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Resumo para a Impresa Transportes Rodoviário: Desempenho do Setor, Infraestrutura e Investimento - CNT

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RESUMO PARA A IMPRENSA
OBJETIVOS DO ESTUDO DA CNT
• Avaliar o desempenho do transporte rodoviário de cargas e de passageiros, a 
EVOLUÇÃO DA QUALIDADE da infraestrutura e os investimentos no setor
• Divulgar, pela primeira vez, a ANÁLISE DA SÉRIE HISTÓRICA das rodovias federais 
brasileiras com base nos dados da Pesquisa CNT de Rodovias, de 2004 a 2016
• Relacionar a qualidade das rodovias sob gestão pública federal aos INVESTIMENTOS 
FEDERAIS
• PROPOR AÇÕES para solucionar os entraves identificados
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TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
SÉRIE HISTÓRICA DE PESQUISA MOSTRA RELAÇÃO 
ENTRE INVESTIMENTOS E QUALIDADE E INDICA 
QUE PROBLEMAS PERMANECEM
A Confederação Nacional do Transporte avalia 100% da malha 
federal pavimentada na Pesquisa CNT de Rodovias. Na análise da 
série histórica, de 2004 a 2016*, o estado geral das rodovias públicas 
federais melhorou 24,0 pontos percentuais, passando de 18,7% com 
classificação ótimo ou bom, em 2004, para 42,7%, em 2016. Apesar do 
desempenho relativamente positivo, em 13 anos, 57,3% das rodovias 
públicas avaliadas ainda se encontram em condição inadequada. 
São cerca de 31 mil quilômetros com deficiências no pavimento, na 
sinalização e na geometria. Esses problemas aumentam o custo 
operacional do transporte e comprometem a segurança. 
Ao analisar os 13 anos, entre 2004 e 2016, é possível perceber relação 
direta entre a qualidade das rodovias brasileiras e os investimentos 
federais em infraestrutura rodoviária. Em 2011, por exemplo, a União 
investiu o maior montante em infraestrutura de transporte no período, 
R$ 15,73 bilhões; no levantamento da CNT, o percentual de rodovias 
consideradas ótimas ou boas naquele ano foi de 41,3%. Em 2004, 
quando houve o menor aporte no período, foram R$ 3,90 bilhões de 
investimentos federais e 18,7% de avaliação positiva na pesquisa da CNT. 
Em 2015 e em 2016, apesar do baixo volume de investimentos (R$ 
6,33 bilhões e R$ 8,61 bilhões, respectivamente), percebe-se a 
manutenção dos percentuais de avaliação positiva (42,1% e 42,7%). 
Isso ocorre, entre outros motivos, pelo investimento em melhoria da 
sinalização (de menor custo) e manutenção. 
Em 2016, o volume de recursos aplicados pelo governo federal nas 
rodovias retrocedeu praticamente ao nível de 2008, em valores reais. 
A estratégia do poder público foi investir os escassos recursos em 
ações de manutenção e recuperação de rodovias, que concentraram 
64,3% do montante desembolsado em 2016 (leia na página 8).
Na avaliação da CNT, o histórico indicando que mais da metade 
dos trechos percorridos estão inadequados demonstra a falta de 
priorização de investimentos em infraestrutura de transporte ao 
longo dos anos, apesar de a maior parte das cargas brasileiras e dos 
passageiros ser transportada por esse modal. 
* A primeira Pesquisa CNT de Rodovias foi realizada em 1995, mas foi a partir 
de 2004 que toda a malha federal pavimentada passou a ser avaliada. Por isso, 
esse novo estudo - Transporte Rodoviário – Desempenho do Setor, Infraestrutura e 
Investimentos – analisou os resultados da série histórica entre 2004 e 2016. 
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TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
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TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
INVESTIMENTO NÃO CHEGA A 0,5% DO PIB
Mesmo nos anos de maior volume de investimentos em rodovias, o governo federal não 
desembolsou sequer 0,5% do PIB em melhorias da infraestrutura. Desde 2004, os anos de 2010 
e 2011 registraram o maior investimento federal na malha rodoviária: 0,26% e 0,25% do PIB, 
respectivamente. Além de ser insuficiente, o volume vem diminuindo, tendo chegado a 0,14% do 
Produto Interno Bruto, em 2016. 
A crise econômica, que atingiu o país a partir de 2014, repercutiu no orçamento do governo. Em 
2016, o montante autorizado de recursos para o transporte rodoviário (R$ 6,56 bilhões) representou 
69,1% do montante autorizado em 2015 (R$ 9,37 bilhões), que já havia sido contingenciado. Em 
2015, o governo federal conseguiu desembolsar R$ 5,95 bilhões dos R$ 9,37 bilhões autorizados 
(63,5%). Os R$ 3,42 bilhões não gastos poderiam ter financiado a manutenção de cerca de 11 mil 
km de rodovias.
Os investimentos do governo federal em infraestrutura rodoviária equivalem a 71,64% do total 
de aportes no setor de transporte entre 2004 e 2016. A análise desses investimentos federais 
mostra também que, em 2016, o valor total pago (R$ 8,61 bilhões) está acima do montante 
autorizado (R$ 6,56 bilhões). Isso se deve ao pagamento de restos a pagar de anos anteriores 
realizados em 2016, o que não significa, necessariamente, que as rodovias geridas pela União 
receberam mais intervenções.
* Os valores correspondem aos investimentos realizados pela União (Total Pago = Pago + Restos a Pagar Pagos). Os dados da execução
orçamentária estadual para os investimentos em rodovias não estão disponíveis para todos os Estados. Por isso, não é realizada uma 
análise dos investimentos públicos estaduais neste estudo. 
Fonte: Elaboração CNT com dados do Siga Brasil e do IBGE.
Evolução do investimento público federal* em infraestrutura de transporte rodoviário/
PIB brasileiro, Brasil – 2001 a 2016 (%)
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TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
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* O Total Pago corresponde aos desembolsos totais, ou seja, a soma das contas Pago e Restos a Pagar pagos.
Obs.: Em 2016, os valores desembolsados superaram o Autorizadodevido ao elevado volume de Restos a Pagar Pagos.
Fonte: Elaboração CNT com dados do Siga Brasil.
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Autorizado Total Pago
Investimentos públicos federais em infraestrutura de transporte rodoviário
(Autorizado e Total Pago*), Brasil - 2004 a 2016 (R$ bilhões, valores correntes)
Gráfico 08
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Investimento em rodovias em 2017
(acumulado até junho)
Autorizado: R$ 9,40 bilhões
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TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
GEOMETRIA ANTIGA DAS RODOVIAS TEM A PIOR 
PERFORMANCE NA PESQUISA
A Pesquisa CNT de Rodovias avalia aspectos de três diferentes 
características: pavimento, sinalização e geometria da via. Na série 
histórica, a geometria teve a pior performance em 12 edições. Desde 
2004, obteve apenas 4,9 pontos percentuais adicionais, passando de 
16,7% de avaliação positiva para 21,6% (em 2016). Ou seja, a maior 
parte (78,4%) da extensão sob gestão do governo federal apresenta 
problemas que comprometem o desempenho do transporte e a 
segurança dos condutores.
Nessa variável, são coletadas informações sobre o traçado da 
rodovia, sobre a existência de curvas perigosas, acostamentos, 
pontes, viadutos, faixas adicionais de subida etc. Para melhorar 
essas condições, as intervenções necessárias são mais complexas 
e possuem maior custo. Muitas rodovias brasileiras ainda mantêm 
o traçado original de quando foram projetadas, não levando em 
consideração o aumento do fluxo de veículos ao longo dos anos.
Desde 2004, o pavimento apresentou a evolução mais consistente entre 
as variáveis analisadas, tendo incremento de 16,5 pontos percentuais. 
Entre as características avaliadas na pesquisa, somente o pavimento 
apresenta resultado positivo para mais da metade da malha pública 
federal pesquisada (58,0% em 2016). As inadequações no pavimento 
podem elevar o custo operacional do transporte rodoviário de cargas 
em até 91,5%. O aumento médio no Brasil é de 24,9%.
A característica com melhor desempenho, de 2004 para 2016, foi 
a sinalização, com 19,8 pontos percentuais adicionais. Desde 2014, 
com o Programa de Segurança e Sinalização Rodoviária (BR-Legal), 
a sinalização apresentou melhorias, obtendo, em 2016, o melhor 
resultado no período. Apesar disso, em 2016, 54,4% da extensão 
ainda apresentava inadequações.
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
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TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
MAIS DA METADE DOS RECURSOS 
É PARA MANUTENÇÃO
Desde 2012, o governo federal reestruturou o tipo de gasto público em rodovias. Em 2004, o 
percentual investido em adequação e construção foi de 52,2%, enquanto o aporte em ações de 
recuperação e manutenção alcançou 30,7%. Em 2016, esses percentuais se inverteram: 28,1% e 
64,3%, respectivamente. 
O custo da manutenção é inferior ao de construção e ao de adequação. Assim, a opção adotada 
pelo poder público garante as condições da infraestrutura instalada, mas reduz o ritmo de 
crescimento da malha pavimentada.
De acordo com a CNT, a necessidade de quitação de débitos de exercícios anteriores (pagamento 
de restos a pagar) reduz a capacidade do governo de planejar novos gastos. Do total de 
investimento de 2016, 32,3% foram de despesas do próprio exercício, enquanto 67,7% foram de 
restos a pagar. 
Em relação aos recursos arrecadados pelo governo federal, em 2016, com a cobrança da Cide-
combustíveis, somente 44,7% foram efetivamente investidos em transporte.
Investimento público federal em rodovias (Total Pago), por tipo de intervenção,
Brasil – 2004 a 2016 (%)
Gráfico 09
*Obras de implantação ou implantação com pavimentação de novas rodovias. Total Pago = Pago + Restos a Pagar Pagos.
** Outros diz respeito a ações relacionadas de estudos e projetos, fiscalização de rodovias, pagamentos de débitos, entre outros. 
Fonte: Elaboração CNT com dados do Siga Brasil.
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1199,,77%%
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20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Adequação de rodovias Construção de rodovias*
Manutenção e recuperação de rodovias Outros**
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
9
0,0% %20,0 %40,0 %60,0 %80,0 %100,0
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
45,3%
68,4%
44,9%
58,5%
32,2%
44,8%
49,2%
45,8%
44,1%
35,7%
32,4%
15,7%
32,3%
54,7%
31,6%
55,1%
41,5%
67,8%
55,2%
50,8%
54,2%
55,9%
64,3%
67,6%
84,3%
67,7%
Pago Restos a Pagar pagos
Fonte: Elaboração CNT com dados do Siga Brasil.
Percentual do Total Pago destinado à rubrica Restos a Pagar pagos e a Pago do
exercício pelo governo federal, Brasil - 2004 a 2016 (%) 
Gráfico 10
10
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
CONCESSIONÁRIAS INVESTEM MAIS DO QUE O DOBRO POR KM EM 
RELAÇÃO À GESTÃO FEDERAL
O investimento privado em rodovias representa mais do que o dobro do público. As concessionárias 
brasileiras investiram, em 2013, R$ 447,00 mil por km de rodovias. Em 2016, houve redução 
para R$ 354,46 mil. Ainda assim, o valor é 122,1% maior do que o montante que as rodovias 
federais geridas pela União receberam em 2016: R$ 159,60 mil por km. Enquanto o percentual de 
rodovias com estado geral classificado como ótimo ou bom na Pesquisa CNT de Rodovias 2016 
foi de 78,7% nas concessionadas, nas federais sob gestão pública foi de 42,7%. 
O estudo da CNT mostra que, desde a década de 1990, o país adotou a alternativa de participação 
da iniciativa privada no provimento da infraestrutura de transporte via concessões. De 2004 a 
2016, foram investidos R$ 49,96 bilhões pelas concessionárias.
Só em 2016, o investimento foi de R$ 6,75 bilhões para 19.031 km. Nesse mesmo ano, as rodovias 
públicas federais receberam R$ 8,61 bilhões para mais que o dobro da extensão, 53.943 km. A 
análise evolutiva mostra que o volume anual de aportes acompanhou a expansão do programa 
de concessões rodoviárias. Apesar disso, o valor investidopor quilômetro de rodovia concedida, 
que apresentou incrementos consecutivos entre 2004 e 2013, registrou retração entre 2014 
e 2016, apesar de os contratos mais recentes demandarem maior volume de investimentos, 
principalmente relacionados à duplicação obrigatória. 
Esse resultado se deve, além da crise econômica, às já referidas dificuldades enfrentadas pelas novas 
concessionárias. Entre elas, merece destaque aquela relacionada ao financiamento das obras físicas 
devido às mudanças na política econômica governamental (e principalmente do BNDES).
*É uma estimativa, pois não há diferenciação entre investimentos realizados em nova pavimentação e investimentos realizados
para duplicação.
Fonte: Elaboração CNT com dados da ABCR e do Siga Brasil. 
Rodovias concedidas
Custo operacional: +9,6%
Extensão: 19.031 km
Investimento total:
R$ 6,75 bilhões
R$ 354,46 mil/km
Rodovias públicas federais
Custo operacional: +28,7%
Extensão: 53.943 km
Investimento total:
R$ 8,61 bilhões
R$ 159,60 mil/km
Os investimentos privados por km são
122,1 %
maiores que os públicos
Investimento em infraestrutura rodoviária (R$ mil) - Investimento por km (R$ mil/km)*
- Extensão (km), Brasil - 2016
Figura 03
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
11
Investimentos privado por km, Brasil - 2004 a 2016 (R$ mil)Gráfico 14
* Valor estimado
Fonte: Elaboração CNT com dados da ABCR.
105,00
134,00
146,00 143,00
205,00 211,00
230,00
246,00
300,00
447,00
422,00
350,07
354,46 
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
450,00
500,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016*
R
$
 m
il 
/ 
k
m
Fonte: Elaboração CNT com dados da ABCR.
1,03
1,33 1,44
1,41
2,45
3,07
3,51
3,80
4,63
6,91 6,97
6,66 6,75
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
R
$
 b
ilh
õ
e
s
Evolução dos investimentos em rodovia pelas concessionárias,
Brasil - 2004 a 2016 (R$ bilhões, valores correntes)
Gráfico 13
DESEMPENHO TEVE IMPACTO NEGATIVO EM 2016
O estudo da CNT também faz uma análise do desempenho econômico do setor transportador. 
O PIB do Brasil registrou queda de 3,8% em 2015 e de 3,6%, em 2016, e o setor transportador 
sofreu maior impacto. Em 2015, o PIB do transporte caiu 6,6% e em 2016, 7,1%. O transporte 
terrestre (rodoviário e ferroviário) é o que mais tem sofrido as consequências da crise na 
economia, registrando queda de 10,4% em 2016, no volume de serviços. 
Em 2016, foram fechados 74.515 postos formais de trabalho no transporte rodoviário, 79,6% do 
total de fechamento de postos formais de trabalho do transporte no período. Com a queda na 
movimentação de mercadorias e de pessoas, o fluxo de veículos nas rodovias concessionadas 
teve redução de 3,6% no ano, sendo que o percentual de redução dos pesados foi de 6,0%. Houve 
retração de 8,6% na produção industrial de autopeças, quando comparada a de 2015. A venda de 
combustíveis para o segmento rodoviário registrou queda de 5,1% na comercialização de diesel. 
Também em 2016, foi registrada queda de 32,0% no licenciamento de caminhões e de 33,6% no 
de ônibus em relação a 2015. O emplacamento de reboques e semirreboques diminuiu 21,9%. 
Entretanto, mesmo com a queda na aquisição de veículos devido à crise, a frota brasileira teve 
aumento de 23,33 milhões de unidades entre 2012 e 2016, o que gera maior demanda pela 
infraestrutura de transporte.
5,6 6,1
0,7
-4,0
5,7
0,2
4,0
-2,2
5,4
3,6
2,5
5,1
7,6
-4,4
11,2
4,3
2,0
2,6 1,5
-6,6
-7,1
2,2
3,4
0,3
0,5
4,4
1,4 3,1 1,1
5,8
3,2
4,0
6,1
5,1
-0,1
7,5
4,0
1,9
3,0
0,5
-3,8
-3,6
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016
 PIB (Transporte, armazenagem e correio) PIB (Brasil)
Variação acumulada do PIB brasileiro e o do setor de transporte, Brasil – 1996 a 2016 (%)Gráfico 01
Fonte: Elaboração CNT com dados Sistema de Contas Nacionais Trimestrais - IBGE.
15,0%
10,0%
-10,0%
5,0%
-5,0%
0,0%
12
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
13
EM 2017, PIB DO SETOR AUMENTA, MAS 
VOLUME DE SERVIÇOS AINDA É BAIXO
Após nove trimestres consecutivos de resultados negativos 
(do quarto trimestre de 2014 até o quarto trimestre de 2016) 
e de fechar 2016 com o PIB em queda de 7,1%, o PIB do setor 
de transporte cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017, em 
relação ao último trimestre de 2016. No acumulado de quatro 
trimestres, o setor de transporte e logística tem queda de 5,9%.
Assim, ainda que se perceba uma pequena reação em relação ao 
final de 2016, o setor transportador enfrenta um cenário de baixa 
demanda, como evidenciado pela Pesquisa Mensal de Serviços 
do IBGE. Entre janeiro e maio de 2017, a PMS indicou que o 
transporte teve variação negativa de 1,2% no volume de serviços 
em comparação ao mesmo período do ano anterior. Considerando 
apenas o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário, a queda foi 
de 3,1%. Esse desempenho afeta diretamente a receita bruta das 
empresas e inibe a realização de investimentos.
As empresas de transporte rodoviário reduziram suas aquisições 
de veículos, em relação a 2016. O licenciamento de ônibus e 
caminhões, entre janeiro e maio de 2017, teve queda de 22,5% e 
de 19,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2016.
Mas, ainda assim, as empresas de transporte rodoviário contrataram 
funcionários em 2017. O estoque de empregados formais do 
segmento, apurado pelo Ministério do Trabalho, apresenta 3.288 
novos vínculos, em relação ao fechamento de 2016.
14
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
INFORMAÇÕES DO RODOVIÁRIO 
DE CARGAS E DE PASSAGEIROS
• Em relação às CARGAS, o deslocamento por rodovias é o 
mais apropriado para produtos de maior valor agregado ou 
perecíveis, em pequenas e médias distâncias, e que possuem 
pequena ou média tonelagem. Em relação aos PASSAGEIROS, a 
flexibilidade de horários e os custos são as vantagens oferecidas 
em deslocamentos de curta ou média distâncias, além do fácil 
acesso ao serviço.
• O modal rodoviário foi responsável por 55,2% do PIB do setor 
de transporte em 2014 (36,2% rodoviário de cargas e 19,0% 
rodoviário de passageiros).
• Em 2015, 163.349 ESTABELECIMENTOS prestavam serviço 
específico na área de transporte e logística. Desse total, 69% 
(112.710 empresas) pertenciam ao setor rodoviário.
- Essas 112.710 empresas empregavam 49,3% (1,1 milhão de 
vagas formais) do total de trabalhadores do transporte, 
em 2015 (912.892 no rodoviário de cargas e 184.827 no 
rodoviário de passageiros intermunicipal. Não inclui 
empresas do transporte urbano de passageiros).
• O setor transportador também conta com a atuação de 410.233 
transportadores AUTÔNOMOS de cargas.
• Principais ocupações:
- Rodoviário de Cargas
Motoristas de veículos de cargas em geral: 354.620 
(38,7%)
Trabalhadores de carga e descarga de mercadorias: 117.622 
(12,9%)
- Rodoviário de passageiros intermunicipal
Motoristas de ônibus urbanos, metropolitanos e 
rodoviários: 86.158 (46,6%)
Fiscais e cobradores dos transportes públicos: 21.668 
(11,7%)
Gravidade do acidente
Quantidade de 
acidentes
Custo médio 
(R$ mil/ocorrência)
Custo total 
(R$ bilhões)
Com fatalidade 5.355 760,79 4,07
Com vítimas 54.873 106,08 5,82
Sem vítimas 36.135 27,13 0,98
Total 96.363 112,86 10,88
Fonte: Elaboração CNT com dados do Ipea, do Denatran e da ANTP (2015), com atualização da base de acidentes da PRF (2016); valores 
atualizados pelo IPCA.
Custo total e médio de acidentes por gravidade, Brasil - 2016Tabela 08
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
15
DADOS GERAIS DA INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA
• O Brasil possui 1.720.756 km de rodovias, dos quais apenas 211.468 km são pavimentados 
(12,3%). A densidade de infraestrutura rodoviária é de 24,8 kmpor 1.000 km2 de área. Os 
EUA, por exemplo, têm 438,1 km por 1.000 km2 de área.
• Os ACIDENTES registrados nas rodovias federais em 2016 geraram um prejuízo estimado 
de R$ 10,88 bilhões, sendo que as ocorrências com vítimas fatais foram responsáveis por 
R$ 4,07 bilhões (37,5%).
Densidade da malha rodoviária pavimentada, países selecionados (em km/1.000 km)Gráfico 03
Fonte: Elaboração CNT com dados do SNV (2016), para o Brasil, e da Central Intelligence Agency (CIA), para os demais países.
2
438,1 
359,9 
54,3 46,0 41,6 
25,0 24,8 
 - 
50,0 
100,0 
150,0 
200,0 
250,0 
300,0 
350,0 
400,0 
450,0 
EUA China Rússia Austrália Canadá Argentina Brasil
Gravidade do acidente
Quantidade de 
acidentes
Custo médio 
(R$ mil/ocorrência)
Custo total 
(R$ bilhões)
Com fatalidade 5.355 760,79 4,07
Com vítimas 54.873 106,08 5,82
Sem vítimas 36.135 27,13 0,98
Total 96.363 112,86 10,88
Fonte: Elaboração CNT com dados do Ipea, do Denatran e da ANTP (2015), com atualização da base de acidentes da PRF (2016); valores 
atualizados pelo IPCA.
Custo total e médio de acidentes por gravidade, Brasil - 2016Tabela 08
16
TRANSPORTE RODOVIÁRIO | DESEMPENHO DO SETOR, INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS
CONCLUSÕES GERAIS E INDICAÇÕES DO ESTUDO
• O transporte rodoviário dispõe de infraestrutura com qualidade 
inadequada e quantidade insuficiente, o que afeta negativamente 
a eficiência do serviço.
• Há aumento de custo operacional, risco de acidentes e impactos 
ambientais.
• Apesar da relevância das rodovias para o desenvolvimento do 
país, a evolução da infraestrutura não é suficiente para oferecer 
uma malha adequada.
• É necessário ampliar a participação privada na oferta de 
infraestrutura. Para isso, tem de haver:
- Segurança jurídica
- Diversificação das formas de financiamento dos 
investimentos
- Retorno adequado ao risco do empreendimento 
- Definição de objetivos setoriais
- Transparência e eficiência na comunicação do governo 
com o setor privado 
• É preciso definir regra de priorização de investimentos públicos:
- Adotar parâmetros que auxiliem nas elaborações de planos 
de Estado, com destaque para os Planos Plurianuais (PPA) 
e leis orçamentárias anuais (LOA)
- Alinhar objetivos do setor aos empreendimentos 
selecionados para receber recursos públicos
• Exclusão da Cide-combustíveis da base de incidência da DRU

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