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Integralidade como Princípio Ético-Doutrinário do SUS

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Universidade de Uberaba 
 
 Alunas: Kelly Lacerda, Patrícia Morais e Talita Santana 
 Professora: Marciana Fernandes Moll 
 Curso: Psicologia - 3º Período Noturno - Disciplina: Integralidade da Atenção à Saúde 
 
Integralidade como Princípio Ético-Doutrinário do SUS 
(aula ministrada dia 13/08/2020) 
 
Dentro da proposta do SUS que é uma proposta macro, mais ampla, a Integralidade é o 
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, 
exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema, no nível primário (Estratégia 
da Saúde da Família - que busca acompanhar as famílias em um território específico e uma área 
restrita específica, dando ênfase para a promoção da saúde e prevenção de doenças), nível secundário 
(UPAs – em situações de urgência e emergência, CAPs, ambulatórios especializados) e o nível 
terciário (Hospital - onde são realizados procedimentos de maior complexidade, cirurgias, exames 
mais detalhados, internações, partos, etc). A Integralidade pressupõe oferecer um cuidado pautado 
nas necessidades do sujeito, agregando ações de promoção, prevenção, cura e se necessário, 
reabilitação, também pressupõe a atenção focada no indivíduo, na família e na comunidade e não 
tem recortes de ações ou enfermidade. As ações são para as pessoas, a partir de cada caso, de cada 
necessidade, por exemplo, uma pessoa dentro de um grupo de diabéticos, pode ter também um caso 
de instabilidade de humor, problemas renais, cardiológicos, circulatórios, emocionais, econômicos, 
etc...e nós precisamos ver todas essas dimensões individuais do sujeito, então o SUS traz essa 
perspectiva macro de oferta de cuidados, mas esse leque de cuidados é para o indivíduo que está 
inserido em uma família e muitas vezes até para a família como um todo esses cuidados vão ter 
também que ser estendidos para a família e também para a comunidade. Os serviços ofertados pelo 
SUS devem ser descentralizados, onde cada esfera do governo tem uma responsabilidade: Federal – 
direciona, Estadual – monitora, fiscaliza e a Municipal – executa de acordo com a realidade do 
Município. A rede dos serviços de saúde precisam ser regionalizadas distribuindo geograficamente 
os serviços para atender as necessidades da população em um local que seja o mais acessível possível, 
o SUS oferece o serviço de saúde dentro do nosso bairro e hierarquizadas, que são ações integradas 
entre União, Estado e Município para que aconteça uma articulação entre Municípios para se oferecer 
recursos de saúde. O controle social, que é a participação da sociedade apontando as reais 
necessidades da população, do que ela está precisando e fiscalizando a execução das diretrizes que o 
Ministério envia e o uso correto do repasse financeiro. 
A dimensão micro, é a visão do sujeito, da família em todos os seus sentidos: no sentido 
físico (biológico), social (moradia, renda, empregabilidade), subjetivo (emoções, valores) e até 
mesmo no sentido espiritual. A Integralidade busca reconhecer o homem em sua totalidade e então 
precisa valorizar a singularidade bio-psico-social de cada um, que precisa ser atendido por um 
sistema que também é capaz de promover, de oferecer tudo o que a dimensão macro nos mostrou: 
promoção, prevenção, cura e reabilitação, de ver o homem como um ser social que está inserido em 
uma família, numa sociedade e a dimensão da atenção à saúde, deve ser oferecidas ações de 
promoção e de assistência, e isso é indissociável, isso precisa ser oferecido como um todo. 
Então, temos 03 grandes conjuntos de sentidos, 03 elementos essenciais para que o princípio 
da Integralidade aconteça: 1º sentido, são os profissionais de saúde, que precisam ter atitude, 
disponibilidade para poder ver esse indivíduo em todas as suas dimensões, para poder ouvir não só 
as suas queixas mas também tem que dar uma atenção maior em outros aspectos. Nós, como 
profissionais de saúde, precisamos nos recusar a reduzir o paciente a partes do corpo como lesões ou 
disfunções, nós precisamos ver o contexto como um todo, não responder apenas ao sofrimento que 
o paciente manifesta, mas também levantar fatores de risco não envolvidos diretamente em seu 
sofrimento manifesto e também o profissional deve se abrir para outras necessidades que não as 
diretamente ligadas à doença que foi diagnosticado naquele sujeito, ou pode vir a se apresentar, aí a 
Psicologia tem um papel muito grande dentro da equipe de saúde, que trabalha muito com o diálogo 
e o vínculo, que são os elementos essenciais das tecnologias leves (esse diálogo e esse vínculo 
precisam ser muito bem trabalhados para ver esse sujeito em todas as suas dimensões). Mas o 
profissional de saúde sozinho não consegue fazer tudo. 2º sentido, o serviço de saúde e as práticas 
de saúde precisam estar organizadas, quando a gente pensa na organização dos serviços, queremos 
que o serviço sozinho dê conta de resolver tudo, às vezes a gente chega de uma maneira acomodada, 
tentando justificar tudo na desorganização dos serviços, e nós precisamos pensar que o serviço tem 
o seu papel mas nós enquanto profissionais também temos o nosso, nós precisamos enxergar que o 
serviço precisa viabilizar o acesso do usuário a outras unidades de acordo com suas necessidades. O 
serviço deve superar a fragmentação das ações em saúde oferecendo um atendimento de acordo com 
as necessidades da pessoa. Essa organização, esse direcionamento são essenciais e alguns 
direcionamentos precisam estar pautados em política, que é o 3º sentido, atributos das respostas 
governamentais a certos problemas de saúde porque são situações um pouco mais complexas, está 
ligado às políticas públicas que são formuladas para algumas situações específicas que precisam 
abarcar muitas vezes todos os eixos de cuidado, promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, é 
de responsabilidade do Governo responder a certos problemas de saúde pública, tanto na prevenção 
como na assistência, como exemplo o programa de prevenção do câncer de mama e da AIDS. Esses 
são os 03 elementos principais para fazer a Integralidade acontecer. Então quando eu falo em 
Integralidade eu preciso pensar no profissional, na organização do serviço e também nas Políticas 
Públicas, não adianta eu culpar um ou outro, é um tripé, todos tem responsabilidades e deveres.

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