir de um 
conhecimento que não se põe em prática sobre segurança, até um grau de 
ignorância perante os verdadeiros riscos ou perante os procedimentos a serem 
tomados para preveni-los. 
Diante desta constatação, dos riscos inerentes à atividade de enfermagem que, 
em que pese a multiplicidade de meios de proteção, muitas vezes superando 
Este trabalho busca contribuir para a Enfermagem enquanto ciência, buscando 
melhorar as medidas de segurança incluindo nela conhecimentos sobre os 
conhecimentos dos profissionais e não apenas sobre as medidas operacionais a 
serem seguidas, assim como contribuir para melhoria nos hospitais, através de um 
processo de extensão onde os resultados da pesquisa podem ser apreendidos 
pela gestão hospitalar e pelos profissionais de enfermagem, operando como 
autoconhecimento com vista a diminuição dos acidentes de trabalho. 
10 
2 . REVISÃO DA LITERATURA 
 
Neste tópico, procederemos ao levantamento da bibliografia já realizada sobre o 
tema em exame, com o fim de estabelecer uma base sólida para o 
desenvolvimento da pesquisa e elucidação das propostas apresentadas. 
 
2.1 O HOSPITAL E A ENFERMAGEM 
 
A palavra “Hospital”, como afirma Mozachi et. al., (2006), tem sua origem no latim 
hospitiu que significa um lugar onde as pessoas se hospedam, referende ao 
estabelecimento criado pelo clero no século IV que tinha como objetivo cuidar de 
pessoas enfermas, assim como abrigar viajantes peregrinos. Embora surgido na 
idade medieval, demorou muitos séculos para que os hospitais assimilassem a 
ideia de saúde como algo não reduzido a cura, mas com o bem-estar da mente do 
corpo em sua integralidade. Isso precisou de diversas rupturas filosóficas. Quando 
se tornou local de cura, já havia a preocupação com aspectos ligados ao espaço 
interior em relação a quantidade de leitos, assim como desenho da área útil, tipos 
de salas, ventilação, roupas e diversos instrumentos de saúde (SILVA et. al., 
2008). 
Mas um hospital não é uma mera ferramenta de saúde. Trata-se de uma 
organização perpassada por linhas de interesses, por mecanismos de poder, ou 
seja, ele está ligado ao posicionamento das classes sociais, dos Estados, dos 
mercados em relação ao fenômeno da saúde e da doença. 
Ademais, é um espaço de formação e gestão de identidades profissionais 
envolvendo status social mais amplo. Trata-se de uma organização jamais 
acabada, que se transforma conforme a sociedade muda, ou seja, os hospitais 
estão sujeitos a redefinições conforme o contexto social (FEUERWERKER e 
CECILIO, 2007). 
11 
O trabalho e sua gestão em saúde sempre foi afetada pelos avanços da ciência, 
cada dia mais em constante transformação na contemporaneidade. Essas 
transformações modificam as formas de diagnosticar doenças, de tradar a doença, 
se liga ao aumento dos custos, ao processo de institucionalização de novas 
práticas realizadas pelos profissionais de saúde, assim como gestão do trabalho 
(SCHRAIBER, 1993). 
Desta maneira, o processo de trabalho tem sido marcado por transformações que 
precisam ser compreendidas pelos profissionais. Não houve, ainda, a substituição 
de trabalhadores por equipamentos, como tem ocorrido em diversos setores da 
indústria, mas modificou-se práticas em relação as diversas reconfigurações 
tecnológicas dentro dos hospitais. A atenção à saúde está ligada, assim, a 
consensos entre profissionais e usuários, assim como o uso de tecnologias duras, 
que são equipamentos médicos e medicamentos. As tecnologias leveduras, que 
são aqueles conhecimentos científicos sobre epidemiologia e sobre clínica; e as 
tecnologias leves, que são aquelas associadas a forma como se realiza o cuidado. 
Estas últimas são procedimentos realizados tais como tipo de responsabilização 
pelo paciente, escuta, lo vínculo entre enfermeiro e paciente, singularização, 
dentre diversos outros pontos que podem ser aqui destacados (MERHY, 2002). 
As práticas em saúde, o controle sobre os meios de trabalho, a especialização e a 
assimilação de várias tecnologias estão modificando o contexto hospitalar, 
fazendo com que haja predominância de tecnologias leve-duras e duras no 
cotidiano dos profissionais de saúde, havendo uma mitigação da importância dada 
pelas instituições de saúde, para aqueles pontos ligados as relações entre 
profissionais e usuários da saúde. Assim, o trabalho em saúde tem se orientado 
para ações e sua eficácia, relegando a segundo plano as necessidades afetivas e 
subjetivas do usuário, o que significa uma definição de diminuição da perspectiva 
cuidadora, como afirmou Merhy (1997). Nas últimas quatro décadas, houve um 
crescimento das demandas dos usuários sobre benefícios da ciência médica, o 
que tem aumentado a insatisfação acerca do acesso à saúde, assim como houve 
aumento da demanda pela qualidade do atendimento em todas as dimensões 
(MENDES, 1996). 
12 
O sistema de saúde pública no Brasil se desenvolveu historicamente a partir de 
lutas sociais ligadas as demandas por democracia e cidadania, demandas estas 
que estiveram ligadas também ao Movimento de Reforma Sanitária. A 
Constituição de 1988 foi um marco nos avanços paradigmáticos sobre saúde no 
país, havendo uma democratização da saúde, pelo menos em suas bases 
constitucionais, o que já é uma conquista civilizacional. A lei 8.080, assim como a 
8.142 são também marcos importantes nesses avanços. Isso tudo deu origem ao 
Sistema Único de Saúde, conhecido popularmente com o termo SUS. 
Dentre as características desse sistema, as principais, podem ser arroladas a 
prática da saúde enquanto direito do cidadão e dever do Estado, assim como a 
relevância que o Estado passa a dar a saúde sugere que há uma vontade política 
no sentido de sua promoção, apesar dos problemas que o SUS possui desde sua 
criação. 
É interessante notar que a saúde no sistema privado também está inserida dentro 
de uma gestão por parte do Estado que jamais deixou de legislar sobre a saúde 
como um todo dentro do país. Há um alargamento, desta forma, da noção de 
saúde pública para uma perspectiva mais cidadão e republicana. Assim, o SUS 
regulamente e fiscaliza toda as instituições de saúde e não apenas as instituições 
pertencentes ao Estado. Inclui-se aí todo sistema de hospitais e clínicas 
particulares com fins lucrativos, assim como instituições que oferecem planos de 
saúde. Também se incluem neste contexto as ONGs e diversas entidades de 
filantropia ligadas a saúde no Brasil (CARVALHO, 2013). 
É interessante discutir o fato de que quando cidadãos e profissionais de saúde se 
referem aos objetivos de saúde, a imagem que vem a mente é a de tratar pessoas 
que estão doentes e que precisam ser curadas. Essa visão predomina na esfera 
pública e também na esfera privada. Isso significa que uma dimensão fundamental 
fica de fora que é aquela mais preventiva, ou seja, impedir que a população 
adoeça. Do ponto de vista de sistemas privados que lucram com os serviços de 
cura de doentes, fica aberta a questão mais crítica sobre a finalidade pública de 
instituições privadas de saúde, mas esta é uma outra questão. Mas o que importa 
aqui é enfatizar que a Constituição de 1988 e a lei 8.080 inclui uma visão distinta 
dessa que é predominante (CARVALHO, 2013). 
13 
Na Constituição de 1988, em seu artigo 196, é afirmado, acerca dos direitos 
sociais, que “saúde é direito de todos e dever do Estado garantido mediante o 
acesso igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”. Em seu artigo 198, afirma-se que deve haver “atendimento integral 
com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais”. E no artigo 200, que “ao SUS compete, além de outras atribuições 
no termo da lei... (a listagem de várias ações do SUS)” (CARVALHO, 2013). 
A lei 8.080define de forma taxativa os objetivos principais do SUS, que são (1) 
delimitar e tornar público todos os fenômenos que afetam a saúde; (2) criar 
políticas de saúde levando em consideração as esferas econômicas e sociais, 
sempre no intuito de mitigar agravos a saúde; (3) criar práticas de proteção a 
população, promover ações de assistência e prevenção. Deve promover também 
estudos epidemiológicos acerca de todos os fenômenos que condicionam a saúde 
e a doença, tais como alimentação, tipo de moradia, problemas ambientais, 
trabalho, educação, lazer, salário, saneamento, etc., e divulgar os resultados. 
Quando o SUS não faz isso, ele opera apenas dentro de um conceito reducionista 
e mercadológico de saúde, que é o da redução a cura. Essa perspectiva é 
prejudicial a própria promoção da saúde no Brasil, já que uma política de 
prevenção além de ser eficaz, diminui custos para o Estado (CARVALHO, 2013). 
A Unidade de Pronto Atendimento Doutor Franco da Rocha, que se encontra em 
Franco da Rocha, no Estado de São Paulo, na Avenida Liberdade, número 250, 
possui 18 leitos de internação adulta, entre masculino e feminino, e uma estrutura 
para com 14 leitos para Urgência e Emergência, 11 leitos entre emergência, 
observação e internação pediátrica. O hospital realiza atendimento de 
complexidade que vai de pequena a média na clínica médica e em diversas 
especialidades, tais como, pediatria, ortopedia, assim como atende pacientes 
internados com problemas neurológicos e infectológicos. 
O hospital possui também serviços de diagnósticos nas áreas de radiologia, 
eletrocardiografia, assim como diversos exames de análises clínicas. Atende 24 
horas a população, tendo equipe administrativa de apoio e equipe 
multiprofissional, com médicos psicólogos, enfermeiros, nutricionista, assistente 
social e fisioterapeutas. 
14 
2.2. SEGURANÇA DO TRABALHO NA ENFERMAGEM 
A noção de saúde está ligada, como foi dito, a estrutura social, econômica e 
política. O conceito variou em relação as épocas, o que tem impactado de forma 
radical as diversas formas como se concebe o atendimento as pessoas que 
precisam de ajuda. 
Assim como saúde, a doença opera do mesmo modo. Houve épocas onde 
masturbação era tida como uma doença, um tipo de atividade patológica que 
poderia trazer, supostamente, desnutrição pela perda de proteína no esperma, 
assim como doenças mentais. A masturbação tratava-se com dietas, infibulação, 
imobilização daquele que se masturba, choques elétricos com aparelhos 
programados para operar quando houvesse manipulação da genitália. Em alguns 
períodos, o desejo de fugir de agravos tinha estatuto de doença mental, chamada 
de drapetomania, que significava, em grego, “escravo”. 
Samuel Cartwright propõe diagnóstico em 1851, no sul dos Estados Unidos. Este 
cientista delimitou como forma de tratamento o açoite, que também foi por ele 
aplicado a disestesia etiópica, que era a falta de motivação para o trabalho que os 
escravos americanos possuíam (SCLIAR, 2007). 
Entretanto, o conceito de “saúde” não era universalmente consensual. Foi preciso 
acordos internacionais para que isso fosse atingido e mesmo a partir da Liga das 
Nações, após da Primeira Guerra Mundial, isso não foi conseguido. Apenas após 
a Segunda Guerra Mundial, através das ações da Organização das Nações 
Unidas e da OMS foi que se constituiu um consenso internacional sobre o que é e 
fato a “saúde”. Nesse conceito, que foi promulgado na carta de princípios em 
1948, declarando também o Dia Mundial da Saúde (7 de abril), e propondo 
reconhecimento da saúde como direito humano, dever de todo Estado, afirma que 
saúde é “o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não 
apenas a ausência de enfermidade". 
Trata-se de uma noção que refletia as demandas dos movimentos sociais após a 
Segunda Guerra Mundial. A saúde deve, a partir desse novo paradigma, estar 
ligada no imaginário social a realização de uma vida plena. Foi um confeito eficaz 
para os promotores da saúde, na medida em que possibilitada compreender todos 
15 
os fatores que intervêm no fenômeno da saúde, e sobre o que deve o Estado 
intervir em relação a promoção da saúde. Nesse sentido, Marc Lalonde cunhou o 
termo “Campo da saúde” em 1974 (SCLIAR, 2007). 
No que se refere ao profissional de saúde, apenas recentemente, do ponto de 
vista histórico, foi considerado profissional de alto risco em relação ao acidente de 
trabalho. 
Preocupações em relação a riscos biológicos só surgiram quando se constatou os 
agravos a saúde dos profissionais que trabalhavam nos laboratórios que lidavam 
com microrganismos e matérias clínicos a partir de 1940. Na área clínica foi 
apenas com a preocupação com o HIV, a partir de 1980, que se começou a 
normatizar sobre o problema do acidente de trabalho, havendo uma discussão 
generalizada acerca dos ambientes hospitalares e seus condicionantes para a 
saúde dos profissionais (GIR et. al., 1998). 
Ocorre que a infectividade pelo trabalho é baixa, mas grave, havendo medo por 
parte dos profissionais. Dentre os profissionais, os de enfermagem são os mais 
predispostos ao acidente de trabalho porque estão mais diretamente ligados aos 
pacientes (BALSAMO e FELLI, 2006). 
A Enfermagem é uma área especializada no fenômeno do cuidar em saúde, assim 
como, auxiliar a isso, é uma ciência aplicada acerca desse cuidar humano, de 
certa forma, individualizado, atendendo as especificidades, na família e na 
comunidade, e busca sempre operar de forma integral e holisticamente para 
prevenção da doença, promoção da saúde e recuperação (GEOVANNI, 2002). 
Horta (1979) afirma que é uma ciência e ao mesmo tempo uma arte, se 
fundamenta nos conhecimentos científicos sobre práticas que abarquem a saúde 
e a doença, mas mediadas por relações interpessoais, estéticas, éticas e políticas 
em relação ao ser humano. 
Florence Nightingale foi a fundadora da Enfermagem em sua versão atual. Ela 
abriu o primeiro curso de treinamento em 1860, na Inglaterra. Não tinha 
conhecimentos sobre contato com microrganismos, pois isso ainda não havia sido 
descoberto, mas já pensavam de forma meticulosa a questão do cuidado, da 
limpeza do ambiente, sobre iluminação, ventilação, temperatura certa, nutrição, 
16 
repouso e cura. Até cerca de 1850, a assistência aos doentes era muito limitada, 
quase inexistentes para a maioria da população, nos hospitais de campanha, e a 
insalubridade era muito grande (GIOVANINI et. al., 2002). 
Para Horta (1979), o Enfermeiro deve ser tratado antes de tudo com humano. Isso 
significa que não deve ser visto como mero instrumento a ser usado, o que 
significa, grosso modo, que deve ser levadas em consideração aspectos não 
apenas físico, mas subjetivos, afetivos e éticos. Apenas como ser humano, pode o 
Enfermeiro atuar, na medida em que o paciente é também humano e precisa ser 
tratado em seus aspectos afetivos, emocionais e éticos. Seus conhecimentos 
legitimam como profissional para cuidar de gente. Trata-se de um círculo de 
relações humanas e não apenas operacionais. 
O enfermeiro deve observar em seu trabalho dois pontos fundamentais: (1) o da 
necessidade de respeito a individualidade da situação de do paciente, o que 
significa ter empatia e compreender o drama que o paciente vivencia; (2) aprender 
a trabalhar dentro de certo quadro de regras, valores e saber integrar equipes 
multiprofissionais (AZAMBUJA et. al., 2007). Deve desenvolver seu trabalho 
conforme orientações de equipes de saúde, mas sem operar mecanicamente e 
sabendo operacionalizar a ciência e os aparatos técnicos (KAWAMOTO e 
FORTES, 1997). 
Segundo Horta (1979, p. 1), o enfermeiro deve assistir o paciente, o que significa 
que deve realizar pelo paciente o “que ele não pode fazer por si mesmo; ajudá-lo 
ou auxiliá-lo quando parcialmente impossibilitado de se autocuidar; orientá-lo ou 
ensiná-lo, supervisioná-lo ou encaminhá-lo a outros profissionais”.Desta forma, a 
lei 7.498, de 1986, legisla de forma clara sobre a profissão de Enfermeiro, com o 
texto seguinte: 
 
Art. 1º – O exercício da atividade de enfermagem, observadas as 
disposições da Lei no 7.498, de 25 de junho de 1986, e 
respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, 
Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só 
será permitido ao profissional inscrito no Conselho Regional de 
Enfermagem da respectiva região. 
 
Art. 4º – São Enfermeiros: 
17 
I – o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de 
ensino, nos termos da lei; 
II – o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de 
Enfermeiro Obstétrico, conferido nos termos da lei; 
III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeiro e a titular do 
diploma ou certificado de Enfermeiro Obstétrico ou de Obstetriz, ou 
equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as 
respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio 
cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de 
Enfermeiro Obstétrico ou de Obstetriz; 
IV – aqueles que, não abrangidos pelos itens anteriores, obtiveram 
título de Enfermeiro conforme o disposto na letra d do art. 3o do 
Decreto no 50.387, de 28 de março de 1961. 
 
Art. 5º – São Técnicos de Enfermagem: 
I – o titular do diploma ou do certificado de Técnico de 
Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado no 
órgão competente; 
II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por 
escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de 
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de 
Técnico de Enfermagem. 
 
Art. 6º – São auxiliares de Enfermagem: 
I – o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por 
instituição de ensino, nos termos da lei, e registrado no órgão 
competente; 
II – o titular do diploma a que se refere a Lei no 2.822, de 14 de 
junho de 1956; 
III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do 
art. 2o da Lei no 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até 
a publicação da Lei no 4.024, de 20 de dezembro de 1961; 
IV – o titular do certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de 
Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de 
Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou 
por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da 
Federação, nos termos do Decreto no 23.774, de 22 de janeiro de 
1934, do Decreto-lei no 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei 
no 3.640, de 10 de outubro de 1959; 
V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos 
termos do Decreto-lei no 299, de 28 de fevereiro de 1967; 
VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou 
curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude 
de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como 
certificado de Auxiliar de Enfermagem. 
 
Art. 7º – São Parteiros: 
I – o titular do certificado previsto no art. 1o do Decreto-lei no 
8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei no 
3.640, de 10 de outubro de 1959; 
II – o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, 
conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as respectivas 
leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no 
Brasil até 26 de junho de 1988, como certificado de Parteiro. 
 
18 
 
Para o Conselho Federal de Enfermagem, existem mais de 100 mil enfermeiros e 
enfermeiras no Brasil registrados, sendo que cerca de 554.131 profissionais 
registrados no Estado de São Paulo. Os dados estão dispostos abaixo e são os 
mais recentes, datando 1 de dezembro de 2019. É importante considerar, sobre a 
tabela a seguir, que quando o mesmo profissional teve mais de uma inscrição, ele 
foi contabilizado também mais de uma vez. 
 
Tabela 1: Quantidade de profissionais de enfermagem no Estado de São Paulo 
Enfermeiros (Definitiva Principal) 130.465 
Enfermeiros (Definitiva Secundária) 284 
Enfermeiros (Definitiva Remida) 3.262 
Técnicos (Definitiva Principal) 217.531 
Técnicos (Definitiva Secundária) 259 
Técnicos (Definitiva Remida) 573 
Auxiliares (Definitiva Principal) 200.337 
Auxiliares (Definitiva Secundária) 33 
Auxiliares (Definitiva Remida) 1.116 
Obstetras (Definitiva Principal) 263 
Obstetras (Definitiva Secundária) 0 
Obstetras (Definitiva Remida) 6 
Enfermeiros (Provisória Principal) 2 
Enfermeiros (Provisória Secundária) 0 
Técnicos (Provisória Principal) 0 
Técnicos (Provisória Secundária) 0 
Auxiliares (Provisória Principal) 0 
Auxiliares (Provisória Secundária) 0 
Obstetras (Provisória Principal) 0 
Obstetras (Provisória Secundária) 0 
Total Enfermeiros 134.013 
Total Técnicos 218.363 
Total Auxiliares 201.486 
Total Obstetrizes 269 
Total 554.131 
Fonte: (http://www.cofen.gov.br/enfermagem-em-numeros) 
19 
Os profissionais de enfermagem não devem ser compassivos, pois hoje os 
enfermeiros devem agir de maneira interdisciplinar combinando os conceitos de 
gestão hospitalar, humanização da assistência e assistência técnica. Os serviços 
de enfermagem, mesmo enquanto verdadeiro gerente de uma unidade de 
negócios (hospital privado) inserida no contexto de um hospital médico exigem 
especialistas do setor, uma consciência de responsabilidade e as diversas funções 
que desempenham. (MOREIRA, 1999). 
A enfermagem possui mais de 50% dos recursos humanos pertencentes ao setor 
de saúde e é apontada como responsável pela maior parte da prestação de 
serviços de saúde no Brasil. No entanto, a desvalorização do mercado devido aos 
baixos salários dobrou ou triplicou o horário de trabalho, colocando vidas e saúde 
em risco e, como resultado, a indiferença e afastamento das causas sociais são 
inevitáveis. É importante enfatizar que mais de 85% da equipe de enfermagem é 
do sexo feminino. Compreendemos perfeitamente as operações políticas 
institucionais esclarecidas para justificar o baixo salário da equipe de enfermagem. 
Essas são reflexões do sistema patriarcal que atribui às mulheres um papel 
secundário na estrutura e divisão dos bens sociais (GEOVANINI et al., 2002). 
No momento do surgimento do problema do HIV na população com fatores de 
risco específicos, passou-se a aparecer casos diagnosticados em profissionais de 
saúde, que estavam fora dos fatores de risco em sua vida pessoal, o que foi 
descoberto depois que haviam adquirido o HIV a partir do seu trabalho, nos riscos 
associados a ocupação. Esses especialistas foram expostos apenas 
profissionalmente ao sangue de pacientes infectados (CDC, 1987a). 
Essa transmissão relacionada ao risco por meio de atividade ocupacional levantou 
muitas preocupações, e os Centros de Controle de Doenças advogaram 
recomendações específicas para a transmissão do HIV em ambientes de saúde 
(CDC, 1987b). Embora tenha havido um progresso considerável na compreensão 
dos riscos ocupacionais e de HIV, os profissionais de saúde, especialmente os 
enfermeiros, enfrentam vários desafios, incluindo resistência ao uso de EPI, assim 
como muitas vezes não consideram adequadamente os riscos de transmissão 
(GIR et al., 1998). 
20 
Mas mesmo que os indicadores de infecção sejam baixos, isso não deve fazer 
com que as precauções diminuam, sendo o medo algo presente nas equipes de 
profissionais de saúde, já que, como afirmado anteriormente, são os profissionais 
mais vulneráveis aos riscos. Machado et. al., (1992), examinou 36 funcionários 
que foram vítimas de acidentes de trabalho usando materiais que poderiam estar 
contaminados com o HIV. Esses acidentes foram registrados em Ribeirão Preto-
SP entre 1987 e 1990. Dos que foram infectados, 19 (52,78%) eram auxiliares e 7 
(19,45%) enfermeiros, e após acompanhamento clínico e sorológico, não houve 
soro conversão. O CDC (1994) recebeu 42 notificações escritas de transmissão 
ocupacional até dezembro de 1994, das quais 13 (30,95%) foram incluídas nos 
enfermeiros. 
As práticasde enfermagem ainda precisam se concentrar no atendimento 
humanitário, mas são orientadas por normas que visam implementar medidas de 
precaução para proteger os profissionais. Como a produção de conhecimento 
produzido na década de 1980 foi muito intensa, ou seja, achados frequentes sobre 
o comportamento do HIV e sua evolução, medidas preventivas estabelecidas 
foram submetidas ao CDC em várias revisões. Últimas foram as medidas de 
precaução padrão (GIR et al, 1998 apud GARNER, 1996). 
Essas precauções são ações de prevenção usadas por qualquer pessoa que lide 
com ou entre em contato com o paciente, independentemente do diagnóstico ou 
do status provável da infecção. Aplica-se não apenas ao sangue, mas também a 
todos os fluidos corporais, secreções, excrementos e pele que não se encontra 
intacta, mucosa, independentemente de sangue estar ou não estar visível. As 
precauções são: (1) Lavar bem as mãos antes e depois do contato com o paciente 
e durante diferentes tratamentos do mesmo paciente, após contato com sangue e 
outros fluidos corporais, equipamentos ou ferramentas contaminadas e depois de 
se retirar luvas; (2) Utilizar luvas para fornecer barreira protetora; (3) Se houver 
expectativa de sangue ou outros fluidos corporais, use um avental limpo e não 
estéril para proteger as roupas e a superfície do corpo. (4) O uso de máscaras e 
protetores oculares para proteger o nariz, a boca e os olhos, respectivamente, no 
tratamento e na situação de pacientes que podem experimentar jatos de líquidos 
corporais, respingos, etc.; (5) Proteção contra objetos pontiagudos e cortantes, 
para evitar não reencapar após uso, descarte-os em um recipiente com paredes 
21 
duras para descarte, coloque-o o mais próximo possível da cama, não retire a 
agulha da seringa e descarte-o; (6) Manuseie o equipamento de assistência ao 
paciente com sangue e outros fluidos corporais com cuidado. Ele deve ser limpo 
ou desinfetado antes de ser utilizado em outro paciente. 
Embora os riscos sejam baixos e já existam recomendações de quimio-prevenção 
para a exposição ocupacional ao HIV (CDC, 1996), os especialistas sugerem que 
os riscos decorrentes de fatores institucionais ou pessoais, como negligência, 
desinformação, tabus, etc., são grandes. O estabelecimento de normas precisa 
ser adicionado aos fatores básicos que afetam a proteção profissional: bom senso, 
conscientização, condições de trabalho adequadas e disponibilidade de 
equipamentos de proteção individual. Através de educação continuada, deve-se 
promover melhor tudo isso Como resultado, preconceito, desinformação, cuidados 
inadequados levados ao medo ou situações que representam risco ocupacional de 
um profissional de saúde, devem ser evitadas. 
No nível interagências, o Ministério da Saúde desenvolveu uma política de ação 
integrada ao Ministério do Trabalho, Emprego e Previdência, a Política Nacional 
de Segurança e Saúde Ocupacional (PNSST) e suas diretrizes incluem: 
 
I – Ampliação das ações, visando à inclusão de todos os 
trabalhadores brasileiros no sistema de promoção e proteção da 
saúde; 
II – Harmonização das normas e articulação das ações de 
promoção, proteção e reparação da saúde do trabalhador; 
III – Precedência das ações de prevenção sobre as de reparação; 
IV – Estruturação de rede integrada de informações em Saúde do 
Trabalhador; 
V – Reestruturação da formação em Saúde do Trabalhador e em 
segurança no trabalho e incentivo à capacitação e à educação 
continuada dos trabalhadores responsáveis pela operacionalização 
da política; 
VI – Promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em 
segurança e Saúde do Trabalhador. 
 
De acordo com o manual Programa de prevenção de acidentes com material 
perfurocortantes, de 2010, os serviços de saúde apresentam uma variedade de 
riscos à saúde dos trabalhadores e dos profissionais de saúde devido ao seu 
complexo ambiente de trabalho. Desses riscos, muito específico dos serviços 
22 
médicos é o risco de causar acidentes de trabalho com materiais biológicos, 
principalmente com materiais perfurocortantes. Além de incluir a lesão, uma 
grande preocupação desse tipo de acidente é a possível transmissão de 
patógenos transmitidos pelo sangue, principalmente os vírus da hepatite B e C e a 
HIV. São doenças que causam grandes prejuízos não apenas aos trabalhadores 
feridos, mas também à sociedade. Mesmo sem soro conversão, os acidentes 
relacionados a objetos cortantes envolvem o trabalhador ferido, a angústia de sua 
família e, muitas vezes, custos financeiros significativos (BRASIL, 2010). 
Estudo de Balsamo e Felli (2006) sobre acidentes de trabalho resultantes da 
exposição a fluidos humanos em profissionais de saúde do Hospital Universitário 
de São Paulo (HU-USP) mostra que a enfermagem é a mais proeminente no 
número de acidentes resultantes da exposição a fluidos humanos. Um total de 
71% foram relatados como demonstra a tabela abaixo retirada do trabalho de 
Balsamo e Felli (2006) 
 
Figura 1: Dados da pesquisa de Balsamo e Feli sobre exposição a líquidos corporais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: BALSAMO & FELI 2016 
 
23 
O Departamento de Enfermagem foi o mais proeminente no número de acidentes 
resultantes da exposição a fluidos corporais, com um total de 35 (73%) incidentes 
seguidos por serviços profissionais de higiene. Observou-se que os auxiliares de 
enfermagem que representam 52% dos acidentes de trabalhadores desse grupo 
foram os mais feridos. Isso pode ser explicado pelo fato de os auxiliares de 
enfermagem estarem expostos a esse tipo de acidente. Porque eles passam a 
maior parte do tempo diretamente cuidando dos pacientes e realizando uma 
variedade de procedimentos invasivos. 
Todo dia esses achados foram semelhantes aos constatados na literatura, com 
um índice de cerca de 62,9%. Os profissionais de serviços de higienização, 
especializados, parecem estar em segundo lugar na lista de ocorrências de 
acidentes. Nos hospitais universitários, esses trabalhadores permanecem 
estacionários para limpeza em vários departamentos. Eles são frequentemente 
expostos a acidentes com facadas, encontrando lixo e agulhas descartadas no 
chão em lugares difíceis de ver. Ocorre acidente durante a coleta de lixo ou 
durante a limpeza diária usando um pano de limpeza para limpar o chão. 
Comparando os fatores de risco entre as áreas de trabalho, os profissionais de 
serviços de higienização correm maior risco de serem expostos a acidentes (cerca 
de CR = 8,64) e o auxiliar de lavanderia com CR = 12,5. Os acidentes que 
ocorrem nesses trabalhadores são principalmente com objetos pontiagudos ou 
cortantes e, na maioria dos casos, a origem do objeto que causou o acidente é 
desconhecida. 
Figura 2: Dados da pesquisa de Balsamo e Feli sobre exposição a líquidos corporais segundo tipo 
de acidentes e agente causador 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: BALSAMO & FELI 2016 
24 
3. METODOLOGIA 
Partiu-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, descritiva, não experimental e 
transversal. 
Buscou-se compreender os conhecimentos dos profissionais, ou seja, o intuito não 
foi explicar esses conhecimentos ou sua ausência, mas resgatar seu sentido, o 
que é, a rigor, a definição de compreensão. 
Para tanto, e à luz dos conhecimentos construídos no estudos teórico do tema, 
pretendeu-se pesquisa de campo , com o fim de delimitar uma perspectiva fática 
sobre a problemática apresentada, qual seja: o profissional de saúde possui o 
conhecimento técnico necessário ao afastamento dos riscos profissionais 
inerentes à sua atividade e, tal conhecimento, é capaz de funcionar de maneira 
efetiva para atender à finalidade que se destina? 
Assim, procurou-se realizar pesquisa de campo, com entrevistas aos profissionais 
de saúde lotados na Unidade de Pronto Atendimento – UPA, de Franco da Rocha. 
Uma vez obtida autorização da direção do hospital, foi elaborado questionário 
padrãoabordando os principais pontos de interessa dessa pesquisa. Uma vez 
determinados os parâmetros e questionamentos à serem investigados, a pesquisa 
se realizou por meio de entrevistas, na qual grupos de profissionais foram 
colocados em sala para responder ao questionário, sem qualquer indução do 
pesquisador ou de contato entre si, havendo liberdade plena para as respostas, 
que se desenvolveram de forma discurssiva. 
3.1. ESTUDO DE CASO – UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DE FRANCO 
DA ROCHA 
Conforme estabelecido na proposta da pesquisa, a obtenção dos resultados 
quando ao questionamento levantado se deu por intermédio de estudo de caso, 
baseada na análise das respostas realizadas pelos funcionários de hospital alvo ai 
questionário padrão elaborado para fins de pesquisa. 
A pesquisa operou através de entrevista com os profissionais da Unidade de 
Pronto Atendimento da cidade de Franco da Rocha, usando questionário. A UPA 
25 
de Franco da Rocha possui oitenta e sete profissionais de saúde, desde auxiliares 
e técnicos em enfermagem a enfermeiros. 
A pesquisa entrevistou 76 dos profissionais supracitados. 
Do total de profissionais, tivemos 7 profissionais de folgas e 4 profissionais que 
não aceitaram participar da pesquisa. 
O período de coleta das entrevistas foi entre 13 de janeiro de 2020 até 26 de 
janeiro de 2020. 
Inicialmente foi solicitada autorização dos responsáveis legais pela administração 
dessas instituições, assim como cada entrevistado assinou um termo de 
autorização logo após a pesquisa ser explicada e todas as informações serem 
devidamente dadas sobre o que é a pesquisa e qual sua finalidade. 
Esta pesquisa empírica foi analisada a partir de um substrato teórico com auxílio 
de uma pesquisa em bancos de dados na internet e em livros impressos sobre o 
trabalho de enfermagem e os acidentes de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
26 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES DA PESQUISA 
 
Conformer indicado na metodologia, a discussão da problemática enfrentada 
transpassou período de pesquisa empírica, no estudo de caso envolvendo 
profissionais de saúde com sede de trabalho na UPA de Franco da Rocha. 
Dentre os setenta e seis profissionais entrevistados, quatro afirmaram que já 
tiveram doença associada ao trabalho, o que vai contra a discussão geral na 
literatura sobre acidentes em enfermagem, onde se afirmar que o risco de 
acidente é algo intrínseco e quase natural entre os profissionais da área de 
enfermagem, que lidam diretamente com os pacientes doentes, como confirma a 
pesquisa sobre acidentes de trabalho de Ribeiro (2007). 
É possível verificar da pesquisa de campo que, ao menos no local estudado e 
entre os profissionais entrevistados, o índice de incidência de doenças associadas 
ao trabalho é bastante reduzido em relação às constatações extraídas da 
literatura. 
Figura 3: Profissionais que sofreram acidentes no trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ROSA, 2020 
27 
 
A totalidade dos entrevistados (100%) afirmou que o hospital onde foram 
realizadas as entrevistas oferece EPIs adequados a necessidade deles. 
As respostas foram similares, mencionando óculos, aventais, máscaras e luvas. 
Esses quatro itens foram padrão em 90% das respostas, sendo que o restante dos 
entrevistados acrescentava um item a mais ou apenas mencionava 2 ou 3 desses 
itens. 
Do total dos entrevistados, 5 disseram não saber o que é acidente do trabalho, e 
apenas 2 afirmaram não conhecer a NR32. Esse é um dado interessante que 
demonstra incoerências nas atividades, o que sugere, portanto, a necessidades de 
análises qualitativa dos dados. Como é possível saber o que é acidente do 
trabalho, conhecer essa norma de regulamentação que é bem mais específica, e 
ao mesmo tempo quase todos os entrevistados tiveram alguma forma de acidente 
ou adoecimento? 
 
Figura 4: Sabe o que é acidente do trabalho 
 
Fonte: ROSA, 2020 
28 
 
É interessante observar algumas respostas dadas pelos entrevistados. Na 
resposta a seguir, o entrevistado, ao afirmar que sabe o que é acidente do 
trabalho, afirmam o uso de EPI como uma prevenção para evitar o acidente de 
trabalho, associando o EPI a uma proteção que vai evitar o acidente de trabalho 
100% e já basta para estar protegido. 
Isso sugere que os conhecimentos se encontram incoerentes, imprecisos. O 
profissional sabe na prática o que é o acidente ou adoecimento no trabalho, 
conhece as normas em sua prática, mas não consegue articular através de 
discurso a sua própria prática. Obviamente, isso tem relação com o grau de 
preparação acadêmica do profissional. 
Nenhum dos profissionais enfermeiros teve dificuldade em articular em discurso 
sobre o que é acidente do trabalho, mas os auxiliares e técnicos tiveram essa 
dificuldade. Isso corrobora o fato de que as incoerências e imprecisões na forma 
como o profissional de enfermagem encara discursivamente é devedora de uma 
preparação acadêmica. 
Em outros termos, é preciso ter ciência de que quando o profissional menciona 
elementos que não constituem acidente de trabalho, não significa que ele não 
saiba o que é acidente de trabalho. Dado os conhecimentos sobre as normas 
supracitados, assim como a experiência generalizada de acidentes de trabalho e 
as tomadas de ações cabíveis após o acidente, tudo isso sugere que os 
profissionais sabem de forma pragmática o que é acidente. Isso pelo menos na 
maioria dos entrevistados, cerca de 95%. 
Mas é interessante notar que houveram respostas deveras confusas, como vários 
entrevistados afirmam que acidente do trabalho “Para evitar acidentes tem eu usar 
EPI’s”. Ou seja, o entrevistado considera que ao usar EPI ele está totalmente 
protegido contra acidente de trabalho ou adoecimento. Como é sabido, o uso de 
EPI é a última das barreiras de proteção e não oferecem completa proteção contra 
os riscos de acidente e de doenças profissionais. 
29 
O termo “acidente biológico” foi usado várias vezes, havendo alguma 
padronização nesse tipo de resposta. O que sugere que os profissionais dialogam 
entre si sobre os riscos, a ponto de formarem discursos coletivos e noções que 
constituem parte da consciência coletiva dos grupos de trabalho nos hospitais. 
Inclusive erros nas respostas parecem ser padronizados, como a menção ao 
aumento de peso do profissional, tido como acidente do trabalho. 
 
Aquele que ocorre devido a algum acidente de serviço, no horário 
de serviço, dentro da unidade que presta serviço. Doença 
ocupacional ser devido o risco biológico, psicológico ou devido ao 
peso, etc. 
 
Quanto às informações sobre se o Hospital palco do estudo oferece treinamento 
para evitar acidentes, os dados foram inconclusivos, sendo impossível 
fundamentar ao certo com que frequência esse treinamento ocorre. 
Alguns falaram que a capacitação ocorre de forma trimestral, outros falaram que 
ocorre semestralmente, houve alguns que disseram que o treinamento ocorre 
anualmente. Falaram também a formação ocorre sempre que necessário. Alguns 
se reduziram a apenas dizer que ocorre periodicamente, e ouve quem dissesse 
que ocorre mensalmente. 
 
Figura 5: Formação ou capacitação sobre prevenção de acidentes 
 
Fonte: ROSA, 2020 
30 
 
Mas dado que esse treinamento constitui uma necessidade sob a ótica das 
políticas de saúde e dos consensos profissionais sobre prevenção de acidentes, é 
compreensível que os profissionais fiquem receosos em falar a verdade. 
Ocorre que, sob o ponto de vista lógica, se as capacitações ocorrem dentro de 
certa periodicidade, os profissionais saberiam de fato informar. 
A falta de consenso, e total aleatoriedade nas respostas sobre a frequência das 
formações para capacitação e prevenção de acidentes no trabalho sugerem que, 
no mínimo, não há um protocolo fixo, muito embora essas formações ocorram, 
dado que todas as respostas foram taxativas ao afirmar que “sim”, ocorrem. 
Todos os profissionaisdisseram que sabem o que fazer em caso de acidentes de 
trabalho. As respostas foram unânimes ao afirmar que devem informar seus 
superiores para tomar as “devidas providências”. Um dos entrevistados afirmou o 
seguinte: “sim, comunico ao meu superior para que seja tomada as providências 
cabíveis, para cada caso uma conduta”. 
Com relação a NR 32 normas que estabelece diretrizes básicas para 
implementação de medidas de proteção à saúde e segurança dos trabalhadores 
dos serviços de saúde, quando perguntado sobre o conhecimento da norma dos 
74 dos entrevistados afirmam que sim conhecem a normas, e como mencionado 
em respostas anteriores novamente sugere o diálogo entre os profissionais para 
formulação da resposta e discursos coletivos e erros padronizado em sua resposta 
explicando que a norma fala sobre risco de acidentes e EPIs. 
 
 
 
 
 
31 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O problema dos riscos ocupacionais, quando associado nas discussões 
acadêmicas e nas políticas sobre saúde pública, precisam antes de tudo ter 
ciência de que no que se refere aos profissionais de enfermagem, os acidentes 
tem se demonstrado, até o momento, inerentes a profissão. Isso não significa que 
não possa ser mudado, significa apenas que a própria profissão exercida pelo 
auxiliares, técnicos e enfermeiros oferecem riscos que se mantêm presentes 
mesmo que medidas sejam tomadas. O que se consegue é minimizar o nível de 
acidentes, mas sua erradicação é um desafio a ser superado no Brasil. 
As entrevistas no Hospital objeto de análise nesta pesquisa, demonstraram que o 
problema em relação aos acidentes do trabalho não está associado 
necessariamente ao grau de conhecimento, mas a prática do profissional e 
embora isso pareça incoerente, não o é na realidade. 
Em relação a literatura, que costuma mencionar a frequência de acidentes 
ocupacionais com profissionais de enfermagem, não foi possível constatar este 
mesmo dado no Hospital estudado, já que raramente ocorrem acidentes, de 
acordo com as entrevistas. Isso não invalida a pesquisa dessa vasta literatura, 
apenas singulariza o Hospital estudao. 
Mas é preciso deixar claro que há uma distância entre o fato dos profissionais 
saber da existência de dada norma sobre precauções em relação aos acidentes, e 
o fato de ele seguir a rigor todas as precauções. Isso opera de forma similar aos 
riscos de adquirir HIV por parte do cidadão, onde todos sabem que usar 
preservativo é importante e que o sexo sem camisinha é perigoso, mas mesmo 
assim, inúmeras pessoas deixam de usar. 
No caso dos profissionais de saúde aqui estudados, segundo os dados das 
entrevistas, não tem como afirmar que não conhecem os procedimentos de 
segurança. Ocorre que o “conhecimento” é algo mais complexo do que parece. 
Um dos maiores erros nas pesquisas sociais é pressupor que o que as pessoas 
sabem determinam suas ações. Isso pressupõe um racionalismo não compatível 
32 
com a realidade. Em seu dia a dia, os indivíduos não agem movido apenas pelo 
que sabem, mas por componentes afetivos, emocionais que se misturam aos 
saberes. No caso do profissional de enfermagem, saber só não basta, deve haver 
uma mudança cultural e institucional. É preciso a construção de instituições e 
culturas que tencionem o profissional a tomar os devidos cuidados, e não apenas 
a mera conscientização das normas e procedimentos. 
Assim, podemos concluir que no Hospital aqui estudado, o maior problema em 
relação aos ricsos ocupacionais demonstrou ser mais a nível dos conhecimentos 
mais gerais sobre acidentes ocupacionais do que de fato sobre os cuidados 
operacionais, vis a vis, realizados pelos profissionais. Estes raramente sofrem 
acidentes ocupacionais e sabem “se cuidar” e usar as normas, em medida 
suficiente para não terem sofrito os acidentes, como informaram. Mas é preciso 
que atentar para o problema da compreensão sobre acidentes a nível conceitual e 
sobre a razão de tanta dificuldade em explicar, a nível conceitual, o assunto. 
33 
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http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312007000100003
37 
APÊNDICE A – AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS 
 
 
 
 
38 
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO 
(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96) 
 
 
Eu,_______________________________________________________, 
abaixo qualificado (a), DECLARO para fins de participação em pesquisa, na 
condição de sujeitos objeto da pesquisa, que fui devidamente esclarecido do 
Projeto de Pesquisa intitulado: “AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO 
DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM ACERCA DOS RISCOS 
OCUPACIONAIS NO HOSPITAL UPA FRANCO ROCHA/SP ”, que será 
desenvolvido pela acadêmico Lucas Motta da Rosa, regularmente matriculado no 
curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da escola 
Politécnica da USP. 
A população em estudo será composta pela equipe de enfermagem 
(enfermeiros, técnicos, auxiliares) do Unidade de Pronto Atendimento de Franco 
da Rocha-SP. Trata-se de um estudo quanti-qualitativo, descritivo, transversal e 
não-experimental, utilizando um questionário com perguntas objetivas. 
Ao sujeito objeto deste estudo será garantido os esclarecimentos que se 
fizerem necessários, antes e durante o curso do estudo, bem como o sigilo e 
privacidade dos dados confidenciais envolvidos na pesquisa e a liberdade de 
recusar-se em participar ou cancelar o seu consentimento sem penalização 
alguma e sem qualquer prejuízo. 
DECLARO, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter 
entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente a participação nesta 
pesquisa. 
 
Franco da Rocha, _____ de ______________ de 2020. 
 
 
 
 
 
39 
 
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA 
 
QUESTIONÁRIO 
 
 
Sexo ( ) 
Idade: 
Estado Civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo/a ( ) Divorciado ( ) 
Formação: 
Enfermeiro ( ) Técnico ( ) Auxiliar ( ) 
 
 
PERGUNTAS 
 
1 Qual sua função nesta instituição? 
 
2 Qual setor trabalha? 
 
3 Quanto tempo trabalha nesta instituição? 
 
( ) Menos de 1 ano 
( ) Entre 1 e 3 anos 
( ) Entre 3 e 5 anos 
( ) Entre 5 e 10 anos 
( ) Entre 10 e 15 anos 
( ) Entre 15 e 20 anos 
( ) Entre 20 e 25 anos 
( ) Entre 25 e 30 anos 
( ) Entre 35 e 40 anos 
( ) Mais de 40 anos. Quantos? ________anos 
 
1. Você conhece a noção de “Acidente do Trabalho? Explique. 
( ) Sim ( ) Não 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
40 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
2. Você já se acidentou ou ficou doente nesta instituição? 
( ) sim ( )não 
Descreva o que aconteceu: 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
3. Você sabe o que fazer em caso de acidente de trabalho? Explique. 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
 
4. Você sabe o que é doença ocupacional ou do trabalho? Explique. 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
 
5. Você sabe o que fazer em caso de suspeita de doença ocupacional? Explique. 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
 
6. Você conhece quais os riscos ocupacionais aos quais você está exposto? 
( ) sim ( )não 
Se sim, quais? 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
 
7. Quais as situações no seu dia a dia representam risco de acidente de trabalho? 
Exemplifique. 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
41 
8. De que forma você previne a ocorrência de acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais dentro da instituição? Explique. 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
9. A instituição oferece treinamentos sobre como evitar acidentes? 
( ) sim ( ) não 
Se sim, com que periodicidade 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
 
10. A instituição fornece os EPI ́s adequados à sua necessidade? 
( ) sim ( ) não 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
 
11. Quais EPI ́s? 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
 
12. Você já ouviu falar sobre a NR32? 
( ) sim ( ) não 
Se sim, explique. 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________

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