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Residência USP - Conhecimentos Gerais - Biomedicina


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SISTEMA DE ENSINO 
 
 
 
 
 
 
Livro Eletrônico 
PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO LOCAL EM 
SAÚDE/SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, 
SILOS/DISTRITOS SANITÁRIOS 
Profª: Natale Souza
O que é o planejamento em saúde?
Podemos dizer que o planejamento parte de uma determinada visão de como as
coisas deveriam ser e permite definir que caminhos seguir para chegar até lá.
Planejar consiste em decidir com antecedência
o que fazer para mudar as condições atuais, de
modo a alcançar os objetivos que nos
colocamos.
Para iniciar o processo de planejamento, devemos considerar:
Qual situação 
consideramos 
ideal?
Onde 
queremos 
chegar?
Quais os 
objetivos a 
serem 
alcançados?
PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO LOCAL EM SAÚDE 
Para MEHRY, planejamento pode ser utilizado como instrumento de ação
governamental para a produção de políticas, como instrumento do processo de
gestão das organizações e como prática social
Como instrumento administrativo e de políticas de governo, o prestigio do
planejamento passou por altos e baixos ao longo dos anos, inclusive no setor saúde.
Considerações importantes sobre o planejamento:
 O planejamento é valorizado como um processo essencial de uma
gestão moderna e eficiente;
 O planejamento não é tarefa dos “planejadores”; ele deve ser feito
pelos atores envolvidos na ação;
 Planejar não é fazer uma mera declaração de intenções;
 O planejamento é um instrumento de gestão que promove o
desenvolvimento institucional.
Considerações importantes sobre o planejamento:
 O planejamento é uma forma de educação para a qualidade;
 Planejar é uma atitude permanente da organização e do
administrador;
 Planejar é toda uma visão administrativa e envolve um variado
número de atores sociais.
Planejamento Normativo ou Tradicional
O planejamento em saúde na América Latina esteve associado, originalmente, ao
enfoque econômico. Nesse cenário surgiu a necessidade de promover a ruptura da
essência econômica e a inserção da programação das atividades relacionadas à
saúde.
Segundo esse modelo de planejamento, os resultados dos planos dependeriam
apenas do conhecimento técnico daqueles que iriam operacionalizar as ações,
desconsiderando assim a esfera política e social.
Planejamento Normativo ou Tradicional
• Esse modelo de Planejamento desconsiderava os conflitos entre os
diferentes atores sociais envolvidos no processo.
O Método CENDES/OPS
O método CENDES/OPS foi composto por etapas pré-definidas, com tarefas precisas e limites 
cronológicos demarcados, abarcando 04 etapas:
1. Descrição da 
Situação de Saúde 
e explicação dessa 
situação
•A visualização de 
possíveis ações por 
meio de indicadores 
quantitativos, de 
impacto e 
resolutividade 
dessas ações 
mediante a situação 
descrita.
2. A elaboração 
da Programação
•Compreendendo a 
descrição de ações 
técnicas.
3.A 
implementação 
da Programação
•Obedecendo à 
uniformidade das 
mesmas em todos 
os territórios, 
como se o 
problema 
atingissem a todos 
em 
proporcionalidade 
semelhante em 
âmbito Nacional
4. A 
avaliação
•Como forma final 
de conferir se os 
resultados 
almejados foram 
alcançados
Método CENDES/OPS
Nesse método não há distinção entre as diferentes necessidades de
saúde existentes que compõem distintos perfis de morbimortalidade,
não há previsão de Controle Social.
Fases do Planejamento Normativo ou tradicional
FASE 1 Diagnóstico: conhecimento do sistema como um todo
FASE 2 Determinação dos Objetivos
FASE 3 Estabelecimento de prioridades
FASE 4 Seleção de recursos disponíveis
FASE 5 Estabelecimento do plano Operacional
FASE 6 Desenvolvimento
FASE 7 Aperfeiçoamento
Considerações importantes sobre o Planejamento Normativo
O sujeito que planeja e o objeto do planejamento são independentes. O sujeito é único e situa-se fora e acima da
realidade.
O conhecimento da realidade se dá através do diagnóstico científico, em que a verdade é concebida como única e
objetiva.
Prega-se a neutralidade
O planejamento é anti-histórico, ou seja, não leva em consideração a historicidade e dinamicidade dos fenômenos.
Trabalha com sistemas fechados ou visualiza a mínima interligação entre os pontos de partida e pontos de chegada.
Nega e negligencia a questão do conflito e do poder.
1. (2013/Fundação Carlos Chagas (FCC)) Duas unidades de saúde apresentam características de planejamento diferentes.
Algumas dessas características são:
Unidade A: O sujeito que planeja e o objeto do planejamento são independentes. Prega-se a neutralidade científica do
planejador e o planejamento não leva em consideração a historicidade e dinamicidade dos fenômenos.
Unidade B: O sujeito que planeja faz parte da realidade juntamente com outros atores. Reconhece e trabalha com o
conflito e com as relações de poder.
De acordo com esses dados, está sendo aplicado na Unidade
A) B o planejamento tradicional.
B) A o planejamento estratégico situacional.
C) A o planejamento normativo ou tradicional.
D) B o planejamento de métodos e normas.
GABARITO: C
2. (2015/FGV/Prefeitura de Cuiabá – MT) A lógica dos programas tradicionais de
saúde pública, como o de controle da tuberculose, aproxima-se do planejamento
a) analítico.
b) normativo.
c) intuitivo.
d) estratégico.
e) prospectivo.
GABARITO: B
Planejamento Estratégico 
Situacional- PES
PES- Planejamento Estratégico Situacional
Introdução
• O planejamento estratégico é um método para resolução de problemas. Problema é
algo detectado que incomoda o ator social e o incentiva a buscar as mudanças
necessárias.
Sobre o PES:
 É um método que trabalha no processamento de problemas atuais, problemas
potenciais (ameaças e oportunidades) e dos macroproblemas;
 Valoriza o reconhecimento da pluralidade dos atores sociais envolvidos numa realidade
complexa e dinâmica, bem como os conflitos decorrentes da disputa de poder inerentes
a projetos coexistentes;
 O PES é composto por quatro momentos que se inter-relacionam, buscando responder
a quatro indagações fundamentais no processo decisório. Esses momentos são
denominados: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional.
Momento Explicativo
O "momento explicativo” equivale ao “diagnóstico” do Planejamento Normativo;
entretanto, aplica-se o termo “momento”, ao invés de “etapa”, porque representa
instâncias que se repetem constantemente e em ordem variável, durante todo o
processo de planejamento porque o momento explicativo se move no plano do
como é, como tende a ser a realidade e como chegamos a ela. Por isso, é também
um momento dinâmico
Momento Normativo
Aqui o mais importante é estabelecer objetivos em função de cada problema ou grupo de
problemas. A partir dos objetivos, devem-se estabelecer as metas e as linhas de ação
para cada objetivo especifico. Ainda nesse momento são identificados e quantificados os
recursos necessários a realização das ações. Em síntese, é o momento privilegiado de
atuação de diferentes atores, que orienta o plano para a mudança que se quer.
O momento normativo aponta ao que é o desenho do “deve ser”. Porque só planejamos
a mudança das tendências situacionais quando estamos insatisfeitos com elas e para
atuarmos sobre a realidade, precisamos ter a capacidade de opor às tendências reais um
projeto normativo.
Momento Estratégico
É o momento de analisar que algumas operações poderão ser altamente conflitivas do
ponto de vista político, muito exigentes do ponto de vista econômico, ou demandante
de tecnologia de elevada complexidade. Então quais serão os obstáculos que
deveremos superar para transformar o desenho em realidade? Possuímos os recursos
de poder necessários para intervir? Possuímos capacidade organizativa e institucional?
Nesse momento, devemos verificar se há contradições entre os objetivos (análise de
coerência), se os recursos, tecnologias e organizaçãoestão disponíveis (análise de
factibilidade) e se é possível contornar os obstáculos políticos (análise de viabilidade)
(PAIM, 2006).
Momento Tático-Operacional
Para Matus o plano se completa na ação, nunca antes. Somente a ação muda a
realidade e este agir faz parte do plano. Não é etapa posterior. Este é momento de
execução do plano sob uma determinada gerencia e organização do trabalho, com
prestação de contas, supervisão, acompanhamento e avaliação. É o momento de
monitorar as operações e avaliar continuamente.
O PES pode ser descrito como um método de permanente exercício de
dialogo e reflexão sobre os problemas que incidem em uma dada
realidade, visando prever situações alternativas, antecipar
possibilidades de decisão e preparar estratégias para obtenção de
governabilidade sobre as mesmas.
Principais características do PES
 O sujeito que planeja faz parte da realidade juntamente com outros atores;
 Admite-se que não há uma realidade única estática, avançando-se para o entendimento
da mesma no que diz respeito à superação da visão multicausalidade para uma teoria
explicativa pautada na determinação social;
 Admite-se que não há neutralidade e que o planejamento tem uma importante
dimensão política e social, além da dimensão técnica;
 É histórico e identifica-se com o “pode ser”;
 Trabalha com a visão dialética situacional-estratégica;
Reconhece o conflito e as relações de poder com os quais trabalha.
3. (2013/FCC/DPE-RS) Em relação aos métodos de planejamento, é possível fazer uma distinção entre o
planejamento normativo e o planejamento estratégico situacional. Considera-se planejamento
a) normativo: é também conhecido como planejamento transversal porque configura em sua estrutura o
Triângulo de Governo, representado pelo projeto de governo, a governabilidade e a capacidade de governo.
b) estratégico situacional: caracteriza-se por eliminar do planejamento a esfera política e social porque é o
planejador quem realiza o diagnóstico de situação e a partir dele elabora um único plano de ação.
c) normativo: apesar de atender as diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), é um modelo
assistencial e gerencial não prevalente nos serviços de saúde.
d) estratégico situacional: é um método que trabalha no processamento de problemas atuais, problemas
potenciais (ameaças e oportunidades) e dos macroproblemas.
e) estratégico situacional: é também conhecido como planejamento tradicional porque não leva em
consideração a historicidade e a dinamicidade dos fenômenos.
GABARITO: D
4. (2010/FCC/TRF - 4ª REGIÃO) O Planejamento Estratégico Situacional é composto
a) por sete fases, denominadas: diagnóstico; determinação de objetivos; estabelecimento de prioridades; seleção dos 
recursos disponíveis; estabelecimento do plano operacional; desenvolvimento; e aperfeiçoamento.
b) por quatro momentos que se inter-relacionam e são denominados explicativo, normativo, estratégico e tático-
operacional.
c) pelas metodologias normativa, estratégica e sociotécnica, interligando a empresa ao ambiente e aos produtos ou 
serviços.
d) pela eficiência potencial do sistema técnico que define as tarefas, a área física, os equipamentos e os recursos 
existentes.
e) pela neutralidade científica do planejador e o conhecimento da realidade, ocorrendo por meio do diagnóstico 
científico, sendo concebida como única e objetiva.
GABARITO: B
5. (2016/FCC/SEGEP-MA) O Planejamento Estratégico Situacional (PES) é uma abordagem do
planejamento que pressupõe
a) o planejador como um estrategista que usa seu conhecimento e as informações do ambiente para
dominar o futuro.
b) a elaboração do diagnóstico estratégico, objetivo e único, estabelecendo uma hierarquia entre planos de
níveis diferentes.
c) que o objeto planejado segue leis e regras, sendo redutível a comportamentos sociais que podem ser
modelados.
d) a solução para os problemas baseada no conhecimento científico e na racionalidade técnica.
e) que o sujeito que planeja está dentro da realidade, fazendo parte de um contexto no qual outros atores
também planejam.
GABARITO: E
6. (2014/FUMARC/AL-MG) O Planejamento Estratégico Situacional (KURCGANT,
2010) é composto por quatro momentos que se interrelacionam, a saber:
a) Momento demissional, momento decisório, momento estratégico e momento
tático-operacional.
b) Momento explicativo, momento normativo, momento estratégico e momento
tático-operacional.
c) Momento explicativo, momento narrativo, momento dialético e momento tático-
operacional.
d) Momento decisório, momento narrativo, momento dialético e momento
demissional.
GABARITO: B
7. (2015/BIO-RIO/Prefeitura de São João da Barra – RJ) O gerenciamento integra o
processo de trabalho da enfermagem e se pauta em modelos, processos e instrumentos
que viabilizam a gestão de serviços e do cuidado de enfermagem. O modelo de
planejamento composto por quatro momentos que se interrelacionam denominados:
explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional é o:
a) planejamento estratégico situacional.
b) planejamento normativo.
c) planejamento tradicional.
d) planejamento técnico-operacional.
e) planejamento participativo.
GABARITO: A
8. (2014/FUNRIO/IF-BA) O planejamento e a tomada de decisão são instrumentos
importantes para o processo de trabalho gerencial na enfermagem. Por isso, as
melhores decisões são tomadas quando percorremos todas as fases do processo
decisório. A análise do poder nas dimensões política, econômica, administrativa e
técnica integram a metodologia de planejamento conhecida como
a) Método CENDES/OPS.
b) Planejamento Normativo.
c) Modelo Taylorista.
d) Planejamento Estratégico Situacional.
e) Metodologia do Planejamento em Enfermagem.
GABARITO: D
9. (2011/FCC/TRE-AM) No processo de trabalho gerencial, existem quatro momentos que
se inter-relacionam: o explicativo, o normativo, o estratégico e o tático-operacional. Esta
composição caracteriza
a) o planejamento tradicional.
b) o modelo sociotécnico.
c) o planejamento estratégico situacional.
d) a avaliação do sistema de eficiência potencial.
e) a avaliação da eficiência real.
GABARITO: C
10. (2013/IBFC/HEMOMINAS) Em relação ao Planejamento Estratégico Situacional (PES) adotado na Administração do
Serviço de Enfermagem, assinale a alternativa correta:
a) Nesse método, observa-se uma racionalidade instrumental que determina a direcionalidade das ações e um forte
poder de centralização das decisões no âmbito superior, sem distinção entre os diferentes níveis e perfis.
b) É um método voltado para a resolução de problemas. Ele trabalha no processamento de problemas atuais, problemas
potenciais (ameaças e oportunidades) e dos macroproblemas.
c) É um método muito utilizado na formação em gestão dos profissionais de saúde, determinando modelos assistencial e
gerencial prevalentes nos serviços de saúde, porém, contraria às diretrizes e os princípios do Sistema Único de Saúde
(SUS).
d) Uma limitação desse método é a falta de delineamento do triângulo de governo (projeto de governo, governabilidade
e capacidade de governo).
GABARITO: B
11. (2015/IBFC) O Planejamento Estratégico Situacional (PES) é um método que trabalha no
processamento de problemas atuais, problemas potenciais e de macroproblemas. É
considerada uma das principais características do PES.
a) Admite-se que há uma realidade única estática, avançando para o atendimento da mesma
no que diz respeito à visão de unicausalidade.
b) O sujeito que planeja e o objeto do planejamento são independentes. O sujeito que
planeja é único e situa-se fora e acima da realidade.
c) Trabalha com sistemas fechados ou visualiza a mínima interligação entre pontos de
partidas e de chegada.
d) Reconhece o conflito e as relações de poder com os quais trabalha.
GABARITO: D
PROGRAMAÇÃO LOCAL EM 
SAÚDE
A Programação se define como um espaço do Planejamento que se define pela menor
agregação do seu objeto (geográfico e de informação),pela sua localização institucional
na periferia e pela menor abrangência temporal de sua proposta.
A programação deve ser entendida como um momento
do Planejamento (com aquele espaço característico),
no sentido de que ocorre simultaneamente com ele e
de que se processa ciclicamente em um movimento
incessante de produção e reconstrução.
CARACTERISTICAS DA PROGRAMAÇAO EM SAÚDE
 A programação como um momento tático ou "arco conjuntural" do programa estratégico que conforma um
Plano;
A Programação deve ter uma direcionalidade e essa direcionalidade não lhe é imposta desde fora por algum
nível superior;
A programação deve transbordar os limites dos fenômenos e penetrar na rede de causalidade mais profunda
para melhor definir e explicar os problemas;
A programação local e regional devem participar do mesmo movimento operacional (de comparação e
síntese), para assegurar o cumprimento da diretriz de integração institucional e programática.
A programação local deve comportar um movimento de descentralização do aparelho institucional, que
garanta a participação efetiva da população no planejamento.
O sistema de planejamento e de programação deve estar regido pelas
premissas básicas do planejamento estratégico, tais como:
a inseparabilidade entre planejamento, programação e gerência;
a redefinição constante de metas e de trajetórias;
a criação de um sistema de avaliação e de monitores estratégicos permanentes;
a busca ativa da viabilidade através da análise dos atores e seus projetos etc.
A Programação local deve ser entendida como um enfoque metodológico que contém
3 níveis:
NÍVEL 1
• da determinação 
dos problemas, 
dos nós críticos 
dos problemas, 
da 
responsabilidade 
institucional pelo 
enfrentamento 
dos mesmos e 
das operações 
necessárias 
(desdobradas em 
ações);
NÍVEL 2
• da determinação 
da combinação 
de atividades por 
nível de 
complexidade a 
partir dos grupos 
populacionais e 
seus problemas 
de saúde;
NÍVEL 3
• da programação 
de atividades por 
unidade 
característica de 
cada nível de 
complexidade.
SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, 
SILOS/DISTRITOS SANITÁRIOS 
SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, SILOS/DISTRITOS SANITÁRIOS 
CONCEITO:
Os Distritos Sanitários representam, os módulos básicos do processo de
planejamento/ programação, o objeto principal da programação local. Neste
espaço a intenção é analisar algumas diretrizes e critérios operacionais dos
dos Distritos e estabelecer a partir daí alguns requisitos que o sistema de
planejamento teria que observar no campo do enfoque metodológico e
instrumental, para resgatar o princípio de coerência básica entre sistema de
saúde e metodologia programática.
SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, SILOS/DISTRITOS SANITÁRIOS 
CONCEITO:
Sistemas locais de saúde ou "distritos sanitários", são expressões de
um processo de regionalização no qual se busca estabelecer a
universalização da cobertura e do acesso da atenção às populações,
com melhoria de seus níveis e condições de saúde, com o máximo de
eficácia e eficiência técnico-operacional, política, econômica e social.
SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, SILOS/DISTRITOS SANITÁRIOS
O processo de construção e ação dos Silos/DS tem como objetivo final
causar impacto no processo saúde-doença, determinantes das
condições de saúde, no sentido de redução dos riscos de adoecimento,
sequelas e óbitos e melhor qualidade de vida.
SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, SILOS/DISTRITOS SANITÁRIOS
A criação e desenvolvimento dos Distritos Sanitários, além de ser mais
um passo na concretização da descentralização político-administrativa
é redirecionar e modificar a forma de organização e o conteúdo das
ações e serviços de saúde, de modo a se responder às demandas da
população, atender às necessidades de saúde e, fundamentalmente,
contribuir para a solução dos problemas de saúde da população que
vive, trabalha no espaço territorial e social do Distrito Sanitário.
SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, SILOS/DISTRITOS SANITÁRIOS
Os Silos/DS estão intimamente vinculados a um dado conjunto territorial. Mas a natureza, o sentido e o
objeto de trabalho se referem à população.
Sendo um processo de descentralização no sentido de aproximação e vínculo com a população, visando a
abordagem e o conhecimento contínuo de seus problemas de saúde e seus determinantes, isto é, do seu
processo saúde-doença, o território deve ser desmembrado em unidades menores que facilitem a
operação dos Silos/DS. "Descentralizar regionalizando consiste em realizar as divisões territoriais até o
nível que se determina por economia de escala e impacto epidemiológico e social
SISTEMAS LOCAIS DE SAÚDE, SILOS/DISTRITOS SANITÁRIOS
Em geral, a divisão do território é sistematizada em:
Território-
Distrito
Território 
Área
Território 
Micro Área 
e 
Território-
Moradia. 
Te
rr
it
ó
ri
o
-D
is
tr
it
o
Como o nome indica, é o conjunto total 
espaço-populacional do sistema 
regionalizado, em geral coincidindo com um 
limite ou uma definição político-
administrativa, 
como um município, subdivisões municipais 
ou conjunto de municípios e corresponde a 
uma 
definida coordenação sanitária, de 
articulação interna e externa. 
O
 T
er
ri
tó
ri
o
-Á
re
a
Seria a primeira subdivisão do 
Território-Distrito, devendo 
representar o 
espaço-população adstrita, que 
estabeleça vínculo e relação com 
uma Unidade de Saúde, 
permitindo a melhor relação e 
fluxo população-serviços, com 
essa unidade e outros 
necessários e compatíveis com a 
atenção e saúde nesse nível.
O
 T
er
ri
tó
ri
o
 M
ic
ro
 Á
re
a Seria uma subdivisão do 
Território-Área próxima ao 
conceito de "área 
homogênea de risco", 
permitindo e objetivando 
contínua análise 
epidemiológica com 
identificação e 
enfrentamento continuado 
dos problemas de saúde. 
SUB-DIVISÃO DOS TERRITÓRIOS
Te
rr
it
ó
ri
o
-M
o
ra
d
ia constituiria o espaço de menor 
agregação social, familiar ou de 
grupos de indivíduos, 
permitindo aprofundar o 
conhecimento epidemiológico e 
o desenvolvimento de ações de 
saúde
SUB-DIVISÃO DOS TERRITÓRIOS
Outro aspecto/componente importante no
processo de regionalização/ distritalização é o
seu modo operativo, ou seja, a formulação,
composição e desenvolvimento das ações de
saúde no âmbito dos Silos/DS, tendo como
premissa básica que esse "modo de agir" tem
que ser compatível e estar em função do
objetivo final de impactar positiva e
progressivamente na melhoria das condições de
saúde.
A busca por um novo modo de agir vem sendo chamada de Prática Sanitária de Vigilância à
Saúde. Em síntese, pode-se afirmar que isso implica em um processo permanente, contínuo e
dinâmico de identificação, análise, intervenção e monitoramento do processo saúde-doença e
dos problemas de saúde do (e no) espaço população de seu TERRITÓRIO.
A Prática Sanitária de Vigilância à Saúde não deve ser confundida e restrita a unidades
administrativas estanques e isoladas, "processualistas" e de coleta de informações, mas se
constituir e se expressar funcional e operativamente em todo o sistema, tendo como base ou
foco privilegiado de ação a subdivisão Micro Área do território, com o desenvolvimento de ações
de saúde de todos os níveis de prevenção, de modo articulado e contínuo, intra e intersetorial.
Para a construção e atuação do Silos/DS no processo de regionalização/distritalização, segundo seus
referenciais e objetivos, há de se considerar um outro aspecto/componente operativo que é o PROCESSO DE
TRABALHO. Isso implica em procurar e estabelecer modos adequados de tecnologia, organização e divisão de
trabalho, com repercussão na definição de tipologia e perfis de recursos humanos, unidades produtoras e a
própria rede de serviços do sistema de atenção à saúde, segundo níveis de complexidade e de
responsabilidade.
O processo de regionalização/distritalização implica em redirecionar o Modelo
Assistencial, que pode ser compreendido como a forma de produção e distribuição dos
bens eserviços de saúde, numa dada área e num determinado tempo, para uma dada
população.
1. (MUNICÍPIO DE FRIBURGO/FAPESE/2013) Em um Distrito Sanitário, a área geográfica
que comporta uma população com características epidemiológicas e sociais e suas
necessidades e os recursos de saúde para atendê-la corresponde:
a. ( ) Aos Bairros. 
b. ( ) Ao território. 
c. ( ) Aos Municípios. 
d. ( ) À área de influência. 
e. ( ) À área de abrangência. 
GABARITO: B
2. (MUNICÍPIO DE MATIAS CARDOSO/IDECAN /2012) Na análise da situação do sistema
de saúde do Distrito Sanitário, para definir um perfil epidemiológico específico, deve-se
considerar uma população em um dado território num processo social determinado
pelas seguintes variáveis, EXCETO:
A) Biológicas.
B) Políticas.
C) Ambientais.
D) Sócio-econômicas.
E) Culturais
GABARITO: C
3. (2011 /Téc. Sup. Sáude) Considerando o processo de implantação dos Distritos
Sanitários como uma das estratégias de implementação do Sistema Único, é INCORRETO
afirmar que
a) a área geográfica, não necessariamente, deverá ser considerada para tal processo.
b) o Distrito Sanitário é um processo político organizativo de reorientação do sistema de
saúde, com ênfase no nível local.
c) o Distrito Sanitário deve ter um modelo de atenção de base epidemiológica, numa rede
estruturada com mecanismos de comunicação e integração entre os serviços de saúde.
d) a implantação dos Distritos Sanitários está garantida pela Lei 8080/90.
GABARITO: A
4. (2011/MUNICIPIO DE CARANGOLA/MG) Analise as afirmativas sobre distrito sanitário.
I. A área de abrangência tem como ponto de referência os serviços básicos de saúde.
II. A territorialização definida pela Secretaria Estadual de Saúde deve ser considerada como balizamento
definitivo.
III. A implantação do distrito sanitário deve ser visto como um processo social.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
A) I
B) I, II
C) I, III
D) II, III
E) I, II, III
GABARITO: C
5. (2013/AVAPE/CONSULPLAN) Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) O território do Distrito Sanitário (DS) compreende uma área geográfica que comporta uma população com características
epidemiológicas e sociais e com suas necessidades e os recursos de saúde para atendê-la.
( ) Um dos elementos substantivos referidos para a construção dos Distritos Sanitários são a participação e o controle social.
( ) Na análise da situação do sistema de saúde do DS, deve-se levar em conta uma população em um dado território, num
processo social determinado por variáveis biológicas, ambientais, socioeconômicas e culturais, que definem um perfil
epidemiológico específico. A sequência está correta em
A) V, V, V
B) F, V, F
C) V, V, F
D) V, F, V
E) F, F, V
GABARITO: C
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Diagnóstico de Saúde na Comunidade
SAÚDE PÚBLICA
DIAGNÓSTICO DE SAÚDE NA COMUNIDADE
INTRODUÇÃO
O tipo de diagnóstico que será abordado hoje deve ser feito tanto por quem vai trabalhar 
quanto por quem vai concursar, uma vez que trabalhar com diagnóstico é conhecer a rea-
lidade; é identificar onde será o campo de atuação, antes mesmo de se começar a imple-
mentar ações.
O tema de hoje é específico para quem irá trabalhar em comunidade, em saúde da famí-
lia ou gestão. Diz respeito ao conhecimento de um território, de uma comunidade, para que 
se possa desenvolver ações de acordo com o perfil de morbilidade (que é o perfil de adoe-
cimento), de mortalidade (que é o perfil de morte, do que se morre), de indicadores sociais, 
econômicos e epidemiológicos.
Assim, para atuar em comunidade de forma efetiva (isto é, com base territorial) é preciso 
conhecer o espaço. Não adianta querer implantar e implementar ações sem o conhecimento 
do público para quem se desenvolvem tais ações. Por isso, o diagnóstico da comunidade é 
um instrumento que será utilizado; é uma das etapas do planejamento estratégico em que 
nos serão utilizadas algumas ferramentas, principalmente na atenção básica e no contexto 
atual do SUS, que é o contexto de redes de atenção, que são interligadas e que têm uma 
base territorial. Portanto, diz-se do diagnóstico ser uma condição sine qua non, uma condição 
indispensável.
CONCEITO
Sendo a atenção primária modelo para organização dos serviços de saúde, a OMS suge-
riu aos países-membros a necessidade de congregar o diagnóstico comunitário ao plane-
jamento local, para melhor formular as políticas nacionais de saúde, ferramentas essen-
ciais para racionalizar custos e aumentar a eficiência das políticas públicas (Cf. RIBEIRO et 
al., 2005).
Para se entender o dito de que a OMS sugere a utilização do diagnóstico para trabalho 
com base em planejamento, traçando a prioridade do nível de atenção primária como orga-
nizadora do sistema, pode-se observar o que há hoje: a nova PNAB, que é a Portaria 2436, 
a Portaria de Redes de Atenção e o Decreto 7508. Nota-se que todos esses marcos jurídi-
cos trazem em sua historicidade a atenção primária como a porta de entrada preferencial e 
ordenadora do sistema. Com o passar do tempo, estes termos foram mudando, o que fez 
perceber que, além de serem uma porta de entrada, a atenção primária nunca deixou de ser 
a porta de entrada preferencial. Isto ocorre porque ela está próxima do território: ela acontece 
em uma população determinada em um território definido. 
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Por isso a atenção primária é a considerada organizadora do sistema; é a estratégia 
prioritária para a organização da atenção primária; e, ademais, é um centro de comunicação 
da rede de atenção. Isso não é possível sem que se conheça a comunidade; isto é, sem o 
diagnóstico situacional do território onde será feito o trabalho. Assim, o diagnóstico da comu-
nidade vem para fortalecer o planejamento local em saúde. 
Quando fala-se de planejamento, deve-se lembrar da primeira etapa, que é a atapa em 
que irá identificar; em que, depois da identificação, irá descrever o que será encontrado no 
determinado território. Aqui, não se trata de descrever apenas o perfil de socioeconomia, o de 
epidemiologia, o de morbidade ou o de mortalidade; o diagnóstico pode descrever e priorizar 
os problemas que têm governabilidade, que são factíveis e que têm impacto naquela popu-
lação. Com isso, o processo de planejamento local fica mais forte e, em decorrência disso, é 
possível obter uma organização de ações diretamente relacionada ao problema. 
Nota-se: não adianta determinar ações sem o conhecimento do público, da realidade com 
que se depara. É por conta disso que o diagnóstico é uma etapa importantíssima, principal-
mente para quem trabalha na atenção primária e na saúde da família, justamente porque a 
saúde da família é o ponto e a ação estratégica para a organização da atenção primária. Vale 
a lembrança de que, com a nova PNAB, há outras organizações de atenção primária, o que 
não tira a prioridade da saúde da família.
ATENÇÃO
Pensando agora, resumidamente, o que pode cair em concurso. Em primeiro lugar, em 
caso de se precisar definir o que é o diagnóstico comunitário, pode-se, sem pestanejar, defini-
-la como a identificação dos perfis de morbidade, de mortalidade e de socioeconomia de 
determinada comunidade. Pode-se dizer também, sem sombra de dúvida, que trabalhar com 
diagnóstico comunitário está relacionado diretamente às ações de atenção primária, princi-
palmente as que contemplam a saúde da família. Além disso, ressalta-se que este diagnós-
tico é a primeira etapa de qualquer planejamento local em saúde, sendo que não é possível 
se trabalhar em determinado território sem o conhecê-lo. Desta forma, consegue-se atingir o 
princípio doutrinário da integralidade, o que também é muito cobrado em prova.
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DO OBJETIVO E DA NATUREZA DINÂMICA DO DIAGNÓSTICO
Observar a seguinte afirmativa:
O diagnóstico comunitário nos parece constituir um meio privilegiado, até mesmo uma con-
dição indispensável, para colocar em prática os cuidados primários de saúde (BRASIL, 2000).
Ao se deparar com “cuidados primários”, deve-se lembrar de que a saúde da família é 
eleita como prioritária para a Organização da atenção primária no Brasil. É preciso lembrar 
também de que temos níveis de atenção diversos (primário, secundário e terciário), sendo 
que é na atenção primária que estará em contato com o território. Além disso, não se esque-
cer de que, no Brasil, a atenção primária equivale à atenção básica. Portanto, o diagnóstico 
comunitário (ou diagnóstico situacional) é uma condição indispensável para colocar 
em prática os cuidados primários de saúde. 
Vale ressaltar que esse diagnóstico não é permanente. Trata-se de uma medida inicial. 
E deve ser moldado à medida em que se for atuando, justamente porque as condições e as 
pessoas mudam. Isto é, a situação de saneamento e a situação de acesso a bens e a servi-
ços, de transporte, de espaços institucionais de controle social e de espaços da comunidade 
estão em constante mudança. Além disso, a situação da violência, do tráfico de drogas e de 
trabalho também mudam. 
Ao passo que o perfil de vida muda, o perfil de adoecimento igualmente muda, basta que 
se lembre que o conceito ampliado de saúde não está ligado apenas à ausência de doen-
ças; há um conceito ampliado que está ligado aos fatores determinantes e condicionantes da 
saúde, que consta no Art. 3º, da Lei 8080/90. Portanto, prestar atenção: o diagnóstico não é 
permanente; isto é, não se deve fiar apenas no diagnóstico inicial para todo o percurso de atu-
ação. Deve-se, sim, estar sempre fazendo este diagnóstico, uma vez que transformaremos 
dados fornecidos por sistemas de informação em informação, para então se monitorar as 
ações. E se as ações planejadas a partir do diagnóstico inicial não estiverem de acordo com 
a nova realidade, deve-se reformular as ações; inclusive adicionando novos atores sociais, 
mudando objetivos e metas etc.
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DIAGNÓSTICO E TERRITORIALIZAÇÃO
Hoje, trabalha-se com base territorial tanto quando se fala em rede de atenção à saúde 
quanto quando se fala em Decreto n. 7508, que regulamenta a Lei 8080/90, ou mesmo quanto 
quando se fala na PNAB. Porque o território é a base; é onde se vive; é onde as coisas acon-
tecem. E essas coisas estão ligadas ao modo de vida de determinada comunidade.
Observar o conceito a seguir:
A territorialização representa importante instrumento de organização dos processos de 
trabalho e das práticas de saúde, posto que as ações de saúde são implementadas sobre uma 
base territorial detentora de uma delimitação espacial previamente determinada (MONKEN 
e BARCELLOS, 2005).
Há, no conceito acima, informações interessantes, como diagnóstico e territorialização. O 
SUS já traduz “territorialização” de forma mais ampla. No Art. 198, da Constituição, confere-
-se que a descentralização com direção única em cada esfera de governo é uma diretriz do 
SUS. Isto é, o poder de decisão passa a quem está mais próximo do problema, que são os 
gestores municipais. Adiante, à medida que a Legislação foi avançando, porque os serviços 
de saúde foram se ajustando às mudanças da sociedade, passa-se a ter a organização dos 
sistemas locais de saúde, que será baseado em determinado território, além dessa descen-
tralização com ênfase para os municípios. 
Lembrar-se que esse território tem duas vertentes de pensamento. A primeira é o mapa 
geográfico, que diz respeito ao território físico, plano, em que determina-se seus limites. Por 
exemplo, na casa 30 da rua A é onde começa o território de atuação da equipe X, que termina 
no Bar do Seu João. Assim, há uma delimitação geográfica, e isso é inerente ao diagnós-
tico, porque é a partir disso que será identificado o chamado território vivo, que refere-se à 
base populacional que vive “onde as coisas acontecem”, como dito antes. Assim, não adianta 
quantificar o número de pessoas e descrever quais as ruas e quantas casas elas possuem se 
não se atribuir valor de uso ao que acontece naquelas casas, naquelas famílias; se não se 
identificar qual é o impacto do território na vida dessas famílias. 
Falou-se aqui, portanto, do território vivo, que pertence a um território geográfico, mas 
que não se pode restringir apenas ao mapa; isto é, deve-se entender onde “acontecem as 
coisas”. Isto é, deve-se entender as relações interpessoais; a situação da violência; o acesso 
a bens e serviços; os mercados locais e a economia local; qual o tipo de fonte de renda; se 
a comunidade é ou não coesa; qual é o perfil demográfico (se há mais crianças ou mulheres 
em idade fértil ou pessoas idosas etc.); se a maioria da população é masculina e trabalha o 
dia todo ou se é feminina que trabalha fora etc.; se há escolas. Deve-se entender tudo isso 
justamente porque é isso que dará o embasamento para se planejar as ações. 
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Por fim, a territorialização é um instrumento que será baseado no território geográfico 
(delimitação georgáfica) e no que acontece nesses limites, que é onde a vida se mexe; que 
é onde as pessoas vivem. Trata-se do que Milton Santos traz: o território é onde se vive, por-
tanto ele não é morto, estático, mas mutante, dinâmico. Por isso que o diagnótico da comuni-
dade deve estar em constante revisão, porque as coisas mudam (e atualmente mudam cada 
vez mais rápido).
OBSERVAÇÃO DIAGNÓSTICA
No território que a equipe de saúde da família deve fazer uma observação diagnóstica 
das condições de saúde da comunidade a fim de direcionar suas práticas de atenção em 
saúde (ESCOREL, 2007; MONKEN et al., 2005).
Observa-se que a citação acima não fala apenas de doença, mas de condições de 
saúde da comunidade, a fim de se direcionar as práticas de atenção em saúde. Observa-se, 
também, que todos os agentes envolvidos trabalham com base territorial, mas o foco em 
saúde da família se dá por conta da estratégia prioritária para a organização da atenção pri-
mária no país. E essa observação diagnóstica não é igual a um diagnóstico clínico; ela ultra-
passa a questão da saúde, vai além. Onde as pessoas vivem, suas casas e suas famílias; 
onde tem esgoto a céu aberto; onde não há local para se jogar lixo; onde as crianças andam 
quatro quilômetros para chegar à escola, por falta de transporte público; tudo isso leva-se em 
consideração na oferta das ações e serviços. Isto é, vai além da questão saúde.
EXEMPLO: imaginando uma ilha em que a maioria das mulheres são marisqueiras; isto 
é, elas trabalham com a captura manual de mariscos e a retirada de sua casca. Para essa 
atividade, as mulheres normalmente se molham parcialmente por conta da maré. Dito isso, 
atentar-se ao problema de saúde. Impera, nessa ilha, um problema comum entre essas 
mulheres: a maioria delas tem candidíase. E o fator que as leva a esse problema é o fato 
de que elas não trocavam seus biquínis após a atividade de mariscar, o que propiciona can-
didíase. Assim, uma vez identificados o problema e o fato gerador, pode-se ofertar ações e 
serviços para sanar o ocorrido. 
Em resumo, conhecer todas as nuânces do território impacta diretamente as ações e, 
consequentemente, pode render resultados positivos e melhores para a comunidade em que 
se atua. Portanto, o diagnóstico é importantíssimo e imprescindível.
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Por fim, observa-se a seguinte fotografia.
Há, aqui, uma equipe de agentes comunitários que está trabalhando debruçada sobre 
um mapa. Pode-se observar que o mapa está bem delimitado (traços em vermelho) e que 
a equipe está identificando os pontos de interesse mais importantes. Essa fotografia mostra 
que o mapa é importante no processo, junto com os outros fatores citados.
OBJETIVOS DO DIAGNÓSTICO DE SAÚDE DA COMUNIDADE
Para Ribeiro et al. (2012), o diagnóstico constitui o elemento-chave de reflexão sobre o 
cotidiano do serviço.
Assim, ele objetiva:
1. Identificar problemas;
2. Estabelecer prioridades;
3. Observar fatores que limitam o desenvolvimento das atividades;
4. Instituir diretrizes para a definição de ações a serem implementadas e, sobretudo tornar 
clara a realidade da instituição de forma a possibilitar que o planejamento seja adequado.
Depois que identificamos os problemas (conferir item 1), conseguiremos definir com quais 
iremos trabalhar, justamente porque nem todos eles são de nossa governabilidade. Isto é, 
estabeleceremos prioridades (cf. item 2) e, depois, observaremos os fatores que limitam o 
desenvolvimento das nossas ações (cf item 3). E, nesse interím, iremos monitorar, a fim de 
concluirmos se nossas ações estão rendendo resultados. E, em caso negativo, observare-
mos os fatores que o limitam, para podermos modificar as ações que colocamos para resolu-
ção dos problemas priorizados. E, por fim, instituir diretrizes; isto é, definir as ações a serem 
tomadas (cf. item 4). 
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ATENÇÃO
Os objetivos do diagnóstico devem ser memorizados, não exatamente decorados. Basta 
lembrar que quando se faz um diagnóstico de qualquer coisa, se está, na verdade, identifi-
cando problemas. A partir dessa identificação, pode-se selecionar os problemas que podem 
ser resolvidos por aqueles que possuem governabilidade. Ou seja, observar-se-á qual é a 
magnitude de cada problema (isto é, quantas pessoas ele alcança), qual é o seu impacto 
na comunidade, qual é a factibilidade (se vale a pena investir ações para sanar o problema, 
uma vez que se deve ter como base um custo benefício) e qual é a governabilidade perante 
o problema (isto é, se está dentro do alcance do setor da saúde). 
Isto é, deve-se ter expertise para se identificar os problemas que podem ser resolvidos 
pelos agentes de saúde juntamente com a comunidade. Isto não significa que se deve igno-
rar os problemas sobre os quais não há governabilidade; mas significa que eles passam a 
ter prazos maiores para solução, uma vez que sua resolução envolve articulações interseto-
riais. Por fim, o maior objetivo do diagnóstico é identificar e priorizar problemas para que haja 
um planejamento adequado. Basta lembrar disso para não errar nenhuma questão de prova 
sobre diagnóstico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BRASIL. O trabalho do Agente Comunitário de Saúde. - Brasília: Ministério da Saúde, 
Secretaria de Políticas de Saúde, 2000.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_05a.pdf>.
Acesso em: 28/05/18.
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor NATALE OLIVEIRA DE SOUZA. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura 
exclusiva deste material.
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DIAGNÓSTICO DE SAÚDE NA COMUNIDADE II
Para começar, é preciso observar a seguinte citação:
A análise da situação de saúde é a primeira etapa de um programa de saúde comunitário. 
Não se concebe hoje um trabalho sério de cuidados primários de saúde sem esse diagnós-
tico, que envolve: participação popular, abordagem intersetorial e descentralização da polí-
tica de saúde (BRASIL, 2000).
COMENTÁRIO
Quando se fala de saúde comunitária no Brasil, trata-se de estratégia de saúde da família 
mais a estratégia de atenção básica mais os agentes comunitários, tudo com base em 
território definido.
Sobre o conceito acima, lembrar-se, primeiramente, que “cuidado primário”, no Brasil, está 
relacionado ao primeiro nível de atenção e equivale ao termo “atenção primária”.
Agora, é preciso analisar os três fatores citados acima. O primeiro deles é a participação 
popular. Este fator deve estar sempre em mente. Não é possível trabalhar com diagnóstico 
em comunidade sem envolver a população. Em seguida, há a abordagem intersetorial, 
que diz respeito às ações que não são do setor saúde, mas que a ausência de ações 
preventivas sobre elas têm um impacto grande na saúde. E, por fim, há descentralização 
da política de saúde, que é o que se chama de sistemas locais em saúde através do 
planejamento local em saúde.
Será bordado, a seguir, cada um dos fatores.
1. Participação popular
 Quando se é designado a fazer um diagnóstico de uma determinada comunidade, 
normalmente não se conhece a realidade local dessa comunidade. Logo, e obviamente, 
deve-se coletar dados sobre o local (que podem vir de bancos de dados oficiais). No 
entanto, não basta: é preciso estar in loco. Isto é, para um melhor diagnóstico, é preciso 
conflitar os dados dos bancos de dados oficiais com os dados apurados na vivência no 
local, na observação in loco. E a melhor maneira de obter estes dados é a partir da inte-
ração com a população. Portanto, as visitas aos espaços potentes de um determinado 
território (igrejas, associações, bares, mercados) permitem conhecer a realidade do local. 
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 Por isso, nunca se deve afastar o diagnóstico comunitário da própria comunidade. 
Isto não é a participação popular através da Lei Orgânica 8.142/90; trata-se, na verdade, 
do entendimento de que, se a pessoa vai para o lugar onde o outro vive, este outro é 
quem conhece a realidade. Assim, deve-se trazer esse “outro” (ou a comunidade) para o 
diagnóstico, para que se possa ofertar ações mais precisas, mais pontuais. E isso pode 
se dar a partir de reuniões, de grupos de discussões etc. Por fim, é importantíssimo ter a 
comunidade ao nosso lado. 
2. Abordagem intersetorial
 Quando a Constituição é promulgada e há a regulamentação através da Lei n. 8.080/90, 
em seu Art. 3º, confere-se a seguinte definição: “a saúde é um conjunto de fatores con-
dicionantes e determinantes”. Isso significa o quê? Que a saúde não é só a ausência de 
doenças. Por muito tempo ela foi vista dessa forma, mas atualmente o conceito de saúde 
é ampliado, porque ele compreende à observação da saúde em todos os aspectos da 
vida: moradia, lazer e habitação e acesso a bens essenciais, a serviços, à educação, a 
transporte, à atividade física. Então, a saúde diz respeito a tudo isso. No entanto, nem 
todos os itens que garantem a ampliação desse conceito são de ordem da saúde. Isto é, 
nem todas são de governabilidade do SUS. 
 Estas ações, que não fazem parte do SUS mas que, na ausência delas, é preciso um 
impacto negativo na comunidade, são chamadas de ações intersetoriais. Isto se deve 
por conta de que se deve buscar, em outras esferas, outras ações para sanar os proble-
mas derivados dessas ações. Por exemplo, em caso de alto índice de evasão escolar, 
precisa-se realizar uma ação intersetorial com a educação;de outra forma, diante de um 
alto índice de violência contra a mulher, é preciso realizar uma ação intersetorial com as 
entidades de proteção da mulher. Isto tudo é ação intersetorial; é abordagem intersetorial.
3. Descentralização da política de saúde
 Indo além, lembrar-se que o planejamento é a base para a descentralização, e o diag-
nóstico é uma das etapas do planejamento. Na verdade, o diagnóstico é a primeira etapa, 
que se configura na descentralização mais próxima, mais capilarizada, que é realizar um 
planejamento e decidir uma ação perto do local onde a ação será implementada. Quem 
trabalha com saúde da família já domina esse assunto, porque é preciso conhecer a co-
munidade. 
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 Às vezes, há apenas uma unidade de saúde com quatro equipes, em que cada equipe 
aborda uma população diferente; porque isso depende da proximidade da unidade, da 
estrutura da rua, do distanciamento da rua em relação ao comércio etc. Tudo isso impac-
ta no perfil da comunidade e, consequentemente, no planejamento e na oferta de ações 
de saúde. 
Observar o seguinte trecho:
O ideal é que o diagnóstico comunitário seja feito pela comunidade, com a equipe de saú-
de, num trabalho coletivo de identificação e auto-análise dos problemas, necessidades e 
recursos desta comunidade, de sua qualidade de vida (BRASIL, 2000).
ATENÇÃO
É preciso ter sempre em mente que um diagnóstico é um trabalho de uma equipe mul-
triprofissional com saberes interdisciplinares.
Quando traz a comunidade para o diagnóstico, como foi falado anteriormente, estar-se-
-á planejando de acordo com a real necessidade da comunidade; haverá, portanto, um 
planejamento adequado. Observa-se que, às vezes, um problema priorizado por uma 
equipe profissional não é o problema que a comunidade prioriza, e isso deve ser levado 
em consideração. 
Por isso, é preciso ficar atento à participação da comunidade quando for realizar um diag-
nóstico. Um exemplo muito frequente no Brasil é quando acontece a elaboração do plano 
de saúde, em que há os espaços para discutir com a comunidade quais são os problemas 
e seus níveis de prioridade, através de diversas técnicas a fim de que a comunidade en-
tenda como a equipe quantificará o impacto de determinados problemas na comunidade.
O PULO DO GATO 
Atualmente nos concursos, todas os enunciados que não dizerem respeito ao trabalho 
em equipe (que contenham, por exemplo, trechos como “somente um determinado pro-
fissional pode fazer isso”), quando o assunto for a prática de ações de saúde na comu-
nidade, certamente estarão inadequados para o gabarito. Então é preciso ficar atento!
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Na saúde coletiva, atualmente, trabalha-se em equipe multiprofissional, que é a junção 
de pessoas com formação diferente uma das outras. No entanto, esse agrupamento de 
pessoas de núcleos diferentes deve saber trabalhar de forma interdisciplinar. Então, não 
adianta agrupar pessoas se não há a expertise de trabalhar em equipe; se não se sabe 
lidar com o saber do outro; se não há em mente que todos núcleos do saber diferentes 
e que, somados esses saberes, com certeza o resultado do trabalho será bem melhor. 
Logo, a guerra de egos dentro do trabalho em equipe deve ser esquecida, para que o 
trabalho possa render melhor resultado e, consequentemente, para que a comunidade 
seja melhor beneficiada. Então, deve-se respeitar o saber o outro.
Confira o trecho a seguir:
É dando a palavra à comunidade, escutando-a, favorecendo a expressão de suas ne-
cessidades, que a equipe de saúde fica conhecendo o que essa comunidade sabe sobre 
seus problemas, necessidades e recursos em relação à saúde. Nem sempre o que a 
equipe percebe e identifica como prioridade é o que a comunidade quer e precisa. Por 
exemplo, às vezes uma comunidade quer se organizar por um melhor serviço de água 
e o serviço de saúde se organiza em torno de um programa intensivo de planejamento 
familiar (BRASIL, 2000).
Um exemplo dessa situação é a seguinte: imaginando que uma equipe de saúde res-
ponsável por diagnosticar problemas que os moradores de rua de determinada região 
sofrem concluiu que o problema prioritário dos moradores de rua era a discriminação 
sofrida por eles ao tentar utilizar algum serviço público; no entanto, para os moradores de 
rua daquela região, o problema prioritário era a falta de um local para se higienizarem. O 
que aconteceu aqui é que a equipe não trouxe a população para o diagnóstico (isto é, a 
equipe não ouviu a comunidade específica), o que resultou nesse conflito. 
Por fim, deve-se lembrar que o maior conceito de política pública é aquele em que a 
política é a expressão da necessidade da população. Dito isso, não pode-se ofertar uma 
solução para o que se acha que é um problema; mas sim ofertar uma solução para o que 
a população acha que é um problema. É claro, existe todo um processo conduzido nessa 
identificação de problemas, mas é preciso levar sempre em consideração os usuários.
VANTAGENS DO DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO
Segundo Ribeiro et al., (2012), o diagnóstico comunitário apresenta como vantagens:
• O fortalecimento do vínculo entre usuários e a Unidade Básica de Saúde (UBS).
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Por UBS, aqui, entende-se como o espaço físico, em que pode ter saúde da família ou 
ser só a unidade básica.
• Organização da oferta dos serviços de acordo com as reais necessidades da demanda.
Por “demanda”, entende-se como “população”.
• Melhorias na qualidade dos atendimentos, pelo acesso a informações dos clientes;
Este item perpassa pela política nacional de humanização. E a melhoria na qualidade dos 
atendimentos diz respeito à melhoria da gestão. Logo, uma gestão terá melhores resultados 
se ela trabalhar baseada no que a comunidade tem como prioridade.
• Subsidiar a vigilância a repensar os fatores de risco, situações de vulnerabilidade e 
avaliar a situação de saúde quanto aos aspectos satisfatoriedade e mutabilidade, além 
de permitir o acompanhamento permanente da realidade local, com intuito de averi-
guar a efetividade dos serviços (cumprimento de metas).
Nota-se que, como dito anteriormente, quando se faz um diagnóstico, é preciso estar em 
constante observação da realidade para modificar o diagnóstico à medida em que as coisas 
se modificam. Isso é estar vigilante. E isso converge para o nosso modelo assistencial pre-
conizado no Brasil, que é o modelo de vigilância em saúde. Mesmo ainda tendo um modelo 
hegemônico como o modelo médico-privatista, o modelo preconizado é o de vigilância em 
saúde. É nesse modelo em que há a identificação e a observação dos fatores determinantes 
e condicionantes a essas alterações da comunidade, a tempo de se realizar ações para que-
brar uma cadeia de transmissão ou diminuir os riscos de adoecimento. Portanto, o modelo 
de saúde baseado em diagnóstico comunitário está bem alinhado com a vigilância em saúde; 
ou seja, há uma prevenção ao problema, na medida em que acompanhamos os dados do 
diagnóstico. 
Confira a seguinte citação:
Como a saúde está muito relacionada às condições de vida, fazer uma análise do que 
se precisa para melhorar a saúde de uma comunidade é um trabalho grande e de equipe. O 
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Agente Comunitário de Saúde é um auxiliar valioso para isto, pois, além defazer o cadas-
tramento das famílias da sua área, faz o mapeamento e reúne a comunidade para, juntos, 
discutirem as suas necessidades e decidirem as prioridades para a área (BRASIL, 2000).
Conforme observado acima, não trata-se de uma atribuição exclusiva do agente. Se se 
olhar a PNAB, estará constado lá que identificar os problemas da comunidade é uma atribui-
ção comum a todos os membros da equipe. No entanto, vale ressaltar que um agente comu-
nitário, na maioria das vezes, reside na área de atuação; portanto, ele conhece a comunidade 
e, por conhecer, ele é capaz de atrair a população para uma reunião. Isto é, ele é um profis-
sional imprescindível para a atuação em equipe.
O PULO DO GATO
Para as provas, a função de realizar o diagnóstico é de toda a equipe. Todos têm a 
mesma importância. No entanto, diz-se que o auxiliar é “valioso” porque ele é peça-chave 
para atrair a comunidade para equipe, justamente por ser parte da comunidade.
Leia o seguinte trecho:
Quando se tem um diagnóstico comunitário como ponto de partida para o trabalho em 
equipe, as ações são: planejadas, decididas e realizadas em comum entre profissionais 
e comunidade, a partir de uma identificação local de problemas e recursos e de uma adapta-
ção das prioridades do município às políticas de saúde estaduais e federais (BRASIL, 2000).
Observar que, mesmo que se identifique problemas e os priorize junto com a comuni-
dade, esses problemas devem caminhar junto com as políticas que estão em vigor e também 
junto com o plano municipal ou estadual de saúde (na maioria das vezes, será o plano muni-
cipal). Deve-se, então, conhecer as prioridades do plano municipal. Desta forma, os proble-
mas priorizados devem caminhar juntos, porque assim haverá governabilidade, factibilidade. 
Pode-se até ter factibilidiade, mas, se não se estiver alinhado com a política, poder-se-á cair 
numa situação em que os problemas elencados não terão recursos para serem sanados. 
Portanto, é muito melhor priorizarm problemas que têm impacto, governabilidade e factibi-
lidade, porque estarão de acordo com a política de saúde que está se trabalhando em territó-
rio nacional, estadual e municipal. Estas informações constam no plano municipal de saúde. 
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DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO X SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Segundo trecho em Brasil (2000), o SIAB tem potencial para detectar as desigualdades, 
que consequentemente geram iniquidade, para daí sim localizarmos problemas de forma 
mais minuciosa.
SIAB, hoje, é o SISAB. No entanto, o valor de uso é o mesmo.
Desta forma, o SIAB compõe-se de três módulos:
• cadastro das famílias;
• situação de saúde e acompanhamento de grupos de risco;
• notificação de agravos e registros de produção que contém informações necessárias 
para a produção de relatórios que permitam o conhecimento da realidade sociosanitá-
ria da população acompanhada, além de avaliar a adequação dos serviços de saúde 
oferecidos, visando melhoria de qualidade.
De modo geral, a mesma coisa acontece com o SISAB; a diferença é que o SISAB define 
o Cartão Nacional do SUS como base de cadastro.
O SIAB passa a ser substituído através da portaria n. 1.412/13 pelo Sistema de Informa-
ção em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Todos os municípios brasileiros hoje já deve-
riam trabalhar com o SISAB, cuja base de informação é o Cartão Nacional do SUS. Vale lem-
brar que isto é ponto forte, porque o Cartão Nacional é um instrumento usado em qualquer 
esfera de governo e alimentado pelo e-SUS. Pelo SISAB é possível obter todos os padrões 
de informação que o SIAB possuía, só que agora compilados pelo Cartão Nacional de Saúde.
ENFERMEIRO(A) E DIAGNÓSTICO DE COMUNIDADE
Segundo Mauro (1987), a enfermeira de comunidade deve compreender o processo 
mediante o qual se obtém um diagnóstico de saúde coletiva, que são os mesmos em todos 
os níveis de complexidade de assistência, em que pese haver diferenças nos tipos de dados 
coletados para analisar, a saber:
ATENÇÃO
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• Estado de saúde da coletividade incluindo o nível de vulnerabilidade da população, 
assim como os fatores humanos e fatores ambientais intervenientes.
• Capacidade do sistema de saúde para resolver os problemas de saúde incluindo os 
recursos humanos e materiais.
• As prioridades de ação social, as formas e as diretrizes segundo as quais são elabora-
dos os programas de saúde, incluindo o sistema político local.
Adiante, alguns papéis que a enfermeira de saúde da comunidade desempenha no tra-
balho de diagnóstico (conferir esquema a seguir).
COMENTÁRIO
É interessante ter “advogado” no esquema acima. Isso se dá porque um advogado cumpre 
o papel de lutar pela comunidade.
Ainda segundo Mauro (1987),
Um diagnóstico, em termos de comunidade, não necessita ser completo, porque um 
diagnóstico completo é quase impraticável. Entretanto, o diagnóstico deve ser útil e estar 
relacionado com o trabalho dos órgãos de saúde que servem aquela área. Desse modo, 
o diagnóstico pode ser dirigido para solucionar problemas mais significativos em relação 
aos recursos disponíveis ou para solucionar problemas indicados pela população quando 
questionada.
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Diagnóstico de Saúde na Comunidade II
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DIAGNÓSTICO DE SAÚDE DE COMUNIDADE X DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Consoante Mauro (1987), um diagnóstico de saúde de comunidade é mais ou menos 
semelhante ao diganóstico clínico de um paciente, havendo apenas as seguintes diferenças.
• Enquanto um paciente procura um médico para ajudá-lo, a comunidade pode ou não 
estar consciente de seus problemas, e raramente pede ajuda, orientação ou assistên-
cia por sua própria iniciativa.
• A doença do paciente é uma condição da patologia, geralmente exclusiva, enquanto 
os problemas da comunidade não podem ser tratados isoladamente, porque são inter-
ligados a outros fatores.
COMENTÁRIO
Este último item diz respeito ao conceito ampliado de saúde, em que a saúde extrapola 
o corpo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BRASIL. O trabalho do Agente Comunitário de Saúde. - Brasília: Ministério da Saúde, 
Secretaria de Políticas de Saúde, 2000.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_05a.pdf>.
• Mauro Maria Yvone Chaves. Rev. Bras. de Eni., Brasília, 1987.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v40n2-3/v40n2-3a09.pdf>.
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���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor NATALE OLIVEIRA DE SOUZA. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura 
exclusiva deste material.
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Diagnóstico de Saúde na Comunidade III
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DIAGNÓSTICO DE SAÚDE NA COMUNIDADE III
É preciso revisar o papel do enfermeiro em relação ao diagnóstico comunitário. Observe 
que, no diagnóstico clínico, no modelo hegemônico que ainda é utilizado no país, que é 
o modelo médico-privatista, busca-se a doença e trata-se os sintomas. Já no diagnóstico 
comunitário, é preciso envolver o indivíduo integrante da comunidade para que ele traga 
quais são os problemas daquela comunidade que têm impacto. Em seguida, juntamente com 
ele, é atribuída prioridade aos problemas. Tal decisão percorreas questões de factibilidade, 
governabilidade, magnitude e impacto. Mas o papel do profissional da enfermagem, ou de 
outros que trabalham na atenção básica, é atuar na equipe, lembrando que o diagnóstico 
deve ser feito de forma correta, analisando os dados dos sistemas de informação. O nosso 
sistema atual é o SISAB, que possui vinculação individual através do Cartão Nacional do 
SUS, o que facilita a comunicação e a integração dos sistemas de informação. Desta forma, 
pode-se dizer que o SISAB é um avanço muito grande. Desde 2013 ele é obrigatório, embora 
nem todos os lugares do país estejam informatizados com acesso virtual ao sistema, o que 
não impede o funcionamento do SISAB. Vale ressaltar que todos os lugares deveriam estar 
utilizando o SISAB. 
 Outro item a ser revisado é o perfil do profissional de atenção básica. É preciso lembrar 
que, por conta de trabalhar com comunidade, esse profissional não pode ser passivo nas 
ações; deve ser proativo.
ETAPAS DO DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO
• Definição dos objetivos do diagnóstico comunitário escolhido;
• Estabelecimento da lista das informações ou dados a coletar;
• Identificação das fontes de dados, escolha dos métodos mais apropriados para reco-
lher esses dados e, se necessário, elaboração de instrumentos para questionários, 
entrevistas, tabelas etc.
RELEMBRANDO
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Ou seja, é possível ter fontes diretas, que é a própria população da comunidade, e fontes 
indiretas, que são os prontuários, os sistemas de informação que são alimentados por pro-
fissionais por saúde. O método depende do quanto a pessoa tem de expertise para analisar 
o resultado dos dados.
• Coleta de dados;
• Análise e interpretação dos dados coletados, identificação dos problemas, necessida-
des, recursos e grupos de risco;
Aqui, há o dado bruto, que é apenas um dado; e há o dado analisado e interpretado, que 
é uma informação. É a partir dessa interpretação que serão identificados os problemas, as 
necessidades, os recursos que existem e os grupos de risco. 
• Estabelecimento das prioridades; 
Vale ressaltar que a priorização está baseada na magnitude e no impacto que determi-
nada situação tem nessa comunidade. Além disso, a própria demanda da comunidade define 
se um problema é prioritário ou não.
• Documentação dos problemas prioritários.
A documentação é o passo que se segue após o levantamento dos problemas prioritários.
ATENÇÃO
Um problema de hoje pode não ser um problema de amanhã. Ademais, existem problemas 
reais e problemas que podem vir a acontecer (problemas potenciais). Então, se há de 
um lado um problema real e do outro um problema potencial, sendo que o problema real 
tem um grande impacto, é preciso dar prioridade ao problema real. Já se de um lado há 
um problema real que não tem grande impacto e sobre o qual não temos governabilidade 
nem factibilidiade e do outro lado há um problema potencial, nesse caso pode-se priorizar 
o problema potencial. Isto é, a definição depende da comunidade e do momento em que 
o trabalho está ocorrendo. Por isso não se trata de uma atividade restrita e estática, mas 
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de um atividade dinâmica. É por isso que a equipe de atenção básica deve preencher 
corretamente os dados do SISAB através do e-SUS e os agentes comunitários devem 
atualizar constantemente o cadastro das pessoas e das famílias, a fim de se ter uma real 
noção do perfil de morbidade, de mortalidade e das condições socieconômicas. É preciso 
sempre conferir, também, os sistemas de informação de mortalidade, de nascidos-vivos; o 
sistema ambulatorial; o Sinan, Sistema de Informação de Agravos de Notificação; porque 
tudo isso nos dá a ideia de como lidar com determinada comunidade. Após priorizar os 
problemas, é preciso elencá-los e determinar prazos, sendo prazo curto, médio ou longo, e 
deve-se traçar as ações para cada problema identificado no diagnóstico. Lembre-se que as 
ações, seus prazos, seus atores envolvidos e os recursos necessitados para sua realização 
devem estar expressamente claros no diagnóstico. Por conta disso, é preciso ter ideia 
de magnitude, de transcendência, de impacto, de governabilidade, para que se consiga 
entender os recursos que existem na hora de determinar uma ação. Há, além disso tudo, 
vários métodos para priorizar um problema, o que será abordado em outra oportunidade.
Por fim, o diagnóstico comunitário constitui tecnologia política e gerencial imprescindível 
para qualificar as políticas, programas e ações de saúde pública em relação às demandas 
e necessidades de saúde da população, particularmente ações de âmbito territorial como 
a Estratégia de Saúde da Família (BRASIL, 2000).
Conforme visto acima, um dos objetos do diagnóstico é trabalhar de acordo com a real 
necessidade. E, quando trabalha-se de acordo com a real necessidade, garante-se a 
integralidade. Lembre-se, por fim, que territorialização hoje é a máxima, principalmente 
depois do Decreto n. 7.508/2011.
ATENÇÃO
A citação acima é de 2000, portanto é preciso lembrar que atualmente atenção básica 
equivale à atenção primária (são termos equivalentes). Além disso, deve-se ter em mente 
que o primeiro nível de atenção, além de contemplar a Estratégia de Saúde da Família, 
que é prioridade, traz outras estratégias, como a equipe de atenção básica e as equipes de 
agentes comunitários. Ressalta-se que a saúde da família nunca deixou de ser a estratégia 
prioritária para a organização da atenção básica no país. 
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1. (CETREDE/PREFEITURA DE PARACURU – CE) Analise as afirmativas a seguir sobre o 
diagnóstico comunitário.
 I – Coleta de dados.
 II – Análise e interpretação de dados coletados.
 III – Planejamento e programação das ações prioritárias.
 IV – Identificação de problemas.
Marque a opção que corresponde às etapas do diagnóstico comunitário.
a. I – II – III.
b. II – III.
c. III – IV.
d. I – II – IV.
e. I – IV.
As afirmativas I e II são adequadas. Já a afirmativa III seria mais adequada se estivesse 
da seguinte forma: “Planejamento e programação dos problemas”. Então, será feito o 
levantamento e identificados os problemas, para definir as ações. Portanto, o item está 
inadequado, porque não planejamos e programamos as ações, mas a resolução dos 
problemas prioritários. Quanto à afirmativa IV, está adequada, da mesma forma que as 
primeiras duas.
Para que a consolidação e institucionalização do diagnóstico comunitário aconteçam urge 
romper a verticalidade das intervenções e adotar posturas pró-ativas na busca do planeja-
mento coerente política e culturalmente com o território, além de interações com os sujeitos 
que circulam neste espaço: profissionais, usuários e gestores (BRASIL, 2000).
Isto é, na atenção básica, não é possível trabalhar em território sem a articulação dos 
três atores envolvidos. O trecho está em harmonia com a política nacional de humaniza-
ção do SUS.
DIRETO DO CONCURSO
COMENTÁRIO
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Para finalizar, quando se fala em diagnóstico de comunidade, considerando tudo que foi 
visto nesse bloco de três aulas, não se pode esquecer que não há como trabalhar com diag-
nóstico sem contemplar a política nacional de humanização do SUS, que é transversal; isto 
é, ela atravessa qualquer tema da saúde pública/coletiva.
Os atores esvolvidosno processo do cuidado em saúde são os gestores, os profissio-
nais e os usuários. E essa verticalização deve ser quebrada quando se trabalha em comu-
nidade, porque o objetivo de cada um desses atores é o mesmo, a diferença é o lugar onde 
cada um dos atores sociais ocupa. E isso não deve ser um fator impeditivo para as relações 
interpessoais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Brasil. O trabalho do Agente Comunitário de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 
Secretaria de Políticas de Saúde, 2000.
 – Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_05a.pdf.
 – Acesso em: 28/05/18.
• Mauro Maria Yvone Chaves. Rev. Bras. de Eni., Brasília, 1987.
 – Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v40n2-3/v40n2-3a09.pdf.
 – Acesso em: 28/05/18.
• MONKEN M.; BARCELLOS C. Vigilância em saúde e território utilizado: possibilidades 
teóricas e metodológicas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2005.
• Ribeiro Polyana da Costa; Pedrosa José Ivo dos Santos; Nogueira Lídya Tolstenko; 
SousaMaria Fátima de.Tempus – Actas de Saúde Coletiva, 2012.
GABARITO
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���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira De Souza. 
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Acolhimento à Demanda Espontânea
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ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA
Acerca desse tema, é importante lembrar da Política Nacional de Humanização do SUS 
(PNH), que nasceu em 2003 e, apesar de não possuir um marco jurídico, é considerada 
uma das maiores políticas do Brasil, visto que é transversal e todas as outras políticas que 
surgiram depois dela ou que já existiam, mas foram reformuladas, devem seguir a filosofia 
dessa PNH.
O acolhimento, por si só, é considerado uma escuta qualificada. Apesar da simplicidade 
do conceito, ele é imensamente importante, que traduz a forma de lidar com o outro se colo-
cando no lugar do outro. Acolher não é triagem, mas é atender da forma como se deseja 
ser atendido.
A demanda espontânea é aquela que chega para buscar um atendimento e ainda não faz 
parte de nenhum grupo de linha de cuidado ou condição crônica. Um bom acolhimento dessa 
demanda espontânea tende a diminuí-la e aumentar a demanda organizada.
Segundo Brasil (2013), acolhimento é uma prática presente em todas as relações de 
cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de rece-
ber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas (“há acolhimentos e aco-
lhimentos”).
Obs.: � vale lembrar que essas relações de cuidado envolvem os usuários, os profissionais 
e os gestores. 
A forma de acolher é tão subjetiva que não possui um padrão. O acolhimento parte da 
premissa de uma escuta qualificada, pois, em determinadas situações, o responsável pelo 
acolhimento pode entender que o problema do indivíduo que procura ajuda não é nada, con-
tudo, para essa pessoa, esse problema pode ser algo que tem um impacto muito grande em 
sua vida. Acolher, portanto, é um ato humanizado. Na medida em que se aprende a escutar, 
as pessoas mudam as formas de suas relações.
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Acolhimento à Demanda Espontânea
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RAZÕES PARA ACOLHER A DEMANDA ESPONTÂNEA NA ATENÇÃO BÁSICA
Razão n. 1:
As ciências e os profissionais de saúde não são os únicos definidores das necessida-
des de saúde.
"Queiramos ou não, o usuário também define, com formas e graus variados, o que é 
necessidade de saúde para ele, podendo apresentá-la enquanto demanda ao serviço de 
saúde (BRASIL, 2013)." 
Para Brasil (2013), é importante que a demanda apresentada pelo usuário seja:
• Acolhida;
• Escutada;
• Problematizada; e
• Reconhecida como legítima.
Brasil (2013) diz que:
Às vezes, há coincidência da demanda e do olhar técnico-profissional. No entanto, quando 
isso não acontece, é necessário um esforço de diálogo e compreensão, sem o qual são 
produzidos ruídos que se materializam, por exemplo, em queixas, reclamações, retor-
nos repetidos, busca por outros serviços.
No caso da demanda espontânea, se não foi possível dialogar e compreender o que o 
usuário trouxe, é possível que ele venha a se evadir do sistema, busque outro serviço ou 
tenha um retorno repetido. O problema disso é que essa demanda aberta (espontânea) con-
tinuará acontecendo e nunca será possível organizar o processo de trabalho, pois o trabalho 
será feito sempre com base no imprevisto. 
É importante trabalhar com base na previsibilidade, ou seja, apesar de existir agenda 
aberta para demanda espontânea, a ideia é que exista cada vez menos demanda aberta e 
que cada vez mais exista demanda fechada, que é aquela demanda que já sai do consultório 
com o seu agendamento e um direcionamento a uma linha de cuidado.
Razão n. 2:
Para Brasil (2013), os vários tipos de demanda podem, em grande parte, serem acolhidos 
e satisfeitos na atenção básica, inclusive com as modalidades de tecnologias:
• Leve-duras: uso do saber estruturado e relações interpessoais; e
• Duras: maior uso de densidade tecnológica.
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Acolhimento à Demanda Espontânea
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Vale lembrar que quando grande parte da população é acolhida e fica satisfeita, então é 
possível resolver esses problemas mais comuns na atenção básica.
De acordo com Brasil (2013), são alguns exemplos de situações não programadas que 
podem ser acolhidas na atenção básica:
• usuário com cefaleia ou tontura;
• pessoa com ardência ou dor ao urinar;
• alguém que está com insônia há uma semana;
• criança com febre;
• mulher com sangramento genital, entre outros.
Razão n. 3:
Segundo Brasil (2013):
Muitas vezes, os momentos de sofrimento dos usuários são fundamentais para a criação 
e fortalecimento de vínculos. 
São momentos em que se sentem, comumente, desamparados, desprotegidos, ameaça-
dos, fragilizados. Nessas situações, é bastante razoável que muitos deles recorram às uni-
dades de atenção básica quer pela proximidade física, quer pelos vínculos que possuem 
com os profissionais em quem eles confiam.
O fato de conhecer um usuário, sua história, não só facilita a identificação do problema 
(evitando, às vezes, exames e procedimentos desnecessários ou indesejáveis), como 
também o seu acompanhamento (BRASIL, 2013).
Evitar procedimentos e exames e procedimentos desnecessários ou indesejáveis é o 
conceito de prevenção quaternária.
Razão n. 4:
Brasil (2013), diz que:
Não devemos esquecer, que mesmo os usuários que são acompanhados regularmente 
pelas ações programáticas (ou linhas de cuidado) podem apresentar exacerbações em seu 
quadro clínico e demandar atenção em momentos que não o de acompanhamento agendado.
Perde-se legitimidade perante eles uma unidade que os acompanha na atividade 
programada e não os acolhe no momento de agudização. 
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Constrói-se a imagem na sociedade de que “a unidade básica de saúde só serve para 
quando a pessoa estiver saudável; se estiver doente, tem é que ir a um pronto-atendimento 
ou hospital”. Dessa concepção até se pensar na UBS como um serviço de menor relevância 
e de qualidade inferior é “um pulo”.
Nesse sentido, tem-se que a atenção básica também atende