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Apostila Micologia

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Micologia Clínica
1
Micologia Clínica
Profª Ana Paula da Rocha Takushi
Micologia Clínica
2
Introdução 3
Micologia Geral 4
Reino Fungi 4
Reprodução 7
Reprodução assexuada 7
Reprodução sexuada 8
Taxonomia 10
Micoses 12
Micoses Superficiais 12
Micoses Cutâneas 14
Micoses Subcutâneas 17
Micoses Sistêmicas 20
Micoses Oportunistas e Outras 22
Antifúngicos	 25
Técnicas Laboratoriais 27
Coleta 27
Identificação 28
Isolamento/semeadura 32
Antifungigrama 32
Referências	 34
Sumário
Micologia Clínica
3
Introdução
Os fungos estão presentes em nosso planeta há muito tempo. Há especulações científicas de que esses microrga-
nismos são os primeiros eucariontes, porém, devido à dificuldade em sua classificação no decorrer das décadas, não 
há um estudo profundo e conclusivo de sua cronologia.
Estudos recentes demonstram achados fósseis de cé-
lulas fúngicas entre 760 milhões e 1,06 bilhão de anos 
atrás, porém a comunidade científica ainda defende que 
os fungos colonizaram a terra no período câmbrico (542-
488 milhões de anos), ou seja, muito antes das plantas 
terrestres.
Esse grupo de microrganismos foi por muito tempo 
classificado como reino Monera, depois Protista, e alguns 
exemplares, até mesmo como Plantae. Somente em 1969, 
com o desenvolvimento de técnicas de identificação bio-
químicas e celulares, foi criado o reino Fungi.
Hoje temos conhecimento de cerca de 100.000 espé-
cies catalogadas no reino Fungi.
Os fungos possuem distribuição mundial e são ubí-
quos, desenvolvendo-se em qualquer habitat, de regiões 
áridas a aquáticas, com resistência a altas concentrações 
de sais, a diferentes pressões atmosféricas e, em algumas 
espécies, até mesmo a radiações ultravioletas e cósmicas. 
Portanto, sua distribuição é facilitada por essas condições 
de resistências e adaptação.
Os fungos são de conhecimento de antigas civilizações 
e há muito tempo já eram empregados na alimentação, 
como fonte alimentícia ou na fermentação de outros ele-
mentos. Em cerimônias religiosas, eram usados como alu-
cinógenos e até mesmo como veneno.
Mas foi a partir de 1940 que o fungo ganhou uma em-
pregabilidade notável para a humanidade na composição 
de antibióticos. Possui destaque na indústria farmacêu-
tica e alimentícia e recentemente também passou a ser 
utilizado na indústria química e agrotóxica.
O fungo é um microrganismo eucariota e com células 
microscópicas, porém pode tornar-se notado quando fru-
tifica, seja como cogumelos ou como bolores.
Então, vamos conhecer um pouco mais sobre esses 
microrganismos de ampla dispersão e variadas caracterís-
ticas e propriedades.
Micologia Clínica
4
Micologia Geral
O termo micologia tem origem na linguagem grega, na qual mykes significa cogumelo e logos, estudo, ou seja, é o 
estudo dos cogumelos.
É uma parte da ciência microbiológica que estuda as 
características morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e 
genéticas dos fungos, assim como suas interações com o 
meio ambiente e com outros seres vivos. Esses estudos 
são as bases para classificação taxonômica e até mesmo 
revisão de classificações anteriores.
No universo clínico, esse estudo é direcionado para 
identificação das características de colonização dos fun-
gos e dos efeitos nocivos à saúde do homem e para o 
desenvolvimento de terapias de combate à proliferação 
deles e de inativação de suas toxinas e seus efeitos cola-
terais.
Reino Fungi
O reino Fungi foi criado em 1969, após descoberta de características celulares que diferenciavam os fungos dos 
reinos Monera e Plantae.
A presença de quitina na parede celular, a ausência de 
celulose (com exceção de algumas espécies aquáticas), a 
não produção de clorofila e o uso do glicogênio como re-
serva energética, semelhante à célula animal, propiciou a 
esse grupo uma nova classificação.
Os representantes desse grupo são eucariontes, po-
dendo possuir um ou vários núcleos, delimitados por uma 
membrana nuclear.
Possuem uma parede celular rígida, composta por glu-
canas, mananas, quitina, proteínas e lipídeos. A parede 
fúngica pode apresentar até oito camadas, sendo que 
cada uma possui um polissacarídeo dominante que con-
tribui para a taxonomia desses microrganismos.
Para entender melhor a composição das camadas da 
parede celular fúngica, veja a tabela:
Esquema:	camadas	da	parede	celular	fúngica
Camada Composição
1 Finos filamentos de associações a proteínas, formando glico-
proteínas, manoproteínas e glicomanoproteínas.
2 Camada contínua de glicoproteínas, manoproteínas e glicoma-
noproteínas.
3 Camada de glicoproteínas, manoproteínas e glicomanoproteí-
nas com baixa densidade.
4 Camada de glicoproteínas, manoproteínas e glicomanoproteí-
nas com alta densidade.
5 Camada não delineada de glucanas e quitina.
6 Camada não homogênea de mananas e proteínas.
7 Camada espessa de quitina e glucanas.
8 Camada irregular de quitina, proteínas e polissacarídeos.
Micologia Clínica
5
 As mananas representam o material amorfo das cé-
lulas fúngicas. São divididas em não enzimática e en-
zimática; esta última está envolvida na degradação de 
macromoléculas. A quitina é responsável pela rigidez e 
formatação da parede celular. Os lipídeos estão presen-
tes em menor quantidade e conferem a propriedades de 
compostos apolares e polares.
A membrana citoplasmática fúngica possui uma dife-
renciação em relação às membranas bacterianas, devido 
à composição de esteroides. 
O núcleo é composto por uma dupla fita helicoidal 
de DNA e possui um nucléolo composto por DNA, RNA e 
proteínas. Esse material é delimitado por uma membrana 
nuclear que, durante a divisão celular, desaparece, retor-
nando quando o processo é finalizado.
No citoplasma, há presença de ribossomos, mitocôn-
drias, retículo endoplasmático com aparelho de Golgi e 
lomassomos.
 
Figura 1- Célula eucarionte. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Celula2.gif.
Micologia Clínica
6
Os fungos são, em sua maioria, aeróbios, mas pode-
mos encontrar algumas formas de leveduras anaeróbias 
facultativas, muito empregadas nas indústria alimentícias 
para fermentação. 
São psicrófilas, mesófilas e termófilas, o que propor-
ciona a presença em diferentes ambientes, porém os fun-
gos de interesse clínico são, em sua maioria, mesófilos.
Os fungos podem apresentar-se com formas variáveis, 
de acordo com sua classificação e seu estágio de vida/fase 
reprodutiva. 
As colônias pastosas e geralmente esbranquiçadas são 
classificadas como leveduriformes, e as colônias algodo-
nosas e aveludadas que caracterizam o bolor são classifi-
cadas como fungos filamentosos.
As colônias filamen-
tosas são formadas por 
elementos multicelula-
res em forma de tubo, 
denominados hifas. As 
hifas podem ser con-
tínuas, não septadas, 
cenocíticas ou septadas 
e podem possuir um 
ou mais núcleos, sendo 
classificadas como ha-
ploides e dicarióticas.
Figura 2 – Colônias leveduriformes. 
Fonte: 
http://www.agorams.com.br/
jo rna l /2012/03/mode lo -de -
se l ecao -de - l eveduras - se ra -
apresentado-em-simposio/.
Figura 3 – Colônia filamentosa. 
Fonte: 
http://www.portaleducacao.com.
br/nutricao/artigos/14906/bolores.
 As leveduras são unicelulares, portanto suas células 
desempenham a função vegetativa e reprodutiva. A re-
produção da levedura, em sua grande maioria, é assexua-
da, por brotamento ou gemulação. Elas são encontradas 
onde há concentração de matéria orgânica, sendo comuns 
em superfícies de vegetais, trato intestinal e substratos lí-
quidos ou semilíquidos com alta concentração de carboi-
dratos. Geralmente saprófitas ou parasitas, secretam en-
zimas digestivas no substrato onde se desenvolvem. Essas 
enzimas catalisam a quebra de macromoléculas em molé-
culas menores para serem absorvidas pela célula fúngica. 
O conjunto de hifas forma o micélio. Este, quando no 
interior do substrato, é chamado de micélio vegetativo 
e, quando cresce acima do substrato, é denominado de 
micélio reprodutivo. Podem ser saprófitos, parasitas ou 
simbióticos. 
É importante destacar que osfungos podem apresen-
tar morfologia diferenciada de acordo com exposição à 
pressão, variação de temperatura, pH e condições nutri-
cionais. Essa diferenciação é denominado dimorfismo e/
ou pleomorfismo.
Figura 4 - Tipos de hifas. Fonte: http://
www.sobiologia.com.br/conteudos/
Reinos/biofungos2.php.
Figura 5 – Decomposição. 
Fonte: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/
DecayingPeachSmall.gif.
Micologia Clínica
7
Reprodução
Os fungos podem apresentar reprodução assexuada ou sexuada, sendo que essa variação reflete-se diretamente 
na morfologia apresentada. A reprodução pode originar-se do micélio germinativo por brotamento, fragmentação ou 
esporulação, ou, ainda, do micélio reprodutivo com a formação dos propágulos assexuados e sexuados.
A estrutura reprodutiva possui papel fundamental na identificação e classificação do fungo. Sendo assim, é muito 
importante entendermos como as fases assexuadas e sexuadas ocorrem e quais são as estruturas responsáveis e ca-
racterísticas dessas fases. 
Reprodução assexuada
A reprodução assexuada pode ser proveniente de uma 
célula ou micélio vegetativo, formando blastoconídeos, 
artroconídeos, clamidoconídios e esclerotos, ou ter ori-
gem em células ou micélios com funções reprodutivas, 
originando conídios, picnidioconídios e esporangiósporos. 
A fase assexuada dos fungos é denominada anamórfi-
ca ou imperfeita.
Vamos conhecer cada estrutura reprodutiva assexuada 
e suas interações morfológicas.
Blastoconídeos – originam-se pelo brotamento ou ge-
mulação da célula mãe, podendo ficar ou não ligados a 
ela. Quando ligados, formam a pseudo-hifas. Estas são 
frequentemente encontradas na gemulação das leve-
duras quando em pH e temperatura adequados.
 
Artroconídeos – originam-se da fragmentação aciden-
tal ou espontânea de uma hifa. 
Figura 6 – Blastoconídeos. Fonte: http://biomedicinaunic.blogspot.com.
br/2010/09/os-fungos.html.
Figura 7 – Artroconídeos. Fonte: http://biomedicinaunic.blogspot.com.
br/2010/09/os-fungos.html.
Clamidoconídios – é a formação de esporos dentro de 
uma célula fúngica que possui seu tamanho aumenta-
do com o surgimento de paredes duplas e espessas, 
conferindo ao fungo resistência a condições ambien-
tais adversas. Pode ser localizado no corpo da hifa, 
denominado clamidoconídio intercalar, ou na região 
apical, denominado clamidoconídio terminal.
Figura 8 – Clamidoconídio. Fonte: http://biomedicinaunic.blogspot.com.
br/2010/09/os-fungos.html.
Micologia Clínica
8
Esclerotos – também 
conhecido como escle-
rócios, são corpúsculos 
rígidos formados por 
um conjunto de hifas 
em estado de dormên-
cia até possuir condi-
ções adequadas para 
germinação, conferindo 
ao fungo grande resis-
tência a condições ambientais impróprias.
Conídios – são gerados por células conidiogênicas, 
que, por meio de estruturas denominados conidiófo-
ros, podem ser ou não ramificadas, formando os co-
nídios. Os conídios apresentam formas variáveis e po-
dem ou não apresentar pigmentação.
Picnidioconídio – algumas células conidiogênicas for-
mam um corpo frutificativo piriforme denominado 
picnídio e, dentro dessa estrutura há a formação dos 
conidióforos e conídios. 
Esporangiosporos – são estruturas originadas por um 
processo interno de clivagem do citoplasma dos pro-
págulos assexuados, denominados esporângios, que é 
sustentado pelo esporangióforo. 
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada é caracterizada pela formação 
dos propágulos sexuados, que podem ser internos, deno-
minados ascósporos, ou estruturas externas, denomina-
das basidiósporos.
Ocorre com a fusão de duas células haploides forman-
do um zigoto, com posterior divisão meiótica, que leva à 
formação de até oito núcleos haploides. 
A fase de reprodução sexuada é denominada de tele-
mórfica ou perfeita e é responsável pelas inúmeras espé-
cies e variações morfológicas existentes. Pode gerar, em 
algumas fases, estruturas assexuadas e, posteriormente, 
retornar à fase sexuada.
Figura 9 – Escleroto. Fonte: http://
s ian . in ia .gob.ve/ repos i tor io/
revistas_ci/Agronomia%20Tropical/
at2102/imagen/polanco_4.jpg
Figura 10 – Conídios. Fonte: http://www.aloj.us.es/carromzar/Botanica_I/
Temas_Botanica_I/T6_Deuteromicetos.html.
Figura 11 – Picnidioconídio. Fonte: http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/
disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/fungos.htm.
Figura 12 – Esporangiosporos. Fonte: http://www.enq.ufsc.br/labs/
probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/fungos.htm.
Micologia Clínica
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 Vamos conhecer cada estrutura reprodutiva sexuada e suas interações morfológicas.
Figura 13 – Reprodução sexuada. Fonte: http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/fungos.htm
Ascósporos – são propágulos formados dentro de uma estrutura reprodutiva chamada asco. Esses ascos podem ser 
simples, distribuindo-se nas cavidades do micélio, ou ainda constituir o corpo de frutificação, denominado o asco-
carpo. Temos três tipos de ascocarpos conhecidos, com variação em suas formas e na distribuição dos ascos em seu 
interior.
Figura 14 – Ascósporos. Fonte: http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/fungos.htm.
Micologia Clínica
10
Basidiósporos – são propágulos externos formados dentro de uma estrutura reprodutiva denominada basídio. Esse 
tipo de reprodução é comumente encontrada nos fungos macroscópicos.
Taxonomia
A taxonomia dos fungos não é uma tarefa fácil e está em constante adequação devido às descobertas recentes 
proporcionadas por novas técnicas de estudo moleculares e morfológicas. Eles classificam-se basicamente em dois gru-
pos, os fungos verdadeiros (Eumycota) e os fungos imperfeitos (Deuteromycota). Sua classificação taxonômica segue a 
mesma padronização dos outros reinos, partindo de reino para filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. O nome 
do fungo é constituído de gênero e espécie. 
A divisão mais difundida baseada nas características reprodutivas é a proposta por McGinnis em 1990, segundo a 
qual o reino Fungi possui cinco divisões ou filos: Cythridiomycota, Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deute-
romycota
Figura 15 – Basidiósporos. Fonte: http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/fungos.htm.
Micologia Clínica
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Apenas quatro divisões possuem interesse clínico: Ascomycota - são chamados de ascomicetos e abran-
gem a metade de todas as espécies descritas de fungo. 
Sua principal característica é a formação de asco (hifas 
septadas em forma de saco). Algumas espécies de asco-
micetos vivem associadas a algas ou cianobactérias, for-
mando os liquens. As classes que apresentam interesse 
clínico nessa divisão são Hemiascomycetes, Loculoasco-
mucetes e Plectomycetes.
Basidiomycota - são chamados de basidiomicetos, 
denominados fungos superiores ou cogumelos. Sua re-
produção sexuada é caracterizada pela formação de ba-
sidiósporos. A classe que apresenta interesse clínico é 
Teliomycetes.
Deuteromycota - são chamados de deuteromicetos ou 
fungos imperfeitos, por não apresentarem reprodução 
sexuada. Sua reprodução assexuada é caracterizada pela 
formação de conídios. Muitos fungos que foram classifi-
cados como deuteromicetos foram ou estão sendo reclas-
sificados em outros filos. As três classes que apresentam 
interesse médico são Blastomycetes, Coelomycetes e 
Hyphomycetes.
 Zygomycota - chamados de zigomicetos ou ficomi-
cetos, os fungos pertencentes a esse filo não formam o 
corpo de frutificação, pois seu micélio é cenocítico. A re-
produção sexuada é por zigósporos, e a assexuada, por 
esporangiosporos. Essa divisão engloba duas classes, Tri-
chomycetes e Zygomycetes, esta última de grande inte-
resse médico.
Figura 16 – Filos de fungos com interesse clínico. Fonte: http://ambiors.
spaceblog.com.br/197619/Reino-Fungi/
Micologia Clínica
12
Micoses
O hospedeiro pode desencadear uma resposta imuno-
lógica inespecífica, mediada por barreiras físicas – pele, 
membranas ecélulas imunológicas não específicas –, ou 
ainda, uma resposta imunológica específica, mediada por 
macrófagos, linfócitos e anticorpos. 
A prevenção consiste em uso de máscara para evi-
tar aerossóis em ambientes propícios, uso de calçados e 
roupas para evitar traumatismos. A fim de minimizar as 
infecções fúngicas hospitalares, é importante o emprego 
de higiene local e assepsia, assim como o uso de filtros e 
isolamento em casos mais graves. 
As micoses são infecções causadas por fungos. Con-
siderando que os fungos são ubíquos, a não exposição 
a eles é improvável, portanto, as condições de higiene, 
umidade, calor e resistência imunológica serão os fatores 
determinantes para o desenvolvimento dessas infecções.
A contaminação pode ocorrer por fontes endógenas 
ou exógenas. Endemias e epidemias são regionalizadas 
e concentradas em grupos de mesmas atividades. Idade, 
sexo e raça desempenham papel importante no desenvol-
vimento de certas micoses. 
As micoses são classificadas conforme os tecidos e ór-
gãos atingidos: superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistê-
micas e oportunistas. 
Micoses Superficiais
São as micoses com comprometimento da camada mais superficial da pele e dos pelos. As micoses superficiais são 
causadas geralmente por fungos saprofíticos.
As principais micoses representadas por esse grupo 
são: pitiríase versicolor, tinea nigra, piedra negra e piedra 
branca.
Pitiríase	versicolor
Micose causada pela Malassezia furfur. Esse microrga-
nismo, na forma leveduriforme, está presente na micro-
biota da pele, tornando-se patógeno quando na forma 
filamentosa. É um fungo lipofílico, portanto, seu cultivo 
requer substâncias oleaginosas. Geralmente, ao meio de 
cultivo é adicionado azeite de oliva para melhor resultado 
do crescimento.
Em meio de cultura, as colônias de Malassezia furfur 
são de cor branca a creme, de aspecto cremoso e brilhoso. Figura 17 - Malassezia furfur. 
Fonte: http://www.gefor.4t.com/hongos/
malasseziafurfur.html.
Micologia Clínica
13
Essa micose de pele é caracterizada por lesões hipo 
ou hiperpigmentadas, furfuráceas (farinhosas), de bordas 
delimitadas. Geralmente são localizadas em tórax, abdo-
me, pescoço, face, membros inferiores e superiores, axi-
las e coxas. Também podem atingir áreas cobertas com 
pelo, tornando-se reservatórios do fungo. Alguns casos 
estão relacionados à dermatite seborreica. Tem incidên-
cia em regiões tropicais e subtropicais, sendo conhecida 
como micose de praia.
do-se filamentosa, aveludada e de coloração verde-escura 
com o tempo.
 
Essa micose é caracterizada por infecções assintomá-
ticas na sola do pé ou na palma da mão, formando uma 
mancha escura fuliginosa.
 
O tratamento consiste no uso tópico de iodo e agentes 
ceratinofílicos.
Piedras brancas e piedras pretas
As piedras brancas são causadas por Trichosporon bei-
gelii e geralmente afetam os pelos das regiões genitais. 
As colônias de crescimento rápido possuem característi-
ca leveduriformes. Seus micélios são compostos por hifas 
septadas e ramificadas, formando artroconídeos e blasto-
conídeos. 
Figura 18 – Pitiríase versicolor. Fonte: http://geriderme.
blogspot.com.br/2011/11/sera-que-e-pano-branco.
html.
O tratamento baseia-se na aplicação tópica de hipos-
sulfito de sódio 40% e/ou uso oral de imidazólico.
Tinea nigra
Também conhecida como tinha negra, é causada por 
Phaeoannelomyces werneckii ou Stenella araguata, fun-
gos filamentosos que, quando em meio de cultura, apre-
sentam colônia úmida, brilhante e leveduriforme, tornan-
Figura 19 – Hifas de tinea nigra. Fonte: http://piel-l.org/blog/339.
Figura 20 - Lesão de tinea nigra. Fonte: http://www.healthhype.com/
tinea-nigra-black-fungus-on-palm-or-sole-information-and-pictures.html.
Micologia Clínica
14
A piedra negra é causa por Piedraia hortae e geralmen-
te afeta a região capilar. As colônias são escuras, formadas 
por hifas unidas contendo asco que possuem ascósporos 
típicos, fusiformes com filamento polar. 
As piedras são infecções caracterizadas pela presen-
ça de nódulos – trama de hifas irregulares – nos pelos, 
podendo ser claros ou negros, de acordo com o agente 
etiológico. 
Figura 21 – Piedra branca. Fonte: http://scielo.sld.cu/img/revistas/mtr/
v61n2/f0115209.jpg.
Figura 23 – Piedra negra. Fonte: http://www.doctorfungus.org/thefungi/
img/pie1_l.jpg.
O tratamento é à base de álcool sublimado 1/2.000 e corte dos pelos das regiões infectadas.
Micoses Cutâneas
Também conhecidas como dermatomicoses, são as micoses causadas por dermatófitos, fungos filamentosos que 
comprometem pele, pelos, unhas e mucosas. 
As lesões cutâneas geralmente ramificam; após sete 
dias, iniciam uma reação cutânea com formação de ve-
sículas ao redor e, posteriormente, descamação e bordas 
eritematosas de propagação radial. 
A infecção do pelo pode ser externa, classificada como 
ectothrix, na qual o fungo fica circunscrito à bainha ex-
terna, ou interna, classificada como endothrix, na qual o 
fungo destrói a bainha externa, proliferando no interior 
do pelo. Ela ainda ser caracterizada pelas duas fases, com 
classificação endoectothrix.
 Quando a infecção é no nível da unha, as infecções 
iniciam-se na margem lateral ou distal da placa ungueal e 
resultam em inflamação paroniquial com radiação subun-
gueal, tornando-a quebradiça e porosa, com alteração na 
coloração.
Os dermatófitos são taxonomicamente relacionados, 
pertencentes aos gêneros Trichophyton, Microsporum, 
Epidermophyton, Arthroderma e Candida.
Os Trichophyton apresentam colônias de crescimento 
rápido, algodonosas com reservo multicor, e possuem hi-
fas claviformes multisseptadas. 
O Trichophyton rubrum possui crescimento lento, co-
lônia branca de consistência algodonosa, aveludada ou 
granular. A principal característica é a produção de um 
pigmento hidrossolúvel de coloração vinho no reverso da 
colônia que se difunde no ágar. Esse fungo pode causar 
nódulos ou abscessos subcutâneos em pacientes imuno-
deprimidos.
 
Micologia Clínica
15
O Trichophyton mentagrophytes possui crescimento 
rápido e dois tipos de colônias: algodonosa ou granular. 
As colônias apresentam coloração branca a amarelo-
-forte, tornando-se acastanhadas e marrons. Pigmentos 
avermelhados podem ser observados, mas nunca são tão 
intensos quanto a vermelhidão do T. rubrum. É causa co-
mum de pé de atleta.
O Trichophyton tonsurans possui crescimento len-
to, exigindo de 7-10 dias para a maturidade. As colônias 
apresentam superfície amarelo-clara granular caracterís-
tica, com o desenvolvimento de profundas rugas radiais 
no amadurecimento. Macronídios nunca são observados 
nos isolados laboratoriais, e os microconídios assumem 
formato de baqueta ou balão. Causa tinha do couro cabe-
ludo, tinha capilar com pontos pretos e às vezes dermato-
fitose do corpo, dos pés e das unhas.
No Brasil, os dermatófitos mais frequentes são T. ru-
brum e M. canis.
Os Microsporum apresentam colônias de crescimen-
to rápido, algodonosas ou pulverulentas, com reverso de 
amarelo a marrom. Possuem hifas fusiformes, isoladas, 
multisseptadas.
Figura 26 - Trichophyton mentagrophytes. Fonte: http://www.mold.ph/
trichophyton-mentagrophytes.htm.
Figura 25 - Trichophyton rubrum. Fonte: http://www.provlab.ab.ca/
mycol/tutorials/derm/trub.htm.
Figura 27 - Pé de atleta causada por Trichophyton mentagrophytes. 
Fonte: http://podologasidasidonia.blogspot.com.br/2011/08/infeccoes-
por-dermatofitos-pe-de-atleta.html.
Figura 28 - Trichophyton tonsurans. Fonte: http://www.provlab.ab.ca/ 
mycol/tutorials/derm/ttons.htm
Figura 29 – Micose ungueal. Fonte: http://www.skinatlas.com/
onychomycosis/english/tonsurans2.htm.
Micologia Clínica
16
O Microsporum canis possui crescimento rápido. As colônias são brancas e lustrosas e, com o tempo, desenvolvem 
um pigmento amarelo-limão na região periférica, com reverso amarelo acastanhado. 
O Microsporum gypseum possui crescimento rápido com colônias achatadas brancas, com o tempo tornando-se 
castanho-claras a vermelho-acastanhadas.A superfície torna-se granular à medida que são produzidos os conídios. 
Os Epidermophyton apresentam colônias de crescimento lento, aveludadas, com sulcos radiados de cor amarelo-
-esverdeado. Suas hifas possuem macroconídios clavados, multisseptados em microcachos ou isolados. 
Figura 30 – Exame direto Microsporum. Fonte: http://labmed.ucsf.
edu/education/residency/fung_morph/fungal_site/dermatpage.html
Figura 31- Lesão causada por Microsporum. Fonte: http://www.saber.
ula.ve/micosis/contenido/capitulo2/figuras/2-0015-de.html.
Figura 32 – Epidermophyton. Fonte: http://www.mold.ph/epidermophyton.htm.
No caso do Epidermophyton floccosum, as colônias crescem rapidamente, em 3-5 dias, e inicialmente apresentam 
coloração cinza-esbranquiçada, desenvolvendo um pigmento cáqui-esverdeado característico quando maduros. Fitas 
amarelo-esbranquiçadas podem ser observadas irradiando do centro da colônia para a periferia. A superfície torna-se 
granular, com amadurecimento adicional à medida que os conídios são produzidos. Microconídios nunca são produ-
zidos, portanto, se estes forem observados, a hipótese de se tratar de amostra de E. floccosum pode ser descartada. 
Causa dermatofitose epidêmica (pé de atleta) e dermatofitose inguinal.
Os Arthroderma são a fase sexuada do Trichophyton e do Microsporum.
Segue quadro com as principais ocorrências de dermatofitoses:
Micologia Clínica
17
Agente Pele Unhas Pelo	invasão	ectotrix Pelo	invasão	endotrix
Microsporum + + (raro) + -
Epidermophyton + - - -
Trichophyton mentagrophytes + + + -
Trichophyton rubrum + + + (raro) -
Trichophyton tonsurans + + - +
O tratamento para dermatofitose baseia-se nos tópi-
cos imidazólicos e miconazol, ou medicação oral itracona-
zol, griseofulvina e terbinafina.
As dermatomicoses ocasionadas por Candida possuem 
como representante a Candida albicans, que infecta teci-
dos, unha e mucosas. É caracterizada por lesões úmidas, 
esbranquiçadas ou avermelhadas, de bordas descamati-
vas. O tratamento de dermatomicoses por Candidas con-
siste no uso tópico de iodo, violeta de genciana, nistatina 
e imidazólico.
Figura 34 – Micose oral por Candida. Fonte: http://www.scielo.org.ve/
scielo.php?pid=s0001-63652000000300015&script=sci_arttext.
Micoses Subcutâneas
São micoses que comprometem a camada subcutânea 
da pele na ocorrência de infecção por traumatismo com 
material infectado. As micoses subcutâneas são classificas 
conforme o patógeno e a etiologia da infecção. São espo-
rotricose, cromoblastomicose, feo-hifomicose, micetoma, 
rinosporidiose, lobomicose e zigomicose subcutânea.
Vamos conhecer um pouco de cada uma dessas pato-
logias.
Esporotricose
Causa infecção linfocutânea que compromete pele, 
tecido e gânglios linfáticos regionais, caracterizada por 
lesões ulceradas e nódulos exsudativos. A contaminação 
dá-se por traumatismo com materiais contaminados por 
Sporothrix schenckii ou por inalação de propágulos do 
fungo, em caso de imunodeprimidos.
Figura 35 – Candida em coloração de Gram. Fonte: http://www.asm.org/
division/c/fungi.htm.
Micologia Clínica
18
O Sporothrix schenckii é um fungo dimórfico, possui 
uma colônia branca acinzentada que escurece com o tem-
po da periferia para o centro e apresenta células levedu-
riformes e/ou hifas septadas com a formação de conídios 
isolados ou agrupados em pétalas.
O tratamento consiste em iodeto de potássio por via 
oral ou intravenosa. Anfotericina B, itraconazol e ceto-
conazol também podem ser utilizados, com acompanha-
mento do resultado.
Cromoblastomicose
Também conhecida como dermatite verrucosa cro-
moparasitária, é uma infecção de pele e tecidos princi-
palmente dos membros inferiores, podendo invadir a re-
gião linfática, caracterizada pelo surgimento de nódulos 
cutâneos de desenvolvimento lento que podem ou não 
ulcerar.
Essa patologia é ocasionada pelos fungos pertencen-
tes à família Dematiaceae (Fonsecaea, Phialophora, Cla-
dosporium e Rhinocladiella). A contaminação dá-se por 
trauma com materiais contaminados.
Os fungos representados por essa família apresentam 
colônias de aspecto aveludado, variando de cor verde a 
marrom e preto. Possuem hifas e corpos escleróticos es-
curos. A identificação da espécie é possível por meio da 
morfologia do corpo de frutificação ou conidiação.
Figura 36 – Esporotricose. Fonte: http://smsdccfisabeldossantos.
blogspot.com.br/2013/01/voce-sabe-o-que-e-esporotricose.html.
Figura 37 - Sporothrix schenckii. Fonte: http://lib.jiangnan.edu.cn/
asm/326-introduce.htm.
Figura 38 – Família Dematiaceae. 
Fonte: http://www.micologiaemfoco.com/2012/08/a-cromoblastomicose-constitui-uma.html.
O tratamento envolve desde antifúngicos como 5-fluorocitosina, tiabendazol, anfotericina B a eletrocoagulação, 
crioterapia e cirurgias. A associação de diversas técnicas reflete-se em um efeito mais favorável.
Micologia Clínica
19
Feo-hifomicose
São micoses subcutâneas caracterizadas pela presença 
de micélios septados escuros. São causadas por diversos 
agentes; entre os principais, destacam-se os representan-
tes dos gêneros Phialophora, Cladosporium e Exophiala.
A contaminação dá-se por traumatismo e, em geral, 
possui baixa patogenicidade. 
O diagnóstico é realizado pelo achado de hifas escuras 
septadas em exame direto, porém a técnica para identifi-
cação mais indicada é o estudo histológico.
O tratamento consiste no uso de anfotericina B, 5-fluo-
rocitosina, itraconazol e, quando necessário, procedimen-
to cirúrgico.
 
Rinosporidiose
É uma infecção do tecido mucocutâneo, como micose 
nasal, ocular e genital. É caracterizada por pólipos friáveis, 
sésseis ou pedunculados de coloração avermelhada, po-
dendo desenvolver sangramento.
É causada pelo Rhinosporidium seeberi. Não se conhe-
ce o mecanismo de contaminação ao homem, visto que 
essa patologia é considerada como uma infecção de pei-
xes. Fungo caracterizado por células redondas contendo 
grandes números de esporos-esporângios.
 O tratamento baseia-se em remoção cirúrgica e uso 
de quimioterápicos com acompanhamento.
Eumicetonas
São infecções causadas por fungos com formação de 
grãos, compostos por emaranhados de hifas, denomina-
dos micetomas. Infectam os tecidos de pés, pernas e bra-
ços por traumatismo.
Os agentes mais frequentes nessa infecção são Ma-
durella grisea, Madurella mycetomatis (grãos negros) e 
Pseudoallescheria boydii (grãos brancos).
Figura 39 – Cladosporium. Fonte: http://www.anaisdedermatologia.org.
br/public/figuras.aspx?figura=4&id=100221.
Figura 40 – Lesão de rinosporidiose. Fonte: http://www.stanford.edu/
class/humbio103/ParaSites2002/rhinosporidiosis/
Figura 41 – Rhinosporidium seeberi. Fonte: http://www.allposters.
com/-sp/Cross-Section-of-Human-Nasal-Tissue-Showing-Sporangia-with-
Spores-of-Rhinosporidium-Seeberi-Posters_i9012050_.htm.
Micologia Clínica
20
O tratamento consiste em drenagem cirúrgica e uso de quimioterápicos com acompanhamento. Alguns casos com 
infecção avançada necessitam da amputação do membro atingido.
Lobomicose
Infecção subcutânea caracterizada por aspectos der-
matológicos variados, porém com predominância de le-
sões queloidiformes gomosas, ulceradas, verruciformes 
e/ou infiltrativas. A infecção ocorre por traumatismo da 
pele com material infectado por Paracoccidioides loboi, 
geralmente na região da orelha em indivíduos que carre-
gam cargas sobre os ombros.
Também conhecida como doença de Jorge Lobo ou 
blastomicose queloidiana, seu diagnóstico caracteriza-se 
por achado de células redondas que se unem por pontes 
tubulares, formando um rosário. 
 
O tratamento consiste em remoção cirúrgica e uso de 
antifúngicos convencionais.
Figura 42 - Madurella mycetomatis. Fonte: http://www.mycology.adelaide.edu.au/Fungal_Descriptions/Hyphomycetes_
(hyaline)/Madurella/mycetomatis.html.
Figura 43 - Paracoccidioides loboi. Fonte: http://www.doctorfungus.org/
Thefungi/img/par1_l.jpg.
Micoses Sistêmicas
São micoses profundas com comprometimento de ór-
gãos e vísceras. A infecção geralmente é provenienteda 
inalação de propágulos. Quando é crônica, pode desen-
cadear uma resposta celular granulomatosa semelhante 
à tuberculose. 
Possui maior ocorrência na América. São fungos di-
mórficos, e as principais infecções conhecidas são: para-
coccidioidomicose, coccidioidomicose, blastomicose, his-
toplasmose e criptococose.
Paracoccidioido
Essa infecção é causada pela inalação de fragmentos 
do Paracoccidioides brasiliensis, geralmente infectando 
o pulmão, onde lesa o tecido formando abcessos ou in-
flamações granulomatosas com centros necróticos. No 
tecido infectado, podemos observar células redondas le-
veduriformes com brotamento, que podem formar uma 
estrutura semelhante a “roda de leme”.
A infecção pode ter longos períodos de incubação as-
sintomáticos.
O diagnóstico consiste em estudo histopatológico e 
exame direto de secreção e escarro. Quando cultivado, 
Micologia Clínica
21
esse fungo apresenta crescimento de colônias brancas 
lisas com o desenvolvimento de micélios aéreos curtos. 
Conforme a variação da temperatura, pode-se observar 
hifas septadas, conídios e clamidioconídios.
 
O tratamento consiste em associações terapêuticas 
de sulfamidas, trimetoprima, anfotericina B, miconazol e 
itraconazol.
Coccidioidomicose
Essa infecção é causada pela inalação de artroconídios 
do Coccidioides immitis, geralmente infectando o pul-
mão, onde lesa o tecido gerando uma infecção de aguda 
à crônica. No tecido infectado, podemos observar células 
redondas contendo numerosos endósporos globosos de 
tamanho irregular.
A infecção pode ter longos períodos de incubação de 
forma assintomática.
O diagnóstico consiste em estudo histopatológico e as-
pectos clínicos e epidemiológicos. Quando cultivado a 37 
°C, esse fungo apresenta crescimento de colônia branca, 
algodonosa, rica em artroconídios, nos quais podemos 
observar as hifas.
 
O tratamento consiste no uso de anfotericina B.
Blastomicose
Essa infecção é causada pela inalação de propágulos 
do Blastomyces dermatidis, que é disseminado hemato-
genicamente. Geralmente infecta pulmão, pele e ossos, 
onde lesa o tecido iniciando uma infecção granulomatosa 
com a formação de microabscesso, no qual podemos ob-
servar células leveduriformes com unibrotamento.
A infecção possui sin-
tomas semelhantes aos 
de tuberculose, gripe 
severa, carcinoma, oste-
omielite, periostite e ar-
trite.
O diagnóstico consiste em exame direto do material 
clínico. Quando cultivado em temperatura ambiente, esse 
fungo apresenta crescimento de colônia branca filamen-
tosa.
O tratamento consiste no uso de anfotericina B e itra-
conazol.
Histoplasmose
Essa infecção é causada pela inalação de fragmentos 
de Histoplasma capsulatum. Desenvolve-se uma infecção 
primária pulmonar que pode afetar outros órgãos por 
meio das células do sistema reticuloendotelial. Podemos 
Figura 44 - Paracoccidioides brasiliensis. Fonte: http://botit.botany.wisc.
edu/toms_fungi/jan2005.html. 
Figura 45 – Infecção de tecido por Coccidioides immitis. Fonte: http://
precisionpath.us/education/case/09-06-05/June_09_Coccidioides.aspx.
Figura 46 - Blastomyces dermatidis. 
Fonte: http://pathmicro.med.sc.edu/
mycology/mycology-6.htm. 
Micologia Clínica
22
observar no interior dos macrófagos células levedurifor-
me pequenas.
A infecção pode ser assintomática ou com discretos 
sintomas semelhantes aos de uma gripe. Também pode 
formar nódulos calcificados no pulmão.
O diagnóstico consiste em exame microscópico corado 
por Giemsa e observação de células leveduriformes com 
a presença de um halo claro em volta. A melhor técnica 
para identificação é a realização da cultura a 22 °C, na qual 
se observa o crescimento de uma colônia branca algodo-
nosa com micélios aéreos e se visualizam hifas septadas 
com microconídios lisos e macroconídios equinulados. 
Quando cultivadas a 36 °C, as colônias são claras e cremo-
sas com leveduras em brotamento.
O diagnóstico é feito por meio de exame direto do ma-
terial biológico (LCR, escarro, secreção) com a adição de 
tinta da China ou nanquim. Visualizam-se células leveduri-
formes encapsuladas de tamanho irregular, algumas com 
brotamento.
Quando cultivado, o fungo apresenta crescimento rá-
pido de colônias cremosas, brilhantes e mucoides de cor 
clara branca a marrom.
 O tratamento da histoplasmose disseminada é basea-
do no emprego de anfotericina B.
Criptococose
A criptococose é causada pela inalação do fungo Cryp-
tococcus neoformans, encontrado nas fezes de pombos. 
Pode desenvolver-se uma infecção subaguda ou crônica, 
em que podemos observar células leveduriformes capsu-
ladas.
A infecção inicial é no pulmão, podendo desenvolver-
-se para sistêmica principalmente em indivíduos imuno-
deprimidos.
Sua característica encapsulada confere grande poder 
de virulência e grande resistência a ambientes inóspitos.
Esse fungos divide-se em quatro sorogrupos, A, B, C e 
D, sendo A e D os mais frequentes.
Figura 47 – Histoplasmose. Fonte: http://www.gefor.4t.com/hongos/
histoplasmacapsulatum.html. 
Figura 48 - Cryptococcus neoformans. Fonte: http://thunderhouse4-yuri.
blogspot.com.br/2010/09/cryptococcus-neoformans.html.
 O tratamento consiste na associação de anfotericina 
B com 5-fluorcitosina.
Micoses Oportunistas e Outras
Micoses oportunistas são infecções por fungos de bai-
xa virulência. Alguns deles são pertencentes à microbiota, 
outros estão presente no meio ambiente. A infecção por 
esses fungos só ocorre quando o organismo sofre previa-
mente de condições favoráveis de supressão do sistema 
Micologia Clínica
23
imunológico. Sendo assim, podemos listar alguns fatores 
de risco que podem proporcionar tais condições:
• Neoplasia.
• Diabetes.
• Hemopatias.
• AIDS – síndrome de imunodeficiência adquirida.
• Gravidez.
• Prematuridade.
• Velhice.
• Antibioticoterapia.
• Corticoidoterapia.
• Antiblásticos.
• Transplantes.
• Infecção hospitalar.
Um fungo não virulento pode ser considerado o pa-
tógeno em uma infecção quando isolado em amostras 
clínicas recorrentes, nas quais não há outro agente pato-
gênico.
Diversos fungos podem compor as micoses oportunis-
tas, destacando-se Aspergillus spp., Candida spp., Mucor 
spp., Rhizopus spp. e Cryptococcus neoformans. Este últi-
mo, vimos em micose sistêmica devido a suas característi-
cas de virulências invasiva.
Candidíase
A candidíase é causada por fungos representantes do 
gênero Candida spp. A C. albicans é o patógeno mais co-
mum nas infecções de mucosas e tecidos, seguida de C. 
tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis, C. guillier-
mondii, C. lusitanae e C. kefyr.
Essa infecção pode acometer diversos órgãos e teci-
dos, desenvolvendo micoses específicas conforme a re-
gião, como: estomatite (mucosa oral e gastroestomacal), 
balanite (glande), candidíase vaginal (órgãos genitais), 
candidíase cutaneomucosa (pele e mucosas) e candidíase 
sistêmica (órgãos e sangue).
O diagnóstico consiste no achado de células leveduri-
formes em exame direto ou colorações diversas. Quando 
cultivada, podemos observar colônias claras e cremosas.
O tratamento é bem amplo e depende do estágio e da 
região da infecção. Observamos o emprego de anfoterici-
na B, pimaricina e imidazólico. Violeta de genciana e ácido 
bórico também podem ser empregados em uso tópico.
Mucormicose
As mucormicoses são infecções graves em seios para-
nasais, cérebro, pulmões, aparelho digestivo etc., tendo 
como principal patógeno o Rhizopus spp.
Essa micose caracteriza-se pela invasão dos vasos san-
guíneos por hifas, que também podem atingir cartilagens 
e nervos.
O diagnóstico baseia-se no achado de hifas em tecidos, 
visualizadas em exames diretos ou colorações por hema-
toxilina. Quando cultivado, os rizoides e esporangióforos 
podem ser visualizados e utilizados na classificação das 
espécies.
 
Figura 49 – Células fúngicas de Candida. Fonte: http://www.
cafebiomedico.com/cgi-sys/suspendedpage.cgi. 
Micologia Clínica
24
O tratamento consiste no emprego precoce de anfo-
tericina B.Entomoftoromicose
A entomoftoromicose é uma zigomicose subcutânea 
causada por fungos da ordem Entomophthorales spp. 
Essa infecção origina-se da picada de inseto ou da ina-
lação de propágulos, comprometendo a mucosa nasal e 
podendo evoluir até a faringe, o que se denomina rinoen-
tomoftoromicose.
O diagnóstico baseia-se no achado direto de fungos 
em material de biópsia.
Aspergilose
A aspergilose é uma micose visceral, geralmente uma 
infecção secundária causada pela inalação de propágulos 
de Aspergillus spp., que acomete pulmão, ouvido, sistema 
nervoso central, olhos e outros órgãos. A evolução dessa 
infecção pode causar o aspergiloma intracavitário, tam-
bém conhecido como bola fúngica. A aspergilose alérgica 
também pode ser desenvolvida, devido a sua característi-
ca morfológica e tóxica.
 O diagnóstico consiste no achado de hifas septadas, 
ramificadas, dicotômicas, irradiando de um ponto. Quan-
do cultivado, podemos observar o corpo de frutificação, 
característica da espécie.
 
Figura 50 – Rhizopus. Fonte: http://thunderhouse4-yuri.blogspot.com.br/2010/06/rhizopus-species.
html. 
Figura 51 – Entomoftoromicose, 
Fonte: http://www.mold.ph/basidiobolus.htm.
O tratamento baseia-se no emprego de anfotericina B.
Figura 52 – Aspergillus. 
Fonte: http://micol.fcien.edu.uy/atlas/Deuteromycetes.htm.
Micologia Clínica
25
O tratamento baseia-se na forma clínica e na região da infecção, porém o uso de anfotericina B destaca-se no caso 
de aspergiloma pulmonar.
Outras micoses oportunistas podem surgir em pacientes com alguma supressão da resposta humoral ou celular, 
como micoses oculares, otomicoses, sepses fúngicas, infecções hospitalares. Diversos fungos menos virulentos podem 
ser os agentes infecciosos, portanto, o exame direto, o cultivo e o aspecto clínico são fundamentais para um diagnós-
tico assertivo. 
Antifúngicos
Para um tratamento efetivo de micose, os seguintes aspectos devem ser avaliados:
• Tipo de micose.
• Agente etiológico.
• Estado do paciente.
• Mecanismos de ação dos antifúngicos.
• Espectro de ação dos antifúngicos.
• Efeitos colaterais do tratamento.
Principais	Antifúngicos	Utilizados	no	Tratamento	das	Micoses
Micoses Antifúngios
Pitiriase versicolor Hipossulfito de sódio, sulfeto de selênio, cotoconazol, tolciclato, tonaftato e itraconazol
Piedras Solução de bicloreto de mercúrio, mercúrio amoniacal e álcool sublimado
Tinha negra Solução de enxofre, ácido salicílico e tintura de iodo
Dermatofitoses Griseofulvina, tolciclato, tolnaftato, clotrimazol, miconazol, cetoconazol, tiabendazol, itraconazol 
e terbinafina
Esporotricose Iodeto de potássio, Anfotericina B e itraconazol*
Cromoblastomicose Anfotericina B, 5-fluorocitosina, cetoconazol e itraconazol*
Maduromicose Sulfonamidas* e Anfotericina B
Rinosporidiose Anfotericina B
Paracoccidioidomicose Sulfametoxazol-trimetoprima, Anfotericina B, cetoconazol, miconazol e itraconazol*
Histoplasmose Sulfamidas, Anfotericina B e cetoconazol
Criptococose Anfotericina B, 5-fluorocitosina, fiuconazol
Candidíase Nistatina, violeta de genciana, miconazol, cetoconazol, Anfotericina B, 5-fluorocitosina, fiucona-
zol e itraconazol
Zigomicose Anfotericina B
Doença de Jorge Lobo Ausência de antifúngicos eficazes
Ceratomicose Natamicina, Anfotericina B, nistatina e primaricina
Otomicose Sulfanilamida e acetato de metacresil
Aspergilose Anfotericina B e itraconazol
Micologia Clínica
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Os antifúngicos podem ser divididos em dois grupos, 
conforme sua atuação: drogas que atuam sobre a mem-
brana celular e drogas que atuam intracelularmente. 
A seguir, algumas drogas que atuam na membrana:
• Derivados de poliênicos: rompem a membrana 
celular, ocasionando desequilíbrio hídrico e perda 
de componentes essenciais a célula. São eles anfo-
tericina B, nistatina e pimaricina. 
• Derivados de imidazólicos: inibem a síntese de 
esteroides da membrana fúngica. São clotrimazol, 
miconazol, cetoconazol, itraconazol e fluconazol.
• Outros derivados, como saperconazol, tercona-
zol, tiaconazol, butoconazol, também estão sendo 
empregados como antifúngicos que atuam sobre a 
membrana celular.
Drogas que atuam intracelularmente: 
• São os antimicóticos de maior eficácia e também 
de maior toxicidade ao homem. Agem nos micro-
túbulos e na síntese de ácido nucleico. São eles: 
griseofulvina (dermatófitos), imidazólico, 5-fluo-
rocitosina, tolnaftato, tolciclato, hipossulfato de 
sódio, sulfeto de selênio, etruscomicina, violeta de 
genciana, permanganato de potássio, H2O2, ácidos 
orgânicos (acido caprílico, propiônico e undecilêni-
co), ácido benzoico, salicílico e paraidroxibenzoico, 
iodetos e sulfamídicos. 
O emprego desses antifúngicos pode ser tópico ou 
oral, conforme quadro abaixo:
 
Classificação	dos	Antifúngicos
1.	Sistêmicos 2. Tópicos
Caspofungina Cetoconazol
Flucitosina Ciclopirox
Griseofulvina Haloprogina
Itraconazol Miconazol
Fluconazol Nistatina
Cetoconazol Terbinafina
Anfotericina B Tolnaftato
Micologia Clínica
27
Técnicas Laboratoriais 
A forma mais usual de diagnóstico microbiológico de micoses é a análise do material clínico. Testes indiretos como 
reações intradérmicas e pesquisa de antígenos e anticorpos também podem ser empregados.
As amostras biológicas para realização dos testes laboratoriais variam com o tipo de hipótese diagnóstica. Segue 
quadro resumido abaixo.
Suspeita	clínica	de	micoses Material biológico a ser estudado
Superficiais e cutâneas Escamas de pele, pelos e unhas.
Subcutâneas Secreção, biópsia, pus e sangue.
Sistêmicas Escarro, fezes, urina, biópsia e líquidos cefalorra-
quidiano.
O procedimento diagnóstico de identificação de uma micose no laboratório inicia-se na coleta, seguido do exame 
direto, da cultura e, quando aplicável, do antifungigrama. Vamos conhecer um pouco dessas técnicas.
Coleta
A primeira etapa do diagnóstico laboratorial é a coleta, 
e, em micologia, não é diferente. A qualidade da amostra 
é de suma importância para não comprometer do resul-
tado final.
Alguns cuidados e técnicas devem ser seguidos para 
obtenção de uma amostra adequada para o exame direto 
e/ou a cultura.
Pele: realizar assepsia do local. Amostras de lesões 
de pele descamativas ou crostas devem ser colhidas com 
uma lâmina de bisturi descartável ou com a borda da lâ-
mina de vidro, raspando em vários pontos. Para as lesões 
cutâneas com vesículas (bolhas pequenas) e pústulas (bo-
lhas pequenas inflamadas com pus), coletar o líquido e 
realizar uma lâmina em forma de esfregaço.
Couro cabeludo: as amostras de lesões no couro ca-
beludo devem ser obtidas pela raspagem do local. Devem 
conter folículos capilares e escamas de pele. 
Cabelos e pelos: coletar fios com presença e/ ou au-
sência de nódulos.
Unhas: coletar fragmentos de unhas raspando-as com 
o bisturi ou com o auxílio de uma tesoura limpa. O mate-
rial embaixo da unha pode ser retirado com o bisturi, com 
um palito (tipo de manicure) previamente esterilizado ou 
com outro objeto pontiagudo estéril.
Mucosas e secreções: coletar secreções com swab e 
realizar lâmina em forma de esfregaço.
Fluidos orgânicos: coletar em recipiente estéril ade-
quado, conforme quadro a seguir:
Micologia Clínica
28
Exame Material Biológico Onde Colher
Pesquisa de fungos (ou Exame Direto ou 
Exame Micológico Direto) 
Cultura para fungos
Pele, couro cabeludo, unha
Cabelo
Secreções
Escarro
Líquido pleural
Aspirado ou lavado brônquico
Sangue
Medula óssea
• em placa de Petri estéril ou em envelo-
pe de papel impermeável estéril;
• em seringas, ou swab;
• em pote ou frasco com boca larga es-
téril;
• em frasco estéril;
• em frasco estéril;
• em frasco próprio de hemocultura;
• em frasco contendo 0,5ml de heparina 
diluída 1:1000
Pesquisa ou cultura para BLASTOMICOSE 
ou Paracoccidioides brasiliensis
Raspado das lesões
Escarro,
Lavado ou aspirado brônquico
• em placa de Petri estéril;
• em pote descartável próprio
• em frasco estéril
Imunodifusão dupla (IDD) para BLASTO-
MICOSE ou Paracoccidioides brasiliensis Sangue(soro) • em tubo seco - 5ml
Imunodifusão dupla (IDD)Aspergilus 
fumigatus Sangue (soro) • em tudo seco - 5ml
Pesquisa direta ou cultura para Candida 
albicans Qualquer material biológico • próprio para cada tipo
Imunodifusão dupla para Candida albi-
cans ou CANDIDÍASE Sangue (soro) • em tudo seco - 5ml
Pesquisa de Criptococcus neoformans 
pelo método direto
LCR (líquor) ou qualquer outro material 
biológico • em frasco estéril
Pesquisa de Criptococcus neoformans, 
pelo método da tinta da china LCR (líquor) • em frasco estéril
Cultura para Criptococcus neoformans, LCR (líquor) ou qualquer outro material biológico a critério médico • em frasco estéril
Prova do Látex para Criptococcus neofor-
mans
LCR (líquor)
Sangue (soro)
• em frasco estéril
• em tudo seco
Identificação 
Exame	direto
É a técnica mais difundida na micologia. Essa metodologia, também conhecido como exame microscópico direto, 
consiste na clarificação do material biológico com uso de soluções como KOH (hidróxido de potássio) 10% a 20% ou 
DMSO (dimetilsulfóxido) sobre uma lâmina coberta com lamínula e visualização em microscópio em aumento de 40x 
e 100x. Permite a visualização do fungo e a classificação de acordo com sua morfologia e célula reprodutiva. Algumas 
variações podem ser utilizadas para melhor visualização.
Parker – exame direto com clarificação utilizando KOH 20% e tinta azul permanente Parker na proporção 2:1.
Micologia Clínica
29
Tinta da China – sobre uma lâmina, misturar uma gota 
de nanquim com o material biológico (escarro e LCR), co-
brir com lamínula e realizar a visualização em microscópio 
com aumento de 40x. Permite a visualização da cápsula 
do Cryptococcus neoformans.
Colorações
Algumas colorações são mais específicas para identifi-
cação de algumas espécies.
Coloração Giemsa: também conhecida como panótico, 
consiste na coloração do material em lâmina com prepa-
rado do corante Giemsa e visualização em microscópio 
por imersão. Permite a visualização do Histoplasma cap-
sulatum.
Coloração de Gram: coloração difundida na microbio-
logia pela qual as leveduras se coram de roxo, Gram-po-
sitivas.
Imunofluorescência: com uso de soros hiperimunes 
específicos e marcadores com fluorocromos. Permite a 
visualização de Cryptococcus neoformans, Sporothrix sce-
ckii, Coccidioides immitis e Candida albicans. 
Colorações como Gomori, Grocott, Pas e Meyer são de 
uso para estudo histológico de biópsia.
Classificação Patologia Microorganismo Material	Clínico Técnica Labora-torial Resultado
Micose	Superfícial
Pitiríase Versicolor Malassezia furfur Raspado de Pele Exame direto com Parker
células levedurifor-
mes ovaladas ou 
filamentos septa-
dosom azulado
Tinea Negra
Phaeoannelomyces 
werneckii
Stenella araguata
Raspado de Pele Exame direto
hifas septadas de 
coloração escura, 
com septos irregu-
lares
Piedra Branca Trichosporon beigelli Pêlos genitais Exame direto
micélio de hifas 
septadas, artroco-
nídeos e blastoco-
nídeos
Piedra Negra Piedraia hortae Fios de cabelos Exame direito
hifas escuras com 
ascos, constituídos 
por ascósporos 
fusiformes com 
filamento polar
Micologia Clínica
30
Micose Cutâneas
Dermatofitose
Trichophyton 
rubrum, Tricho-
phyton menta-
grophytes, Tricho-
phyton tonsurans e 
Trichophyton spp
Microsporum ca-
nis, Microsporum 
gypseum
Raspado de Pele, 
Unha, pêlos
Exame direto com 
Parker
Macroconídios cla-
viformes multisep-
tados e microconí-
dios redondos ou 
piriforme
Dermatofitose Epidermophyton floccosum
Raspado de Pele, 
Unha, pêlos
C. albicans 
Coloração de Gram
Exame direto
Macroconídios cla-
vados, multisepta-
dos isolados ou em 
pequenos cachos
Dermatofitose Candida spp. Raspado de Pele, Unha, pêlos
Coloração de Gram 
ou Giemsa
Células levedurifór-
micas pequenas, 
esféricas com for-
mato de charutos. 
Hifas septadas e 
conídios pirifor-
mes isolados ou 
agrupados como 
pétalas
Micoses Subcutâ-
neas
Esporotricose Sporothrix schen-ckii Pus e secreção
Coloração de Gram 
e Giemsa
Células levedurifór-
micas pequenas, 
esféricas com for-
mado de charutos. 
Hifas septadas e 
conídios piriformes 
isolados ou agru-
pados com pétalas
Cromoblastomi-
cose
Dematiaceae (Fon-
secaea, Philophora, 
Cladosporium e 
Rhinocladiella
Pus e descamação 
da região afetada Exame direto
Corpos muriformes 
ou escleróticos de 
cor escuras
Feo-Hifomicose
Phialophora, 
Cladosporium e 
Exophiala
Tecido Exame direito e histopatológico
Hifas septadas de 
coloração escura
Rinosporidiose Rhinosporidium seeberi
Mucosa nasal, 
ocular e genital Histopatológico
Células arredonda-
das de parede es-
pessa com grande 
número de esporos 
(esporângios)
Eumicetomas
Madurella grisea 
Madurella myceto-
matis 
Pseudoallescheria 
boydii
Tecido Histopatológico Micromorfologia dos grãos
Lobomicose Paracaccidioides loboi Tecido eesudatos Histopatológico
Células redondas 
que se unem por 
pontes tubulares 
formando um 
rosário
Micologia Clínica
31
Micoses	Sistêmicas	
Paracoccidioidomio Paracoccidioides brasiliensis Secreção e escarro
Exame direto 
Histopatológico
Células levedurifor-
mes, caliciformes 
com três ou mais 
brotamentos liga-
dos a célula mãe. 
Quando cultivada, 
pode-se observar 
hifas septadas, 
conídios e clamido-
conídios.
Coccidioidomicose Coccidioides im-mitis
Secreção, escarro e 
tecido Histopatológico
Células redondas 
contendo numero-
sos edosporos de 
tamanhos irregu-
lares
Blastomicose Blastomyces der-matidis
Secreção, escarro e 
tecido
Exame direto 
Histopatológico
Células redondas 
com unibrota-
mento, quando 
cultivado formação 
de micélio
Histoplasmose Histoplasma capsu-latum Secreção e tecido
Coloração de 
Giemsa
Células levedu-
riformes com a 
presença de um 
halo claro envolta, 
quando cultivado 
hifas septadas com 
microconídeos 
lisos e macronídios 
equinilados.
Criptococose Cryptococcus neo-formans
LCR, escarro, secre-
ção e tecido
Tinta da China/
Nankin
leveduriformes 
encapsuladas de 
tamanho irregu-
lar, algumas com 
brotamento.
Micoses oportu-
nistas
Candidíase Candida spp. Tecido, mucosa e sangue
Exame direto 
Grocott 
PAS
Células levedu-
riformes e hifas 
septadas.
Murcomicose Rhizópus spp. Tecido
Exame direto 
Coloração Hemato-
xilina
Hifas retas, quando 
cultivado observa-
ção de rizóides e 
esporangiósforo
Entomoftomicose Entomophthorales Tecido Exame direto Histopatológico
Hifas largas sepa-
tadas com ramifi-
cação
Aspergilose Aspergillus spp. Tecido e secreção Exame direto Histopatológico
Hifas retas septa-
das, ramificadas e 
discotomicotica, 
quando cultivada 
observa-se corpo 
de frutificação
Identificação	de	leveduras
Há várias técnicas de identificação de leveduras. A mais antiga é o teste de tubo germinativo, que consiste na identi-
ficação de C. albicans com o crescimento em hifas (tubos germinativos) quando inoculada em soro humano/de coelho 
e incubada a 37 °C por duas horas.
Micologia Clínica
32
Técnicas baseadas no auxanograma (pesquisa do me-
tabolismo dos açúcares) são muito utilizadas para identifi-
cação das leveduras. Alguns kits comerciais e de automa-
ção para fungos também adotam essas técnicas. 
Identificação	dermatófito
O microcultivo é a técnica mais efetiva utilizada em mi-
cologia clínica para identificação de dermatófitos. Consis-
te na cultura do fungo em pequenos pedaços de meio de 
cultura – ágar Sabouraud –, entre lâmina e lamínula, onde 
o crescimento se expande e se fixa na porção inferior da 
lamínula. Quando esta é retirada, apresenta as estruturas 
do corpo de frutificação, que auxiliam na identificação do 
fungo. O material deve ser analisado em microscopia 40x 
com emprego de uma gota de corante de azul de algodão 
para auxílio na visualização das estruturas fúngicas.
 O macrocultivo é a cultura de fungo propriamente 
dita, na qual são analisados critérios como:
• Velocidade do crescimento.
• Aspecto da colônia (cor, topografia, textura, pig-
mento).
• Microscopia (hifas, conídios, ascos etc.).
• Termorresistência.• Dimorfismo.
Recomenda-se ter uma micoteca e um atlas, para uso 
comparativo nas identificações.
Outras técnicas também podem ser usadas, como es-
pectrofotometria de massa, cromatografia com pesqui-
sa de antígenos circulantes para candidíases sistêmicas, 
testes intradérmicos e pesquisa de anticorpos séricos por 
Elisa e Western-blot em micoses sistêmicas.
Isolamento/semeadura
A técnica mais utilizada para isolamento de um fungo 
é a cultura, porém as dificuldades ocasionadas pelo lento 
crescimento e pela contaminação por outros microrganis-
mos inviabilizam esse procedimento para algumas amos-
tras.
O meio de cultura seletivo indicado para o isolamento 
de fungos é o ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol, 
devido a seu pH ácido (pH= 5,8), alta concentração de gli-
cose e uso de antibiótico para inibição de contaminação 
por bactérias. 
O meio de ágar Mycosel é específico para dermatófi-
tos. Em uma cultura de fungos, devem ser utilizados sem-
pre os dois meios (Sabouraud e Mycosel), sendo que o 
primeiro a ser semeado deve ser o Sabouraud.
Realizar a semeadura do fungo ou material biológico 
utilizando cotonete, alça estéril e/ou alça L. Fazer uma 
pequena perfuração no início da inclinação para melhor 
isolamento. Os repiques para fungos de crescimento len-
to devem ser feito em tubos, pois em placa há o resseca-
mento do ágar. A incubação deve ocorrer de 19 °C a 25 °C.
Para suspeita de Malassezia, acrescentar uma gota de 
azeite para melhor isolamento.
Antifungigrama
Diversas técnicas de antifungigrama podem ser reali-
zadas, como diluição em caldo, diluição em ágar, difusão 
em ágar com disco, E-test em meio sólido (MIC) e automa-
ção. Porém algumas técnicas e antifúngicos não possuem 
padronização normativa. Portanto, é recomendado sem-
pre utilizar os padrões e concentrações preconizados pelo 
CLSI - Clinical and Laboratory Standards Institute e pelo 
EUCAST - European Committee on Antimicrobial Suscep-
tibility Testing.
Segue quadro com os antifúngicos e as concentrações 
utilizados para teste de sensibilidade de Candida.
 
 
Micologia Clínica
33
Correlação	entre	os	testes	de	microdiluição	em	caldo	e	difusão	em	disco	para	as	espécies	de	Candida
Espécies (n) Antifúngicos
Microdiluição Disco	difusão	(%)
Correlação	(%)
S SDD R S SDD R
C. albicans (38)
Anfotericina B 100 0 0 97,4 0 2,6 97,4
Itraconazol 97,4 2,6 0 89,5 10,5 0 86,8
Fluconazol 100 0 0 100 0 0 100
Voriconazol 100 0 0 100 0 0 100
Anidulafungina 100 0 0 - - - -
C. tropicalis (23)
Anfotericina B 100 0 0 100 0 0 100
Itraconazol 100 0 0 47,8 52,2 0 43,5
Fluconazol 95,7 0 4,3 95,7 0 4,3 100
Voriconazol 95,7 0 4,3 95,7 0 4,3 100
Anidulafungina 100 0 0 - - - -
C. glabrata (16)
Anfotericina B 100 0 0 100 0 0 100
Itraconazol 25 31,2 43,8 6,2 25 68,8 31,3
Fluconazol 75 18,8 6,2 37,5 12,5 50 37,5
Voriconazol 93,8 6,2 0 56,3 6,2 37,5 56,3
Anidulafungina 100 0 0 - - - -
C. parapsilosis (10)
Anfotericina B 100 0 0 100 0 0 100
Itraconazol 100 0 0 70 30 0 70
Fluconazol 100 0 0 100 0 0 100
Voriconazol 100 0 0 100 0 0 100
Anidulafungina 100 0 0 - - - -
C. krusei (4)
Anfotericina B 100 0 0 100 0 0 100
Itraconazol 50 50 0 0 75 25 0
Fluconazol 0 100 0 0 0 100 0
Voriconazol 100 0 0 50 50 0 50
Anidulafungina 100 0 0 - - - -
Assim como na microbiologia, são conhecidas resistências de fungos a agentes antimicóticos, como C. lusitaniae, C. 
krusei e C. glabrata para anfotericina B.
Micologia Clínica
34
Referências
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Paulo: Sarvier, 2002.
LEVEDURAS. Disponível em: http://www.enq.ufsc.br/
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13.abr.2013.
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br/mic/index.php?secao=material&material=27, 
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MINAMI, P.S. Micologia: métodos laboratoriais de diag-
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RAVEN, P. H. et al. Biologia	 vegetal. 6ª ed. Rio Janeiro: 
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RODRIGUES, Acácio Gonçalves. Introdução à micologia. 
Disponível em: http://users.med.up.pt/cc04-10/
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TRABULSI, L. R. et.al. Microbiologia. 3ª ed. São Paulo: 
Atheneu, 2002.

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