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Gestão da Inovação

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Prévia do material em texto

Eloisa de Moura Lopes 
Eriton Luiz Mainardes
Frederico Rodovalho de Oliveira
Gilriane Carla Félix da Silva
Gestão da Inovação
© Universidade Positivo 2018
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido 
Curitiba-PR – CEP 81280-330
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Thinkstock / © Shutterstock.
Presidente da Divisão de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor 
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia
Autoria
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Projeto Gráfico e Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Everton Renaud
Profa. Roberta Galon Silva
Profa. Eloisa de Moura Lopes 
Prof. Eriton Luiz Mainardes
Prof. Frederico Rodovalho de Oliveira
Profa. Gilriane Carla Félix da Silva
Prof. Alisson Marcelo Laurindo
Aline Scaliante Coelho Baggetti
Regiane Rosa
DTCOM – DIRECT TO COMPANY S/A
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
3Gestão da Inovação
Caro aluno,
A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas 
que permitem o desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e 
tem por objetivo a comunização bidirecional entre os atores educacionais.
O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendi-
zagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da con-
textualização teórica-prática e das atividades individuais e colaborativas; e fundamentado 
nos seguintes propósitos:
COMPREENDA SEU LIVRO
valorizar suas 
experiências;
incentivar a 
construção e a 
reconstrução do 
conhecimento;
estimular a 
pesquisa;
oportunizar a reflexão 
teórica e aplicação 
consciente dos temas 
abordados.
Metodologia
Gestão da Inovação4
COMPREENDA SEU LIVRO
Com base nessa metodologia, o livro apresenta a seguinte estrutura:
Percurso
Pergunta norteadora
Ao final do Contextualizando o cenário, 
consta uma pergunta que estimulará sua 
reflexão sobre o cenário apresentado, 
com foco no desenvolvimento da sua 
capacidade de análise crítica.
Tópicos que serão estudados
Descrição dos conteúdos que serão 
estudados no capítulo.
Boxes
São caixas em destaque que podem 
apresentar uma citação, indicações de 
leitura, de filme, apresentação de um 
contexto, dicas, curiosidades etc.
Recapitulando
É o fechamento do capítulo. Visa sinte-
tizar o que foi abordado, reto mando os 
objetivos do capítulo, a pergunta nortea-
dora e fornecendo um direcionamento 
sobre os questionamentos feitos no 
decorrer do conteúdo.
Pausa para refletir
São perguntas que o instigam a 
refletir sobre algum ponto 
estudado no capítulo.
Contextualizando o cenário
Contextualização do tema que será 
estudado no capítulo, como um 
cenário que o oriente a respeito do 
assunto, relacionando teoria e prática.
Objetivos do capítulo
Indicam o que se espera que você 
aprenda ao final do estudo do 
capítulo, baseados nas necessida-
des de aprendizagem do seu curso.
Proposta de atividade
Sugestão de atividade para que você 
desenvolva sua autonomia e siste-
matize o que aprendeu no capítulo. 
Referências bibliográficas
São todas as fontes utilizadas no 
capítulo, incluindo as fontes mencio-
nadas nos boxes, adequadas 
ao Projeto Pedagógico do curso.
5Gestão da Inovação
BOXES
Assista 
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações 
complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. 
Biografia 
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada 
pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado.
Contexto 
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; 
demonstram a situação histórica, social e cultural do assunto. 
Curiosidade 
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre 
o assunto tratado. 
Dica 
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, 
uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. 
Exemplo 
Informação que retrata de forma obje tiva determinado assunto 
abordando a relação teoria-prática.
Afirmação
Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância 
na área de estudo.
Esclarecimento 
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica 
da área de conhecimento trabalhada. 
7Gestão da Inovação
SUMÁRIO
Apresentação 11
Os Autores 12
CAPÍTULO 1
Inovação em organizações empresariais 17
1.1. Conceitos 19
1.1.1. Ciência, tecnologia, pesquisa básica, pesquisa aplicada e desenvolvimento experimental 19
1.1.2. Descoberta e invenção 20
1.1.3. O que é (ou não) inovação 21
1.1.4. Inovação como diferencial competitivo para a empresa 22
1.2. Tipos 23
1.2.1. Inovação de produto (bem ou serviço) 24
1.2.2. Inovação de processo 24
1.2.3. Inovação de marketing 25
1.2.4. Inovação organizacional 25
1.3. Abrangência 26
1.3.1. Inovação para o mundo 26
1.3.2. Inovação para o mercado 27
1.3.3. Inovação intraempresarial 27
1.4. Intensidade 27
1.4.1. Inovação incremental 28
1.4.2. Inovação radical 28
1.4.3. Inovação disruptiva 30
Proposta de Atividade 31
Recapitulando 32
Referências 33
Gestão da Inovação8
CAPÍTULO 2
A inovação como estratégia de competitividade 35
2.1. Inovação como estratégia de competitividade e criação de qualidade 37
2.1.1. Relação entre inovação e competitividade 37
2.1.2. As estratégias de preço final e de qualidade 38
2.1.3. A importância da inovação 39
2.1.4. Desafios e oportunidades para o Brasil 40
2.2. Fatores que dificultam o processo de inovação 41
2.2.1. Fatores relativos ao custo 42
2.2.2. Fatores relativos aos conhecimentos 42
2.2.3. Fatores relativos ao mercado 43
2.2.4. Fatores relativos à resistência interna 44
2.3. Fatores que facilitam a inovação 45
2.3.1. Desenvolvimento industrial 45
2.3.2. Políticas de estímulo e financiamento à inovação 47
2.3.3. Leis de incentivos fiscais 47
2.3.4. Proteção do conhecimento (patentes) 48
2.4. Práticas de estímulo à Inovação 48
2.4.1. Estímulo à criatividade 49
2.4.2. Capacitação de Pessoas 49
2.4.3. Comunicação interna 50
2.4.4. Programas de reconhecimento e recompensa 50
Proposta de Atividade 51
Recapitulando 51
Referências 53
CAPÍTULO 3 
Indicadores empresariais de inovação 
e avaliação do processo de inovação 57
Contextualizando o cenário 58
3.1. Esforços 59
3.1.1. Recursos financeiros investidos em atividades inovadoras 60
3.1.2. Recursos humanos em atividades inovadoras 61
3.1.3. Comparações internacionais 62
3.1.4. Indicadores de inovação 63
9Gestão da Inovação
3.2. Processo 65
3.2.1. Etapas do processo de inovação 67
3.2.2. Controle e mensuração de atividades inovadoras 68
3.2.3. Programas de capacitação, reconhecimento e recompensa 69
3.3. Resultados 70
3.3.1. Faturamento advindo de produtos ou serviços novos 71
3.3.2. Patentes 72
3.3.3. Economia de custos a partir de inovação em processos 73
3.3.4. Indicadores estaduais 74
Proposta de Atividade 75
Recapitulando 75
Referências 76
CAPÍTULO 4
Fontes para a implantação da inovação na empresa 79
Contextualizando o cenário 80
4.1. Apoio financeiro 81
4.1.1. Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) 82
4.1.2. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) 84
4.1.3. Outras organizações de apoio financeiro 85
4.1.4. Incentivos fiscais à inovação 86
4.2. Apoio técnico-gerencial 87
4.2.1. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) 88
4.2.2. Universidades 88
4.2.3. SEBRAE 89
4.2.4. Outras organizações 90
4.3. Outras formas de apoio 90
4.3.1. Programa InovAtiva 91
4.3.2. Venture Capital91
4.3.3. Apoio a Startups 93
4.3.4. Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) 94
4.4. Organizações de apoio financeiro 95
4.4.1. Organizações estaduais de apoio financeiro 95
4.4.2. Organizações estaduais de apoio técnico-gerencial 97
4.4.3. Outras organizações e iniciativas estaduais 98
4.4.4. Leis estaduais e municipais de apoio à inovação 98
Proposta de Atividade 99
Recapitulando 99
Referências 101
11Gestão da Inovação
Olá!
No século XXI, vivemos em uma economia do conhecimento, que se molda pelos con-
ceitos e aplicações da inovação tanto para a criação e desenvolvimento de produtos, pro-
cessos e serviços, como para o marketing e a atividade organizacional. 
A busca por novos modelos de negócios também se apresenta como uma forma de se 
manter no mercado ou de se apropriar de oportunidades que possam surgir no mercado, 
como as que ocorreram devido às mudanças da tecnologia analógica para digital ou, até 
mesmo, novas tendências de consumo e estilos de vida, em geral.
Perceber que em um mundo sem fronteiras, onde a inovação pode estar em qualquer 
parte, e a competição se dá nos níveis mais elevados e fugazes leva os gestores a uma cor-
rida pelo conhecimento técnico e científico para abastecer as organizações.
O interesse pela inovação tem aumentado no Brasil. As organizações educacionais 
oferecem cursos e treinamentos nesse tema. Também, foram criadas políticas públicas de 
incentivo à inovação que aproximam governo, escola e iniciativa privada a partir de um Sis-
tema Nacional de Inovação (SNI), além das Leis de inovação que estão em vigor no país. 
A inovação estratégica e sustentável edifica o desenvolvimento econômico e finan-
ceiro das empresas e, consequentemente, do país, colaborando para a geração do emprego 
e renda.
Uma coisa é certa: a inovação não é algo casual, mas sim o resultado de um trabalho 
sistêmico, isto é, de um processo passível de aprendizado, organização e gerenciamento.
Algumas perguntas são essenciais para a compreensão do tema. Entre elas estão: 
como inovar pela primeira vez? Como inovar sistematicamente? Quais são os tipos de ino-
vação? Estas são algumas das capacidades que vamos desenvolver durante nossos estudos 
nesta disciplina.
Então, preparados para começar?
APRESENTAÇÃO
Gestão da Inovação12
A Professora Eloisa de Moura Lopes é Doutora em Administração de Empresas pelo 
PMDA – Programa de Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Nove 
de Julho. Sanduíche no SOCIUS – Centro de Investigação em Sociologia Económica e das 
Organizações integrado ao ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão da Universi-
dade Técnica de Lisboa, Portugal. Possui mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional 
pela Universidade de Taubaté. É especialista em Administração de Empresas pela FAAP. 
Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Contábeis de Guaratinguetá.
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/8183929326742679>
Dedico este trabalho aos alunos inovadores. 
Peço a Deus que o conhecimento adquirido aqui 
colabore de forma efetiva para o desenvolvimento 
econômico, a geração do emprego e renda das 
organizações e do país. 
Agradeço a Deus pela oportunidade de escrever 
este material. Que ele colabore para o aprendizado 
daqueles que por ventura venham a utilizá-lo
A AUTORIA
13Gestão da Inovação
O Professor Eriton Luiz Mainardes é Graduado em Administração com ênfase em Comér-
cio Exterior (UEPG), MBA em Gerenciamento de Projetos (UP) e mestrado em Bioenergia 
(UEPG), desenvolvendo pesquisas sobre a viabilidade socioeconômica da produção de bio-
combustíveis. Atua na área de consultoria em gerenciamento de projetos e na área acadê-
mica, tendo experiência no ensino presencial e a distância, em cursos relacionados a área de 
gestão. 
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/2302155483284801>
Dedico este trabalho a todos que 
permanecem comigo em minha jornada, 
de longe ou de perto, agradeço-os 
profundamente.
A AUTORIA
Gestão da Inovação14
O Professor Frederico Rodovalho de Oliveira é Mestre em Agronegócio pela Universi-
dade Federal de Goiás. É especialista em Docência na Educação Profissional pelo Centro 
de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil, SENAI/RJ/CETIQT, e em Gestão de Logística 
Empresarial, pela Escola Superior Aberta do Brasil, ESAB. É graduado em Administração de 
Empresas pela Universidade Federal de Goiás e atualmente desenvolve suas atividades como 
Coordenador de Gestão de Processos em uma Secretaria de Estado em Goiás. .
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/3067099069915437>
Dedico essa disciplina aos interessados 
em conhecer mais sobre inovação em 
novos negócios. É interessante perceber 
que atualmente as ferramentas utilizadas 
para as críticas são as mesmas disponíveis 
para os elogios, então aos que pretendem 
ingressar nesse intrigante mundo, a dica é: 
saibam inovar e diferenciem-se
A AUTORIA
15Gestão da Inovação
A Professora Gilriane Carla Félix da Silva é especialista em Gestão de Pessoas pela 
Universidade Vale do Acaraú (UVA) - concluído em 2011. Graduada em Administração de 
Empresas pela Universidade Federal do rio Grande do Norte (UFRN) - concluído em 2009. 
Microempreendedora individual, possui experiência como tutora de Educação a Distância, 
orientadora de trabalhos acadêmicos, instrutora de cursos profissionalizantes. 
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/3236775621540634>
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, e a 
todos aqueles que estão sempre ao meu lado - meu 
esposo, filha e meus pais. Muito obrigada por todo 
apoio e confiança. Os amo muito!
A AUTORIA
17Inovação
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
• Conceituar inovação e seus tipos.
• Reconhecer o que é e o que não é inovação.
• Caracterizar os principais tipos, abrangências e intensidades de inovação.
CAPÍTULO 1
Inovação em organizações empresariais
Eloisa de Moura Lopes
TÓPICOS DE ESTUDO
1 Conceitos 3 Abrangência
• Ciência, tecnologia, pesquisa básica, 
pesquisa aplicada e desenvolvimento 
experimental.
• Descoberta e invenção.
• O que é (ou não) inovação.
• Inovação como diferencial 
competitivo para a empresa.
• Inovação para o mundo.
• Inovação para o mercado.
• Inovação intraempresarial.
2 Tipos 4 Intensidade
• Inovação de produto (bem ou serviço).
• Inovação de processo.
• Inovação de marketing.
• Inovação organizacional.
• Inovação incremental.
• Inovação radical.
• Inovação disruptiva.
Inovação18
Contextualizando o cenário
A inovação se destaca neste século e sua geração tem recebido atenção de gestores, 
empreendedores e estudiosos. A inovação está se tornando a força motora das empresas 
nos mercados globais e seu gerenciamento é umas das prioridades para a sustentabilidade 
dos negócios empresariais. 
As empresas líderes têm se distinguido devido às crescentes taxas de incorporação e inves-
timento em inovação. O conhecimento tecnológico para inovar tomou dimensões globais de 
forma ampla e muitas vezes complexas. A competência essencial da organização, os seus 
recursos e as suas capacidades precisam estar alinhados com sua estratégia para a inovação 
e, assim, a partir de uma identidade tecnológica, as organizações devem se capacitar para 
acessar e incorporar a inovação e alavancar os seus negócios (LOPES, 2011).
À medida que avançarmos nos estudos dos conceitos de inovação, compreenderemos como 
a inovação é por si só uma fonte motora para a sustentabilidade dos negócios empresariais 
no mundo contemporâneo.
Diante desse cenário, fica uma pergunta: como a capacidade de inovar pode ser ensinada?
19Inovação
1.1. Conceitos
O conceito de inovação mais abrangente e utilizado é o apresentado por meio do 
Manual de Oslo (ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔ-
MICO, 2005). Ele foi elaborado com o intuito de ampliar o Manual de Frascati, que apresen-
tava apenas as atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Nesse sentido, O Manual 
de Oslo conceitua inovaçãocomo: a implementação de um produto (bem ou serviço) novo 
ou significativamente melhorado; a implementação de um processo; um novo método de 
marketing; um novo método organizacional 
nas práticas de negócios, na organização do 
local de trabalho ou nas relações externas. 
Antes de avançarmos no tema inova-
ção vamos compreender alguns conceitos 
importantes para o nosso aprendizado como 
ciência, tecnologia, pesquisa básica, pesquisa 
aplicada e desenvolvimento experimental.
1.1.1. Ciência, tecnologia, pesquisa básica, pesquisa aplicada e 
desenvolvimento experimental
A pesquisa básica e a pesquisa aplicada estarão sempre no cotidiano da vida acadê-
mica dos estudantes, pesquisadores e professores, seja por meio de trabalhos nas disciplinas 
cursadas, iniciação científica, trabalho de conclusão de curso ou por outros tipos de pesqui-
sas realizadas em laboratórios ou em campo (CARVALHO; REIS; CAVALCANTI, 2011). 
Pausa para refletir
Afinal, qual é a diferença entre pesquisa básica e aplicada?
A pesquisa básica é conhecida como a pesquisa pura. Seu objetivo é proporcionar 
conhecimento útil para a ciência e tecnologia. Não há preocupação com aplicação prática 
ou comercialização (lucro). No Brasil, a maior parte destas pesquisas são realizadas com 
fomento ou financiamento público, já que este é um modelo praticado principalmente 
pelas universidades, mas pode ser implementado também por empresas.
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Inovação20
Sempre que este tipo de pesquisa é realizado, é importante responder perguntas, tais 
como: por quê? Para quê? Também, devem ser amplamente divulgadas no mundo acadê-
mico e para o público em geral por meio de artigos em congressos e revistas cientificas. 
Quanto à pesquisa aplicada, seu foco está em gerar conhecimento para aplicação 
prática. Ela é direcionada para a solução de problemas, e tem seus objetivos devem ser pre-
viamente definidos. Esse tipo de pesquisa normalmente é subsidiada por instituições finan-
ciadoras e pode ser realizadas a curto, médio e longo prazo.
Exemplo
A invenção da fotocopiadora ocorreu em 1938 por Chester Carlson, mas, a pri-
meira fotografia só foi revelada em 1858. A inovadora Haloid-Xerox conseguiu fazer uma 
foto copiadora somente após uma década (Super interessante, 2016). 
A pesquisa aplicada muitas vezes está ligada à pesquisa básica, pois colabora para a 
aplicação das descobertas realizadas por meio das pesquisas puras. Outra característica 
relevante da pesquisa prática é que ela pode se beneficiar com o estoque de conhecimento 
disponível em diversas fontes do mundo, prospectando e estudando quanto à sua viabili-
dade econômica e social (CARVALHO; REIS; CAVALCANTI, 2011).
A tecnologia, por sua vez, pode ser definida como o conhecimento sobre técnicas e 
as aplicações desses conhecimentos em produtos, processos e métodos (TIDD; BESSANT; 
PAVITT, 2008). 
Já a ciência é o conhecimento cuidadoso e profundo de alguma coisa, ou seja, um 
conjunto de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pes-
quisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, formulados de forma 
metódica e racional (DICIONÁRIO, 2018).
Agora que já sabemos o que significa ciência, tecnologia, pesquisa básica e pesquisa 
aplicada, vamos compreender o que é descoberta e invenção. 
1.1.2. Descoberta e invenção
A descoberta se relaciona diretamente com a identificação de alguma coisa nova, ou 
já existente, mas que ainda não tenha sido explicada por meio de pesquisas científicas. Em 
outras palavras, a descoberta é a observação de fenômenos novos, ações ou eventos que 
colaborem para explicar algum conhecimento.
21Inovação
O conceito de invenção remete a algo que não tem aplicação comercial: é a criação 
de novos processos, técnicas e ou produtos inéditos. Sua difusão se dá por meio revis-
tas científicas, ou seja, artigos, dissertações, teses. Ela também pode ser registrada sob a 
forma de patente, e pode ser visualizada e simulada por meio de protótipos e plantas piloto 
(TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008). 
Pausa para refletir
O que é inovação? 
1.1.3. O que é (ou não) inovação
Quando o tema é inovação, em primeiro lugar se faz necessário compreender a ori-
gem da palavra. Inovação é um termo que vem do latim innovare, que significa fazer algo 
novo (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008). 
A grande característica da inovação está relacionada com a comercialização, ou seja, 
a inovação só acontece quando efetivamente a invenção é aceita comercialmente. Desta 
forma, podemos afirmar que somente empresas podem inovar, pois são elas que comer-
cializam os bens (produtos) e serviços que são oferecidos no mercado consumidor (TIDD; 
BESSANT; PAVITT, 2008).
Davila, Epstein e Shelton (2006) afirmam que existe muita confusão em relação ao 
conhecimento geral, que conduz à inovação. Isso porque dificuldades na interpretação das 
regras da inovação podem atrapalhar o seu desenvolvimento. Esses autores lembram que 
há 40 anos muitas existiam muitas dúvidas sobre o conceito da qualidade e, com o tempo, 
isso foi superado. Os autores em questão defendem que o mesmo acontecerá com a inova-
ção. Assim, os gestores precisam entender a inovação e, ainda, conhecer falsos conceitos 
ao termo, tais como: 
• a inovação não requer uma revolução dentre da empresa, mas, precisa de proces-
sos de direção criados com o devido cuidado para que a empresa seja capaz de 
desempenhar todo o trabalho;
• a inovação não acontece do nada, mas é necessário que antes de inovar a empresa 
resolva problemas básicos de gestão. 
Inovação22
• inovar não é simplesmente uma questão de criatividade e cultura criativa. Para 
muitas empresas a dificuldade não é encontrar ideias médias ou boas, o problema 
é selecionar as mais adequadas e colocá-las em prática;
• também não adianta estar nos processos e nas ferramentas de tomada de decisão, 
nesses casos, são importantes, mas, somente isso não resolve o problema, pois, 
é necessário acompanhar e medir, inclusive as recompensas podem ajudar a levar 
adiante a inovação. 
Vale ressaltar que para a invenção é necessário disponibilizar dinheiro, ou seja, finan-
ciamento. Também é importante destacar que a empresa pode ter seu próprio depar-
tamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) ou buscar parcerias com centros de 
pesquisas e universidades. No caso da inovação o objetivo é ganhar dinheiro com a sua 
comercialização.
1.1.4. Inovação como diferencial competitivo para a empresa
A inovação enquanto diferenciação na competitividade organizacional está se desen-
volvendo em diversos lugares do mundo. Ou seja, o conhecimento pode estar em qualquer 
parte. Isso revela novas fontes de diferenciação para competição das empresas que conse-
guirem prospectar, acessar e mobilizar esses conhecimentos, antes de seus concorrentes.
Para acessar a inovação, desenvolver produtos com melhores desempenhos e agregar 
maior valor aos serviços, com redução de custos e melhor retorno do capital investido, é 
importante uma combinação de tecnologias e de competências desenvolvidas em ambien-
tes geográficos diferentes, inclusive, muitas vezes fora do próprio setor de atividade indus-
trial da organização.
Dessa forma, faz-se necessário que as empresas conheçam sua identidade tecnoló-
gica para compatibilizarem seus recursos e capacidade a esta nova realidade do cenário 
competitivo global (LOPES, 2011). Segundo Santos, Doz e Williamson (2004), a empresa 
necessita detectar o novo conhecimento mais rápido do que os seus concorrentes e, para 
isso, ela deverá: ter capacidade e recursos para acessar a inovação tecnológica. Isto é, ter 
aptidão para absorver tecnologias e inovações desenvolvidas externamente à empresa.
A inovação depende da boa gestão, principalmente quando surgem escolhas a serem 
feitas acerca de fontes de acesso. Uma análise aprofundada de inovações tecnológicas ao 
longo do tempo mostra que,embora existam dificuldades técnicas e barreiras estruturais 
a superar, a maioria das falhas se deve a alguma inconsistência na forma como o projeto é 
administrado. Portanto, a inovação vai depender de dois elementos importantes: fonte de 
informação técnica e competência organizacional (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008). 
23Inovação
Para um melhor entendimento do tema vamos avançar nossos estudos sobre os tipos 
de inovação.
1.2. Tipos
Inovação é um tema muito discutido no século XXI, mas não é nada novo. 
Schumpeter já a classificava no final do século XIX.
Curiosidade
Quando nos referimos à inovação, precisamos retornar à obra de Schumpe-
ter, economista da escola clássica que destacou a importância da inovação para o desenvol-
vimento econômico por meio da evolução tecnológica. Ele foi o primeiro a classificar os tipos 
de inovação entre 1934 a 1950 (SHUMPETER, 1982).
Atualmente, temos diversos tipos de inovação classificados. Para Tidd, Bessant e 
Pavitt (2008), a inovação pode ser dividida em quatro categorias abrangentes, que eles 
classificaram como 4Ps da inovação: 
• inovação em produto: é a mudança em produtos e serviços que uma empresa 
pode oferecer;
• inovação em processo: é a mudança na maneira como os produtos e serviços são 
criados e entregues; 
• inovação em posição: é a mudança no contexto em que produtos e serviços são 
colocados no mercado;
• inovação em paradigma: é a mudança nos modelos mentais subjacentes, orien-
tando o que a empresa faz.
A classificação quanto ao tipo de inovação mais aplicada na atualidade é a do Manual 
de Oslo, ou seja: inovação em produtos, serviços, processos, marketing e organizacional 
(ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2005). 
Analisaremos a seguir cada uma delas.
Inovação24
1.2.1. Inovação de produto (bem ou serviço)
Inovação em produto é a introdução de um bem e/ou serviço que uma empresa pode 
oferecer de forma totalmente nova ou significativamente melhorada no que se refere à 
sua forma ou uso. Estas melhorias estão relacionadas às especificações técnicas, compo-
nentes de matéria-prima, software ou outras facilidades proporcionadas (ORGANIZAÇÃO 
PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2005). A seguir, a ilustração 
demonstra a inovação no aparelho de telefone ao longo do tempo.
Agora que já sabemos o que é inovação em produto e serviço, vamos abordar a inova-
ção em processo.
1.2.2. Inovação de processo
Inovação em processo é a mudança na 
maneira como os produtos e serviços são 
criados e entregues. Ela se refere a novas 
tecnologias de operação ou ao aprimora-
mento e obtenção de novas tecnologias de 
produção, assim como a métodos novos 
ou substancialmente aperfeiçoados para o 
manuseio e entrega de produtos. Ao lado dá 
um exemplo de inovação em processo. 
Os resultados devem alterar significativamente o nível de qualidade do produto ou os 
custos de produção e entrega (ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVI-
MENTO ECONÔMICO, 2005).
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25Inovação
1.2.3. Inovação de marketing
A inovação em marketing consiste na implementação de novos métodos, envolvendo 
melhorias significativas no design do produto ou embalagem, preço, distribuição e promo-
ção. A inovação em marketing tem como finalidade a orientação no sentido das necessida-
des do consumidor, abrindo novos mercados ou reposicionando o produto de uma empresa 
com o objetivo de aumentar as vendas. 
 A característica distintiva de uma ino-
vação em marketing, em comparação com 
outras alterações nos instrumentos de mar-
keting de uma empresa, é a implementa-
ção de um novo conceito ou estratégia, 
que represente uma ruptura com os méto-
dos utilizados anteriormente. Um exemplo 
de inovação em marketing é a utilização de 
diferentes meios de comunicação, como a 
inserção de produtos em filmes ou programas de televisão (ORGANIZAÇÃO PARA A COO-
PERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2005).
1.2.4. Inovação organizacional
A inovação organizacional pressupõe a introdução de um novo método nas ativida-
des operacionais da empresa, por exemplo, como organizar o trabalho. Quando ocorre 
a implantação da inovação organizacional na empresa, tem-se o objetivo de melhorar o 
desempenho organizacional, gerando redução dos custos operacionais na administração, 
ou oferecer melhores condições de trabalho para as equipes. Busca-se, inclusive, melho-
res condições e taxas com fornecedores, a fim de reduzir custos na cadeia produtiva 
organizacional.
 Uma inovação organizacional pode ser nova na empresa, mas pode já ser adotada 
por outras organizações. Por exemplo, a implantação de gestão do conhecimento para 
melhorar a capacidade organizacional. Uma nova forma de produção, implantação de sis-
temas de qualidade, laboratórios de ideias entre outros, também são características desse 
tipo de inovação.
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Inovação26
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2005) tra-
tando-se de inovação organizacional, é necessário implantar novas estruturas gerenciais 
para melhorar a relação entre as diferentes áreas de trabalho. Dessa forma, a gestão do 
conhecimento aprimora o aprendizado organizacional, com a implantação de sistemas de 
relacionamento com fornecedores e clientes, por exemplo, além de inovar os processos de 
negócios e marketing.
1.3. Abrangência
A inovação tem três abrangências: no mundo, no mercado e na empresa. A ino-
vação é mundial quando o produto ou serviço é introduzido no mercado mundial pela 
primeira vez. Essa abrangência é a mais complexa e pode exigir mais tecnologia no 
desenvolvimento.
A inovação no mercado se dá quando a empresa introduz o produto pela primeira vez 
no mercado em que atua, apesar dele já existir em outros mercados.
Também existe a inovação nas empresas, que se referem às inovação que já existem 
no mercado, e a empresa começa a oferecê-las em seu portfólio por meio de novos produ-
tos, por exemplo.
1.3.1. Inovação para o mundo
A inovação é considerada mundial quando uma empresa disponibiliza no mercado 
algum bem, produto ou serviço inédito, que ainda não havia sido oferecido anteriormente. 
A inovação com essa abrangência, normalmente, envolve produtos com altas complexida-
des e níveis elevados de tecnologia. Esse tipo de inovação necessita de Pesquisa e Desen-
volvimento (P&D). 
A Honda da Amazônia, por exemplo, lançou a primeira moto com motor bicombustí-
vel: a CG Titan Mix (CARVALHO; REIS; CAVALCANTI, 2011). As empresas podem optar por 
criar uma inovação para o mundo, em geral, ou para o mercado específico no qual atuam.
27Inovação
1.3.2. Inovação para o mercado
A inovação para o mercado se dá 
quando a empresa insere no mercado em 
que atua novos bens e serviços. A empresa 
pode acessar uma inovação que já está dis-
ponível em outros mercados e introduzir no 
seu próprio mercado. A internet é uma fer-
ramenta que colabora com a prospecção 
em diversas bases tecnológicas para acessar 
inovação em diversos mercados. 
Para inovar no mercado, por exemplo, a empresa pode acessar as bases tecnológi-
cas disponíveis e prospectar produtos que ela possa oferecer. Ao realizar a prospecção, 
ela levanta a necessidade de recursos para oferecer o produto desejado em seu mercado e 
desenvolve mecanismos para desenvolver e oferecer o produto.
1.3.3. Inovação intraempresarial
A inovação intraempresarial se refere a produtos ou serviços que já são oferecidos 
por concorrentes no mercado em que uma empresa atua. Quando essa empresa acrescenta 
no seu portfólio de bens e serviços esse item, trata-se de uma inovação empresarial. 
Outras formas de inovação na empresa podem ser, por exemplo, quando há a 
empresa adquire novas máquinas, que melhoram significativamente sua produção. Isso 
também se aplicaquando a empresa implementa uma inovação em marketing e inovação 
organizacional (CARVALHO; REIS; CAVALCANTI, 2011). 
1.4. Intensidade
A inovação, portanto, é classificada em tipos, como: produtos, serviços, proces-
sos, marketing e organizacional. Ela também é classificada quanto à sua abrangência: no 
mundo, no mercado ou na empresa. Existem ainda classificações quanto à intensidade da 
inovação: incremental, radical e disruptiva.
Segundo Leifer et al., (2000), na economia do conhecimento a relação entre o desen-
volvimento dos negócios e a inovação é amplamente compreendida pelas empresas, 
pois, seguramente, a intensidade da inovação em dois níveis, incremental e radical, é um 
assunto de conhecimento entre os gestores e acadêmicos.
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Inovação28
Além da inovação incremental e radical, tem-se a inovação disruptiva, que busca des-
vendar novos mercados e consumidores, que ainda não foram explorados e podem repre-
sentar nova fonte de receita para obtenção de lucro, ou criar possibilidades para novos 
consumidores.
1.4.1. Inovação incremental
A inovação incremental é aquela que melhora o produto, processo ou organização da 
produção dentro da empresa sem alterar a estrutura industrial.
Contexto
Segundo Leifer et al. (2000), a inovação incremental é responsável por manter a 
empresa competitiva, atualizando sua plataforma de produtos. A inovação incremental traz 
melhorias como: maior qualidade na fabricação, engenharia simultânea, redução de tempo 
de fabricação, entre outros.
 Portanto, a inovação incremental sempre busca o crescimento técnico, o aumento da 
produtividade, a redução de custo e a melhoria contínua da qualidade. Além disso, busca 
mudanças para a ampliação das aplicações de um produto ou processo (LEIFER et al., 
2000; FREEMAN, 2000; TIDD; BESSANT; PAVITT, 2006). 
1.4.2. Inovação radical
A inovação radical se caracteriza pela introdução de um novo produto, processo ou 
forma de organização da produção e pode romper com os padrões tecnológicos anteriores, 
criando novas indústrias, setores e mercados (LEIFER et al., 2000; FREEMAM, 2000; TIDD; 
BESSANT; PAVITT, 2008).
Segundo Leifer (2000), normalmente as empresas se deparam com um grande pro-
blema no que diz respeito à inovação radical, pois os executivos reconhecem a importância 
da mesma, mas poucos estão familiarizados com o processo que resulta em uma inovação 
radical: pesquisa e desenvolvimento (P&D) dentro ou fora da empresa. Para esse autor, se 
o processo de inovação radical não for bem entendido, não se realizará de forma eficaz. 
Por essa razão, muitas empresas optam por adquirir tecnologia por meio de licenciamento 
em fontes externas para acessar este tipo de inovação radical. 
29Inovação
Taxonomia das mudanças tecnológicas
Tipo de Mudanças Características
Incremental Melhoramento e modificações cotidianas.
Radical Saltos descontínuos na tecnologia de produtos e processos.
Novo sistema tecnológico Mudanças abrangentes que afetam mais de um setor e dão ori-gem a novas atividades econômicas.
Novo paradigma 
técnico-econômico
A inovação como novo paradigma pode afetar toda a economia 
por meio de mudanças técnicas e organizacionais, pois propor-
cionam novas oportunidades nos processos de produtos.
Fonte: FREEMAN, 2000. (Adaptado).
Segundo Freemam (2000), durante a trajetória da inovação foram surgindo vários 
ciclos conhecidos como ondas. A primeira onda foi a primeira revolução industrial; a 
segunda onda foi a segunda revolução industrial; a terceira, a idade da eletricidade; 
a quarta, a era da produção em massa, marcada pelo fordismo; o quinto ciclo deverá se 
esgotar à medida que a microeletrônica atingir patamares elevados de difusão e as opor-
tunidades de crescimento e investimento começarem a declinar. Tal situação deverá criar 
maior espaço para os investimentos nas ciências da vida como motor do desenvolvimento 
da economia.
As ondas criaram novos mercados e as empresas vão se adaptando às novas tecnolo-
gias, umas como líderes, outras como seguidoras, mas todas precisaram adaptar seus pro-
cessos de inovação e impactos. A tabela a seguir mostra que, para cada paradigma, são 
necessárias infraestruturas físicas e sociais para sua difusão.
Ondas longas de mudanças tecnológicas
ONDAS
CARACTERÍSTICA DE INFRAESTRUTURA DOMINANTE
C&T E EDUCAÇÃO TRANSPORTE E COMÉRCIO ENERGIA
1. Primeira revo-
lução industrial 
(1780-1830)
Aprender fazendo, 
sociedade científica.
Canais, estradas de 
carroças.
Roda d’água 
(moinhos).
2. Segunda revo-
lução industrial 
(1830-1880)
Engenheiros mecâ-
nicos e civis.
Estrada de ferro e 
telégrafo. Energia a vapor.
Inovação30
ONDAS
CARACTERÍSTICA DE INFRAESTRUTURA DOMINANTE
C&T E EDUCAÇÃO TRANSPORTE E COMÉRCIO ENERGIA
3. Idade da eletrici-
dade (1880-1930)
P&D industrial, 
química e eletrici-
dade, laboratórios 
nacionais.
Ferrovias (aço) e 
telefone. Eletricidade.
4. Idade da produção 
em massa – fordismo 
(1930-1980)
P&D indus-
trial (empresas e 
governo) em larga 
escala. Educação em 
massa.
Rodovias e rádio. Petróleo.
5. Idade da microele-
trônica (1980 a ?)
Rede de dados, 
redes globais de 
P&D; treinamento 
contínuo.
Redes convergentes 
de telecomunicações 
em multimídia.
Petróleo e gás.
6. Tecnologias 
ambientais, saúde
Biotecnologia, gené-
tica, nanotecnologia.
Telemática e tele 
trabalho. Energia renovável.
Fonte: FREEMAN, 2000. (Adaptado).
Com o grande avanço da ciência em biotecnologia, que aponta que o progresso téc-
nico deverá mesclar informações da biologia molecular e outras ciências afins, deverão sur-
gir novas dimensões subatômicas da nanotecnologia (TIGRE, 2000).
1.4.3. Inovação disruptiva
As inovações disruptivas apresentam novos valores para os consumidores e podem 
criar novos mercados ou reformular mercados já existentes. Existem dois tipos de inova-
ções disruptivas: as de baixo mercado e as de novos mercados. As inovações disruptivas 
de baixo mercado podem acontecer quando os produtos e serviços existentes são excelen-
tes, mas os preços são altos em relação ao que os consumidores podem pagar. Por exem-
plo: a mini usina Siderúrgica da Nucor, a rede varejista do Wal-Mart, os fundos mútuos de 
índice da Vanguard e o modelo de negócio dirigido ao consumidor da Dell (CHRISTENSEN; 
ANTHONY; ROTH, 2007).
Para Christensen (2001), a inovação disruptiva conduz as empresas a um alto grau 
de sucesso, pois o aproveitamento da oportunidade é ímpar quando são desenvolvidas 
tecnologias de ruptura, que trazem ao mercado uma proposição de valor muito diferente 
daquela até então disponível. 
31Inovação
Christensen e Anthony (2007) afirmam que ao se identificar os padrões possíveis para 
separar as estratégias de inovação de alto potencial, daquelas de baixo potencial, o cami-
nho para um maior potencial em um novo e promissor negócio é uma inovação disruptiva 
que traga soluções convenientes, baratas e simples para atingir os consumidores situados 
no segmento inferior de um mercado já existente. Ainda, alternativamente, existe a pos-
sibilidade de uma inovação que traga o mesmo tipo de solução para os não-consumidores, 
os quais não dispõem do conhecimento, do poder aquisitivo ou da capacidade de, por si 
mesmos, utilizar alguma função importante. 
A teoria da inovação disruptiva está relacionada às situações nas quais novas empre-
sas podem criar inovações relativamente simples, convenientes e de baixo custo para pro-
ver crescimento. A teoria afirma que as grandes empresas têm muita possibilidade de 
derrubar as empresas entrantes quando se trata da inovação sustentadora. Mas essas 
empresas, que já se posicionaram no mercado, muitas vezes, não conseguem competir 
quando as novas empresas vêm com inovações disruptivas (CHRISTENSEN; ANTHONY; 
ROTH, 2007). 
As inovações disruptivas de novo mercado acontecem quando as características dos 
produtos que existem limitam o número de consumidoresem potencial, fazendo com que 
o consumo aconteça de forma inconveniente e centralizada, por exemplo: a câmera Kodak, 
o telefone da Bell, o rádio transistor da Sony, a fotocopiadora da Xérox, o PC da Apple e 
o comércio online da e-Bay. Esses são exemplos de empresas que ofereceram produtos 
ou serviços que antes eram muito difíceis para serem realizados ou adquiridos, pois exi-
giam muito dinheiro ou muito conhecimento por parte dos consumidores (CHRISTENSEN; 
ANTHONY; ROTH, 2007). 
Agora que já sabemos o que é inovação, quais são os tipos de inovação, abrangência 
e intensidade da inovação, veja a proposta de atividade a seguir.
Proposta de Atividade
Reforce seu aprendizado com o exercício sugerido a seguir. A atividade não é avaliativa, 
mas é uma boa oportunidade para testar seus conhecimentos e fixar o conteúdo estudado no capítulo.
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um resumo 
desse capítulo em uma página destacando as principais ideias abordadas ao longo do capí-
tulo. Ao produzir seu resumo, considere as leituras básicas e complementares realizadas. 
Inovação32
Recapitulando
O objetivo desse capítulo é estudar os conceitos, classificações, tipos, abrangência 
e intensidade da inovação. Analisamos também, a diferença entre invenção e inovação. 
Nesse sentido podemos afirmar que a inovação está dividida em tipos, como: produtos 
(serviços), processos, marketing e organizacional. Também, quanto à abrangência, a inova-
ção pode ser graduada em: para o mundo, mercado e empresa.
A intensidade da inovação pode ser incremental, radical e disruptiva. A inovação 
incremental e disruptiva já estão bem delineadas e as empresas já as praticam, por exem-
plo, na gestão da qualidade.
Fizemos uma reflexão sobre a importância da inovação para as empresas e para 
o desenvolvimento econômico do país e do mundo. Além disso, avançamos na discussão 
acerca da inovação como elemento fundamental para a competitividade e sustentabilidade 
dos negócios empresariais.
Diante do que aprendemos neste capítulo já podemos responder à pergunta central 
deste capítulo: será que a capacidade de inovar é algo que pode ser ensinado? Podemos 
responder que sim, pois a inovação é a comercialização da invenção. Diante de tudo que 
estudamos neste capítulo, podemos afirmar que inovar pode ser aprendido, desde que a 
empresa trabalhe muito e sistematicamente para aplicar inovação em sua gestão.
33Inovação
Referências
CARVALHO, G.H; REIS, R. D.; CAVALCANTI, B. M. Gestão da Inovação. Editora Aymará, 
Curitiba, 2011. 
CHRISTENSEN, C. M; ANTHONY, D. S; ROTH, A. E. O futuro da inovação: usando teoria 
da inovação para prever mudanças no mercado. 1 edição. Rio de Janeiro: editora Elsevier, 
2007. 322 p.
DAVILA, T., ESPTEIN, M. J. SHELTON, R. La innovación que si funciona: cómo gestionarla, 
medirla y obtener benefício real de ella. Editora Deusto, 2006. 324 p.
FREEMAN, C.; SOETE, L. The economics of industrial innovation. Cambridge: The MIT 
Press, 2000.
HAMEL, G.; SAYAGO, A. Derrubando as muralhas que cercam a criatividade empresarial. 
Série: Gestão orientada para resultados. Implementando a Inovação. Editora Campus, 
29-39, 2007.
LEIFER, R.; McDERMONTT, C. M.; O’CONNOR, G. C.; PETERS, L. S.; RICE, M. P.; 
VERYZER, R. W. Radical innovation: how mature companies can outsmart upstarts. Har-
vard Business School Press. Boston, Massachusettes, 2000.
LOPES, M. E. Gestão da Inovação Aberta: modelo de acesso à inovação tecnológica. Tese. 
Universidade Nove de Julho. 2011. 
ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: Manual 
de Oslo, 2005: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3º edição, 
2005. Disponível em: <www.mct.gov.br/upd_blob/0026/26032.pdf>. Acesso em: 25/20/10.
SANTOS, J.; DOZ, Y.; WILLIAMSON P. Ys your innovation process global? MIT Sloan 
Management Review. Cambridge, vol. 45. n.4, p.31-37, 2004.
______. O desafio metanacional: como as empresas podem vencer na economia do 
Conhecimento. 1 edição. Lisboa: Editora Monitor, 2006. 256 p.
SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre 
lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. 3.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1982.
Super interessante – Fotocopiadora – Disponível em: <super.abril.com.br/comportamen-
to/a-fotocopiadora/#respond>. Acesso em: 08/06/2018.
InnoSkills – Competências de Inovação para PMEs. Disponível em: <www.innosupport.net/
uploads/media/1._Caracteristicas_e_tipos_de_inovacao_01.pdf>. Acesso em: 01/06/2018.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da inovação. Editora Bookman, 2008. 600 p.
TIGRE, P. B. Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Editora Campus. Rio 
de Janeiro. 4º edição. 2006. 282, p.
35Inovação
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
• Conhecer as especificidades das empresas relacionadas com a resistência à 
inovação.
• Reconhecer o potencial e a possibilidade da utilização da inovação como estratégia 
de competitividade na empresa para enfrentar os desafios e aproveitar as oportu-
nidades no Brasil.
• Identificar fatores que facilitam e dificultam a implantação da inovação.
CAPÍTULO 2
A inovação como estratégia de competitividade
Frederico Rodovalho de Oliveira
TÓPICOS DE ESTUDO
1
Inovação como estratégia de compe-
titividade e criação de qualidade
3 Fatores que facilitam a inovação
• Relação entre inovação e 
competitividade.
• As estratégias de preço final e de 
qualidade.
• A importância da inovação.
• Desafios e oportunidades para o 
Brasil.
• Desenvolvimento industrial.
• Políticas de estímulo e financiamento 
à inovação.
• Leis de incentivos fiscais.
• Proteção do conhecimento 
(patentes).
2
Fatores que dificultam o processo 
de inovação 4
Práticas de estímulo à Inovação
• Fatores relativos ao custo.
• Fatores relativos aos conhecimentos.
• Fatores relativos ao mercado.
• Fatores relativos à resistência interna.
• Estímulo à criatividade.
• Capacitação de Pessoas.
• Comunicação interna.
• Programas de reconhecimento e 
recompensa.
Inovação36
Contextualizando o cenário
O cenário político e econômico do Brasil entre 2014 e 2018 mostra-se, no mínimo, interes-
sante. Como se sabe, a partir de 2014 se estabeleceu uma crise econômica severa. O que 
mais afetou a população nesse período foi o elevado índice de desemprego e a redução no 
consumo das famílias. 
Dessa forma, diante de tal cenário econômico, as empresas se viram obrigadas a procurar 
novas formas de sobrevivência em um momento tão conturbado. Diante de tais dificulda-
des, surge um questionamento: não seria agora o momento de as empresas inovarem? São 
momentos assim que geram o interesse de compreender quais são as razões que impedem 
o avanço da inovação dentro das empresas. Algo está acontecendo que limita a busca cons-
tante por novas alternativas. Como seres curiosos que somos, precisamos entender quais são 
esses fatores limitadores. Assim, cada vez mais, devemos conhecer os processos de negó-
cio e saber identificar quais seriam as melhores oportunidades do momento. O Brasil precisa 
avançar em inovação. Esse recurso tão valioso acontece através da motivação das pessoas.
E como forma de instigar o pensamento devemos refletir sobre o seguinte tema: Quais são 
os principais fatores que levam as empresas a obterem diferenciais competitivos por 
meio de ações inovadoras?
37Inovação
2.1. Inovação como estratégia de competitividade e 
criação de qualidade
As empresas estão buscando cada vez mais se diferenciarem umas das outras e uma 
ferramenta interessante para a obtenção dessa vantagem competitiva é o marketing de 
diferenciação. Segundo Kotler (1999), o conceito de marketing de diferenciação pode ser 
definido como um conjunto de estratégias de divulgação que consegue transformar uma 
marca ou uma empresa reconhecida por suas particularidades diante da concorrência. 
Como se sabe, nós clientes, estamos cada vez mais exigentes, e o mercado consumidornão 
aceita falhas dos fornecedores. Mesmo assim, ainda enfrentamos problemas com serviços/
produtos que ficam abaixo de nossas expectativas. 
Conto et al. (2016) afirmam que as empresas precisam apresentar produtos novos ou 
melhorados constantemente, pois aquilo que era muito bom ontem, hoje já não atende às 
exigências do mercado. Amanhã, provavelmente, já estará fora da lista de desejos dos con-
sumidores. Para os autores, os mercados são afetados por uma dinâmica que é impactada 
por fatores como a condição socioeconômica dos consumidores e a própria capacidade de 
inovação das empresas. 
2.1.1. Relação entre inovação e competitividade 
Para Conto et al. (2016) as empresas que possuem capacidade para inovar mostram-
-se mais aptas para o mercado competitivo. A busca por vantagens competitivas, que em 
sua definição é uma característica que uma empresa possui, e que a diferencia da concor-
rência, mostra-se dependente da seu capacidade de promover inovações. Levando em 
consideração que o ato de inovar é um processo de aprendizado acumulativo, que ultra-
passa a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o manual de OSLO (1990), define que o requi-
sito mínimo para definir uma inovação é que o produto, processo, método de marketing ou 
organizacional sejam novos ou melhorados para a empresa e que tenham sido implemen-
tada no mercado.
Os aspectos que envolvem inovação e gestão devem estar intimamente relacionados 
com as definições estratégicas das empresas. Isso porque, com o objetivo de obter vanta-
gens competitivas para a empresa, existe a necessidade de unir decisões do dia a dia com 
ações que busquem novas formas de inovação. Para Reis (2008), o processo de gestão da 
inovação exige criatividade e ideias ao longo do tempo, de forma contínua e sistemática, 
e o processo de inovação requer da empresa conhecimento a respeito do mercado no qual 
atuará, de forma a minimizar os riscos de uma inovação mal sucedida. 
Inovação38
Para Tidd e Bressant (2011), o processo de inovação é divido em etapas e se iniciam 
pela busca por novas ideias. Depois vem a fase de seleção de possíveis ideias e, posterior-
mente, há a fase de implementação, que definirá como as ideias serão postas em prática. 
Finalmente, chega-se à fase de obtenção dos resultados a partir da ideia inicial. Para Tidd e 
Bressant (2011), cada fase tem seus próprios desafios e exigências, que vão permitir a dife-
renciação competitiva da empresa no mercado consumidor. 
2.1.2. As estratégias de preço final e de qualidade
A análise entre determinação de preço e qualidade é bem explicada por meio da estra-
tégia de Preço-Qualidade apresentada na figura abaixo. Nela percebe-se que uma variação 
comum em diversos segmentos do mercado precisa ser entendida como um fato especial, 
que merece atenção pela empresa, na fase de determinação de preços. O uso da matriz 
serve como um ponto de início na definição da estratégia para a determinação de preços.
Estratégia de Preço-Qualidade
PREÇO
Q
U
A
LI
D
A
D
E
Alta Média Baixa
Alta
Estratégia 
Premium
Estratégia de 
Alto Valor
Estratégia de 
Valor Supremo
Média
Estratégia de
Preço Alto
Estratégia de
Preço Médio
Estratégia de
Valor Médio
Baixa
Estratégia de
Desconto
Estratégia de
Falsa Economia
Estratégia de Economia
Fonte: KOTLER, 1999.
Carvalho et al. (2011) esclarecem que as estratégias organizacionais, que são apre-
sentadas em verde, devem ser o alvo das empresas, pois são elas que permitirão a con-
tinuidade das empresas no mercado. As estratégias em azul têm como característica sua 
temporalidade, pois são usadas para que as empresas consigam entrar em determina-
dos mercados competitivos e conquistem novos clientes. As estratégias em vermelho são 
as que devem ser evitadas, pois são utilizadas apenas em situações adversas e não geram 
valor para as empresas. 
39Inovação
Pausa para refletir
O fator preço é relevante para a determinação de qual produto deve ser consumido, mas será 
que os consumidores atualmente estão observando somente o fator preço? Será que existem 
outros fatores que alteram a percepção de qualidade dos produtos adquiridos pelos clientes?
2.1.3. A importância da inovação
Inovação não é simplesmente uma ideia. A inovação é composta por fatores que, 
integrados, produzem resultados para as organizações. A condição para que a inovação 
exista deve estar inserida em um contexto maior, pois são necessários diversos eventos 
para que se alcance o sucesso.
Fatores que promovem a inovação
INOVAÇÃO
INSPIRAÇÃO VISÃO ANÁLISE CRIATIVIDADE DESENVOLVIMENTO TRABALHO
EM EQUIPE
SUCESSO
Para Carvalho et al. (2011) a importância da inovação é essencial em um cenário com-
petitivo, pois as empresas devem buscar a melhoria no desempenho de suas ações por 
meio de ações inovadoras, que possibilitem melhorias como o aumento da demanda por 
produtos e serviços, e que elevem sua posição dentro do mercado competitivo, reduzindo 
custos, ampliando suas margens de lucro e, consequentemente, aumentando a habilidade 
de continuar inovando. 
O processo para alcançar a inovação necessita de disciplina, pois segue um roteiro 
determinado que pressupõe o uso de práticas de trabalho que vão desde a ideia inicial até o 
lançamento do produto no mercado.
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Inovação40
2.1.4. Desafios e oportunidades para o Brasil
Segundo Cruz (2010), quando se trata de inovação as empresas no Brasil, dão maior 
ênfase a estratégias que buscam o crescimento das vendas e ampliação do mercado con-
sumidor. Para os empresários brasileiros, os gastos com ciência e tecnologia (C&T) não 
devem ser vistos como custos, mas sim como investimento para um futuro melhor. 
Apesar de existirem alguns avanços relacionados à inovação, o que se percebe é que 
o desempenho das empresas inovadoras brasileiras ainda se mostra baixo, com uma taxa 
de inovação de 36%, segundo dados da Pesquisa de Inovação (PINTEC), indicando que o 
grande desafio das empresas está relacionado com a produção de inovações patenteáveis, 
que produzam produtos ou serviços rentáveis (PINTEC, 2014).
A figura a seguir apresenta os países e seus respectivos investimentos em recursos 
humanos e financeiros. Merece destaque o fato de que o Brasil não aparece no levanta-
mento, indicando o quanto o país necessita investir nessa área.
Investimentos em recursos humanos e financeiros para P&D, 2015
 
15
10
5
0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5
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R&D volumes
(million 2010 USD)
* 275
100.000
200.000
300.000
400.000
462.766
Fonte: OCDE, 2015. (Adaptado).
A situação do investimento em P&D aponta para o grande desafio que o Brasil pre-
cisa enfrentar. Conforme apresentado na figura acima, o país não está investindo em P&D 
e, consequentemente, está ficando para trás em relação aos países analisados. Para Cruz 
(2010) é preciso desenvolver um ambiente que promova o estímulo em pesquisa e inova-
ção, pois tal desafio mostra-se complexo, e não deve ser analisado somente em função de 
valores investidos, mas deve-se observar também os resultados obtidos pelas ações de ino-
vação. Afinal, nem sempre a inovação envolve vultuosos investimentos financeiros. 
Quanto aos investimentos financeiros, merecem destaque as ações do BNDES 
(Banco Nacional de Desenvolvimento Social) voltadas para o financiamento de inovações. 
O banco possui uma linha de incentivo à inovação chamada de Plano Inova Empresa, a qual 
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41Inovação
fornece recursos para inovação em vários segmentos, considerados estratégicos para o 
Governo Federal. O incentivo se dá através de chamadas públicas, que selecionam projetos 
que contarão com recursos oferecidos pelo banco por meio da Financiadora de Inovação e 
pesquisa (FINEP) e por outros órgãos públicosque participam de ações similares.
Caldeira (2014) afirma que uma alternativa interessante para incentivar ações de ino-
vação para as empresas são os chamados ecossistemas de inovação, que são basicamente 
um conjunto de atores e recursos unidos para implantar ações de inovação. Esses ecossis-
temas geralmente são constituídos por empreendedores, investidores, pesquisadores, uni-
versidades, entre outros, e agem com objetivo de fortalecer a articulação, conectividade e 
a cooperação entre os envolvidos, buscando incentivar a inovação.
2.2. Fatores que dificultam o processo de inovação
Os fatores que causam dificuldades no processo de inovação são comumente classifi-
cados em aspectos internos e externos à organização. Os aspectos externos estão relacio-
nados a problemas com “governo, mercado, tecnologia, propriedade intelectual, relações 
societárias, relações sindicais, fornecedores e interorganizacionais”, (COSTA-SOUZA; 
BRUNO-FARIA, p. 119, 2013). 
Os fatores internos, por sua vez, estão relacionados diretamente com (DONHA; 
GUIMARÃES, 2017):
• o tamanho e a idade da empresa; 
• o desempenho passado; 
• sua estratégia de diversificação;
• exportações; 
• estratégia de redução de custos; 
• mecanismos de proteção; 
• ausência de gestão por resultados; 
• planejamento estratégico ineficiente;
• falta de pessoal qualificado e de espírito de equipe;
• ausência de cultura e motivação para a inovação;
• senso de acomodação;
• falta de aprendizado contínuo; 
• falta de tempo por alta carga de trabalho; 
Inovação42
• existência de projetos de longo prazo; 
• falta de recursos financeiros; 
• e falta de tolerância à falhas entre outros. 
Diante da identificação de falhas que podem afetar os processos de inovação, deve-
-se procurar compreender de que maneira diversos fatores impactam na obtenção e 
implementação de novas ideias e deve-se buscar analisar como evitar que tais falhas inter-
rompam os processos de inovação.
2.2.1. Fatores relativos ao custo
As dificuldades encontradas ao acesso dos recursos financeiros, tão relevantes para a 
inovação, mostram-se como fator limitante para a execução de tarefas necessárias para a 
implementação de novas ideias a serem postas em prática. Fatores econômicos mostram-
-se barreiras importantes, pois se relacionam diretamente aos riscos inerentes do negócio, 
e para os investidores, tais riscos são percebidos como elevados.
Assista
O vídeo “As pessoas sempre vão investir em duas coisas: diminuir custos e inova-
ção” (SEBRAE SP/2015) analisa como gerenciar melhor os custos para inovação.
Os altos custos iniciais, que são exigidos pelas ações inovações, também limitam o 
acesso a recursos financeiros, e além disso, fatores como planejamento mal elaborado e 
falta de interesse organizacional, acabam criando mais restrições ao acesso dos recursos 
financeiros (BELTRAME et al., 2013).
2.2.2. Fatores relativos aos conhecimentos
Na visão de Fernandes (2015), para que ocorra inovação, é fundamental que sejam 
cumpridas algumas exigências organizacionais, tais como desenvolver uma visão cria-
tiva, que servirá para a definição e criação de metas direcionadoras. Outra exigência está 
relacionada com o ambiente criativo, que permitiria que novas ideias surgissem e fos-
sem desenvolvidas. Caso essas exigências não sejam atendidas, ocorrerão falhas nesse 
ambiente organizacional, criando dificuldades para a obtenção de soluções para os proble-
mas que afetam a empresa como um todo.
43Inovação
Definido por Gonçalves et al. (2011), o conhecimento é um processo sistemático 
que se baseia em “identificação, captura, classificação, validação, armazenagem, dis-
seminação, compartilhamento e criação de conhecimento útil” (FERNANDES et al., 
p. 225, 2015), que deve ser promovido continuamente para que não se percam oportunida-
des de negócio para as organizações. 
2.2.3. Fatores relativos ao mercado
As empresas estão competindo em 
mercados altamente competitivos e esse 
ambiente não é o mais propício para ações 
radicais. Para que ocorra uma diferencia-
ção entre empresas do mesmo segmento 
de mercado, o aumento do nível de serviço, 
que pode ser entendido como um fator-
-chave dos valores que a empresas oferece 
aos seus clientes, e cujo objetivo é o de assegurar sua fidelidade, mostra-se uma ferra-
menta altamente relevante, pois assim cria-se a possibilidade de um relacionamento dura-
douro entre os atores do mercado. 
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Inovação44
Dentro do conceito de fatores, que são relacionados ao mercado, surge a possibili-
dade de criação de parcerias entre empresas e stakeholders (clientes, fornecedores, par-
ceiros comerciais, entre outros). Essa estratégia apresenta-se como uma possível solução 
para a redução de barreiras impostas pelo mercado competidor, pois percebe-se que esse 
relacionamento tem um fator motivacional relevante para a busca da inovação: o desen-
volvimento a partir da proximidade entre os atores envolvidos no processo. Dessa forma, 
é grande a chance de surgirem recursos, sejam eles humanos, financeiros, ou outros quais-
quer, que possibilitarão a criação de estruturas de colaboração entre a empresa e os parcei-
ros de negócio.
2.2.4. Fatores relativos à resistência interna
O processo de mudança tem por finalidade causar transformações na estrutura, na 
estratégia e nas pessoas que compõem uma organização. Uma das reações mais naturais 
do ser humano é resistir a mudanças. Fatores como a impossibilidade de conhecer o futuro, 
dificuldades em compreender as fases de transição do estado atual para o novo e experiên-
cias anteriores negativas criam um ambiente propício para o surgimento de barreiras no 
processo de inovação.
Em algumas situações pontuais, o pro-
cesso de resistência pode ter um fator posi-
tivo, pois é capaz de fomentar discussões 
a respeito de decisões que necessitam ser 
tomadas, criando uma oportunidade para o 
surgimento de melhores escolhas. O fator 
resistência também possui um aspecto 
negativo: quando percebe-se que as críticas 
chegam ao ponto de impedir a continuidade 
do processo de mudança. 
Pausa para refletir
Será que as pessoas são de fato tão resistentes a mudanças? Ou será que essa dificuldade em 
aceitar o novo acontece por falta de explicações consistentes? Reflita como seria o melhor 
modo de informar às pessoas a respeito de mudanças em seu ambiente de trabalho.
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45Inovação
2.3. Fatores que facilitam a inovação
Planejar uma estratégia eficiente e oferecer um ambiente adequado são os dois pila-
res fundamentais para a busca de inovações. Ações como o planejamento de boas estra-
tégias, criação de equipes com pessoas capacitadas e motivadas, cultura organizacional 
voltada para a inovação, adequação da estrutura funcional a serviço da estratégia e defini-
ção de processos são fatores que incentivam o desenvolvimento de ideias inovadoras.
O processo de inovação passa por diversas etapas e seu início se dá pela criação de 
uma vantagem estratégica no mercado, procurando áreas nas quais a inovação terá maior 
poder de ação. A fase das pesquisas, na qual é possível descobrir um público desconhe-
cido e quais serão suas necessidades, representa a segunda etapa do processo de inovação. 
Após as pesquisas, o passo seguinte é representado pelo insight, que é o resultado de um 
processo de análise e desenvolvimento da inovação. 
A fase seguinte do processo é identificada pelo desenvolvimento efetivo da inovação, 
no qual ocorre a definição do design, a engenharia, a prototipagem e os testes, que resul-
tarão em um novo produto ou serviço. Em seguida tem-se o processo de planejamento de 
negócios, que realiza a preparação do mercado para os clientes escolherem a inovação, e 
por último tem-se a venda, que representa o retorno financeiroobtido pelo sucesso do pro-
duto ou serviço.
2.3.1. Desenvolvimento industrial
O desenvolvimento industrial se dá por meio de investimentos que buscam a promo-
ção da competitividade com objetivo de incentivar o crescimento sustentado da economia 
como um todo. Assim, é possível estabelecer um novo nível para o potencial econômico do 
Brasil. Merece destaque a importância dos programas de financiamento, que são direcio-
nados para a ampliação e modernização da capacidade produtiva das empresas.
O surgimento do conceito de Indústria 4.0 apresenta a quarta revolução industrial. 
Tal revolução apresenta novas tecnologias que são inseridas no centro de todas etapas dos 
processos produtivos.
Assista
Assista ao vídeo “O que é Indústria 4.0?” (2016). do canal do Sebrae no Youtube. 
Ele apresenta e discute o conceito da indústria 4.0.
Inovação46
Para Costa (2017), a inovação irá compor a estratégia de desenvolvimento e cresci-
mento econômico das empresas. Para ele essa nova fase é o resultado da integração de 
tecnologias digitais, combinadas com ideias inovadoras. 
Segundo pesquisa realizada pela PWC a tecno-
logia digital revolucionará a forma como a produção 
industrial é feita, eliminando custos e aumentando 
a possibilidade de novos ganhos. Essa transforma-
ção representará imensos desafios para as empresas, 
que deverão investir no desenvolvimento de compe-
tências e na cultura organizacional. A figura a seguir 
representa a combinação das tecnologias que estarão 
disponíveis para dar suporte à indústria 4.0. O ponto 
principal são as novas ferramentas tecnológicas dis-
poníveis para o uso.
Combinação de diversas tecnologias estabelecidas e emergentes para indústria 4.0 
segundo a PWC
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An
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ics como capacidade essencial
Indústria
4.0
1. 
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ação e
 integração das
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ofertas de produtos e serviços
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Plataforma loT
Dispositivos móveis
Computação
em nuvem
Realidade
aumentada
Caracterização
do perfil dos
clientes e interação
com clientes em
vários níveis
Big data, analytics e
algoritmos avançados
Sensores inteligentes Impressão 3D
Detecção e
autenticação de fraude
Interfaces
avançadas
homem-máquina
Tecnologias de
detecção de
localização
Fonte: Indústria 4.0: Digitização como vantagem competitiva no Brasil. (Adaptado).
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47Inovação
Da perspectiva da indústria merece destaque o fato de que, apesar da crise financeira 
que estagnou a economia do país a partir de 2014, o segmento industrial, que sofreu com 
a redução do consumo das famílias, apresenta indícios de recuperação de sua atividade. A 
indústria 4.0 mostra-se como um segmento capaz de promover o crescimento da produ-
ção, do emprego e da renda (SARTI e HIRATUKA, 2011).
2.3.2. Políticas de estímulo e financiamento à inovação
As políticas de apoio e financiamento à inovação podem ser divididas em dois grupos. 
O primeiro é conceituado como apoio indireto e o segundo como apoio direto. Cassiolato 
e Lastres (2005) afirmam que o apoio indireto pode ser representado por incentivos fis-
cais, que nada mais são do que a redução ou isenção de tributos. O quadro abaixo descreve 
quais as fontes de financiamento mais buscadas para P&D no Brasil.
Fontes de financiamento das atividades de P&D segundo setor de atividade e origem 
de recursos – Brasil – 2008 (em % do total)
Setor de Atividade Recursos Próprios
Recursos de Ter-
ceiros: privados
Recursos de ter-
ceiros: públicos
Total 76,3 4,3 19,4
Indústria de Transformação 88,0 0,8 11,2
Serviços 47,8 12,6 39,6
Fonte: IBGE, Pintec 2008.
Para Cassiolato e Lastres (2005) um padrão de financiamento baseado em crédito 
cria a obrigação de pensar em políticas de incentivo à inovação, que buscarão apoio nas 
políticas de desenvolvimento industrial do país. Dessa forma, o padrão de financiamento 
dos gastos em pesquisa e desenvolvimento refletem o padrão do investimento, apontando 
que essa realidade é mais perceptível nos gastos realizados com recursos próprios das 
empresas do setor privado.
2.3.3. Leis de incentivos fiscais
No dia 22 de novembro de 2005 o governo federal publicou no diário oficial a Lei 
11.169, lei que ficou conhecida como lei do bem. No seu objeto ficou definido, entre outras 
coisas que, as empresas poderiam ter “dedução, para fins de cálculo do Imposto sobre a 
Inovação48
Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), dos 
gastos realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de 
inovação tecnológica” (CORAZZA, p. 40, 2015).
Pausa para refletir
A lei nº 11.169 trouxe vários incentivos para a pesquisa e inovação das empresas no Brasil. 
De acordo com o que a lei propunha ela de fato conseguiu aumentar a competitividade das 
empresas no mercado? 
2.3.4. Proteção do conhecimento (patentes)
Na era do conhecimento e do compartilhamento de informações, que se dão através 
de recursos tecnológicos, o tema proteção do conhecimento surge com extrema relevân-
cia, pois o que se percebe é que as empresas precisam manter segredo sobre os mais diver-
sos assuntos. Essas informações confidenciais geram capacidades de diferenciação em 
mercados altamente competitivos. Os conhecimentos produzidos por empresas, como 
as patentes, softwares>, desenhos industriais e marcas, que representam sua propriedade 
intelectual, a qual é entendida como o direito sobre um bem intangível móvel.
Assista
Confira o vídeo “Cenário da proteção do conhecimento no Brasil vem melho-
rando, diz Carlos Pacheco” (CNI/2016) que apresenta uma explicação sobre proteção do 
conhecimento.
Desta forma, ela corresponde ao direito de exclusividade sobre criações intelectuais, 
por um determinado período de tempo estabelecido.
2.4. Práticas de estímulo à Inovação
O processo de inovação está relacionado com transformações de caráter tecnoló-
gico, os quais incidem diretamente sobre a produção ou produto. Na abordagem de Rocha 
Neto (1997), os processos de inovação possuem um viés essencialmente econômico, 
que compreendem a apropriação comercial de conhecimento técnico-científico para o 
49Inovação
desenvolvimento de bens e serviços utilizados pela sociedade. Segundo o autor, compreen-
dem a introdução de novos produtos ou serviços no mercado por meio de conhecimentos, 
práticas organizacionais, técnicas e processos de produção.
As fontes de conhecimentos relativas ao processo de produção de inovações estão 
localizadas dentro e fora das organizações. Isso significa dizer que tal interatividade se dá 
por meio da contribuição dos agentes sociais e econômicos que são detentores de diferen-
tes tipos de informação e conhecimento. Para que ocorra a divulgação das ações inovado-
ras é preciso iniciar na organização um processo de compartilhamento de informações que 
deverá ultrapassar os limites do departamento de P&D.
2.4.1. Estímulo à criatividade
A criatividade segundo Dewes et al. (2012) é considerada como um fenômeno de 
natureza cognitiva, e o ato de inovar é um efeito proporcionado por processos mentais, 
cujo objetivo é produzir novas ideias com valor mercadológico. O ato criativo se desenvolve 
através de um processo que deixa a pessoa sensível a um problema ou situação, forçan-
do-a a procurar por soluções através da criação de hipóteses que dizem respeito ao pro-
blema. Posteriormente são realizados os testes destas hipóteses e, por fim, a comunicação 
dos resultados obtidos. 
Para Dewes et al. (2012), existem dois elos que ligam a criatividade às atividades eco-
nômicas. O primeiro se relaciona com a prestação de apoio aos processos produtivos, o 
qual serve para mudar o que era feito para um modo mais econômico e prático. O outro 
elo, a criatividade, passa a oferecer maior valor agregadoao cliente, seja por meio da 
oferta de novos produtos, pela modificação de um produto existente, ou até mesmo atra-
vés da alteração na maneira de vender o produto.
2.4.2. Capacitação de Pessoas
O mercado consumidor está caracterizado mais pelas constantes mudanças radi-
cais do que pelo seu poder de barganha. Fatores como tecnologia, novas formas organi-
zacionais e capacidade de gerar e absorver inovações são diferenciais competitivos que 
devem ser interiorizados pelas empresas (LEMOS, 2009). O processo de desenvolvimento 
de ideias não segue um pensamento linear, ele se mostra descontínuo e irregular, apresen-
tando alguns momentos de inovação e outros de total inércia, mas que podem influenciar 
de forma relevante diversos setores da economia. As inovações, além de não obedecerem 
a um padrão regular e contínuo, ainda possuem elevado grau de incerteza.
Inovação50
Assim, chega-se a um importante aspecto no processo de compreensão das formas de 
produção e transmissão de conhecimento, pois percebe-se que existem diversas possibili-
dades de acesso e troca de informações que são fornecidas por tecnologias de informação e 
devem estar disponíveis de forma igualitária para todos os agentes envolvidos nos processos. 
2.4.3. Comunicação interna
Um dos grandes desafios de setores responsáveis pela comunicação e marketing das 
empresas é apresentar o valor que a comunicação interna possui para a alta gestão. Assim, 
além do ato de inovar ser de extrema importância, o planejamento e o direcionamento das 
ações da empresa mostram-se também muito relevantes, pois ao unir esses três recursos 
surge uma alternativa eficiente para a busca de um processo de comunicação interna efi-
caz (MARCHIORI, 2010).
Motivar os funcionários para que fiquem alinhados com a estratégia da empresa deve 
ser um processo contínuo, e a melhor maneira de gerar comprometimento é por meio 
das atitudes que a organização adota para proporcionar o diálogo com os funcionários. 
As melhores ferramentas para o processo de comunicação interna em ordem de relevân-
cia são: intranet, rede social corporativa, e-mail, reuniões, mural, manual do colaborador, 
caixa de sugestões, perfil comportamental, revista da empresa e videoconferência (MAR-
CHIORI, p. 151, 2010).
2.4.4. Programas de reconhecimento e recompensa
O processo de reconhecimento e recompensa necessariamente deve ser precedido por 
um processo de avaliação. De acordo com Gillen (2000), as empresas utilizam diversos recur-
sos para criar métodos de avaliação. Entre esses métodos, alguns são realizados pelos geren-
tes, que elabora o documento e compartilha o resultado da avaliação com a pessoa avaliada. 
Os métodos de recompensa que algumas empresas adotam em seus critérios de ava-
liação utilizam a remuneração separada por níveis de desempenho. É importante destacar 
que qualquer que seja a forma adotada de avaliação pela empresa, o que realmente merece 
atenção é a eficácia dada ao sistema de avaliação, pois um sistema falho tira toda credibili-
dade da empresa e do avaliador.
Para Gillen (2000), as empresas necessitam desenvolver estratégias que incentivem 
a motivação de seus colaboradores, sendo necessário ir além da recompensa financeira. 
Isso porque alguns fatores são tão importantes quanto as recompensas tradicionais. Entre 
51Inovação
esses fatores estão o reconhecimento social, planos de crescimento de carreira e compen-
sações inteligentes e personalizadas que promovem um ambiente saudável e melhoram o 
clima organizacional da empresa.
Proposta de Atividade
Reforce seu aprendizado com o exercício sugerido a seguir. A atividade não é avaliativa, 
mas é uma boa oportunidade para testar seus conhecimentos e fixar o conteúdo estudado no capítulo.
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore uma apre-
sentação no Power Point destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao 
produzir sua apresentação, considere as leituras básicas e complementares realizadas.
Dicas: 
Utilize como tópicos principais para sua apresentação os seguintes temas: Inovação e com-
petitividade; Fatores que promovem a inovação (positivos e negativos); Práticas que estimu-
lam a Inovação.
Elabore a apresentação com no máximo 10 slides. 
Recapitulando
O objetivo principal das empresas está diretamente relacionado com a obtenção 
de lucros e o fator inovação mostra-se um diferencial para gerar vantagens competitivas 
diante da concorrência. Assim, o que se percebe é que o processo de inovação é composto 
por diversos fatores. 
Imaginar que somente boas ideias serão são capazes de serem convertidas em lucros 
é um pensamento que infelizmente não representa a realidade do mercado. Considerar 
como fator de diferenciação de mercado o uso de estratégias que afetam somente os pre-
ços não é suficiente para fidelizar os clientes pois essa ação que não tem poder para ser 
mantida por longos períodos de tempo. Os clientes estão atentos a diversos fatores que 
envolvem um produto, e imaginar que somente um aspecto será o fator chave para a deci-
são de compra representa uma visão restrita por parte das empresas. 
Quando buscam uma inovação, as pessoas geralmente escolhem uma situação que 
seja cômoda ao invés de uma mudança radical, mas isso não significa que não seja possí-
vel implantar ações que transformem o estado atual. O que é relevante destacar com rela-
ção a mudanças é a possibilidade de melhoria com relação ao que existia anteriormente. Para 
serem aceitas, essas vantagens precisam ser muito bem esclarecidas, pois caso não sejam 
trabalhadas de maneira eficiente, as pessoas criarão barreiras para a aceitação das inovações.
Inovação52
Com relação ao aporte governamental para projetos de inovação, merecem destaque 
as ações propostas pelo governo federal por meio da lei nº 11.169, mais conhecida como 
lei do bem. Ao longo dos anos, essa legislação se mostrou muito importante para a inova-
ção, pois desde sua implantação houve um aumento de mais de oito vezes no número de 
empresas que aderiram ao programa de incentivo fiscal. Isso indica que tal política pública 
é relevante para a inovação no Brasil.
53Inovação
Referências
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CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. Sistemas de inovação e desenvolvimento: as 
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CONTO, S M.; ANTUNES JUNIOR, J. A.; VACCARO, G. L. Innovation as a competi-
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CORAZZA, P. Incentivos fiscais à inovação tecnológica. 2015. 53 f. Dissertação de Mes-
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COSTA, C., Indústria 4.0: o futuro da indústria nacional. POSGERE, v. 1, n. 4, p.5-14 set 
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