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CONTEÚDO 2 – FRATURAS
 
De acordo com Adams (1976) fratura é a perda total ou parcial da continuidade de um osso.
Consiste em uma solução de continuidade do osso por mecanismos traumáticos que supera
a elasticidade e resistência do osso. Do ponto de vista patológico é: solução continuidade +
fenômeno físico patológico + lesão anátomo-patológica (complexo secundário).
Na visão da reabilitação, a fratura pode ser definida como uma lesão grave de partes moles
com falha óssea subjacente (Gould, 1993).
Além desses conceitos, ainda temos o conceito de Doença de Fratura: “Estado clínico
manifestado por edema crônico, atrofia dos tecidos moles e osteoporose em focos” (Lucas-
Championniére, 1907).
De uma maneira geral, a fratura é uma situação em que há perda da continuidade óssea,
geralmente com separação de um osso em dois ou mais fragmentos após um traumatismo. A
sua gravidade pode variar bastante; algumas fraturas resolvem-se espontâneamente sem
chegarem a ser diagnosticadas, enquanto outras acarretam risco de vida e são emergências
médicas.
As queixas habituais são dores (com a adoção de postura ou de posição antálgica),
incapacidade de mexer o membro (debilidade funcional), deformidade (embora possa variar
com o tipo e localização da fratura), ferimento muitas vezes visível, mobilidade local anormal
e crepitação (“sensação de atrito”).
É uma situação frequente, havendo uma incidência aumentada em alguns grupos de risco tal
como em mulheres após a menopausa, devido à diminuição da densidade do osso por
osteoporose.
É importante que se diferencie as fraturas de luxações ou mesmo das fraturas-luxação. A
luxação consiste na perda da contiguidade das superfícies ósseas articulares, necessitando
normalmente de um forte trauma ou instabilidade prévia. Já a fratura-luxação é quando há
fratura do osso em região articular associada ou próxima a uma luxação.
 
História
 
As fraturas surgem com o aparecimento de esqueletos rígidos na natureza. Na espécie
humana as primeiras tentativas de tratamento conhecidas datam de mais de 5000 anos,
embora possam ter surgido espontaneamente há ainda mais tempo. Estes primeiros
tratamentos consistiam na utilização de pedaços de madeira ou casca de palmeira amarrados
em torno do membro fraturado com linho, e foram descobertas em escavações realizadas no
Egito. Este método ainda é utilizado atualmente, variando os materiais utilizados.
A primeira referência à utilização de materiais semelhantes ao gesso atual data de 900 d.C.
por Rhazes Athuriscus, um médico árabe que descreveu a preparação de tiras de linho
embebidas numa mistura de cal e clara de ovo, que adquiria bastante resistência. No mundo
ocidental, o interesse pelo gesso parece ter-se desenvolvido após um diplomata inglês no
Império Otomano, Eaton, ter descrito em 1793 a utilização deste material no tratamento de
uma fratura. As ligaduras gessadas utilizadas hoje em dia foram descritas pela primeira vez
em 1854 por Antonius Mathysen, um cirurgião naval holandês.
Antes do advento dos antibióticos uma fratura exposta (quando a pele e os músculos são
perfurados pelo osso) estava associada a uma mortalidade extremamente elevada, devido a
infecções da ferida e do osso (osteomielite). A única terapêutica nestas situações consistia
na amputação precoce do membro, embora a amputação fosse em si um método com
elevada mortalidade, devido a hemorragia ou a gangrena infecciosa.
A fixação cirúrgica das fraturas aparece mencionada pela primeira vez cerca de 1760 em
Toulouse, quando surge numa carta entre dois cirurgiões referência à "fixação de fraturas
usando arame no tratamento".
 
Classificação
 
As fraturas podem ser classificadas de acordo com vários critérios:
 
Segundo a Etiologia (causa)
As fraturas traumáticas correspondem à grande maioria das fraturas, e resulta da aplicação
de uma força sobre o osso que seja maior que a resistência deste. Pode ocorrer no local de
um impacto (fratura direta), num local afastado da zona de impacto (por exemplo, fratura da
clavícula após queda sobre a mão - fratura indireta), ou por contração muscular violenta
(fratura por tração muscular).
As fraturas de sobrecarga ou de stress são devidas à aplicação repetida e frequente de
pequenas forças sobre um osso, que leva a uma fadiga que condiciona a fratura.
As fraturas patológicas ocorrem num osso previamente fragilizado, por exemplo por
osteoporose ou um tumor ósseo. Geralmente não há evidência de traumatismo que justifique
a fratura.
 
Segundo a lesão envolvente
Nas fraturas fechadas não há perfuração da pele, ao contrário do que acontece nas fraturas
expostas, onde pode ocorrer uma infecção bacteriana, havendo por vezes a necessidade de
suturar a ferida.
Nas fraturas complicadas há atingimento de vasos sanguíneos ou nervos. Uma diminuição ou
ausência dos pulsos, assim como palidez ou perda de consciência, podem indicar lesão de
um vaso sanguíneo (mesmo que não haja hemorragia evidente), sendo importante nestes
casos a prestação rápida de cuidados de saúde adequados.
 
Segundo o traço de fratura
A classificação baseada no traço de fratura identifica exatamente como foi o “desenho” da
fratura no osso, ou seja, qual a direção e sentido que a fratura acometeu o osso. Como é
fundamental visualizar a fratura para aplicar esta classificação, torna-se necessário um
exame de imagem (como radiografia por exemplo) para classificá-la.
As fraturas podem ser:
 
1.Transversa            2.Oblíqua             3.Espiralada           4.Comunitiva        5.Compressão      
 6.Galho Verde
                     
 
Reparo de Fraturas
 
          Didaticamente, o processo de reparo das fraturas pode ser dividido em fases:
1- Fase da Indução: caracterizada por hemorragia e liberação de fatores químicos que irão
desencadear o processo inflamatório e de reparo
2- Fase Inflamatória: caracterizada pela formação hematoma e coágulo, por necrose celular,
seguidos de formação do tecido de granulação com a presença de fibroblastos
3- Proliferação periosteal e endosteal: caracterizada por alta atividade fibroblástica e
diferenciação celular em osteoblastos e condroblastos
4- Estágio de Calo ósseo (calo mole): caracterizada por invasão vascular e formação de um
tecido fibrocartilaginoso; a partir desta fase inicia-se um processo de calcificação progressiva
5- Estágio de Consolidação (calo duro): caracterizada por alta atividade osteoblástica, por
mineralização do tecido de reparo e consequentemente consolidação clínica e radiográfica da
fratura
6- Estágio de Remodelação: caracterizada por atividade osteoclástica com consequente
remoção e remodelação óssea
 
Tempo de Consolidação
 
          Não há regras rígidas que determinam o tempo de consolidação de uma fratura.
Inúmeras podem ser os fatores de influência e as variáveis que influenciam direta ou
indiretamente.
          Os principais fatores de influência são:
- aspecto mecânico = estabilidade do osso no local da fratura
- aspecto biológico = condição da vascularização no local da fratura
          Algumas variáveis locais que podem influenciar são: a intensidade do trauma, o grau de
perda óssea, o tipo de osso comprometido, o tipo de imobilização utilizado, se a fratura é
intra-articular e possível presença de malignidade local.
          Algumas variáveis sistêmicas também devem ser consideradas, tais como: a idade, o
sexo, a prática de exercícios físicos e a solicitação mecânica, além da influência hormonal.
 
Sequelas e complicações
 
Uma grande parte das fraturas é curada sem deixar sequelas, podendo desaparecer qualquer
vestígio da fratura após alguns meses. Em outras situações, o processo de reparação óssea
não é capaz de reestabelecer por completo a forma ou função original do osso fraturado, o
que acontece mais frequentemente quando há complicações associadas à fratura.
 
Infecção (Osteomielite)
Uma infecção óssea (osteomielite) é especialmente grave devido à baixa irrigação sanguínea
e escassez de células vivas, já que o osso é constituido predominantementepor matriz
extracelular. Fraturas expostas e procedimentos cirúrgicos que atinjam o osso (tal como
osteotomia) implicam procedimentos de assepsia e administração de antibióticos.
 
Necrose óssea (Necrose avascular)
Pode ocorrer morte de parte do osso (necrose) algum tempo após a fratura, caso tenha
ocorrido lesão dos vasos sanguíneos que levam sangue a essa parte do osso. Um bom
alinhamento dos topos da fratura, e uma intervenção atempada, podem ajudar a diminuir este
risco.
 
Pseudoartrose
O atraso da consolidação da fratura ou a ausência total de consolidação são denominados de
pseudoartrose. Ocorre a formação de uma articulação entre os topos da fratura (por isso o
termo pseudo = falso / artros = articulação), que não se juntam após um determinado período
de tempo. O diagnóstico de pseudartrose é feito quando deixa de haver esperança que a
fratura consolide naturalmente (normalmente em 6 meses), e implica correção através de
cirurgia.
 
Consolidação viciosa
Os topos da fratura consolidam fora da sua posição anatômica. Pode ser devido a uma má
redução da fratura, ou de uma imobilização em posição inadequada. As implicações podem
ser apenas estéticas, como acontece frequentemente em fraturas da clavícula, mas em
algumas situações pode haver limitação ou até perda da função do membro afetado. As
crianças, devido ao rápido metabolismo e crescimento ósseo, têm maior capacidade de
recuperar uma anatomia normal após consolidação viciosa de uma fratura.
 
Desvios angulares do membro e deformidades
Os desvios angulares e as deformidades podem surgir em decorrência de consolidações
viciosas ou alterações articulares ocasionadas por falhas no processo de recuperação e
reabilitação.
 
Tratamento
 
A escolha terapêutica é baseada na avaliação de múltiplos fatores. Na maioria dos casos a
cirurgia surge como última opção, estando reservada para casos particulares como fraturas
expostas ou complicadas, ou quando o tratamento conservador não eficaz na resolução de
uma fratura (por exemplo, quando se desenvolvem pseudoartroses). Existem, contudo,
algumas exceções em que a cirurgia oferece melhores resultados.
O tratamento das fraturas deve seguir sempre 4 princípios básicos: a redução anatômica da
fratura, a melhor estabilidade possível do osso fraturado, a preservação do suprimento
sanguíneo e a mobilização precoce ativa com carga no membro indolor.
 
Tratamento conservador
Este tipo de tratamento tenta otimizar as condições em que ocorre o processo natural de
reparação do osso sem infligir traumatismos adicionais geralmente associados a uma
cirurgia. O processo é variável consoante o osso atingido e o tipo de lesão em causa.
Geralmente envolve a redução da fratura, que pode ser feito com ou sem anestesia, e consiste
em exercer uma tracção adequada sobre o membro afetado de forma a que os topos da
fratura fiquem alinhados, ou seja, regressem à sua posição anatômica. Uma redução bem
efetuada reduz o risco de consolidação viciosa, que é uma das sequelas mais frequentes das
fraturas e que ocorre quando o osso cicatriza numa posição incorreta.
Após a redução há habitualmente uma diminuição importante da dor, que pode até
desaparecer por completo.
Depois do alinhamento dos topos da fratura, o membro afetado é estabilizado utilizando
vários meios, sendo dos mais frequentes a tala gessada, o gesso fechado, ou o suporte com
ligaduras elásticas. Esta estabilização tem por objetivo prevenir o movimento dos topos da
fratura, para que não haja dor, e possa ocorrer uma reparação eficaz da lesão. Uma possível
consequência de uma imobilização deficiente (ou de remover a imobilização demasiado
cedo) é a formação de uma pseudoartrose, uma situação que geralmente implica correcção
cirúrgica.
O tempo em que é mantida a imobilização varia de acordo com o osso fraturado e a região do
osso atingida, podendo variar de 3 a 8 semanas, ou mais.
Habitualmente são também utilizados medicamentos para alívio da sintomatologia, em
particular analgésicos anti-inflamatórios para reduzir a dor e inflamação local.
 
Tratamento cirúrgico
 
A cirurgia tem por objetivo reestabelecer o alinhamento normal do osso, e manter esse
alinhamento até a reparação da fratura. Permite também corrigir algumas lesões das partes
moles, em especial vasos sanguíneos que possam ter rompido.
O reestabelecimento da continuidade óssea por meio cirúrgico pode ser feito com recurso a
várias técnicas, habitualmente com a utilização de placas e parafusos, hastes endo-
medulares ou fios de Kirschner. Os materiais, normalmente metálicos, que são utilizados para
a fixação e consequente estabilização cirúrgica das fraturas são denominados de
osteossínteses. As osteossínteses podem ser classificadas de uma maneira geral em
internas e externas. As osteossínteses internas podem ser do tipo interfragmentar (parafusos,
placas de autocompressão), de suporte (placas) ou tutores (fios de aço, hastes intra-
medulares). Já as osteossínteses externas são os fixadores externos, os quais podem ser
lineares, semi-circulares ou circulares.
 
Reabilitação
 
          No processo de reabilitação das fraturas devemos considerar: as  variáveis da fratura, o
tipo de tratamento ortopédico utilizado, a fase da consolidação em que a fratura se encontra e
as condições gerais do paciente.
          Podemos separar didaticamente a reabilitação em 2 grandes enfoques:
- Consolidação da fratura
- Consequências da Doença de Fratura e do Imobilismo
          Para aplicarmos algum tipo de intervenção visando o processo de consolidação da
fratura, devemos ter em mente a Lei de Wolff (1892): “O  crescimento  ósseo  se adapta às
forças colocadas sobre ele” . Ou seja, toda forma de energia mecânica aplicada sobre o osso
é transformada em atividade elétrica que resulta em troca iônica contribuindo para o processo
de formação e mineralização do calo ósseo (=Efeito Piezoelétrico).
          Desta forma, durante o seu processo de consolidação o osso necessita de sobrecargas
gravitacionais, sustentação de peso, compressões articulares, movimentação do membro e
contração muscular (tudo a depender é claro da fase de consolidação e do aparecimento do
calo ósseo). Também podem ser utilizados o Ultra-som terapêutico, a  Eletroestimulação e a
radiação Laser.
          Já, ao considerar as Consequências da Doença de Fratura e do Imobilismo, devemos
observar as seguintes características: inflamação (edema e dor), atrofia e encurtamentos
musculares, perda de massa óssea, contraturas teciduais e rigidez articular, perda da função
local e possíveis complicações sistêmicas.
          Para o tratamento das condições citadas, aplica-se os recursos de eletro-termo-foto-
terapia, fortalecimento e alongamento muscular, estimulação da descarga de peso no
membro, mobilizações articulares, reeducação funcional e proprioceptiva e
recondicionamento cardiovascular e respiratório.
          Alguns cuidados importantes que devemos ter são: a sobrecarga na parte distal ao local
de fratura, o tempo para carga no membro afetado e a possível presença de osteossíntese.
          Os resultados finais que se pretende alcançar são: uma boa remodelação óssea e uma
boa cicatrização, ausência de sintomas e funcionalidade adequada.
Referências
 
Colton, C.L. 5,000 years of the treatment of fractures. Rev Chir Orthop Reparatrice Appar Mot.
84 Suppl 1:23-6, 1998.
 
 
TEXTO COMPLEMENTAR:
 
Fraturas em idosos no Brasil
 
(FONTE: http://idososbrasileiros.blogspot.com/2009/06/fraturas-em-idosos-no-brasil.html)
 
http://idososbrasileiros.blogspot.com/2009/06/fraturas-em-idosos-no-brasil.html
http://idososbrasileiros.blogspot.com/2009/06/fraturas-em-idosos-no-brasil.html
Estudo do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia mostra que 20% dos homens
acima de 60 anos estão sujeitos à osteoporose. Dado é considerado alto por especialistas.
Levantamento do Ministério da Saúde revela que, em quatro anos (2005 a 2008), aumentou
em 8% o número de internações por fratura de fêmur. Em 2008, esse tipode fratura foi
responsável 32.908 internações hospitalares na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) – a
um custo total de R$ 58,6 milhões.
Em 2005, foram 30.273 e um gasto de R$ 48,8 milhões.
Os investimentos também cresceram por conta das internações. Em 2006, foram investidos
R$ 49,9 milhões em 31.535 internações. Em 2007, 51,8 milhões em 32.657 internações.
A cada ano, o Ministério da Saúde tem gastos crescentes com tratamentos de fraturas em
pessoas idosas.
Com o Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional, criado em 1982, são
disponibilizados medicamentos para o tratamento de doenças específicas cujos pacientes
necessitam de medicamentos de custo unitário geralmente elevado. A osteoporose é uma
delas. Em 2007, foram investidos mais de R$ 37 milhões com medicamentos para tratamento
da osteoporose. Atualmente, são oferecidos sete medicamentos com 14 apresentações
diferentes, conhecidos como reguladores da homeostase do cálcio e a projeção de gastos.
Em 2008, foram investidos em torno de R$ 39 milhões.
A fratura de fêmur está também entre as causas relevantes de morbidade e mortalidade dos
idosos.
Entre as causas externas, as quedas são responsáveis por 24% das mortes em idosos,
enquanto correspondem a 6% no restante da população.
Cerca de 30% das pessoas idosas sofrem quedas a cada ano.
Essa taxa aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80 anos. As mulheres tendem a
cair mais que os homens até os 75 anos de idade, a partir dessa idade as freqüências se
igualam. Dos que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização.
Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), instituição
vinculada ao Ministério da Saúde, revelou que, em média, 20% dos homens na faixa de 50 a 80
anos de idade têm perda de massa óssea, que deixa o indivíduo mais propenso a fraturas, a
chamada osteoporose.
O dado é considerado alto pelos especialistas na área. O estudo mostrou um percentual
crescente de homens com a doença a partir dos 60 anos. No grupo com 60 a 69 anos, o
índice chega a 20,6%. Nos homens com 70 a 79 anos, vai a 23,2% e, naqueles com 80 anos ou
mais, a prevalência atinge 36,6%. Em todos os casos, foram observadas as regiões do fêmur e
da coluna lombar.
Ao todo, 712 homens voluntários do município do Rio de Janeiro participaram do
levantamento.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia reconhece que não há dados exatos
sobre a incidência da osteoporose no Brasil. Mas estima que 10 milhões de pessoas sofram
da doença. A grande maioria seria de pessoas acima de 60 anos. A instituição prevê que a
realidade brasileira é semelhante à norte-americana.
Segundo a National Osteoporosis Foundation (NOF), nos Estados Unidos, na faixa etária dos
50 anos ou mais, a osteoporose atinge 40% das mulheres negras; 72% das mulheres brancas,
23% dos homens negros e 42% dos homens brancos com idade igual ou acima de 50 anos.
No Brasil, há apenas estudos localizados sobre a prevalência da osteoporose. A doença, no
entanto, está, ao lado da Diabetes Miellitus (DM) e da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS),
no rol das daquelas crônico-degenerativas com maior incidência na população idosa.
Durante quatro anos, especialistas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
da Regional de Pernambuco acompanharam 630 mulheres. O estudo mostrou que 28,8%
apresentaram osteoporose na coluna lombar e 18,8% no colo do fêmur.
De acordo com o geriatra Salo Buksman, do INTO, a osteoporose é uma doença silenciosa.
“Não acarreta sintoma nenhum, nem dor, exceto quanto o indivíduo sofre uma fatura”, explica.
O médico diz que talvez o único sintoma da osteoporose, tanto em homens quanto em
mulheres, são as pequenas fraturas das vértebras. “E o que a gente chama de fratura por
achatamento, quando a vértebras dá uma achatadinha, e a pessoa perde um pouco da sua
altura”, explica. Quando isso acontece, é possível desconfiar que o indivíduo esteja tendo
microfraturas vertebrais por conta da osteoporose.
“É um dos pouquíssimos sintomas que a doença provoca”, acrescenta. A osteoporose não
apresenta diferenças entre homens e mulheres. Mas é no universo feminino que é mais
prevalente. “Porém, os homens têm uma prevalência muito importante que justifica um
investimento na pesquisa, na prevenção e no tratamento da doença”, ressalva Salo Buksman.
A outra diferença é a resistência masculina aos serviços médicos e aos profissionais de
saúde. “A mulher, por natureza, cuida mais da própria saúde e da dos familiares também. O
homem, normalmente, é muito desleixado na área da saúde e tem muita dificuldade de se
conscientizar da importância de fazer prevenção e tratamento dessas doenças”, acrescenta o
especialista.
Para os homens com 70 anos ou mais, o médico Salo Buksman recomenda que procurem um
especialista, façam um exame de densitometria óssea para verificar se têm osteoporose.
Caso tenham a doença, a saída é procurar, o quanto antes, o tratamento adequado. “No caso
de não ter a doença, é melhor prevenir por meio de exercícios físicos, exposição ao sol por 15
minutos diários, evitar o fumo e ingerir quantidade adequada de cálcio que seria alguns copos
de leite ou de laticínios também todos os dias”.
Para os homens com menos de 70 anos, que sofreram alguma fratura de baixo impacto ou
têm um histórico familiar e fazem uso de cortisona ou remédios para epilepsia, o geriatra
sugere que procurem um médico para saber se se enquadram na população de maior risco.
Buksman recomenda que a prevenção da osteoporose comece cedo. De acordo com ele, a
ingestão de cálcio ao longo da vida também é importante. O cálcio está presente no leite e
seus derivados. Mas não basta acrescentar os laticínios ao cardápio diário. O especialista diz
que é preciso tomar sol, ao menos 15 minutos por dia, o suficiente para a produção de vida D,
também necessária à prevenção da osteoporose.
No Guia Prático do Cuidador, lançado em junho de 2008 pelo Ministério da Saúde, há diversas
dicas de adaptações ambientais que podem ser realizadas nos ambientes mais freqüentados
pelo idoso na casa para evitar acidentes.
Dicas do Guia Prático do Cuidador Adaptações ambientais:
- Muitas vezes, é preciso fazer algumas adaptações no ambiente da casa para evitar quedas,
facilitar o trabalho do cuidador do idoso e permitir que a pessoa possa se tornar mais
independente.
- O lugar onde a pessoa mais fica deve ter somente os móveis necessários. É importante
manter alguns objetos que a pessoa mais goste de modo a não descaracterizar totalmente o
ambiente. Cuide para que os objetos e móveis não atrapalhem os locais de circulação e nem
provoquem acidentes.
Exemplos de adaptações:
 
- As cadeiras, camas, poltronas e vasos sanitários mais altos do que os comuns facilitam a
pessoa cuidada a sentar, deitar e levantar. O cuidador ou outro membro da família podem
fazer essas adaptações. Em lojas especializadas existem levantadores de camas, cadeiras,
vasos sanitários e vários tipos de objetos adaptados que evitam os acidentes domésticos
mais comuns.
- Antes de colocar a pessoa sentada em uma cadeira de plástico, verifique se a cadeira
suporta o peso da pessoa e coloque a cadeira sobre um piso antiderrapante, para evitar
escorregões e quedas.
- O sofá, poltrona e cadeira devem ser firmes e fortes, ter apoio lateral, que permita à pessoa
se sentar e se levantar com segurança.
- Retire tapetes, capachos, tacos e fios soltos, para facilitar a circulação do cuidador e da
pessoa cuidada e também evitar acidentes.
- Sempre que possível é bom ter barras de apoio na parede do chuveiro e ao lado do vaso
sanitário. Assim, a pessoa se sente segura ao tomar banho, sentar e levantar do vaso
sanitário, evitando se apoiar em pendurador de toalhas, pias e cortinas.
- O banho de chuveiro se torna mais seguro com a pessoa cuidada sentada em uma cadeira,
com apoio lateral.
- Piso escorregadio causa quedas e escorregões. Por isso é bom utilizar tapetes
antiderrapantes (emborrachados) em frente ao vaso sanitário e cama, no chuveiro, embaixo
da cadeira etc.- Os objetos de uso pessoal devem estar colocados próximos à pessoa e em uma altura que
facilite o manuseio, de modo que a pessoa não precise abaixar ou se levantar para apanhá-
los.
 
- As escadas devem ter corrimão dos dois lados, faixa ou piso antiderrapante e ser bem
iluminadas.
Em caso de queda: As quedas são os acidentes que mais ocorrem com as pessoas idosas e
fragilizadas por doenças, ocasionando fraturas, principalmente no fêmur, costela, coluna,
bacia e braço.
- Se mesmo com todos os cuidados, a pessoa caiu e se acidentou, após a queda, é importante
que a equipe de saúde avalie a pessoa e identifique a causa, buscando no ambiente os fatores
que contribuíram para o acidente. Assim, podem ajudar a família a adotar medidas de
prevenção e a tornar o ambiente mais seguro.
- Ao atender a pessoa que caiu, observe se existe alguma deformidade, dor intensa ou
incapacidade de movimentação, que sugere fratura. No caso de suspeita de fratura, caso haja
deformidade, não tente “colocar no lugar”. Procure não movimentar a pessoa cuidada e
chame o serviço de emergência o mais rápido possível.
- Confira no site do ministério o guia na íntegra, no seguinte link:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf
 
Exercício 1:
As fraturas apresentam uma incidência aumentada em alguns determinados grupos de risco,
tais como:
A)
Mulheres obesas
B)
Mulheres pós menopausa
C)
Jovens atletas
D)
Negros do sexo masculino
E)
Trabalhadores braçais
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf
Comentários:
A) 
B) 
Exercício 2:
As fraturas que ocorrem devido à aplicação repetida e frequente de pequenas forças sobre
um osso, que leva a uma fadiga que condiciona a fratura, são:
A)
Fraturas traumáticas
B)
Fraturas expostas
C)
Fraturas por stress
D)
Fraturas ocupacionais
E)
Fraturas patológicas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
A) 
C) 
Exercício 3:
A complicação de fraturas caracterizada por infecção óssea é chamada de:
A)
Necrose avascular
B)
Pseudoartrose
C)
Osteonecrose
D)
Osteomielite
E)
Consolidação viciosa
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) 
Exercício 4:
A complicação de fraturas caracterizada por falência do tecido ósseo devido à lesão de vasos
sanguíneos é chamada de:
A)
Necrose avascular
B)
Pseudoartrose
C)
Infecção
D)
Osteomielite
E)
Consolidação viciosa
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) 
Exercício 5:
A complicação de fraturas caracterizada por ausência de consolidação é chamada de:
A)
Necrose avascular
B)
Pseudoartrose
C)
Osteonecrose
D)
Osteomielite
E)
Consolidação viciosa
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
A) 
B) 
Exercício 6:
A complicação de fraturas caracterizada por consolidação fora do alinhamento anatômico
normal é chamada de:
A)
Necrose avascular
B)
Pseudoartrose
C)
Osteonecrose
D)
Osteomielite
E)
Consolidação viciosa
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) 
Exercício 7:
O texto “Fraturas em idosos no Brasil” de 21 de junho de 2009 se refere, na sua essência, a:
A)
aspectos financeiros e gastos públicos relacionados as fraturas de fêmur em idosos
B)
osteoporose enquanto doença grave que gera um consumo excessivamente alto de
medicamentos
C)
crescimento excessivo de fraturas de fêmur em indivíduos idosos devido a osteoporose, que
têm se tornado um problema de saúde pública
 
D)
aumento do índice de quedas em indivíduos idosos, especialmente  acima de 80 anos
E)
aumento de incidência de osteoporose na população idosa brasileira
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) 
Exercício 8:
Com base nas informações e dados apresentados no texto, verifique a veracidade das
afirmativas abaixo e depois assinale a alternativa correta:
 
I- A maior incidência de fraturas proximais de fêmur em indivíduos idosos, segundo a faixa
etária, é encontrada na faixa etária de 80 a 89 anos
II- A menor incidência de fraturas proximais de fêmur em indivíduos idosos, segundo a faixa
etária, é encontrada na faixa etária acima de 90 anos
III- Com base nos dados apresentados, podemos afirmar que quanto maior a idade, menor é a
incidência de fraturas proximais de fêmur em indivíduos idosos
 
A)
somente I e II estão corretas
B)
somente II e III estão corretas
C)
somente I e III estão corretas
D)
todas estão corretas
E)
todas estão incorretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
E) 
D) 
A) 
Exercício 9:
Relacione abaixo as características apresentadas com a respectiva lesão traumática e, depois, assinale a
alternativa que apresenta a relação correta:
I- Fratura
II- Luxação
III- Fratura-Luxação
a- Solução de continuidade do osso
b- Perda da contiguidade das superfícies ósseas das articulações
c- Solução de continuidade do osso associada à perda da contiguidade das superfícies ósseas das
articulações
A)
I-a, II-b, III-c
 
B)
I-b, II-c, III-a
 
C)
I-c, II-a, III-b
 
 
D)
I-a, II-c, III-b
 
E)
I-c, II-b, III-a
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A)

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