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APS 1 - 2020 OFICIAL

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CURSO DE DIREITO
PLANO TRANSFORMANDO O NOSSO MUNDO: A AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – 2020
Ariele A. Santos Martins	RA: N938FE5
Gabriele Letícia Ap. Moreira	RA: C882470
Elielton Carlos Purcino de Souza	RA: C943HC0
Atividades Práticas Supervisionadas – APS-– trabalho apresentado como exigência para a avaliação do 9º semestre, do curso de Direito da Universidade Paulista sob orientação da professora Priscila Silva Montes.
Aprovado em : ___/___/___ 
BANCA EXAMINADORA 
_______________________/__/___
Universidade Paulista – UNIP
São José dos Campos - 2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	1
2 A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS	2
2.1 Origem histórica	3
2.2 A carta da ONU	4
2.3 Propósitos e princípios da Organização	5
2.4 Membros da ONU	6
2.5 Órgãos componentes da ONU	7
2.5.1 Assembleia Geral	8
2.5.2 Conselho de Segurança	9
2.5.3 Conselho Econômico e Social - ECOSOC	10
2.5.4 Conselho de Tutela	11
2.5.5 Corte Internacional de Justiça	12
2.5.6 Secretariado	13
3 PLANO TRANSFORMANDO O NOSSO MUNDO: A AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL	14
3.1 No que consiste a Agenda 2030	14
3.2 Os objetivos globais de desenvolvimento sustentável pela Agenda 2030	15
3.3 Meios de implementação, acompanhamento e avaliação de progressos	18
4 O BRASIL E A ONU	20
5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL	22
5.1 Aspectos relevantes para implementação do desenvolvimento sustentável no Brasil pela Agenda 2030	23
5.2 Dificuldades para a implementação do desenvolvimento sustentável e a aplicação do Direito como auxílio no procedimento	27
REFERÊNCIAS	28
BIBLIOGRAFIA	29
CONCLUSÃO 	32
1 INTRODUÇÃO
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
2 A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Conhecida por todo o mundo, a Organização das Nações Unidas – ONU é uma organização internacional universal e intergovernamental formada por Estados soberanos que se reuniram com o intuito de desenvolver e preservar a paz e a segurança internacional, conforme disposto no preâmbulo[footnoteRef:1] de seu documento constitutivo, a Carta das Nações Unidas. [1: Preâmbulo da Carta das Nações Unidas. [...] E para tais fins, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos. ] 
Acrescente-se que a ONU como organização internacional é autônoma e possui personalidade jurídica própria de Direito Internacional. Essa, assim como as outras organizações são caracterizadas por sua multilateralidade, permanência e institucionalização, ou seja, respectivamente ela é caracterizada por ser composta por pelo menos três Estados soberanos, ter prazo indeterminado de atuação em âmbito internacional e possuir órgãos e agentes que auxiliam no desenvolvimento de seus objetivos.
Nesse sentido, quanto as características das organizações internacionais, entre elas a ONU, explana a doutrinadora Maria Beatriz Ribeiro Gonçalves:
De uma maneira geral, a doutrina aponta as seguintes características como sendo inerentes às organizações internacionais:
a) são associações de Estados e/ou Organizações Internacionais;
b) são criadas, ordinariamente, por meio de tratados internacionais multilaterais, que as constituem e lhes dão forma, disciplinando sua organização, finalidades, direitos, deveres e prerrogativas dos seus Estados-membros. Tais instrumentos cumpririam para as organizações internacionais o mesmo papel das Constituições em relação aos respectivos Estados;
c) possuem capacidade e personalidade jurídica próprias, distinta dos seus membros;
d) possuem estrutura organizacional própria, dotada de órgãos investidos de funções específicas e com vontade distinta da dos Estados que as compõem;
e) são permanentes, pois de outra forma não teriam a força necessária para se contrapor aos interesses dos seus Estados-membros;
f) gozam de prerrogativas e imunidades necessárias para o fiel cumprimento de suas funções institucionais junto aos Estados nos quais atuam. (GONÇALVES, p. 60, 2015).
Por fim, faz-se necessário destacar que atualmente, a Organização tem representantes em todo o mundo, mas sua estrutura central está localizada na cidade de Nova Iorque. Ressalte-se ainda que são idiomas oficiais de comunicação na ONU: inglês, francês, espanhol, chinês, russo e o árabe, este último incluído em meados de 1973.
2.1 Origem histórica
Com o fim da Primeira Guerra Mundial foi criada a Liga das Nações, organização internacional constituída pelo Tratado de Versalhes no ano de 1919. Essa, tinha como objetivo assegurar a paz e instituir um sistema de segurança jurídico, bem como evitar uma Segunda Guerra Mundial. No entanto, os objetivos da Liga não foram alcançados. 
Em meados de 1939, foi decretado o início da Segunda Guerra, um conflito militar global. A eclosão do conflito fez com que a Liga das Nações deixasse de funcionar, porém somente em abril de 1946, após quase um ano do fim da guerra ela foi desativada.
A Segunda Guerra Mundial perdurou de 1939 a 1945 e trouxe muito sofrimento à humanidade. Antes mesmo do fim da guerra, os países que combatiam o grupo do Eixo propuseram a criação de uma nova organização no intuito de manter a paz mundial, a segurança internacional e evitar uma terceira guerra.
Destarte, ensina Mazzuoli:
Antes do final do conflito que ensanguentou a Europa entre 19 3 9 e 1 945, as potências que combatiam o Eixo, levando em consideração o fracasso completo da Liga das Nações na tentativa de evitar as guerras, tiveram a intenção de estabelecer, em período não muito longo de tempo, uma organização internacional, de caráter geral e fundada na igualdade soberana de todos os Estados pacíficos, que tivesse por propósito a manutenção da paz e da segurança internacionais. (MAZZUOLI, p.682, 2015).
O título “Nações Unidas” foi estabelecido pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, quando 26 países assumiram que continuariam lutando contra os países do Eixo. O compromisso firmado entre eles estava disposto na Declaração das Nações Unidas de 1 de janeiro de 1942, e foi nela que o termo “Nações Unidas foi utilizado pela primeira vez.
Ora, a Organização das Nações Unidas passou a existir oficialmente após meses de elaboração de seu documento constituinte, apenas em 24 de outubro de 1945, e com a retificação da China, Estados, França, Reino Unido e a antiga União Soviética e outros signatários. Acrescente-se ainda que a ONU sucedeu a Liga das Nações, tendo em vista os objetivos semelhantes e o cenário vivenciado.
2.2 A carta da ONU
Conforme explanado no tópico anterior, a Organização das Nações Unidas passou a existir oficialmente somente após a elaboração de seu documento constituinte, sendo esse a Carta das Nações Unidas e em meados de 24 de outubro de 1945 na cidade de São Francisco.
A Carta foi desenvolvida ainda no período da Segunda Guerra, por cinquenta países que se reuniram de 25 de abril a 26 de junho de 1945 na Conferência sobre Organização Internacional e assinada em 26 de junho de 1945, por cinquenta e um países, entre eles os que a elaboraram e também a Polônia. Nesse toar, explana Mazzuoli:
O tratado-fundação da ONU, que é a carta orgânica da instituição, foi firmado inicialmente por 51 Estados-membros. Desde então, passou a abarcar de maneira crescente e progressiva inúmeros outros Estados, contando hoje com quase todos os Estados independentes do mundo. (MAZZUOLI, p. 683, 2015).
Logo no preâmbulo da Carta os países buscaram retratar o triste cenário em que vivenciavam, um dos motivos pelo qual desenvolveram a carta, sendo:
Preâmbulo, Carta das Nações Unidas de 26 de junho de 1945. Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidosa preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla.
A Carta das Nações Unidas é composta de 111 artigos, distribuídos em 19 capítulos que tratam respectivamente sobre: propósitos e princípios, membros, órgãos, Assembleia geral, Conselho de segurança, solução pacífica de controvérsias, ação relativa a ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão, acordos regionais, cooperação internacional econômica e social. Conselho econômico e social, declaração relativa a territórios sem governo próprio, sistema internacional de tutela, Conselho de tutela, Corte Internacional de Justiça, o Secretariado, disposições diversas, disposições transitórias sobre segurança, emendas e ratificação e assinatura.
Por fim, se faz necessário destacar que, conforme traz o capítulo XVIII da Carta o texto poderá ser emendado, sendo que essas emendas somente entrarão em vigor quando adotadas pelos votos de dois terços dos membros da Assembleia Geral e ratificada por dois terços dos Estados-membros, bem como os membros permanentes do Conselho de Segurança, nos termos do artigo 108[footnoteRef:2] da referida Carta. [2: Art. 108, da Carta das Nações Unidas. As emendas à presente Carta entrarão em vigor para todos os membros das Nações Unidas, quando forem adotadas pelos votos de dois terços dos membros da Assembleia Geral e ratificada de acordo com os seus respectivos métodos constitucionais por dois terços dos membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do Conselho de Segurança.] 
2.3 Propósitos e princípios da Organização 
A Organização das Nações Unidas, conforme indica o artigo primeiro[footnoteRef:3] de sua carta constitutiva, tem os seguintes propósitos: 1) a manutenção da paz e da segurança internacionais, 2) o desenvolvimento das relações amistosas entre as nações, 3) a promoção da cooperação internacional para resolução de problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, com base no respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, 4) ser um centro destinado a harmonizar a ação dos povos para consecução dos objetivos comuns. [3: Artigo 1, idem. Os propósitos das Nações unidas são: 
1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz; 
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal; 
3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; e 4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns.] 
Ora, ressalte-se que o referido artigo menciona “princípios das Nações Unidas”, porém no site oficial da Organização[footnoteRef:4] e em seu artigo segundo verifica-se que são apontados como propósitos realizados sob observação dos princípios nele descritos. [4: https://nacoesunidas.org/conheca/principios/] 
Artigo 1º, da Carta das Nações Unidas. A Organização e seus membros, para a realização dos propósitos mencionados no artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios: 
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade soberana de todos os seus membros. 
2. Todos os membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos e vantagens resultantes de sua qualidade de membros, deverão cumprir de boa fé as obrigações por eles assumidas de acordo com a presente Carta. 3. Todos os membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais. 
4. Todos os membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a 6 dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas. 
5. Todos os membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual Estado contra o qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo. 
6. A Organização fará com que os Estados que não são membros das Nações Unidas ajam de acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais. 
7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os membros a submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capítulo VII.
Em consonância, ensina Valerio de Oliveira Mazzuoli (p. 674, 2015) que para a Organização desenvolver e alcançar propósitos indicados no artigo primeiro deverá observar os princípios: “igualdade soberana de todos os membros; boa-fé no cumprimento das obrigações; solução pacífica das controvérsias; abstenção do uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado; não intervenção em assuntos essencialmente internos dos Estados”, os mesmos descritos no artigo segundo da Carta.
Em suma, notório é que entre os propósitos e princípios da Organização das Nações Unidas, essa tem como foco principal a manutenção da paz e da segurança internacional de forma harmônica entre os Estados-soberanos, sejam eles membros dela ou não. Ainda, a ONU visa de forma especial o respeito aos assuntos particulares de cada país e fomenta a igualdade soberana entre eles. 
2.4 Membros da ONU
Conforme os ensinamentos do professor Valerio de Oliveira Mazzuoli (p. 684,2015), a Organização das Nações Unidas é composta por dois tipos de membros: os originários e os admitidos, sendo que, os originários são aqueles cinquenta e um que participaram da Conferência de São Francisco e os admitidos, aqueles que entraram na Organização somente após sua criação.
Registre-se que inicialmente, a Organização das Nações Unidas era composta por apenas 51 membro e atualmente, fazem parte dela 193 Estados-membros, sendo os últimos a ingressarem: a Suíça e Timor Leste. 
A propósito, aponta a Carta das Nações Unidas em seu artigo 4[footnoteRef:5] que a ONU está aberta a novos membros. No entanto, os países interessados em fazer parte desta deverão aceitar as obrigações da Carta e estarem dispostos para cumprir o regramento imposto por ela. Acrescente-se que, a admissão desses Estados como membros passará pelo crivo da Assembleia Geral, mas anteriormente deverá ser recomendado a ela pelo Conselho de Segurança. [5: Art. 4, da Carta das Nações Unidas.1. A admissão como membro das Nações Unidas fica aberta a todos os Estados amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da Organização, estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações. 2. A admissão de qualquer desses Estados como membros das Nações Unidas será efetuada por decisão da Assembleia Geral, mediante recomendação doConselho de Segurança.] 
Necessário é destacar que os países admitidos como membros da Organização das Nações Unidas caso não observem as obrigações da Carta, poderão sofrer medidas preventivas ou coercitivas por parte do Conselho de Segurança, ou seja, poderão ser suspensos de seus direitos e privilégios na Organização. Todavia, somente o Conselho de Segurança poderá restabelecer o Estado-membro de seus direitos e privilégios.
Além disso, caso o membro viole frequentemente as obrigações impostas e contidas na Carta poderá expulso da Organização pela Assembleia Geral, após recomendação do Conselho de Segurança, nos termos do artigo 6[footnoteRef:6] do referido documento. Neste diapasão, por fim explana Mazzuoli (p. 685, 2015): “a decisão sobre a expulsão de Estado-membro deve dar-se pela deliberação da maioria de dois terços dos membros presentes e votantes à Assembleia Geral, segundo disposição expressa do art. 1 8, § 2°, da mesma Carta”. [6: Art. 6, idem. O membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os Princípios contidos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança.] 
2.5 Órgãos componentes da ONU
Nos termos do artigo 7[footnoteRef:7] da Carta das Nações Unidas, são apontados como principais órgãos da Organização: 1) Assembleia Geral; 2) Conselho de Segurança; 3) Conselho Econômico e Social; 4) Conselho de Tutela; 5) Corte Internacional de Justiça; 6) Secretariado. [7: Art. 7, idem. 1. Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um Conselho de Tutela, uma Corte Internacional de Justiça e um Secretariado. 2. Serão estabelecidos, de acordo com a presente Carta, os órgãos subsidiários considerados de necessidade.] 
Os referidos órgãos são estabelecidos e disciplinados pela Carta das Nações Unidas e nela há disposição quanto a composição de cada um deles, as funções e atribuições, bem como votações e procedimentos. 
Quadra registrar que as Nações Unidas, conforme apontado no artigo 8[footnoteRef:8] da Carta, compromete-se na admissão de homens e mulheres de forma igualitária em seus principais órgãos e nos demais órgãos subsidiários. [8: Art. 8, da Carta das Nações Unidas. As Nações Unidas não farão restrições quanto à elegibilidade de homens e mulheres destinados a participar em qualquer caráter e em condições de igualdade em seus órgãos principais e subsidiários.] 
2.5.1 Assembleia Geral
É na Assembleia Geral que os Estados-membros se reúnem e discutem todos os assuntos em pauta na Organização e por isso, ela é considerada o principal órgão deliberativo. Acrescente-se que essa é composta por todos os membros das Nações Unidas e nela eles possuem o direito de voto nas reuniões.
Em regra, as reuniões são anuais, mas se necessário poderá ocorrer sessões especiais mediante solicitação do Conselho de Segurança ou de outros membros, sendo os Estados convocados pelo Secretário-Geral, nos termos do artigo 20 da Carta da ONU. Com efeito, explana Maria Beatriz Ribeiro Gonçalves:
Ela se reúne em sessões anuais ordinárias, podendo se reunir extraordinariamente em caso de convocação pelo Secretário-Geral. Suas decisões são tomadas por maioria simples de votos, podendo ser exigido quórum qualificado de 2/3 em caso de deliberação acerca de questões “especiais”. As questões especiais estão exemplificativamente enumeradas na própria Carta da ONU. (GONÇALVES, p. 66, 2015).
Ainda, aponta Carlos Roberto Husek algumas entidades que participam das reuniões juntamente com os membros, mas como observadores:
Participam como observadores nas suas reuniões outras entidades, como os Bancos de Desenvolvimento Africano e Asiático, Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Autoridade Internacional para os Fundos Marinhos, a Associação de Países Caribenhos, o Comité Internacional da Cruz Vermelha, a Comunidade Europeia, a Corte Permanente de Arbitragem, a Liga dos Estados Árabes, a Santa Sé, o Parlamento Latino- -americano, o Tribunal Penal Internacional, o Tribunal Internacional para o Direito do Mar, a Ordem Militar Soberana de Malta e outras. (HUSEK, 222, 2017).
A Assembleia tem suas principais funções indicadas nos artigos 10 a 17, da Carta, estando entre elas: discutir questões atreladas a conflitos militares; estudar e explanar formas de melhoras as condições de vida, especialmente de crianças, jovens e mulheres; discutir assuntos voltados ao meio ambiente, direitos humanos e desenvolvimento sustentável; desenvolver estudos destinados a promoção da cooperação internacional no terreno político e incentivar o desenvolvimento do direito internacional; decidir e destinar as contribuições dos Estados-membros; 6) promover a eleição de novos secretários-gerais da ONU.
Ademais, faz-se necessário destacar que todos os assuntos indicados como função da Assembleia poderão ser analisados pelo Conselho de Segurança, de modo que essa não intervirá se não for solicitado seu auxílio. Além disso, qualquer decisão tratada pelo Conselho de Segurança relativo aos interesses da Assembleia será comunicado aos membros pelo Secretário-Geral.
2.5.2 Conselho de Segurança
Conforme leciona Maria Beatriz Gonçalves (p. 66,2015), este órgão é um dos mais importantes na Organização, pois dentre os demais é o único com poderes decisórios na estrutura organizacional da ONU. 
O Conselho é composto por quinze membros, sendo cinco permanentes -: China, França, Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos da América, e outros dez não permanentes, eleitos pela Assembleia Geral que levará em consideração a contribuição dos membros na Organização, bem como, sua distribuição geográfica equitativa para o mandato de 02 anos, nos termos do artigo 23[footnoteRef:9], da Carta da ONU. [9: Art. 23, da Carta das Nações Unidas. 1. O Conselho de Segurança será composto de quinze membros das Nações Unidas. A República da China, a França, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, e os Estados Unidos da América serão membros permanentes do Conselho de Segurança. A Assembleia Geral elegerá dez outros membros das Nações Unidas para membros não permanentes do Conselho de Segurança, tendo especialmente em vista, em primeiro lugar, a contribuição dos membros das Nações Unidas para a manutenção da paz e da segurança internacionais e para os outros propósitos da Organização e também a distribuição geográfica equitativa. 2. Os membros não permanentes do Conselho de Segurança serão eleitos por um período de dois anos. Na primeira eleição dos membros não permanentes do Conselho de Segurança, que se celebre depois do aumento do número de membros do Conselho de Segurança de onze para quinze, dois dos quatro membros novos serão eleitos por um período de um ano. Nenhum membro que termine seu mandato poderá ser reeleito para o período imediato. 3. Cada membro do Conselho de Segurança terá um representante.] 
Quanto aos membros não permanentes explana Mazzuoli:
Os membros não permanentes são eleitos pela Assembleia Geral, com mandato de dois anos, considerando sua contribuição para os propósitos das Nações Unidas (em especial, para a manutenção da paz e da segurança internacionais) e a distribuição geográfica equitativa (art. 23, §§ 1° e 2°). A distribuição de vagas para membros não permanentes no Conselho de Segurança foi regulamentada pela Resolução 1991, de 17 de dezembro de 1 963, da Assembleia Geral, que dividiu geograficamente os Estados em quatro grupos: Europa Ocidental e "outras potências"; Europa Oriental; América Latina; e África e a Ásia. Com a passagem dos membros não permanentes de 6 para 1 O, o primeiro desses grupos passou a ter dois lugares, o segundo, um, o terceiro, dois, e o grupo da África e da Ásia, cinco. (MAZZUOLI, p. 688,2015).
Este órgão tem como principal função a manutenção da paz e da segurança internacionais. Porém, conforme indicado nos Capítulos VI, VII, VIII e XII da Carta Constitutiva e no site oficialda ONU[footnoteRef:10], também são atribuições do Conselho: desenvolver, dar continuidade e encerrar Missões de Paz, investigar conflitos internacionais, aconselhar o diálogo entre Estados-soberanos, determinar a existência de ameaças de paz e ainda, recomendar ingresso de novos membros para a Organização e a eleição de um novo secretário para a Assembleia. Para o desenvolvimento de suas atribuições poderá o Conselho criar órgãos que o auxiliará no alcance de seus fins. [10: https://nacoesunidas.org/conheca/como-funciona/#verticalTab4] 
Este, assim como a Assembleia Geral, terá reuniões periódicas, sendo que os membros poderão ser representados por um membro do governo ou outro representante. Ademais, as reuniões serão ser realizadas na própria Sede ou fora dela e não somente os membros poderão participar dessas, mas também qualquer outro membro das Nações Unidas que tenham interesses no assunto ali discutido e os demais países que não fazem parte da Organização, desde que sejam convidados para tal e quando o assunto levado ao Conselho o envolva.
2.5.3 Conselho Econômico e Social - ECOSOC
Como o próprio nome diz, este órgão é o principal responsável por desenvolver pesquisas, relatórios e recomendar países acerca de assuntos econômicos e sociais. No entanto, também é de responsabilidade do Conselho os assuntos voltados a cultura, educação e outras áreas voltadas a promoção de melhores condições de vida ao ser humano.
Compõe o ECOSOC cinquenta e quatro membros das Nações Unidas, conforme prevê o artigo 61 da Carta da ONU: “O Conselho Econômico e Social será composto de cinquenta e quatro membros das Nações Unidas eleitos pela Assembleia Geral”. Os membros do Conselho são eleitos para um mandato de três anos e poderão ser reeleitos para o próximo período.
Frise-se que além das pesquisas, relatórios e recomendações quanto assuntos econômicos, sociais, culturais, educacionais etc., também são atribuições do ECOSOC apontados na Carta das Nações Unidas: recomendar a promoção e a observância aos direitos humanos e liberdades fundamentais, preparar projetos de convenções que serão encaminhadas à Assembleia Geral, convocar as conferências internacionais para assuntos em que é de sua alçada e a coordenação de agências especializadas.
Para o desenvolvimento de suas funções, poderá o Conselho desenvolver comissões para alcançar seus objetivos. Com efeito, dispõe o artigo 68 da Carta da ONU:
Art. 68, da Carta das Nações Unidas. O Conselho Econômico e Social criará comissões para os assuntos econômicos e sociais e a proteção dos direitos humanos, assim como outras comissões que forem necessárias para o desempenho de suas funções.
Por fim, é necessário registrar que o ECOSOC, nos termos da Carta, terá seu próprio regulamento e se reunirá quando necessário, conforme dispõe seu regulamento. Esse, também indicará os meios de convocação dos membros para a reunião. 
2.5.4 Conselho de Tutela
Atualmente, este órgão está com suas atividades suspensas, tendo em vista que, alcançou seus objetivos. Ora, a Carta das Nações Unidas estabeleceu como funções do Conselho: análise de relatórios encaminhados pela autoridade administradora, bem como de petições; visitas periódicas aos territórios tutelados; desenvolvimento de questionários sobre adiantamento político, econômico, social e educacional dos habitantes dos territórios tutelados; e dentre eles, o principal, a supervisão da administração dos territórios com objetivo de alcance de independência desses.
Neste diapasão, ensina Carlos Roberto Husek (p. 223, 2017): “a finalidade da tutela é conduzir os povos colocados nesse regime à independência política. Ela se concretiza mediante acordos entre a ONU e a potência administradora”.
Ademais, explana Mazzuoli:
Sua competência se atém ao sistema internacional de tutela estabelecido pela Carta da ONU, tem por objetivo o fomento do progresso político, econômico, social e educacional dos habitantes dos territórios tutelados e o seu desenvolvimento progressivo para alcançar governo próprio ou independência (art. 76, letra b, da Carta). (MAZZOULI, p. 694, 2015).
Ressalte-se que o último território auxiliado pelo Conselho de Tutela foi Palau, no Oceano Pacífico e hoje esse é um Estado-soberano e membro das Nações Unidas.
Este órgão, mesmo suspenso tem seu próprio regulamento e se houver necessidade poderá se reunir para discutir assuntos de seu interesse. Ainda, caso surja assuntos relacionados ao Conselho Econômico ou a alguma das agências especializadas esses podem auxiliar e discutir juntamente ao Conselho.
2.5.5 Corte Internacional de Justiça 
Considerado o mais importante órgão judiciário das Nações Unidas e com reconhecimento em toda sociedade internacional, a Corte Internacional de Justiça é disciplinada pelo Estatuto da Corte Permanente de Justiça Internacional, conforme aponta o artigo 92[footnoteRef:11], da Carta da ONU. [11: Art. 92, da Carta das Nações Unidas. A Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judiciário das Nações Unidas. Funcionará de acordo com o Estatuto anexo, que é baseado no Estatuto da Corte Permanente de Justiça Internacional e faz parte integrante da presente Carta.] 
Com sua sede em Haia, a Corte é composta por quinze juízes eleitos pela Assembleia Geral conjuntamente com o Conselho de Segurança, tendo esses o mandato de 09 anos e podendo ser reeleitos. Sob esta ótica, leciona Valerio de Oliveira Mazzuoli: 
A Corte é o principal órgão judicial das Nações Unidas, com sede na Haia (Holanda). Compõe-se de quinze juízes (art. 3°, § 1°, do Estatuto da Corte) eleitos pela Assembleia Geral em ato conjunto com o Conselho de Segurança, para um mandato de nove anos, com possibilidade de reeleição. Tais juízes são eleitos entre as pessoas indicadas pelos grupos nacionais da Corte Permanente de Arbitragem. A escolha não se dá em razão de sua nacionalidade, mas sim levando-se em conta sua capacitação pessoal. (MAZZUOLI, p. 691, 2015).
Necessário destacar que este órgão resolverá apenas litígios internacionais e também proferirá pareceres. Sendo assim, poderá consultar a CIJ: todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte, a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, as agências especializadas e outros órgãos das Nações Unidas, desde que autorizados previamente pela Assembleia Geral. Acrescente-se ainda que, países que não são membros da ONU poderão integrar a CIJ desde que se tornem parte no Estatuto da Corte. 
Além disso, os assuntos levados à Corte são decididos com aplicação dos instrumentos dispostos no artigo 38 do Estatuto da Corte, sendo: 
Artigo 38, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; 
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem. 
Por fim, quanto ao procedimento de elaboração de sentenças pela CIJ aponta o doutrinador Husek (p. 224, 2017) que será mediante um sistema democrático, em que cada juiz preparará seu julgamento e discutirá com os demais, de modo que posteriormente, elejam uma Comissão de Redação para dar decidir a melhor opinião da Corte. 
2.5.6 Secretariado
Tendo sua sede permanente em Nova Iorque, o Secretariado é o principal órgão administrativo da ONU, coordenado pelo secretário-geral. Esse, atuará e desemprenhará funções em todas as reuniões para Assembleia Geral, ao ECOSOC, Conselho de Segurança e Conselho de Tutela, conforme indica o artigo 98[footnoteRef:12],da Carta das Nações Unidas. [12: Art. 98, da Carta das Nações Unidas. O secretário-geral atuará neste caráter em todas as reuniões da Assembleia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela e desempenhará outras funções que lhe forem atribuídas por estes órgãos. O secretário-geral fará um relatório anual à Assembleia Geral sobre os trabalhos da Organização] 
Ora, dispõe o artigo 97[footnoteRef:13] da referida Carta que o secretário será recomendado pelo Conselho de Segurança e posteriormente, indicado pela Assembleia-Geral para o mandato de cinco anos, que poderá ser prorrogado por igual período. [13: Art. 97, idem. O Secretariado será composto de um secretário-geral e do pessoal exigido pela Organização. O secretário-geral será indicado pela Assembleia Geral mediante a recomendação do Conselho de Segurança. Será o principal funcionário administrativo da Organização.] 
Não somente o secretário-geral compõe o Secretariado, mas também outros membros apontados como “pessoal”, exigidos pela Organização e nomeados pelo secretário, nos termos estabelecidos pela Assembleia. Com efeito:
Artigo 97, da Carta das Nações Unidas. O Secretariado será composto de um secretário-geral e do pessoal exigido pela Organização. O secretário-geral será indicado pela Assembleia Geral mediante a recomendação do Conselho de Segurança. Será o principal funcionário administrativo da Organização.
Está entre as principais funções do Secretariado: administração das forças de paz, análise de problemas econômicos, sociais, bem como, a preparação de relatórios voltados ao meio ambiente e direitos humanos, organizar as conferências internacionais, sensibilizar os países quanto o trabalho da ONU e traduzir documentos oficiais para as línguas definidas como principais na ONU.
Quadra registrar que, o atual secretário-geral da Organização das Nações Unidas é Antonio Guterres, recomendado pelo Conselho de Segurança, tendo em vista sua dedicação no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, assumiu o cargo em 2017 e nele permanecerá até o ano de 2021.
3 PLANO TRANSFORMANDO O NOSSO MUNDO: A AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
3.1 No que consiste a Agenda 2030
Em 2015, a Assembleia Geral da ONU visou definir um plano de ação buscando conduzir o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030, e para torná-lo possível reuniu na sede da ONU líderes mundiais, que em consenso traçaram metas fundamentais para a erradicação da pobreza, a proteção do planeta, buscando sempre garantir a paz e a prosperidade as pessoas, adotando para tanto, a nova agenda. 
Com efeito, está disposto no preâmbulo da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável[footnoteRef:14]: [14: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/ ] 
Preâmbulo, Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. (...)Todos os países e todas as partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, implementarão este plano. Estamos decididos a libertar a raça humana da tirania da pobreza e da penúria e a curar e proteger o nosso planeta. Estamos determinados a tomar as medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente. Ao embarcarmos nesta jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém seja deixado para trás.
Após o consenso alcançado pelos Estados-membros, o Secretário-Geral da ONU declarou: “O acordo abrange uma agenda universal transformadora e integrada que anuncia um momento decisivo histórico para nosso mundo”. FALTOU CITAÇÃO- AGUARDANDO
Tal acordo resultou em um documento que propõe aos Estados-membros 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas. Versa sobre objetivos e metas claras, para que todos os países possam adotar de acordo com suas próprias prioridades e também agirem em forma de colaboração, visando melhorar a vida das pessoas agora e também futuramente, ao passo que protege o meio ambiente. Ao concordarem com o documento, os países membros comprometeram-se a tomar atitudes transformadoras visando possibilitar que haja o desenvolvimento sustentável nos próximos 15 anos. 
Sendo assim, se cumprirmos as metas, nos tornaremos a primeira geração a erradicar a pobreza extrema e assim, pouparemos as gerações futuras, reduzindo os piores efeitos das mudanças climáticas. Corroborando o reconhecimento de que todos os países têm adversidades a superar quando se trata de promover o desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões, quais sejam – social, econômica e ambiental.
3.2 Os objetivos globais de desenvolvimento sustentável pela Agenda 2030
Trata-se de um plano de ação que visa as pessoas, o planeta e a prosperidade, bem como, busca fortalecer a paz universal com mais liberdade. 
Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e as 169 metas denotam a grande importância da nova agenda 2030 para promover a ação nos próximos 15 anos, procurando concretizar os direitos humanos e outros direitos que fazem parte das três dimensões do desenvolvimento sustentável. 
O primeiro objetivo do desenvolvimento sustentável é “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”. Para a Organização das Nações Unidas – ONU esse é um dos maiores reveses, pois tal problema não é consequência da falta de recursos, mas sim da má aplicação destas. Por isso, ao reduzir a desigualdade obteremos uma sociedade mais decente e mais produtiva. 
Sendo assim, percebe-se que o problema não é econômico, mas sim político, é uma questão de decência humana. 
O segundo objetivo trata-se de “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”. A meta é que até 2030 a fome tenha acabado e que haja o acesso de todas as pessoas a alimentos saudáveis, seguros. O direito à alimentação adequada tem origem no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, sociais e culturais -PIDESC. 
O terceiro objetivo busca “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as partes”. Pois são vastos os desafios que perduram nas áreas da saúde. Pois, ainda em vários lugares, os sistemas são debilitados e se tornam um empecilho para o desenvolvimento, o que leva ao baixo alcance até mesmo para serviços de saúde mais básicos. 
O quarto objetivo é o de “Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”, e isso compreende todos os graus da educação, e as metas tendenciam a garantir que a educação se torne possível a todos, sem qualquer meio de discriminação. 
As ações definidas pela ONU conduzem a criação de uma nova classificação universitária que objetiva os números de alunos de baixa renda e com deficiência no total de matriculados e não mais considerar a quantidade de artigos para determinar as universidades como sendo de excelência. 
Isso trouxe à tona um ponto muito importante a ser repensado, pois, as universidades são instituições que devem cooperar para um mundo melhor e não simplesmente buscarem fazer grandes produções científicas para serem consideradas como sendo de excelência. Isso por que, quanto maior for o alinhamento das instituições com os objetivos de desenvolvimento sustentável – ODS, maior será o seu impacto socialmente. 
O quinto objetivo visa “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”, pois, abolir a discriminação não é tão somente um direito humano básico, mas primordial para acelerar o desenvolvimento sustentável. 
O Sexto objetivo é o de “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”, pois segundo a ONU, a escassez de água aflige mais de 40% da população mundial. Foram deliberadas como metas a distribuição de maneira igualitária para a população, a melhoria e recuperação da qualidade da água, preveem ainda, uma maior reciclagem e reutilização da água. E ainda, a importância do envolvimento e comprometimento das comunidades locais na melhoria da gestão da água e saneamento básico. 
O sétimo“Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”, pois, aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas não têm acesso à eletricidade. Sendo que, para as atividades do dia a dia a energia é muito importante, tanto para estudar, trabalhar, moradia, transporte, dentre outras atividades diárias. 
Mas não só as pessoas carecem de inovações energéticas, mas também o meio ambiente, pois a energia é o causador de 60% das emissões globais de gases do efeito estufa. 
O oitavo objetivo quer “Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos”. Acabar com a desigualdade é também uma necessidade econômica, pois, é uma maneira de estimular a economia e possibilitar a maior capacidade de consumo na base da população, fornecendo mais empregos, proporcionando a inclusão produtiva, assegurando assim, o desenvolvimento. 
O nono objetivo é o de “Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação”, pois o acesso livre ao conhecimento é o mecanismo mais viável para o desenvolvimento, sendo que, este é o principal fator de produção. 
O décimo busca “Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles” pois, há uma desproporção de renda dos países, o que o torna incapacitado de realizar, bem como, de atingir os resultados de desenvolvimento. 
O décimo primeiro objetivo “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”, para isso, o plano estabelece metas que tendem a salvaguardar a qualidade da moradia, um transporte público seguro e acessível, ou ainda, o fortalecimento do patrimônio cultural, entre outros. 
O décimo segundo “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”, essa meta se faz necessário e indispensável, pois, destina-se a realizar uma modificação nos padrões de consumo e produção, tentando estimular o uso de recursos energéticos e naturais. 
O décimo terceiro trata de “Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos”, essas variações tornam a economia instável, afligindo principalmente, as pessoas de maior vulnerabilidade. As metas tendem a propiciar alterações necessárias para impossibilitar que estas projeções se transformem realidade. 
O décimo quarto objetivo é o da “Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”, a meta é para controlar e preservar a vida na água, tendo em vista que, 40% dos oceanos estão sendo afetados por atividades humanas, até mesmo o nosso lixo ajuda na degradação dos oceanos. 
O décimo quinto objetivo busca “Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda da biodiversidade”. Uma vez que, as florestas representam 30 % da superfície da Terra, o que torna indispensável combater a desertificação e também cessar o desenvolvimento de perda da biodiversidade. 
O penúltimo objetivo visa “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”. Essa meta pretende desenvolver instituições fortes, inclusivas e transparentes, objetivando a todo momento, respeitar os direitos humanos. 
E o último objetivo busca “Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável”. Contendo como foco a contribuição regional, nacional e internacional, pois, somente dessa maneira, serão alcançados os objetivos de desenvolvimento sustentável.
3.3 Meios de implementação, acompanhamento e avaliação de progressos
Para que seja feito um acompanhamento e consequentemente uma avaliação da Agenda 2030, tanto a nível global, quanto regional ou ainda, em nível nacional, é indispensável a implementação do monitoramento. Está incumbido a nível global da supervisão deste acompanhamento, o Fórum Político de Alto Nivel (HLPF – High Level Political Forum). 
Frequentemente são coletados dados do países-membros, para que aja o monitoramento dos seus progressos. Tratam-se de dados acessíveis e de qualidade, com embasamento em fontes nacionais, sendo estes dados necessários para a produção periódica dos indicadores que buscam auxiliar o monitoramento dos objetivos e das metas a serem aplicados. 
A Comissão de Estatística da ONU criou o Grupo Interagencial e de Peritos, com a finalidade de desenvolver e implementar os indicadores para o acompanhamento das ações da Agenda 2030 nos países que fazem parte da ação. Ela é composta por 25 de representantes de institutos nacionais de estatísticas dos países-membros. 
Para tanto, foi elaborada uma estrutura de mais de 230 indicadores para fazer o monitoramento dos objetivos e das metas. Os países-membros deram início a um processo de discussão destes indicadores e dos dados para proceder com o acompanhamento da implementação das metas e dos objetivos, visando medir o progresso social, tal qual, como se dará o crescimento econômico e sustentabilidade ambiental. 
Compreende-se que cada país-membro é responsável pelo cumprimento, bem como, com os meios que se fazem necessários para que haja a implementação dos objetivos e das metas que constantes na Agenda 2030, sendo assim, cada país se torna responsável pelo seu próprio desenvolvimento tanto econômico quanto social. 
Os objetivos e as metas são os meios necessários para executar a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, mas para isso, exige a parceria e solidariedade na movimentação de recursos, que exigirá também, um engajamento maior entre os governos, o setor privado a sociedade civil bem como, o Sistema da ONU 
4 O BRASIL E A ONU 
Inicialmente, registre-se que o Brasil é um membro originário da ONU, tendo aderido à Declaração das Nações Unidas em 08 de fevereiro de 1943. Este, possui representações permanentes em Nova Iorque e Genebra. 
Em Nova Iorque, o Estado brasileiro desenvolve e guarda a Missão Permanente, que é responsável pela participação do país nos eventos da Organização quando os assuntos tratados estiverem relacionados aos do Estado, bem como, das reuniões da Assembleia e do Conselho de Segurança. Por outro lado, em Genebra o país possui delegação permanente composta por cerca de 30 pessoas que participam das ações que ocorrem na sede Suíça e dos trabalhos voltados para África, Oriente Médio e Ásia. Acrescente-se que, atualmente, o país é um membro não-permanente do Conselho de Segurança.
Ainda, quadra registrar a forte e importante participação do Brasil nas Forças de Paz, tendo em vista sua presença em mais de 30 operações de manutenção de paz, entre elas as operações da África, República Centro-Africana, América Latina, Caribe, Ásia e Europa. De certo, desde 1948, o país envia homens às operações e já integrou as seguintes unidades militares: UNEF I, UNAVEM III, ONUMOZ, UNTAET/UNMISET e MINUSTAH. Ainda mais, hoje, a Marinha brasileira comanda as operações no Líbano com a unidade FTM-UNIFIL.
Também se faz necessário destacar que o Brasil como membro da Organização possui uma sede fixa da ONU no Estado desde 1947, sendo que, essa é representada por agências especializadas e programas que possuem funções específicas. O conjunto de representantes das agências e dos programas formam a Equipe de País e são liderados pelo Coordenador Residente. 
O atual Coordenador Residente do Brasil é Niky Fabiancic e está no cargo desde 28 de outubro de 2015, e tem como função: coordenar o trabalho da Equipe e elaborar iniciativas juntamente aos escritórios, a fim de potencializar os objetivos da Organização e obter resposta coletiva do Estado brasileiro voltadas aos compromissos internacionais.
O Brasil também possui um Centro de Informação das Nações Unidas, conhecido como UNIC Rio de Janeiro, estabelecido no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro. Este, foi o primeiro escritóriocriado pela Organização na América Latina, estabelecido no Estado em meados de 1947.
Por fim, ressalte-se que a Organização já realizou e realiza diversos projetos renomados no país, entre eles: a) Criança Esperança – criado há mais de 30 anos pela Organização com auxílio da Unicef, presta auxílio a projetos que promovem a garantia de direitos para crianças e adolescentes; b) +direitos –Zica – campanha criada após a epidemia do vírus Zica no Brasil em 2015, com intuito de levar informação as pessoas e evitar o aumento da epidemia; c) Petição #ComOsRefugiados – campanha destinada a refugiados com objetivo de garantir educação às crianças, moradia e segurança às famílias, bem como, condições de trabalho; d) Ajude Sofia – campanha criada pela Unicef e lançada no Brasil em 2016, para ajudar crianças órfãs que não possuem alimentação, direitos à educação, qualidade de vida, nem mesmo lazer.
5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL
Inicialmente, necessário é destacar que o termo desenvolvimento sustentável foi instituído em meados de 1992, durante a 2ª Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que ficou conhecida como ECO Rio-92 realizada no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro. Neste diapasão, disserta Gisele Silva Barbosa:
O conceito de desenvolvimento sustentável foi firmado na Agenda 21, documento desenvolvido na Conferência “Rio 92”, e incorporado em outras agendas mundiais de desenvolvimento e de direitos humanos, mas o conceito ainda está em construção segundo a maioria dos autores que escrevem sobre o tema, como por exemplo, Carla Canepa (2007), José Eli da Veiga (2005) e Henri Ascelard (1999). (BARBOSA, p. 02, 2008).
A ECO Rio-92 reuniu mais de 100 representantes de Estados em âmbito internacional e teve como objetivo a discussão sobre formas de garantir o direito ao desenvolvimento de forma sustentável para as futuras gerações. Nela, foi elaborada a Declaração do Rio sobre Meio ambiente e conjuntamente a essa foi adotada a Agenda 21, que tinha como finalidade promover um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI. 
Ora, apesar de nos dias atuais o conceito de desenvolvimento sustentável estar em debate, a Agenda em seu preâmbulo aponta:
Preâmbulo, da Agenda 21 de 1992. 1.1. A humanidade se encontra em um momento de definição histórica. Defrontamos-nos com a perpetuação das disparidades existentes entre as nações e no interior delas, o agravamento da pobreza, da fome, das doenças e do analfabetismo, e com a deterioração contínua dos ecossistemas de que depende nosso bem-estar. Não obstante, caso se integrem as preocupações relativas a meio ambiente e desenvolvimento e a elas se dedique mais atenção, será possível satisfazer às necessidades básicas, elevar o nível da vida de todos, obter ecossistemas melhor protegidos e gerenciados e construir um futuro mais próspero e seguro. São metas que nação alguma pode atingir sozinha; juntos, porém, podemos -- em uma associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável.
Deste modo, observando ao disposto no preâmbulo podemos compreender que o desenvolvimento sustentável não está relacionado somente a questões ambientais, mas também a matérias sociais, políticas, culturais e econômicas, sob o intuito de satisfazer as necessidades da humanidade nos dias atuais de forma consciente a fim de garantir as futuras gerações um mundo próspero e seguro.
Ademais, durante a Conferência foram elaborados também documentos de extrema importância direcionados a promoção do desenvolvimento sustentável, sendo: a Convenção sobre o Clima, a Convenção sobre a Biodiversidade, a Declaração de Princípios sobre Florestas e a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Considere-se que, após 20 anos da Conferência, representantes da sociedade civil e 193 delegações, diante da necessidade de avaliação do progresso obtido até aquele momento, bem como, de análise da economia verde no âmbito do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, voltaram a se reunir na cidade do Rio. Essa reunião ficou conhecida como Rio+20 e sua declaração final foi intitulada como “O Futuro que queremos”, estabelecendo metas para ação global com foco no desenvolvimento sustentável.
Por fim, acrescente que em meados de 2015 foram definidos objetivos no âmbito internacional para o desenvolvimento sustentável, a fim de orientar políticas nacionais e as atividades da comunidade internacional até o 2030. A Conferência realizada em Nova Iorque elaborou e adotou o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” com indicação de 17 objetivos e 169 metas com finalidade de erradicar a pobreza do mundo e dar a todos uma vida digna.
5.1 Aspectos relevantes para implementação do desenvolvimento sustentável no Brasil pela Agenda 2030 
 A agenda 2030 adveio em um acordo entre os países-membros que adotaram os ODS no planejamento nacional e uma cooperação em âmbito internacional. Cabe a cada país regular esses preceitos, bem como, seus instrumentos de efetivação ao seu âmbito nacional.
Inicialmente, antes de fazer referência aos aspectos relevantes para implementação do desenvolvimento sustentável no Brasil, merece destaque os parâmetros mundiais que ensejaram a criação da Agenda 2030, que levaram a ideia de que hoje há uma necessidade de um mundo mais sustentável, não somente em questões ambientais, mas também questões sociais, econômicas e etc., sendo:
Declaração, Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. (...) 14. Encontramo-nos num momento de enormes desafios para o desenvolvimento sustentável. Bilhões de cidadãos continuam a viver na pobreza e a eles é negada uma vida digna. Há crescentes desigualdades dentro dos e entre os países. Há enormes disparidades de oportunidades, riqueza e poder. A desigualdade de gênero continua a ser um desafio fundamental. O desemprego, particularmente entre os jovens, é uma grande preocupação. Ameaças globais de saúde, desastres naturais mais frequentes e intensos, conflitos em ascensão, o extremismo violento, o terrorismo e as crises humanitárias relacionadas e o deslocamento forçado de pessoas ameaçam reverter grande parte do progresso do desenvolvimento feito nas últimas décadas. O esgotamento dos recursos naturais e os impactos negativos da degradação ambiental, incluindo a desertificação, secas, a degradação dos solos, a escassez de água doce e a perda de biodiversidade acrescentam e exacerbam a lista de desafios que a humanidade enfrenta. A mudança climática é um dos maiores desafios do nosso tempo e seus efeitos negativos minam a capacidade de todos os países de alcançar o desenvolvimento sustentável. Os aumentos na temperatura global, o aumento do nível do mar, a acidificação dos oceanos e outros impactos das mudanças climáticas estão afetando seriamente as zonas costeiras e os países costeiros de baixa altitude, incluindo muitos países menos desenvolvidos e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento. A sobrevivência de muitas sociedades, bem como dos sistemas biológicos do planeta, está em risco.
Foram viabilizadas ações que dialogam com o cumprimento dos ODS através de ações integradas para promover o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade do planeta, bem como, para erradicar a pobreza. Desse modo, visando aliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, nasce o conceito de desenvolvimento sustentável.
Com isso, mediante os parâmetros mundiais, pode-se extrair que embora o Brasil tenha sediado importantes Conferências para o desenvolvimento sustentável, bem como, tenha adotado a Agenda 2030, notório é que o país tem encontrado dificuldades no alcance de seus objetivos. Isto posto, faz-se necessário que toda a sociedade brasileira esteja envolvida no plano de ação relativo à execução dos ODS, considerando os desafios decorrentes deste. 
Com efeito, bem indica a Agenda, nas últimas décadas a pobreza, a desigualdade, o desemprego, saúde, desastres naturais, violência, esgotamento de recursos naturais, degradação ambiental, mudançasclimáticas, entre outros fatores apontados foram e ainda são manchetes brasileiras e mundiais que devem ser trabalhadas com urgência, principalmente no Brasil, com intuito de alcançar melhores condições de vida à população e preservação do meio ambiente, bem como, atingir os objetivos da Agenda. 
Quanto aos aspectos relevantes que mostram a necessidade de implementação do desenvolvimento sustentável no Brasil, enfatiza-se o fato de que dentre todos os recursos naturais, existem os que não são renováveis, ou seja, possuem limites, de modo que haja necessidade de mantê-los para que outras gerações possam usufruir deles, bem como, para que tais recursos auxiliem e sejam utilizados em desenvolvimento de métodos que geram melhores condições de vida a todos. Porém, mesmo tendo conhecimento desses recursos não renováveis empresas e particulares o exploram demasiadamente. 
Em complemento, aponta o site[footnoteRef:15] do grupo IBERDROLA as consequências que se pode visualizar hoje da superexploração dos recursos naturais, sendo: extinção de espécies da fauna e da flora, a degradação do solo do planeta em nível moderado a alto, aumento da poluição atmosférica que ocasiona mortes por contaminação, etc. [15: https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/superexploracao-dos-recursos-naturais ] 
Ademais, acerca das questões sociais como desigualdade, desemprego, pobreza e saúde verifica-se que essas devem ser combatidas urgentemente e na maior proporção possível, de modo a trazer à população condições dignas para viver. Tal urgência no Brasil é verificada quando se refere a pobreza, conforme indicam os índices do IBGE do ano de 2019, em que pelo menos 25% da população brasileira vivia em situação de pobreza, sendo que quase 10% em situação de pobreza extrema.
Gráfico 1 - Proporção de pessoas em condições de pobreza e extrema pobreza
Fonte: Suplemento Educação – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua / IBGE, 2018.
Deve-se considerar também que é partir da pobreza que se tem a desigualdade, o desemprego, déficits quando se trata de saúde, entre outros fatores em que essa influi.
No que tange ao desmatamento da Amazônia, têm-se dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais sob o aumento no desmatamento em relação aos períodos anteriores de acordo com o apontado no seguinte gráfico:
Gráfico 2 - Desmatamento na Amazônia desde 1988, 
apontando a área desmatada em Km².
 Fonte: G1 - Prodes/Inpe, 2019.
Em análise, verifica-se que houve aumento considerável no desmatamento se comparado ao ano de 2012, que apresentou a menor área desmatada de 2,571 Km². Apesar disso, deve-se considerar que o país, em aspecto de desmatamento, embora tenha regredido no ano de 2019, teve durante todo o período contabilizado mais quedas nos números do que avanço.
Já quanto ao saneamento básico de todo território, embora o país esteja de dedicando para a implementação desse e cumprir com o garantido na Constituição Federal, ainda se nota precariedade. Com efeito, aponta o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável em seu site[footnoteRef:16] que o país ocupa a 112ª. posição no ranking de saneamento. [16: https://cebds.org/estudo-destaca-beneficios-com-expansao-saneamento-brasil/] 
Ademais, em tabela, indica a Agência Senado o percentual de indivíduos atendidos por coleta de esgoto classificados por região:
Tabela 1 - Percentual atendido por coleta 
de esgoto por região do Brasil
 Fonte: Agência do Senado, 2019.
De fato, apenas duas regiões brasileiras têm mais da metade da população local atendida por coleta de esgoto. Ressalte-se que saneamento não trata apenas do esgoto, mas esse é de extrema importância a sociedade, vez que a ausência de tratamento desse pode acarretar problemas de saúde a todos os indivíduos, bem como, afetar os rios que são destinados ao consumo da população.
Acerca do analfabetismo, o país criou um Plano Nacional de Educação com intuito de até 2015, reduzir para 6,5% o número de analfabetos, porém no ano de 2018 registrou que os índices permaneciam ainda elevados, com média de 6,8% da população brasileira analfabeta. Aponta o gráfico abaixo elaborado pelo IBGE, os Estados que alcançaram a meta e qual a porcentagem de analfabetos:
Gráfico 3 – Taxa por estado / % de analfabetismo 
da população de 15 anos ou mais
Fonte: Síntese de Indicadores Sociais, 2019.
MIGA, ACHO QUE DÁ PRA FALAR TBM SOBRE AS BARREIRAS DE REJEITOS QUE ESTOURARAM E FORAM IMPACTOS NO BRASIL.
5.2 Dificuldades para a implementação do desenvolvimento sustentável e a aplicação do Direito como auxílio no procedimento 
Tem-se por definição jurídica do desenvolvimento sustentável, a garantia pela via do Direito à proteção do meio ambiente. O desenvolvimento é formado por três bases, quais sejam, o crescimento econômico, equidade social e o meio ambiente, sem esses pilares não há como garantir a sustentabilidade do desenvolvimento. Sendo assim, corresponde a um direito e um dever constitucional fundamental, do mesmo modo que, trata-se também de um princípio reconhecido em tratados e convenções internacionais.
O desenvolvimento que não assegura o princípio da dignidade da pessoa humana não é sustentável, por conseguinte, não será amparado pela Constituição Federal se não estiver em concordância com o mínimo existencial, assim como, uma garantia de subsistência digna, uma boa governação e um meio ambiente equilibrado. 
Por conseguinte, as políticas públicas são primordiais para que haja uma diminuição dos danos ambientais causados pela humanidade, logo, as políticas devem ser remetidas à justiça social, além de depreender um crescimento econômico consciente. A efetivação destas políticas públicas, devem ser executadas com medidas que adequem o crescimento econômico e ao mesmo tempo reduzam os problemas socioambientais no País
O Estado muitas das vezes não consegue atingir todas as diligências sociais e cessa o incentivo ao desenvolvimento sustentável, objetivando tão somente a ascensão econômica, o que traz por consequência tantas necessidades sociais. A priori, a solução é que haja um equilíbrio entre as necessidades sociais e o planeta, diante do desenvolvimento social. Como pode-se observar, são muitos os desafios a trilhar, são desafios complexos e que não são construídos precipitadamente, e sim lapidadas no exercício e no diálogo democrático.
Posto isso, a proteção do meio ambiente é o fundamento do desenvolvimento sustentável, consequentemente, a proteção no que cerne aos direitos fundamentais. 
REFERÊNCIAS 
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MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público – 9. ed. ver. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
HUSEK, Carlos Roberto. Curso de Direito Internacional Público – 14. ed. – São Paulo: LTr, 2017.
BARBOSA, Gisele Silva. Título do artigo: O desafio do Desenvolvimento Sustentável. Revista Visões 4ª Edição, n. 4, volume 1 – Jan/ Jun 2008. Disponível em:www.fsma.edu.br/visoes/ed04/4ed_O_Desafio_Do_Desenvolvimento_Sustentavel_Gisele.pdf. Acesso em 17 de outubro de 2019.
Humanidade já esgotou os recursos renováveis de 2019. Terra Notícias. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/humanidade-ja-esgotou-os-recursos-renovaveis-de-2019. Acesso em 07 de maio de 2020.
Quais são as consequências da superexploração dos recursos naturais?. IBERDROLA. Disponível em: https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/superexploracao-dos-recursos-naturais. Acesso em 07 de maio de 2020. 
ONU Brasil, Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, ONU, 2015.
Biblioteca Virtual de Direitos Humanos. Estatuto da Corte Internacional de Justiça, ONU, 1945
Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Global, ONU, 1992.
ONU Brasil. A Carta das Nações Unidas, ONU, 1945.
BIBLIOGRAFIA 
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O que é desenvolvimento sustentável. ((o)) eco. Disponível em: https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28588-o-que-e-desenvolvimento sustentavel/. Acesso em 20 de abril de 2020.
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CASEMIRO, Poliana. Desmatamento na Amazônia cresce quase 30% entre agosto de 2018 e julho de 2019, diz Inpe. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/18/desmatamento-na-amazonia-cresce-entre-agosto-de-2018-e-julho-de-2019-diz-inpe.ghtml. Acesso em 22 de abril de 2020.
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Humanidade já esgotou os recursos renováveis de 2019. Terra Notícias. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/humanidade-ja-esgotou-os-recursos-renovaveis-de-2019. Acesso em 07 de maio de 2020.
Por um mundo sustentável. Mundo Zumm. Disponível em: https://mundozumm.com.br/por-um-mundo-sustentavel/. Acesso em 07 de maio de 2020.
Qual a importância da sustentabilidade para o mundo?. Mundo Isopor. Disponível em: https://www.mundoisopor.com.br/sustentabilidade/qual-a-importancia-da-sustentabilidade-para-o-mundo. Acesso em 07 de maio de 2020.
Quais são as consequências da superexploração dos recursos naturais?. IBERDROLA. Disponível em: https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/superexploracao-dos-recursos-naturais. Acesso em 07 de maio de 2020.
CONCLUSÃO 
Conforme se verifica nos tópicos anteriores, não é hoje que a sociedade internacional discute sobre desenvolvimento sustentável. De fato, há uma certa e necessária preocupação com o mundo e sua preservação para as gerações futuras e com isso, durante décadas e décadas foram criados objetivos em um plano de ação a ser traçado. 
Atualmente, o mundo visa os objetivos de desenvolvimento sustentável trazidos pela Agenda 2030, que tem o seguinte intuito disposto em seu preâmbulo: “tomar as medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente”. Com isso, nota-se que é objetivo da Agenda tomar medidas eficazes que conduzirão o mundo em uma via de sustentabilidade e preservação a fim de garantir qualidade de vida e um mundo saudável às futuras gerações, tratam-se de medidas urgentes e que são indispensáveis para conduzir o mundo em um caminho mais sustentável.
Observa-se que mesmo com objetivos de desenvolvimento, no decorrer dos anos, muito discutiu-se sobre o fato de que o ser humano consome mais do que o planeta pode produzir. Com efeito, no ano de 2019 apontou o site de notícias Terra[footnoteRef:17] que no referido ano a população mundial utilizava 1,75 Planeta, ou seja, em um ano, a população consumia mais do que a Terra produzia. Ademais, destacou o site que tais déficits são verificados desde 1970. [17: https://www.terra.com.br/noticias/humanidade-ja-esgotou-os-recursos-renovaveis-de-2019 ] 
Contudo, diante dos apontamentos do preâmbulo da Agenda 2030 nesse tópico explicitado é nítido que o mundo necessita ser transformado e não é desta década que tal cenário se verifica. É necessidade, pois, se o Planeta Terra estiver completamente degradado e conturbado não é possível que o ser humano tenha condições de viver, nem mesmo que as gerações futuras venham conhecer as belezas do mundo em que hoje ainda se pode ver. Assim, conclui-se que a transformação e a implementação do desenvolvimento sustentável não podem mais ser adiadas e devem se expandir de forma a conscientizar até mesmo as crianças, a fim de que os objetivos da Agenda 2030 e o plano de ação sejam alcançados e executados com sucesso. O cerne do plano de ação é, justamente, dar à sociedade uma oportunidade de inteirar-se sobre os objetivos e as metas assumidas pelo seu país para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Trata-se, portanto, de uma visão ousada, já que prevê um mundo livre dos problemas mais complexos da atualidade, tais como, a pobreza extrema, doenças, desigualdades, bem como, a degradação ambiental e o esgotamento dos recursos naturais.
 Sob essa perspectiva, todos os cidadãos estão vinculados a manter um compromisso de longo prazo, à proteção da vida e seus pilares fundamentais e indispensáveis ao seu desenvolvimento, através dos processos ecologicamente essenciais.

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